O documento descreve os sofistas da Grécia Antiga, incluindo suas principais características e figuras como Protágoras e Górgias. Os sofistas pregavam o relativismo e o ceticismo e acreditavam que a verdade depende do indivíduo. Eles cobravam para ensinar retórica e outras matérias.
1. Sofistas ou Sophistés
- Sofista (sophistés) vem da palavra “sophos” que significa sábio.
—Principais sofistas:
- Protágoras de
Abdera
480-410 a.C.
- Gógias de
Leontini 487?-
380? a.C.
- Isócrates de
Atenas
436-338 a.C.
2. Sofistas
—Considerações importantes sobre os sofistas e suas reflexões:
Pertencem, em regra, ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como
socrático, clássico ou antropológico V-IVa.C.;
Considerado pela história da filosofia como falsos ou pseudos-filósofos, pois, em
regra, não possuíam compromisso com a verdade;
- Afirmam que não existem verdades
absolutas mas apenas convenções, que
são fruto da força do convencimento
nos debates em Assembleias e nas
praças-públicas, Ágora.
Representação de umaAssembleia.
3. Sofistas: Pseudos-Filósofos
—Considerações importantes sobre os sofistas e suas reflexões:
- São andarilhos em busca de alunos que pudessem pagar pelos seus
ensinamentos, ou seja, cobravam para ensinar;
-Eram professores de filosofia, literatura, matemática, astronomia,
gramática etc., mas principalmente oratória, que é a arte da
persuasão, do convencimento;
-Foram os responsáveis por mudarem a referência de reflexão
filosófica do cosmos para o antropo/homem;
- Viveram no período auge da democracia ateniese, por isso
seus principais pensamentos estão voltados à política e à moral.
4. Pensamento Sofístico
—Afirmavam, em regra, que:
- Em filosofia tudo é possível...
- Em filosofia tudo é verdade...
D e s s a s afirmações nascem as duas principais teoriassofísticas:
1º. Relativismo Subjetivo
Ignora os princípios da Lógica F
o
r
m
a
l
Logo:
2º. Ceticismo Absoluto
5. —As três principais características do pensamento sofístico são:
- Relativismo subjetivo: afirma que a verdade é relativa e não
absoluta, i. é, muda de homem para homem.
- Ceticismo absoluto: afirma que se existe verdade absoluta
o homem não pode conhecer, ficará em permanente dúvida.
- Convencionalismo: afirma que as normas, os costumes, as
leis são fruto de convenções e acordos criados através de
diálogos, debates e consensos.
Pensamento Sofístico
6. —Objetivo dos sofistas:
Poder político;
- Poder econômico;
- Status social.
Atenção!
- Para os sofistas a felicidade humana só pode ser alcançada por meio do poder
político e da máxima riqueza. Em resumo: sendo um tirano, um déspota. Porém, para
os filósofos, a abundância dos bens materiais, em vez de preencher o homem, o tem
esvaziado fazendo perder o significado espiritual do existir, o sentido da própriavida.
Sofistas: Pseudos-Filósofos
7. —Contribuições dos sofistas para o Ocidente na...
Política:
- fonte de remuneração;
- criação da Oratória à defesa dos interesses públicos e privados.
Educação:
- reformulação dos conceitospedagógicos;
- criação de escolas científicas.
Sofistas: Pseudos-Filósofos
8. Filósofos vs. Sofistas
—Os filósofos...
ensinavam aos seus discípulos que o conhecimento
verdadeiro só poderia ser alcançado através do uso da
razão/alma, e que o mesmo deveria ser válido para todos os
homens, independentemente do tempo e espaço; qualquer
concepção distinta dessa seria apenas uma opinião.
—Os sofistas...
ensinavam aos seus discípulos que não pode haver
conhecimento verdadeiro, mas só um conhecimento provável,
por causa de sua origem sensível [sentidos], e que não existe
uma lei moral absoluta, mas somente leis convencionais.
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9. Não há relativismo, pois a v
e
r
d
a
d
e
vale para TODOS.
— Concepções de verdade para os...
Filósofos:
A verdade [absoluta]:
- deriva da razão;
- objetiva: universal e necessária.
Sofistas:
A verdade [relativa]:
- deriva dos sentidos;
- subjetiva: particular e possível.
Há relativismo, pois a verdadev
a
l
e
somente para UM ouALGUNS.
Filósofos vs. Sofistas
Pensar
10. O que determina uma teoria como verdadeira?
Proposição e suaquantidade:
As proposições de uma teoria podem ser classificadas quanto a sua quantidade,
proposta por Aristóteles em sua Lógica Formal, de três modos, asaber:
Universal: refere-se ao todo ou nenhum: Filósofos (Antigos, Medievais e Modernos).
- “maioria”: Filósofos (Modernos e Contemporâneos).
Particular: refere-se à alguns, da
- “minoria”: Sofistas.
Singular: refere-se a um(a): Sofistas.
11. —Portanto para os...
Filósofos:
- A razão produz conhecimento verdadeiro (absoluto);
- O s sentidos produzem opiniões - falso.
Sofistas:
- A razão produz conhecimento verdadeiro (relativo);
- O s sentidos produzem verdades (relativas).
Filósofos vs. Sofistas
12. Protágoras de Abdera
Pai da Sofística
- “O homem é a medida [juízo] de todas as coisas
[fatos, experiências particulares]; daquelas que são
enquanto são; daquelas que não são enquanto não
são”.
- “Não existe verdade absoluta”.
— Obras:
- A verdade;
- Sobre os Deuses.
— Máximas:
Ideia de relativismo.
Ideia de ceticismo.
13. Protágoras de Abdera
A s s i m podemos concluir que...
se os homens são a medida de todas as coisas (…), nenhuma medida pode ser a
medida para todos os homens. As coisas assim vão ser definidas... [por cada
indivíduo], o que vale para determinada situação [e pessoa] não vai valer para
outras. www.filosofia.com.br/historia
—Relativismo Subjetivo ou “Ceticismo Relativo” é:
- Subjetivo: a verdade é pessoal;
- Relativo: a verdade depende de um certo tempo e espaço, contextohistórico;
- Provável: na medida em que não existe verdade plena, a mesma se torna provável.
14. Afirma que uma coisa é verdade se para o meu eu parecer verdade, independentemente
da opinião do eu do outro; em contrapartida, uma coisa é verdade para o eu do outro,
independentemente da opinião do meu eu.
Relativismo Subjetivo ou Ceticismo Relativo
17. Górgias de Leontini
- “Não existe realidade alguma...”
- “se existe o homem não pode conhecê-la...”
-“e, ainda que a conhecesse, não a poderia
expressar nem comunicar”.
Ideia de ceticismo.
Ideia de relativismo.
-Considerado por muitos o Pai do Ceticismo Absoluto;
- Um dos maiores oradores da Antiguidade.
— Obra:
- Do não ser ou da natureza.
— Máximas:
18. Ceticismo Absoluto
O ceticismo absoluto, como concepção sofística, afirma não existir a possibilidade
de se encontrar o conhecimento absolutamente verdadeiro, mas somente o saber
relativo. Como consequência, haveria uma permanente dúvida, sendo essa utilizada na
sofística como um fim e na filosofia, exceto para o filósofo Pírron de Élis, como um
meio.
19. Górgias de Leontini
—CeticismoAbsoluto:
a verdade é impossível devido a duas fontes principais de erro, sãoelas:
- os Sentidos: não são dignos de confiança, pois induz o homem
ao erro, ao alternar, a todo o momento, os desejos do corpo. Ex.:
saciedade e fome.
- a Razão: por produzir diferentes opiniões que se apresentam
divergentes entre si, revelando assim os limites e as capacidades
da inteligência humana.
20. Ceticismo Sofístico vs. CeticismoFilosófico
—O que é ceticismo?
Independentemente do ceticismo ser sofístico (relativo ou absoluto) ou ser filosófico,
o ceticismo deve ser entendido como a impossibilidade de universalização do saber,
ou seja, nunca existirá conhecimento válido para todos.
A t e n ç ã o !
- Os filósofos posteriores irão utilizar a dúvida como meio e não como fim.
21. Diferença do Ceticismo Sofístico e Ceticismo Filosófico
-Ceticismo Sofístico: nega o saber para todos e maioria. Dito de outro modo: o
conhecimento será possível somente para a minoria ou um.
-Ceticismo Filosófico/Pirrônico: nega o saber para todos. Todavia, ao contrário
ceticismo sofístico, afirma que o conhecimento deve ser entendido como possível
apenas à maioria, e não para minoria ou um.
22. Referências Bibliográficas
ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. Lisboa: Presença, 1992.
ARANHA, M. L. & MARTINS, M. H. P.Filosofando. São Paulo: Moderna, 2003.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Atual, 2002.
COTRIM, G. Fundamentos da filosofia. São Paulo: Saraiva, 2002 [e 2006].
GILES, T. R. Introdução à Filosofia. São Paulo: EDUSP, 1979.
MANDIN, B. Curso de filosofia. Os filósofos do ocidente. São Paulo: Paulus, 1982.
OLIVEIRA, A. M. (org.). Primeira filosofia. São Paulo: Brasiliense,1996.
REZENDE, A. (org.). Curso de filosofia; para professores e alunos dos cursos de
segundo grau e graduação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor,2002.
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