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GOVERNO DO ESTADO DO MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO E
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – SECITEC ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL
DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA DE SINOP CURSO TÉCNICO
EM AGROPECUÁRIA
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
Sinop-MT
2018.
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à banca examinadora, como
requisito obrigatório para obtenção do
título de Técnico em Agropecuária.
Orientador: Prof. Rafael Alanis Clemente.
Sinop-MT
2018
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
Trabalho de Conclusão de Curso, submetido à apresentação pública, como
requisito para a obtenção do Título de Técnico em Agropecuária.
Sinop/MT, ____ de ______________ 2018
______________________________________________
Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente
Professor Orientador
______________________________________________________
Profª Ms. Eliane Maria Costa
Professor(a) Avaliador(a)
______________________________________________________
Prof. Esp. Djeorjenes Sergio Niesciur
Professor(a) Avaliador(a)
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente aos professores que se dedicaram nos ensinando,
incentivando e motivando para seguirmos firme e forte até aqui.
Aos professores Rafael Alanis Clemente e Leandro Ferreira Moreno reconheço
seus esforços e agradeço sua dedicação e confiança a nossa turma.
Agradeço a oportunidade de ter aprendido muito com os senhores, pois cada lição
e aprendizado será lembrado nessa nova fase.
DEDICATÓRIA
À Pricila Maria de Lima, pessoa com quem compartilho minha vida. Pelo apoio
me dado nesse trajeto, pelo seu companheirismo e compreensão. Obrigado pelo
carinho, pela paciência e dedicação em todos os momentos.
A minha família, pela educação e aos valores reais que me passaram. Agradeço
ao apoio de todos que estão sempre presentes em minha vida.
LISTA DE IMAGENS
Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A
direita meio de cultura em placa de Petri ..................................................................16
Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do
tecido..........................................................................................................................17
Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias....17
Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq.
cogumelos sendo hidratados......................................................................................18
Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake.................................18
Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura..19
Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado..................................................20
Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em
água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado..............24
Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo
inteiro.................................................................................................................................................24
Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização
micélial...............................................................................................................................................24
Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena
colonização micélial.......................................................................................................................26
LISTA GRÁFICOS
Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano................................13
Gráfico 02: Análise de temperatura e umidade durante o período de teste do sistema
climatizado.................................................................................................................21
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Custo de produção...................................................................................25
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................10
ABSTRACT................................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO................................................................................................12
1.1. Produção Nacional..........................................................................................12
1.2. Produção De Shitake......................................................................................14
1.3. Propagação.....................................................................................................14
1.4. Técnica Jun-Cao.............................................................................................15
2. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................15
2.1. Produção Das Sementes De Shitake..............................................................15
2.2. Construção Do Ambiente Protegido - Sistema Caseiro Climatizado...............19
2.3. Preparo Do Substrato......................................................................................22
2.3.1. Inoculação Dos Sacos.....................................................................................23
2.3.2 Análise dos Custo de Produção.................................................................... 25
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................26
4. CONCLUSÃO..................................................................................................27
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................27
ANEXOS....................................................................................................................29
10
PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO
Evangela Cristiane Gielow
RESUMO: Este trabalho objetivou desenvolver um sistema de produção de
cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em
câmara climatizada, afim de levar à população esse alimento saudável. Para isso,
construiu-se um sistema caseiro de câmara de vegetação de baixo custo, baseada
nos conceitos de ar-condicionado caseiro e umidificador caseiro. O maior empecilho
encontrado ao longo do trabalho foi o auto custo de aquisição de sementes do fungo
Shitake, bem como ausência de mercados fornecedores do produto in natura
próximos à região de condução do experimento, tornando-se necessária a reanimação
de cogumelos desidratados para extrair os resíduos de micélios viáveis e adormecidos
nestes. O experimento foi conduzido no laboratório de físico-química da Escola
Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Sinop-MT, tomando
todos os devidos cuidados de profilaxia para tirar o maior proveito do material
manipulado. Até o presente momento os substratos inoculados com os micélios
viáveis obtidos a partir do processo descrito, não apresentaram frutificação,
necessitando maior tempo de incubação ou ainda aprimoramento do treinamento dos
manipuladores afim de evitar possíveis contaminações.
Palavras-Chave: Cogumelo comestível; Fungos; Técnica Jun-Cao; Cultivo de
Cogumelos.
11
PRODUCTION OF FUNGI IN A PROTECTED ENVIRONMENT
EVANGELA CRISTIANE GIELOW
ABSTRACT: This work aimed to develop a system of production of edible mushrooms,
from resuscitation of mycelia to its propagation in a heated chamber,to bring this
healthy food to the population. For this, a low-cost greenhouse system was built, based
on the concepts of home air-conditioning and home humidifier. The greatest
impediment encountered throughout the work was the auto seed acquisition cost of
the fungus Shitake, as well as the absence of markets that supply the product in natura
close to the region conducting the experiment, requiring the reanimation of dehydrated
mushrooms to extract the residues of viable and dormant mycelia in these. The
experiment was conducted in the physicochemical laboratory of the State Technical
School of Professional and Technological Education of Sinop-MT, taking all the
necessary care of prophylaxis to make the most of the material manipulated. Up to the
present time the substrates inoculated with the viable mycelia obtained from the
process described, did not present fruiting, requiring longer incubation time or even
better training of the manipulators in order to avoid possible contaminations.
Keywords: Edible Mushroom; Fungi; technique Jun-Cao; Cultivation of Mushrooms.
12
1. INTRODUÇÃO
Os cogumelos são as frutificações de alguns fungos, e poucas pessoas
conhecem suas variedades e os benefícios que possuem. Pertencentes ás classes
dos Ascomycetes e Basidiomycetes do reino Fungi, constituem-se em um grupo de
seres vivos com diversas formas e variedades que não realizam a fotossíntese, sendo
decompositores de matéria orgânica desde troncos de árvores, gramíneas e outros
compostos, obtendo como alimento outros seres dos quais se associam. Os micélios
são os corpos vivos dos fungos, estes são constituídos de filamentos com aparência
de uma pequena teia as chamadas hifas, quando compatíveis sexualmente se juntam
e começam a formar os corpos de frutificação, das quais chamamos essas estruturas
cogumelos (OEI, 2006).
No Brasil, apesar de não fazer parte do hábito alimentar da grande maioria da
população, sendo restrito a grupos econômicos e culturais mais favorecidos, existe
uma tendência de aumento na produção e consumo de cogumelos como fonte de
nutrientes (DIAS et al, 2003). O consumo nacional destaca a variedade Champignon
paris e em segundo lugar o Shitake, sendo esse o mais antigo produzido no mundo e
seu cultivo é feito em madeira de maneira muito simples, pois seu desenvolvimento é
através da celulose, as células que compõe a madeira.
Nos séculos passados, os japoneses cultivavam os cogumelos sob troncos em
decomposição; os chineses, em madeira e palhas decompostas; os europeus, em
bosques, ao ar livre ou em cavernas. Entretanto, estes processos eram lentos e
exigiam tempo para que se desenvolvesse a parte comestível ou o corpo frutífero
(URBEN, 2004).
1.1 Produção Nacional
Atualmente, os principais produtores de cogumelos estão nos Estados de São
Paulo e no Paraná, além desses estados existem cultivos em Minas Gerais, Rio de
Janeiro, sul da Bahia, Pernambuco, Brasília e no Rio Grande do Sul. Segundo a
ANPC Associação Nacional de Produtores de Cogumelos, á uma dificuldade de
13
quantificar com exatidão o número de produtores devido ausência de estimavas do
setor, a atividade está distribuída entre micro e pequenos agricultores familiares.
Devido à concorrência com os produtos importados observa-se uma queda na
produção nacional, reduzindo também o número de produtores que fazem dessa
atividade sua principal fonte de renda (ANPC, 2013).
Estima-se que o Brasil produz cerca e 12.000 toneladas "in natura", com
destaque para produção de champignon, comparando com outros países produtores
como China, Estados Unidos e Itália ainda é uma quantidade muito pequena, porém
desempenha um papel importante tanto para o micro como pequeno agricultor família,
abaixo podemos observar na tabela a quantidade de toneladas produzida por ano de
cogumelos in natura.
Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano.
Fonte: ANPC – Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, 2013.
Em Mato Grosso, atualmente, apenas um produtor tem investido na produção de
fungos comestíveis, o engenheiro agrônomo Pablo Emilio Tenuta conta que teve a
ideia em 2007 e a partir daí pesquisou sobre as condições e viabilidade de se
implantar o sistema de cultivo, sendo hoje o único produtor do estado. A variedade
escolhida foi o Champignon de paris da família agaricáceas, produzindo em uma área
de 1200 metros quadrados a 16km de Chapada dos Guimarães na MT-251, segundo
o produtor já foram investidos mais de R$ 500 mil com instalações de galpões, compra
de equipamentos entre outros. Após o período de produção e o surgimento das
frutificações, os cogumelos são processados e distribuídos tanto in natura como em
8000 mil T
2000 mil T
1500 mil T
500 T
Produção Toneladas/Ano
Champignon
Pleurous spp
Shitake
Cogumelo do Sol
14
conservas em restaurantes e mercados de Cuiabá, o produtor espera ainda que nos
próximos anos consiga negociar com mais empresas e em outros municípios.
1.2 Produção de Shitake
O cogumelo Shitake possui alto valor nutricional biológico e é rico em proteínas
com mais de 37%, as pessoas que adotam o Shitake como alimento de consumo e
visam diminuir assim o consumo de carnes que possuem gorduras saturadas podem
se beneficiar de diversas formas, pois o Shitake possui uma substancia natural que
atua no sistema imunológico, dando mais carga e poder de ação do sistema de defesa
do nosso corpo contra o ataque de vírus, bactérias entre outras doenças.
Seu cultivo em toras de eucalipto torna a frutificação tardia, no entanto, isso
favorece um prolongamento em seu clico produtivo, podendo ser realizadas de 8 a 10
colheitas a cada 35 dias, tendo uma produção relativamente alta e assim agregando
valor para o proprietário rural.
O Shitake se desenvolve melhor em temperaturas entre 20ºC a 25ºC e umidade
relativa do ar com 75% a 95%, sendo que as condições do clima na região podem
afetar a produção de forma negativa (OEI, 2006).
1.3 Propagação
São utilizadas diversas técnicas para o cultivo dos cogumelos, na natureza
existem mais de 200 tipos de cogumelos comestíveis. Uma das espécies de plantas
das quais o Shitake mais se adaptou é o eucalipto, pois essa planta possui uma casca
grossa e os componentes das fibras do eucalipto são bem aceitos para o
desenvolvimento do fungo, dando um aroma peculiar ao cogumelo Shitake
(SANCHEZ, 2016). A produção dos cogumelos é totalmente orgânica, pois não são
utilizados nenhum aditivo químico ou componentes que não são aceitos em produções
orgânicas, sendo assim os pequenos produtores podem trabalhar com a produção e
gerar uma nova fonte de renda diversificando sua propriedade e aproveitando
pequenos espaços.
15
1.4 Técnica Jun-Cao
A técnica Jun-Cao desenvolvida pelos Chineses em 1983 tem como objetivo a
utilização de gramíneas e outros resíduos agroindustriais para o cultivo de fungos
comestíveis, visando aspectos econômicos e ecológicos, essa técnica traz diversos
benefícios como a redução dos custos por utilizar como substrato resíduos recicláveis
para os fungos que os decompõe, além do aumento da produção e qualidade. Devido
a facilidade de produção o cultivo de cogumelos vem gerando renda para pequenos
produtores, além do aumento significativo da produção tornando esse alimento mais
acessível para a população.
Este trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema de produção de
cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em
câmara climatizada, avaliando sua oferta no mercado local, afim de levar à população
esse alimento saudável.
2 MATERIAIS E METODOS
2.1 Produção Das Sementes De Shitake
Para iniciarmos o cultivo do cogumelo do gênero Lentinula edodes, Shitake como
é conhecido, é necessário a obtenção de sementes de boa qualidade ou a produção
das mesmas. Na produção o ambiente onde será realizado o processo deve ser
totalmente esterilizado e limpo, livre de quaisquer contaminantes pois o ar possui
muitos esporos de outros fungos e bactérias que podem competir com o fungo que se
deseja produzir, para que haja sucesso na produção das sementes é preferível que o
processo seja feito em laboratório. A produção pode ser feita através da cultura dos
tecidos de um cogumelo fresco e saudável, os fungos se propagam através de milhões
de esporos sendo carregados e espalhados pelo vento, chuva ou insetos e após
estabelecidos em meio de cultura ou ambiente apropriado, quando compatíveis se
unem e ramificam-se formando os micélios que serão capazes de formar os corpos
16
de frutificações. Durante a fase de colonização o desenvolvimento do micélio dá-se
através do meio de cultura esterilizados utilizando os nutrientes nele disponíveis, a
temperatura ideal para sua colonização é de aproximadamente 25ºC.
Neste trabalho, devido ausência de fonte financiadora, não foi possível a
aquisição de micélios comerciais (SPAWS). Devido a distância de centros produtivos
de cogumelo in natura, a região é abastecida, preferencialmente por cogumelos
desidratados, sendo necessária sua reanimação para extração de micélios viáveis,
conforme metodologia descrita em sites especializados.
O Processo da produção de sementes foi realizado no laboratório da Escola
Técnica Estadual De Educação Profissional E Tecnológica SECITEC em Sinop-MT,
as bancas foram esterilizadas com álcool Isopropílico 70% juntamente com as placas
de Petri onde foram hidratados os cogumelos secos por 4 horas, em solução de H²O
diluído em 0,5 ml de hidróxido de sódio 4%, para esterilização da água. O processo
de ´preparo das amostras pode ser melhor observado nas imagens 1 e 2 abaixo.
Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A
direita meio de cultura em placa de Petri.
Fonte: O Autor, 2018.
Após hidratação, partes sadias dos cogumelos foram colocadas em placas de
Petri com um meio de cultura à base de xarope de glicose e em seguida transferidas
para a estufa de incubação à 25° C, até a formação de esporos ao redor do material
inoculado.
17
Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do tecido.
Fonte: O Autor, 2018.
Após 20 dias em estufa verificou-se contaminação em todas as amostras,
sendo necessário um novo ensaio para a colonização saudável dos fungos. A imagem
3 abaixo ilustra os agentes contaminantes.
Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias.
Fonte: O Autor, 2018.
O segundo ensaio teve início no dia 11 de abril seguindo rigorosamente os
cuidados com limpeza e esterilização dos objetos utilizados no processo. As placas
de Petri e meio de cultura foram pasteurizadas em panela de pressão por 20 minutos,
após resfriamento foram lacrados em embalagem plástica e papel pardo para que não
haja contaminação de ambos. A hidratação dos cogumelos secos foi feita com água
deionizada quimicamente pura com condutividade equivalente à da água destilada
(QUIMIS, 2018). Pode-se observar abaixo na imagem.
18
Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq.
cogumelos sendo hidratados.
Fonte: O Autor, 2018.
Dos cogumelos hidratados foram retiradas partes interna dos tecidos, e
colocados separadamente em placas de Petri pasteurizadas com o meio de cultura
xarope de glicose. Também foram feitas amostras com cortes externos do tecido em
placas separadas com o meio de cultura, além de outra amostra com um cogumelo
inteiro sem meio de cultura em placa de Petri esterilizada.
Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake.
Fonte: O Autor, 2018.
Após a realização dos cortes as amostras foram colocadas em estufa pré
esterilizada com álcool, em temperatura de 25°C. O período para que o micélio se
19
desenvolva e ramifique pelo meio de cultura pode levar de quatro a dez dias,
chamamos essa fase de desenvolvimento micélial.
Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura.
Fonte: O Autor, 2018.
Após essa fase a cultura mãe pode ser utilizada para inocular diretamente o
substrato ou grãos de cereais como o sorgo, centeio, quirela de milho, arroz ou trigo,
a vantagem de se utilizar grãos de cereais é que são nutritivos facilitando ainda mais
o desenvolvimento dos fungos, ao inocular os grãos as garrafas devem ser incubadas
até que o micélio se desenvolva de forma a cobrir todo o substrato. A temperatura
deve ser próxima da temperatura ótima para se obter um bom desenvolvimento
micélial (OEI, 2006).
2.2 Construção Do Ambiente Protegido – Sistema Caseiro Climatizado
Para cultivar os cogumelos é necessário que se haja uma casa de vegetação,
onde estes serão alocados em prateleiras após a inoculação no substrato, durante o
período de desenvolvimento micélial até sua colheita, o ambiente deve ter uma
temperatura e umidade que atendam às necessidades do fungo a ser cultivado, nesse
caso a escolha do Shitake sua temperatura ideal está entre os 20°C a 25°C com
umidade até 95%. De acordo com as características de cultivo o objetivo foi de criar
um ambiente propicio, e de baixo custo. Utilizando materiais que poderiam ser
reutilizados para essa finalidade.
Como sabemos, para criar o clima e o ambiente favorável para o
desenvolvimento do fungo, adaptamos de forma barata o sistema de ar condicionado
caseiro juntamente com umidificador caseiro. Ambos são construídos com coolers de
20
computadores, uma fonte 12 v e caixa de isopor podendo ser de 10 a 20L. No sistema
confeccionado para este trabalho, foram utilizados duas caixas de isopor, sendo uma
de 21L e outra de 120L. Na caixa de 21L foram instalados os coolers, interruptor liga
e desliga juntamente com a fonte, a parte interna da caixa foi revestida com papel
alumínio, já que o mesmo retém a temperatura, o alumínio servirá como um isolante
térmico para concentrar a temperatura apenas na caixa pequena nela foi feito dois
furos com medida de cano PVC 50 mm ligando assim a caixa menor a maior onde
serão postos os compostos com o fungo inoculado. Na saída dos furos da caixa
menor, foram instaladas as 2 telas protetoras que acompanham os coolers, nelas
ficam penduradas tiras de pano jeans que terão a função de conduzir a água para
umidificar o ar.
O sistema funciona da seguinte forma, dentro da caixa menor é acrescentada
uma quantidade de agua até que atinja altura onde ficam a ponta dos panos,
juntamente são colocadas garrafas pet congeladas, podendo caber até três garrafas
de 2L de gelo cada. Com os coolers ligados o gelo dentro da garrafa irá manter a
temperatura amena conforme for derretendo, a agua dentro da caixa irá evaporar e
através dos panos subira por capilaridade até as saídas de uma caixa para outra
mantendo a umidade do ar junto a temperatura. Pode-se observar na imagem abaixo
o sistema caseiro climatizado montado.
Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado.
Fonte: O Autor, 2018.
21
De baixo custo e simples de produzir, foram realizados testes a fim de verificar
a eficiência da umidade e temperatura dentro da caixa onde serão alocados os
substratos inoculados. Durante o período de análise foram utilizados um termo
higrômetro para aferir a temperatura e umidade com o sistema operando. Com
temperatura ambiente de 26,8°C e umidade relativa a 77%, as 12 horas iniciamos o
teste utilizando 2 garrafas pets de dois litros de gelo, colocados na caixa menor de 21
litros com água até metade da caixa.
Gráfico 02: Teste e análise de temperatura e umidade do sistema climatizado.
Fonte: O Autor, 2018.
Foram aferidas a cada hora a temperatura e umidade dentro da caixa maior,
além do tempo de degelo das garrafas conforme a duração da análise pode-se
verificar abaixo no gráfico a umidade e temperatura no período do meio dia até às 18
horas da tarde, podendo observar as variações de acordo com a influência do meio
externo.
26,8°C
24,8°C
24,6°C
25,6°C
25,6°C
25,2°C
23,6°C
77%
85%
81%
79%
78%
83%
82%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
12 horas
13 horas
14 horas
15 horas
16 horas
17 horas
18 horas
Umidade
Temperatura
Analise de Temperatura e Umidade %
umidade temperatura
22
2.3 Preparo Do Substrato
Segundo Eira (1996) por serem aptas a utilizar lignina, celulose e hemicelulose
como fonte de carbono e nutrientes, o Shitake pode ser cultivado em uma grande
variedade de resíduos agrícolas. O preparo do substrato de qualidade é de grande
importância, interferindo diretamente na qualidade e quantidade da produção, a
escolha do mesmo deve atender as necessidades nutricionais do cogumelo que se
deseja produzir. Lentinula edodes é um fungo lignolítico, no qual produz uma série de
enzimas hidrolíticas e oxidativas, como celulases, hemicelulases e ligninases
envolvidas no processo de degradação dos principais componentes de materiais
lignocelulósicos (WILLIAN, 2012). A casca de arroz é um dos mais abundantes
resíduos agroindustriais, é um material fibroso composto principalmente por celulose,
lignina e resíduo orgânico.
O método mais utilizado para esterilização de grandes quantidades de substrato,
é através da pasteurização com uso de vapor. Neste trabalho, devido o volume de
substrato utilizado, optou-se por um método simples de esterilização, que consiste na
imersão em agua quente do substrato a ser utilizado. Esse método possui risco de
contaminação reduzido, devido ao processo de imersão que irá destruir os
contaminantes pasteurizando o composto. O substrato deve ser colocado em
recipiente com água quente á 70°C por no mínimo 15 minutos, sendo mais adequado
e seguro dentre 30-60 minutos de fervura (OEI, 2006).
Foram utilizados como fonte principal para o substrato a palha de arroz, e ainda
foram adicionados como suplemento o farelo de arroz e calcário para regular o PH do
composto, nas proporções de 78% palha; 20% de farelo de arroz; e 2% de calcário
para 1 kg de matéria seca, misturados em recipiente simples, pesados com balança
digital para até 10kg. Segundo vários autores, o farelo estimula o crescimento do
micélio de diversas espécies de cogumelos, promovendo, assim, a rápida colonização
do substrato (Fasidi & Kadiri, 1993; Royse, 1996; Teixeira, 1996).
23
Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em
água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado.
Fonte: O Autor, 2018.
Após 1hr de pasteurização através da fervura realizamos o escoamento com um
pano limpo, efetuando a mistura dos ingredientes com até 60% de umidade da palha,
foram adicionados em sacos de Polipropileno amarado com barbante de algodão e
levados para mais uma pasteurização através de vapor.
2.3.1 Inoculação dos Sacos
Como resultado da produção de sementes de Shitake, após 4 dias de estufa
verificou-se a colonização micélial (imagem 9) das amostras não submetidas à meio
de cultura, com a colonização de esporos sobre o tecido morto do próprio cogumelo,
evidenciando que as situações de maior estresse e menor condição favorável à sua
sobrevivência é que promoveram o resultado positivo na produção de sementes,
sendo esta utilizada para inoculação dos sacos de substrato. As demais amostras
foram contaminadas e algumas não apresentaram desenvolvimento de quaisquer
tipos de fungos ou contaminantes.
24
Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo
inteiro.
Fonte: O Autor, 2018.
Foram inoculados os sacos com o substrato pasteurizado utilizando partes do
cogumelo onde se localizavam as colônias do micélio (imagem 9). Sendo lacrados
com barbante e um tampão de algodão na saída, de forma que permita o arejamento
do substrato. A duração para a colonização total do substrato pelo fungo depende de
cada espécie, do tamanho do saco, quantidade de semente e principalmente da
temperatura, levando em torno de 3 semanas ou até um mês para colonização. Após
esse período começam a se formar os corpos de frutificação, a umidade deve ser
mantida entre 90 e 95% até que os cogumelos atinjam 1cm, diminuindo relativamente
para 85% em ambiente fresco e ventilado.
Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização
micélial.
Fonte: O Autor, 2018.
25
Outro fator que devemos considerar durante o período de incubação é a
disponibilidade de oxigênio para desenvolvimento do fungo, sendo importante a
realização das trocas gasosas dos substratos, durante o crescimento vegetativo.
Segundo Donoghue & Denison (1995), o O2 estimula o crescimento do fungo, e altas
concentrações de CO2 afetam a sua atividade enzimática, diminuindo, assim, a
velocidade de miceliação.
2.3.2 Análise dos Custo de Produção
Os custos de produção com esse sistema foram mínimos, os materiais para
construção do sistema em partes foram reutilizados e outros doados, já para a
inoculação foram adquiridos, os cogumelos secos para produção das sementes, e o
meio de cultura xarope de glicose, para produção dos substratos a palha de arroz e
farelo, o calcário, além dos sacos de polipropileno abaixo na tabela podemos observar
os valores.
As primeiras colheitas ocorrem com 10 a 15 dias após o micélio colonizar
completamente o substrato, a produção total do processo utilizando gramíneas e
outras espécies vegetais como substrato é, em média, 250 gramas/kg de substrato
úmido (ENBRAPA, 2005).
Tabela 01. Custos de produção.
Materiais Valor
Farelo de Arroz 2kg R$ 3,00
Palha de Arroz 10kg R$ 3,00
Calcário Dolomito 1kg R$ 1,64
Sacos Polipropileno 20x30 1kg R$ 22,50
Cogumelos Desidratados R$ 26,90
Xarope de Glicose R$ 3,25
Total R$ 60,29
Fonte: O Autor, 2018.
Portanto é possível produzir em um pequeno espaço com 1kg de substrato
úmido 250 gramas de cogumelos cada. O preço médio do Shitake fresco no mercado
26
é de R$ 15,00/kg, para o pequeno e médio produtor a técnica oferece grande potencial
de expansão, participando assim do mercado comercial.
Analisando a produção em números, um pequeno produtor com 300kg de
substrato produziria 75kg de cogumelo in natura, com preço de R$ 15,00/kg o produtor
teria gerando uma renda de R$ 1.125 atualmente maior que o salário mínimo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de produção de sementes foi realizado em duas tentativas, sendo a
segunda com sucesso apenas para uma das amostras, da qual foi utilizada para a
inoculação do substrato.
Durante a fase de incubação após 30 dias, pode-se observar a colonização
micélial pelo fungo em dois dos sacos de substrato, porém diversos fatores podem ter
influenciado a produção, podemos considerar que a quantidade de semente
produzidas não foram suficientes para colonizar completamente o substrato, como
também a profundidade de inoculação ou a linhagem escolhida, abaixo nas imagens
podemos observar a colonização do substrato pelo fungo.
Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena
colonização micélial.
Fonte: O Autor, 2018.
27
Devido a carência de se encontrar produtores na região afim de se obter
sementes de qualidade para a produção a curto prazo não obtivemos os resultados
esperados, portanto novos experimentos serão realizados com objetivo de melhor
avaliar a eficiência do sistema de produção, com relação a quantidade de frutificações
por saco de substrato, bem como peso, tamanho e o rendimento total entre as
colheitas.
4. CONCLUSÃO
Concluiu-se com este trabalho que o cultivo em ambiente protegido pela técnica
Jun-cao é essencial para o sucesso da produção, podemos considerar que além da
escolha da linhagem a se produzir e utilização de sementes de boa qualidade, o
sistema de produção é responsivamente eficaz, por manter a temperatura e umidade
necessária para colonização micélial. O retorno financeiro é garantido mesmo com
baixo investimento inicial, principalmente pela demanda do produto fresco na região.
Entretanto, a maior dificuldade encontrada foi a produção de sementes viáveis
demonstrando a alta sensibilidade dos esporos de Shitake à contaminação de agentes
diversos, sendo necessários maiores e contínuos estudos e aprimoramento de
técnicas de produção de sementes em nossa região.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANPC - Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, O Setor de Cogumelos,
2018. Disponível em:
https://www.anpccogumelos.org/ Acessado em: 15 abr. 2018.
BASTAZANI. W. R. Cultivo de shitake (Lentinula edodes). Cogumelo Hobby.
Jundiaí, São Paulo, 2018. Disponível em:
http://www.cogumelohobby.com/Shiitake%20texto.htm Acessado em: 18 abr. 2018.
DIAS, E.S.; KOSHIKUMO, E.M.S.; SCHWAN, R.F.; SILVA, R. Cultivo de cogumelos
Pleurotus sajor-caju em diferentes resíduos agrícolas. Ciência e Agro tecnologia,
Lavras, 2003.
28
DONOGHUE, J. D.; DENISON, W. C. Shiitake cultivation: gas phase during
incubation influences productivity. Mycologia, New York, v. 87, n. 2, p. 239-244,
1995.
EMBRAPA - Produção de cogumelos comestíveis e medicinais técnica chinesa
modificada. Brasília –DF, 2005. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/186487. Acessado em: 20 abr.
2018.
EIRA, A. E.; MINHONI, M. T. A. Manual teórico-prático de cultivo de cogumelos
comestíveis. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais,
1996.96p.
FASIDI, I. O.; KADIRI, M. Use of agricultural wastes for the cultivation of Lentinus
subnudus (Polyporales: Polyporaceae) in Nigeria. Revista de Biologia Tropical, San
José, v. 41, n. 3, p. 411-415, 1993.
MACIEL, P. W. Cultivo de Lentinula edodes em diferentes condições de
substrato e temperatura. Lavras, 2012. Disponível em:
http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/1007/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cultivo%
20de%20Lentinula%20edodes%20em%20diferentes%20condi%C3%A7%C3%B5es
%20de%20substrato%20e%20temperatura.pdf Acessado em: 12 abr. 2018.
OEI, Peter.; VAN NIEUWENHUIJZEN.B. O cultivo de cogumelos em pequena
escala: pleurotus, shiitake e orelha-de-pau. Fundação Agromisa e CTA, 1 ed.2006.
ROYSE, D. J. Effect of spawn run time and substrate nutrition on yield and a size
of the shiitake mushroom. Mycologia, New York, v. 77, n. 5, p. 756-762, 1985.
SANCHEZ, E. A. Cogumelo Shitake. Rede Rama, Vol. 02.- E-book curso de
cogumelo shitake- 2016. Disponível em:
http://rederama.com.br/ Acessado em 20 abr. 2018
SILVA, M. M. Cultivo de cogumelos comestíveis pela técnica jun-cao. Belo
Horizonte, Minas Gerais – 2011. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br Acessado em 22 abr. 2018
TOMAZ, W.; Único produtor de mato grosso está em chapada. Gazeta Digital -
2009. Disponível em:
http://www.gazetadigital.com.br/ Acessado em 22 abr. 2018
TEIXEIRA, E. M. Efeito da suplementação de serragem de Eucalyptus grandis
(Hill ex Maiden), na velocidade e intensidade de colonização do substrato para
produção de Semente de Lentinula edodes (Berk.) Pegler e sua eficiência na
produtividade. Jaboticabal: UNESP, 1996. 37 p. Dissertação de Mestrado.
URBEN, A. F. Produção de cogumelos por meio de tecnologia chinesa
modificada. 2. Ed. Brasília
29
ANEXOS
ANEXO A – Documento de aprovação apresentado e assinado pela banca.

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Tcc evangela gielow

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DO MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO E CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – SECITEC ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA DE SINOP CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA EVANGELA CRISTIANE GIELOW PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO Sinop-MT 2018.
  • 2. EVANGELA CRISTIANE GIELOW PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora, como requisito obrigatório para obtenção do título de Técnico em Agropecuária. Orientador: Prof. Rafael Alanis Clemente. Sinop-MT 2018
  • 3. EVANGELA CRISTIANE GIELOW PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO Trabalho de Conclusão de Curso, submetido à apresentação pública, como requisito para a obtenção do Título de Técnico em Agropecuária. Sinop/MT, ____ de ______________ 2018 ______________________________________________ Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente Professor Orientador ______________________________________________________ Profª Ms. Eliane Maria Costa Professor(a) Avaliador(a) ______________________________________________________ Prof. Esp. Djeorjenes Sergio Niesciur Professor(a) Avaliador(a)
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente aos professores que se dedicaram nos ensinando, incentivando e motivando para seguirmos firme e forte até aqui. Aos professores Rafael Alanis Clemente e Leandro Ferreira Moreno reconheço seus esforços e agradeço sua dedicação e confiança a nossa turma. Agradeço a oportunidade de ter aprendido muito com os senhores, pois cada lição e aprendizado será lembrado nessa nova fase.
  • 5. DEDICATÓRIA À Pricila Maria de Lima, pessoa com quem compartilho minha vida. Pelo apoio me dado nesse trajeto, pelo seu companheirismo e compreensão. Obrigado pelo carinho, pela paciência e dedicação em todos os momentos. A minha família, pela educação e aos valores reais que me passaram. Agradeço ao apoio de todos que estão sempre presentes em minha vida.
  • 6. LISTA DE IMAGENS Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A direita meio de cultura em placa de Petri ..................................................................16 Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do tecido..........................................................................................................................17 Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias....17 Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq. cogumelos sendo hidratados......................................................................................18 Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake.................................18 Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura..19 Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado..................................................20 Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado..............24 Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo inteiro.................................................................................................................................................24 Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização micélial...............................................................................................................................................24 Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena colonização micélial.......................................................................................................................26
  • 7. LISTA GRÁFICOS Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano................................13 Gráfico 02: Análise de temperatura e umidade durante o período de teste do sistema climatizado.................................................................................................................21
  • 8. LISTA DE TABELAS Tabela 01: Custo de produção...................................................................................25
  • 9. SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................10 ABSTRACT................................................................................................................11 1 INTRODUÇÃO................................................................................................12 1.1. Produção Nacional..........................................................................................12 1.2. Produção De Shitake......................................................................................14 1.3. Propagação.....................................................................................................14 1.4. Técnica Jun-Cao.............................................................................................15 2. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................15 2.1. Produção Das Sementes De Shitake..............................................................15 2.2. Construção Do Ambiente Protegido - Sistema Caseiro Climatizado...............19 2.3. Preparo Do Substrato......................................................................................22 2.3.1. Inoculação Dos Sacos.....................................................................................23 2.3.2 Análise dos Custo de Produção.................................................................... 25 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................26 4. CONCLUSÃO..................................................................................................27 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................27 ANEXOS....................................................................................................................29
  • 10. 10 PRODUÇÃO DE FUNGOS EM AMBIENTE PROTEGIDO Evangela Cristiane Gielow RESUMO: Este trabalho objetivou desenvolver um sistema de produção de cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara climatizada, afim de levar à população esse alimento saudável. Para isso, construiu-se um sistema caseiro de câmara de vegetação de baixo custo, baseada nos conceitos de ar-condicionado caseiro e umidificador caseiro. O maior empecilho encontrado ao longo do trabalho foi o auto custo de aquisição de sementes do fungo Shitake, bem como ausência de mercados fornecedores do produto in natura próximos à região de condução do experimento, tornando-se necessária a reanimação de cogumelos desidratados para extrair os resíduos de micélios viáveis e adormecidos nestes. O experimento foi conduzido no laboratório de físico-química da Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Sinop-MT, tomando todos os devidos cuidados de profilaxia para tirar o maior proveito do material manipulado. Até o presente momento os substratos inoculados com os micélios viáveis obtidos a partir do processo descrito, não apresentaram frutificação, necessitando maior tempo de incubação ou ainda aprimoramento do treinamento dos manipuladores afim de evitar possíveis contaminações. Palavras-Chave: Cogumelo comestível; Fungos; Técnica Jun-Cao; Cultivo de Cogumelos.
  • 11. 11 PRODUCTION OF FUNGI IN A PROTECTED ENVIRONMENT EVANGELA CRISTIANE GIELOW ABSTRACT: This work aimed to develop a system of production of edible mushrooms, from resuscitation of mycelia to its propagation in a heated chamber,to bring this healthy food to the population. For this, a low-cost greenhouse system was built, based on the concepts of home air-conditioning and home humidifier. The greatest impediment encountered throughout the work was the auto seed acquisition cost of the fungus Shitake, as well as the absence of markets that supply the product in natura close to the region conducting the experiment, requiring the reanimation of dehydrated mushrooms to extract the residues of viable and dormant mycelia in these. The experiment was conducted in the physicochemical laboratory of the State Technical School of Professional and Technological Education of Sinop-MT, taking all the necessary care of prophylaxis to make the most of the material manipulated. Up to the present time the substrates inoculated with the viable mycelia obtained from the process described, did not present fruiting, requiring longer incubation time or even better training of the manipulators in order to avoid possible contaminations. Keywords: Edible Mushroom; Fungi; technique Jun-Cao; Cultivation of Mushrooms.
  • 12. 12 1. INTRODUÇÃO Os cogumelos são as frutificações de alguns fungos, e poucas pessoas conhecem suas variedades e os benefícios que possuem. Pertencentes ás classes dos Ascomycetes e Basidiomycetes do reino Fungi, constituem-se em um grupo de seres vivos com diversas formas e variedades que não realizam a fotossíntese, sendo decompositores de matéria orgânica desde troncos de árvores, gramíneas e outros compostos, obtendo como alimento outros seres dos quais se associam. Os micélios são os corpos vivos dos fungos, estes são constituídos de filamentos com aparência de uma pequena teia as chamadas hifas, quando compatíveis sexualmente se juntam e começam a formar os corpos de frutificação, das quais chamamos essas estruturas cogumelos (OEI, 2006). No Brasil, apesar de não fazer parte do hábito alimentar da grande maioria da população, sendo restrito a grupos econômicos e culturais mais favorecidos, existe uma tendência de aumento na produção e consumo de cogumelos como fonte de nutrientes (DIAS et al, 2003). O consumo nacional destaca a variedade Champignon paris e em segundo lugar o Shitake, sendo esse o mais antigo produzido no mundo e seu cultivo é feito em madeira de maneira muito simples, pois seu desenvolvimento é através da celulose, as células que compõe a madeira. Nos séculos passados, os japoneses cultivavam os cogumelos sob troncos em decomposição; os chineses, em madeira e palhas decompostas; os europeus, em bosques, ao ar livre ou em cavernas. Entretanto, estes processos eram lentos e exigiam tempo para que se desenvolvesse a parte comestível ou o corpo frutífero (URBEN, 2004). 1.1 Produção Nacional Atualmente, os principais produtores de cogumelos estão nos Estados de São Paulo e no Paraná, além desses estados existem cultivos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, sul da Bahia, Pernambuco, Brasília e no Rio Grande do Sul. Segundo a ANPC Associação Nacional de Produtores de Cogumelos, á uma dificuldade de
  • 13. 13 quantificar com exatidão o número de produtores devido ausência de estimavas do setor, a atividade está distribuída entre micro e pequenos agricultores familiares. Devido à concorrência com os produtos importados observa-se uma queda na produção nacional, reduzindo também o número de produtores que fazem dessa atividade sua principal fonte de renda (ANPC, 2013). Estima-se que o Brasil produz cerca e 12.000 toneladas "in natura", com destaque para produção de champignon, comparando com outros países produtores como China, Estados Unidos e Itália ainda é uma quantidade muito pequena, porém desempenha um papel importante tanto para o micro como pequeno agricultor família, abaixo podemos observar na tabela a quantidade de toneladas produzida por ano de cogumelos in natura. Gráfico 01: Produção por espécie cultivada em toneladas/ano. Fonte: ANPC – Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, 2013. Em Mato Grosso, atualmente, apenas um produtor tem investido na produção de fungos comestíveis, o engenheiro agrônomo Pablo Emilio Tenuta conta que teve a ideia em 2007 e a partir daí pesquisou sobre as condições e viabilidade de se implantar o sistema de cultivo, sendo hoje o único produtor do estado. A variedade escolhida foi o Champignon de paris da família agaricáceas, produzindo em uma área de 1200 metros quadrados a 16km de Chapada dos Guimarães na MT-251, segundo o produtor já foram investidos mais de R$ 500 mil com instalações de galpões, compra de equipamentos entre outros. Após o período de produção e o surgimento das frutificações, os cogumelos são processados e distribuídos tanto in natura como em 8000 mil T 2000 mil T 1500 mil T 500 T Produção Toneladas/Ano Champignon Pleurous spp Shitake Cogumelo do Sol
  • 14. 14 conservas em restaurantes e mercados de Cuiabá, o produtor espera ainda que nos próximos anos consiga negociar com mais empresas e em outros municípios. 1.2 Produção de Shitake O cogumelo Shitake possui alto valor nutricional biológico e é rico em proteínas com mais de 37%, as pessoas que adotam o Shitake como alimento de consumo e visam diminuir assim o consumo de carnes que possuem gorduras saturadas podem se beneficiar de diversas formas, pois o Shitake possui uma substancia natural que atua no sistema imunológico, dando mais carga e poder de ação do sistema de defesa do nosso corpo contra o ataque de vírus, bactérias entre outras doenças. Seu cultivo em toras de eucalipto torna a frutificação tardia, no entanto, isso favorece um prolongamento em seu clico produtivo, podendo ser realizadas de 8 a 10 colheitas a cada 35 dias, tendo uma produção relativamente alta e assim agregando valor para o proprietário rural. O Shitake se desenvolve melhor em temperaturas entre 20ºC a 25ºC e umidade relativa do ar com 75% a 95%, sendo que as condições do clima na região podem afetar a produção de forma negativa (OEI, 2006). 1.3 Propagação São utilizadas diversas técnicas para o cultivo dos cogumelos, na natureza existem mais de 200 tipos de cogumelos comestíveis. Uma das espécies de plantas das quais o Shitake mais se adaptou é o eucalipto, pois essa planta possui uma casca grossa e os componentes das fibras do eucalipto são bem aceitos para o desenvolvimento do fungo, dando um aroma peculiar ao cogumelo Shitake (SANCHEZ, 2016). A produção dos cogumelos é totalmente orgânica, pois não são utilizados nenhum aditivo químico ou componentes que não são aceitos em produções orgânicas, sendo assim os pequenos produtores podem trabalhar com a produção e gerar uma nova fonte de renda diversificando sua propriedade e aproveitando pequenos espaços.
  • 15. 15 1.4 Técnica Jun-Cao A técnica Jun-Cao desenvolvida pelos Chineses em 1983 tem como objetivo a utilização de gramíneas e outros resíduos agroindustriais para o cultivo de fungos comestíveis, visando aspectos econômicos e ecológicos, essa técnica traz diversos benefícios como a redução dos custos por utilizar como substrato resíduos recicláveis para os fungos que os decompõe, além do aumento da produção e qualidade. Devido a facilidade de produção o cultivo de cogumelos vem gerando renda para pequenos produtores, além do aumento significativo da produção tornando esse alimento mais acessível para a população. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema de produção de cogumelos comestíveis, desde a reanimação de micélios até sua propagação em câmara climatizada, avaliando sua oferta no mercado local, afim de levar à população esse alimento saudável. 2 MATERIAIS E METODOS 2.1 Produção Das Sementes De Shitake Para iniciarmos o cultivo do cogumelo do gênero Lentinula edodes, Shitake como é conhecido, é necessário a obtenção de sementes de boa qualidade ou a produção das mesmas. Na produção o ambiente onde será realizado o processo deve ser totalmente esterilizado e limpo, livre de quaisquer contaminantes pois o ar possui muitos esporos de outros fungos e bactérias que podem competir com o fungo que se deseja produzir, para que haja sucesso na produção das sementes é preferível que o processo seja feito em laboratório. A produção pode ser feita através da cultura dos tecidos de um cogumelo fresco e saudável, os fungos se propagam através de milhões de esporos sendo carregados e espalhados pelo vento, chuva ou insetos e após estabelecidos em meio de cultura ou ambiente apropriado, quando compatíveis se unem e ramificam-se formando os micélios que serão capazes de formar os corpos
  • 16. 16 de frutificações. Durante a fase de colonização o desenvolvimento do micélio dá-se através do meio de cultura esterilizados utilizando os nutrientes nele disponíveis, a temperatura ideal para sua colonização é de aproximadamente 25ºC. Neste trabalho, devido ausência de fonte financiadora, não foi possível a aquisição de micélios comerciais (SPAWS). Devido a distância de centros produtivos de cogumelo in natura, a região é abastecida, preferencialmente por cogumelos desidratados, sendo necessária sua reanimação para extração de micélios viáveis, conforme metodologia descrita em sites especializados. O Processo da produção de sementes foi realizado no laboratório da Escola Técnica Estadual De Educação Profissional E Tecnológica SECITEC em Sinop-MT, as bancas foram esterilizadas com álcool Isopropílico 70% juntamente com as placas de Petri onde foram hidratados os cogumelos secos por 4 horas, em solução de H²O diluído em 0,5 ml de hidróxido de sódio 4%, para esterilização da água. O processo de ´preparo das amostras pode ser melhor observado nas imagens 1 e 2 abaixo. Imagem 01: A esquerda cogumelos secos sendo hidratados em solução líquida. A direita meio de cultura em placa de Petri. Fonte: O Autor, 2018. Após hidratação, partes sadias dos cogumelos foram colocadas em placas de Petri com um meio de cultura à base de xarope de glicose e em seguida transferidas para a estufa de incubação à 25° C, até a formação de esporos ao redor do material inoculado.
  • 17. 17 Imagem 02: A esquerda cogumelos Shitake hidratados. A direita Corte do tecido. Fonte: O Autor, 2018. Após 20 dias em estufa verificou-se contaminação em todas as amostras, sendo necessário um novo ensaio para a colonização saudável dos fungos. A imagem 3 abaixo ilustra os agentes contaminantes. Imagem 03: Amostras contaminadas do tecido e cogumelos inteiro com 20 dias. Fonte: O Autor, 2018. O segundo ensaio teve início no dia 11 de abril seguindo rigorosamente os cuidados com limpeza e esterilização dos objetos utilizados no processo. As placas de Petri e meio de cultura foram pasteurizadas em panela de pressão por 20 minutos, após resfriamento foram lacrados em embalagem plástica e papel pardo para que não haja contaminação de ambos. A hidratação dos cogumelos secos foi feita com água deionizada quimicamente pura com condutividade equivalente à da água destilada (QUIMIS, 2018). Pode-se observar abaixo na imagem.
  • 18. 18 Imagem 04: Dir. Água Deionizada em balão volumétrico de fundo chato. Esq. cogumelos sendo hidratados. Fonte: O Autor, 2018. Dos cogumelos hidratados foram retiradas partes interna dos tecidos, e colocados separadamente em placas de Petri pasteurizadas com o meio de cultura xarope de glicose. Também foram feitas amostras com cortes externos do tecido em placas separadas com o meio de cultura, além de outra amostra com um cogumelo inteiro sem meio de cultura em placa de Petri esterilizada. Imagem 05: Amostras do tecido interno do cogumelo Shitake. Fonte: O Autor, 2018. Após a realização dos cortes as amostras foram colocadas em estufa pré esterilizada com álcool, em temperatura de 25°C. O período para que o micélio se
  • 19. 19 desenvolva e ramifique pelo meio de cultura pode levar de quatro a dez dias, chamamos essa fase de desenvolvimento micélial. Imagem 06: Amostras de tecido externo, e cogumelo inteiro sem meio de cultura. Fonte: O Autor, 2018. Após essa fase a cultura mãe pode ser utilizada para inocular diretamente o substrato ou grãos de cereais como o sorgo, centeio, quirela de milho, arroz ou trigo, a vantagem de se utilizar grãos de cereais é que são nutritivos facilitando ainda mais o desenvolvimento dos fungos, ao inocular os grãos as garrafas devem ser incubadas até que o micélio se desenvolva de forma a cobrir todo o substrato. A temperatura deve ser próxima da temperatura ótima para se obter um bom desenvolvimento micélial (OEI, 2006). 2.2 Construção Do Ambiente Protegido – Sistema Caseiro Climatizado Para cultivar os cogumelos é necessário que se haja uma casa de vegetação, onde estes serão alocados em prateleiras após a inoculação no substrato, durante o período de desenvolvimento micélial até sua colheita, o ambiente deve ter uma temperatura e umidade que atendam às necessidades do fungo a ser cultivado, nesse caso a escolha do Shitake sua temperatura ideal está entre os 20°C a 25°C com umidade até 95%. De acordo com as características de cultivo o objetivo foi de criar um ambiente propicio, e de baixo custo. Utilizando materiais que poderiam ser reutilizados para essa finalidade. Como sabemos, para criar o clima e o ambiente favorável para o desenvolvimento do fungo, adaptamos de forma barata o sistema de ar condicionado caseiro juntamente com umidificador caseiro. Ambos são construídos com coolers de
  • 20. 20 computadores, uma fonte 12 v e caixa de isopor podendo ser de 10 a 20L. No sistema confeccionado para este trabalho, foram utilizados duas caixas de isopor, sendo uma de 21L e outra de 120L. Na caixa de 21L foram instalados os coolers, interruptor liga e desliga juntamente com a fonte, a parte interna da caixa foi revestida com papel alumínio, já que o mesmo retém a temperatura, o alumínio servirá como um isolante térmico para concentrar a temperatura apenas na caixa pequena nela foi feito dois furos com medida de cano PVC 50 mm ligando assim a caixa menor a maior onde serão postos os compostos com o fungo inoculado. Na saída dos furos da caixa menor, foram instaladas as 2 telas protetoras que acompanham os coolers, nelas ficam penduradas tiras de pano jeans que terão a função de conduzir a água para umidificar o ar. O sistema funciona da seguinte forma, dentro da caixa menor é acrescentada uma quantidade de agua até que atinja altura onde ficam a ponta dos panos, juntamente são colocadas garrafas pet congeladas, podendo caber até três garrafas de 2L de gelo cada. Com os coolers ligados o gelo dentro da garrafa irá manter a temperatura amena conforme for derretendo, a agua dentro da caixa irá evaporar e através dos panos subira por capilaridade até as saídas de uma caixa para outra mantendo a umidade do ar junto a temperatura. Pode-se observar na imagem abaixo o sistema caseiro climatizado montado. Imagem 07: Sistema caseiro de cultivo climatizado. Fonte: O Autor, 2018.
  • 21. 21 De baixo custo e simples de produzir, foram realizados testes a fim de verificar a eficiência da umidade e temperatura dentro da caixa onde serão alocados os substratos inoculados. Durante o período de análise foram utilizados um termo higrômetro para aferir a temperatura e umidade com o sistema operando. Com temperatura ambiente de 26,8°C e umidade relativa a 77%, as 12 horas iniciamos o teste utilizando 2 garrafas pets de dois litros de gelo, colocados na caixa menor de 21 litros com água até metade da caixa. Gráfico 02: Teste e análise de temperatura e umidade do sistema climatizado. Fonte: O Autor, 2018. Foram aferidas a cada hora a temperatura e umidade dentro da caixa maior, além do tempo de degelo das garrafas conforme a duração da análise pode-se verificar abaixo no gráfico a umidade e temperatura no período do meio dia até às 18 horas da tarde, podendo observar as variações de acordo com a influência do meio externo. 26,8°C 24,8°C 24,6°C 25,6°C 25,6°C 25,2°C 23,6°C 77% 85% 81% 79% 78% 83% 82% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 12 horas 13 horas 14 horas 15 horas 16 horas 17 horas 18 horas Umidade Temperatura Analise de Temperatura e Umidade % umidade temperatura
  • 22. 22 2.3 Preparo Do Substrato Segundo Eira (1996) por serem aptas a utilizar lignina, celulose e hemicelulose como fonte de carbono e nutrientes, o Shitake pode ser cultivado em uma grande variedade de resíduos agrícolas. O preparo do substrato de qualidade é de grande importância, interferindo diretamente na qualidade e quantidade da produção, a escolha do mesmo deve atender as necessidades nutricionais do cogumelo que se deseja produzir. Lentinula edodes é um fungo lignolítico, no qual produz uma série de enzimas hidrolíticas e oxidativas, como celulases, hemicelulases e ligninases envolvidas no processo de degradação dos principais componentes de materiais lignocelulósicos (WILLIAN, 2012). A casca de arroz é um dos mais abundantes resíduos agroindustriais, é um material fibroso composto principalmente por celulose, lignina e resíduo orgânico. O método mais utilizado para esterilização de grandes quantidades de substrato, é através da pasteurização com uso de vapor. Neste trabalho, devido o volume de substrato utilizado, optou-se por um método simples de esterilização, que consiste na imersão em agua quente do substrato a ser utilizado. Esse método possui risco de contaminação reduzido, devido ao processo de imersão que irá destruir os contaminantes pasteurizando o composto. O substrato deve ser colocado em recipiente com água quente á 70°C por no mínimo 15 minutos, sendo mais adequado e seguro dentre 30-60 minutos de fervura (OEI, 2006). Foram utilizados como fonte principal para o substrato a palha de arroz, e ainda foram adicionados como suplemento o farelo de arroz e calcário para regular o PH do composto, nas proporções de 78% palha; 20% de farelo de arroz; e 2% de calcário para 1 kg de matéria seca, misturados em recipiente simples, pesados com balança digital para até 10kg. Segundo vários autores, o farelo estimula o crescimento do micélio de diversas espécies de cogumelos, promovendo, assim, a rápida colonização do substrato (Fasidi & Kadiri, 1993; Royse, 1996; Teixeira, 1996).
  • 23. 23 Imagem 8: Á direita sacos de polipropileno com substrato esterilizado por imersão em água quente. Á esquerda, pasteurização a vapor com recipiente fechado. Fonte: O Autor, 2018. Após 1hr de pasteurização através da fervura realizamos o escoamento com um pano limpo, efetuando a mistura dos ingredientes com até 60% de umidade da palha, foram adicionados em sacos de Polipropileno amarado com barbante de algodão e levados para mais uma pasteurização através de vapor. 2.3.1 Inoculação dos Sacos Como resultado da produção de sementes de Shitake, após 4 dias de estufa verificou-se a colonização micélial (imagem 9) das amostras não submetidas à meio de cultura, com a colonização de esporos sobre o tecido morto do próprio cogumelo, evidenciando que as situações de maior estresse e menor condição favorável à sua sobrevivência é que promoveram o resultado positivo na produção de sementes, sendo esta utilizada para inoculação dos sacos de substrato. As demais amostras foram contaminadas e algumas não apresentaram desenvolvimento de quaisquer tipos de fungos ou contaminantes.
  • 24. 24 Imagem 9: Amostra com micélio vivo colonizando o tecido externo do cogumelo inteiro. Fonte: O Autor, 2018. Foram inoculados os sacos com o substrato pasteurizado utilizando partes do cogumelo onde se localizavam as colônias do micélio (imagem 9). Sendo lacrados com barbante e um tampão de algodão na saída, de forma que permita o arejamento do substrato. A duração para a colonização total do substrato pelo fungo depende de cada espécie, do tamanho do saco, quantidade de semente e principalmente da temperatura, levando em torno de 3 semanas ou até um mês para colonização. Após esse período começam a se formar os corpos de frutificação, a umidade deve ser mantida entre 90 e 95% até que os cogumelos atinjam 1cm, diminuindo relativamente para 85% em ambiente fresco e ventilado. Imagem 10: Sistema climatizado com sacos inoculados aguardando a colonização micélial. Fonte: O Autor, 2018.
  • 25. 25 Outro fator que devemos considerar durante o período de incubação é a disponibilidade de oxigênio para desenvolvimento do fungo, sendo importante a realização das trocas gasosas dos substratos, durante o crescimento vegetativo. Segundo Donoghue & Denison (1995), o O2 estimula o crescimento do fungo, e altas concentrações de CO2 afetam a sua atividade enzimática, diminuindo, assim, a velocidade de miceliação. 2.3.2 Análise dos Custo de Produção Os custos de produção com esse sistema foram mínimos, os materiais para construção do sistema em partes foram reutilizados e outros doados, já para a inoculação foram adquiridos, os cogumelos secos para produção das sementes, e o meio de cultura xarope de glicose, para produção dos substratos a palha de arroz e farelo, o calcário, além dos sacos de polipropileno abaixo na tabela podemos observar os valores. As primeiras colheitas ocorrem com 10 a 15 dias após o micélio colonizar completamente o substrato, a produção total do processo utilizando gramíneas e outras espécies vegetais como substrato é, em média, 250 gramas/kg de substrato úmido (ENBRAPA, 2005). Tabela 01. Custos de produção. Materiais Valor Farelo de Arroz 2kg R$ 3,00 Palha de Arroz 10kg R$ 3,00 Calcário Dolomito 1kg R$ 1,64 Sacos Polipropileno 20x30 1kg R$ 22,50 Cogumelos Desidratados R$ 26,90 Xarope de Glicose R$ 3,25 Total R$ 60,29 Fonte: O Autor, 2018. Portanto é possível produzir em um pequeno espaço com 1kg de substrato úmido 250 gramas de cogumelos cada. O preço médio do Shitake fresco no mercado
  • 26. 26 é de R$ 15,00/kg, para o pequeno e médio produtor a técnica oferece grande potencial de expansão, participando assim do mercado comercial. Analisando a produção em números, um pequeno produtor com 300kg de substrato produziria 75kg de cogumelo in natura, com preço de R$ 15,00/kg o produtor teria gerando uma renda de R$ 1.125 atualmente maior que o salário mínimo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de produção de sementes foi realizado em duas tentativas, sendo a segunda com sucesso apenas para uma das amostras, da qual foi utilizada para a inoculação do substrato. Durante a fase de incubação após 30 dias, pode-se observar a colonização micélial pelo fungo em dois dos sacos de substrato, porém diversos fatores podem ter influenciado a produção, podemos considerar que a quantidade de semente produzidas não foram suficientes para colonizar completamente o substrato, como também a profundidade de inoculação ou a linhagem escolhida, abaixo nas imagens podemos observar a colonização do substrato pelo fungo. Imagem 11: Sacos de substrato aberto após 30 dias de inoculação, com pequena colonização micélial. Fonte: O Autor, 2018.
  • 27. 27 Devido a carência de se encontrar produtores na região afim de se obter sementes de qualidade para a produção a curto prazo não obtivemos os resultados esperados, portanto novos experimentos serão realizados com objetivo de melhor avaliar a eficiência do sistema de produção, com relação a quantidade de frutificações por saco de substrato, bem como peso, tamanho e o rendimento total entre as colheitas. 4. CONCLUSÃO Concluiu-se com este trabalho que o cultivo em ambiente protegido pela técnica Jun-cao é essencial para o sucesso da produção, podemos considerar que além da escolha da linhagem a se produzir e utilização de sementes de boa qualidade, o sistema de produção é responsivamente eficaz, por manter a temperatura e umidade necessária para colonização micélial. O retorno financeiro é garantido mesmo com baixo investimento inicial, principalmente pela demanda do produto fresco na região. Entretanto, a maior dificuldade encontrada foi a produção de sementes viáveis demonstrando a alta sensibilidade dos esporos de Shitake à contaminação de agentes diversos, sendo necessários maiores e contínuos estudos e aprimoramento de técnicas de produção de sementes em nossa região. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANPC - Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos, O Setor de Cogumelos, 2018. Disponível em: https://www.anpccogumelos.org/ Acessado em: 15 abr. 2018. BASTAZANI. W. R. Cultivo de shitake (Lentinula edodes). Cogumelo Hobby. Jundiaí, São Paulo, 2018. Disponível em: http://www.cogumelohobby.com/Shiitake%20texto.htm Acessado em: 18 abr. 2018. DIAS, E.S.; KOSHIKUMO, E.M.S.; SCHWAN, R.F.; SILVA, R. Cultivo de cogumelos Pleurotus sajor-caju em diferentes resíduos agrícolas. Ciência e Agro tecnologia, Lavras, 2003.
  • 28. 28 DONOGHUE, J. D.; DENISON, W. C. Shiitake cultivation: gas phase during incubation influences productivity. Mycologia, New York, v. 87, n. 2, p. 239-244, 1995. EMBRAPA - Produção de cogumelos comestíveis e medicinais técnica chinesa modificada. Brasília –DF, 2005. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/186487. Acessado em: 20 abr. 2018. EIRA, A. E.; MINHONI, M. T. A. Manual teórico-prático de cultivo de cogumelos comestíveis. Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, 1996.96p. FASIDI, I. O.; KADIRI, M. Use of agricultural wastes for the cultivation of Lentinus subnudus (Polyporales: Polyporaceae) in Nigeria. Revista de Biologia Tropical, San José, v. 41, n. 3, p. 411-415, 1993. MACIEL, P. W. Cultivo de Lentinula edodes em diferentes condições de substrato e temperatura. Lavras, 2012. Disponível em: http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/1007/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cultivo% 20de%20Lentinula%20edodes%20em%20diferentes%20condi%C3%A7%C3%B5es %20de%20substrato%20e%20temperatura.pdf Acessado em: 12 abr. 2018. OEI, Peter.; VAN NIEUWENHUIJZEN.B. O cultivo de cogumelos em pequena escala: pleurotus, shiitake e orelha-de-pau. Fundação Agromisa e CTA, 1 ed.2006. ROYSE, D. J. Effect of spawn run time and substrate nutrition on yield and a size of the shiitake mushroom. Mycologia, New York, v. 77, n. 5, p. 756-762, 1985. SANCHEZ, E. A. Cogumelo Shitake. Rede Rama, Vol. 02.- E-book curso de cogumelo shitake- 2016. Disponível em: http://rederama.com.br/ Acessado em 20 abr. 2018 SILVA, M. M. Cultivo de cogumelos comestíveis pela técnica jun-cao. Belo Horizonte, Minas Gerais – 2011. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br Acessado em 22 abr. 2018 TOMAZ, W.; Único produtor de mato grosso está em chapada. Gazeta Digital - 2009. Disponível em: http://www.gazetadigital.com.br/ Acessado em 22 abr. 2018 TEIXEIRA, E. M. Efeito da suplementação de serragem de Eucalyptus grandis (Hill ex Maiden), na velocidade e intensidade de colonização do substrato para produção de Semente de Lentinula edodes (Berk.) Pegler e sua eficiência na produtividade. Jaboticabal: UNESP, 1996. 37 p. Dissertação de Mestrado. URBEN, A. F. Produção de cogumelos por meio de tecnologia chinesa modificada. 2. Ed. Brasília
  • 29. 29 ANEXOS ANEXO A – Documento de aprovação apresentado e assinado pela banca.