É uma pesquisa sobre o
potencial humano, vinculado
à psicologia evolutiva, de
conotação cognitivista.
Propõe uma nova compreensão
da inteligência humana,
entendendo-a, não como um
processo único, mas como um
conjunto de competências
intelectuais (CI), engendradas a
partir de diversas classes de
sistemas simbólicos,
desenvolvidos pela cultura
humana.
Há uma diversidade de processos
intelectuais e assim, Inteligências.
Estas inteligências são canais de
processamento para o mundo.
As múltiplas competências estão
ligadas em um conjunto de signos
construídos socialmente, e, por
sermos humanos, temos acesso a
todas as inteligências.
Os signos envolvem a
possibilidade de transposição de
sentido, uma vez que se referem a
toda entidade, abstrata ou
concreta, que pode representar
outra, transmitindo significados
acordados culturalmente.
As inteligências equivalem a um
conjunto de saber como,
envolvendo procedimentos e
perícia para fazer algo, que
instrumentalize o indivíduo para a
consecução de tarefas simples e
complexas com as quais se
defronta ao longo de sua vida.
As inteligências, ancoradas em sistemas simbólicos, especificam-se em: linguística, musical, lógico-
matemática, espacial, corporal e pessoal, esta última subdividida em intra e interpessoal.
Atualmente estão incluídas a naturalista e a existencial.
Linguística: tem uma base oral-auditiva e
os passos de uma criança em direção à
aquisição e produção linguística e àqueles
do escritor e poeta, envolvidos na criação
de um ensaio e de um poema;
Musical: tem uma base oral-auditiva,
rítmica e emocional. Envolve o
processamento formal e formam a
competência musical. Envolve a produção
de canções espontâneas por uma criança
pequena e a elaboração ou execução de
uma sonata;
Lógico-Matemática: baseada nas ações
dos indivíduos sobre os objetos. Envolve a
capacidade de reconhecer padrões,
produzir cadeias de raciocínio, reconhecer
e resolver problemas, habilidade numérica
e a valorização da forma. Na criança,
envolve a descoberta da noção de objeto e
número e a construção de um paradigma
científico;
Espacial: baseada nas ações dos indivíduos
sobre os objetos. Envolve a capacidade de
reconhecer padrões, produzir cadeias de
raciocínio, reconhecer e resolver
problemas, habilidade numérica e a
valorização da forma. Na criança, envolve
a descoberta da noção de objeto e número
e a construção de um paradigma científico;
Corporal: baseada no uso do corpo e suas
ações obre o mundo. Categorias: domínio
sobre os movimentos do corpo, manejar
objetos com destreza e o uso do corpo
como forma de expressão. Envolve a
tentativa do bebê para alcançar um objeto
e uma apresentação de balé ou o
desempenho de um desportista;
Pessoal: é a sensibilidade para o auto e
hétero conhecimento. Envolve o mundo
pessoal e o mundo dos outros. o sorriso de
reconhecimento do bebê e a sensibilidade
no relacionamento interpessoal,
desenvolvido pelo professor, no contato
com os alunos.
Intra: Capacidade de acesso à vida interior
Inter: Capacidade de acesso ao mundo dos
outros
Sistemas desenvolventes:
uma visão unitária do
desenvolvimento humano
São responsáveis pela unidade do
desenvolvimento humano são: fazer,
perceber e sentir. O primeiro diz respeito
àquilo que o indivíduo é capaz de
executar; o segundo, àquilo que é capaz de
discriminar e o terceiro àquilo que é capaz
de sentir. Assim, os sistemas
desenvolventes envolvem ações,
percepções e sentimentos.
O envolvimento humano com os símbolos, segundo Gardner (1995), ocorre em quatro etapas:
 Bebê, envolvendo entendimentos básicos sobre o uso posterior de símbolos, demonstra as capacidades para determinadas
competências simbólicas;
 Pré-escolar, compreendendo o surgimento de competências básicas em diversos sistemas simbólicos;
 Escolar, implicando no domínio inicial de sistemas simbólicos de 2º grau. Tais sistemas, também denominados notacionais,
representam a matéria básica da educação formal, pois é através deles que as crianças entram em contato com a produção humana
sistematizada;
 Adolescente e adulto, quando a pessoa pode tornar-se um usuário competente de sistemas e produtos simbólicos, sendo capaz de
mediá-los aos mais jovens e também ter potencial para desenvolver novos produtos simbólicos.
Apesar das inteligências configurarem-se em
diferentes modos, alicerçadas em diversos sistemas
simbólicos e tendo por dinamizadores os três
sistemas, cada ser humano conjuga estes elementos
de forma idiossincrática, apresentando um perfil
desenvolvimentista peculiar.
Modos de pensar: formas de
compreender/entender o
mundo
Os seres humanos apresentam
diferentes maneiras de pensar
(processar) o mundo em que vivem, o
que determina patamares diversos de
compreensão/entendimento sobre o
mesmo.
Estas diversas formas de pensar podem
ser representadas por três tipos de
mente: natural ou ingênua; escolar ou
acadêmica; especialista ou disciplinar.
A mente natural ou ingênua permite inicialmente o conhecimento do mundo a
partir dos órgãos sensoriais e das ações sobre o mundo e posteriormente através
do uso de vários sistemas simbólicos. Sabe-se que até mesmo um cientista ou um
artista, fora de seus domínios ou áreas, podem ser conduzidos pela mente
intuitiva, principalmente em situações do cotidiano.
A Mente escolar ou acadêmica
fragmentada, ficando restrita a uma
compreensão rotineira ou convencional
em que aqueles são dominados de
forma mecânica, sem possibilidade de
serem aplicados a outras situações.
Na medida em que a mente escolar
restringe-se a um saber fragmentado e
mecanicamente adquirido, incapaz de
ser aplicado, é facilmente substituída
pela mente natural, regredindo à
compreensão ingênua.
A mente especialista ou disciplinar
envolve a capacidade de dominar
conceitos, habilidades e modos de
pensar de uma disciplina ou área,
podendo aplicá-los de forma flexível a
novas situações. Tem-se aí a
compreensão genuína, alicerçada em
conceitos e práticas que forneceram, em
um momento dado, o melhor
julgamento possível sobre o mundo.

Teoria Gardneriana

  • 1.
    É uma pesquisasobre o potencial humano, vinculado à psicologia evolutiva, de conotação cognitivista. Propõe uma nova compreensão da inteligência humana, entendendo-a, não como um processo único, mas como um conjunto de competências intelectuais (CI), engendradas a partir de diversas classes de sistemas simbólicos, desenvolvidos pela cultura humana. Há uma diversidade de processos intelectuais e assim, Inteligências. Estas inteligências são canais de processamento para o mundo. As múltiplas competências estão ligadas em um conjunto de signos construídos socialmente, e, por sermos humanos, temos acesso a todas as inteligências. Os signos envolvem a possibilidade de transposição de sentido, uma vez que se referem a toda entidade, abstrata ou concreta, que pode representar outra, transmitindo significados acordados culturalmente. As inteligências equivalem a um conjunto de saber como, envolvendo procedimentos e perícia para fazer algo, que instrumentalize o indivíduo para a consecução de tarefas simples e complexas com as quais se defronta ao longo de sua vida. As inteligências, ancoradas em sistemas simbólicos, especificam-se em: linguística, musical, lógico- matemática, espacial, corporal e pessoal, esta última subdividida em intra e interpessoal. Atualmente estão incluídas a naturalista e a existencial. Linguística: tem uma base oral-auditiva e os passos de uma criança em direção à aquisição e produção linguística e àqueles do escritor e poeta, envolvidos na criação de um ensaio e de um poema; Musical: tem uma base oral-auditiva, rítmica e emocional. Envolve o processamento formal e formam a competência musical. Envolve a produção de canções espontâneas por uma criança pequena e a elaboração ou execução de uma sonata;
  • 2.
    Lógico-Matemática: baseada nasações dos indivíduos sobre os objetos. Envolve a capacidade de reconhecer padrões, produzir cadeias de raciocínio, reconhecer e resolver problemas, habilidade numérica e a valorização da forma. Na criança, envolve a descoberta da noção de objeto e número e a construção de um paradigma científico; Espacial: baseada nas ações dos indivíduos sobre os objetos. Envolve a capacidade de reconhecer padrões, produzir cadeias de raciocínio, reconhecer e resolver problemas, habilidade numérica e a valorização da forma. Na criança, envolve a descoberta da noção de objeto e número e a construção de um paradigma científico; Corporal: baseada no uso do corpo e suas ações obre o mundo. Categorias: domínio sobre os movimentos do corpo, manejar objetos com destreza e o uso do corpo como forma de expressão. Envolve a tentativa do bebê para alcançar um objeto e uma apresentação de balé ou o desempenho de um desportista; Pessoal: é a sensibilidade para o auto e hétero conhecimento. Envolve o mundo pessoal e o mundo dos outros. o sorriso de reconhecimento do bebê e a sensibilidade no relacionamento interpessoal, desenvolvido pelo professor, no contato com os alunos. Intra: Capacidade de acesso à vida interior Inter: Capacidade de acesso ao mundo dos outros
  • 3.
    Sistemas desenvolventes: uma visãounitária do desenvolvimento humano São responsáveis pela unidade do desenvolvimento humano são: fazer, perceber e sentir. O primeiro diz respeito àquilo que o indivíduo é capaz de executar; o segundo, àquilo que é capaz de discriminar e o terceiro àquilo que é capaz de sentir. Assim, os sistemas desenvolventes envolvem ações, percepções e sentimentos. O envolvimento humano com os símbolos, segundo Gardner (1995), ocorre em quatro etapas:  Bebê, envolvendo entendimentos básicos sobre o uso posterior de símbolos, demonstra as capacidades para determinadas competências simbólicas;  Pré-escolar, compreendendo o surgimento de competências básicas em diversos sistemas simbólicos;  Escolar, implicando no domínio inicial de sistemas simbólicos de 2º grau. Tais sistemas, também denominados notacionais, representam a matéria básica da educação formal, pois é através deles que as crianças entram em contato com a produção humana sistematizada;  Adolescente e adulto, quando a pessoa pode tornar-se um usuário competente de sistemas e produtos simbólicos, sendo capaz de mediá-los aos mais jovens e também ter potencial para desenvolver novos produtos simbólicos. Apesar das inteligências configurarem-se em diferentes modos, alicerçadas em diversos sistemas simbólicos e tendo por dinamizadores os três sistemas, cada ser humano conjuga estes elementos de forma idiossincrática, apresentando um perfil desenvolvimentista peculiar.
  • 4.
    Modos de pensar:formas de compreender/entender o mundo Os seres humanos apresentam diferentes maneiras de pensar (processar) o mundo em que vivem, o que determina patamares diversos de compreensão/entendimento sobre o mesmo. Estas diversas formas de pensar podem ser representadas por três tipos de mente: natural ou ingênua; escolar ou acadêmica; especialista ou disciplinar. A mente natural ou ingênua permite inicialmente o conhecimento do mundo a partir dos órgãos sensoriais e das ações sobre o mundo e posteriormente através do uso de vários sistemas simbólicos. Sabe-se que até mesmo um cientista ou um artista, fora de seus domínios ou áreas, podem ser conduzidos pela mente intuitiva, principalmente em situações do cotidiano. A Mente escolar ou acadêmica fragmentada, ficando restrita a uma compreensão rotineira ou convencional em que aqueles são dominados de forma mecânica, sem possibilidade de serem aplicados a outras situações. Na medida em que a mente escolar restringe-se a um saber fragmentado e mecanicamente adquirido, incapaz de ser aplicado, é facilmente substituída pela mente natural, regredindo à compreensão ingênua. A mente especialista ou disciplinar envolve a capacidade de dominar conceitos, habilidades e modos de pensar de uma disciplina ou área, podendo aplicá-los de forma flexível a novas situações. Tem-se aí a compreensão genuína, alicerçada em conceitos e práticas que forneceram, em um momento dado, o melhor julgamento possível sobre o mundo.