SlideShare uma empresa Scribd logo
Professor Jorge Marcos
A concepção de verdade. Os viés da verdade(s)
Tenho lido e acompanhado via redes sociais, as postagens (textos e vídeos) de algumas pessoas
“ilustradas” ligadas a setores ultraconservadores de
algumas igrejas cristãs sobre a situação dos conflitos
envolvendo o Estado de Israel e os Palestinos, com
sérias preocupações.
Por esta razão decidir “pescar” na internet
algo sobre o que é verdade, como forma de “esclarecer
essas pessoas que, nem de longe conhecem ou não
querem conhecer a trajetória desses conflitos.
Em primeiro lugar é necessário dizer que “a
nossa idéia contemporânea de verdade foi construída ao
longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a
concepção grega, latina e hebraica”.
Para a civilização grega “a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não
escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão”.
Aos olhos dos romanos, no latim, “a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com
precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos
detalhes”.
Em hebraico (judeu ou se preferir, Israelense), “a verdade (emunah) significa confiança, é a
esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina”.
Em segundo lugar eu diria que “não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor”,
ou seja, não existe verdade que o homem possa considerar como sua. Ou, como diria Platão “Verdadeiro é
o discurso que diz as coisas como são; Falso aquele que as diz como não são”, ou seja, se eu digo que o
chão é sólido e nós podemos pisar nele, então isso é verdadeiro porque eu dei características corretas sobre
esse determinado assunto. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças
em comum.
Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece
inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e
que trás um problema.
Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que
as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática.
O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e
definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores.
Destarte, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se
contrapõem a outras verdades dogmáticas.
Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência
de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade.
Na filosofia e nas Ciências Humanas paradigmas coexistem e não se anulam.
Para Leibniz seria necessário distinguir dois
tipos de verdade: de um lado as verdades de razão e de outro
as verdades de fato.
As verdades de razão enunciam que uma coisa
é, necessariamente e universalmente, não podendo ser
diferente do que é, tal como as ideias matemáticas, sendo
inatas.
As verdades de fato, ao contrário, são aquelas
que dependem da experiência, expressando ideias obtidas
através das sensações, percepção e memória, sendo,
portanto, empíricas.
Já para Kant, a verdade surge a partir da relação
entre juízos analíticos e sintéticos, expressando as primeiras
operações intelectuais e o segundo as estruturas ou
fenômenos analisados.
Em outras palavras, a realidade que conhecemos não corresponde aquilo que é, mas sim ao que
a razão interpreta.
A maneira de lidar com informações e tomar decisões, considerando especialmente os critérios
para solucionar problemas, acabaram sendo influenciados por três tendências que dizem respeito à forma
de conhecer e encarar a verdade:
1. Dogmatismo: Baseado no racionalismo de Descartes, afirma que o conhecimento adquirido é seguro e
universal, alguns inclusive inatos, conferindo certeza absoluta às decisões.
2. Ceticismo: Oposta ao dogmatismo, originado a partir do empirismo, afirma que o verdadeiro
conhecimento é fornecido pelos sentidos e pela experiência, sendo impossível construir uma verdade
segura; portanto toda decisão é provisória e sujeita a constantes reajustes.
3. Relativismo: Atitude filosófica originada a partir do criticismo kantiano, a qual defende a idéia de que
cada indivíduo possui uma verdade, um ponto de vista e uma perspectiva, para qual as decisões só
podem ser tomadas em conjunto, analisando os diversos ângulos e pontos de vista.
Chegar à verdade pode ser mais complexo do que aparente, talvez mesmo impossível dentro da
limitada capacidade humana de racionalização.
Como diria Nietzsche “verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da
humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação
arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas” ou seja tudo que é útil para nós é verdadeiro.
Como diz o provérbio popular, o pior cego é aquele que não quer ver!
Fontes:
http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/09/concepcao-filosofica-da-verdade.html
http://www.lazcult.com/2013/04/verdade-filosofica.html

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
idcult
 
Ficha 3 ano filosofia
Ficha 3 ano filosofiaFicha 3 ano filosofia
Ficha 3 ano filosofia
Ricardo Caponi
 
Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
Daniela Filipa Sousa
 
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
gildapirescosta
 
3 Descartes
3 Descartes 3 Descartes
3 Descartes
Erica Frau
 
Dogmatismo
DogmatismoDogmatismo
Dogmatismo
Aldenei Barros
 
O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2
Luis De Sousa Rodrigues
 
Caracterização_racionalismo_cartesiano
Caracterização_racionalismo_cartesianoCaracterização_racionalismo_cartesiano
Caracterização_racionalismo_cartesiano
Isabel Moura
 
Consciência e verdade
Consciência e verdadeConsciência e verdade
Consciência e verdade
Adeilsa Ferreira
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
guest165a7dc
 
Filosofia - teoria do conhecimento na modernidade
Filosofia  - teoria do conhecimento na modernidadeFilosofia  - teoria do conhecimento na modernidade
Filosofia - teoria do conhecimento na modernidade
Francisco Vasconcelos Silva Júnior
 
Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio
Fernando Manoel
 
David hume
David humeDavid hume
David hume
Helena Serrão
 
Racionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tpRacionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tp
Alexandre Misturini
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
mluisavalente
 
Ficha de trab + correção descartes
Ficha de trab + correção   descartesFicha de trab + correção   descartes
Ficha de trab + correção descartes
mluisavalente
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
mluisavalente
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
alemisturini
 
Teoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesTeoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de Descartes
Elisabete Silva
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
Pelo Siro
 

Mais procurados (20)

Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
Teoriada complexidadesobreopensamentocomplexo.
 
Ficha 3 ano filosofia
Ficha 3 ano filosofiaFicha 3 ano filosofia
Ficha 3 ano filosofia
 
Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
 
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
 
3 Descartes
3 Descartes 3 Descartes
3 Descartes
 
Dogmatismo
DogmatismoDogmatismo
Dogmatismo
 
O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2
 
Caracterização_racionalismo_cartesiano
Caracterização_racionalismo_cartesianoCaracterização_racionalismo_cartesiano
Caracterização_racionalismo_cartesiano
 
Consciência e verdade
Consciência e verdadeConsciência e verdade
Consciência e verdade
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
 
Filosofia - teoria do conhecimento na modernidade
Filosofia  - teoria do conhecimento na modernidadeFilosofia  - teoria do conhecimento na modernidade
Filosofia - teoria do conhecimento na modernidade
 
Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio Racionalidade e agir moral giorgio
Racionalidade e agir moral giorgio
 
David hume
David humeDavid hume
David hume
 
Racionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tpRacionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tp
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
 
Ficha de trab + correção descartes
Ficha de trab + correção   descartesFicha de trab + correção   descartes
Ficha de trab + correção descartes
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
 
Teoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesTeoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de Descartes
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 

Semelhante a Os donos da verdade

realidade em filosofia
realidade em filosofiarealidade em filosofia
realidade em filosofia
Jayro Bohatchuk de Araujo
 
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano   3º e 4º bimestreApostila do 1º ano   3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
Duzg
 
Curso de Epistemologia/6 2
Curso de Epistemologia/6 2Curso de Epistemologia/6 2
Curso de Epistemologia/6 2
Luiz Miranda-Sá
 
2.2. fem conhec verdadeiro
2.2. fem   conhec verdadeiro2.2. fem   conhec verdadeiro
2.2. fem conhec verdadeiro
Luiz-Salvador Miranda-Sa
 
Projetos Experimentais I - Aula 2
Projetos Experimentais I - Aula 2Projetos Experimentais I - Aula 2
Projetos Experimentais I - Aula 2
Ricardo Americo
 
O que é conhecimento
O que é conhecimentoO que é conhecimento
O que é conhecimento
Marcelo Ferreira Boia
 
Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)
Mateus Ferraz
 
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxmP x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
Handell Araujo
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
Estude Mais
 
Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
 Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia  Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
Universidade Católica Dom Bosco
 
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Diego Góes
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
Joana Darc
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
barbarapinto1997
 
Aula 3 - A Razão
Aula 3 - A RazãoAula 3 - A Razão
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoIntrodução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
LucianoEnes1
 
John corcoran
John corcoranJohn corcoran
Ceticismo
CeticismoCeticismo
O problema da_filosofia_do_direito_ou_de
O problema da_filosofia_do_direito_ou_deO problema da_filosofia_do_direito_ou_de
O problema da_filosofia_do_direito_ou_de
Daniele Moura
 
Filosofia e método
Filosofia e métodoFilosofia e método
Filosofia e método
Alan
 
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdfresumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
TamraSilva
 

Semelhante a Os donos da verdade (20)

realidade em filosofia
realidade em filosofiarealidade em filosofia
realidade em filosofia
 
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano   3º e 4º bimestreApostila do 1º ano   3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
 
Curso de Epistemologia/6 2
Curso de Epistemologia/6 2Curso de Epistemologia/6 2
Curso de Epistemologia/6 2
 
2.2. fem conhec verdadeiro
2.2. fem   conhec verdadeiro2.2. fem   conhec verdadeiro
2.2. fem conhec verdadeiro
 
Projetos Experimentais I - Aula 2
Projetos Experimentais I - Aula 2Projetos Experimentais I - Aula 2
Projetos Experimentais I - Aula 2
 
O que é conhecimento
O que é conhecimentoO que é conhecimento
O que é conhecimento
 
Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)
 
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxmP x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
P x ybcob3ap_ozwg67bauufjqmxm
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
 
Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
 Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia  Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
Ciência, Pseudociência e Senso Comum - Psicologia
 
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
 
Aula 3 - A Razão
Aula 3 - A RazãoAula 3 - A Razão
Aula 3 - A Razão
 
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoIntrodução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
 
John corcoran
John corcoranJohn corcoran
John corcoran
 
Ceticismo
CeticismoCeticismo
Ceticismo
 
O problema da_filosofia_do_direito_ou_de
O problema da_filosofia_do_direito_ou_deO problema da_filosofia_do_direito_ou_de
O problema da_filosofia_do_direito_ou_de
 
Filosofia e método
Filosofia e métodoFilosofia e método
Filosofia e método
 
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdfresumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
 

Mais de Jorge Marcos Oliveira

Texto sobre corrupção
Texto sobre corrupçãoTexto sobre corrupção
Texto sobre corrupção
Jorge Marcos Oliveira
 
19 de novembro
19 de novembro19 de novembro
19 de novembro
Jorge Marcos Oliveira
 
Memória das praças praça valadão
Memória das praças   praça valadãoMemória das praças   praça valadão
Memória das praças praça valadão
Jorge Marcos Oliveira
 
Um sonho e um pesadelo
Um sonho e um pesadeloUm sonho e um pesadelo
Um sonho e um pesadelo
Jorge Marcos Oliveira
 
Carnaval antigo
Carnaval antigoCarnaval antigo
Carnaval antigo
Jorge Marcos Oliveira
 
Aribé banese
Aribé baneseAribé banese
Aribé banese
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 20
Preseed 2014-revisão 20Preseed 2014-revisão 20
Preseed 2014-revisão 20
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 16
Preseed 2014-revisão 16Preseed 2014-revisão 16
Preseed 2014-revisão 16
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 17
Preseed 2014-revisão 17Preseed 2014-revisão 17
Preseed 2014-revisão 17
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 15
Preseed 2014-revisão 15Preseed 2014-revisão 15
Preseed 2014-revisão 15
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 14
Preseed 2014-revisão 14Preseed 2014-revisão 14
Preseed 2014-revisão 14
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 12
Preseed 2014-revisão 12Preseed 2014-revisão 12
Preseed 2014-revisão 12
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 11
Preseed 2014-revisão 11Preseed 2014-revisão 11
Preseed 2014-revisão 11
Jorge Marcos Oliveira
 
Preseed 2014-revisão 10
Preseed 2014-revisão 10Preseed 2014-revisão 10
Preseed 2014-revisão 10
Jorge Marcos Oliveira
 

Mais de Jorge Marcos Oliveira (20)

Texto sobre corrupção
Texto sobre corrupçãoTexto sobre corrupção
Texto sobre corrupção
 
19 de novembro
19 de novembro19 de novembro
19 de novembro
 
Memória das praças praça valadão
Memória das praças   praça valadãoMemória das praças   praça valadão
Memória das praças praça valadão
 
Um sonho e um pesadelo
Um sonho e um pesadeloUm sonho e um pesadelo
Um sonho e um pesadelo
 
Carnaval antigo
Carnaval antigoCarnaval antigo
Carnaval antigo
 
Aribé banese
Aribé baneseAribé banese
Aribé banese
 
Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23
 
Preseed 2014-revisão 20
Preseed 2014-revisão 20Preseed 2014-revisão 20
Preseed 2014-revisão 20
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
 
Preseed 2014-revisão 16
Preseed 2014-revisão 16Preseed 2014-revisão 16
Preseed 2014-revisão 16
 
Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18Preseed 2014-revisão 18
Preseed 2014-revisão 18
 
Preseed 2014-revisão 17
Preseed 2014-revisão 17Preseed 2014-revisão 17
Preseed 2014-revisão 17
 
Preseed 2014-revisão 15
Preseed 2014-revisão 15Preseed 2014-revisão 15
Preseed 2014-revisão 15
 
Preseed 2014-revisão 14
Preseed 2014-revisão 14Preseed 2014-revisão 14
Preseed 2014-revisão 14
 
Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13
 
Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13Preseed 2014-revisão 13
Preseed 2014-revisão 13
 
Preseed 2014-revisão 12
Preseed 2014-revisão 12Preseed 2014-revisão 12
Preseed 2014-revisão 12
 
Preseed 2014-revisão 11
Preseed 2014-revisão 11Preseed 2014-revisão 11
Preseed 2014-revisão 11
 
Preseed 2014-revisão 10
Preseed 2014-revisão 10Preseed 2014-revisão 10
Preseed 2014-revisão 10
 

Último

D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua PortuguesaD20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
eaiprofpolly
 
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdfTestes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
lveiga112
 
As sequências didáticas: práticas educativas
As sequências didáticas: práticas educativasAs sequências didáticas: práticas educativas
As sequências didáticas: práticas educativas
rloureiro1
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
LeticiaRochaCupaiol
 
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vidakarl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
KleginaldoPaz2
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Professor Belinaso
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptx
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptxCartinhas de solidariedade e esperança.pptx
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptx
Zenir Carmen Bez Trombeta
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
Manuais Formação
 
A Evolução da história da Física - Albert Einstein
A Evolução da história da Física - Albert EinsteinA Evolução da história da Física - Albert Einstein
A Evolução da história da Física - Albert Einstein
WelberMerlinCardoso
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
PatriciaZanoli
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
YeniferGarcia36
 
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
LEANDROSPANHOL1
 
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdfcronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
todorokillmepls
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 

Último (20)

D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua PortuguesaD20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
 
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdfTestes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
 
As sequências didáticas: práticas educativas
As sequências didáticas: práticas educativasAs sequências didáticas: práticas educativas
As sequências didáticas: práticas educativas
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
 
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vidakarl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptx
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptxCartinhas de solidariedade e esperança.pptx
Cartinhas de solidariedade e esperança.pptx
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
 
A Evolução da história da Física - Albert Einstein
A Evolução da história da Física - Albert EinsteinA Evolução da história da Física - Albert Einstein
A Evolução da história da Física - Albert Einstein
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
2020_09_17 - Biomas Mundiais [Salvo automaticamente].pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
000. Para rezar o terço - Junho - mês do Sagrado Coração de Jesús.pdf
 
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
7133lllllllllllllllllllllllllllll67.pptx
 
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdfcronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 

Os donos da verdade

  • 1. Professor Jorge Marcos A concepção de verdade. Os viés da verdade(s) Tenho lido e acompanhado via redes sociais, as postagens (textos e vídeos) de algumas pessoas “ilustradas” ligadas a setores ultraconservadores de algumas igrejas cristãs sobre a situação dos conflitos envolvendo o Estado de Israel e os Palestinos, com sérias preocupações. Por esta razão decidir “pescar” na internet algo sobre o que é verdade, como forma de “esclarecer essas pessoas que, nem de longe conhecem ou não querem conhecer a trajetória desses conflitos. Em primeiro lugar é necessário dizer que “a nossa idéia contemporânea de verdade foi construída ao longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica”. Para a civilização grega “a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão”. Aos olhos dos romanos, no latim, “a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes”. Em hebraico (judeu ou se preferir, Israelense), “a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina”. Em segundo lugar eu diria que “não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor”, ou seja, não existe verdade que o homem possa considerar como sua. Ou, como diria Platão “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; Falso aquele que as diz como não são”, ou seja, se eu digo que o chão é sólido e nós podemos pisar nele, então isso é verdadeiro porque eu dei características corretas sobre esse determinado assunto. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças em comum. Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e que trás um problema. Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática. O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores. Destarte, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se contrapõem a outras verdades dogmáticas. Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade. Na filosofia e nas Ciências Humanas paradigmas coexistem e não se anulam.
  • 2. Para Leibniz seria necessário distinguir dois tipos de verdade: de um lado as verdades de razão e de outro as verdades de fato. As verdades de razão enunciam que uma coisa é, necessariamente e universalmente, não podendo ser diferente do que é, tal como as ideias matemáticas, sendo inatas. As verdades de fato, ao contrário, são aquelas que dependem da experiência, expressando ideias obtidas através das sensações, percepção e memória, sendo, portanto, empíricas. Já para Kant, a verdade surge a partir da relação entre juízos analíticos e sintéticos, expressando as primeiras operações intelectuais e o segundo as estruturas ou fenômenos analisados. Em outras palavras, a realidade que conhecemos não corresponde aquilo que é, mas sim ao que a razão interpreta. A maneira de lidar com informações e tomar decisões, considerando especialmente os critérios para solucionar problemas, acabaram sendo influenciados por três tendências que dizem respeito à forma de conhecer e encarar a verdade: 1. Dogmatismo: Baseado no racionalismo de Descartes, afirma que o conhecimento adquirido é seguro e universal, alguns inclusive inatos, conferindo certeza absoluta às decisões. 2. Ceticismo: Oposta ao dogmatismo, originado a partir do empirismo, afirma que o verdadeiro conhecimento é fornecido pelos sentidos e pela experiência, sendo impossível construir uma verdade segura; portanto toda decisão é provisória e sujeita a constantes reajustes. 3. Relativismo: Atitude filosófica originada a partir do criticismo kantiano, a qual defende a idéia de que cada indivíduo possui uma verdade, um ponto de vista e uma perspectiva, para qual as decisões só podem ser tomadas em conjunto, analisando os diversos ângulos e pontos de vista. Chegar à verdade pode ser mais complexo do que aparente, talvez mesmo impossível dentro da limitada capacidade humana de racionalização. Como diria Nietzsche “verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas” ou seja tudo que é útil para nós é verdadeiro. Como diz o provérbio popular, o pior cego é aquele que não quer ver! Fontes: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/09/concepcao-filosofica-da-verdade.html http://www.lazcult.com/2013/04/verdade-filosofica.html