O documento discute estratégias e técnicas de investigação em ciências sociais, incluindo definir um tema, estratégias de investigação intensiva e extensiva, amostragem, etapas do processo de investigação, modos de obter informação através de documentação e observação, e técnicas como entrevistas estruturadas e não estruturadas e questionários.
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Métodos e técnicas de investigação de estudos em ciências sociais
1. Métodos e Técnicas de Investigação de Estudos em Ciências Sociais
Estratégias de Investigação
Quando decidimos realizar uma
actividade, independentemente da sua
natureza, a primeira etapa a executar é
decidir o modo como iremos cumpri-la.
O relatório deve incluir todo este
processo, que se iniciou com a definição
do tema a estudar e que terminou com as
conclusões do estudo e as possíveis
sugestões que ajudem à resolução do
problema. É necessário definir um
conjunto de procedimentos. Na prática, o
trabalho de grupo constitui uma pequena
investigação para cuja realização temos
de definir alguns procedimentos, isto é,
definir uma estratégia de investigação –
Conjunto de procedimentos que orientam
a pesquisa científica, incluindo a selecção
de técnicas, o seu controlo e a integração dos resultados obtidos. Temos também de decidir
como vamos procurar informação e junto de quem e qual a natureza dessa informação. –
Público-alvo - Conjunto de indivíduos sobre os quais assenta a investigação. Universo do
estudo.
Numa primeira fase, o cientista deverá fazer a ruptura com os preconceitos e as falsas
evidências que a realidade social tão próxima dos indivíduos proporciona.
Em segundo lugar, o cientista deve conceber um modelo de análise que constituirá o quadro
teórico de referência. É o momento da construção.
Por último, para que a investigação seja científica, todos os factos a analisar terão de ser
submetidos à verificação ou experimentação.
Principais Estratégias de Investigação
A selecção de umas destas estratégias depende de inúmeros factores, entre os quais o problema
orientador da investigação, o público-alvo que tenhamos definido e os objectivos pretendidos.
Estratégia de Investigação intensiva
A estratégia de investigação é intensiva quando se estuda um fenómeno em profundidade.
2. Assim, procura-se conhecer o maior número de informações sobre o fenómeno, seja através da
análise e observação de situações reais, seja através das informações obtidas directamente junto
dos indivíduos que fazem parte da investigação, isto é, do nosso público-alvo.
O exemplo extremo deste tipo de estratégia é o estudo de caso, em que o objecto de estudo pode
ser apenas uma empresa, um trabalhador ou um acidente. Esta perspectiva, a investigação é tão
intensa e profunda que ficamos a conhecer “todas” as razões que explicam o problema.
Estratégia de Investigação extensiva
Por seu turno, a investigação assume uma
natureza extensiva se tiver em conta não a
profundidade dos conhecimentos que se
adquirem sobre o fenómeno em estudo, mas a
quantidade desses elementos.
Na abordagem extensiva, torna-se imperioso que
o número de sujeitos que constituem o nosso
estudo seja elevado e que consigamos obter
respostas a perguntas semelhantes. Desta forma,
poderemos encontrar regularidades nos
comportamentos e generalizar para situações semelhantes. Impõe-se o recurso às técnicas de
amostragem.
Definição do Público-Alvo de Investigação
Universo e Amostra
À totalidade dos indivíduos que constituem o nosso público-alvo chama-se o universo.
Nas investigações extensivas, como o universo é constituído por um número elevado de
indivíduos, é usual utilizar uma amostra, que é um subconjunto do universo.
Uma amostra representativa apresenta as mesmas características que o universo, relativamente a
um conjunto de critérios ou variáveis que o investigador considera significativas para a
investigação. Para obter uma amostra representativa do universo devemos percorrer duas etapas:
O método aleatório – Consiste em tirar ao acaso do universo o subconjunto ou amostra que ira
“representar” a totalidade. Por seu turno, o método das quotas – Pretende construir uma
amostra que seja um “modelo” do universo. Para tal, importa a estrutura desse universo.
Etapas do Procedimento
Etapa 1: A pergunta de partida
Etapa 2: A exploração – As leituras e as entrevistas exploratórias
Etapa 3: A problemática
NOTA: Estas três etapas formam a Ruptura da investigação.
3. Etapa 4: A construção do modelo de análise.
NOTA: Esta etapa consiste na construção da investigação.
Etapa 5: A observação
Etapa 6: A análise das informações
Etapa 7: As conclusões
NOTA: Estas etapas formam a verificação da investigação.
Modos de Produção da Informação em Sociologia
Em Sociologia utilizam-se dois processos para obter informação sobre os fenómenos em estudo
e para produzir nova informação:
Partir da documentação já existente sobre o problema em causa;
Partir da observação dos fenómenos a estudar.
Documentação
Na investigação sociológica um documento é todo o objecto, escrito ou não escrito, que nos
permite retirar informações sobre determinado fenómeno. Neste sentido, os documentos podem
ser textos escritos, gráficos estatísticos, quadros, por exemplo.
Deste modo, aquando de uma investigação, o investigador deverá procurar munir-se da
totalidade das informações já conhecidas sobre o problema em estudo.
Após a pesquisa documental, cabe ao investigador estudar os elementos obtidos, analisá-los,
interpretá-los. O investigador tem de fazer uma análise de conteúdo.
Observação
A observação compreende o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é
confrontado com dados observáveis. Conseguimos identificar duas técnicas de observação:
A observação participante/observação directa – A observação participante é uma
técnica que se baseia na recolha de elementos de informação, a partir da observação
feita por um pesquisador que se encontra intencionalmente no grupo a observar, ou dele
fazendo efectivamente parte.
A observação não participante/observação indirecta – A observação recorre à
recolha de informação, sem que o cientista social tenha de se inserir no grupo a
observar. Entre as técnicas que constituem a observação não participante, destacamos a
entrevista e o inquérito por questionário.
4. As Entrevistas Estruturadas e não estruturadas
As entrevistas serão estruturadas se
obedecerem a um esquema rígido,
previamente fixado, que o entrevistador
deverá respeitar integralmente. As questões
são, geralmente, fechadas, ou seja, o
entrevistado não tem a possibilidade de
desenvolver a resposta dada.
Na entrevista não estruturada, a condução
por parte do entrevistador é mais flexível,
podendo este orientá-la com a sequência e as questões que julgar mais convenientes, de acordo
com a sua sensibilidade e tacto. As questões apresentadas são, geralmente, abertas, ou seja, o
entrevistado tem toda a possibilidade de exprimir e justificar livremente a sua opinião.
Inquérito por Questionário
Contrariamente à entrevista, o inquérito por questionário destina-se a ser aplicado a um elevado
número de indivíduos. Apresenta um conjunto predeterminado de perguntas à população ou a
uma amostra representativa dessa população.
Ana Teresa Baião dos Santos
12ºD nº5