O documento discute as interfaces entre educação e serviço social. Ambos operam em contextos sociais condicionados por fatores econômicos, políticos e culturais e visam promover mudanças de atitude nos sujeitos. Contudo, ambos enfrentam desafios como falta de recursos que afetam suas missões.
3. O que diz a Educação?
- que ela se dá em contextos sociais;
- que ela está condicionada a situações
econômicas, políticas e culturais;
- que ela está imersa em relações de poder;
- que ela se dá formalmente com o aval do
Estado;
- que ela visa promover alterações
atitudinais nos sujeitos a que se destina.
4. O que diz o Serviço Social?
- que ele se dá em contextos sociais;
- que ele está condicionada a situações
econômicas, políticas e culturais;
- que ele está imerso em relações de poder;
- que ele se dá formalmente com o aval do
Estado;
- que entre outras coisas ele também visa
promover alterações atitudinais nos
sujeitos a que se destina.
5. A Educação diz mais:
- ela tem algumas bandeiras e destaca
as da inclusão, das justas relações
entre os gêneros e do esclarecimento
das consciências.
6. O Serviço Social continua:
- ele também tem algumas bandeiras
e destaca as da inclusão, das justas
relações entre os gêneros e do
esclarecimento das consciências.
7. A Educação comenta:
- sua atuação não é fácil, pois há falta
de recursos materiais, simbólicos e
espirituais que afetam as famílias, e
estas procuram a escola como
instituição salvadora para quase
tudo, enquanto muitos chegam a
desdenhar de sua verdadeira missão:
educar.
8. O Serviço Social comenta:
- sua atuação também não é fácil, pois
há falta de recursos materiais,
simbólicos e espirituais que afetam
as famílias, e estas procuram o
Serviço Social como instituição
salvadora para quase tudo, enquanto
muitos manipulam sua verdadeira
missão: incluir e organizar os
sujeitos socialmente.
9. A Educação continua:
- resulto como ação institucional, tal
como me apresento hoje, em uma
conjuntura capitalista. Tenho,
portanto, vícios capitalistas. Mas
também tenho perspectivas
diferentes daquelas de meu
nascedouro. Contudo, meus vícios
têm mecanismos de renovação e de
reforçamento dentro de mim mesma.
10. O Serviço Social revela:
- também resulto como ação
institucional, tal como me apresento
hoje, em uma conjuntura capitalista.
Tenho, portanto, vícios capitalistas.
Mas também tenho perspectivas
diferentes daquelas de meu
nascedouro. Contudo, meus vícios
têm mecanismos de renovação e de
reforçamento dentro de mim mesmo.
11. Mas a Educação conclui:
- a luta contra os vícios requer de mim
autocrítica e sempre maior
esclarecimento dos meus sujeitos.
Para superar meus vícios preciso
refletir sobre as possibilidades e
determinismos afetos a mim.
12. O Serviço Social confirma:
- a luta contra os vícios requer
também de mim autocrítica e sempre
maior esclarecimento dos meus
sujeitos. Para superar meus vícios
preciso refletir sobre as
possibilidades e determinismos
afetos a mim.
13. As possibilidades e determinismos se
revelam primeiramente pelo estudo
dos fundamentos filosófico-políticos e
científicos da Educação e do Serviço
Social.
Há aspectos comuns entre os
fundamentos da Educação e do
Serviço Social?
14. A Educação e o Serviço Social têm
1. marcos político-filosóficos
2. marcos científicos
3. marcos tecnológicos
16. Marcos científicos
Compreendem o estudo da História,
da Sociologia, da Economia, da
Psicologia, da Antropologia e de
outras que proporcionam responder
COM BASE EM QUÊ?
e revelam os contextos
em que ocorrem as ações.
18. Práticas sem fundamentação são
destituídas de atitude e redundam
em espontaneísmo.
Teorias sem perspectivas práticas são
opiniões bem rebuscadas, ou pior,
dogmas.
20. Ajustamento social x transformação
social
Humanismo Humanismo
fundamentado no fundamentado no
sentido de orientar sentido de
(controlar) ou manter transformação da
a realidade. realidade.
21. Ajustamento social x transformação
social
Universidade dos Determinação
valores, aplicáveis a histórica dos valores
qualquer realidade decorrentes da
social. estrutura social da
qual emergem.
22. Ajustamento social x transformação
social
Neutralidade Compromisso com a
ideológica e prática praxis e reflexão
a-política. Atuação sobre a realidade. A
sobre realidades com inserção e o
aceitação dos valores engajamento na
vigentes. realidade implica
conhecimento crítico
da mesma.
24. Ajustamento social x transformação
social
O processo social se dá O que garante a
mediante movimento circular transformação social é a
em torno de uma posição constatação de que a
central de equilíbrio, que hegemonia em uma formação
provoca pequenas mudanças social se dá em dois modos:
de ordem setorial, as quais domínio (acesso ao poder e
vêm reforçar este equilíbrio uso da força) e direção
espontâneo gerado pelo intelectual e moral (adesão
acordo básico-consensual. por meio ideológico).
Destacando a segunda função
da primeira, fica aberta a
possibilidade de pensar a
hegemonia também quanto às
classes dominadas, quando
conseguem constituir forças
autônomas face à ideologia.
25. Ajustamento social x transformação
social
A marginalidade é uma sociedade.A
situação caracterizada marginalidade é
basicamente por encarada como um
problemas de elemento inerente e
integração de seus necessário à própria
elementos com os estruturação da
demais elementos de sociedade capitalista,
uma determinada refletindo as
estrutura global da contradições próprias
dos interesses
antagônicos das classes
sociais.
27. Ajustamento social x transformação
social
Do real (objeto) para a Da razão (sujeito) para
razão (sujeito) o o real (objeto) e do real
conhecimento da para a razão. A reflexão
realidade se baseia em e a ação constituem
fatos empíricos. uma unidade. O
movimento da reflexão
integrado ao da ação é
circular e ascendente e
se dá orientado por uma
teoria sem reduzir-se a
ela.
28. Ajustamento social x transformação
social
O processo privilegia o O processo parte do
procedimento indutivo. abstrato, conceitos
Inicia-se com a observação construídos, rumo ao
dos fatos singulares no real concreto com atitude crítica
e vai ao geral mediante e de confronto com a
formulação de hipóteses. realidade. O conceito é a
Realiza-se através de síntese de muitas
etapas distintas e determinações e não o
interligadas de forma ponto de partida.
linear, pela coleta de Compreende unidades
dados, análise e síntese inter-relacionadas que
para chegar à hipótese comportam momentos
diagnóstica, prosseguindo contraditórios.
pela previsão de tendências
para ação interventiva.
29. Educação e ascensão epistemológica
SOPHÓI Diz respeito às atitudes adotadas pelo
sujeito, com conhecimento e valores, tendo
sabedoria
em vista suas intenções pessoais e políticas.
EDUCAÇÃO
EPISTÉME Compreende o conhecimento científico e
cultural acumulado pela humanidade e
conhecimento ensinados sistematicamente (pela escola).
ENSINO
científico
DOXA Compreende as opiniões aprendidas
senso comum assistematicamente.
Constituição Federal de 1988, Artigo 205: “A educação, direito
de todos e dever do Estado e da família”
LDB 9394/96, Artigo 2º: “A educação, dever da família e do
Estado”
30. É função social da escola: participar da Educação
Constituição
Federal de 1988,
Artigo 205: “A
educação,
EDUCAÇÃO
Estatuto da Criança e
direito de todosdo Adolescente, Artigo
e dever do 54: “É dever do Estado
Estado e da
ENSINO
assegurar à criança e ao
família” adolescente: I – ensino
LDB 9394/96, fundamental,
obrigatório e gratuito,
Artigo 2º: “A
inclusive para os que a
educação, dever
ele não tiveram acesso
da família e do na idade própria”.
Estado”
31. Critérios de
RESPONSABILIDADE
relação de
coerência
sala de aula escola sociedade
Professores, alunos, equipe Família, Estado e
pedagógica e famílias sociedade (LDB)
curto prazo médio prazo longo prazo
Saberes factuais, conceituais e
procedimentais
Saberes atitudinais
32. Critérios de
LEGITIMIDADE
relação de
coerência
sala de aula escola sociedade
Ensino
Educação
curto prazo médio prazo longo prazo
Saberes factuais, conceituais e
procedimentais
Saberes atitudinais
33. Uma última provocação, do Millôr:
“Os reformadores sociais afastados
da realidade sempre me lembram o
conselho de segurança para pregar
um prego sem o perigo de se
machucar: basta pegar o martelo
com as duas mãos.”
em conversa com o comerciante Olavo Ramos, em 1968.
34. Referências:
AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política pública. 2. ed.
Campinas: Autores Associados, 2001.
CARDOSO, Elizete. Elementos essenciais e contraditórios nas perspectivas de
ajustamento social e transformação social. São Paulo: Cortez, 1980.
CHEPTULIN, A. A dialética materialista: Categorias e leis da dialética. Trad.:
Leda Rita Cintra Ferraz. São Paulo: Alfa-Omega, 1982.
FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e Sociedade. 6. ed. São Paulo: Moraes, 1986.
FERNANDES, Millôr. O livro vermelho dos pensamentos de Millôr. Porto Alegre:
L&PM, 2005.
FULLAT, Octavi. Filosofias da Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
LÖWY, Michael. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen:
marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. 6. ed. Trad. Juarez
Guimarães e Suzzane Léwy. São Paulo: Cortez, 1998.
NORONHA, Olinda Maria. Políticas neoliberais, conhecimento e educação.
Campinas, SP: Alínea, 2002.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 35. ed. Campinas, SP: Autores
Associados, 2002.