O documento discute as pragas quarentenárias para o Brasil e os riscos da globalização. Apresenta definições de pragas, quarentena vegetal e análise de risco de pragas. Também descreve acordos internacionais, exemplos de pragas introduzidas no Brasil e pragas de alto risco para o país. Conclui que os perigos fitossanitários devem ser conhecidos para que os riscos possam ser avaliados e ações tomadas.
Sistema de Fiscalização do Comércio de Agrotóxicos no Estado de Rondônia - SI...
PRAGAS QUARENTENÁRIAS BRASIL
1. “ PRAGAS QUARENTENÁRIAS PARA O
BRASIL ”
Marcelo Lopes da Silva
Pesquisador
marcelo.lopes.silva@embrapa.br
2. Cenário Agropecuário do Brasil
-1/3 das PIB são oriundas do setor
agropecuário – 40 % das
exportações
-Cenário promissor: agroenergia e
produção de alimentos
-Problemas fitossanitários e
Vulnerabilidade das fronteiras
4. Pragas
Qualquer espécie, raça ou biótipo de planta, animal ou
agente patogênico, nocivos a plantas ou produtos
vegetais [FAO, 1990; revisado pela FAO, 1995; CIPV,
1997]
5. Quarentena Vegetal
Todas as atividades destinadas a prevenir a
introdução e/ou disseminação de pragas
quarentenárias ou para assegurar seu controle oficial
[FAO, 1990; revisado FAO, 1995]
6. UMA GLOBALIZAÇÃO INDESEJÁVEL,
A BIOGLOBALIZAÇÃO !
AUMENTO DO COMÉRCIO MUNDIAL DE PRODUTOS AGRÍCOLAS,
SIGNIFICA O AUMENTO DO RISCO DE INTRODUÇÃO DE PRAGAS
8. PORQUE PREOCUPAR-SE COM A
MOVIMENTAÇÃO DE PLANTAS ENTRE PAÍSES?
Experiências históricas de grande impacto negativo
Prejuízos econômicos,
Tragédias sociais,
Ameaças ao meio ambiente
JUSTIFICATIVA DE AÇÕES QUARENTENA VEGETAL
9.
10. Preocupação internacional com a
introdução de pragas
1878 – Alemanha proibe importação de mudas de videira dos Estados
Unidos
1881 – Primeira Convenção Internacional da Filoxera em Berna, Suíça
1902 Primeira inspeção quarentenária nos Estados Unidos
1934 Primeira legislação ampla de quarentena no Brasil (decreto 24.114)
1951 Criação da IPPC (International Plant Protection Convention)
12. CIPV (= IPPC)
• Acordo multilateral
• Cerca de 160 países signatários
• Organização de estabelecimento de standards
• Objetivos
– Prevenir introdução e dispersão de pragas
– Promover o comércio justo e seguro
– Proteger os ecossistemas
13. Acordo SPS: 1995
Sanitary and Phytosanitarian Agreement
• Todo país tem o direito de exigir medidas
consideradas necessárias para proteger a saúde
humana, animal ou vegetal
• É necessário garantir que essas medidas não se
constituam em restrições disfarçadas ao comércio
• Medidas devem ser aplicadas somente ao nível
necessário para obter a proteção, sempre com base
em princípios científicos
15. Papel dos governos nacionais na
proteção fitossanitária frente às
pragas quarentenárias?
• O país deve estabelecer a sua lista de pragas
quarentenárias.
• O país deverá realizar análises de risco para
estabelecer quais pragas serão consideradas
quarentenárias
• O país deverá ter uma legislação que minimize o risco
de entradas das pragas quarentenárias
16. Praga quarentenária
É uma praga de importância econômica potencial
para a área em perigo, onde ainda não está
presente, ou, quando presente, não se encontre
amplamente distribuída e está sob controle oficial
[FAO, 1990; revisada FAO, 1995; CIPV 1997]
17. Meios de introdução de pragas
• Produto importado
• Dispersão natural
• Introdução intencional
• Associação com movimentação de pessoas
Via de
Ingresso
O risco de introdução pode ser analisado - Análise de Risco de
Pragas.
É o procedimento internacional padrão que define se uma praga é
quarentenária ou não.
18. Análise de Risco de Pragas -ARP
Análise de Risco de Pragas é o processo de
avaliação biológica ou outra evidência científica e
econômica para determinar se um organismo é uma
praga, se ela deve ser regulamentada, e a
intensidade de quaisquer medidas fitossanitárias a
serem adotadas contra ela [FAO, 1995; revisada
CIPV, 1997; NIMF Nº 2, 2007].
19. Conceitos
• Risco, perigo e dano (adaptado do European
Safety and Health at Work)
• Dano: prejuízo a vida humana, animal ou planta
• Perigo: agente que provoca o dano
• Risco: probabilidade de acontecer o dano provocado
pela exposição ao perigo
20. Exemplos – Perigo e Risco de um agente
Um leão é um animal
perigoso
Um leão solto numa cidade é
de altíssimo risco
Um leão é um animal perigoso
Um leão enjaulado tem baixo risco
EXPOSIÇÃO AO PERIGO
21. PRAGA
Planta
Parte da planta
1.Praga é um perigo?
2.Estamos expostos a praga?
3.A praga apresenta risco?
32. Mosca da carambola (Bactrocera carambolae)
Detecção em 1996
Está restrita ao estado do Amapá e
houve indicações de sua ocorrência
em Roraima em 2011
É uma praga sob controle oficial pelo
Brasil – quarentenária
No Brasil, mostra uma adaptação a
algumas espécies de frutos nativos da
Amazônia
33. A mosca da carambola é um exemplo de
globalização de pragas
34. Região Norte do Brasil: uma região de
vulnerabilidade às pragas
Mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae)
1996
Sigatoka-negra (Micosphaerella fijiensis) 1998
Mosca-negra do citrus (Aleurocanthus
woglumi) 2001
Ácaro vermelha palmeiras (Raioella indica)
2009
Ácaro-hindu (Schyzotetranychus
hindustanicus) 2010
Cochonilha rosada (Maconellicoccus hirsutus)
2011
50. CROP BIOTERROR
Preparar uma lista de patógenos que são de alto risco e
uma lista de culturas que são mais vulneráveis a esses
patógenos.
Padronizar protocolos de avaliação de risco e medidas
de quarentena e de emergência fitossanitária
Priorizar campos para investigação e identificação
áreas de pesquisa e direcionar investimentos
Aumentar o conhecimento público sobre as ameaças à
agricultura (agroterrorismo).
51. Perigos devem ser conhecidos
Os riscos devem ser avaliados
Então, ações podem ser tomadas sem receios
52. A Defesa Nacional, como a queremos compreender, ainda
não está organizada. Está claro que, se queremos
organizá-la desde já não é porque vejamos sobre o nosso
País perigos imediatos. Mas a boa defesa deve ser
preventiva”
Olavo Bilac (1916)