Enfoques Walloniano, Piagetiano e Vygotskiano sobre o desenvolvimento infantil
1. ENFOQUES WALLONIANO, PIAGETIANO E VYGOTSKIANO – SÍNTESE COMPARATIVA
* WALLON PIAGET VYGOTSKY
- Propõe um modelo de estádios
especiais do desenvolvimento da
linguagem e do pensamento.
- Conciliação antecipada das
- Elabora uma psicologia da inteligência de
- Elabora uma psicologia do divergências das visões de Wallon e
escopo interdisciplinar: a epistemologia genética.
desenvolvimento do psiquismo como o Piaget sobre esse assunto.
G - Um sujeito epistêmico que tem como centro de
resultado da integração entre afetividade - A linguagem e o pensamento têm fontes
E funcionamento um núcleo cognitivo o qual é
e inteligência. genéticas diferentes: suas formas
N comum a todos os sujeitos de mesmo nível.
- Lei da alternância com preponderância primitivas coexistem, sem se recobrirem
E - Construtivismo entendido como estruturalismo
das etapas centrípetas quando o domínio como nos macacos.
R genético.
é da afetividade e, etapas centrífugas - Crítica à tese de Piaget para quem a
A - Modelo cibernético de auto-regulação;
quando o domínio é da inteligência. Eis o linguagem egocêntrica é um subproduto
L equilibração majorante das ações sujeito-objeto
parâmetro da evolução dialética: unidade do desenvolvimento, o índice de um
I (assimilação) e das reações objeto-sujeito
e diversidade; integração e diferenciação. pensamento egocêntrico situado entre o
D (acomodação).
A evolução é produzida por contrastes, pensamento autiístico primário e o
A - Uma genealogia das estruturas intelectuais, uma
conflitos e crises. pensamento lógico.
D embriologia da razão.
- Atendimento neurológico e médico - A linguagem egocêntrica é um fato, mas
E - Método clínico de observação e de interrogação
pedagógico: crianças anormais não há pensamento egocêntrico
S da criança face a um material.
(atrasadas, epilépticas, instáveis) com primitivo: este só se produz no curso do
- Método histórico-crítico de referência aos níveis
dificuldades escolares. desenvolvimento
isomorfos correspondentes história das ciências.
- Apesar de suas divergências, o recorte
temporal dos estádios de Vygotsky
antecipa, de maneira muito isomorfa, o
modelo de Piaget.
- Fase de anabolismo total, parasitismo
VIDA
radical, dependência biológica, simbiose
INTRA
orgânica. Mas, observam-se reações
- - -
posturais do feto desde quatro semanas
UTERI
aos estímulos internos e também aos
-NA
externos por intermédio da mãe.
2. 0 mês I –ESTÁDIO IMPULSIVO E I – PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR - (de zero I – ESTÁDIO PRIMITIVO
EMOCIONAL mês até dois anos) (ATÉ DOIS ANOS)
(DE 0 MÊS A 9 MESES OU UM ANO) I – Exercícios reflexos (até um mês) - Estádio pré-intelectual da linguagem:
3 meses - O equipamento hereditário (sucção, preensão e uma linguagem não-intelectual,
a – Estádio de impulsividade motora fonação) ao entrarem em atividade se inicialmente social com funções (emoção
6 meses (de 0 mês até três meses) - orientação generalizam. Objeto-espaço: quadros sensoriais segundo Wallon).
centrífuga: inicialmente simples moventes, consciência de hábitos, seja de espaços a) função emocional, expressiva, afetiva-
descargas musculares (movimentos corporais, seja dos esquemas: bucal, tátil e visual. volitiva.
irregulares e vagos dos braços, - Imitação: contágio vocal (separação e reforço b) função social de contato, de ligação:
precipitados pelas pernas), gesticulações dos choros a partir dos choros ouvidos). apelo ou sinal e mensagem centrada no
difusas, crises motoras; maturação do - Afetividade: alternância entre estados de tensão- receptor).
palium. relaxamento, emoções primárias, medos. - Estágio pré-verbal do pensamento: este
- Necessidades alimentares e posturais: - Indiferenciação, ausência de justaposição, pensamento não-verbal corresponde à
expectativa e privação, espasmos, egocentrimo, centração na ação e no próprio inteligência sensória-motora de Piaget.
crispações e gritos; imperícia total. corpo. - Aos dois anos, os dois
- Sentimento confuso do corpo próprio: II – Primeiros hábitos desenvolvimentos independentes se
primado das sensações intero- - Reações circulares e esquemas primários recobrem: a linguagem torna-se
proprioceptivas. centrados no próprio corpo. intelectual e o pensamento torna-se
- Repartição mais estável do tônus, - Coordenação dos esquemas primários por verbal.
reflexos condicionados com assimilação recíproca: visão-audição, preensão- c) função intelectual ou objetiva da
característica expressiva. sucção, preensão-visão. Esta marca a passagem ao linguagem.
- Mímica as duas semanas, sorriso como estágio III. - No transcorrer do segundo ano, o gesto
resposta a voz, depois ao rosto da mãe de indicação representa a transição entre
(três semanas). - Objeto: prolongamento da ação. a linguagem emocional e a linguagem
b – Estádio emocional - Espaço: coordenação progressiva, quadros objetiva, mesmo por que aos dezoito
(DE TRES MESES A NOVE MESES suscetíveis de reconhecimento, mas sem meses questões sobre os nomes das
OU UM ANO). Orientação centrípeta. permanência substancial. Sorriso de coisas surgem, ampliando o vocabulário.
- Subjetivismo radical, sincretismo reconhecimento. - A linguagem objetiva é a fonte da
subjetivo, osmose com o ambiente, - Causalidade: sentimento difuso de eficácia. vertente lógica do pensamento (sete
simbiose afetiva, maturação do - Imitação: a) A voz de outra pessoa excita a voz anos).
diencéfalo. da criança e, b) a criança reproduz os sons que são
- Afetividade dominante, participação emitidos, na medida em que o adulto realiza
humana, absorção do outro, imitação esporádica de sons anteriores
intuicionismo fecundo cujo apogeu é nos descobertos por exercícios espontâneos.
3. seis meses. - Início do jogo de exercitar (de um mês a um ano
- Sistema de compreensão mútua e de e seis meses).
comunicação por gestos, atitudes, - Afetos perceptivos: prazer-dor; sentimentos
mímicas e emoções; estas diferenciadas elementares: agradável-desagradável.
aos seis meses: prazer, alegria, medo, - Tipo de permanência afetiva ou subjetiva da
angústia, cólera, dor e tristeza. referência materna.
- Emoção: linguagem primitiva, III – Primeiras aprendizagens - (de quatro aos
sociabilidade sincrética, origem da nove meses).
consciência e do caráter. - Reações circulares ou esquemas secundários
- De seis meses a um ano: aplicados ao objeto exterior.
- Mimetismo afetivo, contágio mímico, - Aparecimento da inteligência, início da
impregnação postural. intencionalidade, da dissociação meios-fins.
- Relações duplas entre crianças: - Procedimentos para fazer durar os espetáculos
comtemplação-ostentação, rivalidade, interessantes. (seis meses).
depotismo-submissão. - Acomodação visual aos movimentos rápidos,
- Preliminares da imitação: preensão ininterrupta, reação circular diferida,
- de três a quatro meses: mudança no reconstituição do todo a partir de um fragmento
sorriso, murmúrio como resposta a voz, visível do objeto, supressão dos obstáculos que
repetição de sons e gestos que a criança impedem a percepção, mas não busca do objeto
acabou de produzir, na medida que o desaparecido: sinal, coisa à disposição.
adulto os repete. - Permanência prática, não substancial. (sete
- de seis a oito meses: gestos meses).
convencionais aprendidos por - Coordenação parcial de diferentes espaços.
“repetição” (bater as mãos, saudar, - Tempo: certa consciência do antes e do depois.
levantar o polegar); gestos de - Causalidade mágico-fenomenista (aos oito
acompanhamento, em particular de meses).
movimentos alternativos. - Imitação de sons e de gestos do próprio
- aos nove meses: estádio de eco: repertório, desde que estejam visíveis para a
ecocinesia, ecomímica, ecolalia, criança.
repetição imediata dos últimos IV – Coordenação de esquemas secundários -
elementos. (dos oito meses até um ano).
- Progresso da intencionalidade: seqüência meios-
fins; aplicação dos meios conhecidos às situações
novas; mesmo meio para vários objetivos e vários
4. meios para um mesmo fim. (nove meses).
- Busca do objeto desaparecido numa única
posição, mas sem coordenação dos deslocamentos
sucessivos. Índice, previsão. Constâncias
perceptivas.
- Espaço: início da colocação dos objetos em
relação, agarrar um objeto na mão de outra pessoa
para manipulá-lo: coordenação ainda parcial.
(onze meses).
- Tempo: memória localizadora e evocadora.
- Imitação: a) dos movimentos do próprio
repertorio, mas invisível (rosto), e b) imitação de
modelos sonoros ou visuais novos.
- Jogos rituais (estágios IV, V e VI).
- Dos seis/oito meses até um ano): primeiras
fixações exteriores da afetividade; escolha de
objeto; regulações elementares, sentimentos intra-
individuais ligados à atividade própria; sucesso-
fracassso, interesse-desinteresse, alegria-tristeza.
(Um ano).
V – Reações circulares e esquemas ternários -
(dos onze meses até um ano e seis meses).
- Variação e graduação dos movimentos,
combinação experimental e modulação dos
esquemas conhecidos.
- Descoberta de meios novos: suporte (irar a
cobertura) bastão, cordão.
- Busca do objeto desaparecido, em função dos
deslocamentos visíveis unicamente.
- Espaço comum para os deslocamentos
perceptíveis.
- Tempo: séries objetivas. Ligações entre
acontecimentos exteriores.
- Causalidade exterior à atividade, mas sem
5. contato espacial.
- Imitação sistemática de modelos novos
correspondentes aos movimentos invisíveis do
próprio corpo.
- Início da descentração cognitiva e afetiva. (Um
ano e seis meses)
VI – Invenção de meios novos pela combinação
mental de esquemas
- Mobilidade e rapidez pela interiorização de
esquemas , a representação acompanha o processo
motor.
- Parada da ação e compreensão brusca.
- Objeto idêntico e permanente com representação
dos deslocamentos invisíveis.
- Espaço prático homogêneo, grupo dos
deslocamentos.
- Tempo contínuo, causalidade representativa.
- Descentração: consciência do Eu e do corpo
como objeto.
- Imitação diferida.
- Início da imagem mental como imitação
interiorizada.
- Início do jogo simbólico (De um ano e seis
meses aos dois anos).
9 meses II – ESTÁDIO SENSÓRIO-MOTOR E II – PERÍODO DE PREPARAÇÃO E II – ESTÁGIO DA PSICOLOGIA
PROJETIVO ORGANIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA INGÊNUA
(de nove meses até três anos) OPERATÓRIA CONCRETA (dos dois aos onze (Dos dois aos quatro anos)
- Orientação centrífuga) anos)
- Reflexo de orientação e de - Desenvolvimento da inteligência
investigação, atividade sensório-motora a) SUBPERÍODO DAS REPRESENTAÇÕES prática.
de exploração, maturação dos ramos PRÉ-OPERATORIAS (Dos dois aos sete anos). - A criança domina a sintaxe da língua
sensoriais e associativos. antes da sintaxe do pensamento.
- Estádio de preponderância intelectual, - Aparecimento da função simbólica e início da - A gramática se desenvolve antes da
6. ciúme no plano afetivo (nove meses) e interiozação dos esquemas e ação em lógica.
simpatia (quatorze meses). representações (dos dois aos quatro anos): - A palavra é ainda uma propriedade da
- Identificação das qualidades, depois - Primeiros esquemas verbais e formação de pré- coisa.
dos objetos: manipulação regulada pelo conceitos, transducções, participações:
mecanismo da atividade circular (lei do pensamento simbólico e pré-conceitual.
efeito); papel da marcha e da palavra; - Desenho: estágio de incapacidade sintética, seja
espaços bucal, próximo e locomotor o realismo fortuito (dois a três anos) seja realismo
unificados. ausente.
- Duas direções: - Organizações representativas fundadas em
a) inteligência das situações e, configurações estáticas ou numa assimilação da
b) desenvolvimento da atividade ação recíproca. (dos quatro aos seis anos).
simbólica: imitação e simulacro, - Pensamento intuitivo: intuição primária ou
nascimento da representação e da global; um pensamento imagético com o primado
linguagem, espaço mental. da percepção.
- Linguagem e desejo: questões de nome - Os estados são pensados como configurações
e de lugar. perceptivas: coleções figurais, não conservações.
- O estádio sensório-motor propriamente As transformações são assimiladas às próprias
dito corresponde aos estágios IV e V do ações.
período sensório-motor de Piaget, a - Apogeu do egocentrismo intelectual e verbal:
partir dos dezoito meses aparece o finalismo, realismo nominal, animismo,
período projetivo (maturação da via artificialismo, transducções, sincretismo.
piramidal): conflito do gesto e da - Jogos de regras e de construções (dos quatro aos
representação no processo de onze anos).
simbolização. - Desenho: espaço topológico correspondente ao
- Dos dezoito meses aos dois anos: realismo intelectual.
imitação-cópia, imitação verdadeira. - Regulações intuitivas articuladas (dos cinco aos
- De dois anos e seis meses até três anos: oito anos).
- Jogos de alternância: pegar e lagar; - Pensamento intuitivo: intuição articulada por
esconder e procurar, monólogos regulações.
dialogados; o sujeito torna-se com o - Início da ligação entre os estados e as
tempo, agente e paciente, alternando transformações; semi-reversibilidade.
essas posições bem como os papéis - Fase intermediária entre a não conservação e a
complementares de uma mesma situação. conservação; quase-conservações, coleções não
- Estádio das formações psíquicas figurais, seriações por tentativas; papel da
7. intermutáveis: fusão entre pessoas e oscilação das centrações, do jogo de antecipações
desdobramento de pessoas. e de retroações, ou seja, a regulação anuncia a
- Transitivismo operação. O pensamento intuitivo, cada vez
- Mecanismo da dupla identificação de si menos, é egocêntrico, fenomenista, rígido,
e do outro; sincretismo diferenciado a irreversível.
partir dos três anos. - Afetos intuitivos, sentimentos sociais
elementares: simpatias e antipatias; primeiros
sentimentos morais, heteronomia moral,
submissão ao adulto, regulação dos interesses e
valores.
b) SUBPERÍODO DAS OPERAÇÕES
CONCRETAS (dos sete aos onze anos).
- Operações concretas simples e elementares,
lógico-matemáticas (dos sete aos dez anos).
- Classificações baseadas em critérios de
combinações.
- Seriações simples e duplas.
- Primeiras operações numéricas (adição e
multiplicação).
- Coordenação das operações topológicas: partição
(igual a classificação), deslocamento, conexões
intrafigurais.
- Conservação da substância (dos sete aos nove
anos), velocidade de ordenação, início das
operações de medida do espaço.
- Imitação refletida.
- Declínio dos jogos simbólicos e dos jogos de
construção pelo uso de dos jogos de regras. (dos
sete aos onze anos).
- Desenho: espaço perceptivo e euclidiano
correspondente ao realismo visual (dos oito aos
onze anos).
- Operações concretas complexas espaçotemporais
8. ou infralógicas (dos nove aos onze anos).
- Realização de operações lógico-aritméticas
(quatro agrupamentos de classes e quatro
agrupamentos de relações), estruturas
multiplicativas e início das proporções numéricas.
- As operações infralógicas concernem ao
contínuo: representação da matéria física
(substância, peso, volume), do espaço, do tempo,
do movimento e da velocidade, da causalidade e
do acaso.
- Síntese da partição e do deslocamento: origem
das operações métricas que concernem ao espaço
e ao tempo; noções projetivas e euclidianas,
coordenações naturais, conexões interfigurais.
- Conservação do peso e da extensão (dos nove
aos dez anos) e do volume (onze anos)
- Noção da velocidade, centração progressiva da
causalidade e do acaso.
- Afetos normativos: sentimentos morais e sociais,
cooperação, autonomia moral, respeito mútuo,
sentimento de justiça, vontade.
- III – ESTÁDIO DO PERSONALISMO III – PERÍODO DA INTELIGÊNCIA III – ESTÁGIO DO SINAL EXTERIOR
(DOS TRÊS AOS SEIS ANOS) OPERATÓRIA FORMAL (Dos quatro aos sete anos)
(Dos onze aos 16 anos)
- Orientação centrípeta. - Subestado 1 – gênese das operações formais (dos - Pensamento apoiado nas operações
- Crise na constituição psíquica, oposição onze aos quatorze anos. externas, por exemplo, a criança conta
e inibição. - Egocentrismo metafísico nos dedos.
- Atitude de recusa, de defesa e de - Descoberta lenta e parcial da solução. - Ao lado da linguagem social
reivindicação, negativismo, busca de - Subestado 2 – estruturas operatórias formais (dos exteriorizada (inicialmente pré-
autonomia, preponderância afetiva. quatorze aos dezesseis anos). intelectual depois objetiva) e na sua
- Consciência de si, e do outro e do - Raciocínio hipotético-dedutivo aplicado à vertente expressiva, desenvolve-se a
objeto. indução experimental e aos problemas de linguagem egocêntrica.
- Uso de pronomes pessoais Eu, mim e inferência verbal. Compreensão correta da - Sua importância aumenta até os sete
9. dos possessivos meu, noção de
propriedade, idade do não, do meu e do
Eu.
- Imitação fantasística.
- Maturação dos lobos pré-frontais.
anos.
- Período da graça: idade do narcisismo
implicação: se .... então. - Sem função comunicativa, a linguagem
(dos quatro aos cinco anos)
- Combinações e permutações. egocêntrica tem inicialmente uma função
- Atenção aos gestos , busca de
- Lógica binária das proposições. realista e prática: planificação da ação,
valorização, sedução, admiração,
- Coordenação de duas reversibilidades por resolução de problemas.
ostentação e timidez.
inversão e reciprocidade. - Eis o processo de transição da
- Imitação-identificação. (dos cinco aos
- Surgimento de esquemas operatórios novos: linguagem social exteriorizada à
seis anos)
proporções, duplos sistemas de referência, ação e linguagem interior individualizada.
- Ação baseada em papéis e personagens,
reação. - A linguagem egocêntrica é uma
ambivalência, identificação-hostilidade.
- Noção métrica da velocidade, probabilidades. linguagem interior por sua função, uma
- Dos três aos seis anos, dependência
- Sentimentos ideológicos sobre ideais coletivos, linguagem para si, ou seja, numa via
estreita da constelação familiar, idade da
participação na vida social e programa de vida. provisoriamente separada da linguagem
formação dos complexos.
para o outro.
- Progresso intelectual: afetividade e
consciência de si diferenciadas e o
pensamento permanece sincrético
(egocêntrico – Piaget), pré-categorial
(pré-operatório – Piaget).
IV – ESTÁDIO CATEGORIAL - IV – ESTÁGIO DO CRESCIMENTO
(Dos seis aos onze anos): orientação NO EXTERIOR
6 anos centrífuga. (desde os sete anos)
7-8 - Novamente temos a preponderância - A linguagem egocêntrica se transforma
anos intelectual. em linguagem interior o que é um dos
- O pensamento por pares que apareceu componentes de base do pensamento.
no estádio precedente é um pensamento - O pensamento compreende uma
9-10 molecular, numa estrutura binária: um vertente lógica cuja fonte é a linguagem
anos em dois, dois em um. social exteriorizada, sob a forma
10. - Esse tipo de pensamento tem uma intelectual ou objetiva.
dupla função complementar de - O pensamento tem também uma
assimilação-oposição, de identificação- vertente autística: imaginação criativa.
diferenciação. - A linguagem social transmite ao
- O pensamento se organiza em “ilhas”, pensamento individual as estruturas
por elipse, elisão, transferência de lógicas, contribuindo nisso, mais
relações, fenomenismo, ambivalência, amplamente, para as funções de toda a
flutuações e contradições, contágios e experiência sócio-cultural-histórica.
digressões, fabulação, tautologia, - Antes de o pensamento não-verbal se
confusões sincréticas. juntar à linguagem não-intelectual, a
- Pensamento pré-categorial e pré- linguagem social e a linguagem
relacional, ainda sincrético até nove, dez egocêntrica seguem vias separadas de
anos. desenvolvimento.
- O sincretismo regride mas ainda - O desenvolvimento do pensamento
permanece como uma função necessária. infantil efetua-se, não do individual ao
O duplo, ao mesmo tempo, obstáculo e socializado (Piaget), mas do social ao
princípio de ligação mental, evolui na individual: linguagem social, linguagem
série integração e diferenciação dos egocêntrica e linguagem interior
planos intelectuais, numa base do espaço suportam formas de pensamento:
mental. autístico, lógico e coletivo.
- Dois tipos de tarefas intelectuais: - Ao lado do pensamento verbal
a) identificar: demoninação, descrição interiorizado, subsistem o pensamento
gestual depois narrativa, relato, não-verbal e a linguagem não intelectual.
comparação, análise das qualidades,
definição.
- Categoria (essência, agrupamentos de
classes) b) explicar: localização nas
relações espaciais, temporais, de
movimento, de causalidade (existência
agrupamento de relações e operações
infralógicas – Piaget). Inicialmente:
finalismo, animismo, artificialismo,
providencialismo.
- Personalidade polivalente e constante:
11. na escola, relações variáveis e
permutações de situações.
V – PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA
(ONZE ANOS EM DIANTE) -
Orientação centrípeta.
- Novamente as necessidades do Eu
surgem em primeiro plano, com
movimentos de gasto externo.
- Ambivalência e alternância: timidez e
11 anos vaidade, exibicionismo e desprezo pelo - -
outro, egoísmo e sacrifico de si.
- Novos hábitos de raciocínio e de
combinação mental: noção de lei,
preocupação metafísica e preocupação
científica.
- Identificação no tempo: acabamento da
consciência de si e do outro.