1. Primeiros Socorros
Prestar imediata e provisoriamente ajuda face
a um risco explícito para a saúde e para a vida
de uma pessoa até à chegada da ajuda profissional
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2. Socorrista
É o primeiro elo de uma cadeia de sobrevivência
que se acciona quando surge uma emergência
– É um acto de solidariedade
– Envolve um acto de comunicação
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3. Omissão de Auxílio
Quem, em caso de grave necessidade, nomeadamente
provocada por desastre, acidente, calamidade pública ou
situação de perigo comum, que ponha em perigo a
vida, saúde, integridade física ou liberdade de
outrem, deixar de lhe prestar auxílio que se revele
necessário ao afastamento do perigo, seja por acção
pessoal, seja promovendo o seu socorro, será punido com
prisão até 1 ano e multa até 120 dias
(Art.º 200º do D.L. 48/95 de 15 de Março)
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4. Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM)
Situações de doença súbita e/ou acidente;
Revela-se necessário um conjunto de meios e de
acções de socorro para estabelecer a
normalidade;
Intervenção de diversos elementos específicos
(primeiro socorro, estabilização e transporte,
hospital).
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5. SIEM – estrela da vida
Representa uma sequência de acções que
começam com a detecção do acidente/vítima até
à sua chegada a uma Unidade de Saúde.
Objectivos Estratégicos
– Chegada rápida e com os meios mais adequados ao local
da ocorrência;
– Estabilização da(s) vítima(s) ou doente(s) no próprio
local;
– Transporte adequado do(s) sinistrado(s) ou doente(s);
– Tratamento adequado a nível hospitalar, prevendo-se a
transferência para unidade hospitalar adequada à
situação; 5
7. Fases do SIEM
Detecção da ocorrência de emergência médica –
existência de vítimas de acidente ou doença súbita;
Alerta – contacta 112 dando conta da ocorrência;
Pré-Socorro – acções de socorrismo básico, no seio da
população, mantidos até à chegada de meios de socorro
mais especializados;
Socorro – acções de socorro complementar executadas por
especialistas que visam a recuperação/estabilização da
vítima;
Transporte – do local da ocorrência até unidade de saúde
adequada, garantindo a continuidade da prestação de
cuidados de saúde (ambulância, helicóptero, …);
Tratamento Hospitalar – vítima é avaliada e são iniciadas
as medidas de diagnóstico e tratamento com vista ao
restabelecimento. Pode posteriormente considerar-se a
necessidade de novo transporte (transferência)
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8. SIEM - Intervenientes
Público em geral;
Operadores do centro de emergência e das
centrais de CODU (Centrais de Orientação de
Doentes Urgentes);
Especialistas de socorro (Cruz Vermelha
Portuguesa, Bombeiros, Tripulantes de
ambulância, Médicos e Enfermeiros)
Especialistas hospitalares.
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9. SIEM - Recursos
Intervenientes Humanos;
Meios de transporte
– Ambulâncias
– Viaturas de intervenção
– Helicópteros
Materiais de socorro
– Materiais de reanimação
– Materiais de imobilização
Meios de telecomunicações
– Rádios
– Computadores
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10. Pré-Socorro – Princípios Gerais e
Procedimentos
Leis fundamentais do socorrismo a partir das
quais se baseiam e desenvolvem as acções
técnicas e práticas do primeiro socorro
(Conhecimentos e Procedimentos);
Prevenir
Alertar
Socorrer
(PAS)
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11. Pré-Socorro – Princípios Gerais e
Procedimentos
Prevenir – diminuir o número de acidentes ou
minimizar as suas consequências
– Prevenção primária – conjunto de acções a realizar
com o objectivo de diminuir ou mesmo anular a
possibilidade de ocorrência de um acidente;
– Prevenção secundária - conjunto de acções a realizar
após a ocorrência do acidente, com o objectivo de
minimizar as suas consequências e/ou impedir que a
partir deste se desenvolvam outros acidentes.
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12. Pré-Socorro – Princípios Gerais e
Procedimentos
Alertar – chamar para o local de ocorrência
pessoal especializado na estabilização e no
transporte de vítimas de acidente ou doença
súbita
– Número nacional de emergência “112”
– Prestar informações recolhidas no local
Localização exacta da ocorrência;
Número de vítimas;
Estado da(s) vítima(s) e idade aproximada
– Referência de factores agravantes presentes no local
Perigo de incêndio, explosão ou desmoronamento;
Vítimas encarceradas, afogamento, acidentes
eléctricos.
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13. Pré-Socorro –
Princípios Gerais e Procedimentos
Socorrer – Acção limitada e temporária, visando a
eficácia do socorro
– Destreza, rapidez e qualidade das técnicas a aplicar à
vítima
– Estabelecer prioridades de forma a ordenar e sistematizar
as suas acções de acordo com as situações que se
apresentam
Situações de socorro essenciais (prioritárias)
Situações de socorro secundário
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14. Pré-Socorro – Objectivos
Prestar imediata e provisoriamente ajuda
face a um risco explícito para a saúde e para a
vida de uma pessoa até à chegada da ajuda
profissional
Grupos mais vulneráveis
– < 5 anos e > 65 anos
– Quedas; intoxicações; atropelamentos
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15. Pré-Socorro – Princípios Gerais
Situações de socorro essenciais (prioritárias) –
podem comprometer rapidamente a vida da(s)
vítima(s)
– Estabilização e evacuação
Alterações cárdio-respiratórias
Choque
Hemorragias
Envenenamentos e Intoxicações
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16. Pré-Socorro – Princípios Gerais
Situações de socorro secundário – não
comprometem directamente a vida da(s)
vítima(s), no entanto o socorrista deve estar
atento pois podem agravar-se, evoluindo para
situações de socorro essenciais
– Traumatismo vértebro-medular;
– Fracturas;
– Queimaduras;
– Feridas.
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17. Socorrismo - Prevenir
Objectivo:
– Eliminar todos os factores de risco ambiental e
comportamentais que causem os acidentes
Instrumentos:
– Legislação
– Educação
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18. Socorrismo - Prevenir
Principais zonas de risco
– Em casa
– Espaços abertos e públicos
Rua
Espaços lúdicos e/ou desportivos
Praia, piscinas
campo
Principais acidentes
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20. Socorrismo - Prevenir
Exercício em Grupo
– Escolher uma potencial zona de risco
– Identificar acidentes possíveis em grupos
alvo diferentes e quais as causas que se lhes
associam
– Assinalar medidas de prevenção adequadas
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21. Pré-Socorro – Procedimentos
Intervenção sistematizada, planificando a acção
– Proteger
Criar e garantir condições de segurança na sua
actuação (salvaguardar a sua integridade física),
minimizando os riscos inerentes à situação em que
actua;
Afastar o perigo da vítima ou, na impossibilidade de o
fazer, afastar a vítima do perigo;
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22. Pré-Socorro – Procedimentos
Intervenção sistematizada, planificando a acção
– Ajudar
Avaliação da vítima identificando as situações que
necessitam de socorro
“Exame Geral da Vítima”
– Salvar – actuar prioritariamente nas situações
que possam pôr em perigo a vida da vítima
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24. Pré-Socorro – Procedimentos
Primeiro contacto com a vítima:
- 4 atitudes base :
Informe do que está fazer
Ouça e responda às perguntas
Aceite as queixas e ansiedade
Seja solidário e permaneça próximo 24
25. Exame Geral da Vítima –
Etapas
Antes de qualquer procedimento
relacionado com o exame da vítima,
torna-se fundamental e primário
garantir as condições de segurança
ou seja, é essencial garantir que pela
nossa intervenção não vai resultar
perigo para a vitima e/ou para a equipa
de socorro.
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26. Técnica de abordagem à vítima
Manter-se próximo da vítima e se possível
estabelecer contacto físico (abanar
ligeiramente os ombros, dar a
mão), prestando apoio psicológico;
Utilizar voz clara, concisa e pausada;
Identificar-se pessoal e profissionalmente;
Comunicar para identificar a vítima;
“Esperar” as respostas;
Após identificação da vítima “Chamar”
frequentemente pelo nome;
Confortar, diminuir a
ansiedade, estabelecendo boas relações
de colaboração.
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27. Exame Geral da Vítima –
Etapas
Identificar o estado da vítima através de um exame geral
das suas funções que visa determinar
Gravidade das lesões
Prioridades de actuação
Implementação de medidas de socorro e de evacuação necessária
Identificar e corrigir situações que coloquem a vítima em
perigo de vida imediato
Identificar e corrigir situações que não colocando a vítima
em perigo de vida imediato,
– podem, se não forem prestados cuidados de emergência
adequados, provocar um agravamento do estado geral.
Avaliar e registar os sinais vitais
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28. Exame Geral da Vítima – Etapas
Exame primário – iniciado o mais precocemente
possível, consiste na avaliação de funções vitais,
permitindo identificar situações de risco de vida que
implicam uma actuação urgente no local
Determinação da actividade ventilatória;
Determinação da actividade cárdio-circulatória
Determinação do estado de consciência;
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29. Exame Geral da Vítima – Etapas
Exame primário – exame das funções vitais, segundo um
critério de prioridade que tem em conta:
– Perigo que a ausência de cada função representa para a vítima;
– Facilidade e rapidez da sua correcção;
– Sequência (A, B, C, D, E)
Airway - Permeabilidade da via aérea com estabilização da
coluna vertical;
Breathing - Função ventilatória e respiração;
Circulation - Função cárdio-circulatória, hemorragias externa
graves, choque;
Disability - Estado de consciência, disfunção neurológica;
Expose - Exposição com prevenção da hipotermia (controle da
temperatura)
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30. Permeabilidade da via aérea – vítima consciente
Jamais tente colocar os dedos dentro da boca de uma pessoa
consciente, pois isto poderá provocar o vómito e agravar o estado da
vítima
Quando se aspira um corpo estranho pela boca, se a pessoa
conseguir, estimule-a a forçar a tosse, uma das melhores formas de
expulsão.
Se isso não resultar, ajude a vítima a curvar-se até a cabeça ficar a
um nível mais baixo que o tórax. A vítima pode estar sentada ou de
pé. Dê-lhe entre uma e cinco pancadas secas entre as omoplatas com
a palma da mão. Cada palmada deverá ser suficientemente forte para
desalojar o corpo estranho.
Se a vítima ainda não conseguir respirar, coloque-se de pé ou de
joelhos atrás dela. Cerre um dos punhos e encoste-o, com o polegar
apontado para dentro, entre o umbigo e a base do esterno. Segure o
punho com a outra mão e puxe ambas para si com um rápido
movimento dos cotovelos para dentro e para cima. Deste
modo, comprime a parte superior do abdómen contra a base dos
pulmões, contribuindo para expulsar o resto do ar e forçar a saída do
corpo causador da obstrução. Repita até cinco vezes. Cada puxão deve
ser suficientemente forte para impulsionar o corpo estranho.
(Manobra de Heimlich)
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31. Exame Primário
Permeabilidade da via aérea – vítima inconsciente
Desapertar a roupa da vítima à volta do pescoço, tórax e
abdómen;
Garantir que a via aérea está desobstruída para que a respiração
se processe normalmente. As vítimas inconscientes podem
apresentar uma situação de obstrução da via aérea devido ao
relaxamento dos músculos da mandíbula.
Nunca realizar a extensão da cabeça nos casos de trauma
ou suspeita de trauma (acidente).
– Extensão da cabeça, colocando a sua mão por cima da
testa e com a outra mão faça a elevação do queixo
pela ponta.
– Abertura da boca para verificar
– Se a boca abre naturalmente;
– Se existe sangue ou outros fluidos;
– Se existem dentes partidos;
– Se existem próteses dentárias ou outros objectos
soltos;
não tente retirar o objecto às cegas, enfiando o dedo na boca, pois este procedimento
muitas vezes acaba por introduzir ainda mais o corpo estranho na via aérea da pessoa;
se conseguir visualizar o corpo estranho, retire-o utilizando os dedos polegar e
indicador, num movimento de pinça;
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32. Exame Primário
Função ventilatória e respiração
– Mantendo a posição atrás descrita tente VER, OUVIR e
SENTIR a respiração da vítima:
– Coloque o seu ouvido junto à boca e nariz da
vítima, com os olhos virados para o peito dela
VER se existe movimento respiratório, se o peito/
tórax apresenta movimentos;
OUVIR a respiração junto da boca (sons
ventilatórios);
SENTIR a respiração através do calor que ela
produz na sua face
Quando a vítima começar a respirar por si, ponha-a na posição lateral de segurança
Excepto nos casos de suspeita de fractura da coluna vertebral ou do pescoço, vire o corpo da
vítima inconsciente, mas ainda a respirar, para a posição lateral de segurança, o que impedirá
que sangue, saliva ou a língua obstruam as vias respiratórias
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33. Posição lateral de segurança
Excepto nos casos de suspeita de fractura da coluna
vertebral ou do pescoço, vire o corpo da vítima
inconsciente, mas ainda a respirar, para a posição lateral
de segurança, o que impedirá que sangue, saliva ou a
língua obstruam as vias respiratórias
– Estenda ao longo do corpo da vítima o braço que ficar mais perto de si.
cruze o outro braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada sobre a
que está mais próxima
– Ampare a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra agarre-a
pela anca mais afastada
– Vire a vítima de bruços, puxando-a rapidamente para si e amparando-a
com os joelhos
– Puxe a testa da vítima para trás, de modo a que a garganta fique direita.
Assim, as vias respiratórias manter-se-ão desimpedidas, o que permite
que a vítima respire livremente
– Dobre o braço que fica mais próximo de si para lhe sustentar o tronco.
Dobre a perna mais próxima para servir de apoio ao abdómen. Retire o
outro braço de debaixo do corpo
Se a vítima for pesada
– Agarre-a pela roupa à altura das ancas com ambas as mãos e vire-lhe o
corpo contra os seus joelhos. Se possível peça ajuda a uma segunda
pessoa para que ampare a cabeça da vítima enquanto faz rolar o corpo
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34. Função cárdio-circulatória, hemorragias externa
graves, choque
Verificar a existência de pulso central e sinais evidentes da existência
de circulação durante 10 segundos antes de concluir pela ausência de
pulso.
Ausência de cianose
Boa coloração e temperatura das extremidades
– A pulsação de mais fácil acesso no adulto é o pulso carotídeo. Para o
localizarmos devemos :
Indicar a Maçã de Adão (anel cricóide);
Utlizar os dedos médio e indicador;
Deslizar os dedos para o lado externo do pescoço até o sulco do
esternocleidomastoideu;
Palpar a carótide do lado mais próximo de si
– A pulsação é encontrada no pulso da seguinte forma: vire para cima a
parte de baixo do pulso por forma a que o polegar aponte para fora do
corpo. A artéria encontra-se perto da base do polegar, aproximadamente 2
a 3 cm acima do pulso e cerca de 1 a 1-1/2 cm do exterior do braço.
Conte o número de batimentos durante 15 segundos e calcule o número de
batimentos por minuto multiplicando por quatro. O ritmo cardíaco, em
repouso, encontra-se normalmente entre os 60 e os 80 batimentos por minuto.
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35. Exame Primário
Estado de consciência, disfunção neurológica
Estado de consciência pode classificar-se das
seguintes formas:
– Alerta;
– Responde a estímulos verbais;
– Responde a estimulação dolorosa;
– Sem resposta.
Estado de reactividade das pupilas, resposta pupilar
à luz como indicador da existência ou não de
sofrimento cerebral.
– Incidir uma luz directamente sobre cada uma das
pupilas;
– Verificar se a reacção é idêntica em ambas.
Se não existir contracção pupilar ou se esta for
diferente de pupila para pupila, poderá indicar
sofrimento do Sistema Nervoso Central.
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36. Exame Primário
Exposição com prevenção da hipotermia (controle da
temperatura)
• Exposição
Este ponto aborda a exposição da vítima, mas a sua completa exposição
deverá, sempre que possível, ser deixada para os tripulantes de
ambulância, contudo pode-se e deve-se desapertar colarinhos , cintos ou
outras peças de vestuário que restrinjam os movimentos da vitima ou que
lhe dificultem a respiração, não esquecendo contudo que estamos a tratar
uma pessoa.
• Protecção contra frio, sol, chuva
Aquecer uma vitima é um procedimento que impede o agravamento de seu
estado. É verdade, mas aquecer uma vítima não é elevar a sua
temperatura, mas sim protegê-la para que ela não perca o calor do seu
próprio corpo. Proteja-a do Sol, da chuva ou do frio, utilizando qualquer
peça de vestuário disponível.
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