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 Filosofia, retórica e democracia
A filosofia, a retórica e a democracia estão ativamente presentes na poli (cidade).
Apenas numa cidade democrática – “demos (povo) + cratos (poder)” –, numa sociedade
livre, faz plenamente sentido falarem argumentaçãoretórica.Nesta democracia apenasos homens
atenienses com mais de 30 anos podiam votar (mulheres, escravos, metecos (estrangeiros),
menores de 30 anos e filhos de pais estrangeiros não podiam votar), ou seja, apenas 10% da
população é que possuía o direito de voto.
Democracia direta – é exercida de forma direta pelos cidadãos. Estes reuniam-se em
plenário para deliberar e decidir sobre as questões mais importantes.
Democracia indireta (sociedades modernas) – o povo expressa a sua vontade por meio
de eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram.
O regime democrático assegurava em manter a igualdade:
o No acesso ao poder – isocracia
o Perante a lei – isonomia
o No acesso à palavra – isegoria
O nascimento e o desenvolvimento da retórica (arte de bem falar, arte de persuadir um
auditório) acontecem no século de Péricles (495-429 a.C.) – um dos principais chefes da Atenas
democrática do século V a.C.; capacidades oratórias extraordinárias permitiam-lhe impor as suas
ideias e pontos de vista aos seus concidadãos – o século do nascimento e da consolidação da
democracia ateniense.
Protágoras – “O Homem é a medida de todas as coisas” – sofista.
 Sofística vs. Filosofia
o Sofística
 Logos – sinónimo da palavra ligada ao discurso manipulador para o
exercício político. Visa o poder;
 Tinha objetivos práticos (visava a ação);
 Era marcada pela intenção de preparar os jovens para a disputa política
e jurídica;
 Preocupou-se mais com a forma (o modo como se diz) do que com o
conteúdo (aquilo que se diz);
 Procurava mais captar a atenção dos auditores do que transmitir-lhes um
saber;
 Levava os mestres da oratória e da eloquência a fazerem da retórica uma
técnica de dar beleza e encanto ao discurso, recorrendo a figuras de
estilo, a jogos de palavras e outras estratégias de eloquência para melhor
alcançarem a finalidade única de convencer;
 Ao transformaro discurso numa arte de sedução,a sofística transformou-
se numa arma de conquista de poder na cidade pela manipulação da
linguagem e das opiniões;
 Desenvolveu o que se chama Retórica;
 Tinha uma postura relativista quanto à questão de saber em que consiste
a verdade;
 Privilegia a opinião (grego: doxa);
 Sabedoria aparente, raciocínio falacioso;
 Colocam o ser humano no centro da reflexão (humanismo);
 Põem em causa a universalidade e a objetividade da verdade
(relativismo);
 Negam a possibilidade de estabelecer conhecimento seguro (ceticismo);
 Questionam o conhecimento acerca da existência e natureza dos deuses
(agnosticismo).
o Filosofia
 Logos – sinónimo de razão, orienta o homem na procura do bem;
 Tinha objetivos de investigação (na antiga Grécia chamava-se teoria,isto
é, contemplação);
 Era vista como um meio de procurar a verdade e o aperfeiçoamento dos
seres humanos;
 Verdade inteligível descoberta por intuição, nunca baseada em opiniões
empíricas, dominadas por interesses particulares e obscuros;
 Utilizava a linguagem e a eloquência como instrumentos fundamentais,
mas não objetivos finais;
 Obrigava a que estes instrumentos tivessem de se submeter à verdade e
ao saber e não pudessem ser postos ao serviço de qualquer causa sendo
por isso, solidários do Bem;
 Defendia um uso de linguagem descomprometido com os interesses
mundanos, e promovia a contínua tentativa de investigar a verdade,
procurar o saber e conhecer o bem;
 Desenvolveu o que se chama Dialética;
 Visava o esclarecimento e a compreensão (o logos é um poder divino
libertador pois exige o exercício individual da razão);
 Privilegia a sabedoria (grego: sophia).
 Sócrates e Platão
o Sócrates (discurso dialético)
 “Só sei que nada sei” – Ironia (fase desconstrutiva) – fazia perguntas às
pessoas,questionando-as. Também questionava asrespostasdas pessoas.
Fazia isto para provar às pessoas a sua ignorância.
 “Conhece-te a ti mesmo” – Maiêutica (fase construtiva) – ele
considerava-se o “parteiro” das ideias dos Homens, pois, ao questioná-
los, obrigava-os a pensar.
 “Uma vida não examinada não merece servivida” – uma vida examinada
seria uma vida utilizada em favor da razão, deliberando os prós e os
contras de cada circunstância.
o Platão (discípulo de Sócrates)
 Alegoria da caverna – teoria da reminiscência
 Interior da caverna
o Mundo sensível
o Corpo
o Opinião (grego: doxa)
 Exterior da caverna
o Mundo inteligível (mundo das ideias, coisas imutáveis)
o Alma
o Razão/ciência (grego: episteme)
 Teoria da reminiscência
 A alma, num estado inicial de perfeição, comtempla as formas
perfeitas do mundo inteligível;
 A alma, condenada ao cárcere corpóreo, “mergulha” no Rio
Letté (rio no mundo inteligível que provoca o esquecimento do
que a alma lá viu), e passa a viver no mundo sensível, num corpo;
 Pela perceção sensível, o homem apenas aprende as cópias
imperfeitas da verdadeira realidade (que se encontra no mundo
inteligível);
 Ao percecionar, a alma “recorda” as formas/ideias, e sente a
nostalgia do mundo inteligível;
 Portanto, na filosofia platónica, conhecer não é mais do que
recordar.
 Persuasão racional e manipulação ou os dois usos da retórica
Devemos considerar duas maneiras distintas de persuadir um auditório: a persuasão
racional e a manipulação, a que correspondem, respetivamente, o bom e o mau uso da retórica.
o Persuasão racional
 Bom uso da retórica (uso ético da retórica);
 O orador procura a adesão do auditório, apelando a razões e dando-lhes
liberdade para aceitar ou recusar as razões apresentadas;
 Tem em vista a procura da verdade;
 Há uma relação horizontal, de igualdade, entre orador e auditório. É uma
forma de persuasão baseada na honestidade intelectual;
 Dirige-se à razão, à inteligência;
 Discurso centrado sobretudo no logos;
 Análise crítica dos argumentos;
 Não omite informação;
 Considera o interlocutor como igual em termos intelectuais;
 Associa-se à descoberta filosófica da verdade.
o Manipulação
 Mau uso da retórica;
 O orador conduz o auditório a aderir a uma tese ou teoria, evitando que
este possa ponderar refletidamente sobre o que se lhe apresenta;
 Tem em vista o controlo do auditório;
 Há uma relação vertical entre orador e auditório. É uma forma de
persuasão intelectualmente desonestas;
 Dirige-se ao inconsciente, às emoções e sentimentos primários;
 Discurso centrado sobretudo no pathos;
 Estratégias de sedução ou imposição;
 Ilude, engana voluntariamente;
 Esconde informação;
 Considera o interlocutor como acéfalo;
 Associa-se à propaganda política e á publicidade.
 Argumentação, verdade e ser
Pode-se dizer que uma proposição é verdadeira se está de acordo com com aquilo que as
coisas são, se corresponde à realidade, e falsa se não está de acordo que as coisas são, se não
correspondem à realidade.
A Filosofia, tal como as ciências, é uma procura de conhecimento, é uma tentativa de
descobrir como as coisas são realmente. A argumentação filosófica, portanto, tem em vista a
verdade.Os argumentos são vistos como instrumentos na procura da verdade,e não como formas
de manipular a opinião dos outros.
Na filosofia reconhece-se assim uma relação estreita entre argumentação, a verdade e o
“ser” ou realidade.
Conhecer a verdade é saber como as coisas são e na filosofia recorre-se à argumentação
para descobrir a verdade.

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Resumo filosofia (2)

  • 1.  Filosofia, retórica e democracia A filosofia, a retórica e a democracia estão ativamente presentes na poli (cidade). Apenas numa cidade democrática – “demos (povo) + cratos (poder)” –, numa sociedade livre, faz plenamente sentido falarem argumentaçãoretórica.Nesta democracia apenasos homens atenienses com mais de 30 anos podiam votar (mulheres, escravos, metecos (estrangeiros), menores de 30 anos e filhos de pais estrangeiros não podiam votar), ou seja, apenas 10% da população é que possuía o direito de voto. Democracia direta – é exercida de forma direta pelos cidadãos. Estes reuniam-se em plenário para deliberar e decidir sobre as questões mais importantes. Democracia indireta (sociedades modernas) – o povo expressa a sua vontade por meio de eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram. O regime democrático assegurava em manter a igualdade: o No acesso ao poder – isocracia o Perante a lei – isonomia o No acesso à palavra – isegoria O nascimento e o desenvolvimento da retórica (arte de bem falar, arte de persuadir um auditório) acontecem no século de Péricles (495-429 a.C.) – um dos principais chefes da Atenas democrática do século V a.C.; capacidades oratórias extraordinárias permitiam-lhe impor as suas ideias e pontos de vista aos seus concidadãos – o século do nascimento e da consolidação da democracia ateniense. Protágoras – “O Homem é a medida de todas as coisas” – sofista.  Sofística vs. Filosofia o Sofística  Logos – sinónimo da palavra ligada ao discurso manipulador para o exercício político. Visa o poder;  Tinha objetivos práticos (visava a ação);  Era marcada pela intenção de preparar os jovens para a disputa política e jurídica;  Preocupou-se mais com a forma (o modo como se diz) do que com o conteúdo (aquilo que se diz);  Procurava mais captar a atenção dos auditores do que transmitir-lhes um saber;  Levava os mestres da oratória e da eloquência a fazerem da retórica uma técnica de dar beleza e encanto ao discurso, recorrendo a figuras de estilo, a jogos de palavras e outras estratégias de eloquência para melhor alcançarem a finalidade única de convencer;  Ao transformaro discurso numa arte de sedução,a sofística transformou- se numa arma de conquista de poder na cidade pela manipulação da linguagem e das opiniões;  Desenvolveu o que se chama Retórica;  Tinha uma postura relativista quanto à questão de saber em que consiste a verdade;  Privilegia a opinião (grego: doxa);  Sabedoria aparente, raciocínio falacioso;  Colocam o ser humano no centro da reflexão (humanismo);  Põem em causa a universalidade e a objetividade da verdade (relativismo);  Negam a possibilidade de estabelecer conhecimento seguro (ceticismo);
  • 2.  Questionam o conhecimento acerca da existência e natureza dos deuses (agnosticismo). o Filosofia  Logos – sinónimo de razão, orienta o homem na procura do bem;  Tinha objetivos de investigação (na antiga Grécia chamava-se teoria,isto é, contemplação);  Era vista como um meio de procurar a verdade e o aperfeiçoamento dos seres humanos;  Verdade inteligível descoberta por intuição, nunca baseada em opiniões empíricas, dominadas por interesses particulares e obscuros;  Utilizava a linguagem e a eloquência como instrumentos fundamentais, mas não objetivos finais;  Obrigava a que estes instrumentos tivessem de se submeter à verdade e ao saber e não pudessem ser postos ao serviço de qualquer causa sendo por isso, solidários do Bem;  Defendia um uso de linguagem descomprometido com os interesses mundanos, e promovia a contínua tentativa de investigar a verdade, procurar o saber e conhecer o bem;  Desenvolveu o que se chama Dialética;  Visava o esclarecimento e a compreensão (o logos é um poder divino libertador pois exige o exercício individual da razão);  Privilegia a sabedoria (grego: sophia).  Sócrates e Platão o Sócrates (discurso dialético)  “Só sei que nada sei” – Ironia (fase desconstrutiva) – fazia perguntas às pessoas,questionando-as. Também questionava asrespostasdas pessoas. Fazia isto para provar às pessoas a sua ignorância.  “Conhece-te a ti mesmo” – Maiêutica (fase construtiva) – ele considerava-se o “parteiro” das ideias dos Homens, pois, ao questioná- los, obrigava-os a pensar.  “Uma vida não examinada não merece servivida” – uma vida examinada seria uma vida utilizada em favor da razão, deliberando os prós e os contras de cada circunstância. o Platão (discípulo de Sócrates)  Alegoria da caverna – teoria da reminiscência  Interior da caverna o Mundo sensível o Corpo o Opinião (grego: doxa)  Exterior da caverna o Mundo inteligível (mundo das ideias, coisas imutáveis) o Alma o Razão/ciência (grego: episteme)  Teoria da reminiscência  A alma, num estado inicial de perfeição, comtempla as formas perfeitas do mundo inteligível;  A alma, condenada ao cárcere corpóreo, “mergulha” no Rio Letté (rio no mundo inteligível que provoca o esquecimento do que a alma lá viu), e passa a viver no mundo sensível, num corpo;
  • 3.  Pela perceção sensível, o homem apenas aprende as cópias imperfeitas da verdadeira realidade (que se encontra no mundo inteligível);  Ao percecionar, a alma “recorda” as formas/ideias, e sente a nostalgia do mundo inteligível;  Portanto, na filosofia platónica, conhecer não é mais do que recordar.  Persuasão racional e manipulação ou os dois usos da retórica Devemos considerar duas maneiras distintas de persuadir um auditório: a persuasão racional e a manipulação, a que correspondem, respetivamente, o bom e o mau uso da retórica. o Persuasão racional  Bom uso da retórica (uso ético da retórica);  O orador procura a adesão do auditório, apelando a razões e dando-lhes liberdade para aceitar ou recusar as razões apresentadas;  Tem em vista a procura da verdade;  Há uma relação horizontal, de igualdade, entre orador e auditório. É uma forma de persuasão baseada na honestidade intelectual;  Dirige-se à razão, à inteligência;  Discurso centrado sobretudo no logos;  Análise crítica dos argumentos;  Não omite informação;  Considera o interlocutor como igual em termos intelectuais;  Associa-se à descoberta filosófica da verdade. o Manipulação  Mau uso da retórica;  O orador conduz o auditório a aderir a uma tese ou teoria, evitando que este possa ponderar refletidamente sobre o que se lhe apresenta;  Tem em vista o controlo do auditório;  Há uma relação vertical entre orador e auditório. É uma forma de persuasão intelectualmente desonestas;  Dirige-se ao inconsciente, às emoções e sentimentos primários;  Discurso centrado sobretudo no pathos;  Estratégias de sedução ou imposição;  Ilude, engana voluntariamente;  Esconde informação;  Considera o interlocutor como acéfalo;  Associa-se à propaganda política e á publicidade.  Argumentação, verdade e ser Pode-se dizer que uma proposição é verdadeira se está de acordo com com aquilo que as coisas são, se corresponde à realidade, e falsa se não está de acordo que as coisas são, se não correspondem à realidade. A Filosofia, tal como as ciências, é uma procura de conhecimento, é uma tentativa de descobrir como as coisas são realmente. A argumentação filosófica, portanto, tem em vista a verdade.Os argumentos são vistos como instrumentos na procura da verdade,e não como formas de manipular a opinião dos outros. Na filosofia reconhece-se assim uma relação estreita entre argumentação, a verdade e o “ser” ou realidade. Conhecer a verdade é saber como as coisas são e na filosofia recorre-se à argumentação para descobrir a verdade.