Mário de Andrade escreveu Macunaíma, uma rapsódia que une folclores, mitos e culturas brasileiras para retratar a identidade nacional como polimorfa, pluricultural e multirracial através da história do herói Macunaíma. A obra apresenta influências das vanguardas européias e critica o subdesenvolvimento do Brasil enquanto celebra elementos da natureza e cultura brasileiras.
3. MÁRIO RAÚL DE MORAIS
ANDRADE
(São Paulo 1893-1945)
Músico
Crítico de Arte
Professor universitário
Pesquisador
4. Após a Semana de Arte Moderna
de 1922, foi o intelectual que
teorizou o Modernismo brasileiro
através, principalmente, de dois
ensaios:
Prefácio interessantíssimo
A escrava que não é Isaura
22. O herói sem nenhum
CARÁTER, AMORAL
Individualista, faz o que gosta e o
que quer, não tem preocupações
sociais ou políticas, é inconseqüente
e inconsciente dentro de seu
egoísmo sincero e primitivo.
23. COMPLEXO RACIAL
“No fundo do mato-virgem nasceu
Macunaíma, herói de nossa gente. Era
preto retinto e filho do medo da noite.
Houve um momento em que o silêncio
foi tão grande escutando o murmurejo
do Uraricoera, que a índia, tapanhumas
pariu uma criança feia. Essa criança é
que chamaram de Macunaíma”.
42. Eu Sou Trezentos
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-
cincoenta,
As sensações renascem de si
mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh
caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí
buscar outro!
43. Abraço no meu leito as milhores
palavras,
E os suspiros que dou são violinos
alheios;
Eu piso a terra como quem
descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas
camarinhas seus próprios beijos!
44. Eu sou trezentos, sou trezentos-
e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei
comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas
curtas,
Só o esquecimento é que
condensa,
E então minha alma servirá de
abrigo.