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GOVERNO DO ESTADO DO MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO E
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – SECITEC ESCOLA TÉCNICA
ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA DE SINOP
VOLUME I
ADERSON ESPARTEL ROHDE
ELVES ANDRE VICENTE ANTENÓGENES APOITIA
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
FERNANDO DA COSTA SANTOS
FRANCIELE CRISTINA MALAQUIAS
JEFERSON ESTEVES BARRETO
COLETÂNEA DE ARTIGOS DOS TECNICOS EM AGROPECUÁRIA TURMA
2016.
SINOP/MT
2018
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que encerramos o ano de 2018 com nossa coletânea de artigos
científicos sendo de grande importância para a sociedade e assim contribuindo para o
desenvolvimento da ciência em nosso país.
Este livro é o resultado de pesquisas de iniciação cientifica dos Técnicos em
Agropecuária, formados em vinte e três de agosto de dois mil e dezoito. Estas pesquisas
visaram o desenvolvimento e analise teórico e prático de técnicas de produção, para que
novos profissionais vislumbrassem o papel participativo de suas profissões em seu dia-a-
dia.
Nossos agradecimentos a todos os autores e avaliadores que contribuíram para o
enriquecimento do conhecimento científico da coletânea volume I dos técnicos em
agropecuária.
Turma Agropotência, 2016.
SINOP/MT
2018
FICHA DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso, submetido à apresentação pública, como
requisito para a obtenção do Título de Técnico em Agropecuária.
Sinop/MT, ____ de ______________ 2018
______________________________________________
Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente
Professor Orientador
______________________________________________________
Profª Ms. Eliane Maria Costa
Professor(a) Avaliador(a)
______________________________________________________
Prof. Esp. Djeorjenes Sergio Niesciur
Professor(a) Avaliador(a)
SUMÁRIO
MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CITRUS, PARA
OBTENÇÃO DE MUDAS DE ALTO VALOR GENÉTICO: / Enxertia por
borbulhia em “t” normal e “t” invertido
06
Aderson Espartel Rohde, Elvis André Vicente Antenogenes Apoita.
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
19
Evangela Cristiane Gielow
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALFACE COM FERTILIZANTES
ORGANOMINERAIS
35
Fernando Da Costa Santos
PISCICULTURA E HIDROPONIA COM FLUXO CONTÍNUO DE ÁGUA
43
Francieli Cristina Malaquias
MONTAGEM DE UM IRRIGADOR SOLAR PARA PEQUENAS
PROPRIEDADES
50
Jeferson Esteves Barreto
SINOP/MT
2018
6
MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CITRUS, PARA OBTENÇÃO DE
MUDAS DE ALTO VALOR GENÉTICO: Enxertia por borbulhia em “t” normal e “t”
invertido
ADERSON ESPARTEL ROHDE
ELVIS ANDRÉ VICENTE ANTENOGENES APOITA
RESUMO:
O trabalho foi realizado em uma propriedade particular no perímetro urbano de
Sinop/MT com o objetivo de avaliar os tipos de propagação de citrus com o método de enxertia
em borbulhia, onde se resume no método de borbulhia em “T” de posição normal e invertido,
desprezando assim qualquer tipo de aplicação de adubo ou nutrientes. O experimento foi
realizado com 18 porta enxertos que foram adquiridas na EMPAER, sendo que foram divididos
em 10 porta enxertos de Limão Cravo e 08 Porta Enxerto de Limão San Diego (espécie anã de
alta resistência). No dia 04.04.2018 foram extraídas as gemas das matrizes e realizadas as
enxertias nos porta enxertos, com as espécies de Limão Taithí, Laranja Pêra e Mexerica, com
50% de cada método proposto (T normal e invertido); No dia 25 de abril de 2018, foram
removidas as fitas de isolamento para verificar a taxa de pegamento dos métodos e espécies
utilizadas consolidando o final do período de estudo. Os resultados apontaram que das espécies
analisadas, as amostras da variedade do Citrus Limão San Diego não houveram pegamentos e
vieram a secar, enquanto 90% das amostras da variedade do Citrus Limão Cravo obtiveram
pegamento. Observou-se que os porta-enxertos com os citrus de Limão Cravo apresentavam
diâmetro 15% maior em relação ao citrus Limão San Diego. Na data do início do experimento
a variedade “Cravo” estava com 6mm enquanto o “San Diego” estava com 4mm, existindo essa
diferença e com os resultados apontados, acredita-se que a variedade “San Diego” não
desenvolveu pelo fato de ser muito final, contribuindo para que não obtivessem êxito da
variedade. Em relação ao método de borbulhia em “T” normal ou invertido, não foram
constatadas diferenças significativas.
Palavras-Chaves: Enxertia; Borbulhia; Limão Cravo; Limão San Diego
7
1. INTRODUÇÃO
O Citrus é do gênero de plantas da família Rutaceae, ordem Sapindale, originária do
sudeste tropical e subtropical da Ásia. O grupo é dividido em três espécies e com vários híbridos
naturais cultivados, incluído as frutas habitualmente designadas por citrinos, como a laranja (C.
Sinensis – Surgiu a 1400 d.C.), o Limão (C. Limon – Surgiu a 1150 d.C), a Tangerina (C.
Reticulata –Surgiu a 1805 d.C.), a Cidra (C. medica – Surgiu a 310 a.C), como também a lima
e algumas não tão conhecidas, como a Toranja e a Clementina. (Nunes, 2012).
Entre os métodos de propagação existentes para as culturas frutíferas, nos Citrus podem
serem usados os métodos de propagação por Semente, Alporquia, Estaquia e a Enxertia.
A enxertia surgiu por volta de 1.500 a.C. e entre 1.400 a 1.600 d.C., encontraram-se
diversos registros de plantas enxertadas e a partir do século XIX, já haviam centenas de técnicas
descritas. (LOPES, 2016).
A utilização da enxertia em plantas lenhosas é conhecida pelos chineses há três mil anos,
e Aristóteles (384–322 a.c) em sua obra já faz referência á utilização dessa prática na época do
Império Romano (GOTO, 2003).
Entre os métodos de propagação por enxertia, pode-se dizer que os mesmos subdividem
em Enxertia por Encostia, por Garfagem e por Borbulhia ou também conhecido como enxerto
da gema.
Na Enxertia por Borbulhia, ou Enxerto da Gema, é usado os métodos de Anel, Janela
Fechada, Janela Aberta, o “T” invertido e o “T” normal. Alguns autores afirmam que o método
de propagação por Enxertia promove vantagens como a precocidade na produção, aumento de
produção, mudas idênticas as plantas mães, são resistentes aos patógenos e pragas, boa indução
ao pegamento, boa adaptação ao solo e clima, uniformidade e até mesmo levar as plantas
estéreis a produzirem. Já as desvantagens são as possíveis incompatibilidades entre o porta-
enxerto e enxerto, iniciam a brotação de ramos vigorosos que devem ser eliminados, dificuldade
no posicionamento dos tecidos, a necessidade de isolar o ponto de enxertia com fitas isolantes
ou ceras para evitar a perda de agua e a penetração de patógenos e fungos.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o método de enxertia por borbulhia em T normal e
invertido utilizando porta-enxertos de baixo valor comercial e boa adaptabilidade ao clima
tropical da região da região, enxertados com limão Taithí, Laranja Pêra e Mexericas, afim de
avaliar quais culturas e o método mais indicado para nossa região.
8
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi conduzido nos meses de março à maio de 2018 em residência domiciliar,
na região de Sinop- MT, onde foram adotados 18 porta enxertos (cavalo), sendo que destes, 10
eram da espécie do Citrus Limão Cravo e 8 da espécie do Citrus Limão San Diego, obtidos
junto à EMPAER, assim como os galhos e gemas das espécies de Laranja Pera D6, Limão Taithí
CNPMF 02 e Mexericas, onde foram extraídas as gemas para a enxertia (Figuras 1 e 2).
No viveiro de mudas da Empresa parceira, foi possível escolher e padronizar os porta-
enxertos por porte e sanidade, afim de evitar resultados falso-positivos na condução do trabalho
conforme podemos observar na figura 01 e 02.
Figura 01: Viveiro de Produção de Porta-enxertos da EMPAER
Fonte: Própria, 2018
Abaixo podemos visualizar as matrizes de extração de gemas (Borboleira) da EMPAER
Figura 02: Matrizes de extração de gemas (Borboleira) da EMPAER
Fonte: Própria, 2018
9
Com os portas-enxertos adquiridos, no dia 04 de Abril de 2018 deu-se ao início do
experimento, para que a sanidade do mesmo evoluísse satisfatoriamente foram usadas como
material de manipulação o Alicate de corte, canivete, fitas Isolantes apropriadas e para
esterilização o Álcool 70% (Figura 3).
Figura 03: Materiais usados para o processo de preparo e enxertia das borbulhas
Fonte: Propria, 2018
Sabe-se que para que uma planta seja bem vigorosa, necessariamente terá que ter um
Porta Enxerto (Cavalo) de qualidade e de uma boa resistência, com isso foi usado para tais o
Limão Cravo e o Limão San Diego (espécie nova de alta resistência e durabilidade de acordo
com Sr. Vanderlei Conceição Araújo Tec. Agrícola da EMPAER).
Figura 04: Porta Enxertos (Limão Cravo à esquerda e Limão San Diego à direita), já no local
do experimento.
Fonte: Própria, 2018
10
Após a escolha do Porta Enxerto (Cavalos), sequencialmente e primordial vem a
escolha das gemas matrizes de qualidade, com isso foi escolhido a espécie de Laranja Pera D6,
Limão Taithi CNPMF e a Mexerica. As figuras 5, 6 e 7 demonstram os ramos das matrizes das
espécies de onde foram extraídas as borbulhas para a enxertia.
Figura 05: Gema Laranja pera D6
Fonte: Própria, 2018
Figura 06: Mexerica
Fonte: MF RURAL, 2018
Figura 07: Limão Taithi CNPMF
Fonte: Própria, 2018
Após a escolha dos porta enxertos, das gemas e das variedades dos citrus, na sequência
iniciou-se os trabalhos de corte e introdução das gemas nos cavalos de acordo com as figuras 8
e 9.
11
Figura 08: Corte em “T” invertido
Fonte: INFORAGRO, 2018
Figura 09: Corte em “T” Normal
Fonte: Própria, 2018
Após o corte dos cavalos, iniciou-se a escolha das gemas mais sadias visivelmente
melhores e que se adaptam em seus respectivos cortes. Sendo os porta-enxertos divididos em
50% para cada método de enxertia (figura 10)..
Figura 10: Gemas (responsáveis pelas futuras plantas)
Fonte: INFORAGRO, 2018
Para melhor entender o funcionamento do método de enxertia demonstraremos nas
figuras 11 e 12 abaixo
12
Figura 11: Extração das Gemas à
transplantar
Fonte: Própria, 2018
Figura 12: Gemas inseridas com sucesso
Fonte: Própria, 2018
13
Para o processo de inserção das gemas nos cavalos, deve-se tomar muito cuidado
ao manuseá-los para não contaminar as gemas e consequentemente prejudicar o
pegamento, contaminando assim o sucesso do experimento.
Após a inserção das gemas nos cavalos, a vedação é necessária para que não
entre umidade e venha a criar fungos que comprometa que possibilitem a morte das gemas
transplantadas, esta fase requer cuidado especial por se tratar de tecido vivo, como é
demonstrado nas figuras abaixo.
Figura 13: Isolamento da Gema (“T” normal)
Fonte: Própria, 2018
Figura 14: Isolamento da Gema (“T” invertido)
Fonte: Própria, 2018
14
Após o termino do processo, o local de repouso para pegamento dos enxertos foi
área de canteiro parcialmente sombreada nas horas mais quentes do dia, tem
aproximadamente 1,00m de largura por 1,65metros de comprimento e nesse caso
totalizando 1,65m².
A figura 15 nos mostra que as mudas ficaram em repouso de por 22 dias para a
consolidação do pegamento, sendo removidas as proteções plásticas após esse período
para verificação dos resultados.
Figura 15: Mudas já enxertadas e no local de repouso
Fonte: Própria, 2018
Com todas as etapas para produção de mudas sadias concluídas, necessariamente
adota-se um período de pousio para a abertura dos enxertos, consequentemente a
verificação dos resultados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabendo da necessidade de se criar meios mais eficientes aos métodos de
propagação na cultura do citrus, o experimento teve como base os meios de propagação
com o uso do método de burbulhia em “T” Normal e Invertido. O objetivo principal do
15
experimento foi analisar quais dos dois métodos se desenvolveria melhor nas duas
variedades. Para acompanhar e compreender melhor o experimento, nas tabelas abaixo
pode-se notar as diferenças nos diâmetros dos caules de cada planta usada e
consequentemente o seu desenvolvimento e pegamento.
Tabela 01: Taxa de pegação em porta-enxertos de Limão San Diego
Espécie Variedade
Porta Enxerto
Variedade
Enxertada
Diâmetro
Médio
Inicial
Diâmetro
Médio
Final
Resultado
Pegamento
Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não
Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não
Fonte: Própria, 2018.
De acordo com a tabela acima podemos concluir que 100% das variedades
enxertadas nos Porta Enxertos Citrus San Diego, não obtiveram resultados positivos.
Tabela 02: Taxa de pegação em porta-enxertos de Limão Cravo
Espécie Variedade
Porta Enxerto
Variedade
Enxertada
Diâmetro
Medio
Inicial
Diâmetro
Medio
Final
Resultado
Pegamento
Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim
Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Não
Fonte: Própria, 2018.
De acordo com a tabela acima podemos notar que 90% das variedades enxertadas
nos Porta Enxertos Citrus Cravo obtiveram resultados positivos. Durante a condução do
trabalho, não foram constatadas interferências de pragas e/ou doenças que viessem a
16
comprometer a sanidade das espécies e que pudessem comprometer o desenvolvimento
das gemas enxertadas.
Conforme a tabela 1, verificou-se uma taxa de pegamento nula para os porta-
enxertos da variedade San Diego. Possivelmente o diâmetro imediatamente inferior dos
porta-enxertos de limão San Diego seja um fator do não pegamento das espécies
enxertadas, pelo fato de ser muito fino e consequentemente levou a obrigação de enxertar
gemas menores, mais frágeis e com menor predisposição ao desenvolvimento, vindo a
frustrar o resultado. Entretanto, outro dado importante é sua baixa capacidade de
adaptabilidade em climas tropicais secos, sendo por isso, um possível candidato à espécie
a ser usada para enxertia e não como porta-enxerto. Por outro lado, nos porta-enxertos
da variedade de Limão Cravo, a taxa de pegamento foi de 90%, comprovando trabalhos
anteriores de outros pesquisadores que comprovam a eficiência do método, pelas
características de rusticidade, resistência ao calor e períodos de veranico, bem como
moderada resistência a solos de baixa fertilidade.
Na figura abaixo vem demonstrando o pegamento de uns e a contaminação dos outros.
Figura 16: Resultado do experimento. .
Fonte: Própria, 2018
Independentemente do método de borbulhia, em “T” normal ou invertido, não
foram constatadas diferenças significativas.
17
4. CONCLUSÃO
Com os resultados do experimento, chegou-se à conclusão para o mesmo que o
valor de um diâmetro seguro para executar a enxertia com o método de Borbulhia em “T”
normal ou invertido é de no mínimo 5,00mm. Não descartando a possibilidade da
execução de um novo experimento para certificar os resultados apontados.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOTO, R. et al. Enxertia em hortaliças. São Paulo,UNESP, 2003.
LOPES, J.C.et al. Enxertia em Fruteiras. Tópicos Especiais em Produção Vegetal
VI, p. 37, 2016.
MELO, B. de. Nucleo de Estudo em Fruticultura no Cerrado. Uberlândia: UFU,
2003. Disponível em:
http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/reproducao9.htm . Acessado em: 15 abr. 2018.
NUNES, S.; Dias, T. Formas de Propagação dos Citrus. Goiatuba: FESG, 2012.
Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfLagAK/formas-
propagacaos-dos-citros . Acessado em: Abril.2018.
RIBEIRO G.D. Enxertia em Fruteiras. Porto Velho: EMBRAPA, 2005. Disponível
em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/859550/1/rt92enxertiadefruteiras.
pdf . Acessado em: 20 abr. 2018.
SOUZA A.G.C. de. Produção de Mudas de Laranja. Manaus: EMBRAPA, 2002.
Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAA-2009/10248/1/circ_tec14.pdf .
Acessado em: 09 abr. 2018.
18
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
RESUMO:
Este trabalho objetivou desenvolver um sistema de produção de cogumelos comestíveis,
desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara climatizada, afim de levar
à população esse alimento saudável. Para isso, construiu-se um sistema caseiro de câmara
de vegetação de baixo custo, baseada nos conceitos de ar-condicionado caseiro e
umidificador caseiro. O maior empecilho encontrado ao longo do trabalho foi o auto custo
de aquisição de sementes do fungo Shitake, bem como ausência de mercados
fornecedores do produto in natura próximos à região de condução do experimento,
tornando-se necessária a reanimação de cogumelos desidratados para extrair os resíduos
de micélios viáveis e adormecidos nestes. O experimento foi conduzido no laboratório de
físico-química da Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de
Sinop-MT, tomando todos os devidos cuidados de profilaxia para tirar o maior proveito
do material manipulado. Até o presente momento os substratos inoculados com os
micélios viáveis obtidos a partir do processo descrito, não apresentaram frutificação,
necessitando maior tempo de incubação ou ainda aprimoramento do treinamento dos
manipuladores afim de evitar possíveis contaminações.
Palavras-Chave: Cogumelo comestível; Fungos; Técnica Jun-Cao; Cultivo de
Cogumelos.
19
1. INTRODUÇÃO
Os cogumelos são as frutificações de alguns fungos, e poucas pessoas conhecem
suas variedades e os benefícios que possuem. Pertencentes ás classes dos Ascomycetes e
Basidiomycetes do reino Fungi, constituem-se em um grupo de seres vivos com diversas
formas e variedades que não realizam a fotossíntese, sendo decompositores de matéria
orgânica desde troncos de árvores, gramíneas e outros compostos, obtendo como alimento
outros seres dos quais se associam. Os micélios são os corpos vivos dos fungos, estes são
constituídos de filamentos com aparência de uma pequena teia as chamadas hifas, quando
compatíveis sexualmente se juntam e começam a formar os corpos de frutificação, das
quais chamamos essas estruturas cogumelos (OEI, 2006).
No Brasil, apesar de não fazer parte do hábito alimentar da grande maioria da
população, sendo restrito a grupos econômicos e culturais mais favorecidos, existe uma
tendência de aumento na produção e consumo de cogumelos como fonte de nutrientes
(DIAS et al, 2003). O consumo nacional destaca a variedade Champignon paris e em
segundo lugar o Shitake, sendo esse o mais antigo produzido no mundo e seu cultivo é
feito em madeira de maneira muito simples, pois seu desenvolvimento é através da
celulose, as células que compõe a madeira.
Nos séculos passados, os japoneses cultivavam os cogumelos sob troncos em
decomposição; os chineses, em madeira e palhas decompostas; os europeus, em bosques,
ao ar livre ou em cavernas. Entretanto, estes processos eram lentos e exigiam tempo para
que se desenvolvesse a parte comestível ou o corpo frutífero (URBEN, 2004).
1.1 Produção Nacional
Atualmente, os principais produtores de cogumelos estão nos Estados de São Paulo
e no Paraná, além desses estados existem cultivos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, sul
da Bahia, Pernambuco, Brasília e no Rio Grande do Sul. Segundo a ANPC Associação
Nacional de Produtores de Cogumelos, á uma dificuldade de quantificar com exatidão o
número de produtores devido ausência de estimavas do setor, a atividade está distribuída
entre micro e pequenos agricultores familiares.
20
Devido à concorrência com os produtos importados observa-se uma queda na
produção nacional, reduzindo também o número de produtores que fazem dessa atividade
sua principal fonte de renda (ANPC, 2013).
Estima-se que o Brasil produz cerca e 12.000 toneladas "in natura", com destaque
para produção de champignon, comparando com outros países produtores como China,
Estados Unidos e Itália ainda é uma quantidade muito pequena, porém desempenha um
papel importante tanto para o micro como pequeno agricultor família, abaixo podemos
observar na tabela a quantidade de toneladas produzida por ano de cogumelos in natura.
Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano.
Fonte: ANPC – Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, 2013.
Em Mato Grosso, atualmente, apenas um produtor tem investido na produção de
fungos comestíveis, o engenheiro agrônomo Pablo Emilio Tenuta conta que teve a ideia
em 2007 e a partir daí pesquisou sobre as condições e viabilidade de se implantar o
sistema de cultivo, sendo hoje o único produtor do estado. A variedade escolhida foi o
Champignon de paris da família agaricáceas, produzindo em uma área de 1200 metros
quadrados a 16km de Chapada dos Guimarães na MT-251, segundo o produtor já foram
investidos mais de R$ 500 mil com instalações de galpões, compra de equipamentos entre
outros. Após o período de produção e o surgimento das frutificações, os cogumelos são
processados e distribuídos tanto in natura como em conservas em restaurantes e mercados
de Cuiabá, o produtor espera ainda que nos próximos anos consiga negociar com mais
empresas e em outros municípios.
8000 mil T
2000 mil T
1500 mil T
500 T
Produção Toneladas/Ano
Champignon
Pleurous spp
Shitake
Cogumelo do Sol
21
1.2 Produção de Shitake
O cogumelo Shitake possui alto valor nutricional biológico e é rico em proteínas
com mais de 37%, as pessoas que adotam o Shitake como alimento de consumo e visam
diminuir assim o consumo de carnes que possuem gorduras saturadas podem se beneficiar
de diversas formas, pois o Shitake possui uma substancia natural que atua no sistema
imunológico, dando mais carga e poder de ação do sistema de defesa do nosso corpo
contra o ataque de vírus, bactérias entre outras doenças.
Seu cultivo em toras de eucalipto torna a frutificação tardia, no entanto, isso
favorece um prolongamento em seu clico produtivo, podendo ser realizadas de 8 a 10
colheitas a cada 35 dias, tendo uma produção relativamente alta e assim agregando valor
para o proprietário rural.
O Shitake se desenvolve melhor em temperaturas entre 20ºC a 25ºC e umidade
relativa do ar com 75% a 95%, sendo que as condições do clima na região podem afetar
a produção de forma negativa (OEI, 2006).
1.3 Propagação
São utilizadas diversas técnicas para o cultivo dos cogumelos, na natureza existem
mais de 200 tipos de cogumelos comestíveis. Uma das espécies de plantas das quais o
Shitake mais se adaptou é o eucalipto, pois essa planta possui uma casca grossa e os
componentes das fibras do eucalipto são bem aceitos para o desenvolvimento do fungo,
dando um aroma peculiar ao cogumelo Shitake (SANCHEZ, 2016). A produção dos
cogumelos é totalmente orgânica, pois não são utilizados nenhum aditivo químico ou
componentes que não são aceitos em produções orgânicas, sendo assim os pequenos
produtores podem trabalhar com a produção e gerar uma nova fonte de renda
diversificando sua propriedade e aproveitando pequenos espaços.
1.4 Técnica Jun-Cao
A técnica Jun-Cao desenvolvida pelos Chineses em 1983 tem como objetivo a
utilização de gramíneas e outros resíduos agroindustriais para o cultivo de fungos
comestíveis, visando aspectos econômicos e ecológicos, essa técnica traz diversos
22
benefícios como a redução dos custos por utilizar como substrato resíduos recicláveis
para os fungos que os decompõe, além do aumento da produção e qualidade. Devido a
facilidade de produção o cultivo de cogumelos vem gerando renda para pequenos
produtores, além do aumento significativo da produção tornando esse alimento mais
acessível para a população.
Este trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema de produção de
cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara
climatizada, avaliando sua oferta no mercado local, afim de levar à população esse
alimento saudável.
2 MATERIAIS E METODOS
2.1 Produção Das Sementes De Shitake
Para iniciarmos o cultivo do cogumelo do gênero Lentinula edodes, Shitake como
é conhecido, é necessário a obtenção de sementes de boa qualidade ou a produção das
mesmas. Na produção o ambiente onde será realizado o processo deve ser totalmente
esterilizado e limpo, livre de quaisquer contaminantes pois o ar possui muitos esporos de
outros fungos e bactérias que podem competir com o fungo que se deseja produzir, para
que haja sucesso na produção das sementes é preferível que o processo seja feito em
laboratório. A produção pode ser feita através da cultura dos tecidos de um cogumelo
fresco e saudável, os fungos se propagam através de milhões de esporos sendo carregados
e espalhados pelo vento, chuva ou insetos e após estabelecidos em meio de cultura ou
ambiente apropriado, quando compatíveis se unem e ramificam-se formando os micélios
que serão capazes de formar os corpos de frutificações. Durante a fase de colonização o
desenvolvimento do micélio dá-se através do meio de cultura esterilizados utilizando os
nutrientes nele disponíveis, a temperatura ideal para sua colonização é de
aproximadamente 25ºC.
Neste trabalho, devido ausência de fonte financiadora, não foi possível a aquisição
de micélios comerciais (SPAWS). Devido a distância de centros produtivos de cogumelo
in natura, a região é abastecida, preferencialmente por cogumelos desidratados, sendo
necessária sua reanimação para extração de micélios viáveis, conforme metodologia
descrita em sites especializados.
23
O Processo da produção de sementes foi realizado no laboratório da Escola Técnica
Estadual De Educação Profissional E Tecnológica SECITEC em Sinop-MT, as bancas
foram esterilizadas com álcool Isopropílico 70% juntamente com as placas de Petri onde
foram hidratados os cogumelos secos por 4 horas, em solução de H²O diluído em 0,5 ml
de hidróxido de sódio 4%, para esterilização da água. O processo de ´preparo das amostras
pode ser melhor observado nas imagens 1 e 2 abaixo.
Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A direita
meio de cultura em placa de Petri.
Fonte: O Autor, 2018.
Após hidratação, partes sadias dos cogumelos foram colocadas em placas de Petri
com um meio de cultura à base de xarope de glicose e em seguida transferidas para a
estufa de incubação à 25° C, até a formação de esporos ao redor do material inoculado.
Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do tecido.
Fonte: O Autor, 2018.
Após 20 dias em estufa verificou-se contaminação em todas as amostras, sendo
necessário um novo ensaio para a colonização saudável dos fungos. A imagem 3 abaixo
ilustra os agentes contaminantes.
24
Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias.
Fonte: O Autor, 2018.
O segundo ensaio teve início no dia 11 de abril seguindo rigorosamente os
cuidados com limpeza e esterilização dos objetos utilizados no processo. As placas de
Petri e meio de cultura foram pasteurizadas em panela de pressão por 20 minutos, após
resfriamento foram lacrados em embalagem plástica e papel pardo para que não haja
contaminação de ambos. A hidratação dos cogumelos secos foi feita com água deionizada
quimicamente pura com condutividade equivalente à da água destilada (QUIMIS, 2018).
Pode-se observar abaixo na imagem.
Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq. cogumelos
sendo hidratados.
Fonte: O Autor, 2018.
Dos cogumelos hidratados foram retiradas partes interna dos tecidos, e colocados
separadamente em placas de Petri pasteurizadas com o meio de cultura xarope de glicose.
25
Também foram feitas amostras com cortes externos do tecido em placas separadas com o
meio de cultura, além de outra amostra com um cogumelo inteiro sem meio de cultura em
placa de Petri esterilizada.
Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake.
Fonte: O Autor, 2018.
Após a realização dos cortes as amostras foram colocadas em estufa pré
esterilizada com álcool, em temperatura de 25°C. O período para que o micélio se
desenvolva e ramifique pelo meio de cultura pode levar de quatro a dez dias, chamamos
essa fase de desenvolvimento micélial.
Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura.
Fonte: O Autor, 2018.
Após essa fase a cultura mãe pode ser utilizada para inocular diretamente o
substrato ou grãos de cereais como o sorgo, centeio, quirela de milho, arroz ou trigo, a
vantagem de se utilizar grãos de cereais é que são nutritivos facilitando ainda mais o
desenvolvimento dos fungos, ao inocular os grãos as garrafas devem ser incubadas até
que o micélio se desenvolva de forma a cobrir todo o substrato. A temperatura deve ser
26
próxima da temperatura ótima para se obter um bom desenvolvimento micélial (OEI,
2006).
2.2 Construção Do Ambiente Protegido – Sistema Caseiro Climatizado
Para cultivar os cogumelos é necessário que se haja uma casa de vegetação, onde
estes serão alocados em prateleiras após a inoculação no substrato, durante o período de
desenvolvimento micélial até sua colheita, o ambiente deve ter uma temperatura e
umidade que atendam às necessidades do fungo a ser cultivado, nesse caso a escolha do
Shitake sua temperatura ideal está entre os 20°C a 25°C com umidade até 95%. De acordo
com as características de cultivo o objetivo foi de criar um ambiente propicio, e de baixo
custo. Utilizando materiais que poderiam ser reutilizados para essa finalidade.
Como sabemos, para criar o clima e o ambiente favorável para o desenvolvimento
do fungo, adaptamos de forma barata o sistema de ar condicionado caseiro juntamente
com umidificador caseiro. Ambos são construídos com coolers de computadores, uma
fonte 12 v e caixa de isopor podendo ser de 10 a 20L. No sistema confeccionado para este
trabalho, foram utilizados duas caixas de isopor, sendo uma de 21L e outra de 120L. Na
caixa de 21L foram instalados os coolers, interruptor liga e desliga juntamente com a
fonte, a parte interna da caixa foi revestida com papel alumínio, já que o mesmo retém a
temperatura, o alumínio servirá como um isolante térmico para concentrar a temperatura
apenas na caixa pequena nela foi feito dois furos com medida de cano PVC 50 mm
ligando assim a caixa menor a maior onde serão postos os compostos com o fungo
inoculado. Na saída dos furos da caixa menor, foram instaladas as 2 telas protetoras que
acompanham os coolers, nelas ficam penduradas tiras de pano jeans que terão a função
de conduzir a água para umidificar o ar.
O sistema funciona da seguinte forma, dentro da caixa menor é acrescentada uma
quantidade de agua até que atinja altura onde ficam a ponta dos panos, juntamente são
colocadas garrafas pet congeladas, podendo caber até três garrafas de 2L de gelo cada.
Com os coolers ligados o gelo dentro da garrafa irá manter a temperatura amena conforme
for derretendo, a agua dentro da caixa irá evaporar e através dos panos subira por
capilaridade até as saídas de uma caixa para outra mantendo a umidade do ar junto a
temperatura. Pode-se observar na imagem abaixo o sistema caseiro climatizado montado.
27
Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado.
Fonte: O Autor, 2018.
De baixo custo e simples de produzir, foram realizados testes a fim de verificar a
eficiência da umidade e temperatura dentro da caixa onde serão alocados os substratos
inoculados. Durante o período de análise foram utilizados um termo higrômetro para
aferir a temperatura e umidade com o sistema operando. Com temperatura ambiente de
26,8°C e umidade relativa a 77%, as 12 horas iniciamos o teste utilizando 2 garrafas pets
de dois litros de gelo, colocados na caixa menor de 21 litros com água até metade da
caixa.
Gráfico 02: Teste e análise de temperatura e umidade do sistema climatizado.
Fonte: O Autor, 2018.
26,8°C
24,8°C
24,6°C
25,6°C
25,6°C
25,2°C
23,6°C
77%
85%
81%
79%
78%
83%
82%
0 20 40 60 80 100
12 horas
13 horas
14 horas
15 horas
16 horas
17 horas
18 horas
Umidade
Temperatura
Analise de Temperatura e Umidade %
umidade temperatura
28
Foram aferidas a cada hora a temperatura e umidade dentro da caixa maior, além
do tempo de degelo das garrafas conforme a duração da análise pode-se verificar abaixo
no gráfico a umidade e temperatura no período do meio dia até às 18 horas da tarde,
podendo observar as variações de acordo com a influência do meio externo.
2.3 Preparo Do Substrato
Segundo Eira (1996) por serem aptas a utilizar lignina, celulose e hemicelulose
como fonte de carbono e nutrientes, o Shitake pode ser cultivado em uma grande
variedade de resíduos agrícolas. O preparo do substrato de qualidade é de grande
importância, interferindo diretamente na qualidade e quantidade da produção, a escolha
do mesmo deve atender as necessidades nutricionais do cogumelo que se deseja produzir.
Lentinula edodes é um fungo lignolítico, no qual produz uma série de enzimas hidrolíticas
e oxidativas, como celulases, hemicelulases e ligninases envolvidas no processo de
degradação dos principais componentes de materiais lignocelulósicos (WILLIAN, 2012).
A casca de arroz é um dos mais abundantes resíduos agroindustriais, é um material fibroso
composto principalmente por celulose, lignina e resíduo orgânico.
O método mais utilizado para esterilização de grandes quantidades de substrato, é
através da pasteurização com uso de vapor. Neste trabalho, devido o volume de substrato
utilizado, optou-se por um método simples de esterilização, que consiste na imersão em
agua quente do substrato a ser utilizado. Esse método possui risco de contaminação
reduzido, devido ao processo de imersão que irá destruir os contaminantes pasteurizando
o composto. O substrato deve ser colocado em recipiente com água quente á 70°C por no
mínimo 15 minutos, sendo mais adequado e seguro dentre 30-60 minutos de fervura (OEI,
2006).
Foram utilizados como fonte principal para o substrato a palha de arroz, e ainda
foram adicionados como suplemento o farelo de arroz e calcário para regular o PH do
composto, nas proporções de 78% palha; 20% de farelo de arroz; e 2% de calcário para 1
kg de matéria seca, misturados em recipiente simples, pesados com balança digital para
até 10kg. Segundo vários autores, o farelo estimula o crescimento do micélio de diversas
espécies de cogumelos, promovendo, assim, a rápida colonização do substrato (Fasidi &
Kadiri, 1993; Royse, 1996; Teixeira, 1996).
29
Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em
água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado.
Fonte: O Autor, 2018.
Após 1hr de pasteurização através da fervura realizamos o escoamento com um
pano limpo, efetuando a mistura dos ingredientes com até 60% de umidade da palha,
foram adicionados em sacos de Polipropileno amarado com barbante de algodão e levados
para mais uma pasteurização através de vapor.
2.3.1 Inoculação dos Sacos
Como resultado da produção de sementes de Shitake, após 4 dias de estufa
verificou-se a colonização micélial (imagem 9) das amostras não submetidas à meio de
cultura, com a colonização de esporos sobre o tecido morto do próprio cogumelo,
evidenciando que as situações de maior estresse e menor condição favorável à sua
sobrevivência é que promoveram o resultado positivo na produção de sementes, sendo
esta utilizada para inoculação dos sacos de substrato. As demais amostras foram
contaminadas e algumas não apresentaram desenvolvimento de quaisquer tipos de fungos
ou contaminantes.
30
Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo inteiro.
Fonte: O Autor, 2018.
Foram inoculados os sacos com o substrato pasteurizado utilizando partes do
cogumelo onde se localizavam as colônias do micélio (imagem 9). Sendo lacrados com
barbante e um tampão de algodão na saída, de forma que permita o arejamento do
substrato. A duração para a colonização total do substrato pelo fungo depende de cada
espécie, do tamanho do saco, quantidade de semente e principalmente da temperatura,
levando em torno de 3 semanas ou até um mês para colonização. Após esse período
começam a se formar os corpos de frutificação, a umidade deve ser mantida entre 90 e
95% até que os cogumelos atinjam 1cm, diminuindo relativamente para 85% em ambiente
fresco e ventilado.
Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização
micélial.
Fonte: O Autor, 2018.
31
Outro fator que devemos considerar durante o período de incubação é a
disponibilidade de oxigênio para desenvolvimento do fungo, sendo importante a
realização das trocas gasosas dos substratos, durante o crescimento vegetativo. Segundo
Donoghue & Denison (1995), o O2 estimula o crescimento do fungo, e altas
concentrações de CO2 afetam a sua atividade enzimática, diminuindo, assim, a
velocidade de miceliação.
2.3.2 Análise dos Custo de Produção
Os custos de produção com esse sistema foram mínimos, os materiais para
construção do sistema em partes foram reutilizados e outros doados, já para a inoculação
foram adquiridos, os cogumelos secos para produção das sementes, e o meio de cultura
xarope de glicose, para produção dos substratos a palha de arroz e farelo, o calcário, além
dos sacos de polipropileno abaixo na tabela podemos observar os valores. As primeiras
colheitas ocorrem com 10 a 15 dias após o micélio colonizar completamente o substrato,
a produção total do processo utilizando gramíneas e outras espécies vegetais como
substrato é, em média, 250 gramas/kg de substrato úmido (ENBRAPA, 2005).
Tabela 01. Custos de produção.
Materiais Valor
Farelo de Arroz 2kg R$ 3,00
Palha de Arroz 10kg R$ 3,00
Calcário Dolomito 1kg R$ 1,64
Sacos Polipropileno 20x30 1kg R$ 22,50
Cogumelos Desidratados R$ 26,90
Xarope de Glicose R$ 3,25
Total R$ 60,29
Fonte: O Autor, 2018.
Portanto é possível produzir em um pequeno espaço com 1kg de substrato úmido
250 gramas de cogumelos cada. O preço médio do Shitake fresco no mercado é de R$
15,00/kg, para o pequeno e médio produtor a técnica oferece grande potencial de
expansão, participando assim do mercado comercial.
32
Analisando a produção em números, um pequeno produtor com 300kg de substrato
produziria 75kg de cogumelo in natura, com preço de R$ 15,00/kg o produtor teria
gerando uma renda de R$ 1.125 atualmente maior que o salário mínimo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de produção de sementes foi realizado em duas tentativas, sendo a
segunda com sucesso apenas para uma das amostras, da qual foi utilizada para a
inoculação do substrato.
Durante a fase de incubação após 30 dias, pode-se observar a colonização micélial
pelo fungo em dois dos sacos de substrato, porém diversos fatores podem ter influenciado
a produção, podemos considerar que a quantidade de semente produzidas não foram
suficientes para colonizar completamente o substrato, como também a profundidade de
inoculação ou a linhagem escolhida, abaixo nas imagens podemos observar a colonização
do substrato pelo fungo.
Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena
colonização micélial.
Fonte: O Autor, 2018.
33
Devido a carência de se encontrar produtores na região afim de se obter sementes
de qualidade para a produção a curto prazo não obtivemos os resultados esperados,
portanto novos experimentos serão realizados com objetivo de melhor avaliar a eficiência
do sistema de produção, com relação a quantidade de frutificações por saco de substrato,
bem como peso, tamanho e o rendimento total entre as colheitas.
4. CONCLUSÃO
Concluiu-se com este trabalho que o cultivo em ambiente protegido pela técnica
Jun-cao é essencial para o sucesso da produção, podemos considerar que além da escolha
da linhagem a se produzir e utilização de sementes de boa qualidade, o sistema de
produção é responsivamente eficaz, por manter a temperatura e umidade necessária para
colonização micélial. O retorno financeiro é garantido mesmo com baixo investimento
inicial, principalmente pela demanda do produto fresco na região. Entretanto, a maior
dificuldade encontrada foi a produção de sementes viáveis demonstrando a alta
sensibilidade dos esporos de Shitake à contaminação de agentes diversos, sendo
necessários maiores e contínuos estudos e aprimoramento de técnicas de produção de
sementes em nossa região.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANPC - Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, O Setor de Cogumelos,
2018. Disponível em:
https://www.anpccogumelos.org/ Acessado em: 15 abr. 2018.
BASTAZANI. W. R. Cultivo de shitake (Lentinula edodes). Cogumelo Hobby. Jundiaí,
São Paulo, 2018. Disponível em:
http://www.cogumelohobby.com/Shiitake%20texto.htm Acessado em: 18 abr. 2018.
DIAS, E.S.; KOSHIKUMO, E.M.S.; SCHWAN, R.F.; SILVA, R. Cultivo de cogumelos
Pleurotus sajor-caju em diferentes resíduos agrícolas. Ciência e Agro tecnologia,
Lavras, 2003.
DONOGHUE, J. D.; DENISON, W. C. Shiitake cultivation: gas phase during
incubation influences productivity. Mycologia, New York, v. 87, n. 2, p. 239-244,
1995.
EMBRAPA - Produção de cogumelos comestíveis e medicinais técnica chinesa
modificada. Brasília –DF, 2005. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/186487. Acessado em: 20 abr. 2018.
34
EIRA, A. E.; MINHONI, M. T. A. Manual teórico-prático de cultivo de cogumelos
comestíveis. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais,
1996.96p.
FASIDI, I. O.; KADIRI, M. Use of agricultural wastes for the cultivation of Lentinus
subnudus (Polyporales: Polyporaceae) in Nigeria. Revista de Biologia Tropical, San
José, v. 41, n. 3, p. 411-415, 1993.
MACIEL, P. W. Cultivo de Lentinula edodes em diferentes condições de substrato e
temperatura. Lavras, 2012. Disponível em:
http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/1007/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cultivo%
20de%20Lentinula%20edodes%20em%20diferentes%20condi%C3%A7%C3%B5es%2
0de%20substrato%20e%20temperatura.pdf Acessado em: 12 abr. 2018.
OEI, Peter.; VAN NIEUWENHUIJZEN.B. O cultivo de cogumelos em pequena escala:
pleurotus, shiitake e orelha-de-pau. Fundação Agromisa e CTA, 1 ed.2006.
ROYSE, D. J. Effect of spawn run time and substrate nutrition on yield and a size of
the shiitake mushroom. Mycologia, New York, v. 77, n. 5, p. 756-762, 1985.
SANCHEZ, E. A. Cogumelo Shitake. Rede Rama, Vol. 02.- E-book curso de cogumelo
shitake- 2016. Disponível em:
http://rederama.com.br/ Acessado em 20 abr. 2018
SILVA, M. M. Cultivo de cogumelos comestíveis pela técnica jun-cao. Belo
Horizonte, Minas Gerais – 2011. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br Acessado em 22 abr. 2018
TOMAZ, W.; Único produtor de mato grosso está em chapada. Gazeta Digital - 2009.
Disponível em:
http://www.gazetadigital.com.br/ Acessado em 22 abr. 2018
TEIXEIRA, E. M. Efeito da suplementação de serragem de Eucalyptus grandis (Hill
ex Maiden), na velocidade e intensidade de colonização do substrato para produção
de Semente de Lentinula edodes (Berk.) Pegler e sua eficiência na produtividade.
Jaboticabal: UNESP, 1996. 37 p. Dissertação de Mestrado.
URBEN, A. F. Produção de cogumelos por meio de tecnologia chinesa modificada.
2. Ed. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2004.
35
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALFACE COM FERTILIZANTES
ORGANOMINERAIS
FERNANDO DA COSTA SANTOS
RESUMO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência produtiva, bem como o
desenvolvimento radicular, da alface mimosa, cultivada sob diferentes métodos
fertilizantes, na região de Sinop-MT. O Estudo foi conduzido foi desenvolvido na cidade
de Sinop-MT, no bairro Camping Club, contando com 5 caixas de madeira, suspensas a
50 centímetros do solo para evitar o ataque de pragas, sendo que cada uma continha 2
metros de comprimento, 10 centímetros de largura e 15 centímetros de altura. Os
tratamentos foram compostos por 5 diferentes tratamentos que referiam-se aos tipos de
adubação de produção, sendo: -Tratamento 1: 550g de cinza de madeira, - Tratamento 2:
700g de cama de frango, - Tratamento 3: 750g de esterco bovino, - Tratamento 4: 20g de
fertilizante químico N P K- 04-14-08 e - Tratamento 5: Testemunha. Nas variáveis
avaliadas por peso, observou-se que o T2 (Cama de Frango) e T3 (esterco bovino),
apresentaram os melhores desempenhos produtivos quanto ao peso de parte aérea, sendo
superiores até mesmo ao T4, fortalecendo a importância da prática da agricultura
orgânica, em resultados.
Palavras-chaves: Alface; Adubação orgânica; Comparativos.
36
1. INTRODUÇÃO
Muito popular e bastante, a alface é a hortaliça mais consumida pelos brasileiros,
representa 50% de toda produção e comercialização nacional desse segmento. Nos
últimos cinco anos o mercado de alface registrou um crescimento médio de 4% ao ano.
Segundo Paulo Koch, Diretor de Marketing da multinacional de sementes Sakata,
empresa líder em alface no Brasil (AGROLINK, 2016)
Os cultivares desta hortaliça se adaptam muito bem á diversidade climática do
país. O melhor período para a produção dessa folhosa é quando as temperaturas estão
menos elevadas, dias curtos e com temperaturas entre 20 e 25°C, assim o
desenvolvimento vegetativo é favorável para as maiorias das cultivares.
Quanto ao cultivo, a hortaliça requer cuidados minuciosos, com a alface não é
diferente, para obter plantas com boa qualidade o engenheiro agrônomo Rogério Minoru
Inab, do alto Tietê em São Paulo, explica que o primeiro cuidado é escolher a variedade
certa para a época do ano. Em seguida realizar um bom preparo do solo. Dentre os tipos
de manejo conhecidos, vem crescendo nesta cultura o cultivo orgânico, caracterizado pela
produção sem o uso de produtos químicos. Esse tipo de cultivo, além de ser
comprovadamente mais saudável e nutritivo, é menos agressivo a natureza, apesar do
preço ser um pouco mais elevado em relação aos produtos que tem o uso de agrotóxicos,
todos esses benefícios aumentaram a procura nos últimos anos. Esse tipo de manejo é
mais comum em pequenas propriedades e em agricultura familiar.
Segundo Ming Lui, (2016) diretor do Conselho Brasileiro de Produtos Orgânicos
e sustentáveis, 82% das famílias americanas consumiram orgânicos no ano de 20016/17,
já no Brasil essa mesma pesquisa mostra que esse número é de apenas 15%.
Algumas alternativas em fertilizantes para produzir alface e outar hortaliças
orgânicas podem ser encontradas na própria natureza com processo de transformação,
como no caso de cinza vegetal, que é obtida após a queima de madeira, do esterco bovino
e cama de frango encontrados na zona rural. Esses produtos fornecem os nutrientes
necessários ao bom desenvolvimento das plantas.
A cama de frango misturado com os resíduos da criação possui diversos
nutrientes, e pode permanecer por mais de ano, cuja quantidade depende do número de
aves confinadas. Entre os nutrientes, são encontrados além do Nitrogênio (N), Fósforo
(P), Potássio (K), Enxofre, Zinco, Magnésio, Ferro, Cobre a cama de frango ainda possui
37
matéria orgânica, que melhora a capacidade armazenamento de água, e facilita o
crescimento das raízes das plantas.
As cinzas apresentam em sua composição substância que podem corrigir a acidez
do solo, além de outros nutrientes essenciais para as plantas, como; Potássio, Cálcio,
Magnésio, Ferro, Manganês e Fosforo.
Esterco bovino é uma pratica de adubação milenar, perdeu seu prestigio no século
19 com a introdução da adubação mineral, e retornando retomando a importância nas
últimas décadas, com a preocupação com o ambiente, com a alimentação saudável. Nesse
adubo também são encontrados nutrientes importante para uma produção orgânica, como;
Fosforo, Nitrogênio, Potássio, Enxofre, Cálcio e Magnésio.
Com todos esses nutrientes encontrados na Cinza, Cama de frango, e Esterco
bovino, são de bom aproveito no cultivo de hortaliças orgânicas.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência produtiva, bem como o
desenvolvimento radicular, da alface mimosa, cultivada sob diferentes métodos
fertilizantes, na região de Sinop-MT.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Este experimento foi desenvolvido na cidade de Sinop-MT, no bairro Camping
Club, contando com 5 caixas de madeira, suspensas a 50 centímetros do solo para evitar
o ataque de pragas, sendo que cada uma continha 2 metros de comprimento, 10
centímetros de largura e 15 centímetros de altura. Conforme as figuras abaixo podemos
visualizar os canteiros para ao experimento
Figura 1: Construção dos canteiros
Fonte: O Autor, 2018.
38
Figura 2: Preparo dos tratamentos
Fonte: O Autor, 2018.
Os tratamentos foram compostos por diferentes tipos adubação de produção,
que se dividiram da seguinte forma:
-Tratamento 1: 550g de cinza de madeira,
- Tratamento 2: 700g de cama de frango,
- Tratamento 3: 750g de esterco bovino.
- Tratamento 4: 20g de fertilizante químico N P K- 04-14-08.
- Tratamento 5: Composto por uma testemunha sem adubação.
No dia 18 de abril de 2018, foram transplantadas 8 mudas de alface, variedade
mimosa, com 20 dias de germinadas, por canteiro, totalizando 40 plantas ao todo.
Sobre as mudas foi posto um sombrite de proteção de 50% para diminuir a
incidência solar e proporcionar melhor conforto térmico, a montagem final do campo
experimental pode ser observada na figura 3 abaixo.
Figura 3: Campo Experimental
Fonte: O Autor, 2018.
39
No dia 13 de maio de 2018 as plantas foram removidas para avaliação do
desenvolvimento radicular e foliar, escolhidas aleatoriamente 3 plantas por tratamento,
ao acaso, afim de evitar resultados falso-positivos, mesmo que visualmente as diferenças
eram notórias conforme demonstra a figura 4 abaixo.
Figura 4: Dia da colheita
Fonte: O Autor, 2018.
As avaliações de produtividade foram elaboradas da seguinte forma:
- Peso Médio de Raízes (PMR) = Média da pesagem das 3 plantas ao acaso dentro do
tratamento (37,5%) de parcela amostral.
- Peso Médio de Parte Aérea (PMPA) = Média da pesagem das 3 plantas ao acaso dentro
do tratamento (37,5%) de parcela amostral.
- Comprimento Médio de Raízes (CMR) = Média da mensuração das raízes de 3 plantas
ao acaso dentro do tratamento, representando
37,5% da parcela amostral.
- Comprimento Média da Parte Aérea (CMPA) = Média da mensuração da parte aérea em
vertical de 3 plantas ao acaso dentro do
tratamento, representando 37,5% da parcela
amostral.
40
- Largura Média de Folhas (LMF) = Média da mensuração da parte aérea na horizontal
de 3 plantas ao acaso dentro do tratamento,
representando 37,5% da parcela amostral.
Os resultados das avaliações foram anotados e feitos os cálculos em porcentagem
conforme resultados apresentados nas tabelas e gráficos a seguir.
3. RESULTADOS
A partir dos resultados expressos no gráfico 1, observa-se que as fontes
utilizadas de adubação orgânica obtiveram melhores respostas em relação as variáveis
analisadas (desempenho agrônomo da alface) quando comparado com o tratamento
testemunha (sem adubação).
Gráfico 1. Resultados de análise comparativa das variáveis analisadas, Comprimento
Médio de Folhas (CMF), Largura Média de Folhas (LMF), Comprimento Médio de
Raízes (CMR).
Fonte: O Autor, 2018.
Podemos visualizar no gráfico acima que o Tratamento 3 (Esterco bovino), CMR
foi maior até mesmo do que no tratamento 4 (FErt. Químico),conforme estudos de
Malavolta et al (2004), que afirmam existir correlação positiva entre as bactérias ruminais
dos bovinos com os compostos fosfatados, o que provavelmente assegurou melhor aporte
de energia ao T3 para o desempenho de raízes.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
T1 (cinza) T2 (cama de
frango)
T3 (esterco bovino) T4 (fer. Químico) T5 (testemunha)
Comprimento
Título do Eixo
Tratamentos
CMF(cm) LMF(cm) CMR(cm)
41
Para os demais tratamentos avaliados, observa-se que o T1 (cinzas) promoveu
menor CMF e LMF, sendo equiparado a T5 (testemunha) que não recebeu nenhum
tratamento fertilizante; Este fato pode ter ocorrido devido ao excesso de sais de potássio
na composição das cinzas vegetais, que por sua vez acidificam o ambiente onde
encontram-se em maior volume, neste caso a zona radicular das plantas, impedindo estas
de absorverem os demais nutrientes, o agravamento deste fator pode ser minimizado pela
incorporação em profundidade e maior tempo de espera entre a aplicação e o plantio da
alface.
Gráfico 2: Peso Médio da Parte Aérea (PMPA) e Peso Médio de Raízes(PMR)
Fonte: O Autor, 2018.
Já nas variáveis de peso, observou-se que o T2 (Cama de Frango) e T3 (esterco
bovino), apresentaram os melhores desempenhos produtivos quanto ao peso de parte
aérea, seno superiores até mesmo ao T4, fortalecendo a importância da prática da
agricultura orgânica, em resultados.
4. CONCLUSÃO
O uso da adubação com esterco bovino promoveu o maior desenvolvimento da
cultura da alface, em relação ao de cinza, cama de frango e fertilizante químico,
corroborando com as literaturas que mencionam as práticas de cultivo orgânico e
agroecológico como correto e segundo este estudo demonstrando resultados mais
satisfatórios do que as práticas convencionais. Apontamos ao final deste demonstrativo
que o cultivo orgânico e de baixo custo é alternativa viável ao pequeno produtor.
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
T1 (cinza) T2 (cama de
frango)
T3 (esterco
bovino)
T4 (fer.
Químico)
T5
(testemunha)
PesoemGramas
Tratamentos
Peso
PMPA(g) PMR(G)
42
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGROLINK, Mercado de alface cresce continuamente no Brasil. Boletim
informativo. Disponível em:
https://www.agrolink.com.br/noticias/mercado-de-alface-cresce-continuamente-no-
brasil_363989.html. Acesso em: 25 maio 2018.
CARMELLO, Q.A.C. & ROSSI, F. “Hidroponia – Solução Nutritiva” – Manual.
Viçosa – MG, CPT, 1997. 56 p. (Pág. 7 -15).
FAQUIN, V. Diagnose do estado nutricional das plantas. Lavras: UFLA/FAEPE,
2002.
LIBUY, W.R. Manual Especializado sobre Manejo de Nutrição de Plantas. CropKit:
2007 Tabaco. 107 p. (Pág. 53-61).
SAMPAIO, E.V.S.B. et al. Eficiência da adubação orgânica com esterco bovino e com
egeria densa. R. Bras. Ci. Solo; 2007, disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v31n5/a16v31n5.pdf. Acesso em: 23 maio 2018.
Organicos Brasil, acessado em 20 de junho de 2018
http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-read_article.php?articleId=1233.
43
PISCICULTURA E HIDROPONIA COM FLUXO CONTÍNUO DE ÁGUA
FRANCIELI CRISTINA MALAQUIAS
RESUMO:
O objetivo desse estudo foi testar um método de cultivo de peixe em um sistema de fluxo
contínuo de água em caixa d’água, visando a reprodução e a comercialização de lambari
aliado a uso de hidroponia. Esse projeto iniciou-se através de um trabalho do curso
Técnico Agropecuária da escola SECITEC- Sinop- MT com intuito de levar esse método
as pequenas propriedades e fomentando a agricultura familiar visando a
complementariedade de renda. Notamos na implantação do projeto a dificuldade de se
obter alevinos e a boa aceitação comercial do lambari para isca e petisco. Para o início do
projeto foram utilizados materiais acessíveis tais como caixa de 1000 litros, canos de
PVC, tambores de 50 litros, um motor de piscina de baixo custo. No decorrer do projeto
esses resultados foram concretizados, tamanho para abate, comportamento da sua
reprodução em cativeiro e desempenho de cultivares em hidroponia.
Palavras-chave: Piscicultura; Fluxo Contínuo; Hidroponia.
44
1. INTRODUÇÃO
Mato Grosso é o quarto produtor de peixes do Brasil com uma produção de 59,9
mil toneladas segundo a PEIXEBR (2016). Nosso é clima favorável, a grande
disponibilidade de água, fartura de matéria prima para fabricação de ração e a vocação
para o agronegócio, concede uma vantagem competitiva em relação aos demais estados
brasileiros. Com a utilização de espécies nativas e ração a base de vegetais a piscicultura
de Mato Grosso cresce em harmonia com a preservação do meio ambiente.
O sistema de produção de peixes em fluxo contínuo de água permite que haja
circulação de água de forma contínua pelas caixas d’aguas com alto grau de renovação.
Esta água deve ser filtrada para apresentar melhor qualidade ao seu retorno ao ciclo, como
retirada de resíduos sólidos e alguns nutrientes.
Esse projeto foi criado a partir de um trabalho desenvolvido no curso de técnico
em agropecuária, na escola SECITEC de SINOP-MT para identificar o tempo necessário
para os alevinos de lambari chegar ao ponto de abate e o comportamento dos alevinos
depois de sua reprodução em cativeiro. Notamos a dificuldade em adquirir alevinos de
lambari para isca ou até mesmo para a criação, já que a comercialização para petisco vem
atraindo mais adeptos. A possibilidade deste tipo de sistema suplementar a renda de
pequenos produtores familiares, bem como o aproveitamento das cultivares hidropônicas,
são reais.
Haja visto esta grande característica de mercado local, visa-se com este trabalho
dar mais ênfase nesse setor, pois tomamos como objetivo a reprodução, comercialização,
engorda de alevinos e produção de cultivares hidropônico em um sistema de criação de
peixe em caixas de água com fluxo continuam de água, onde notamos que o cultivo em
cativeiro e monitorado promoverá ganhos consideráveis.
Para atendimento destas características pensando no desenvolvimento da
agricultura familiar, deverá ser um projeto de baixo custo de implantação, manutenção e
de alimentação, se adequando a espaços pequenos, desde que seja bem mensurado
respeitando regras de cultivo do lambari. Se peixes forem criados a densidades altas, a
amônia deveria ser monitorada através de métodos de analíticos precisos (APHA 1989;
Boyd and Tucker 1992).
O objetivo deste trabalho é poder desenvolver berçários de baixo custo para a
reprodução desses alevinos, e dispor aos agricultores familiares que queiram desenvolver
esse projeto em suas propriedades e assim poderem comercializar e ter uma renda a mais.
45
2. METODOLOGIA
A parte inicial do projeto foi desenvolvida em sala de aula com auxílio de um
professor orientador, finalizando em maquete a disposição final dos equipamentos para
apresentação em feiras de ciência. A confecção e condução real do trabalho foi
desenvolvida em residência domiciliar na região de Sinop-MT, onde a logística seria mais
viável e a visibilidade do trabalho em operação também.
Os materiais utilizados para instalação do projeto foram: -Uma caixa quadrada de
plástico da cor branca de aproximadamente 1000 litros para a criação dos lambaris com
uma inclinação considerável para uma melhor circulação da água, foram instalados canos
de PVC de 50 mm para a circulação da água e mais dois tambores de 50 litros um para o
filtro e outro para uma caixa onde água que sai do filtro caixa dentro dela e assim ser
bombeada por uma bomba de piscina de baixa voltagem e aquática para que essa água
volte para dentro da caixa de criação com isso fechando o fluxo e a circulação da água.
Como demonstra as figuras abaixo.
Figura 01: Sistema montado Figura 02: Filtros
Fonte: O Autor,2017 Fonte: O Autor,2017
Figura 03: Cama de cultivo
Fonte: O Autor,2017
46
Um dos principais problemas em um sistema de produção de pescado com
recirculação de água é a remoção dos resíduos sólidos da água. Estes sólidos devem ser
removidos pois podem entupir o biofiltro, sufocar as bactérias nitrificantes e reduzir o
fluxo de água. Piper et al. (1982) determinou que são produzidos 0,3 kg de sólidos
sedimentáveis para cada quilo de alimento fornecido para os peixes. Liau e Mayo (1974)
descobriram que 70% da produção de amônia total é proveniente deste resíduo sólido.
No dia 06/07/2017 às 10h da manhã iniciou-se o enchimento da caixa de criação,
demorou aproximadamente 1h e 30 minutos para encher por completo com água. De
imediato foram colocados na caixa de criação 10 alevinos da espécie piau e mais 10
alevinos da espécie pintado, respeitando o limite de 30 minutos de descanso na água que
vieram do criadouro.
Abaixo segue tabela com cronograma das atividades registradas no decorrer do
projeto.
Tabela 1: Ocorrências observadas
Monitoramento das atividades na hidroponia
Data OCORRÊNCIA
07/07/2017
Ás 10h30min da manhã todos os alevinos da
espécie de pintado morreram e assim
decidimos deixar o tanque sem alevinos para
que ficasse circulando vazio até
descobríssemos o que teria acontecido com
esses alevinos.
10/07/2017
Ás 09h00min da manhã foi completada a caixa
de criação com água, pois percebemos que
tinham evaporado uma porcentagem dessa
água.
10/07/2017
As 11h30min da manhã foram colocadas um
copo de cal virgem dentro da caixa de criação
para o controle de PH.
10/07/2017
As 14h38min foram colocados 12 alevinos da
espécie de lambari respeitando o mesmo
descanso de 30 minutos.
11/07/2017
Foi percebido os alevinos com aspectos
saudáveis nadando normalmente e um dos
alevinos estava com a calda cortada.
12/07/2017
Foi encontrado o alevino sem a calda morta no
fundo da caixa de criação.
47
13/07/2017
Todos os alevinos normais se alimentando
muito bem.
14/07/2017
2 alevinos mortos e notamos os restantes
superficialmente agitados.
15/07/2017
7 alevinos amanheceram mortos com um PH
7,2 desses 7 alevinos 4 eram fêmeas com ovos.
As 10 horas colocamos 4 tijolos no fundo da
caixa de criação para o controle de
temperatura.
16/07/2017 Os 2 alevinos restante amanheceram mortos
18/07/2017
Foi esvaziado a caixa de criação e lavada e
depois enchida novamente, nos dias
19/07/2017 e 20/07/2017 foi deixado
circulando a água para a evaporação do cloro.
21/07/2017
Ás 18h30min foram colocados 12 alevinos da
espécie lambari respeitando novamente o
limite de 30 minutos com PH 6.2 para a
adaptação a água da caixa de criação estavam
com um PH 6.4.
22/07/2017 Amanheceram dois alevinos mortos.
23/07/2017
11h08min da manhã em diante não houve mais
ocorrência de morte de alevinos.
15/09/2017
Foram encontrados alevinos com 7,5 cm.
Como segue figura 4 abaixo.
07/11/2017 Foram encontrados alevinos com 2 cm.
25/02/2018
Foi desmontado o projeto no qual haviam 20
lambaris em fase adulta, 6 alevinos.
Aguapé
Utilizando como complemento de filtragem, oxigenação da agua, sendo também
utilizado para os lambaris fêmea colocarem seus ovos na raiz do mesmo, tornando um
ambiente mais próximo possível do natural.
48
Conforme figura abaixo podemos visualizar alevinos com 7,5 cm nascidos dentro do
experimento.
Figura 04: Alevinos
Fonte: O Autor,2017
3. RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS
Alguns resultados preliminares foram obtidos no que se trata de como retirar o
cloro da agua, nas observações feitas, concluiu-se que se deixar o sistema circulando por
3 dias sem a introdução de alevinos o cloro se evapora em sua totalidade, ainda cabe mais
estudos e pesquisas e testes para comprovação deste fato.
As causas das mortes de alevinos podem ter ocorrido em função do cloro alto que
a águas tratadas contem, ou a eficiência do filtro.
Em relação à reprodução e ganho de peso diário ainda não foram mensurados,
devido falta de mão-de obra e maiores quantidades de tanques disponíveis, visto que
quando adultos esta espécie pratica canibalismo, dificultando a contagem de filhotes por
fêmea.
A produção de hortaliças como alface e rúcula por necessitarem de altas
quantidades de nitrogênio disponível não tiveram bom desempenho no sistema, visto que
a amônia produzida pelos processos de nitrificação e desnitrificação, são rapidamente
perdidas para o sistema, por outro lado, culturas menos exigentes neste nutriente como a
hortelã adaptou-se bem ao sistema, garantindo o suprimento familiar do pequeno
produtor, além de tratar-se de pratica sustentável, ecologicamente correta e
economicamente viável pelo fornecimento de nutrientes provenientes dos dejetos dos
peixes.
49
4. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos foram de que é possível os lambaris se reproduzirem em
cativeiros desde que esses alevinos sejam colocados em outra caixa para não ocorrer o
canibalismo. A planta de aguapé no sistema ajuda na oxigenação da agua, na limpeza e
na reprodução pois as fêmeas colocam seus ovos nas raízes da planta. Quanto a
hidroponia, novos testes são necessários para verificar e corrigir os possíveis entraves da
produção de hortaliças folhosas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA (American Public Health Association, American Water Works Association, and
Water Pollution Control Federation). 1989. Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater. 17th edition. APHA. Washington, DC Disponivel em:
https://www.mwa.co.th/download/file_upload/SMWW_1000-3000.pdf Acessado
em 20 set. 2017.
Boyd, C.E. and C.S. Tucker. 1992. Water Quality and Pond Soil Analyses for
Aquaculture. Auburn University, AL. 183 pp.Disponivel em:
http://www.ag.auburn.edu/fish/documents/International_Pubs/R&D%20Series/4
3%20-%20Water%20Quality%20for%20Pond%20Aquaculture.pdf. Acessado em
20 de out. 2017
Liao, P.B. and R.D.Mayo. 1974. Intensified fish culture combining water
reconditioning and pollution abatement. Aquaculture 3: 61-85.Disponivel em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0044848674900994
Acessado em 19 set. 2017.
Peixe BR. Mato Grosso autoriza criação de Tilápia em tanque rede,2016. Disponível
em:
<http://www.peixebr.com.br/mato-grosso-autoriza-criacao-de-tilapia-em-tanque-rede/>.
Acessado em:19 set. 2017.
PARKER, N.C., and M.S. Suttle 1987. Design of airlift pumps for water circulation
and aeration in aquaculture. Aquaculture Engineering 6: 97-110.Disponivel
em:https://www.researchgate.net/.../253241389_Experimental_Investigation_of_
Air_Lift_P...Acessado em: 20 de out. 2017.
Piper, R.G. and five other authors. 1982. Fish Hatchery Management. U.S. FWS,
Washington, DC. 517 pp. Disponível
em:https://archive.org/details/fishhatcherymana00pipe Acessado em: 20 de out. 2017.
50
MONTAGEM DE UM IRRIGADOR SOLAR PARA PEQUENAS
PROPRIEDADES
JEFERSON ESTEVES BARRETO
RESUMO:
A procura por produtos orgânicos e mais saudáveis vem aumentando a cada dia, e em
contrapartida os produtores de hortaliças estão mudando a maneira de pensar, procurando
alternativas tecnológicas para melhorar a sua produção. O grande vilão que os produtores
vêm enfrentando na produção de seus produtos orgânicos, são a escassez de água e a
energia cada vez mais caras. Uma alternativa encontrada fui à construção de um irrigador
solar de baixo custo e com produtos recicláveis, esse projeto parte da termodinâmica onde
o calor do sol faz com que o irrigador funcione. O funcionamento desse sistema se da
devido ao calor que se acumula no interior da garrafa exercendo uma grande pressão em
seu interior, fazendo a água em seu interior saia através de uma manguei posta no
acoplador percorrendo toda a sua extremidade caindo em outro recipiente de plástico onde
consta uma pequena bóia feita de garrafa pet assim controlando a saída da água para a
mangueira de irrigação, quando a incidência solar diminui a pressão no interior da garrafa
de vidro escuro acaba formando um vácuo e assim puxando água do reservatório, ou seja,
do tambor de 20 litros. Para verificar a eficiência deste sistema é que foi conduzido este
projeto, conduzido em residência particular na cidade de Sinop-MT. Concluiu-se ao
término dos trabalhos que o sistema é bastante eficaz no auxílio da irrigação de pequenas
propriedades, tais como, hortas, jardins, plantações pequenas de frutíferas entre outros,
desde que a incidência de luz solar seja captada pelo irrigador. A desvantagem desse
sistema que seu funcionamento fica limitado a áreas pequenas de irrigação.
Palavras-chave: Irrigador; Escassez de água; Energia; Produtos orgânicos.
51
1. INTRODUÇÃO
Segundo BERNARDO (1997), a finalidade básica da irrigação é proporcionar
água de qualidade a atender todas as necessidades e exigência hídricas da cultura durante
todo o seu ciclo, assim possibilitar altas produtividades e produtos de qualidade.
De acordo com LIMA, FERREIRA, CHRISTOFIDIS, (1999) a quantidade de
água existente é finita e sua disponibilidade diminui gradativamente devido ao
crescimento populacional, o crescimento das fronteiras agrícolas e a degradação do meio
ambiente. Assim a demanda por produtos orgânicos e mais saudáveis tem aumentado
gradativamente, em conseqüência do aumento da população, e a escassez hídrica e
energética, houve a necessidade de mudar as políticas públicas, e adoção de novas
tecnologias que possibilitem maior produtividade.
Devido a esse cenário resolveu-se desenvolver esse projeto criado pelo professor
e pesquisador da Embrapa instrumentos Washington L. B. Melo (2015) que desenvolveu
um irrigador solar produzido com produtos recicláveis. Seu funcionamento é movido a
energia solar que empurra a água através de uma mangueira por gotejamento, assim
economizando tanto com energia como desperdício de água.
Esse projeto de pesquisa visa analisar a eficácia e o funcionamento desse irrigador
em pequenas propriedades. O uso desses sistemas aplicado em condições de campo
possibilitará uma intensificação na produção de hortaliças e leguminosas, uma vez que o
desempenho tende a ser melhorado.
Assim, objetivou-se avaliar o fornecimento e abastecimento adequado de água
para a cultura da abobora, a vazão dos bicos de irrigação, o turno de rega e a vazão do
sistema.
2. MATERIAIS E METODOS.
Esse projeto de pesquisa foi desenvolvido em uma residência situado na Rua das
Arecas nº 232, no bairro Setor Residencial Norte na cidade de Sinop no estado de Mato
Grosso, foi utilizado um tambor plástico de 20 litros, um frasco de vidro de 1 litro de
capacidade, uma garrafa pet, de 500 ml, um cano de PVC de 50 mm, um capo de 50 mm,
mangueiras, isopor, pregos, furadeira, brocas, serrote, madeira, cano de PVC de 25 mm.
52
Passo 01: Foi confeccionado o acoplado para as mangueiras, pegando-se um
pedaço de cano de PVC de aproximadamente 10 cm, onde uma das entradas do cano foi
acoplada ao litro de vidro que receberá a luz solar e o converterá em calor; Na outra
extremidade do cano foi produzido um tampo de isopor com um furo no meio, onde foi
colocado um pedaço de aproximadamente 50 cm, o mesmo vai ser introduzido uma das
pontas no tambor e a outra dentro da garrafa, foi feito um furo na lateral do cano de PVC
para que possa ser colocada uma mangueira que vai conduzir a água que sai do tambor
de 20 litros até o distribuidor da água de irrigação. O resultado pode ser observado na
imagem 01 abaixo.
Imagem 01: Acoplador para mangueira.
Fonte: Próprio, 2018
Passo 02: Foi feito um furto no meio do tambor de 20 litros, para que seja
introduzida a mangueira de aproximadamente 50 cm do acoplador por onde vai ser
extraída a água de seu interior. O resultado pode ser observado na imagem 02 abaixo.
Imagem 02: Furo.
Fonte: Próprio, 2018
53
Passo 03: Foi montado um suporte de madeira onde vão ser fixados o acoplador
e o distribuidor de irrigação, esse suporte foi acondicionado sobre o tambor de 20 litros e
reforçado com arames. O resultado pode ser observado na imagem 03 abaixo.
Imagem 03: Estrutura de Madeira com acoplador.
Fonte: Próprio, 2018
Passo 04: Na outra extremidade do acoplador que fica por cima foi introduzida
uma garrafa de 1 litro de vidro que foi pintada de preto assim a incidência de calor é
menos refratada, aumentando o aquecimento da mesma, e a outra ponta da mangueira de
50 cm foi colocada por dentro do litro de vidro. O resultado pode ser observado na
imagem 04 abaixo.
Imagem 04: Garrafa de vidro.
Fonte: Próprio, 2018.
54
Passo 5: A confecção do distribuidor de irrigação, foi cortado um cano de PVC
de 50 mm da mesma altura do tambor de 20 litros, foi colocado um capo também de 50
mm em uma das extremidades do cano e feito um furo para que a mangueira de irrigação
possa ser colocada e assim espalhada na horta para que seja molhada através de
gotejamento. O resultado pode ser observado na imagem 05 abaixo.
Imagem 05: Distribuidor de irrigação.
Fonte: Próprio, 2018.
Imagem 06: O irrigador Solar
Fonte: Próprio, 2018.
A maioria dos materiais utilizados para a montagem do projeto não tiveram
custo, pois, são produtos recicláveis que conseguidos com terceiros, ou seja, difícil de
mensurar os valores. A estimativa do custo total de implantação do sistema é apresentada
na tabela 1 abaixo.
55
Tabela 01. Custo de produção.
Materiais Valor
Tambor de 20 litros usado R$10,00
Mangueira de jardim R$1,30 metro 5 metros R$ 6,50
Garrafa pet de 500 ml R$ 1,30
Cano de PVC de 50 cm de altura R$ 0,00
Garrafas de vidros R$ 0,00
Cano de PVC de ¾ 10 cm R$ 0,00
Garrafa pet 2 lt R$ 0,00
Total R$ 17,80
Fonte: Próprio, 2018.
O protótipo nº 01 do irrigador foi posto em local com bastante incidência de luz
solar, mas nos primeiros testes com a garrafa de vidro transparente a temperatura não foi
muito alta, assim o sistema não funcionou como o esperado.
Foi trocado a garrafa de vidro transparente por uma garrafa de vidro escura
(como mostrado na figura nº 07), pois, foi notado que o calor no seu interior era maior.
Imagem 07: O irrigador solar com vidro escuro.
Fonte: Próprio, 2018.
A vazão do sistema foi testada em uma mangueira de irrigação de 5 metros e
avaliados dois bicos um próximo ao sistema e o outro no final da mangueira de irrigação,
mensurando em 1 minuto, quantos ml consegue encher de um copo graduado, Repetiu-se
este processo por 5 dias, nas horas mais quentes do dia, ou seja, quando o sistema
apresentava sua eficiência máxima, como mostra na imagem abaixo.
56
Imagem 08: Copo medida
Fonte: Próprio, 2018.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O funcionamento desse sistema se dá devido ao calor que se acumula no interior
da garrafa exercendo uma grande pressão em seu interior, fazendo a água em seu interior
ser expelida através de uma mangueira que sai do acoplador percorrendo toda a sua
extremidade caindo em outro recipiente de plástico onde consta uma pequena bóia feita
de garrafa pet, assim controlando a saída da água para a mangueira de irrigação, quando
a incidência solar diminuir, a pressão no interior da garrafa de vidro escuro acabe
formando um vácuo e assim puxando água do reservatório de água, ou seja, do tambor de
20 litros.
Na tabela e abaixo estão expressos os resultados da vazão do sistema
Tabela 02. Potencialização dos bicos 01 e 02 e media entre eles.
Data Bico 01 Bico 02
30/05/2018 50 ml 30 ml
31/05/2018 55 ml 35 ml
01/06/2018 48 ml 29 ml
02/06/2018 50 ml 33 ml
03/06/2018 45 ml 27 ml
Média 49,6 ml 30,8 ml
Fonte: Próprio, 2018
A tabela acima ilustra bem a média de 49,6 ml para o bico 01 e 30,8 ml para o
bico 02 dos 5 dias analisado, os valores divergem pelo fato que, quanto mais distante os
bicos são da base do sistema a pressão diminui.
57
Como a mensuração foi feita em apenas dois bicos do sistema o turno de rega
não foi analisado, pois, o sistema deve ser adaptado para que sempre tenha água
disponível, adaptando na boca do tambor de 20 litros uma bóia juntamente com uma
entrada para mangueira, com isso pode-ser acoplado uma mangueira de água assim que
for abaixando o nível de água do tambor de 20 litros a bóia se abre liberando a entrada de
água.
4. CONCLUSÃO
Conclui-se que esse sistema e bastante eficaz no auxílio da irrigação de pequenas
propriedades, tais como, hortas, jardins, plantações pequenas de frutíferas entre outros,
desde que a incidência de luz solar seja captada pelo irrigador. O fato de sua dimensão
também constitui sua maior deficiência, pois fica limitado ao funcionamento em
pequenos empreendimentos.
Neste projeto foi utilizado garrafa de vidro de 3 litros escuro no qual o sistema foi
eficaz, se fosse utilizado uma garrafa de vidro menor como, por exemplo, uma de cerveja
o mesmo sistema seria eficaz? Isso se mostraria em uma pesquisa futura.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDO, S. Impacto ambiental da irrigação no Brasil. Recursos hídricos e
desenvolvimento sustentável da agricultura. Viçosa: MMA, SRH, ABEAS, UFV, v.
34, 1997.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2016. Disponível em:
https://www.embrapa.br/instrumentacao/busca-de-
publicacoes//publicacao/1057985/irrigador-solar-instrucoes-de-montagem-e-de-
funcionamento, Acessado em: 10 abr. 2018.
LIMA, J.E.F.W.; FERREIRA, R.S.A.; CHRISTOFIDIS, D. O uso da irrigação no
Brasil. O estado das águas no Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica. CD-
ROM, 1999.
MAROUELLI, W.A.; & SILVA, W.L. de C.; DA SILVA, H.R. Manejo da irrigação
em hortaliças. EMBRAPA-SPI, 1996.
YOUTUBE - Guia rápido de montagem irrigador solar, 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=QwBneVEyyBE>,Acessado em: 18 abr. 2018.

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TCC COLETANEA TECNICO EM AGROPECUARIA VOLUME 1

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DO MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO E CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – SECITEC ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA DE SINOP VOLUME I ADERSON ESPARTEL ROHDE ELVES ANDRE VICENTE ANTENÓGENES APOITIA EVANGELA CRISTIANE GIELOW FERNANDO DA COSTA SANTOS FRANCIELE CRISTINA MALAQUIAS JEFERSON ESTEVES BARRETO COLETÂNEA DE ARTIGOS DOS TECNICOS EM AGROPECUÁRIA TURMA 2016. SINOP/MT 2018
  • 2. APRESENTAÇÃO É com satisfação que encerramos o ano de 2018 com nossa coletânea de artigos científicos sendo de grande importância para a sociedade e assim contribuindo para o desenvolvimento da ciência em nosso país. Este livro é o resultado de pesquisas de iniciação cientifica dos Técnicos em Agropecuária, formados em vinte e três de agosto de dois mil e dezoito. Estas pesquisas visaram o desenvolvimento e analise teórico e prático de técnicas de produção, para que novos profissionais vislumbrassem o papel participativo de suas profissões em seu dia-a- dia. Nossos agradecimentos a todos os autores e avaliadores que contribuíram para o enriquecimento do conhecimento científico da coletânea volume I dos técnicos em agropecuária. Turma Agropotência, 2016. SINOP/MT 2018
  • 3. FICHA DE APROVAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso, submetido à apresentação pública, como requisito para a obtenção do Título de Técnico em Agropecuária. Sinop/MT, ____ de ______________ 2018 ______________________________________________ Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente Professor Orientador ______________________________________________________ Profª Ms. Eliane Maria Costa Professor(a) Avaliador(a) ______________________________________________________ Prof. Esp. Djeorjenes Sergio Niesciur Professor(a) Avaliador(a)
  • 4. SUMÁRIO MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CITRUS, PARA OBTENÇÃO DE MUDAS DE ALTO VALOR GENÉTICO: / Enxertia por borbulhia em “t” normal e “t” invertido 06 Aderson Espartel Rohde, Elvis André Vicente Antenogenes Apoita. PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO 19 Evangela Cristiane Gielow AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALFACE COM FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 35 Fernando Da Costa Santos PISCICULTURA E HIDROPONIA COM FLUXO CONTÍNUO DE ÁGUA 43 Francieli Cristina Malaquias MONTAGEM DE UM IRRIGADOR SOLAR PARA PEQUENAS PROPRIEDADES 50 Jeferson Esteves Barreto
  • 6. 6 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CITRUS, PARA OBTENÇÃO DE MUDAS DE ALTO VALOR GENÉTICO: Enxertia por borbulhia em “t” normal e “t” invertido ADERSON ESPARTEL ROHDE ELVIS ANDRÉ VICENTE ANTENOGENES APOITA RESUMO: O trabalho foi realizado em uma propriedade particular no perímetro urbano de Sinop/MT com o objetivo de avaliar os tipos de propagação de citrus com o método de enxertia em borbulhia, onde se resume no método de borbulhia em “T” de posição normal e invertido, desprezando assim qualquer tipo de aplicação de adubo ou nutrientes. O experimento foi realizado com 18 porta enxertos que foram adquiridas na EMPAER, sendo que foram divididos em 10 porta enxertos de Limão Cravo e 08 Porta Enxerto de Limão San Diego (espécie anã de alta resistência). No dia 04.04.2018 foram extraídas as gemas das matrizes e realizadas as enxertias nos porta enxertos, com as espécies de Limão Taithí, Laranja Pêra e Mexerica, com 50% de cada método proposto (T normal e invertido); No dia 25 de abril de 2018, foram removidas as fitas de isolamento para verificar a taxa de pegamento dos métodos e espécies utilizadas consolidando o final do período de estudo. Os resultados apontaram que das espécies analisadas, as amostras da variedade do Citrus Limão San Diego não houveram pegamentos e vieram a secar, enquanto 90% das amostras da variedade do Citrus Limão Cravo obtiveram pegamento. Observou-se que os porta-enxertos com os citrus de Limão Cravo apresentavam diâmetro 15% maior em relação ao citrus Limão San Diego. Na data do início do experimento a variedade “Cravo” estava com 6mm enquanto o “San Diego” estava com 4mm, existindo essa diferença e com os resultados apontados, acredita-se que a variedade “San Diego” não desenvolveu pelo fato de ser muito final, contribuindo para que não obtivessem êxito da variedade. Em relação ao método de borbulhia em “T” normal ou invertido, não foram constatadas diferenças significativas. Palavras-Chaves: Enxertia; Borbulhia; Limão Cravo; Limão San Diego
  • 7. 7 1. INTRODUÇÃO O Citrus é do gênero de plantas da família Rutaceae, ordem Sapindale, originária do sudeste tropical e subtropical da Ásia. O grupo é dividido em três espécies e com vários híbridos naturais cultivados, incluído as frutas habitualmente designadas por citrinos, como a laranja (C. Sinensis – Surgiu a 1400 d.C.), o Limão (C. Limon – Surgiu a 1150 d.C), a Tangerina (C. Reticulata –Surgiu a 1805 d.C.), a Cidra (C. medica – Surgiu a 310 a.C), como também a lima e algumas não tão conhecidas, como a Toranja e a Clementina. (Nunes, 2012). Entre os métodos de propagação existentes para as culturas frutíferas, nos Citrus podem serem usados os métodos de propagação por Semente, Alporquia, Estaquia e a Enxertia. A enxertia surgiu por volta de 1.500 a.C. e entre 1.400 a 1.600 d.C., encontraram-se diversos registros de plantas enxertadas e a partir do século XIX, já haviam centenas de técnicas descritas. (LOPES, 2016). A utilização da enxertia em plantas lenhosas é conhecida pelos chineses há três mil anos, e Aristóteles (384–322 a.c) em sua obra já faz referência á utilização dessa prática na época do Império Romano (GOTO, 2003). Entre os métodos de propagação por enxertia, pode-se dizer que os mesmos subdividem em Enxertia por Encostia, por Garfagem e por Borbulhia ou também conhecido como enxerto da gema. Na Enxertia por Borbulhia, ou Enxerto da Gema, é usado os métodos de Anel, Janela Fechada, Janela Aberta, o “T” invertido e o “T” normal. Alguns autores afirmam que o método de propagação por Enxertia promove vantagens como a precocidade na produção, aumento de produção, mudas idênticas as plantas mães, são resistentes aos patógenos e pragas, boa indução ao pegamento, boa adaptação ao solo e clima, uniformidade e até mesmo levar as plantas estéreis a produzirem. Já as desvantagens são as possíveis incompatibilidades entre o porta- enxerto e enxerto, iniciam a brotação de ramos vigorosos que devem ser eliminados, dificuldade no posicionamento dos tecidos, a necessidade de isolar o ponto de enxertia com fitas isolantes ou ceras para evitar a perda de agua e a penetração de patógenos e fungos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o método de enxertia por borbulhia em T normal e invertido utilizando porta-enxertos de baixo valor comercial e boa adaptabilidade ao clima tropical da região da região, enxertados com limão Taithí, Laranja Pêra e Mexericas, afim de avaliar quais culturas e o método mais indicado para nossa região.
  • 8. 8 2. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi conduzido nos meses de março à maio de 2018 em residência domiciliar, na região de Sinop- MT, onde foram adotados 18 porta enxertos (cavalo), sendo que destes, 10 eram da espécie do Citrus Limão Cravo e 8 da espécie do Citrus Limão San Diego, obtidos junto à EMPAER, assim como os galhos e gemas das espécies de Laranja Pera D6, Limão Taithí CNPMF 02 e Mexericas, onde foram extraídas as gemas para a enxertia (Figuras 1 e 2). No viveiro de mudas da Empresa parceira, foi possível escolher e padronizar os porta- enxertos por porte e sanidade, afim de evitar resultados falso-positivos na condução do trabalho conforme podemos observar na figura 01 e 02. Figura 01: Viveiro de Produção de Porta-enxertos da EMPAER Fonte: Própria, 2018 Abaixo podemos visualizar as matrizes de extração de gemas (Borboleira) da EMPAER Figura 02: Matrizes de extração de gemas (Borboleira) da EMPAER Fonte: Própria, 2018
  • 9. 9 Com os portas-enxertos adquiridos, no dia 04 de Abril de 2018 deu-se ao início do experimento, para que a sanidade do mesmo evoluísse satisfatoriamente foram usadas como material de manipulação o Alicate de corte, canivete, fitas Isolantes apropriadas e para esterilização o Álcool 70% (Figura 3). Figura 03: Materiais usados para o processo de preparo e enxertia das borbulhas Fonte: Propria, 2018 Sabe-se que para que uma planta seja bem vigorosa, necessariamente terá que ter um Porta Enxerto (Cavalo) de qualidade e de uma boa resistência, com isso foi usado para tais o Limão Cravo e o Limão San Diego (espécie nova de alta resistência e durabilidade de acordo com Sr. Vanderlei Conceição Araújo Tec. Agrícola da EMPAER). Figura 04: Porta Enxertos (Limão Cravo à esquerda e Limão San Diego à direita), já no local do experimento. Fonte: Própria, 2018
  • 10. 10 Após a escolha do Porta Enxerto (Cavalos), sequencialmente e primordial vem a escolha das gemas matrizes de qualidade, com isso foi escolhido a espécie de Laranja Pera D6, Limão Taithi CNPMF e a Mexerica. As figuras 5, 6 e 7 demonstram os ramos das matrizes das espécies de onde foram extraídas as borbulhas para a enxertia. Figura 05: Gema Laranja pera D6 Fonte: Própria, 2018 Figura 06: Mexerica Fonte: MF RURAL, 2018 Figura 07: Limão Taithi CNPMF Fonte: Própria, 2018 Após a escolha dos porta enxertos, das gemas e das variedades dos citrus, na sequência iniciou-se os trabalhos de corte e introdução das gemas nos cavalos de acordo com as figuras 8 e 9.
  • 11. 11 Figura 08: Corte em “T” invertido Fonte: INFORAGRO, 2018 Figura 09: Corte em “T” Normal Fonte: Própria, 2018 Após o corte dos cavalos, iniciou-se a escolha das gemas mais sadias visivelmente melhores e que se adaptam em seus respectivos cortes. Sendo os porta-enxertos divididos em 50% para cada método de enxertia (figura 10).. Figura 10: Gemas (responsáveis pelas futuras plantas) Fonte: INFORAGRO, 2018 Para melhor entender o funcionamento do método de enxertia demonstraremos nas figuras 11 e 12 abaixo
  • 12. 12 Figura 11: Extração das Gemas à transplantar Fonte: Própria, 2018 Figura 12: Gemas inseridas com sucesso Fonte: Própria, 2018
  • 13. 13 Para o processo de inserção das gemas nos cavalos, deve-se tomar muito cuidado ao manuseá-los para não contaminar as gemas e consequentemente prejudicar o pegamento, contaminando assim o sucesso do experimento. Após a inserção das gemas nos cavalos, a vedação é necessária para que não entre umidade e venha a criar fungos que comprometa que possibilitem a morte das gemas transplantadas, esta fase requer cuidado especial por se tratar de tecido vivo, como é demonstrado nas figuras abaixo. Figura 13: Isolamento da Gema (“T” normal) Fonte: Própria, 2018 Figura 14: Isolamento da Gema (“T” invertido) Fonte: Própria, 2018
  • 14. 14 Após o termino do processo, o local de repouso para pegamento dos enxertos foi área de canteiro parcialmente sombreada nas horas mais quentes do dia, tem aproximadamente 1,00m de largura por 1,65metros de comprimento e nesse caso totalizando 1,65m². A figura 15 nos mostra que as mudas ficaram em repouso de por 22 dias para a consolidação do pegamento, sendo removidas as proteções plásticas após esse período para verificação dos resultados. Figura 15: Mudas já enxertadas e no local de repouso Fonte: Própria, 2018 Com todas as etapas para produção de mudas sadias concluídas, necessariamente adota-se um período de pousio para a abertura dos enxertos, consequentemente a verificação dos resultados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Sabendo da necessidade de se criar meios mais eficientes aos métodos de propagação na cultura do citrus, o experimento teve como base os meios de propagação com o uso do método de burbulhia em “T” Normal e Invertido. O objetivo principal do
  • 15. 15 experimento foi analisar quais dos dois métodos se desenvolveria melhor nas duas variedades. Para acompanhar e compreender melhor o experimento, nas tabelas abaixo pode-se notar as diferenças nos diâmetros dos caules de cada planta usada e consequentemente o seu desenvolvimento e pegamento. Tabela 01: Taxa de pegação em porta-enxertos de Limão San Diego Espécie Variedade Porta Enxerto Variedade Enxertada Diâmetro Médio Inicial Diâmetro Médio Final Resultado Pegamento Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Taithí CNPMF 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não Citrus San Diego Mexericas 4,00mm 5,00mm Não Fonte: Própria, 2018. De acordo com a tabela acima podemos concluir que 100% das variedades enxertadas nos Porta Enxertos Citrus San Diego, não obtiveram resultados positivos. Tabela 02: Taxa de pegação em porta-enxertos de Limão Cravo Espécie Variedade Porta Enxerto Variedade Enxertada Diâmetro Medio Inicial Diâmetro Medio Final Resultado Pegamento Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Laranja Pera D6 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Sim Citrus Cravo Mexericas 5,00mm 6,00mm Não Fonte: Própria, 2018. De acordo com a tabela acima podemos notar que 90% das variedades enxertadas nos Porta Enxertos Citrus Cravo obtiveram resultados positivos. Durante a condução do trabalho, não foram constatadas interferências de pragas e/ou doenças que viessem a
  • 16. 16 comprometer a sanidade das espécies e que pudessem comprometer o desenvolvimento das gemas enxertadas. Conforme a tabela 1, verificou-se uma taxa de pegamento nula para os porta- enxertos da variedade San Diego. Possivelmente o diâmetro imediatamente inferior dos porta-enxertos de limão San Diego seja um fator do não pegamento das espécies enxertadas, pelo fato de ser muito fino e consequentemente levou a obrigação de enxertar gemas menores, mais frágeis e com menor predisposição ao desenvolvimento, vindo a frustrar o resultado. Entretanto, outro dado importante é sua baixa capacidade de adaptabilidade em climas tropicais secos, sendo por isso, um possível candidato à espécie a ser usada para enxertia e não como porta-enxerto. Por outro lado, nos porta-enxertos da variedade de Limão Cravo, a taxa de pegamento foi de 90%, comprovando trabalhos anteriores de outros pesquisadores que comprovam a eficiência do método, pelas características de rusticidade, resistência ao calor e períodos de veranico, bem como moderada resistência a solos de baixa fertilidade. Na figura abaixo vem demonstrando o pegamento de uns e a contaminação dos outros. Figura 16: Resultado do experimento. . Fonte: Própria, 2018 Independentemente do método de borbulhia, em “T” normal ou invertido, não foram constatadas diferenças significativas.
  • 17. 17 4. CONCLUSÃO Com os resultados do experimento, chegou-se à conclusão para o mesmo que o valor de um diâmetro seguro para executar a enxertia com o método de Borbulhia em “T” normal ou invertido é de no mínimo 5,00mm. Não descartando a possibilidade da execução de um novo experimento para certificar os resultados apontados. 5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOTO, R. et al. Enxertia em hortaliças. São Paulo,UNESP, 2003. LOPES, J.C.et al. Enxertia em Fruteiras. Tópicos Especiais em Produção Vegetal VI, p. 37, 2016. MELO, B. de. Nucleo de Estudo em Fruticultura no Cerrado. Uberlândia: UFU, 2003. Disponível em: http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/reproducao9.htm . Acessado em: 15 abr. 2018. NUNES, S.; Dias, T. Formas de Propagação dos Citrus. Goiatuba: FESG, 2012. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfLagAK/formas- propagacaos-dos-citros . Acessado em: Abril.2018. RIBEIRO G.D. Enxertia em Fruteiras. Porto Velho: EMBRAPA, 2005. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/859550/1/rt92enxertiadefruteiras. pdf . Acessado em: 20 abr. 2018. SOUZA A.G.C. de. Produção de Mudas de Laranja. Manaus: EMBRAPA, 2002. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAA-2009/10248/1/circ_tec14.pdf . Acessado em: 09 abr. 2018.
  • 18. 18 PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO EVANGELA CRISTIANE GIELOW RESUMO: Este trabalho objetivou desenvolver um sistema de produção de cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara climatizada, afim de levar à população esse alimento saudável. Para isso, construiu-se um sistema caseiro de câmara de vegetação de baixo custo, baseada nos conceitos de ar-condicionado caseiro e umidificador caseiro. O maior empecilho encontrado ao longo do trabalho foi o auto custo de aquisição de sementes do fungo Shitake, bem como ausência de mercados fornecedores do produto in natura próximos à região de condução do experimento, tornando-se necessária a reanimação de cogumelos desidratados para extrair os resíduos de micélios viáveis e adormecidos nestes. O experimento foi conduzido no laboratório de físico-química da Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Sinop-MT, tomando todos os devidos cuidados de profilaxia para tirar o maior proveito do material manipulado. Até o presente momento os substratos inoculados com os micélios viáveis obtidos a partir do processo descrito, não apresentaram frutificação, necessitando maior tempo de incubação ou ainda aprimoramento do treinamento dos manipuladores afim de evitar possíveis contaminações. Palavras-Chave: Cogumelo comestível; Fungos; Técnica Jun-Cao; Cultivo de Cogumelos.
  • 19. 19 1. INTRODUÇÃO Os cogumelos são as frutificações de alguns fungos, e poucas pessoas conhecem suas variedades e os benefícios que possuem. Pertencentes ás classes dos Ascomycetes e Basidiomycetes do reino Fungi, constituem-se em um grupo de seres vivos com diversas formas e variedades que não realizam a fotossíntese, sendo decompositores de matéria orgânica desde troncos de árvores, gramíneas e outros compostos, obtendo como alimento outros seres dos quais se associam. Os micélios são os corpos vivos dos fungos, estes são constituídos de filamentos com aparência de uma pequena teia as chamadas hifas, quando compatíveis sexualmente se juntam e começam a formar os corpos de frutificação, das quais chamamos essas estruturas cogumelos (OEI, 2006). No Brasil, apesar de não fazer parte do hábito alimentar da grande maioria da população, sendo restrito a grupos econômicos e culturais mais favorecidos, existe uma tendência de aumento na produção e consumo de cogumelos como fonte de nutrientes (DIAS et al, 2003). O consumo nacional destaca a variedade Champignon paris e em segundo lugar o Shitake, sendo esse o mais antigo produzido no mundo e seu cultivo é feito em madeira de maneira muito simples, pois seu desenvolvimento é através da celulose, as células que compõe a madeira. Nos séculos passados, os japoneses cultivavam os cogumelos sob troncos em decomposição; os chineses, em madeira e palhas decompostas; os europeus, em bosques, ao ar livre ou em cavernas. Entretanto, estes processos eram lentos e exigiam tempo para que se desenvolvesse a parte comestível ou o corpo frutífero (URBEN, 2004). 1.1 Produção Nacional Atualmente, os principais produtores de cogumelos estão nos Estados de São Paulo e no Paraná, além desses estados existem cultivos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, sul da Bahia, Pernambuco, Brasília e no Rio Grande do Sul. Segundo a ANPC Associação Nacional de Produtores de Cogumelos, á uma dificuldade de quantificar com exatidão o número de produtores devido ausência de estimavas do setor, a atividade está distribuída entre micro e pequenos agricultores familiares.
  • 20. 20 Devido à concorrência com os produtos importados observa-se uma queda na produção nacional, reduzindo também o número de produtores que fazem dessa atividade sua principal fonte de renda (ANPC, 2013). Estima-se que o Brasil produz cerca e 12.000 toneladas "in natura", com destaque para produção de champignon, comparando com outros países produtores como China, Estados Unidos e Itália ainda é uma quantidade muito pequena, porém desempenha um papel importante tanto para o micro como pequeno agricultor família, abaixo podemos observar na tabela a quantidade de toneladas produzida por ano de cogumelos in natura. Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano. Fonte: ANPC – Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, 2013. Em Mato Grosso, atualmente, apenas um produtor tem investido na produção de fungos comestíveis, o engenheiro agrônomo Pablo Emilio Tenuta conta que teve a ideia em 2007 e a partir daí pesquisou sobre as condições e viabilidade de se implantar o sistema de cultivo, sendo hoje o único produtor do estado. A variedade escolhida foi o Champignon de paris da família agaricáceas, produzindo em uma área de 1200 metros quadrados a 16km de Chapada dos Guimarães na MT-251, segundo o produtor já foram investidos mais de R$ 500 mil com instalações de galpões, compra de equipamentos entre outros. Após o período de produção e o surgimento das frutificações, os cogumelos são processados e distribuídos tanto in natura como em conservas em restaurantes e mercados de Cuiabá, o produtor espera ainda que nos próximos anos consiga negociar com mais empresas e em outros municípios. 8000 mil T 2000 mil T 1500 mil T 500 T Produção Toneladas/Ano Champignon Pleurous spp Shitake Cogumelo do Sol
  • 21. 21 1.2 Produção de Shitake O cogumelo Shitake possui alto valor nutricional biológico e é rico em proteínas com mais de 37%, as pessoas que adotam o Shitake como alimento de consumo e visam diminuir assim o consumo de carnes que possuem gorduras saturadas podem se beneficiar de diversas formas, pois o Shitake possui uma substancia natural que atua no sistema imunológico, dando mais carga e poder de ação do sistema de defesa do nosso corpo contra o ataque de vírus, bactérias entre outras doenças. Seu cultivo em toras de eucalipto torna a frutificação tardia, no entanto, isso favorece um prolongamento em seu clico produtivo, podendo ser realizadas de 8 a 10 colheitas a cada 35 dias, tendo uma produção relativamente alta e assim agregando valor para o proprietário rural. O Shitake se desenvolve melhor em temperaturas entre 20ºC a 25ºC e umidade relativa do ar com 75% a 95%, sendo que as condições do clima na região podem afetar a produção de forma negativa (OEI, 2006). 1.3 Propagação São utilizadas diversas técnicas para o cultivo dos cogumelos, na natureza existem mais de 200 tipos de cogumelos comestíveis. Uma das espécies de plantas das quais o Shitake mais se adaptou é o eucalipto, pois essa planta possui uma casca grossa e os componentes das fibras do eucalipto são bem aceitos para o desenvolvimento do fungo, dando um aroma peculiar ao cogumelo Shitake (SANCHEZ, 2016). A produção dos cogumelos é totalmente orgânica, pois não são utilizados nenhum aditivo químico ou componentes que não são aceitos em produções orgânicas, sendo assim os pequenos produtores podem trabalhar com a produção e gerar uma nova fonte de renda diversificando sua propriedade e aproveitando pequenos espaços. 1.4 Técnica Jun-Cao A técnica Jun-Cao desenvolvida pelos Chineses em 1983 tem como objetivo a utilização de gramíneas e outros resíduos agroindustriais para o cultivo de fungos comestíveis, visando aspectos econômicos e ecológicos, essa técnica traz diversos
  • 22. 22 benefícios como a redução dos custos por utilizar como substrato resíduos recicláveis para os fungos que os decompõe, além do aumento da produção e qualidade. Devido a facilidade de produção o cultivo de cogumelos vem gerando renda para pequenos produtores, além do aumento significativo da produção tornando esse alimento mais acessível para a população. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema de produção de cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara climatizada, avaliando sua oferta no mercado local, afim de levar à população esse alimento saudável. 2 MATERIAIS E METODOS 2.1 Produção Das Sementes De Shitake Para iniciarmos o cultivo do cogumelo do gênero Lentinula edodes, Shitake como é conhecido, é necessário a obtenção de sementes de boa qualidade ou a produção das mesmas. Na produção o ambiente onde será realizado o processo deve ser totalmente esterilizado e limpo, livre de quaisquer contaminantes pois o ar possui muitos esporos de outros fungos e bactérias que podem competir com o fungo que se deseja produzir, para que haja sucesso na produção das sementes é preferível que o processo seja feito em laboratório. A produção pode ser feita através da cultura dos tecidos de um cogumelo fresco e saudável, os fungos se propagam através de milhões de esporos sendo carregados e espalhados pelo vento, chuva ou insetos e após estabelecidos em meio de cultura ou ambiente apropriado, quando compatíveis se unem e ramificam-se formando os micélios que serão capazes de formar os corpos de frutificações. Durante a fase de colonização o desenvolvimento do micélio dá-se através do meio de cultura esterilizados utilizando os nutrientes nele disponíveis, a temperatura ideal para sua colonização é de aproximadamente 25ºC. Neste trabalho, devido ausência de fonte financiadora, não foi possível a aquisição de micélios comerciais (SPAWS). Devido a distância de centros produtivos de cogumelo in natura, a região é abastecida, preferencialmente por cogumelos desidratados, sendo necessária sua reanimação para extração de micélios viáveis, conforme metodologia descrita em sites especializados.
  • 23. 23 O Processo da produção de sementes foi realizado no laboratório da Escola Técnica Estadual De Educação Profissional E Tecnológica SECITEC em Sinop-MT, as bancas foram esterilizadas com álcool Isopropílico 70% juntamente com as placas de Petri onde foram hidratados os cogumelos secos por 4 horas, em solução de H²O diluído em 0,5 ml de hidróxido de sódio 4%, para esterilização da água. O processo de ´preparo das amostras pode ser melhor observado nas imagens 1 e 2 abaixo. Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A direita meio de cultura em placa de Petri. Fonte: O Autor, 2018. Após hidratação, partes sadias dos cogumelos foram colocadas em placas de Petri com um meio de cultura à base de xarope de glicose e em seguida transferidas para a estufa de incubação à 25° C, até a formação de esporos ao redor do material inoculado. Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do tecido. Fonte: O Autor, 2018. Após 20 dias em estufa verificou-se contaminação em todas as amostras, sendo necessário um novo ensaio para a colonização saudável dos fungos. A imagem 3 abaixo ilustra os agentes contaminantes.
  • 24. 24 Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias. Fonte: O Autor, 2018. O segundo ensaio teve início no dia 11 de abril seguindo rigorosamente os cuidados com limpeza e esterilização dos objetos utilizados no processo. As placas de Petri e meio de cultura foram pasteurizadas em panela de pressão por 20 minutos, após resfriamento foram lacrados em embalagem plástica e papel pardo para que não haja contaminação de ambos. A hidratação dos cogumelos secos foi feita com água deionizada quimicamente pura com condutividade equivalente à da água destilada (QUIMIS, 2018). Pode-se observar abaixo na imagem. Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq. cogumelos sendo hidratados. Fonte: O Autor, 2018. Dos cogumelos hidratados foram retiradas partes interna dos tecidos, e colocados separadamente em placas de Petri pasteurizadas com o meio de cultura xarope de glicose.
  • 25. 25 Também foram feitas amostras com cortes externos do tecido em placas separadas com o meio de cultura, além de outra amostra com um cogumelo inteiro sem meio de cultura em placa de Petri esterilizada. Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake. Fonte: O Autor, 2018. Após a realização dos cortes as amostras foram colocadas em estufa pré esterilizada com álcool, em temperatura de 25°C. O período para que o micélio se desenvolva e ramifique pelo meio de cultura pode levar de quatro a dez dias, chamamos essa fase de desenvolvimento micélial. Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura. Fonte: O Autor, 2018. Após essa fase a cultura mãe pode ser utilizada para inocular diretamente o substrato ou grãos de cereais como o sorgo, centeio, quirela de milho, arroz ou trigo, a vantagem de se utilizar grãos de cereais é que são nutritivos facilitando ainda mais o desenvolvimento dos fungos, ao inocular os grãos as garrafas devem ser incubadas até que o micélio se desenvolva de forma a cobrir todo o substrato. A temperatura deve ser
  • 26. 26 próxima da temperatura ótima para se obter um bom desenvolvimento micélial (OEI, 2006). 2.2 Construção Do Ambiente Protegido – Sistema Caseiro Climatizado Para cultivar os cogumelos é necessário que se haja uma casa de vegetação, onde estes serão alocados em prateleiras após a inoculação no substrato, durante o período de desenvolvimento micélial até sua colheita, o ambiente deve ter uma temperatura e umidade que atendam às necessidades do fungo a ser cultivado, nesse caso a escolha do Shitake sua temperatura ideal está entre os 20°C a 25°C com umidade até 95%. De acordo com as características de cultivo o objetivo foi de criar um ambiente propicio, e de baixo custo. Utilizando materiais que poderiam ser reutilizados para essa finalidade. Como sabemos, para criar o clima e o ambiente favorável para o desenvolvimento do fungo, adaptamos de forma barata o sistema de ar condicionado caseiro juntamente com umidificador caseiro. Ambos são construídos com coolers de computadores, uma fonte 12 v e caixa de isopor podendo ser de 10 a 20L. No sistema confeccionado para este trabalho, foram utilizados duas caixas de isopor, sendo uma de 21L e outra de 120L. Na caixa de 21L foram instalados os coolers, interruptor liga e desliga juntamente com a fonte, a parte interna da caixa foi revestida com papel alumínio, já que o mesmo retém a temperatura, o alumínio servirá como um isolante térmico para concentrar a temperatura apenas na caixa pequena nela foi feito dois furos com medida de cano PVC 50 mm ligando assim a caixa menor a maior onde serão postos os compostos com o fungo inoculado. Na saída dos furos da caixa menor, foram instaladas as 2 telas protetoras que acompanham os coolers, nelas ficam penduradas tiras de pano jeans que terão a função de conduzir a água para umidificar o ar. O sistema funciona da seguinte forma, dentro da caixa menor é acrescentada uma quantidade de agua até que atinja altura onde ficam a ponta dos panos, juntamente são colocadas garrafas pet congeladas, podendo caber até três garrafas de 2L de gelo cada. Com os coolers ligados o gelo dentro da garrafa irá manter a temperatura amena conforme for derretendo, a agua dentro da caixa irá evaporar e através dos panos subira por capilaridade até as saídas de uma caixa para outra mantendo a umidade do ar junto a temperatura. Pode-se observar na imagem abaixo o sistema caseiro climatizado montado.
  • 27. 27 Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado. Fonte: O Autor, 2018. De baixo custo e simples de produzir, foram realizados testes a fim de verificar a eficiência da umidade e temperatura dentro da caixa onde serão alocados os substratos inoculados. Durante o período de análise foram utilizados um termo higrômetro para aferir a temperatura e umidade com o sistema operando. Com temperatura ambiente de 26,8°C e umidade relativa a 77%, as 12 horas iniciamos o teste utilizando 2 garrafas pets de dois litros de gelo, colocados na caixa menor de 21 litros com água até metade da caixa. Gráfico 02: Teste e análise de temperatura e umidade do sistema climatizado. Fonte: O Autor, 2018. 26,8°C 24,8°C 24,6°C 25,6°C 25,6°C 25,2°C 23,6°C 77% 85% 81% 79% 78% 83% 82% 0 20 40 60 80 100 12 horas 13 horas 14 horas 15 horas 16 horas 17 horas 18 horas Umidade Temperatura Analise de Temperatura e Umidade % umidade temperatura
  • 28. 28 Foram aferidas a cada hora a temperatura e umidade dentro da caixa maior, além do tempo de degelo das garrafas conforme a duração da análise pode-se verificar abaixo no gráfico a umidade e temperatura no período do meio dia até às 18 horas da tarde, podendo observar as variações de acordo com a influência do meio externo. 2.3 Preparo Do Substrato Segundo Eira (1996) por serem aptas a utilizar lignina, celulose e hemicelulose como fonte de carbono e nutrientes, o Shitake pode ser cultivado em uma grande variedade de resíduos agrícolas. O preparo do substrato de qualidade é de grande importância, interferindo diretamente na qualidade e quantidade da produção, a escolha do mesmo deve atender as necessidades nutricionais do cogumelo que se deseja produzir. Lentinula edodes é um fungo lignolítico, no qual produz uma série de enzimas hidrolíticas e oxidativas, como celulases, hemicelulases e ligninases envolvidas no processo de degradação dos principais componentes de materiais lignocelulósicos (WILLIAN, 2012). A casca de arroz é um dos mais abundantes resíduos agroindustriais, é um material fibroso composto principalmente por celulose, lignina e resíduo orgânico. O método mais utilizado para esterilização de grandes quantidades de substrato, é através da pasteurização com uso de vapor. Neste trabalho, devido o volume de substrato utilizado, optou-se por um método simples de esterilização, que consiste na imersão em agua quente do substrato a ser utilizado. Esse método possui risco de contaminação reduzido, devido ao processo de imersão que irá destruir os contaminantes pasteurizando o composto. O substrato deve ser colocado em recipiente com água quente á 70°C por no mínimo 15 minutos, sendo mais adequado e seguro dentre 30-60 minutos de fervura (OEI, 2006). Foram utilizados como fonte principal para o substrato a palha de arroz, e ainda foram adicionados como suplemento o farelo de arroz e calcário para regular o PH do composto, nas proporções de 78% palha; 20% de farelo de arroz; e 2% de calcário para 1 kg de matéria seca, misturados em recipiente simples, pesados com balança digital para até 10kg. Segundo vários autores, o farelo estimula o crescimento do micélio de diversas espécies de cogumelos, promovendo, assim, a rápida colonização do substrato (Fasidi & Kadiri, 1993; Royse, 1996; Teixeira, 1996).
  • 29. 29 Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado. Fonte: O Autor, 2018. Após 1hr de pasteurização através da fervura realizamos o escoamento com um pano limpo, efetuando a mistura dos ingredientes com até 60% de umidade da palha, foram adicionados em sacos de Polipropileno amarado com barbante de algodão e levados para mais uma pasteurização através de vapor. 2.3.1 Inoculação dos Sacos Como resultado da produção de sementes de Shitake, após 4 dias de estufa verificou-se a colonização micélial (imagem 9) das amostras não submetidas à meio de cultura, com a colonização de esporos sobre o tecido morto do próprio cogumelo, evidenciando que as situações de maior estresse e menor condição favorável à sua sobrevivência é que promoveram o resultado positivo na produção de sementes, sendo esta utilizada para inoculação dos sacos de substrato. As demais amostras foram contaminadas e algumas não apresentaram desenvolvimento de quaisquer tipos de fungos ou contaminantes.
  • 30. 30 Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo inteiro. Fonte: O Autor, 2018. Foram inoculados os sacos com o substrato pasteurizado utilizando partes do cogumelo onde se localizavam as colônias do micélio (imagem 9). Sendo lacrados com barbante e um tampão de algodão na saída, de forma que permita o arejamento do substrato. A duração para a colonização total do substrato pelo fungo depende de cada espécie, do tamanho do saco, quantidade de semente e principalmente da temperatura, levando em torno de 3 semanas ou até um mês para colonização. Após esse período começam a se formar os corpos de frutificação, a umidade deve ser mantida entre 90 e 95% até que os cogumelos atinjam 1cm, diminuindo relativamente para 85% em ambiente fresco e ventilado. Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização micélial. Fonte: O Autor, 2018.
  • 31. 31 Outro fator que devemos considerar durante o período de incubação é a disponibilidade de oxigênio para desenvolvimento do fungo, sendo importante a realização das trocas gasosas dos substratos, durante o crescimento vegetativo. Segundo Donoghue & Denison (1995), o O2 estimula o crescimento do fungo, e altas concentrações de CO2 afetam a sua atividade enzimática, diminuindo, assim, a velocidade de miceliação. 2.3.2 Análise dos Custo de Produção Os custos de produção com esse sistema foram mínimos, os materiais para construção do sistema em partes foram reutilizados e outros doados, já para a inoculação foram adquiridos, os cogumelos secos para produção das sementes, e o meio de cultura xarope de glicose, para produção dos substratos a palha de arroz e farelo, o calcário, além dos sacos de polipropileno abaixo na tabela podemos observar os valores. As primeiras colheitas ocorrem com 10 a 15 dias após o micélio colonizar completamente o substrato, a produção total do processo utilizando gramíneas e outras espécies vegetais como substrato é, em média, 250 gramas/kg de substrato úmido (ENBRAPA, 2005). Tabela 01. Custos de produção. Materiais Valor Farelo de Arroz 2kg R$ 3,00 Palha de Arroz 10kg R$ 3,00 Calcário Dolomito 1kg R$ 1,64 Sacos Polipropileno 20x30 1kg R$ 22,50 Cogumelos Desidratados R$ 26,90 Xarope de Glicose R$ 3,25 Total R$ 60,29 Fonte: O Autor, 2018. Portanto é possível produzir em um pequeno espaço com 1kg de substrato úmido 250 gramas de cogumelos cada. O preço médio do Shitake fresco no mercado é de R$ 15,00/kg, para o pequeno e médio produtor a técnica oferece grande potencial de expansão, participando assim do mercado comercial.
  • 32. 32 Analisando a produção em números, um pequeno produtor com 300kg de substrato produziria 75kg de cogumelo in natura, com preço de R$ 15,00/kg o produtor teria gerando uma renda de R$ 1.125 atualmente maior que o salário mínimo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de produção de sementes foi realizado em duas tentativas, sendo a segunda com sucesso apenas para uma das amostras, da qual foi utilizada para a inoculação do substrato. Durante a fase de incubação após 30 dias, pode-se observar a colonização micélial pelo fungo em dois dos sacos de substrato, porém diversos fatores podem ter influenciado a produção, podemos considerar que a quantidade de semente produzidas não foram suficientes para colonizar completamente o substrato, como também a profundidade de inoculação ou a linhagem escolhida, abaixo nas imagens podemos observar a colonização do substrato pelo fungo. Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena colonização micélial. Fonte: O Autor, 2018.
  • 33. 33 Devido a carência de se encontrar produtores na região afim de se obter sementes de qualidade para a produção a curto prazo não obtivemos os resultados esperados, portanto novos experimentos serão realizados com objetivo de melhor avaliar a eficiência do sistema de produção, com relação a quantidade de frutificações por saco de substrato, bem como peso, tamanho e o rendimento total entre as colheitas. 4. CONCLUSÃO Concluiu-se com este trabalho que o cultivo em ambiente protegido pela técnica Jun-cao é essencial para o sucesso da produção, podemos considerar que além da escolha da linhagem a se produzir e utilização de sementes de boa qualidade, o sistema de produção é responsivamente eficaz, por manter a temperatura e umidade necessária para colonização micélial. O retorno financeiro é garantido mesmo com baixo investimento inicial, principalmente pela demanda do produto fresco na região. Entretanto, a maior dificuldade encontrada foi a produção de sementes viáveis demonstrando a alta sensibilidade dos esporos de Shitake à contaminação de agentes diversos, sendo necessários maiores e contínuos estudos e aprimoramento de técnicas de produção de sementes em nossa região. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANPC - Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, O Setor de Cogumelos, 2018. Disponível em: https://www.anpccogumelos.org/ Acessado em: 15 abr. 2018. BASTAZANI. W. R. Cultivo de shitake (Lentinula edodes). Cogumelo Hobby. Jundiaí, São Paulo, 2018. Disponível em: http://www.cogumelohobby.com/Shiitake%20texto.htm Acessado em: 18 abr. 2018. DIAS, E.S.; KOSHIKUMO, E.M.S.; SCHWAN, R.F.; SILVA, R. Cultivo de cogumelos Pleurotus sajor-caju em diferentes resíduos agrícolas. Ciência e Agro tecnologia, Lavras, 2003. DONOGHUE, J. D.; DENISON, W. C. Shiitake cultivation: gas phase during incubation influences productivity. Mycologia, New York, v. 87, n. 2, p. 239-244, 1995. EMBRAPA - Produção de cogumelos comestíveis e medicinais técnica chinesa modificada. Brasília –DF, 2005. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/186487. Acessado em: 20 abr. 2018.
  • 34. 34 EIRA, A. E.; MINHONI, M. T. A. Manual teórico-prático de cultivo de cogumelos comestíveis. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, 1996.96p. FASIDI, I. O.; KADIRI, M. Use of agricultural wastes for the cultivation of Lentinus subnudus (Polyporales: Polyporaceae) in Nigeria. Revista de Biologia Tropical, San José, v. 41, n. 3, p. 411-415, 1993. MACIEL, P. W. Cultivo de Lentinula edodes em diferentes condições de substrato e temperatura. Lavras, 2012. Disponível em: http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/1007/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cultivo% 20de%20Lentinula%20edodes%20em%20diferentes%20condi%C3%A7%C3%B5es%2 0de%20substrato%20e%20temperatura.pdf Acessado em: 12 abr. 2018. OEI, Peter.; VAN NIEUWENHUIJZEN.B. O cultivo de cogumelos em pequena escala: pleurotus, shiitake e orelha-de-pau. Fundação Agromisa e CTA, 1 ed.2006. ROYSE, D. J. Effect of spawn run time and substrate nutrition on yield and a size of the shiitake mushroom. Mycologia, New York, v. 77, n. 5, p. 756-762, 1985. SANCHEZ, E. A. Cogumelo Shitake. Rede Rama, Vol. 02.- E-book curso de cogumelo shitake- 2016. Disponível em: http://rederama.com.br/ Acessado em 20 abr. 2018 SILVA, M. M. Cultivo de cogumelos comestíveis pela técnica jun-cao. Belo Horizonte, Minas Gerais – 2011. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br Acessado em 22 abr. 2018 TOMAZ, W.; Único produtor de mato grosso está em chapada. Gazeta Digital - 2009. Disponível em: http://www.gazetadigital.com.br/ Acessado em 22 abr. 2018 TEIXEIRA, E. M. Efeito da suplementação de serragem de Eucalyptus grandis (Hill ex Maiden), na velocidade e intensidade de colonização do substrato para produção de Semente de Lentinula edodes (Berk.) Pegler e sua eficiência na produtividade. Jaboticabal: UNESP, 1996. 37 p. Dissertação de Mestrado. URBEN, A. F. Produção de cogumelos por meio de tecnologia chinesa modificada. 2. Ed. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2004.
  • 35. 35 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALFACE COM FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS FERNANDO DA COSTA SANTOS RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência produtiva, bem como o desenvolvimento radicular, da alface mimosa, cultivada sob diferentes métodos fertilizantes, na região de Sinop-MT. O Estudo foi conduzido foi desenvolvido na cidade de Sinop-MT, no bairro Camping Club, contando com 5 caixas de madeira, suspensas a 50 centímetros do solo para evitar o ataque de pragas, sendo que cada uma continha 2 metros de comprimento, 10 centímetros de largura e 15 centímetros de altura. Os tratamentos foram compostos por 5 diferentes tratamentos que referiam-se aos tipos de adubação de produção, sendo: -Tratamento 1: 550g de cinza de madeira, - Tratamento 2: 700g de cama de frango, - Tratamento 3: 750g de esterco bovino, - Tratamento 4: 20g de fertilizante químico N P K- 04-14-08 e - Tratamento 5: Testemunha. Nas variáveis avaliadas por peso, observou-se que o T2 (Cama de Frango) e T3 (esterco bovino), apresentaram os melhores desempenhos produtivos quanto ao peso de parte aérea, sendo superiores até mesmo ao T4, fortalecendo a importância da prática da agricultura orgânica, em resultados. Palavras-chaves: Alface; Adubação orgânica; Comparativos.
  • 36. 36 1. INTRODUÇÃO Muito popular e bastante, a alface é a hortaliça mais consumida pelos brasileiros, representa 50% de toda produção e comercialização nacional desse segmento. Nos últimos cinco anos o mercado de alface registrou um crescimento médio de 4% ao ano. Segundo Paulo Koch, Diretor de Marketing da multinacional de sementes Sakata, empresa líder em alface no Brasil (AGROLINK, 2016) Os cultivares desta hortaliça se adaptam muito bem á diversidade climática do país. O melhor período para a produção dessa folhosa é quando as temperaturas estão menos elevadas, dias curtos e com temperaturas entre 20 e 25°C, assim o desenvolvimento vegetativo é favorável para as maiorias das cultivares. Quanto ao cultivo, a hortaliça requer cuidados minuciosos, com a alface não é diferente, para obter plantas com boa qualidade o engenheiro agrônomo Rogério Minoru Inab, do alto Tietê em São Paulo, explica que o primeiro cuidado é escolher a variedade certa para a época do ano. Em seguida realizar um bom preparo do solo. Dentre os tipos de manejo conhecidos, vem crescendo nesta cultura o cultivo orgânico, caracterizado pela produção sem o uso de produtos químicos. Esse tipo de cultivo, além de ser comprovadamente mais saudável e nutritivo, é menos agressivo a natureza, apesar do preço ser um pouco mais elevado em relação aos produtos que tem o uso de agrotóxicos, todos esses benefícios aumentaram a procura nos últimos anos. Esse tipo de manejo é mais comum em pequenas propriedades e em agricultura familiar. Segundo Ming Lui, (2016) diretor do Conselho Brasileiro de Produtos Orgânicos e sustentáveis, 82% das famílias americanas consumiram orgânicos no ano de 20016/17, já no Brasil essa mesma pesquisa mostra que esse número é de apenas 15%. Algumas alternativas em fertilizantes para produzir alface e outar hortaliças orgânicas podem ser encontradas na própria natureza com processo de transformação, como no caso de cinza vegetal, que é obtida após a queima de madeira, do esterco bovino e cama de frango encontrados na zona rural. Esses produtos fornecem os nutrientes necessários ao bom desenvolvimento das plantas. A cama de frango misturado com os resíduos da criação possui diversos nutrientes, e pode permanecer por mais de ano, cuja quantidade depende do número de aves confinadas. Entre os nutrientes, são encontrados além do Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Enxofre, Zinco, Magnésio, Ferro, Cobre a cama de frango ainda possui
  • 37. 37 matéria orgânica, que melhora a capacidade armazenamento de água, e facilita o crescimento das raízes das plantas. As cinzas apresentam em sua composição substância que podem corrigir a acidez do solo, além de outros nutrientes essenciais para as plantas, como; Potássio, Cálcio, Magnésio, Ferro, Manganês e Fosforo. Esterco bovino é uma pratica de adubação milenar, perdeu seu prestigio no século 19 com a introdução da adubação mineral, e retornando retomando a importância nas últimas décadas, com a preocupação com o ambiente, com a alimentação saudável. Nesse adubo também são encontrados nutrientes importante para uma produção orgânica, como; Fosforo, Nitrogênio, Potássio, Enxofre, Cálcio e Magnésio. Com todos esses nutrientes encontrados na Cinza, Cama de frango, e Esterco bovino, são de bom aproveito no cultivo de hortaliças orgânicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência produtiva, bem como o desenvolvimento radicular, da alface mimosa, cultivada sob diferentes métodos fertilizantes, na região de Sinop-MT. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Este experimento foi desenvolvido na cidade de Sinop-MT, no bairro Camping Club, contando com 5 caixas de madeira, suspensas a 50 centímetros do solo para evitar o ataque de pragas, sendo que cada uma continha 2 metros de comprimento, 10 centímetros de largura e 15 centímetros de altura. Conforme as figuras abaixo podemos visualizar os canteiros para ao experimento Figura 1: Construção dos canteiros Fonte: O Autor, 2018.
  • 38. 38 Figura 2: Preparo dos tratamentos Fonte: O Autor, 2018. Os tratamentos foram compostos por diferentes tipos adubação de produção, que se dividiram da seguinte forma: -Tratamento 1: 550g de cinza de madeira, - Tratamento 2: 700g de cama de frango, - Tratamento 3: 750g de esterco bovino. - Tratamento 4: 20g de fertilizante químico N P K- 04-14-08. - Tratamento 5: Composto por uma testemunha sem adubação. No dia 18 de abril de 2018, foram transplantadas 8 mudas de alface, variedade mimosa, com 20 dias de germinadas, por canteiro, totalizando 40 plantas ao todo. Sobre as mudas foi posto um sombrite de proteção de 50% para diminuir a incidência solar e proporcionar melhor conforto térmico, a montagem final do campo experimental pode ser observada na figura 3 abaixo. Figura 3: Campo Experimental Fonte: O Autor, 2018.
  • 39. 39 No dia 13 de maio de 2018 as plantas foram removidas para avaliação do desenvolvimento radicular e foliar, escolhidas aleatoriamente 3 plantas por tratamento, ao acaso, afim de evitar resultados falso-positivos, mesmo que visualmente as diferenças eram notórias conforme demonstra a figura 4 abaixo. Figura 4: Dia da colheita Fonte: O Autor, 2018. As avaliações de produtividade foram elaboradas da seguinte forma: - Peso Médio de Raízes (PMR) = Média da pesagem das 3 plantas ao acaso dentro do tratamento (37,5%) de parcela amostral. - Peso Médio de Parte Aérea (PMPA) = Média da pesagem das 3 plantas ao acaso dentro do tratamento (37,5%) de parcela amostral. - Comprimento Médio de Raízes (CMR) = Média da mensuração das raízes de 3 plantas ao acaso dentro do tratamento, representando 37,5% da parcela amostral. - Comprimento Média da Parte Aérea (CMPA) = Média da mensuração da parte aérea em vertical de 3 plantas ao acaso dentro do tratamento, representando 37,5% da parcela amostral.
  • 40. 40 - Largura Média de Folhas (LMF) = Média da mensuração da parte aérea na horizontal de 3 plantas ao acaso dentro do tratamento, representando 37,5% da parcela amostral. Os resultados das avaliações foram anotados e feitos os cálculos em porcentagem conforme resultados apresentados nas tabelas e gráficos a seguir. 3. RESULTADOS A partir dos resultados expressos no gráfico 1, observa-se que as fontes utilizadas de adubação orgânica obtiveram melhores respostas em relação as variáveis analisadas (desempenho agrônomo da alface) quando comparado com o tratamento testemunha (sem adubação). Gráfico 1. Resultados de análise comparativa das variáveis analisadas, Comprimento Médio de Folhas (CMF), Largura Média de Folhas (LMF), Comprimento Médio de Raízes (CMR). Fonte: O Autor, 2018. Podemos visualizar no gráfico acima que o Tratamento 3 (Esterco bovino), CMR foi maior até mesmo do que no tratamento 4 (FErt. Químico),conforme estudos de Malavolta et al (2004), que afirmam existir correlação positiva entre as bactérias ruminais dos bovinos com os compostos fosfatados, o que provavelmente assegurou melhor aporte de energia ao T3 para o desempenho de raízes. 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 T1 (cinza) T2 (cama de frango) T3 (esterco bovino) T4 (fer. Químico) T5 (testemunha) Comprimento Título do Eixo Tratamentos CMF(cm) LMF(cm) CMR(cm)
  • 41. 41 Para os demais tratamentos avaliados, observa-se que o T1 (cinzas) promoveu menor CMF e LMF, sendo equiparado a T5 (testemunha) que não recebeu nenhum tratamento fertilizante; Este fato pode ter ocorrido devido ao excesso de sais de potássio na composição das cinzas vegetais, que por sua vez acidificam o ambiente onde encontram-se em maior volume, neste caso a zona radicular das plantas, impedindo estas de absorverem os demais nutrientes, o agravamento deste fator pode ser minimizado pela incorporação em profundidade e maior tempo de espera entre a aplicação e o plantio da alface. Gráfico 2: Peso Médio da Parte Aérea (PMPA) e Peso Médio de Raízes(PMR) Fonte: O Autor, 2018. Já nas variáveis de peso, observou-se que o T2 (Cama de Frango) e T3 (esterco bovino), apresentaram os melhores desempenhos produtivos quanto ao peso de parte aérea, seno superiores até mesmo ao T4, fortalecendo a importância da prática da agricultura orgânica, em resultados. 4. CONCLUSÃO O uso da adubação com esterco bovino promoveu o maior desenvolvimento da cultura da alface, em relação ao de cinza, cama de frango e fertilizante químico, corroborando com as literaturas que mencionam as práticas de cultivo orgânico e agroecológico como correto e segundo este estudo demonstrando resultados mais satisfatórios do que as práticas convencionais. Apontamos ao final deste demonstrativo que o cultivo orgânico e de baixo custo é alternativa viável ao pequeno produtor. 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 T1 (cinza) T2 (cama de frango) T3 (esterco bovino) T4 (fer. Químico) T5 (testemunha) PesoemGramas Tratamentos Peso PMPA(g) PMR(G)
  • 42. 42 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGROLINK, Mercado de alface cresce continuamente no Brasil. Boletim informativo. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/mercado-de-alface-cresce-continuamente-no- brasil_363989.html. Acesso em: 25 maio 2018. CARMELLO, Q.A.C. & ROSSI, F. “Hidroponia – Solução Nutritiva” – Manual. Viçosa – MG, CPT, 1997. 56 p. (Pág. 7 -15). FAQUIN, V. Diagnose do estado nutricional das plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2002. LIBUY, W.R. Manual Especializado sobre Manejo de Nutrição de Plantas. CropKit: 2007 Tabaco. 107 p. (Pág. 53-61). SAMPAIO, E.V.S.B. et al. Eficiência da adubação orgânica com esterco bovino e com egeria densa. R. Bras. Ci. Solo; 2007, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v31n5/a16v31n5.pdf. Acesso em: 23 maio 2018. Organicos Brasil, acessado em 20 de junho de 2018 http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-read_article.php?articleId=1233.
  • 43. 43 PISCICULTURA E HIDROPONIA COM FLUXO CONTÍNUO DE ÁGUA FRANCIELI CRISTINA MALAQUIAS RESUMO: O objetivo desse estudo foi testar um método de cultivo de peixe em um sistema de fluxo contínuo de água em caixa d’água, visando a reprodução e a comercialização de lambari aliado a uso de hidroponia. Esse projeto iniciou-se através de um trabalho do curso Técnico Agropecuária da escola SECITEC- Sinop- MT com intuito de levar esse método as pequenas propriedades e fomentando a agricultura familiar visando a complementariedade de renda. Notamos na implantação do projeto a dificuldade de se obter alevinos e a boa aceitação comercial do lambari para isca e petisco. Para o início do projeto foram utilizados materiais acessíveis tais como caixa de 1000 litros, canos de PVC, tambores de 50 litros, um motor de piscina de baixo custo. No decorrer do projeto esses resultados foram concretizados, tamanho para abate, comportamento da sua reprodução em cativeiro e desempenho de cultivares em hidroponia. Palavras-chave: Piscicultura; Fluxo Contínuo; Hidroponia.
  • 44. 44 1. INTRODUÇÃO Mato Grosso é o quarto produtor de peixes do Brasil com uma produção de 59,9 mil toneladas segundo a PEIXEBR (2016). Nosso é clima favorável, a grande disponibilidade de água, fartura de matéria prima para fabricação de ração e a vocação para o agronegócio, concede uma vantagem competitiva em relação aos demais estados brasileiros. Com a utilização de espécies nativas e ração a base de vegetais a piscicultura de Mato Grosso cresce em harmonia com a preservação do meio ambiente. O sistema de produção de peixes em fluxo contínuo de água permite que haja circulação de água de forma contínua pelas caixas d’aguas com alto grau de renovação. Esta água deve ser filtrada para apresentar melhor qualidade ao seu retorno ao ciclo, como retirada de resíduos sólidos e alguns nutrientes. Esse projeto foi criado a partir de um trabalho desenvolvido no curso de técnico em agropecuária, na escola SECITEC de SINOP-MT para identificar o tempo necessário para os alevinos de lambari chegar ao ponto de abate e o comportamento dos alevinos depois de sua reprodução em cativeiro. Notamos a dificuldade em adquirir alevinos de lambari para isca ou até mesmo para a criação, já que a comercialização para petisco vem atraindo mais adeptos. A possibilidade deste tipo de sistema suplementar a renda de pequenos produtores familiares, bem como o aproveitamento das cultivares hidropônicas, são reais. Haja visto esta grande característica de mercado local, visa-se com este trabalho dar mais ênfase nesse setor, pois tomamos como objetivo a reprodução, comercialização, engorda de alevinos e produção de cultivares hidropônico em um sistema de criação de peixe em caixas de água com fluxo continuam de água, onde notamos que o cultivo em cativeiro e monitorado promoverá ganhos consideráveis. Para atendimento destas características pensando no desenvolvimento da agricultura familiar, deverá ser um projeto de baixo custo de implantação, manutenção e de alimentação, se adequando a espaços pequenos, desde que seja bem mensurado respeitando regras de cultivo do lambari. Se peixes forem criados a densidades altas, a amônia deveria ser monitorada através de métodos de analíticos precisos (APHA 1989; Boyd and Tucker 1992). O objetivo deste trabalho é poder desenvolver berçários de baixo custo para a reprodução desses alevinos, e dispor aos agricultores familiares que queiram desenvolver esse projeto em suas propriedades e assim poderem comercializar e ter uma renda a mais.
  • 45. 45 2. METODOLOGIA A parte inicial do projeto foi desenvolvida em sala de aula com auxílio de um professor orientador, finalizando em maquete a disposição final dos equipamentos para apresentação em feiras de ciência. A confecção e condução real do trabalho foi desenvolvida em residência domiciliar na região de Sinop-MT, onde a logística seria mais viável e a visibilidade do trabalho em operação também. Os materiais utilizados para instalação do projeto foram: -Uma caixa quadrada de plástico da cor branca de aproximadamente 1000 litros para a criação dos lambaris com uma inclinação considerável para uma melhor circulação da água, foram instalados canos de PVC de 50 mm para a circulação da água e mais dois tambores de 50 litros um para o filtro e outro para uma caixa onde água que sai do filtro caixa dentro dela e assim ser bombeada por uma bomba de piscina de baixa voltagem e aquática para que essa água volte para dentro da caixa de criação com isso fechando o fluxo e a circulação da água. Como demonstra as figuras abaixo. Figura 01: Sistema montado Figura 02: Filtros Fonte: O Autor,2017 Fonte: O Autor,2017 Figura 03: Cama de cultivo Fonte: O Autor,2017
  • 46. 46 Um dos principais problemas em um sistema de produção de pescado com recirculação de água é a remoção dos resíduos sólidos da água. Estes sólidos devem ser removidos pois podem entupir o biofiltro, sufocar as bactérias nitrificantes e reduzir o fluxo de água. Piper et al. (1982) determinou que são produzidos 0,3 kg de sólidos sedimentáveis para cada quilo de alimento fornecido para os peixes. Liau e Mayo (1974) descobriram que 70% da produção de amônia total é proveniente deste resíduo sólido. No dia 06/07/2017 às 10h da manhã iniciou-se o enchimento da caixa de criação, demorou aproximadamente 1h e 30 minutos para encher por completo com água. De imediato foram colocados na caixa de criação 10 alevinos da espécie piau e mais 10 alevinos da espécie pintado, respeitando o limite de 30 minutos de descanso na água que vieram do criadouro. Abaixo segue tabela com cronograma das atividades registradas no decorrer do projeto. Tabela 1: Ocorrências observadas Monitoramento das atividades na hidroponia Data OCORRÊNCIA 07/07/2017 Ás 10h30min da manhã todos os alevinos da espécie de pintado morreram e assim decidimos deixar o tanque sem alevinos para que ficasse circulando vazio até descobríssemos o que teria acontecido com esses alevinos. 10/07/2017 Ás 09h00min da manhã foi completada a caixa de criação com água, pois percebemos que tinham evaporado uma porcentagem dessa água. 10/07/2017 As 11h30min da manhã foram colocadas um copo de cal virgem dentro da caixa de criação para o controle de PH. 10/07/2017 As 14h38min foram colocados 12 alevinos da espécie de lambari respeitando o mesmo descanso de 30 minutos. 11/07/2017 Foi percebido os alevinos com aspectos saudáveis nadando normalmente e um dos alevinos estava com a calda cortada. 12/07/2017 Foi encontrado o alevino sem a calda morta no fundo da caixa de criação.
  • 47. 47 13/07/2017 Todos os alevinos normais se alimentando muito bem. 14/07/2017 2 alevinos mortos e notamos os restantes superficialmente agitados. 15/07/2017 7 alevinos amanheceram mortos com um PH 7,2 desses 7 alevinos 4 eram fêmeas com ovos. As 10 horas colocamos 4 tijolos no fundo da caixa de criação para o controle de temperatura. 16/07/2017 Os 2 alevinos restante amanheceram mortos 18/07/2017 Foi esvaziado a caixa de criação e lavada e depois enchida novamente, nos dias 19/07/2017 e 20/07/2017 foi deixado circulando a água para a evaporação do cloro. 21/07/2017 Ás 18h30min foram colocados 12 alevinos da espécie lambari respeitando novamente o limite de 30 minutos com PH 6.2 para a adaptação a água da caixa de criação estavam com um PH 6.4. 22/07/2017 Amanheceram dois alevinos mortos. 23/07/2017 11h08min da manhã em diante não houve mais ocorrência de morte de alevinos. 15/09/2017 Foram encontrados alevinos com 7,5 cm. Como segue figura 4 abaixo. 07/11/2017 Foram encontrados alevinos com 2 cm. 25/02/2018 Foi desmontado o projeto no qual haviam 20 lambaris em fase adulta, 6 alevinos. Aguapé Utilizando como complemento de filtragem, oxigenação da agua, sendo também utilizado para os lambaris fêmea colocarem seus ovos na raiz do mesmo, tornando um ambiente mais próximo possível do natural.
  • 48. 48 Conforme figura abaixo podemos visualizar alevinos com 7,5 cm nascidos dentro do experimento. Figura 04: Alevinos Fonte: O Autor,2017 3. RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS Alguns resultados preliminares foram obtidos no que se trata de como retirar o cloro da agua, nas observações feitas, concluiu-se que se deixar o sistema circulando por 3 dias sem a introdução de alevinos o cloro se evapora em sua totalidade, ainda cabe mais estudos e pesquisas e testes para comprovação deste fato. As causas das mortes de alevinos podem ter ocorrido em função do cloro alto que a águas tratadas contem, ou a eficiência do filtro. Em relação à reprodução e ganho de peso diário ainda não foram mensurados, devido falta de mão-de obra e maiores quantidades de tanques disponíveis, visto que quando adultos esta espécie pratica canibalismo, dificultando a contagem de filhotes por fêmea. A produção de hortaliças como alface e rúcula por necessitarem de altas quantidades de nitrogênio disponível não tiveram bom desempenho no sistema, visto que a amônia produzida pelos processos de nitrificação e desnitrificação, são rapidamente perdidas para o sistema, por outro lado, culturas menos exigentes neste nutriente como a hortelã adaptou-se bem ao sistema, garantindo o suprimento familiar do pequeno produtor, além de tratar-se de pratica sustentável, ecologicamente correta e economicamente viável pelo fornecimento de nutrientes provenientes dos dejetos dos peixes.
  • 49. 49 4. CONCLUSÃO Os resultados obtidos foram de que é possível os lambaris se reproduzirem em cativeiros desde que esses alevinos sejam colocados em outra caixa para não ocorrer o canibalismo. A planta de aguapé no sistema ajuda na oxigenação da agua, na limpeza e na reprodução pois as fêmeas colocam seus ovos nas raízes da planta. Quanto a hidroponia, novos testes são necessários para verificar e corrigir os possíveis entraves da produção de hortaliças folhosas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA (American Public Health Association, American Water Works Association, and Water Pollution Control Federation). 1989. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 17th edition. APHA. Washington, DC Disponivel em: https://www.mwa.co.th/download/file_upload/SMWW_1000-3000.pdf Acessado em 20 set. 2017. Boyd, C.E. and C.S. Tucker. 1992. Water Quality and Pond Soil Analyses for Aquaculture. Auburn University, AL. 183 pp.Disponivel em: http://www.ag.auburn.edu/fish/documents/International_Pubs/R&D%20Series/4 3%20-%20Water%20Quality%20for%20Pond%20Aquaculture.pdf. Acessado em 20 de out. 2017 Liao, P.B. and R.D.Mayo. 1974. Intensified fish culture combining water reconditioning and pollution abatement. Aquaculture 3: 61-85.Disponivel em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0044848674900994 Acessado em 19 set. 2017. Peixe BR. Mato Grosso autoriza criação de Tilápia em tanque rede,2016. Disponível em: <http://www.peixebr.com.br/mato-grosso-autoriza-criacao-de-tilapia-em-tanque-rede/>. Acessado em:19 set. 2017. PARKER, N.C., and M.S. Suttle 1987. Design of airlift pumps for water circulation and aeration in aquaculture. Aquaculture Engineering 6: 97-110.Disponivel em:https://www.researchgate.net/.../253241389_Experimental_Investigation_of_ Air_Lift_P...Acessado em: 20 de out. 2017. Piper, R.G. and five other authors. 1982. Fish Hatchery Management. U.S. FWS, Washington, DC. 517 pp. Disponível em:https://archive.org/details/fishhatcherymana00pipe Acessado em: 20 de out. 2017.
  • 50. 50 MONTAGEM DE UM IRRIGADOR SOLAR PARA PEQUENAS PROPRIEDADES JEFERSON ESTEVES BARRETO RESUMO: A procura por produtos orgânicos e mais saudáveis vem aumentando a cada dia, e em contrapartida os produtores de hortaliças estão mudando a maneira de pensar, procurando alternativas tecnológicas para melhorar a sua produção. O grande vilão que os produtores vêm enfrentando na produção de seus produtos orgânicos, são a escassez de água e a energia cada vez mais caras. Uma alternativa encontrada fui à construção de um irrigador solar de baixo custo e com produtos recicláveis, esse projeto parte da termodinâmica onde o calor do sol faz com que o irrigador funcione. O funcionamento desse sistema se da devido ao calor que se acumula no interior da garrafa exercendo uma grande pressão em seu interior, fazendo a água em seu interior saia através de uma manguei posta no acoplador percorrendo toda a sua extremidade caindo em outro recipiente de plástico onde consta uma pequena bóia feita de garrafa pet assim controlando a saída da água para a mangueira de irrigação, quando a incidência solar diminui a pressão no interior da garrafa de vidro escuro acaba formando um vácuo e assim puxando água do reservatório, ou seja, do tambor de 20 litros. Para verificar a eficiência deste sistema é que foi conduzido este projeto, conduzido em residência particular na cidade de Sinop-MT. Concluiu-se ao término dos trabalhos que o sistema é bastante eficaz no auxílio da irrigação de pequenas propriedades, tais como, hortas, jardins, plantações pequenas de frutíferas entre outros, desde que a incidência de luz solar seja captada pelo irrigador. A desvantagem desse sistema que seu funcionamento fica limitado a áreas pequenas de irrigação. Palavras-chave: Irrigador; Escassez de água; Energia; Produtos orgânicos.
  • 51. 51 1. INTRODUÇÃO Segundo BERNARDO (1997), a finalidade básica da irrigação é proporcionar água de qualidade a atender todas as necessidades e exigência hídricas da cultura durante todo o seu ciclo, assim possibilitar altas produtividades e produtos de qualidade. De acordo com LIMA, FERREIRA, CHRISTOFIDIS, (1999) a quantidade de água existente é finita e sua disponibilidade diminui gradativamente devido ao crescimento populacional, o crescimento das fronteiras agrícolas e a degradação do meio ambiente. Assim a demanda por produtos orgânicos e mais saudáveis tem aumentado gradativamente, em conseqüência do aumento da população, e a escassez hídrica e energética, houve a necessidade de mudar as políticas públicas, e adoção de novas tecnologias que possibilitem maior produtividade. Devido a esse cenário resolveu-se desenvolver esse projeto criado pelo professor e pesquisador da Embrapa instrumentos Washington L. B. Melo (2015) que desenvolveu um irrigador solar produzido com produtos recicláveis. Seu funcionamento é movido a energia solar que empurra a água através de uma mangueira por gotejamento, assim economizando tanto com energia como desperdício de água. Esse projeto de pesquisa visa analisar a eficácia e o funcionamento desse irrigador em pequenas propriedades. O uso desses sistemas aplicado em condições de campo possibilitará uma intensificação na produção de hortaliças e leguminosas, uma vez que o desempenho tende a ser melhorado. Assim, objetivou-se avaliar o fornecimento e abastecimento adequado de água para a cultura da abobora, a vazão dos bicos de irrigação, o turno de rega e a vazão do sistema. 2. MATERIAIS E METODOS. Esse projeto de pesquisa foi desenvolvido em uma residência situado na Rua das Arecas nº 232, no bairro Setor Residencial Norte na cidade de Sinop no estado de Mato Grosso, foi utilizado um tambor plástico de 20 litros, um frasco de vidro de 1 litro de capacidade, uma garrafa pet, de 500 ml, um cano de PVC de 50 mm, um capo de 50 mm, mangueiras, isopor, pregos, furadeira, brocas, serrote, madeira, cano de PVC de 25 mm.
  • 52. 52 Passo 01: Foi confeccionado o acoplado para as mangueiras, pegando-se um pedaço de cano de PVC de aproximadamente 10 cm, onde uma das entradas do cano foi acoplada ao litro de vidro que receberá a luz solar e o converterá em calor; Na outra extremidade do cano foi produzido um tampo de isopor com um furo no meio, onde foi colocado um pedaço de aproximadamente 50 cm, o mesmo vai ser introduzido uma das pontas no tambor e a outra dentro da garrafa, foi feito um furo na lateral do cano de PVC para que possa ser colocada uma mangueira que vai conduzir a água que sai do tambor de 20 litros até o distribuidor da água de irrigação. O resultado pode ser observado na imagem 01 abaixo. Imagem 01: Acoplador para mangueira. Fonte: Próprio, 2018 Passo 02: Foi feito um furto no meio do tambor de 20 litros, para que seja introduzida a mangueira de aproximadamente 50 cm do acoplador por onde vai ser extraída a água de seu interior. O resultado pode ser observado na imagem 02 abaixo. Imagem 02: Furo. Fonte: Próprio, 2018
  • 53. 53 Passo 03: Foi montado um suporte de madeira onde vão ser fixados o acoplador e o distribuidor de irrigação, esse suporte foi acondicionado sobre o tambor de 20 litros e reforçado com arames. O resultado pode ser observado na imagem 03 abaixo. Imagem 03: Estrutura de Madeira com acoplador. Fonte: Próprio, 2018 Passo 04: Na outra extremidade do acoplador que fica por cima foi introduzida uma garrafa de 1 litro de vidro que foi pintada de preto assim a incidência de calor é menos refratada, aumentando o aquecimento da mesma, e a outra ponta da mangueira de 50 cm foi colocada por dentro do litro de vidro. O resultado pode ser observado na imagem 04 abaixo. Imagem 04: Garrafa de vidro. Fonte: Próprio, 2018.
  • 54. 54 Passo 5: A confecção do distribuidor de irrigação, foi cortado um cano de PVC de 50 mm da mesma altura do tambor de 20 litros, foi colocado um capo também de 50 mm em uma das extremidades do cano e feito um furo para que a mangueira de irrigação possa ser colocada e assim espalhada na horta para que seja molhada através de gotejamento. O resultado pode ser observado na imagem 05 abaixo. Imagem 05: Distribuidor de irrigação. Fonte: Próprio, 2018. Imagem 06: O irrigador Solar Fonte: Próprio, 2018. A maioria dos materiais utilizados para a montagem do projeto não tiveram custo, pois, são produtos recicláveis que conseguidos com terceiros, ou seja, difícil de mensurar os valores. A estimativa do custo total de implantação do sistema é apresentada na tabela 1 abaixo.
  • 55. 55 Tabela 01. Custo de produção. Materiais Valor Tambor de 20 litros usado R$10,00 Mangueira de jardim R$1,30 metro 5 metros R$ 6,50 Garrafa pet de 500 ml R$ 1,30 Cano de PVC de 50 cm de altura R$ 0,00 Garrafas de vidros R$ 0,00 Cano de PVC de ¾ 10 cm R$ 0,00 Garrafa pet 2 lt R$ 0,00 Total R$ 17,80 Fonte: Próprio, 2018. O protótipo nº 01 do irrigador foi posto em local com bastante incidência de luz solar, mas nos primeiros testes com a garrafa de vidro transparente a temperatura não foi muito alta, assim o sistema não funcionou como o esperado. Foi trocado a garrafa de vidro transparente por uma garrafa de vidro escura (como mostrado na figura nº 07), pois, foi notado que o calor no seu interior era maior. Imagem 07: O irrigador solar com vidro escuro. Fonte: Próprio, 2018. A vazão do sistema foi testada em uma mangueira de irrigação de 5 metros e avaliados dois bicos um próximo ao sistema e o outro no final da mangueira de irrigação, mensurando em 1 minuto, quantos ml consegue encher de um copo graduado, Repetiu-se este processo por 5 dias, nas horas mais quentes do dia, ou seja, quando o sistema apresentava sua eficiência máxima, como mostra na imagem abaixo.
  • 56. 56 Imagem 08: Copo medida Fonte: Próprio, 2018. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O funcionamento desse sistema se dá devido ao calor que se acumula no interior da garrafa exercendo uma grande pressão em seu interior, fazendo a água em seu interior ser expelida através de uma mangueira que sai do acoplador percorrendo toda a sua extremidade caindo em outro recipiente de plástico onde consta uma pequena bóia feita de garrafa pet, assim controlando a saída da água para a mangueira de irrigação, quando a incidência solar diminuir, a pressão no interior da garrafa de vidro escuro acabe formando um vácuo e assim puxando água do reservatório de água, ou seja, do tambor de 20 litros. Na tabela e abaixo estão expressos os resultados da vazão do sistema Tabela 02. Potencialização dos bicos 01 e 02 e media entre eles. Data Bico 01 Bico 02 30/05/2018 50 ml 30 ml 31/05/2018 55 ml 35 ml 01/06/2018 48 ml 29 ml 02/06/2018 50 ml 33 ml 03/06/2018 45 ml 27 ml Média 49,6 ml 30,8 ml Fonte: Próprio, 2018 A tabela acima ilustra bem a média de 49,6 ml para o bico 01 e 30,8 ml para o bico 02 dos 5 dias analisado, os valores divergem pelo fato que, quanto mais distante os bicos são da base do sistema a pressão diminui.
  • 57. 57 Como a mensuração foi feita em apenas dois bicos do sistema o turno de rega não foi analisado, pois, o sistema deve ser adaptado para que sempre tenha água disponível, adaptando na boca do tambor de 20 litros uma bóia juntamente com uma entrada para mangueira, com isso pode-ser acoplado uma mangueira de água assim que for abaixando o nível de água do tambor de 20 litros a bóia se abre liberando a entrada de água. 4. CONCLUSÃO Conclui-se que esse sistema e bastante eficaz no auxílio da irrigação de pequenas propriedades, tais como, hortas, jardins, plantações pequenas de frutíferas entre outros, desde que a incidência de luz solar seja captada pelo irrigador. O fato de sua dimensão também constitui sua maior deficiência, pois fica limitado ao funcionamento em pequenos empreendimentos. Neste projeto foi utilizado garrafa de vidro de 3 litros escuro no qual o sistema foi eficaz, se fosse utilizado uma garrafa de vidro menor como, por exemplo, uma de cerveja o mesmo sistema seria eficaz? Isso se mostraria em uma pesquisa futura. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDO, S. Impacto ambiental da irrigação no Brasil. Recursos hídricos e desenvolvimento sustentável da agricultura. Viçosa: MMA, SRH, ABEAS, UFV, v. 34, 1997. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2016. Disponível em: https://www.embrapa.br/instrumentacao/busca-de- publicacoes//publicacao/1057985/irrigador-solar-instrucoes-de-montagem-e-de- funcionamento, Acessado em: 10 abr. 2018. LIMA, J.E.F.W.; FERREIRA, R.S.A.; CHRISTOFIDIS, D. O uso da irrigação no Brasil. O estado das águas no Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica. CD- ROM, 1999. MAROUELLI, W.A.; & SILVA, W.L. de C.; DA SILVA, H.R. Manejo da irrigação em hortaliças. EMBRAPA-SPI, 1996. YOUTUBE - Guia rápido de montagem irrigador solar, 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QwBneVEyyBE>,Acessado em: 18 abr. 2018.