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PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ANTÚRIO
Edson Shigueaki Nomura
Agrônomo, Dr., PqC. do Polo Regional Vale do Ribeira
edsonnomura@apta.sp.gov.br
A produção e a comercialização de flores tropicais se bem praticadas poderá trazer retornos
significativos aos empresários que se dedicam a este agronegócio, além de garantir
emprego e renda no meio rural por desenvolver oportunidades na agricultura familiar. Dentre
as flores tropicais, o antúrio (Anthurium andraeanum Lind.) é a que mais se destaca, devido
ao colorido de suas “flores” em contraste com o verde intenso de suas folhas, alta
durabilidade pós-colheita e conformação típica.
O antúrio possui grande valor ornamental, sendo usado como flor de corte ou planta
envasada, para decoração de jardins e interiores com pouca incidência de sol. O antúrio é
largamente utilizado na floricultura e paisagismo, sendo, entre as plantas tropicais, a
segunda mais comercializada no mundo, superada apenas pelas orquídeas.
Na realidade, a flor comercial de antúrio é uma inflorescência, composta de um pedúnculo,
uma bráctea colorida chamada de espata e uma pequena “espiga” chamada espádice, na
qual se encontram agregadas dezenas de pequenas flores seguindo um delineamento
espiralado. Como flor de corte, suas inflorescências têm a vantagem de serem muito
resistentes, com vida útil pós-colheita muito longa. Além disso, a sua arquitetura floral tem
mais flexibilidade para harmonizar com os demais tipos de flores, inclusive com as de clima
temperado.
Durante as décadas de 50 e 60, o antigo chefe da então Seção de Floricultura e Plantas
Ornamentais, Dr. Hermes Moreira de Souza iniciou uma coleção de tipos dos mais diversos
de antúrio. Essa coleção era mantida em um ripado na Fazenda Sta. Elisa (atual Centro
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 13, n. 2, Jul-Dez 2016
Experimental Central, em Campinas), na área denominada “Monjolinho”. Durante os anos
70, com a entrada de mais um pesquisador na unidade, o Dr. Luiz Antonio Ferraz Matthes
interessou-se pelo material realizando os primeiros cruzamentos controlados.
O programa de melhoramento genético tomou novo alento a partir dos anos 80 quando os
primeiros resultados da propagação in vitro de antúrio começaram a surgir, o que a tornaria
viável para a aplicação prática na multiplicação rápida de híbridos selecionados. A partir de
então, vislumbrou-se a possibilidade real de direcionar o programa de melhoramento
genético para os moldes de uma espécie de propagação vegetativa normal.
Para aumentar o número de plantas do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de antúrio
foram realizadas diversas visitas a produtores na região do Vale do Ribeira, levando-se em
conta a enorme variabilidade genética existente nas culturas tradicionais, com o intuito de se
coletar plantas com características superiores. Essas plantas pré-selecionadas, inseridas na
coleção já existente na APTA/IAC, puderam ser incorporadas no programa de
melhoramento genético, como também, puderam ser diretamente multiplicadas in vitro para
a sua exploração direta como nova cultivar.
Trabalhos coordenados pelo pesquisador Antônio Fernando Caetano Tombolato, com a
colaboração de Luiz Antônio Ferraz Matthes, Carlos Eduardo Ferreira de Castro, Luís
Alberto Saes, Mauro Hideo Sugimori e Ana Maria Molini Costa, levaram à obtenção de
quatro variedade e vinte seleções de antúrios, avaliadas na região tradicional de produção,
na Fazenda Experimental da APTA – Polo Regional Vale do Ribeira, em Pariquera-Açu, SP,
sendo divididas em duas séries – Pioneira: IAC Astral, IAC Cananéia, IAC Eidibel, IAC
Ômega, IAC Islã, IAC Luau, IAC Juréia, IAC Iguape, Júpiter, Juquiá, Netuno e Rubi; e Tribos
Indígenas: Aikanã, Apalai, Aruak, Ianomami, Kauê, Krenak, Kinã, Krahô, Parakanã, Terena,
Xavante e Zoé. Dentre estas seleções, se destacam com as maiores áreas plantadas, a IAC
Eidibel, a IAC Luau, a IAC Cananéia e a Apalai (Figura 1).
Atualmente, o BAG de antúrio, situado na APTA – Polo Regional Vale do Ribeira, em
Pariquera-Açu (SP), mantém cerca de 500 acessos, além de dezenas de outros híbridos,
produzidos pelo próprio programa de melhoramento, bem como por materiais oriundos de
expedições científicas e da coleção original do Monjolinho da década de 50. Nesse banco
de germoplasma, encontram-se plantas com características para flor de corte, para uso em
vaso e até mesmo tipos bizarros, com características diferentes do padrão comercial atual,
mas que poderão fornecer genes de interesse para o melhoramento de novas cultivares.
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ISSN 2316-5146
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No programa de melhoramento é importante definir previamente os objetivos a serem
atingidos conforme o produto em foco. Dessa maneira, a qualidade da flor de corte de
antúrio segue um padrão bastante diferenciado de uma planta para vaso, sendo importante
uma planta de porte compacto, com muitas brotações e hastes florais ao mesmo tempo; a
qualidade de cada haste floral é de importância secundária.
Figura 1. As principais variedades de antúrio mais produzidas no Brasil. A: IAC Eidibel; B: Apalai; C: IAC
Luau; D: IAC Cananéia (Fotos: Antônio F. C. Tombolato, Edson S. Nomura, Emílio Sakai)
A B
C D
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Características desejáveis na cultivar de antúrio para corte:
Espata: Deve ser brilhante, plana, aberta, de textura firme e enervação nítida; lobos basais
bem desenvolvidos, encostado, sobrepostos ou mesmo fundidos; de coloração uniforme,
sem manchas, exceto para as cultivares do tipo bicolor e obake; durabilidade em água
superior a 20 dias após a colheita.
Espádice: Deve possuir diâmetro estreito, forma cônica e possuir a porção terminal afilada.
Sua coloração deve ser contrastante com o da espata, geralmente branco com porção
terminal amarelada ou esverdeada. O tamanho da espádice deve ter entre dois terços a três
quartos do comprimento da espata, em posição ligeiramente arqueada sobre ela, devendo
formar um menor ângulo possível com a espata.
Pedúnculo: Deve ser ereto, firme e de comprimento mínimo de 60 cm em plantas adultas.
Planta: Deve apresentar internódios curtos, ter crescimento compacto, de modo a evitar que
se tornem muito altas em curto período de tempo e possuir de um a três perfilhos. Deve
apresentar resistência ou tolerância às principais pragas: cochonilhas, tripés e pulgões; e
doenças: antracnose, bacterioses e viroses, além de alta produtividade, com número mínimo
de cinco flores/planta/ano.
Resultados e Perspectivas
As cultivares de antúrios da APTA/IAC vem conquistando o mercado nacional e estão entre
as mais cultivadas de norte a sul do País para a produção de flor de corte. Experiências de
exportação para países europeus têm demonstrado resultados bastante positivos, faltando
apenas melhorar a organização dos produtores para atender à constância do volume
demandado.
A criação varietal é um processo infindável, pois a exigência dos produtores e dos
consumidores é mutável. Dessa maneira, o processo de melhoramento tem necessidade de
acompanhar a evolução das técnicas de produção, de comercialização e das tendências do
mercado consumidor. Como processo normal para toda a agricultura, ao longo do tempo, as
antigas cultivares são superadas. No caso das plantas ornamentais, a vida útil de uma
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cultivar é geralmente curta quando comparada aos produtos alimentares. Levando-se em
conta a característica intrínseca do mercado de floricultura que é o consumo por impulso, o
fator novidade assume papel de extrema importância.
Nos últimos anos, o que vem ocorrendo também é o interesse crescente na sua exportação
por parte de produtores de varias regiões brasileiras. Contudo, existe a demanda por
produtos com qualidade tanto no mercado interno como no externo e, para que essa
exigência seja atendida, é necessário o uso de tecnologias adequadas que elevem a
competitividade das flores de antúrios nacionais em relação às outras regiões produtoras do
globo. Para isso é necessário de vários fatores para a produção de produtos de qualidade
como: escolha adequada de espécies e variedades, material de propagação de ótima
qualidade, estruturas adequadas de produção, manejo de pragas e doenças, bem como o
conhecimento das técnicas de produção, colheita e pós-colheita e um sistema eficiente para
a comercialização.
REFERÊNCIAS
CASTRO, A.C.R. de; TERAO, D.; CARVALHO, A.C.P.P. de; LOGES, V. Antúrio. Brasília:
EMBRAPA. 163p. 2012.
TOMBOLATO, A.F.C.; RIVAS, E.B.; COUTINHO, L.N.; BERGMANN, E.C.; IMENES, S.L.;
FURLANI, P.R.; CASTRO, C.E.F.; MATTHES, L.A.F.; SAES, L.A.; COSTA, A.M.M.;
TAGLIACOZZO, G.M.D.; LEME, J.M. O cultivo de Antúrio: Produção Comercial.
Campinas: Instituto Agronômico. 47p, 2002. (Boletim técnico, 194).

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Programa de melhoramento genético de antúrio

  • 1. PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ANTÚRIO Edson Shigueaki Nomura Agrônomo, Dr., PqC. do Polo Regional Vale do Ribeira edsonnomura@apta.sp.gov.br A produção e a comercialização de flores tropicais se bem praticadas poderá trazer retornos significativos aos empresários que se dedicam a este agronegócio, além de garantir emprego e renda no meio rural por desenvolver oportunidades na agricultura familiar. Dentre as flores tropicais, o antúrio (Anthurium andraeanum Lind.) é a que mais se destaca, devido ao colorido de suas “flores” em contraste com o verde intenso de suas folhas, alta durabilidade pós-colheita e conformação típica. O antúrio possui grande valor ornamental, sendo usado como flor de corte ou planta envasada, para decoração de jardins e interiores com pouca incidência de sol. O antúrio é largamente utilizado na floricultura e paisagismo, sendo, entre as plantas tropicais, a segunda mais comercializada no mundo, superada apenas pelas orquídeas. Na realidade, a flor comercial de antúrio é uma inflorescência, composta de um pedúnculo, uma bráctea colorida chamada de espata e uma pequena “espiga” chamada espádice, na qual se encontram agregadas dezenas de pequenas flores seguindo um delineamento espiralado. Como flor de corte, suas inflorescências têm a vantagem de serem muito resistentes, com vida útil pós-colheita muito longa. Além disso, a sua arquitetura floral tem mais flexibilidade para harmonizar com os demais tipos de flores, inclusive com as de clima temperado. Durante as décadas de 50 e 60, o antigo chefe da então Seção de Floricultura e Plantas Ornamentais, Dr. Hermes Moreira de Souza iniciou uma coleção de tipos dos mais diversos de antúrio. Essa coleção era mantida em um ripado na Fazenda Sta. Elisa (atual Centro
  • 2. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 13, n. 2, Jul-Dez 2016 Experimental Central, em Campinas), na área denominada “Monjolinho”. Durante os anos 70, com a entrada de mais um pesquisador na unidade, o Dr. Luiz Antonio Ferraz Matthes interessou-se pelo material realizando os primeiros cruzamentos controlados. O programa de melhoramento genético tomou novo alento a partir dos anos 80 quando os primeiros resultados da propagação in vitro de antúrio começaram a surgir, o que a tornaria viável para a aplicação prática na multiplicação rápida de híbridos selecionados. A partir de então, vislumbrou-se a possibilidade real de direcionar o programa de melhoramento genético para os moldes de uma espécie de propagação vegetativa normal. Para aumentar o número de plantas do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de antúrio foram realizadas diversas visitas a produtores na região do Vale do Ribeira, levando-se em conta a enorme variabilidade genética existente nas culturas tradicionais, com o intuito de se coletar plantas com características superiores. Essas plantas pré-selecionadas, inseridas na coleção já existente na APTA/IAC, puderam ser incorporadas no programa de melhoramento genético, como também, puderam ser diretamente multiplicadas in vitro para a sua exploração direta como nova cultivar. Trabalhos coordenados pelo pesquisador Antônio Fernando Caetano Tombolato, com a colaboração de Luiz Antônio Ferraz Matthes, Carlos Eduardo Ferreira de Castro, Luís Alberto Saes, Mauro Hideo Sugimori e Ana Maria Molini Costa, levaram à obtenção de quatro variedade e vinte seleções de antúrios, avaliadas na região tradicional de produção, na Fazenda Experimental da APTA – Polo Regional Vale do Ribeira, em Pariquera-Açu, SP, sendo divididas em duas séries – Pioneira: IAC Astral, IAC Cananéia, IAC Eidibel, IAC Ômega, IAC Islã, IAC Luau, IAC Juréia, IAC Iguape, Júpiter, Juquiá, Netuno e Rubi; e Tribos Indígenas: Aikanã, Apalai, Aruak, Ianomami, Kauê, Krenak, Kinã, Krahô, Parakanã, Terena, Xavante e Zoé. Dentre estas seleções, se destacam com as maiores áreas plantadas, a IAC Eidibel, a IAC Luau, a IAC Cananéia e a Apalai (Figura 1). Atualmente, o BAG de antúrio, situado na APTA – Polo Regional Vale do Ribeira, em Pariquera-Açu (SP), mantém cerca de 500 acessos, além de dezenas de outros híbridos, produzidos pelo próprio programa de melhoramento, bem como por materiais oriundos de expedições científicas e da coleção original do Monjolinho da década de 50. Nesse banco de germoplasma, encontram-se plantas com características para flor de corte, para uso em vaso e até mesmo tipos bizarros, com características diferentes do padrão comercial atual, mas que poderão fornecer genes de interesse para o melhoramento de novas cultivares.
  • 3. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 13, n. 2, Jul-Dez 2016 No programa de melhoramento é importante definir previamente os objetivos a serem atingidos conforme o produto em foco. Dessa maneira, a qualidade da flor de corte de antúrio segue um padrão bastante diferenciado de uma planta para vaso, sendo importante uma planta de porte compacto, com muitas brotações e hastes florais ao mesmo tempo; a qualidade de cada haste floral é de importância secundária. Figura 1. As principais variedades de antúrio mais produzidas no Brasil. A: IAC Eidibel; B: Apalai; C: IAC Luau; D: IAC Cananéia (Fotos: Antônio F. C. Tombolato, Edson S. Nomura, Emílio Sakai) A B C D
  • 4. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 13, n. 2, Jul-Dez 2016 Características desejáveis na cultivar de antúrio para corte: Espata: Deve ser brilhante, plana, aberta, de textura firme e enervação nítida; lobos basais bem desenvolvidos, encostado, sobrepostos ou mesmo fundidos; de coloração uniforme, sem manchas, exceto para as cultivares do tipo bicolor e obake; durabilidade em água superior a 20 dias após a colheita. Espádice: Deve possuir diâmetro estreito, forma cônica e possuir a porção terminal afilada. Sua coloração deve ser contrastante com o da espata, geralmente branco com porção terminal amarelada ou esverdeada. O tamanho da espádice deve ter entre dois terços a três quartos do comprimento da espata, em posição ligeiramente arqueada sobre ela, devendo formar um menor ângulo possível com a espata. Pedúnculo: Deve ser ereto, firme e de comprimento mínimo de 60 cm em plantas adultas. Planta: Deve apresentar internódios curtos, ter crescimento compacto, de modo a evitar que se tornem muito altas em curto período de tempo e possuir de um a três perfilhos. Deve apresentar resistência ou tolerância às principais pragas: cochonilhas, tripés e pulgões; e doenças: antracnose, bacterioses e viroses, além de alta produtividade, com número mínimo de cinco flores/planta/ano. Resultados e Perspectivas As cultivares de antúrios da APTA/IAC vem conquistando o mercado nacional e estão entre as mais cultivadas de norte a sul do País para a produção de flor de corte. Experiências de exportação para países europeus têm demonstrado resultados bastante positivos, faltando apenas melhorar a organização dos produtores para atender à constância do volume demandado. A criação varietal é um processo infindável, pois a exigência dos produtores e dos consumidores é mutável. Dessa maneira, o processo de melhoramento tem necessidade de acompanhar a evolução das técnicas de produção, de comercialização e das tendências do mercado consumidor. Como processo normal para toda a agricultura, ao longo do tempo, as antigas cultivares são superadas. No caso das plantas ornamentais, a vida útil de uma
  • 5. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 13, n. 2, Jul-Dez 2016 cultivar é geralmente curta quando comparada aos produtos alimentares. Levando-se em conta a característica intrínseca do mercado de floricultura que é o consumo por impulso, o fator novidade assume papel de extrema importância. Nos últimos anos, o que vem ocorrendo também é o interesse crescente na sua exportação por parte de produtores de varias regiões brasileiras. Contudo, existe a demanda por produtos com qualidade tanto no mercado interno como no externo e, para que essa exigência seja atendida, é necessário o uso de tecnologias adequadas que elevem a competitividade das flores de antúrios nacionais em relação às outras regiões produtoras do globo. Para isso é necessário de vários fatores para a produção de produtos de qualidade como: escolha adequada de espécies e variedades, material de propagação de ótima qualidade, estruturas adequadas de produção, manejo de pragas e doenças, bem como o conhecimento das técnicas de produção, colheita e pós-colheita e um sistema eficiente para a comercialização. REFERÊNCIAS CASTRO, A.C.R. de; TERAO, D.; CARVALHO, A.C.P.P. de; LOGES, V. Antúrio. Brasília: EMBRAPA. 163p. 2012. TOMBOLATO, A.F.C.; RIVAS, E.B.; COUTINHO, L.N.; BERGMANN, E.C.; IMENES, S.L.; FURLANI, P.R.; CASTRO, C.E.F.; MATTHES, L.A.F.; SAES, L.A.; COSTA, A.M.M.; TAGLIACOZZO, G.M.D.; LEME, J.M. O cultivo de Antúrio: Produção Comercial. Campinas: Instituto Agronômico. 47p, 2002. (Boletim técnico, 194).