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Facultade de Letras , Universidade de Lisboa 
Mestrado em Estudos Românicos 
Seminário: Metodologia do trabalho acadêmico 
AA EEssttrruuttuurraa ddaass RReevvoolluuççõõeess CCiieennttííffiiccaass 
Estudante: Boutchich Sanaa 
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Thomas Samuel Kuhn
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 Contrariamente à "pré-ciência“, caracterizada pela 
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normal, é descrita, assim, como uma atividade de 
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teóricos e outros instrumentos para superar a crise. 
 A escolha de novos paradigmas depende de uma 
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para outro paradigma 
 O surgimento de novos conhecimentos e a descoberta de 
novos formas de ver o mundo requerem forçosamente 
uma mudança de paradigma e de modo consequente, um 
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 A transição de um paradigma para outro é uma 
reconstrução que altera generalizações teóricas, métodos 
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através da transição para um novo paradigma que se 
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científica".
Revolução científica 
 As revoluções científicas correspondem a períodos de 
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paradigma atigo é substituído por outro novo. 
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  • 1. Facultade de Letras , Universidade de Lisboa Mestrado em Estudos Românicos Seminário: Metodologia do trabalho acadêmico AA EEssttrruuttuurraa ddaass RReevvoolluuççõõeess CCiieennttííffiiccaass Estudante: Boutchich Sanaa 2014/2015 Thomas Samuel Kuhn
  • 2. A estrutura das revoluções cientificas: uma perspectiva historicista  Publicado em 1962, o livro constituiu uma revolução, não só no campo da história e filosofia, mas também na metodologia de pesquisa das ciências humanas e sociais em geral. Abstracts of Powerpoint Talks - newmanlib.ibri.org -
  • 3. 1 Para desenvolver a sua tese, o cientista americano propõe uma abordagem historicista, que descreve uma estrutura de evolução científica, com base em cinco fases fundamentais que mostram que a ciência evolui e progride não por acumulação de conhecimentos, mas por movimentos de transformação revolucionária/ destrutiva e construtiva ao mesmo tempo: Estabelecimento de um novo paradigma Ciência extraordinária e Revolução científica Ciência normal Estabelecimento de um paradigma 4 3 2 5 Acumulação de anomalias e Crise
  • 4. Conceito de paradigma  Os Paradigmas constituem, assim, um posicionamento, uma perspectiva em função dos quais analisam -se os problemas científicos tentando resolvê-los.  Um modelo é modelo ou padrão que  O Paradigma, portanto, serve como modelo adotado por cientistas em um determinado momento e que dispõe de bases teóricas, ferramentas, procedimentos e abordagens convencionais para a análise da matéria estudada.
  • 5. As características do paradigma  Convencionalidade: não é individual mas coletivo: usase por todos os membros da comunidade científica.  Mutabilidade: pode-se mudar devido ao processo revolucionário e, portanto, é eventualmente substituível por outro.  Inconmensurabilidade: não pode –se comparar com os paradigmas anteriores e não é dependente deles. Pode constituir uma ruptura completa ou parcial com eles. Não hà paradigma que é melhor que do outro.
  • 6. As características do paradigma  Não supõe uma verdade indestrutível: um paradigma, apesar da sua convencionalidade é sempre relativo e subjetivo. Não procura a verdade apenas propõe-se estudar novos fenômenos e resolver problemas e ambiguidades.  É provável que seja inoperacional em tempos de crise e, portanto, pode perder a sua eficácia em resolver enigmas e problemas cientificos  constitui uma visão particular do mundo e das suas coisas, caracteriza se por os seus conceitos , os seus métodos e instrumentos de análise tenta estudar novos fenómenos e problemas especíicos.
  • 7. Ciência Normal T.S. Kuhn a define como: “(…) a realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciencia”  Contrariamente à "pré-ciência“, caracterizada pela desordem e desacordo entre os cientistas sobre as suas abordagens e metodologias de trabalho, a Ciência Normal é a pesquisa baseada num paradigma que é reconhecido e aceitado por toda a comunidade científica, durante um período determinado da história.  É um período no qual a atividade científica dedica-se à resolução de enigmas parciais e específicos. A ciência normal, é descrita, assim, como uma atividade de resolução de problemas e é regida, sempre, pelas regras de um paradigma. Estes problemas são, ao mesmo tempo, de cunho teórico e experimental.
  • 8. Acumulação de anomalias e a crise de paradigma  Uma anomalia é a manifestação da incapacidade do paradigma para oferecer soluções adequadas para os enigmas que surgem .Quando estas anomalias se acumulam , invalidam os procedimentos do paradigma e surge a necessidade de pensar em outros postulados teóricos e outros instrumentos para superar a crise.  A escolha de novos paradigmas depende de uma necessidade de superar as anomalias e responder às enigmas que ficam insolúveis por meio das teorias antigas e os métodos científicos vigentes.
  • 9. A “ciênica extraórdinaria “e a transição para outro paradigma  O surgimento de novos conhecimentos e a descoberta de novos formas de ver o mundo requerem forçosamente uma mudança de paradigma e de modo consequente, um cãmbio de procedimentos e expectativas.  A transição de um paradigma para outro é uma reconstrução que altera generalizações teóricas, métodos e aplicativos. A superação da crise só poderá se realizar através da transição para um novo paradigma que se establece após um período de "Ciência extraordinária" imprescindível para que ocorra uma "revolução científica".
  • 10. Revolução científica  As revoluções científicas correspondem a períodos de desenvolvimento não cumulativo nos quais um paradigma atigo é substituído por outro novo.  A mudança ocorre porque um novo paradigma introduz novas maneiras de ver as coisas; fornece novos métodos de análise e concentra-se em novos problemas. Este processo de revolução científica implica, então, um momento-chave que permite a resolução da crise da ciência normal, manifestada na desabilitação do velho paradigma que deixa de ser eficaz antes do aparecimento de anomalias.
  • 11. A revolução científica  Uma revolução é, entaõ, uma ruptura e um desenvolvimento violentos através dos quais a comunidade científica decide rejeitar um modelo e aceitar outro contemplando, assim, o mundo de uma maneira completamente diferente: é uma mudança de visãoe de perspectiva e não apenas de instrumentos e ferramentas.
  • 12. A evoluçã científica = um processo circular  Após a revolução, científica , o paradigma estabelecido, pela sua vez lado, permite o establecimento duma nova ciência normal, o que pressupõe que a evolução científica continuará com o mesmo processo evolutivo que acaba sendo um processo circular .