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Dra. Maria Geralda de
Miranda
RETÓRICA
DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO
Os Sofistas e a teoria
dos pontos de vista
A retórica, ou arte de
persuadir e de convencer,
surgiu na Grécia antiga, por
volta de 427 a.C., quando os
atenienses tendo consolidado
os princípios do legislador
Sólon, estavam vivendo a
primeira experiência de
democracia de que se tem
notícia na história.
Por isso era muito
importante que os cidadãos
conseguissem dominar a arte
de bem falar e de
argumentar nas assembleias
populares e nos tribunais.
(ABREU, 2013, p. 27)
RETÓRICA:
DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO
A á g o r a g r e g a
Protágoras e Górgias
Para satisfazer essa
necessidade, afluíram a
Atenas, vindo das colônias
gregas da época, mestres
itinerantes que tinham
competência para ensinar
essa arte.
Estes se autodenominavam
sofistas, sábios, aqueles
que professam a sabedoria.
Os mais importantes foram
Protágoras e Górgias.
Protágoras
Como mestres itinerantes, os sofistas faziam muitas
viagens, por esse motivo conheciam diversos usos e
costumes. Isso lhes dava uma visão de mundo muito
mais abrangente do que tinham os atenienses da
época. (ABREU, 2013)
Foi certamente essa vivência que levou Protágoras a
fazer a célebre afirmação: o homem é a medida de
todas as coisas,
ou a seguinte: o verdadeiro sábio é aquele capaz
de julgar as coisas segundo as circunstâncias em
que elas se inserem e não aquele que pretende
expressar verdades absolutas. (ABREU, 2013, p.
28)
FILÓSOFOS E SOFISTAS
Dicotomias versus Pontos De Vista
A retórica, ao contrário da filosofia da época,
professada principalmente por Sócrates e
Platão, trabalhava, pois, com a teoria dos
pontos de vista, aplicada sobre os objetos de
seu estudo.
Por esse motivo foi inevitável o conflito entre
retóricos ou sofistas e os filósofos que
trabalhavam apenas com dicotomias como
verdadeiro/falso, bom/mau etc.
O VEROSSÍVEL E O VERDADEIRO
A retórica clássica se baseava, portanto, na
diversidade de pontos de vista, no verossímil e
não em verdades absolutas. Isso fez com que a
filosofia da época se aliasse contra ela.
A própria palavra sofista passou a designar pessoa
de má-fé que procura enganar, utilizando
argumentos falsos. Paradoxalmente, Platão, em
sua obra República, utiliza amplamente os
recursos retóricos que ele próprio condenava.
(ABREU, 2013)
O Cristianismo e o positivismo
reforçam o pensamento dicotômico dos Filósofos
 Foucault afirma que o desprezo ao pensamento
retórico vem com mais ênfase com o
cristianismo, que não poderia, em suas
formulações, conviver com a ideia de
multiplicidade de premissas, igualmente
aproveitáveis como ponto de partida para a
argumentação. (ABREU,2013)
 Posteriormente, o desprezo pelo “saber
convencer” e “persuadir” parte do racionalismo
positivista, para o qual a forma suficiente de
conhecimento é a científica, capaz de explicar
tudo e todos, segundo padrões de racionalidade.
TESES E OPINIÕES
 Para os positivistas, as opiniões ou bem são teses a
reclamar prova racional pelo método científico, ou são
conceitos descartáveis (perniciosos e/ou inúteis).
 Nos dias de hoje - a partir dos estudos da Nova
Retórica elaborados por estudiosos belgas, com
destaque para Chaim Perelman (2005)- a retórica
passa a ser amplamente reabilitada.
 A Retórica, a partir dos anos 60, foi beneficiada pelos
estudos de outras ciências, como a Linguística, a
Semiótica, a Pragmática e a Análise do discurso.
As premissas da argumentação não são evidentes, mas
resultam de um acordo entre quem argumenta (o orador) e
os receptores (o auditório). O saber fundado em tais
premissas pode ser verossímil, ou não, mas nunca será
verdadeiro ou falso.
AS PREMISSAS DA ARGUMENTAÇÃO
E o acordo com o auditório
O auditório é o conjunto de pessoas que se deseja
convencer e persuadir. Pode ser do tamanho de um
país, durante uma comunicação em cadeia nacional de
rádio e televisão, pode ser um pequeno grupo dentro de
uma empresa
 A primeira condição da argumentação é ter definida uma
tese e saber para que tipo de problema ela é resposta.
 No caso de se vender um produto, a tese é o próprio
produto, mas é preciso saber qual necessidade ele vai
satisfazer.
 No plano das ideias, as premissas da argumentação não
são evidentes, mas resultam de um acordo entre quem
argumenta e seu auditório.
 O saber fundado em tais premissas pode ser verossímil,
ou não, mas nunca será verdadeiro ou falso.
Condições da argumentação
Condições da argumentação
 A segunda condição para a argumentação é ter uma
linguagem comum com o auditório. Somos nós que
temos que nos adaptar às condições intelectuais e
sociais daqueles que nos ouvem. (PERELMAM, 2000)
 A terceira condição da argumentação é ter um contato
positivo com o auditório, ter interação discursiva entre
o orador e o auditório. Trata-se, segundo Abreu (2013)
do gerenciamento de relação.
 A quarta condição da argumentação é passar
credibilidade, honestidade e transparência, caso
contrário, argumentar fica sendo sinônimo de
manipulação.
Teses e valores admitidos pelo auditório
 É fundamental o conhecimento das teses e dos valores
admitidos pelo auditório ao qual o orador se dirige para
evitar a petição de princípio, que tornar a argumentação
ineficaz, pelo fato de se supor admitida uma tese que se
desejaria fazer admitir pelo auditório.
O termo valor pode significar mérito, aptidão, honra, ânimo
e coragem. Logo, os chamados valores humanos são
valores morais, que influenciam na conduta das pessoas.
Os valores morais são também considerados valores
sociais e éticos, e constituem um conjunto de regras
estabelecidas para uma coexistência satisfatória dentro de
uma sociedade.
O processo argumentativo: as Presunções
 Ao iniciar um processo argumentativo não se deve propor
de imediato a tese principal, a ideia que se deseja “vender”
ao auditório.
 Deve-se antes preparar o terreno para ela. Essa tese
preparatória chama-se tese de adesão inicial. Uma vez que
o auditório concorde com ela, fica fácil partir dela para a
tese principal.
 As presunções são suposições fundamentadas dentro
daquilo que é normal ou verossímil. Se alguém que se
espera está demorando a chegar, pode-se presumir uma
vários motivos: que esqueceu o compromisso, que recebeu
uma visita inesperada, que ficou retido no trânsito... E
assim por diante. Tudo isso é presunção. No mundo
jurídico, normalmente, as presunções são usadas como
tese de adesão inicial.
Dra. Maria Geralda de Miranda
C O N V E N C E R E P E R S U A D I R
 Argumentar é a arte de convencer e persuadir, segundo Abreu (2013)
 É saber gerenciar informações. É saber integrar-se ao universo do outro. É
conseguir aquilo que se quer, mas de modo cooperativo e construtivo, traduzindo a
verdade do orador na verdade do auditório.
 CONVENCER é falar à razão do outro, demonstrando, provando. Etimologicamente,
significa vencer junto com o outro (com + vencer) e não contra o outro.
 PERSUADIR é saber gerenciar relação. É falar à emoção do outro. A origem dessa
palavra está ligada à preposição PER “por meio de” e à SUADA, deusa romana da
persuasão. Significava fazer algo por meio do auxílio divino.
 CONVENCER é c o n s t r u i r algo no campo das ideias. Quando se convence
alguém, esse alguém passa a pensar como o orador.
 PERSUADIR é construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir.
Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele
realize.
Dra. Maria Geralda de Miranda
 Referências
 ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar, gerenciando
razão e emoção. São Paulo: Ática, 2013.
 PERELMAN, Chaïm & TYTECA-OLBRECHTS, Lucie. Tratado da
Argumentação: A nova Retórica. São Paulo: Martins Fontes,
2000.

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<title> Retórica - Discurso e Argumentação </title>

  • 1. Dra. Maria Geralda de Miranda RETÓRICA DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO
  • 2. Os Sofistas e a teoria dos pontos de vista A retórica, ou arte de persuadir e de convencer, surgiu na Grécia antiga, por volta de 427 a.C., quando os atenienses tendo consolidado os princípios do legislador Sólon, estavam vivendo a primeira experiência de democracia de que se tem notícia na história. Por isso era muito importante que os cidadãos conseguissem dominar a arte de bem falar e de argumentar nas assembleias populares e nos tribunais. (ABREU, 2013, p. 27) RETÓRICA: DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO A á g o r a g r e g a
  • 3. Protágoras e Górgias Para satisfazer essa necessidade, afluíram a Atenas, vindo das colônias gregas da época, mestres itinerantes que tinham competência para ensinar essa arte. Estes se autodenominavam sofistas, sábios, aqueles que professam a sabedoria. Os mais importantes foram Protágoras e Górgias. Protágoras
  • 4. Como mestres itinerantes, os sofistas faziam muitas viagens, por esse motivo conheciam diversos usos e costumes. Isso lhes dava uma visão de mundo muito mais abrangente do que tinham os atenienses da época. (ABREU, 2013) Foi certamente essa vivência que levou Protágoras a fazer a célebre afirmação: o homem é a medida de todas as coisas, ou a seguinte: o verdadeiro sábio é aquele capaz de julgar as coisas segundo as circunstâncias em que elas se inserem e não aquele que pretende expressar verdades absolutas. (ABREU, 2013, p. 28)
  • 5. FILÓSOFOS E SOFISTAS Dicotomias versus Pontos De Vista A retórica, ao contrário da filosofia da época, professada principalmente por Sócrates e Platão, trabalhava, pois, com a teoria dos pontos de vista, aplicada sobre os objetos de seu estudo. Por esse motivo foi inevitável o conflito entre retóricos ou sofistas e os filósofos que trabalhavam apenas com dicotomias como verdadeiro/falso, bom/mau etc.
  • 6. O VEROSSÍVEL E O VERDADEIRO A retórica clássica se baseava, portanto, na diversidade de pontos de vista, no verossímil e não em verdades absolutas. Isso fez com que a filosofia da época se aliasse contra ela. A própria palavra sofista passou a designar pessoa de má-fé que procura enganar, utilizando argumentos falsos. Paradoxalmente, Platão, em sua obra República, utiliza amplamente os recursos retóricos que ele próprio condenava. (ABREU, 2013)
  • 7. O Cristianismo e o positivismo reforçam o pensamento dicotômico dos Filósofos  Foucault afirma que o desprezo ao pensamento retórico vem com mais ênfase com o cristianismo, que não poderia, em suas formulações, conviver com a ideia de multiplicidade de premissas, igualmente aproveitáveis como ponto de partida para a argumentação. (ABREU,2013)  Posteriormente, o desprezo pelo “saber convencer” e “persuadir” parte do racionalismo positivista, para o qual a forma suficiente de conhecimento é a científica, capaz de explicar tudo e todos, segundo padrões de racionalidade.
  • 8. TESES E OPINIÕES  Para os positivistas, as opiniões ou bem são teses a reclamar prova racional pelo método científico, ou são conceitos descartáveis (perniciosos e/ou inúteis).  Nos dias de hoje - a partir dos estudos da Nova Retórica elaborados por estudiosos belgas, com destaque para Chaim Perelman (2005)- a retórica passa a ser amplamente reabilitada.  A Retórica, a partir dos anos 60, foi beneficiada pelos estudos de outras ciências, como a Linguística, a Semiótica, a Pragmática e a Análise do discurso.
  • 9. As premissas da argumentação não são evidentes, mas resultam de um acordo entre quem argumenta (o orador) e os receptores (o auditório). O saber fundado em tais premissas pode ser verossímil, ou não, mas nunca será verdadeiro ou falso. AS PREMISSAS DA ARGUMENTAÇÃO E o acordo com o auditório O auditório é o conjunto de pessoas que se deseja convencer e persuadir. Pode ser do tamanho de um país, durante uma comunicação em cadeia nacional de rádio e televisão, pode ser um pequeno grupo dentro de uma empresa
  • 10.  A primeira condição da argumentação é ter definida uma tese e saber para que tipo de problema ela é resposta.  No caso de se vender um produto, a tese é o próprio produto, mas é preciso saber qual necessidade ele vai satisfazer.  No plano das ideias, as premissas da argumentação não são evidentes, mas resultam de um acordo entre quem argumenta e seu auditório.  O saber fundado em tais premissas pode ser verossímil, ou não, mas nunca será verdadeiro ou falso. Condições da argumentação
  • 11. Condições da argumentação  A segunda condição para a argumentação é ter uma linguagem comum com o auditório. Somos nós que temos que nos adaptar às condições intelectuais e sociais daqueles que nos ouvem. (PERELMAM, 2000)  A terceira condição da argumentação é ter um contato positivo com o auditório, ter interação discursiva entre o orador e o auditório. Trata-se, segundo Abreu (2013) do gerenciamento de relação.  A quarta condição da argumentação é passar credibilidade, honestidade e transparência, caso contrário, argumentar fica sendo sinônimo de manipulação.
  • 12. Teses e valores admitidos pelo auditório  É fundamental o conhecimento das teses e dos valores admitidos pelo auditório ao qual o orador se dirige para evitar a petição de princípio, que tornar a argumentação ineficaz, pelo fato de se supor admitida uma tese que se desejaria fazer admitir pelo auditório. O termo valor pode significar mérito, aptidão, honra, ânimo e coragem. Logo, os chamados valores humanos são valores morais, que influenciam na conduta das pessoas. Os valores morais são também considerados valores sociais e éticos, e constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma coexistência satisfatória dentro de uma sociedade.
  • 13. O processo argumentativo: as Presunções  Ao iniciar um processo argumentativo não se deve propor de imediato a tese principal, a ideia que se deseja “vender” ao auditório.  Deve-se antes preparar o terreno para ela. Essa tese preparatória chama-se tese de adesão inicial. Uma vez que o auditório concorde com ela, fica fácil partir dela para a tese principal.  As presunções são suposições fundamentadas dentro daquilo que é normal ou verossímil. Se alguém que se espera está demorando a chegar, pode-se presumir uma vários motivos: que esqueceu o compromisso, que recebeu uma visita inesperada, que ficou retido no trânsito... E assim por diante. Tudo isso é presunção. No mundo jurídico, normalmente, as presunções são usadas como tese de adesão inicial.
  • 14. Dra. Maria Geralda de Miranda C O N V E N C E R E P E R S U A D I R  Argumentar é a arte de convencer e persuadir, segundo Abreu (2013)  É saber gerenciar informações. É saber integrar-se ao universo do outro. É conseguir aquilo que se quer, mas de modo cooperativo e construtivo, traduzindo a verdade do orador na verdade do auditório.  CONVENCER é falar à razão do outro, demonstrando, provando. Etimologicamente, significa vencer junto com o outro (com + vencer) e não contra o outro.  PERSUADIR é saber gerenciar relação. É falar à emoção do outro. A origem dessa palavra está ligada à preposição PER “por meio de” e à SUADA, deusa romana da persuasão. Significava fazer algo por meio do auxílio divino.  CONVENCER é c o n s t r u i r algo no campo das ideias. Quando se convence alguém, esse alguém passa a pensar como o orador.  PERSUADIR é construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir. Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize.
  • 15. Dra. Maria Geralda de Miranda  Referências  ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar, gerenciando razão e emoção. São Paulo: Ática, 2013.  PERELMAN, Chaïm & TYTECA-OLBRECHTS, Lucie. Tratado da Argumentação: A nova Retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2000.