Apresentação das obras de leitura obrigatória de Literatura de UFPR de 2023.
Sagarana, Quarto de despejo, Morte e Vida severina, Nove noites, O uraguai.
3. Casa de Pensão
Ficha técnica
Título: Casa de Pensão
Autor: Aluísio de Azevedo
Ano de publicação: 1884
Nacionalidade: Brasileiro
Número de Capítulos: 22
Número de páginas: 131
Narrativa: Impessoal, onisciente e onipresente (3° pessoa)
Movimento literário: Naturalismo
Influência externa: Questão Capistrano, crime ocorrido em 1876/1877
4. Casa de Pensão
Principais personagens
Amâncio da Silva – Este é o protagonista, um jovem do interior rico e disperso, que teve
uma infância marcante. Abobalhado, encanta-se com os luxos da capital e se muda para
o Rio de Janeiro, onde só quer viver de farras e bebedeiras.
Amélia – Ela é uma jovem astuta, irmã de João Coqueiro, disposta a seduzir Amâncio.
Luís Campos – Um homem amigo dos pais de Amâncio, que oferece sua casa para
hospedar o jovem no Rio de Janeiro.
Hortênsia: – Muller de Campos, acaba se interessando pelo jovem Amâncio.
João Coqueiro – Um provinciano de duplo caráter, se torna amigo de faculdade de
Amâncio e lhe oferece um quarto na pensão. Contudo, junto de sua irmã, Amélia, traça
planos para extorquir o dinheiro de Amâncio.
Paiva Rocha – Conterrâneo de Amâncio, apresenta-lhe a vida boêmia e a companhia de
João Coqueiro.
5. Casa de Pensão
Resumo
Enredo Inicial
A obra se inicia destrinchando o contexto em que o protagonista, Amâncio, cresceu e viveu: uma
família rica que morava no interior do Maranhão. Desde sua mais tenra idade, sempre teve um pai
severo e frio.
Amâncio apanhava na escola e em casa, além de ter contraído sífilis da sua ama-de-leite e ter uma
mãe superprotetora e sentimental. Todos esses fatores foram moldando o caráter frágil em
Amâncio.
Chegando aos seus 20 anos, ainda com aparência débil, marcada pela infância; decide cursar
Medicina na capital, o Rio de Janeiro. Como um típico jovem burguês, busca a cidade pelos seu
prazeres, luxos e status.
A mãe fica chorosa pela partida do filho, mas o pai é indiferente, acredita que isso lhe será
necessário para amadurecer o caráter e se tornar homem de verdade.
6. Casa de Pensão
Resumo
Desenvolvimento
Já no Rio de Janeiro, Amâncio ficou hospedado na casa do Sr.Campos e sua esposa, amigos de seu
pai. Estes eram senhores de aparência respeitosa e tradicional, com regras muito bem definidas na
sua casa, incluindo horários de chegada e saída; a princípio, a casa de Campos parecia uma boa
alternativa para Amâncio.
Porém, quando ele encontrou Paiva Rocha, um amigo do Maranhão, engajou na vida boêmia: só
vivia em festas, orgias e bebedeiras; as notas de Amâncio foram caindo, chegava tarde na casa de
Campos – o que causava desconforto nos moradores – e começou a querer se envolver com
Hortênsia, a mulher de Campos.
Com a situação cada vez pior, Paiva apresentou o amigo João Coqueiro, que por sua vez, ofertou a
Amâncio um quarto na sua pensão.
A pensão era um verdadeiro antro de promiscuidade, todos viviam na mesma rotina de farras
intermináveis. Pelo ambiente, podia-se deduzir o tipo de caráter que as pessoas de lá possuíam:
interesseiros, corruptos, baderneiros e boêmios; mas Amâncio estava deslumbrado demais para
notar que todos alí só queriam extorquir seu dinheiro. Assim, João Coqueiro armou de casar
Amâncio com sua irmã, Amélia, para ter parte na fortuna.
7. Casa de Pensão
Resumo
Desfecho
A mãe de Amâncio avisa-lhe que seu pai havia falecido e pede que ele vá ao Maranhão para visitá-la
e cuidar dela. Contudo, Amélia diz que só permitiria após se casarem, pois queria garantir que seu
plano fosse concluído.
Assim, Amâncio armou de viajar escondido para ver logo sua mãe, pois não tinha muita pressa em
se casar.
João descobriu o que Amâncio faria e, para alcançar o fim, todos os meios lhe pareciam lícitos; uma
espécie de maquiavelismo.
Arrumou duas falsas testemunhas, um advogado e denunciou Amâncio como um sedutor barato
que causaria dano à reputação de sua irmã.
No dia do embarque de Amâncio, um oficial acompanhado de policiais o prendeu. Campos até tinha
a intenção de ajudá-lo, mas recebeu de João uma carta embaraçosa que Amâncio havia escrito para
sua esposa, Dona Hortênsia.
8. Casa de Pensão
Resumo
Desfecho
Três meses depois, Amâncio é absolvido e todos os colegas universitários baderneiros levam-no
para um almoço festivo, no Hotel Paris. Ouviam-se gritos de comemoração ao estudante e à
liberdade, os músicos da rua tocavam a Marselhesa e tudo parecia um carnaval carioca.
Em meio a festa na cidade, João se sente tomado pelo ódio, pela inveja e por ter ficado como o vilão
da história. Pega uma arma para se matar, mas num lapso de memória, aguarda o fim da festa para
encontrar Amâncio só e vulnerável.
No fim, entra no quarto do hotel em que Amâncio dormia e atira-lhe no peito, que só teve tempo de
abrir os olhos e dizer: “mamãe”…
A mãe de Amâncio não aguentava esperar e não tinha notícias do filho, tratou de ir ao Rio de
Janeiro. Quando lá chegou, se deparou com a notícia do falecimento do seu filho.
9. Casa de Pensão
Curiosidades
★ O livro teve como base um fato real: Questão Capistrano, crime envolvendo dois estudantes,
ocorrido em 1876/1877 de grande repercussão no Rio de Janeiro.
★ A obra é uma narrativa intermediária entre o romance de personagem (O Mulato) e o romance
de espaço (O Cortiço)
★ Aluísio Azevedo também usa alguns recursos desconhecidos da língua portuguesa do Brasil,
por exemplo, o caso da apossínclise: “Há anos que me não encontro com o amigo.” Assim
como o brilhante Machado de Assis.
★ O autor faz alguns retratos com traços caricaturais, de personagens que representam
coletivos da sociedade real.
11. Morte e Vida Severina
Ficha técnica
Título: Morte e Vida Severina
Autor: João CAbral de Melo Neto
Ano de publicação: 1954-1955
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 18 cenas
Gênero literário: Poema (Auto de Natal)
Narrativa: narrador personagem (1° pessoa)
Movimento literário: Modernismo - Regionalismo de 30
Influência externa: Êxodo nordestino, seca
12. Morte e Vida Severina
Resumo
Retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de
melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele,
passam pelas privações impostas ao sertão.
A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do autor.
Assim, ele retrata o enterro de um homem assassinado a mando de latifundiários.
Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a morte, a
maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao coveiro, da rezadeira
ao farmacêutico.
Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa. Retrata,
contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte.
No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro
José, que fala do nascimento do filho.
A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro
e alvo das expectativas para remissão dos pecados.
13. Morte e Vida Severina
Principais personagens
Severino é o narrador e personagem principal, um retirante nordestino que foge para o
litoral em busca de melhores condições de vida.
Seu José, mestre carpina, é o personagem que salva a vida de Severino, impedindo este
de tomar sua própria vida.
14. Morte e Vida Severina
Analise
O título do livro já denuncia a qualidade de vida que o autor vai retratar, valorizando mais a MORTE e menos a
VIDA. É como se a VIDA fosse perseguida de perto pela MORTE, criando uma ameaça constante.
Morte e Vida Severina se divide em 18 cenas ou fragmentos poéticos, todos precedidos por um título explicativo de seu
conteúdo, praticamente resumos do que encontramos nos poemas em si.
Podemos separá-los em dois grandes grupos:
➔ As primeiras 12 cenas descrevem a peregrinação de Severino, seguindo o rio Capibaribe, fugindo da morte que
encontra por toda parte, até a cidade do Recife, onde, para seu desespero, volta a encontrar apenas a miséria e a
morte. Trata-se do Caminho ou Fuga da Morte. Nesta parte o poeta habilmente alterna monólogos de Severino
a diálogos que trava ou escuta no caminho.
➔ As últimas 6 cenas apresentam O Presépio ou O Encontro com a Vida, em que é descrito o nascimento do filho
de José, mestre carpina, em clara alusão ao nascimento de Jesus. A peça se encerra, portanto, com uma apologia
da vida, mesmo que seja severina. Toda esta parte, com exceção do monólogo final do mestre carpina, foi
adaptada por João Cabral de Melo Neto dos Presépios ou Pastoris do folclore pernambucano.
15. Morte e Vida Severina
Curiosidades
★ Essa geração pregava, acima de tudo, a rejeição aos moldes modernistas da geração de 22,
ou seja: o fim do verso livre, da paródia, da ironia, do poema-piada, etc.
★ A poesia de Cabral se caracteriza pela objetividade na constatação da realidade, do cotidiano,
desenvolvendo-se, em alguns casos em direção ao surrealismo.
★ Há evidências do papel dos coronéis na vida do sertão, e um isomorfismo, uma identificação
total, entre Severino e o local em que vivia, a serra da "Costela", magra e ossuda como o
sertanejo esfomeado.
★ Severino um entre tantos retirantes "sem nome" => aparece como sinédoque (a parte pelo
todo) de todo o povo sofrido do sertão.
★ Uma influência clara na concepção do livro é o Regionalismo de 30, com sua preocupação
realista de observação, crítica e denúncia social que podemos encontrar em autores como
José Américo de Almeida, Rachel de Queirós e, principalmente, Graciliano Ramos.
17. Nove Noites
Ficha técnica
Título: Nove Noites
Autor: Bernardo Carvalho
Ano de publicação: 2002
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 19 capítulos
Gênero literário: Romance
Narrativa: Dois narradores-personagens de épocas diferentes (alterna);
Movimento literário: Literatura contemporânea
Influência externa: suicídio de um antropólogo norte-americano em solo
brasileiro, chamado Buell Quain que teria se suicidado diante de índios de uma
tribo localizada no Tocantins (Krahôs), em 1939.
18. Nove Noites
Principais personagens
Andrew Parsons: fotógrafo
Buell Quain: etnólogo americano
Manoel Perna: primeiro narrador
Schlomo Parsons: filho do fotógrafo
Segundo narrador: possivelmente, o próprio autor
Heloísa Alberto Torres: diretora do Museu Nacional do Rio de Janeiro
19. Nove Noites
Resumo
"O romance parte de um fato, o suicídio do antropólogo americano Buell Quain, em 2 de agosto de
1939, com 27 anos de idade. O narrador — Manoel Perna — identifica-se como amigo do morto, que
“se matou sem explicações aparentes, num ato intempestivo e de uma violência assustadora”.
O americano chegou, em março de 1939, à cidade de Carolina.
No dia 9 de agosto, 20 índios entraram na cidade para comunicar a morte do doutor Quain e entregar
ao narrador os pertences do morto. Esse narrador tem um destinatário para a sua narrativa, alguém
que ele chama de “você”. Ele compõe essa narrativa seis anos após a morte de Quain, e guarda uma
carta do morto, que espera, durante todos esses anos, que ela seja entregue a esse destinatário
ainda não identificado.
Após esse momento, a história dá um salto no tempo, vai para 12 de maio de 2001, quando um
segundo narrador lê “o nome de Buell Quain pela primeira vez num artigo de jornal”.
Ele entra em contato com a autora do artigo. Além disso, faz pesquisas no Brasil e nos Estados
Unidos, e passa a narrar a morte de Buell Quain. Antes de se matar, o etnólogo deixou sete cartas."
20. Nove Noites
Resumo
Em retrospectiva, o narrador vai contando a história do protagonista antes de sua vinda para o
Brasil. Ele tenta desvendar o mistério, isto é, o motivo do suicídio. Em uma das cartas que Quain
escreveu antes de se matar, direcionada a Heloísa, ele afirma: “Estou morrendo de uma doença
contagiosa. A senhora receberá esta carta depois da minha morte. A carta deve ser desinfetada”.
Em suas pesquisas, o narrador do século XXI descobre que Quain se declarou casado ao chegar ao
Brasil, em 1938, mas não havia referência ao nome do cônjuge. Em seguida, o antropólogo foi viver
entre os índios, e, no dia de seu suicídio, ele estava em companhia dos índios João e Ismael.
O relato é cercado de mistérios. De acordo com o primeiro narrador, Quain afirmava que “era vigiado
onde quer que estivesse”. Quando o segundo narrador encontra o filho do fotógrafo Andrew Parsons,
a quem é direcionada a narrativa do primeiro narrador, um mistério é, possivelmente, solucionado.
21. Nove Noites
Curiosidades
★ O livro de Bernardo Carvalho, pertencente à literatura contemporânea brasileira, é composto
por 19 capítulos. É uma obra de ficção, mas apresenta características de um romance
jornalístico, já que um dos narradores relata seus passos durante uma investigação em que
busca encontrar o motivo do suicídio do protagonista.
★ A obra recorre ao recurso do flashback, para voltar não só ao passado do americano Buell
Quain, mas também ao próprio passado do narrador principal. Desse modo, a narrativa se
torna fragmentada e misteriosa, além de, com base no suicídio do protagonista, refletir sobre
questões sociopolíticas do Brasil e sobre a realidade dos indígenas brasileiros.
★ O autor utiliza seu lado jornalista para registrar as histórias por meio de uma visão
“semidocumental”, sem abrir mão do privilégio da visão parcial do escritor. Porém, deixa
evidente, nos agradecimentos, que Nove noites é uma obra de caráter fictício.
23. O livro das semelhanças
Ficha técnica
Título: O livro das semelhanças
Autor: Ana Martins Marques
Ano de publicação: 2015
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 4 seções
Gênero literário: Poesia
Movimento literário: Literatura contemporânea
24. O livro das semelhanças
Resumo
O livro é dividido em várias seções, cujos títulos são "Livro", "Cartografias", "Visitas ao lugar-comum"
e "O livro das semelhanças".
As seções marcam uma pequena linha divisória sobre as preocupações da poeta:
➔ Primeiro momento, vai do interesse pelo formato do livro às consequências que se pode tirar
de cada parte do seu formato, transposto agora para uma espécie de relação entre mundo
pessoal/existencial e composição do objeto livro.
➔ Segunda parte, uma espécie de cartografia sentimental vai se delineando a cada poema,
marcando a significação do encontro ou desencontro afetivo que tem como ponto de partida a
ideia do mapa.
➔ Terceira parte, o afeto é ainda o leitmotiv da sua criação poética, onde rusgas e incertezas,
com um certo pessimismo intravenoso, dominam quase todos os poemas.
➔ Quarta parte, forma o maior conjunto de poemas, e concentra a maior densidade do livro, é o
momento da desconstrução da realidade pela palavra poética, onde, então, se realiza de forma
mais pungente a inflexão do Ser diante da vida.
25. O livro das semelhanças
Curiosidades
★ Há uma pluralidade psíquica, filosófica e existencial que causa empatia e que conduz o eu e o
outro à ampliação da consciência.
★ A poetisa convida a fazer uma leitura metaficcional do livro enquanto objeto a ser lido, nas
mãos do leitor, e matéria do livro em que o leitor faz a leitura.
★ Em grande parte de seus poemas, sente-se a voz de outro poeta, como Camões
(quando ela o parafraseia em “O que já se disse do amor”) ou Fernando Pessoa (Poema não
de amor) - isso sugere uma brincadeira com o próprio título O livro das semelhanças, que
pode ser entendido também sob esta óptica.
27. O Uraguai
Ficha técnica
Título: O Uraguai
Autor: Basílio da Gama
Ano de publicação: 1769
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 5 seções (o epílogo, a narrativa, a dedicatória, a invocação e a proposição)
Gênero literário: Poema épico
Movimento literário: Arcadismo
Influência externa: Marquês de Pombal (perseguição aos missionários) e Guera
guaranítica.
28. O Uraguai
Principais personagens
Tanajura (feiticeira índia)
Cacambo (chefe da tribo)
Lindóia (mulher de Cacambo) - heroina
Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia)
Balda (padre jesuíta que administra a aldeia) - vilão
Cepé (índio guerreiro)
General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal)
29. O Uraguai
Resumo
A história se passa em um povoado onde os nativos foram catequizados por Balda, um padre da
Espanha. Neste local, vivem Cacambo, que simboliza a coragem, e Lindóia, ícone da delicadeza. Os
dois formam um casal. Balda é representado como um religioso pérfido que engravida uma nativa,
que dá a luz a Baldeta, personagem visto por todos como má pessoa. Com o objetivo de tornar a
situação do filho um pouco mais amena na aldeia, o padre Balda casa Baldeta com Lindóia.
Então, o religioso manda Cacambo para missões onde o índio corre risco de vida, mas o guerreiro
sempre retorna são, frustrando os planos do padre. Em uma destas ocasiões, Cacambo acaba
sendo capturado pelos homens do General Gomes Freire, que acabam descobrindo que o verdadeiro
vilão é o padre jesuíta e deixam que o nativo volte para alertar a aldeia sobre os perigos dos jesuítas.
Em seu retorno, o povoado mostra-se alegre e ele começa a tentar desmascarar os jesuítas. Porém,
Balda mata Cacambo por envenenamento. Lindóia demora a acreditar que seu homem está morto,
mas, depois se convence de que foi o padre que o matou. Então aceita casar com Baldeta. No dia do
casamento, a mulher se mata, deixando que uma cobra peçonhenta lhe pique.
30. O Uraguai
Curiosidades
★ Conta a expedição do Governador do Rio de Janeiro às Missões Jesuíticas do Sul da América
Latina (os Sete Povos do Uruguai);
★ É um canto de louvor à política de perseguição do Marquês de Pombal aos missionários. Tem
dedicatória ao Ministro da Marinha, Mendonça Furtado, irmão de Pombal, que trabalhou na
demarcação dos limites setentrionais entre Brasil e América Espanhola, cumprindo o Tratado
de Madri (1750).
★ Reverteu o esquema épico tradicional: inicia em ex abrupto, ou seja, em plena ação; eliminou
a mitologia, comum nos épicos; harmonizou a paisagem à ação;
★ Trata os indígenas como matéria poética, e não apenas informativa ou exótica.
★ Utilizou os versos da tradição épica neolatina, o decassílabo, sem estrofação fixa, com o qual
produziu efeitos sonoros e imagéticos, intensificando os significados e dando agilidade à
leitura.
32. Quarto de despejo
Ficha técnica
Título: Quarto de Despejo
Autor: Carolina Maria de Jesus
Ano de publicação: 1960
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 20 diários
Narrativa: Pessoal e subjetiva (1° pessoa)
Linguagem: Simples, com traços de oralidade.
Movimento literário: Literatura marginal
Influência externa: Governo de Juscelino Kubistchek
33. Quarto de despejo
Principais personagens
Carolina Maria de Jesus: Autora dos diários e personagem principal. É uma mãe solteira que
trabalha como catadora de lixo e metal para sustentar sua casa e comprar comida para si e
para seus filhos. Ela escreve seus diários como forma de escapismo e de denúncia social,
relatando como é o cotidiano da favela, com os problemas da miséria, da violência e da fome.
Vera Eunice: Filha de Carolina.
João José: Filho de Carolina.
José Carlos: Filho de Carolina.
34. Quarto de despejo
Resumo
Quarto de Despejo traz em seus diários (divididos em dia, mês e ano) o retrato do cotidiano da
favela de Canindé. Nele, Carolina narra como consegue sobreviver sendo catadora de lixo e metal
em São Paulo e como a falta de dinheiro e de outro tipo de trabalho afetam a sua vida.
Em meio a isso, a autora conta sua rotina vivendo na favela, e como tinha que fazer sacrifícios para
seus três filhos, já que era mãe solteira e tinha que alimentá-los e cuidar de tudo sozinha, além de
ter que lidar com o preconceito de não casar de novo.
Pensando na história, um elemento muito importante nesse contexto é a fome, que a autora diz ter a
cor amarela. Carolina tentava fugir, mas às vezes ela chegava com força em sua família (sendo que,
para ela, a pior dor era ver seus filhos passando fome). Assim, ela trabalhava muito para comprar
comida, além de receber algumas doações e buscar restos de alimentos nas feiras e, até mesmo, no
lixo.
Um trecho muito famoso de Quarto de Despejo nos mostra como a fome é diferente da embriaguez
(pois Carolina diz que muitos de seus vizinhos se embebedam para esquecerem sua condição
social, sua miséria e sua fome): “A tontura do álcool nos impede de cantar. Mas a da fome nos faz
tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago”.
35. Quarto de despejo
Resumo
Carolina expõe, também, a invisibilidade social, pois ela e seus filhos são como pessoas invisíveis,
ignoradas por aqueles que têm maior condição social e que não sentem na pele a dor da violência e
da pobreza. Neste contexto, a autora conta que escreve seus diários (que encontrou quando estava
catando lixo) como uma forma de escapar um pouco da sua realidade, pois eles trazem esperança
para ela e a fazem sonhar que algum dia alguém irá ler estes relatos e entender o que ela havia
passado, tirando-a de seu status de invisível.
Em Quarto de Despejo, também podemos ver a importância da religiosidade para Carolina, que é
motivada a não desistir e impulsionada a continuar sua rotina mesmo com seu sofrimento por
causa de suas crenças religiosas e sua fé. Além disso, a autora relata muitos problemas de seus
vizinhos, denunciando a violência doméstica que as mulheres sofriam, principalmente, pelo
alcoolismo de seus maridos.
Para além disso tudo, Quarto de Despejo é um relato fiel das dificuldades enfrentadas em meio à
favela, mostrando como uma mulher solteira batalha para alimentar suas crianças e sobreviver em
meio à sua condição de invisível e sua miséria, e como ela tem esperanças de mudança apesar de
tudo o que passa diariamente.
36. Quarto de despejo
Curiosidades
★ A autora foi descoberta quando o jornalista Audálio Dantas fazia um trabalho nas
comunidades à beira do rio Tietê e se deparou com esta mulher, que tinha muita história para
contar e uma literatura rica a oferecer. Dantas preferiu não corrigir os erros ortográficos e
variações vocabulares, para que os leitores experimentassem autenticamente a leitura.
★ Com o sucesso do livro e a peculiaridade da escrita, questionou-se se a obra não seria do
jornalista que acompanhou o caso de Carolina. Porém, foi preciso que grandes escritores,
como Manuel Bandeira, relatassem que a percepção era verídica demais para ser escrita por
alguém que não tivesse, de fato, vivido aquilo.
★ Nos primeiros 3 dias após o lançamento, mais de 10 mil exemplares foram vendidos e a obra
virou um fenômeno literário.
★ A obra foi traduzida para 13 línguas, referência para estudos sociais e culturais no Brasil e no
exterior.
38. Sagarana
Ficha técnica
Título: Sagarana
Autor: Guimarães Rosa
Ano de publicação: 1946
Nacionalidade: Brasileiro
Divisão: 9 contos
Gênero literário: Coletânea de Contos
Movimento literário: Modernismo - Regionalismo
Narrativa: com exceção dos contos “Minha Gente” e “São Marcos” – que são
narrados em primeira pessoa –, os demais possuem narradores em terceira
pessoa.
Influência externa: universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços.
39. Sagarana
Resumo
“O burrinho pedrês”
Enredo: Sete-de-Ouros é um burrinho decrépito que já fora bom e útil para seus vários donos.
Esquecido na fazenda do Major Saulo, tem o azar de ser avistado numa travessia pelo donno da
fazenda, que o escala para ajudar no transporte do gado. Na travessia do Córrego da Fome, todos os
cavalos e vaqueiros morrem, exceto dois: Francolim e Badu; este montado e aquele agarrado ao
rabo do Burrinho Sete-de-Ouros.
Principais personagens: Sete-de- Ouros (burrinho pedrês), Major Saulo, Francolim e Badu.
“A volta do marido pródigo”
Enredo: Lalino é um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o
serviço na estrada de ferro e vai para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Maria Rita, a Ritinha, na
região. No retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Torna-se cabo eleitoral do Major
Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com
Maria Rita no fim do conto.
Principais personagens: Lalino Salathiel, Maria Rita, Ramiro e Major Anacleto.
40. Sagarana
Resumo
“Sarapalha”
Enredo: A história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, contagiados pela malária que se espalhou no
vau de Sarapalha. Os dois estão solitários na região, já que parte da população morrera e os demais
fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. Argemiro, percebendo a iminência da morte e
desejando ter a consciência tranqüila, confessa o interesse pela esposa do primo.
Ribeiro reage à confissão de forma agressiva e expulsa Argemiro de suas terras, sem nenhuma
complacência.
Principais personagens: Primo Ribeiro e Primo Argemiro.
“Duelo”
Enredo: Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Ao procurar vingar sua
honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes.
Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Nessa disputa, os dois alternam os papéis
de caça e de caçador. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte-e-um,
que passava por dificuldades financeiras. Turíbio volta para casa e é surpreendido por Vinte-e-um,
que o executa para vingar seu benfeitor.
Principais personagens: Turíbio Todo, Cassiano Gomes, Silvana e Vinte-e-um.
41. Sagarana
Resumo
“Minha gente”
Enredo: Emílio visita a fazenda de seu tio, candidato às eleições, e apaixona-se por sua prima Maria
Irma, mas não é correspondido. Ela se interessa por Ramiro, noivo de outra moça. Emílio finge-se
enamorado de outra mulher. O plano falha, mas a prima apresenta-lhe sua futura esposa, Armanda.
Maria Irma casa-se com Ramiro Gouveia.
Principais personagens: Emílio (narrador), Maria Irma, Ramiro Gouveia e Armanda.
“São Marcos”
Enredo: José, narrador-personagem, é supersticioso, mas mesmo assim zomba dos feiticeiros do
Calango-Frito, em especial de João Mangolô. Izé, como é conhecido o protagonista, recita por
zombaria a oração de São Marcos para Aurísio Manquitola e é duramente repreendido por banalizar
uma prece tão poderosa. Certo dia, caminhando no mato, Izé fica subitamente cego e passa a se
orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado, recita a oração de São Marcos. Guiando-se
pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, irado, tenta
estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos
olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
Principais personagens: José, ou Izé (narrador), Aurísio Manquitola e João Mangolô.
42. Sagarana
“Corpo fechado”
Enredo: Manuel Fulô, falastrão que se faz de valente, é dono de uma mula cobiçada pelo feiticeiro
Antonico das Pedras-Águas. Este, por sua vez, tem uma sela cobiçada por Manuel. Enquanto o
protagonista se gaba de pretensas valentias, o verdadeiro valentão Targino aparece e anuncia que
dormirá com sua noiva. Desesperado, Manuel recebe a visita do feiticeiro, que promete fechar-lhe o
corpo em troca da mula. Após o trato, há o duelo entre os dois personagens; o feitiço parece
funcionar e Manuel vence a porfia.
Principais personagens: Manuel Fulô, feiticeiro Antonico das PedrasÁguas e Targino.
“Conversa de bois”
Enredo: conta a viagem de um carro de bois que leva uma carga de rapadura e um defunto. Vai à
frente Tiãozinho, o guia, chorando a morte do pai, ali transportado, e Didico. Tiãozinho, que se tornara
dependente de Soronho, angustiava- se com este por dois motivos: ele maltratava os bois e havia
desfrutado os amores de sua mãe durante a doença do pai.
Paralelamente, o boi Brilhante conta aos outros a história do boi Rodapião, que morrera por ter
aprendido a pensar como os homens. Há uma indignação entre os animais em relação aos
maus-tratos que os que os humanos lhes infligem. Agenor, para exibir a Tiãozinho seus talentos como
carreiro, obriga, de forma cruel, os bois a superar a ladeira onde a carroça de João Bala havia
tombado. Superado o obstáculo, os bois aproveitam-se do cochilo de Agenor e puxam bruscamente a
carroça, matando seu algoz.
Principais personagens: Tiãozinho, Didico, Agenor, Soronho e o boi Brilhante.
43. Sagarana
Resumo
“A hora e a vez de Augusto Matraga”
Enredo: Augusto Estêves manda e desmanda no pequeno povoado em que vive. Pródigo, com a
morte do pai perde todos os seus bens. Certo dia, Quim Recadeiro dá-lhe dois recados que alterarão
sua vida: perdera os capangas para seu inimigo, o Major Consilva, e a mulher e a filha, que fugiram
com Ovídio Moura.
Augusto Estêves vai sozinho à propriedade do major para tomar satisfação com seus ex-capangas.
O Major Consilva ordena que Nhô Augusto seja marcado a ferro e depois morto. Ele é espancado à
exaustão; depois os homens esquentam o ferro usado para marcar o gado do major e queimam o
seu glúteo. Augusto, desesperado, salta de um despenhadeiro.
Quase morto, o protagonista é encontrado por um casal de pretos, que cuida dele e chama um padre
para seu alívio espiritual. Nhô Augusto decide que sua vida de facínora chegara ao fim. Recuperado,
foge com os pretos para a única propriedade que lhe restara, no Tombador. Trabalha de sol a sol
para os habitantes e para o casal que o salvara, em retribuição a tudo que fizeram por ele.
Leva uma vida de privações e árduo trabalho, com a finalidade de purgar seus pecados e, assim, ir
para o céu.
44. Sagarana
Resumo
“A hora e a vez de Augusto Matraga” (cont.)
Um dia, aparece na cidade o bando de Joãozinho Bem-Bem, o mais temido jagunço do sertão. Nhô
Augusto e o famigerado jagunço tornam-se amigos à primeira vista e, depois da breve estada,
despedem-se com pesar. Com o tempo, Nhô Augusto resolve sair do Tombador, pressentindo a
chegada da “sua hora e vez”. Encontra-se por acaso com Joãozinho Bem-Bem, que está prestes a
executar uma família, como forma de vingança. Nhô Augusto pede a Joãozinho Bem-Bem que não
cumpra a execução. O jagunço encara essa atitude de Nhô Augusto como uma afronta e os dois
travam o duelo final, no qual ambos morrem.
45. Sagarana
Curiosidades
★ O espaço é quase sempre Minas Gerais. Mais especificamente, o interior do estado. Vale uma
atenção maior para o nome dos povoados e vilarejos dos contos. Os estados de Goiás e do
Rio de Janeiro são mencionados no livro, mas têm pouca relevância na narrativa.
★ O título é um neologismo, fenômeno linguístico muito presente nas obras do autor. É a junção
da palavra "saga" com "rana", de origem tupi, que significa "semelhante com". Assim,
Sagarana seria algo semelhante a uma saga.
★ Além de descreverem seus locais e paisagens, as narrativas abordam costumes, temas,
comportamentos, crenças e expressões que faziam parte do imaginário da população.
★ A habilidade de unir o regional ao universal é uma das grandes características de Guimarães
Rosa. Seus textos podem causar alguma dificuldade na leitura graças aos inúmeros termos
regionais, porém a moral de suas histórias e o conteúdo de suas narrativas são
compreendidas universalmente.
47. Últimos cantos
Ficha técnica
Título: Últimos Cantos
Autor: Gonçalves Dias
Ano de publicação: 1851
Nacionalidade: Brasileiro
Gênero literário: Poesia
Movimento literário: Romantismo (primeira fase - indianista)
Influência externa: família real no Brasil; declaração de Independência do Brasil.
48. Últimos cantos
Resumo
O próprio nome, Últimos Cantos, parece aludir a uma fase de transição.
A obra cultiva a sua vertente nacionalista com habilidade técnica e riqueza linguística.
Integra magistralmente os elementos da cultura indígena (inclusive vocabulário) ao tom eloquente
da épica heroica (em I-Juca-Pirama).
Em Marabá e Leito de folhas verdes, o tom medievalista das cantigas de amigo (repare na voz lírica
feminina) é transposto para o cenário da selva brasileira. Os poemas indianistas refletem um tipo de
nativismo inédito em nossa literatura até aquele momento: exalta os valores nacionais, mas também
busca harmonizar a cultura americana com os traços clássicos europeus.
Alguns textos remetem ao amor frustrado (Desalento e Sepulcro), enquanto outros se voltam para
novos amores.
Seu estilo romântico é marcado pela adjetivação constante e o uso de conotações ligadas à
natureza.
Em alguns poemas, há um fundo religioso cristão, intensificado mais ao final do volume.
49. Últimos cantos
Divisão do livro
- poesias americanas: poemas indianistas (7 poemas)
- poesias diversas: Poemas diversos, mas sempre no contexto de idealização do romantismo.
Temas relacionados ao amor, vida, morte, sofrimento, temas bíblicos, pessimismo (45 poemas)
- hinos: nostalgia à infância, homenagens, saudosismo (4 poemas)
Total de 56 poemas
Como o índio é visto?
A visão romantizada do índio, retrata nosso selvagem como guerreiro nobre, forte e heroico
valorizando seus costumes e sua cultura, ao contrário do homem branco, muitas vezes visto como
explorador, malicioso e sem escrúpulos.
Como o negro é visto?
O poeta, em diversos poemas, faz um retrato humano e positivo dos negros
50. Últimos cantos
Qual o aspecto formal?
- Na métrica, trabalha com uma extensa variedade de opções, indo do pentassilabo natural da
redondilha menor, até complexos versos de doze sílabas. O esquema de rimas é livre, por vezes,
demonstrando na prática a ideologia romântica da valorização das liberdades e expressões
pessoais. Para um artista romântico, não esqueçamos, o importante não é seguir as regras de
composição clássica, mas adequá-las à emoção pessoal.
- Quanto à forma, é impressionante a sonoridade, a musicalidade, o ritmo de suas composições,
resultados de sua busca pela perfeição rítmica e formal. Assim, são frequentes os poemas com
versos brancos (sem rima), poemas com variações na métrica e nas estrofes, e alternância de
versos duros e suaves.
- Redondilhas 5,7 e 10, 12 (muita variação)
- Não tem soneto
- Demonstrando amplo conhecimento da literatura universal, Gonçalves Dias introduz a maior parte
de seus poemas com epígrafes em que cita inúmeros poetas.
- Tem poemas, que a musicalidade representa algum hino de guerra de uma tribo
51. Resumo
Da vasta obra indianista de Gonçalves Dias, destacam-se diversos poemas.
Um deles é “I-Juca Pirama”, poema narrativo composto de 484 versos, considerado uma fusão
perfeita entre lírica e épica. Trata-se da história de um índio tupi capturado pelos timbiras, que
devoravam os inimigos corajosos num ritual antropofágico.
Assim, se o guerreiro fosse bravo, era devorado; fosse covarde, era libertado. O título do poema, em
tupi, significa “aquele que vai ser morto”, e é narrado por um velho timbira. O guerreiro tupi, ao
clamar piedade diante da morte, é libertado pelos timbiras e amaldiçoado por seu próprio povo, por
demonstrar covardia, de modo que a noção de honra ocupa papel central no poema.
Também famoso é o poema “Leito de folhas verdes”, cujo eu lírico feminino lamenta a ausência de
seu amado, Jatir. Trata-se de uma mistura entre elementos da cultura indígena e sentimentalismo
próprio do amor romântico, bem como do romântico diálogo entre a paisagem e os estados de alma
do eu lírico.
Últimos cantos
Análise Últimos Cantos UFPR