Este documento descreve a rotura prematura de membranas, definindo-a como a solução de continuidade espontânea da membrana corionamniótica antes das 37 semanas de gestação. Apresenta suas taxas de incidência, etiologia, fatores de risco, diagnóstico, complicações fetais e maternas e conduta clínica recomendada.
2. DEFINICAO
• E’ a solucao de continuidade
espontanea da membrana
corionamniotica antes das 37 semanas
de gestacao.
3. INCIDENCIA
• Afecta 2,7-17%de todas as gestacoes.
• Na maioria dos casos ocorre
espontaneamente e sem causa
aparente.
• E’ responsavelpor 34,9% dos partos
pre-termos.
• 81%os fetos pesam >2000g
• 51% os fetos pesam 1000-2000g
• 21% os fetos pesam 500-999g
4. ETIOPATOGENIA
• 1-Alteracoes das propriedades fisicas das
membranas
• -o colageneo e a elastina tem um papel
importante na integridade da menbrana que
nas condicoes normais faz o equilibrio entre
a actividade enzimatica proteases e
antiproteases.
• -a actividade das proteases esta > na RPM e
que existem baixas concentracoes de alfa I
antitripsina no liquido amniotico destas
pacientes
5. ETIOPATOGENIA
• 2-Papel da infeccao na RPM
• -a infeccao bacteriana,directa ou indirecta/
(via mediadores da resposta
inflamatoria),pade induzir a libertacao de
proteases,colagenases e elastases.
• A via de inteccao pode ser ascendente
(atraves do canal cervical),
hematogenea(transplacentaria),canalicular(tu
barica)e por meio de procedimentos
invasivos.
6. ETIOPATOGENIA
• -a actividade bacteriostactica do liquido
amniotico esta < nas pacientes com RPM
• -o coito previo pode levar a RPM porque o
semen diminui a resistencia das membranas
por accao da prostaglandina,do colagenio e
por adesao das bacterias ao esperma que
transporta os germenes atraves do canal
endocervical.
7. FACTORES DE RISCO
• Antecedentes de PP ou de RPM
• Tabagismo
• Hemorragia durante o segundo e terceiro
trimestre
• Vaginose bacteriana
• Polihidramnios
• Gravidez gemelar
• A presenca de DIU
• Incompetencia cervical
8. DIAGNOSTICO
• Presenca de LA na vagina
• A especuloscopia permite visualizar a saida
de LA atraves do orificio externo do colo
atraves da manobra de valsava ou da
compressao manual do abdomen
• Teste de cristalizacao do muco em folha de
feto (teste de Fern)
• Teste do papel de nitrazina
• Avaliacao ecografica
• Detencao das celulas de descamacao da pele
fetal que coram de laranja com azul do Nilo.
9. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
• Leucorreia-fluxo genital branco ou
amarelado,infeccioso,associado a
prurido.
• Incontinencia urinaria-frequente na
segunda metade da gravidez. Descartar
infeccao do trato urinario
• Saida de rolhao mucoso-fluido mucoso
por vezes sanguinolento.
10. COMPLICACOES FETAIS
• 1-Sindroma de dificuldade respiratoria
• E’ a causa mais frequente de
mortalidade perinatal
• 29,8%-mortes por SDR
• 14%-mortes devido as complicacoes
SDR
• 12,3%-devido a complicacoes da trata/
• Total de 56,1% de mortes directa ou
indirectamente ao SDR
11. COMPLICACOES FETAIS
• 2-Infeccao neonatal-ocorre em 1a25%
dos casos de RPM
• Ha uma relacao directa entre periodo
de latencia e infeccao ovular.
• Na gravidez>34semanas e’a infeccao a
primeira causa de mortalidade perinatal
• 3-Asfixia perinatal(10-50%)
• 4-Hipoplasia pulmonar
• 5-Deformidades ortopedicas
12. COMPLICACOES MATERNAS
• 1-Infeccao-
• Corionamniotites-e’a invasao microbiana da
cavidade amniotica caracterizada por:
• Febre>38C,taquicardia materna e fetal.
• Leucocitose>15.000/ml,dor uterina,
• LA purulento ou com mau cheiro
• As bacterias implicadas
sao:mycoplasma,ureoplasma,E.coli,enteroco
cccus,bacterioides,gonococo,estreptococoA
e C,listeria.
13. COMPLICACOES MATERNAS
• 2-Infeccao e periodo latente
• 1,7% das pacientes tem febre nas primeiras
24h,
• 7,5%das pacientes tem febre 24-48h
• 8,6% das pacientes tem febre apos 48h
• 3-Infeccao e tempo de gestacao-o risco e’
inversa/ proporcional a IG e o tempo de
rotura
• 10%tem infeccao <12h
• 30%tem infeccao apos 24h
• 45%tem infeccao >48h
14. COMPLICACOES MATERNAS
• 4-A mortalidade materna por infeccao devido
a RPM e’1/5.400casos.
• A morbilidade infecciosa materna e’5vezes
maior quando o parto e’ por cesariana
• O risco de infeccao da mae com RPM e’ <que
o risco de infeccao do feto
So/ 5% das pacientes com RPM que tenham
tido partos vaginais desenvolvem sepsis,
Enquanto 10% dos seus RN demonstram
infeccao.
15. COMPLICACOES MATERNAS
• 5-Infeccao puerperal-
• Esta complicacao tem uma incidencia
que varia de 0-29%.
• A endometrite e’ a manifestacao mais
frequente
• A sepsis materna e’ uma complicacao
rara mas com alta mortalidade.
• 6-DPPNI
16. PACIENTES EM RISCO DE
INFECCAO
• Pacientes que tomam drogas
imunossupressoras-glicocorticoides,antineo
• Pacientes c/ historia de cardiopatia
reumatica
• Diabetes insulino dependentes
• Anemia de celulas falciformes
• Gravidez com DIU
• Pacientes c/ ciclorrafia
• Pacientes que sofrem muitos toques apos a
rotura
17. CONDUTA NA RPM
• Ha sinais de infeccao?
Uma resposta positiva a esta
questao,indica que se deve interromper
imediata/ a gravidez sem tomar em
conta a idade gestacional.
Iniciar antibioterapia com
ampilina,metronidazol e gentamicina.
18. CONDUTA NA RPM
• Gravidez >34semanas
• Hospitalizacao
• Avaliar a idade gestacional correta pela
DUPM e ecografia feita no primeira
trimestre
• Evitar toques vaginais
• Interromper a gravidez
19. CONDUTA NA RPM
• Gravidez>32 <34semanas
• Atitude expectante
• Especuloscopia para confirmacao de
diagnostico e obtencao de LA para
maturidade pulmonar fetal
• Repouso e control dos sinais vitais e
fetaisde 6/6h
21. CONDUTA NA RPM
• Gravidez> 26<32semanas
• Administrar corticoides para acelerar a
maturacao pulmonar
• Antibioterapia
• Tocoliticos se houver contracoes
• Ecografia para despiste de
malformacoes
• CTG semanal
22. CONDUTA NA RPM
• Indicacao da interrupcao de gravidez:
• 1-Morte fetal
• 2-Idade gestacional>34semanas
• 3-Corionamniotite clinica
• 4-Malformacao fetal incompativel com a
clinica
• 5-Sofrimento fetal
• 6-Hemorragia sugestiva de DPPNI
• 7-Pacientes em risco de infeccao
24. ADMINISTRACAO SISTEMICA DE
ANTIBIOTICOS
Vantagens:
1-prolongar o periodo de latencia
2-reducao da incidencia de morbilidade
infecciosa materna(corionamnionite
clinica e infeccao puerperal.
3-reducao doSDR,sepsis
neonatal,HIV.pneumonia e enterocolite
necrotizante.
25. ADMINISTRACAO SISTEMICA DE
ANTIBIOTICOS
• Os antibioticos utilizados com mais
frequencia sao as:
penicilinas(ampicilina,amoxacilina),erit
romicina,cefalosporinas(cefazolina,cef
oxitina),gentamicina e clindamicina
• A administracao e.v.deve ser de pelo
menos 48h,seguida de terapia oral ate
7dias
26. ADMINISTRACAO SISTEMICA DE
ANTIBIOTICOS
• Comecar com ampicilina1-2g e.v. de
6/6h+eritromicina250-500mg e.v.de6/6h.
• Apos 48h de tratamento e.v.,continuar
com um regime oral de
ampicilina500mg de 6/6h+eritromicina
500mg de 8/8h ate completar 7dias.
27. ADMINISTRACAO SISTEMICA DE
ANTIBIOTICOS
• Outros esquemas terapeuticos:
• Clindamicina+gentamicina
• Clindamicina+cefalosporina.
• Penicilina+metronidazol+gentamicina
• Em pacientes admitidas em trabalho de
parto,o regime pode consistir so na
administracao de quimioprofilaxia
intraparto.