Este documento discute o objetivo da encarnação dos espíritos, as consequências de suas ações passadas e como o arrependimento e a expiação podem ajudá-los a progredir. Aborda questões como a escolha das provas, as penas temporárias e como o sofrimento na vida terrena pode levar à perfeição espiritual.
O céu e o inferno - cap VIII - expiacoes terrestres
1. O Céu e o Inferno
Capítulo VIII
Expiações Terrestres
2. O Céu e o Inferno
Questões a serem trabalhadas
Apresentação da forma do estudo
Realização do estudo
Conhecer a produção dos grupos
Revisão bibliográfica
Observações e curiosidades
Compartilhamento de aprendizados
3. O Céu e o Inferno
Questões a serem trabalhadas
1. Quais vícios (desvios de caráter) estão sendo expiados?
2. Houve pedido de ajuda? Por que? Houve arrependimento?
3. Qual a causa histórica e qual o efeito expiatório?
4. O espírito aceitou com resignação a última encarnação?
5. Quais os sentimentos atuais do espírito?
6. Que virtudes começam a despontar no espírito?
7. Alguma observação curiosa do caso?
4. Orgulho e egoísmo (inveja, maledicência, ciúme, ódio, rancor, descrença, avareza, …)
Sim, pois está cansado de sofrer. Sim, houve arrependimento.
Foi um príncipe autoritário e libidinoso e encarnou como um órfão e humilde servo
Sim, viveu resignadamente
Alívio, gratidão e paz
Solidariedade e o altruísmo
O efeito do cuidado e do amor da mãe.
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas
1. Quais vícios (desvios de caráter) estão sendo expiados?
2. Houve pedido de ajuda? Por que? Houve arrependimento?
3. Qual a causa histórica e qual o efeito expiatório?
4. O espírito aceitou com resignação a última encarnação?
5. Quais os sentimentos atuais do espírito?
6. Que virtudes começam a despontar no espírito?
7. Alguma observação curiosa do caso?
5. Libertinagem
Não pediu ajuda e está numa encarnação compulsória.
Foi um jovem libertino e agora é um jovem incapaz fisica e intelectualmente
Sim, porque compreende a causa e aceita o desígnio de Deus.
Impotência e esperança.
Paciência e discernimento.
O fato do espírito ainda estar encarnado e de ter consciência de tudo quando desperto.
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas – Charles de Saint G…
1. Quais vícios (desvios de caráter) estão sendo expiados?
2. Houve pedido de ajuda? Por que? Houve arrependimento?
3. Qual a causa histórica e qual o efeito expiatório?
4. O espírito aceitou com resignação a última encarnação?
5. Quais os sentimentos atuais do espírito?
6. Que virtudes começam a despontar no espírito?
7. Alguma observação curiosa do caso?
6. • Marcel, o menino do nº 4 – 337 ou 378
• Szymel Slizgol – 340 ou 381
• Julienne-Marie, a mendiga – 345 ou 387
• Max, o mendigo – 349 ou 392
• História de um criado – 352 ou 395
• Antonio B – 354 ou 398
• Letil – 357 ou 401
• Um sábio ambicioso – 359 ou 404
• Charles de Saint-G ..., idiota 361 ou 406
• Adélaide-Marguerite Gosse – 366 ou 411
• Clara Rivier – 367 ou 413
• Françoise Vernhes – 370 ou 417
• Anna Bitter – 372 ou 419
• Joseph Maître, o cego – 375 ou 422
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas - Depoimentos
7. 1. Marcel, o menino do nº 4 – 337 ou 378
2. Max, o mendigo – 349 ou 392
3. História de um criado – 352 ou 395
4. Antonio B – 354 ou 398
5. Letil – 357 ou 401
6. Um sábio ambicioso – 359 ou 404
7. Adélaide-Marguerite Gosse – 366 ou 411
8. Joseph Maître, o cego – 375 ou 422
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas - Depoimentos
8. Cada grupo lê o caso que lhe cabe
Escreve com letra grande em cada um dos papéis
as suas constatações para as questões levantadas
Tempo 15 minutos
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas – Trabalho em grupos
9. Cada grupo irá ler as suas constatações
e
posicionar no mosaico
Ao final dos trabalhos haverá uma rodada de
observações e compartilhamento de aprendizados
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas – Trabalho em grupos
10. Espíritos com grandes débitos passados ,
que já expiaram parte em outras vidas e
estão na última fase de sua expiação e
sofrem com resignação porque
no íntimo compreendem as causas dos sofrimentos e
vêem a possibilidade de terminar de resgatar
suas faltas passadas.
O Céu e o Inferno
Expiações Terrenas – Perfil dos espíritos comunicantes
11. Em missão
Em provação apenas
Em expiação e provação
Em reparação e expiação (virtudes)
Reflexão e arrependimento
Cansado de sofrer e clamando por misericórdia
Questionamento do sofrimento / revolta (por que?)
Sofrimento inconsciente
Erro consciente
Erro inconsciente (vícios)
Experiência da Vida
Um ensaio de seus estágios
12. 132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para
uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro
fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na
obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento,
de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de
vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na
Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de
se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia,
tudo é solidário na Natureza.
Livro dos Espíritos
Objetivo da encarnação
13. 133. a) - Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se
isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a
conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto
menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem
ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
Livro dos Espíritos
Objetivo da encarnação
14. 171. Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom
pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. ...
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de
alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça,
porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer
ou concluir numa primeira prova.
Livro dos Espíritos
Justiça da reencarnação
15. 258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito
consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-
arbítrio.”
a) - Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
... Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus
atos e das conseqüências que estes tiverem. .. abertos se lhe acham, assim, o caminho do
bem, como o do mal. Se vier a sucumbir ... a bondade divina lhe concede a liberdade de
recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus
do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus.
Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de
progredirdes, e Deus o permitiu.”
Livro dos Espíritos
Escolha das provas
16. 259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á
que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?
“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às
mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por
conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, conseqüências das vossas próprias
ações.
Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se
expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício
da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá
que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as
vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os
acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas.
Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia
de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas
probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que
não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na
cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”
Livro dos Espíritos
Escolha das provas
17. 987. Que sucede ao homem que, não fazendo o mal, também nada faz para libertar-se
da influência da matéria?
“Pois que nenhum passo dá para a perfeição, tem que recomeçar uma existência de
natureza idêntica à precedente. Fica estacionário, podendo assim prolongar os
sofrimentos da expiação.”
Livro dos Espíritos
Penas Temporais
18. 989. Pessoas há que, se bem não sejam positivamente más, tornam infelizes, pelos
seus caracteres, todos os que as cercam. Que conseqüências lhes advirão disso?
“Inquestionavelmente, essas pessoas não são boas. Expiarão suas faltas, tendo
sempre diante da vista aqueles a quem infelicitaram, valendo-lhes isso por uma
exprobração. Depois, noutra existência, sofrerão o que fizeram sofrer.”
Livro dos Espíritos
Penas Temporais
19. Livro dos Espíritos
Expiação e arrependimento
990. O arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual?
“No estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal, quando bem
compreendeis a diferença entre o bem e o mal.’
991. Qual a conseqüência do arrependimento no estado espiritual?
“Desejar o arrependido uma nova encarnação para se purificar. O Espírito
compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma
nova existência em que possa expiar suas faltas.”
992. Que conseqüência produz o arrependimento no estado corporal?
“Fazer que, já na vida atual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas.
Quando a consciência o exprobra e lhe mostra uma imperfeição, o homem pode
sempre melhorar-se.”
20. Livro dos Espíritos
Expiação e arrependimento
997. Vêem-se Espíritos, de notória inferioridade, acessíveis aos bons sentimentos e
sensíveis às preces que por eles se fazem. Como se explica que outros Espíritos, que
devêramos supor mais esclarecidos, revelam um endurecimento e um cinismo, dos
quais coisa alguma consegue triunfar?
“A prece só tem efeito sobre o Espírito que se arrepende. Com relação aos que,
impelidos pelo orgulho, se revoltam contra Deus e persistem nos seus desvarios,
chegando mesmo a exagerá-los, como o fazem alguns desgraçados Espíritos, a
prece nada pode e nada poderá, senão no dia em que um clarão de
arrependimento se produza neles.”
Não se deve perder de vista que o Espírito não se transforma subitamente, após a
morte do corpo. Se viveu vida condenável, é porque era imperfeito. Ora, a morte
não o torna imediatamente perfeito. Pode, pois, persistir em seus erros, em suas
falsas opiniões, em seus preconceitos, até que se haja esclarecido pelo estudo,
pela reflexão e pelo sofrimento.
21. Livro dos Espíritos
Expiação e arrependimento
998. A expiação se cumpre no estado corporal ou no estado espiritual?
“A expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o
Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais,
inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.”
999. Basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se
apaguem e ele ache graça diante de Deus?
“O arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o
seu passado.”
Exemplo do Orgulho e Egoísmo
Se me arrependo de um ato praticado por orgulho e egoísmo isto é diferente de eu
ter compreendido as nuances do meu orgulho e meu egoísmo e de ter superado
as suas motivações.
22. Causas atuais das aflições
4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir.
Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que
os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte
alguma!
Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou
indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura
do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são
tratados e da ingratidão deles.
Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a
passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado
de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de
casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua
vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará
quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
23. Causas anteriores das aflições
7. Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se
originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o
homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos
outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com
desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro,
egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi
mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo
expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre
os bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na
aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que
se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências,
verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará
no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
24. Causas anteriores das aflições
9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a
existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo
Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve
sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações,
todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não
precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e,
nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a
executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude
haja sido a luta.
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
25. Motivos de resignação
12. Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta
a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a
bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.
Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por
sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas
passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores
vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por
reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a
tranqüilidade no porvir.
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
26. Motivos de resignação
13. O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por
que encare a vida terrena. Tanto mais sofre ele, quanto mais longa se lhe afigura a
duração do sofrimento. Ora, aquele que a encara pelo prisma da vida espiritual apanha,
num golpe de vista, a vida corpórea. Ele a vê como um ponto no infinito, compreende-
lhe a curteza e reconhece que esse penoso momento terá presto passado. A certeza de
um próximo futuro mais ditoso o sustenta e anima e, longe de se queixar, agradece ao
Céu as dores que o fazem avançar. Contrariamente, para aquele que apenas vê a vida
corpórea, interminável lhe parece esta, e a dor o oprime com todo o seu peso. Daquela
maneira de considerar a vida, resulta ser diminuída a importância das coisas deste
mundo, e sentir-se compelido o homem a moderar seus desejos, a contentar-se com a
sua posição, sem invejar a dos outros, a receber atenuada a impressão dos reveses e
das decepções que experimente. Dai tira ele uma calma e uma resignação tão úteis à
saúde do corpo quanto à da alma, ao passo que, com a inveja, o ciúme e a ambição,
voluntariamente se condena à tortura e aumenta as misérias e as angústias da sua
curta existência.
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
27. Bem e mal sofrer
18. Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence",
não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se
encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos
sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem
conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações,
desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é
preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse
que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças,
como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a
recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a
vida se apresenta cheia de tribulações.
…
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm
ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de
Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do
labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.)
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
28. O mal e o remédio
19. ...
Como desencarnados, quando pairáveis no Espaço, escolhestes as vossas provas, julgando-
vos bastante fortes para as suportar. Por que agora murmurar? Vós, que pedistes a
riqueza e a glória, queríeis sustentar luta com a tentação e vencê-la. Vós, que pedistes
para lutar de corpo e espírito contra o mal moral e físico, sabíeis que quanto mais forte
fosse a prova, tanto mais gloriosa a vitória e que, se triunfásseis, embora devesse o
vosso corpo parar numa estrumeira, dele, ao morrer, se desprenderia uma alma de
rutilante alvura e purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.
…
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
29. Os tormentos voluntários
23. Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge,
porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que
formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade,
se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos
materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes,
imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se
mostra ávido de tudo o que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento,
cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há
repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa
insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se resume em
eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela
insensatez, a raiva do ciúme que os devora.
Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem
inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se
olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo,
porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das
tempestades da vida? - Fénelon. (Lião, 1860.)
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
30. A desgraça real
...
Vou revelar-vos a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis
e desejais com todas as veras de vossas almas iludidas. A infelicidade é a alegria, é o
prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a
consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com
relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente
procurais conseguir.
…
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
31. Provas voluntárias
26.
...
Pois, se Jesus disse: "Bem-aventurados os aflitos", haverá mérito em procurar, alguém,
aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso
responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as
privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não,
quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si
mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.
…
Evangelho
V. Bem-aventurados os aflitos
32. XIII. As vidas sucessivas
Todavia, o interessado tem sempre a liberdade de aceitar ou procrastinar a hora das
reparações inelutáveis. No momento de se ligar a um gérmen humano, quando a alma
possui ainda toda a sua lucidez, o seu Guia desenrola diante dela o panorama da
existência que a espera; mostra-lhe os obstáculos e os males de que será eriçada, faz-
lhe compreender a utilidade desses obstáculos e desses males para desenvolver-lhe as
virtudes ou libertá-la dos seus vícios. Se a prova lhe parecer demasiado rude, se não se
sentir suficientemente armado para afrontá-la, é lícito ao Espírito diferir-lhe a data e
procurar uma vida transitória que lhe aumente as forças morais e a vontade.
Na hora das resoluções supremas, antes de tornar a descer à carne, o Espírito percebe,
atinge o sentido geral da vida que vai começar, ela lhe aparece nas suas linhas
principais, nos seus fatos culminantes, modificáveis sempre, entretanto, por sua ação
pessoal e pelo uso do seu livre-arbítrio; porque a alma é senhora dos seus atos;
O problema do ser,
do destino e da dor
34. Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti
mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar. Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de
qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na
experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e
renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que
deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Coragem
Emmanuel – Chico Xavier