A pandemia de COVID-19 no Brasil é resultado de uma combinação de fatores como a ação do vírus, a falta de cuidados pessoais, a ineficiência do governo e a corrupção. É necessário refletir sobre nossas atitudes e mudar a mentalidade que criou esta situação, cooperando mais e investindo na ética.
1. O que mata hoje no Brasil?
O Corona vírus, o descuido e o descaso das pessoas, a ineficácia e a falta de colaboração da gestão pública ou a
corrupção que levou embora por anos os recursos destinados à infraestrutura de saúde.
O triste cenário que estamos assistindo vem de uma conjunção de fatores que importa refletirmos para ainda em
tempo revisarmos atitudes e comportamentos tanto durante como após a crise.
Como Einstein bem colocou: não se pode resolver um problema dentro da mesma mentalidade que o criou. Se
continuarmos a fazer o que estamos fazendo vamos continuar obtendo o que estamos obtendo. Uma simples
constatação da lei da causa e efeito que nos mostra que é preciso fazer algo diferente para que o resultado mude.
Quanto a minha parcela pessoal nesta crise:
- Estava cuidando da minha saúde nos últimos anos?
- Estou procurando me informar sobre a situação, como me proteger e como proteger aos que amo?
- Estou me cuidando e cuidando dos meus amores com a disciplina e o conhecimento que o momento exige?
Quanto a parcela da gestão pública:
- Nossos gestores são éticos e estão capacitados para fazer a gestão pública?
- Nossos gestores sabem cooperar entre si e participar de redes de cooperação de diversos setores?
- Os especialistas têm uma visão sistêmica e capacidade de cooperação em rede para nos ajudar?
Quanto a parcela do caráter dos gestores e das pessoas:
- Temos investido na educação e formação de pessoas éticas?
- Temos valorizado comportamentos cooperativos e éticos?
- Quanto a corrupção que permitimos acontecer deixou de prover a infraestrutura que poderíamos ter?
- O quanto e como alimentamos a corrupção existente?
Para melhor compreender estas 3 componentes basta verificar como a Alemanha e a Nova Zelândia estão passando
por esta crise global. Existem diferenças significativas de educação e formação ética das pessoas e dos gestores
realizada ao longo dos anos. Também é interessante observar que mesmo dentro do Brasil estamos tendo diferenças
significativas entre os estados e cidades que tiveram mais atenção e investimento neste sentido. Hoje estes gestores
deveriam estar sendo chamados a uma força tarefa cooperativa para orientar procedimentos nacionais. Deveríamos
fomentar uma forte rede de cooperação cidadã das cidades onde os conhecimentos, práticas e experiências locais
fossem compartilhados para o bem de todos. Onde projetos cooperativos pudessem acontecer rapidamente. Assim
cada cidadão e os gestores estariam juntos em um processo cooperativo de busca de alternativas e caminhos viáveis
para passarmos por esta crise e sairmos dela mais fortes e mais maduros quanto ao que é prioritário para se fazer
uma nação forte e soberana.
Eduardo Manoel Araujo
Engenheiro civil, mestre em ciência da computação, especialista em gestão da qualidade pela Japanese Union of
Scientists and Engineers, Consultor Global do Projeto Círculos da Sustentabilidade, ex-presidente do Instituto
Arayara de Educação para a Sustentabilidade e autor do livro “Um sonho possível – do materialismo não sustentável
a uma vida holística sustentável”
Curitiba - 12/05/2020 (V2)