SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 35
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
HOSPITAL DE PEDIATRIA PROF. HERIBERTO FERREIRA BEZERRA-
                        HOSPED
           DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA - DPEDI




    Infecção do Trato
   Urinário na infância
         Residência médica em
               Pediatria
                    HOSPED

                 Ana Karina da Costa Dantas
ITU em crianças
   É a infecção bacteriana mais comum em
    lactentes (principal causa de febre sem sinais
    de localização – bacteriana)
   Incidência variável: 1,4 a 3,3%
   5 a14% das visitas/ano ao pediatra
   Alta taxa de recorrência (30-50% / 15-20%
      )
   Estimativa real: difícil (sintomas inespecíficos)
   Complicações a longo prazo:
    DRC, HAS, complicações na gravidez
             Imaturidade do Parênquima
                 renal→ Cicatriz renal
Epidemiologia
   Sexo:       >      (3-4:1 a 20:1), exceto período
    neonatal
   Idade: média 3-4 anos (> gravidade e predisposição
    em lactentes jovens)
 Raça (branca > negra)
 Presença de prepúcio íntegro ( ): 10x > risco
               n crianças
                                                        meninos
                                                        meninas




                                Idade (meses)

                              Hansson e col. Acta paediatr. 88: 270-
                              4, 1999
Classificação da ITU na
infância
 Pielonefrite
 Cistite
 Bacteriúria assintomática
    ◦ 10 a 20% das ITU podem
    não ser diferenciadas, principalmente
    em pediatria.
    Durante o primeiro ano de vida, a
    incidência de Pielonefrite aguda
    poderá atingir até 90% dos casos
          de ITU febril (>38,5º)
                          Marild et al.; 1988 - Hansson & Jodal;
                                                           2004
Fatores predisponentes
   Mal formações do trato urinário
   Disfunções vesicais
   Constipação intestinal
   Não aleitamento materno
   Uretra feminina
   Fimose
   Vulvovaginites
   Grupo sanguíneo P1/Lewis não secretor
   Deficiência de IgA secretora
   ITU materna ao nascimento (4x> ITU no
    RN)
   Patogenicidade da bactéria
Fatores de defesa do
hospedeiro
   Esvaziamento vesical
   Peristalse da uretra
   Fatores protetores da mucosa
   Proteína de Tamm-Horsfall
   Atividade antibacteriana da urina
Quem são as crianças mais
propensas a desenvolverem ITU?
Alterações anatômicas ou funcionais do
  Trato urinário
Etiologia da ITU
   Enterobactérias: E. coli (70 a 90%)
   RN: Klebsiela sp
   Meninos: Proteus sp (30%)
   Adolescentes : Staphylococcus
    saprophyticus (20 a 30%)
   Imunodeprimidos, mal formação do
    TU, manipulação cirúrgica do
    TU, catéteres, cálculos:
    Providencia, Citrobacter, Streptococcus
    grupo D, Enterobacter, Pseudomonas, S.
    aures ou epidermidis, Candida
Fonte de contaminação
 Raças uropatogênicas (Flora intestinal de
  crianças predispostas)
 Intest grosso → genitália externa → Periuretral
 Prepúcio íntegro
 RVU:
  Facilita dano alto
 Interação
 bactéria/hospedeiro


                         Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato urinário na
                                                                  infância, 2006
ITU: Diagnóstico
        Criança suspeita

  Manifestações       Exames
   clínicas ao      laboratoriais
   diagnóstico


                     Hemograma
Urocultura               PCR
                     Urina (EAS)
Faixa                Manifestações clínicas
 Etária
Recém       Baixo ganho de peso, anorexia, vômitos,
nascidos    dificuldade de sucção, irritabilidade,
            hipoatividade, convulsões, pele acinzentada,
            hipotermia ou vômitos ocasionais, palidez,
            hipotermia, icterícia
Lactentes   FEBRE, baixo ganho pôndero-estatural, diarréia,
            vômitos, dor abdominal, irritabilidade, choro
            freqüente (ao urinar), alterações no aspecto ,
            odor ou volume urinário (raros)
Pré         Febre (+ ou -)
escolares   Adinamia, dor abdominal, calafrios = PNA
e           Enurese, urgência, incontinência, retenção
escolares   urinária, disúria, polaciúria, alteração urinária =
            Cistite
Anamnese e Exame Físico
Dados clínicos úteis da criança com suspeita de ITU
                                HISTÓRIA
- Característica e frequência das micções
(urgência, disúria, incontinência)
- Cor e odor urinário
- Frequência e características das evacuações
- Idade de treinamento esfincteriano
- Manobras de retenção urinária
- Febre e episódios anteriores inexplicados de febre
- História familiar de doença renal
- Antecedentes gestacionais (USG, ITU materna, uso de drogas)
                             EXAME FÍSICO
- Estado geral, temperatura, pressão arterial
- Sensibilidade abdominal, supra púbica, sinal de giordano
- Exame genital (irritação, secreção, perda urinária, fimose,
coalescência)
- Região sacral (sinus, pigmentação, tufo de criança; MG Amilcar et al, 2011
          Infecção do TU in Urologia (Pediatria) do Inst da
                                                            cabelo, lipoma)
Diagnóstico laboratorial
   EAS: exame de suspeição
    ◦ Leucocitúria, hematúria, nitritos, leucoester
      ases
 Urocultura: confirma diagnóstico
 Uréia e creatinina
Diagnóstico laboratorial:
Forma de coleta
     Academia Americana de Pediatria

        Idade             Forma de coleta
   SEM               Punção supra-púbica
  Controle           Sonda vesical
  esfincteriano      Saco coletor*
  COM                Jato Médio
  controle           Sonda vesical**
  esfincteriano

                * 85% falso positivo
         ** Vulvovaginites, Balanopostites
Diagnóstico laboratorial da ITU em crianças

  Método                Resultado da Urocultura

Aspiração              Qualquer crescimento bacteriano:
supra-púbica                   ITU confirmada

                     ≥ 103 UFC/ml de um único patógeno:
Sonda vesical
                               ITU confirmada

                     ≥ 105 UFC/ml de um único patógeno:
                               ITU confirmada
Jato médio      ≥ 104 UFC/ml de um único patógeno em crianças
                                sintomáticas:
                                ITU provável.

                     Cultura negativa  ausência de ITU
Saco coletor         ≥ 105 UFC/ml de um único patógeno:
                                ITU provável
Diagnóstico por imagem
 Todos os pacientes com ITU
  confirmada
 Diagnosticar mal formações ou
  disfunções do trato urinário
 Indicar a melhor abordagem terapêutica
 Finalidade: prevenir novos surtos
USG vias urinárias
Uretrocistografia miccional
(UCM)                          Individualiza
Cintilografia renal com            da
DMSA
Diagnóstico por imagem
               TODAS AS IDADES
           (Após 1º episódio confirmado)



     USG Vias Urinárias       Cintilolgrafia Renal
                                  com DMSA



        Se alteração nos exames anteriores



             Uretrocistografia Miccional
                 Retrógrada (UCM)
                     e/ou outros
Ultrassonografia das VUs
          Triagem




                Uretrocistografia miccional
               (UCM): Trato urinário inferior
                       (RVU e VUP)


 Cintilografia renal com
          DMSA
Detecção de cicatriz renal
    (função tubular)
Etiologia do Refluxo vésico ureteral
              primário




    Trajeto do ureter na parede da bexiga



                     Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato urinário
                                                       na infância, 2006
Classificação do Refluxo




Representação esquemática do RVU segundo o IRSC


                       Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato
                                        urinário na infância, 2006
Graus do RVU
Tratamento da ITU
 Medidas gerais
 Tratamento medicamentoso
 Quimioprofilaxia
Tratamento: Medidas gerais
   Orientação familiar
    ◦ Explicar recorrência
    ◦ Abordar fatores de risco
   Hábitos urinário e intestinal
    ◦ Disfunções vesicais: altera fluxo urinário –
      estase – resíduo pós miccional
    ◦ Correção e orientação
   Importância da leucorréia
    ◦ 50% sintomas urinários
    ◦ 8%: ITU (SV) e 30-40%: oxiuríase
Medidas gerais: Pesquisar e corrigir
(hábitos urinário e intestinal)
Medidas gerais: Orientações das
funções eliminatórias
Tratamento medicamentoso
   A introdução do antimicrobiano deve ser
    realizada logo após a coleta adequada da
    urocultura
        (Campbell-Walsh 2007,Pediatrics 2002, An Pediatr 2007)
   Escolha do antimicrobiano: empírica

 Bacteriúria  assintomática: CI
 Cistite: melhora dos sintomas (benigna)
 Pielonefrite: abordagem precoce →
  ↓cicatrizes → preservar função
“A cura da ITU depende principalmente da
concentração urinária do antibiótico,
  mais do que da concentração sérica.”
                         Stamey et al., 1974

          MELHOR ANTIBIÓTICO ITU




     ALTA CONCENTRAÇÃO URINÁRIA
Tratamento: escolha
antimicrobiana
 Alta concentração urinária e baixa
  concentração intestinal
 Erradicação e ↓ recorrência
 Avaliar padrão de resistência local

      Antibiótico           TGU         TGI
Aminoglicosídeo e           +++          -
Nitrofurantoína
Sulfas e Ácido Nalidíxico   ++          +
Cefas (1ª e 2ª geração)      +          ++
e Amoxacilinas
Antibióticos de uso
parenteral            Antibióticos de uso oral
 Ampicilina (RN)      Ácido nalidíxico
 Amicacina            Amoxicilina
 Gentamicina          Cefalexina
 Cefazolina           Cefadroxila
 Cefotaxima           Cefuroxima
 Ceftriaxone          Sulfametoxazol/trimetopri
 Cefepime              n
 Ceftazdima           Ciprofloxacina (>12anos)

 Ciprofloxacina (>    Nitrofurantoína
  12anos)
    Antibióticos usados para
 tratamento de ITU em crianças
Tratamento medicamentoso
   Duração do tratamento (Revisões sistemáticas
    Cochrane)
    ◦ PNA: 7 a 14 dias
    ◦ Cistite: 3 a 4 dias (7 a 10 dias)
    ◦ Bacteriúria assintomática: contra-indicado
   Via de administração do antibiótico
    ◦ IM, oral ou IV→oral: sem diferença significativa
      quanto a: tempo de resolução da febre, recorrência
      da ITU ou dano do parênquima renal

         Escolha via administração: estado
           geral, vômitos, dificuldade de
                   aceitação VO
Tratamento Profilático
 ↓ multiplicação de bactérias
  uropatogênicas, ↓ predisposição a novos
  surtos de ITU
 Doses subinibitórias: 1/3 a ¼ da dose
  terapêutica
 Indicações:
    ◦ Investigação morfofuncional do TU após 1º
      episódio confirmado de ITU
    ◦ Anomalias cirúrgicas do TU (até correção)
    ◦ Refluxo vésico ureteral (< 5 a 7 anos)
    ◦ ITUs repetição (TU normal)
    ◦ Durante realização de UCM
Resumo de ITU em crianças
   Diagnóstico
    ◦ Clínico e laboratorial (Faixa etária e UC)
   Tratamento
    ◦ Empírico (da ITU)
    ◦ Profilático (↓ recorrência)
   Seguimento Laboratorial:
    ◦ Orientação das medidas gerais
    ◦ Uréia e Creatinina
    ◦ Urocultura pós tratamento (2 a 5 dias) e
      depois, mensal
   Imagem:
    ◦ Seguir protocolo (Individualizar)
Obrigada!!!




akcdantas@hotmail.com

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Infecção Urinária - Pediatria
Infecção Urinária - PediatriaInfecção Urinária - Pediatria
Infecção Urinária - PediatriaDany Romeira
 
Diarreia Aguda na Infância
Diarreia Aguda na InfânciaDiarreia Aguda na Infância
Diarreia Aguda na Infânciablogped1
 
Icterícia Neonatal
Icterícia NeonatalIcterícia Neonatal
Icterícia Neonatalblogped1
 
Aula de desidratação[1]
Aula de desidratação[1]Aula de desidratação[1]
Aula de desidratação[1]mariacristinasn
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tannerblogped1
 
Desequilibrios hidroeletroliticos
Desequilibrios hidroeletroliticosDesequilibrios hidroeletroliticos
Desequilibrios hidroeletroliticosAroldo Gavioli
 
Exame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioExame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioresenfe2013
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) cuidadoaoadulto
 
Aparelho geniturinário e exame físico
Aparelho geniturinário e exame físicoAparelho geniturinário e exame físico
Aparelho geniturinário e exame físicoAlinny Cunha
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Alexandre Naime Barbosa
 
Aula Insuficiência Renal Crônica
Aula Insuficiência Renal CrônicaAula Insuficiência Renal Crônica
Aula Insuficiência Renal CrônicaJucie Vasconcelos
 
Insuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal CrônicaInsuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal Crônicaivanaferraz
 
IVAS na infância
IVAS na infânciaIVAS na infância
IVAS na infânciablogped1
 
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Alexandre Naime Barbosa
 

Mais procurados (20)

Infecção Urinária - Pediatria
Infecção Urinária - PediatriaInfecção Urinária - Pediatria
Infecção Urinária - Pediatria
 
Diarreia Aguda na Infância
Diarreia Aguda na InfânciaDiarreia Aguda na Infância
Diarreia Aguda na Infância
 
Icterícia Neonatal
Icterícia NeonatalIcterícia Neonatal
Icterícia Neonatal
 
Aula de desidratação[1]
Aula de desidratação[1]Aula de desidratação[1]
Aula de desidratação[1]
 
Febre
Febre Febre
Febre
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
 
Insuficiência Renal
Insuficiência Renal Insuficiência Renal
Insuficiência Renal
 
Desequilibrios hidroeletroliticos
Desequilibrios hidroeletroliticosDesequilibrios hidroeletroliticos
Desequilibrios hidroeletroliticos
 
Exame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioExame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratório
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
 
HIV Aids Caso Clinico
HIV Aids Caso ClinicoHIV Aids Caso Clinico
HIV Aids Caso Clinico
 
Aparelho geniturinário e exame físico
Aparelho geniturinário e exame físicoAparelho geniturinário e exame físico
Aparelho geniturinário e exame físico
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
 
Aula Insuficiência Renal Crônica
Aula Insuficiência Renal CrônicaAula Insuficiência Renal Crônica
Aula Insuficiência Renal Crônica
 
Exame físico geral
Exame físico geralExame físico geral
Exame físico geral
 
Insuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal CrônicaInsuficiência Renal Crônica
Insuficiência Renal Crônica
 
IVAS na infância
IVAS na infânciaIVAS na infância
IVAS na infância
 
Urgência e Incontinência Urinária
Urgência e Incontinência UrináriaUrgência e Incontinência Urinária
Urgência e Incontinência Urinária
 
Itu de re..
Itu de re..Itu de re..
Itu de re..
 
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
 

Destaque

Infecção do trato urinário ppt
Infecção do trato urinário pptInfecção do trato urinário ppt
Infecção do trato urinário pptRenata Ricciardi
 
Infecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioInfecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioDiana Almeida
 
Reprodução humana aula 06 de luzia
Reprodução humana aula 06 de luziaReprodução humana aula 06 de luzia
Reprodução humana aula 06 de luzialuziabiologa2010
 
Alphaville Castello Itu
Alphaville Castello ItuAlphaville Castello Itu
Alphaville Castello ItuSandro Pedrol
 
"Rx" do Internato em Pediatria I
"Rx" do Internato em Pediatria I"Rx" do Internato em Pediatria I
"Rx" do Internato em Pediatria Iblogped1
 
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3Ana Laura Gomes
 
7145859 tratamento-racional-da-itu
7145859 tratamento-racional-da-itu7145859 tratamento-racional-da-itu
7145859 tratamento-racional-da-ituidaval_1
 
Infeccion urinaria pediatría
Infeccion urinaria pediatría Infeccion urinaria pediatría
Infeccion urinaria pediatría herlysrendiles
 
Fontes de informação sobre medicamentos
Fontes de informação sobre medicamentosFontes de informação sobre medicamentos
Fontes de informação sobre medicamentosCassyano Correr
 
Internato em Pediatria I: "Prestando contas"
Internato em Pediatria I: "Prestando contas" Internato em Pediatria I: "Prestando contas"
Internato em Pediatria I: "Prestando contas" blogped1
 
1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)Mônica Firmida
 
Sedacion Analgesia Ketamina F Jimenez
Sedacion Analgesia Ketamina F JimenezSedacion Analgesia Ketamina F Jimenez
Sedacion Analgesia Ketamina F Jimenezguest698f79
 
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIOPREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIOJonathan Sampaio
 

Destaque (20)

Infecção do trato urinário ppt
Infecção do trato urinário pptInfecção do trato urinário ppt
Infecção do trato urinário ppt
 
Publicacao 107
Publicacao 107Publicacao 107
Publicacao 107
 
Infecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioInfecções do trato urinário
Infecções do trato urinário
 
Dolor abdominal
Dolor abdominalDolor abdominal
Dolor abdominal
 
Reprodução humana aula 06 de luzia
Reprodução humana aula 06 de luziaReprodução humana aula 06 de luzia
Reprodução humana aula 06 de luzia
 
Alphaville Castello Itu
Alphaville Castello ItuAlphaville Castello Itu
Alphaville Castello Itu
 
"Rx" do Internato em Pediatria I
"Rx" do Internato em Pediatria I"Rx" do Internato em Pediatria I
"Rx" do Internato em Pediatria I
 
Quemaduras urgencia pediatria
Quemaduras urgencia pediatriaQuemaduras urgencia pediatria
Quemaduras urgencia pediatria
 
Câncer de Pênis
Câncer de PênisCâncer de Pênis
Câncer de Pênis
 
Guia do interno 2015
Guia do interno 2015Guia do interno 2015
Guia do interno 2015
 
Reprodução capitão-2014
Reprodução capitão-2014Reprodução capitão-2014
Reprodução capitão-2014
 
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3
Palestra Senac-Itu - Web2 e Web3
 
7145859 tratamento-racional-da-itu
7145859 tratamento-racional-da-itu7145859 tratamento-racional-da-itu
7145859 tratamento-racional-da-itu
 
Infeccion urinaria pediatría
Infeccion urinaria pediatría Infeccion urinaria pediatría
Infeccion urinaria pediatría
 
Fontes de informação sobre medicamentos
Fontes de informação sobre medicamentosFontes de informação sobre medicamentos
Fontes de informação sobre medicamentos
 
Internato em Pediatria I: "Prestando contas"
Internato em Pediatria I: "Prestando contas" Internato em Pediatria I: "Prestando contas"
Internato em Pediatria I: "Prestando contas"
 
1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)
 
Sedacion Analgesia Ketamina F Jimenez
Sedacion Analgesia Ketamina F JimenezSedacion Analgesia Ketamina F Jimenez
Sedacion Analgesia Ketamina F Jimenez
 
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIOPREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO
 
Signos vitales
Signos vitales Signos vitales
Signos vitales
 

Semelhante a Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)

Semelhante a Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU) (20)

Caso Clínico infecção
Caso Clínico  infecçãoCaso Clínico  infecção
Caso Clínico infecção
 
0010_ITU NA INFANCIA.pdf fornecido pelo professor
0010_ITU NA INFANCIA.pdf fornecido pelo professor0010_ITU NA INFANCIA.pdf fornecido pelo professor
0010_ITU NA INFANCIA.pdf fornecido pelo professor
 
ITU.pptx
ITU.pptxITU.pptx
ITU.pptx
 
ITU na criança
ITU na criançaITU na criança
ITU na criança
 
Nefrologia infeccao trato urinario sbp
Nefrologia infeccao trato urinario sbpNefrologia infeccao trato urinario sbp
Nefrologia infeccao trato urinario sbp
 
7605959 infeccao-urinaria-parte-1
7605959 infeccao-urinaria-parte-17605959 infeccao-urinaria-parte-1
7605959 infeccao-urinaria-parte-1
 
Infec
InfecInfec
Infec
 
V33n5a12
V33n5a12V33n5a12
V33n5a12
 
Infeccoes perinatais torch
Infeccoes perinatais torchInfeccoes perinatais torch
Infeccoes perinatais torch
 
infecção urinária na gestação
infecção urinária na gestaçãoinfecção urinária na gestação
infecção urinária na gestação
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
 
Aula 10: Dr. Mário de Paula (Oncologista Pediátrico)
 Aula 10: Dr. Mário de Paula (Oncologista Pediátrico)  Aula 10: Dr. Mário de Paula (Oncologista Pediátrico)
Aula 10: Dr. Mário de Paula (Oncologista Pediátrico)
 
Litíase urinária atualizada
Litíase urinária atualizadaLitíase urinária atualizada
Litíase urinária atualizada
 
Infecção do trato urinário
Infecção do trato urinárioInfecção do trato urinário
Infecção do trato urinário
 
Aula de digestivo parte 2
Aula de digestivo parte 2Aula de digestivo parte 2
Aula de digestivo parte 2
 
Úlceras Genitais Infecciosas
Úlceras Genitais InfecciosasÚlceras Genitais Infecciosas
Úlceras Genitais Infecciosas
 
Válvula de uretra posterior
Válvula de uretra posteriorVálvula de uretra posterior
Válvula de uretra posterior
 
refluxo vesicoureteral
refluxo vesicoureteral refluxo vesicoureteral
refluxo vesicoureteral
 
Infecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em utiInfecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em uti
 
ITU tratamento
ITU tratamentoITU tratamento
ITU tratamento
 

Mais de blogped1

Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericulturablogped1
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativablogped1
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...blogped1
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016blogped1
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vidablogped1
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciablogped1
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN blogped1
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infânciablogped1
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesblogped1
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Agudablogped1
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Mediablogped1
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facialblogped1
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016blogped1
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomablogped1
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.blogped1
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal blogped1
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitualblogped1
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...blogped1
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal blogped1
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostoseblogped1
 

Mais de blogped1 (20)

Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericultura
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativa
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infância
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Aguda
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facial
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostose
 

Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE HOSPITAL DE PEDIATRIA PROF. HERIBERTO FERREIRA BEZERRA- HOSPED DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA - DPEDI Infecção do Trato Urinário na infância Residência médica em Pediatria HOSPED Ana Karina da Costa Dantas
  • 2. ITU em crianças  É a infecção bacteriana mais comum em lactentes (principal causa de febre sem sinais de localização – bacteriana)  Incidência variável: 1,4 a 3,3%  5 a14% das visitas/ano ao pediatra  Alta taxa de recorrência (30-50% / 15-20% )  Estimativa real: difícil (sintomas inespecíficos)  Complicações a longo prazo: DRC, HAS, complicações na gravidez Imaturidade do Parênquima renal→ Cicatriz renal
  • 3. Epidemiologia  Sexo: > (3-4:1 a 20:1), exceto período neonatal  Idade: média 3-4 anos (> gravidade e predisposição em lactentes jovens)  Raça (branca > negra)  Presença de prepúcio íntegro ( ): 10x > risco n crianças meninos meninas Idade (meses) Hansson e col. Acta paediatr. 88: 270- 4, 1999
  • 4. Classificação da ITU na infância  Pielonefrite  Cistite  Bacteriúria assintomática ◦ 10 a 20% das ITU podem não ser diferenciadas, principalmente em pediatria. Durante o primeiro ano de vida, a incidência de Pielonefrite aguda poderá atingir até 90% dos casos de ITU febril (>38,5º) Marild et al.; 1988 - Hansson & Jodal; 2004
  • 5. Fatores predisponentes  Mal formações do trato urinário  Disfunções vesicais  Constipação intestinal  Não aleitamento materno  Uretra feminina  Fimose  Vulvovaginites  Grupo sanguíneo P1/Lewis não secretor  Deficiência de IgA secretora  ITU materna ao nascimento (4x> ITU no RN)  Patogenicidade da bactéria
  • 6. Fatores de defesa do hospedeiro  Esvaziamento vesical  Peristalse da uretra  Fatores protetores da mucosa  Proteína de Tamm-Horsfall  Atividade antibacteriana da urina
  • 7. Quem são as crianças mais propensas a desenvolverem ITU? Alterações anatômicas ou funcionais do Trato urinário
  • 8. Etiologia da ITU  Enterobactérias: E. coli (70 a 90%)  RN: Klebsiela sp  Meninos: Proteus sp (30%)  Adolescentes : Staphylococcus saprophyticus (20 a 30%)  Imunodeprimidos, mal formação do TU, manipulação cirúrgica do TU, catéteres, cálculos: Providencia, Citrobacter, Streptococcus grupo D, Enterobacter, Pseudomonas, S. aures ou epidermidis, Candida
  • 9. Fonte de contaminação  Raças uropatogênicas (Flora intestinal de crianças predispostas)  Intest grosso → genitália externa → Periuretral  Prepúcio íntegro  RVU: Facilita dano alto  Interação bactéria/hospedeiro Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato urinário na infância, 2006
  • 10. ITU: Diagnóstico Criança suspeita Manifestações Exames clínicas ao laboratoriais diagnóstico Hemograma Urocultura PCR Urina (EAS)
  • 11. Faixa Manifestações clínicas Etária Recém Baixo ganho de peso, anorexia, vômitos, nascidos dificuldade de sucção, irritabilidade, hipoatividade, convulsões, pele acinzentada, hipotermia ou vômitos ocasionais, palidez, hipotermia, icterícia Lactentes FEBRE, baixo ganho pôndero-estatural, diarréia, vômitos, dor abdominal, irritabilidade, choro freqüente (ao urinar), alterações no aspecto , odor ou volume urinário (raros) Pré Febre (+ ou -) escolares Adinamia, dor abdominal, calafrios = PNA e Enurese, urgência, incontinência, retenção escolares urinária, disúria, polaciúria, alteração urinária = Cistite
  • 12. Anamnese e Exame Físico
  • 13. Dados clínicos úteis da criança com suspeita de ITU HISTÓRIA - Característica e frequência das micções (urgência, disúria, incontinência) - Cor e odor urinário - Frequência e características das evacuações - Idade de treinamento esfincteriano - Manobras de retenção urinária - Febre e episódios anteriores inexplicados de febre - História familiar de doença renal - Antecedentes gestacionais (USG, ITU materna, uso de drogas) EXAME FÍSICO - Estado geral, temperatura, pressão arterial - Sensibilidade abdominal, supra púbica, sinal de giordano - Exame genital (irritação, secreção, perda urinária, fimose, coalescência) - Região sacral (sinus, pigmentação, tufo de criança; MG Amilcar et al, 2011 Infecção do TU in Urologia (Pediatria) do Inst da cabelo, lipoma)
  • 14. Diagnóstico laboratorial  EAS: exame de suspeição ◦ Leucocitúria, hematúria, nitritos, leucoester ases  Urocultura: confirma diagnóstico  Uréia e creatinina
  • 15. Diagnóstico laboratorial: Forma de coleta Academia Americana de Pediatria Idade Forma de coleta SEM Punção supra-púbica Controle Sonda vesical esfincteriano Saco coletor* COM Jato Médio controle Sonda vesical** esfincteriano * 85% falso positivo ** Vulvovaginites, Balanopostites
  • 16. Diagnóstico laboratorial da ITU em crianças Método Resultado da Urocultura Aspiração Qualquer crescimento bacteriano: supra-púbica ITU confirmada ≥ 103 UFC/ml de um único patógeno: Sonda vesical ITU confirmada ≥ 105 UFC/ml de um único patógeno: ITU confirmada Jato médio ≥ 104 UFC/ml de um único patógeno em crianças sintomáticas: ITU provável. Cultura negativa  ausência de ITU Saco coletor ≥ 105 UFC/ml de um único patógeno: ITU provável
  • 17. Diagnóstico por imagem  Todos os pacientes com ITU confirmada  Diagnosticar mal formações ou disfunções do trato urinário  Indicar a melhor abordagem terapêutica  Finalidade: prevenir novos surtos USG vias urinárias Uretrocistografia miccional (UCM) Individualiza Cintilografia renal com da DMSA
  • 18. Diagnóstico por imagem TODAS AS IDADES (Após 1º episódio confirmado) USG Vias Urinárias Cintilolgrafia Renal com DMSA Se alteração nos exames anteriores Uretrocistografia Miccional Retrógrada (UCM) e/ou outros
  • 19. Ultrassonografia das VUs Triagem Uretrocistografia miccional (UCM): Trato urinário inferior (RVU e VUP) Cintilografia renal com DMSA Detecção de cicatriz renal (função tubular)
  • 20. Etiologia do Refluxo vésico ureteral primário Trajeto do ureter na parede da bexiga Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato urinário na infância, 2006
  • 21. Classificação do Refluxo Representação esquemática do RVU segundo o IRSC Fonte: Toporovski J e col. Infecção do trato urinário na infância, 2006
  • 23.
  • 24. Tratamento da ITU  Medidas gerais  Tratamento medicamentoso  Quimioprofilaxia
  • 25. Tratamento: Medidas gerais  Orientação familiar ◦ Explicar recorrência ◦ Abordar fatores de risco  Hábitos urinário e intestinal ◦ Disfunções vesicais: altera fluxo urinário – estase – resíduo pós miccional ◦ Correção e orientação  Importância da leucorréia ◦ 50% sintomas urinários ◦ 8%: ITU (SV) e 30-40%: oxiuríase
  • 26. Medidas gerais: Pesquisar e corrigir (hábitos urinário e intestinal)
  • 27. Medidas gerais: Orientações das funções eliminatórias
  • 28. Tratamento medicamentoso  A introdução do antimicrobiano deve ser realizada logo após a coleta adequada da urocultura (Campbell-Walsh 2007,Pediatrics 2002, An Pediatr 2007)  Escolha do antimicrobiano: empírica  Bacteriúria assintomática: CI  Cistite: melhora dos sintomas (benigna)  Pielonefrite: abordagem precoce → ↓cicatrizes → preservar função
  • 29. “A cura da ITU depende principalmente da concentração urinária do antibiótico, mais do que da concentração sérica.” Stamey et al., 1974 MELHOR ANTIBIÓTICO ITU ALTA CONCENTRAÇÃO URINÁRIA
  • 30. Tratamento: escolha antimicrobiana  Alta concentração urinária e baixa concentração intestinal  Erradicação e ↓ recorrência  Avaliar padrão de resistência local Antibiótico TGU TGI Aminoglicosídeo e +++ - Nitrofurantoína Sulfas e Ácido Nalidíxico ++ + Cefas (1ª e 2ª geração) + ++ e Amoxacilinas
  • 31. Antibióticos de uso parenteral Antibióticos de uso oral  Ampicilina (RN)  Ácido nalidíxico  Amicacina  Amoxicilina  Gentamicina  Cefalexina  Cefazolina  Cefadroxila  Cefotaxima  Cefuroxima  Ceftriaxone  Sulfametoxazol/trimetopri  Cefepime n  Ceftazdima  Ciprofloxacina (>12anos)  Ciprofloxacina (>  Nitrofurantoína 12anos) Antibióticos usados para tratamento de ITU em crianças
  • 32. Tratamento medicamentoso  Duração do tratamento (Revisões sistemáticas Cochrane) ◦ PNA: 7 a 14 dias ◦ Cistite: 3 a 4 dias (7 a 10 dias) ◦ Bacteriúria assintomática: contra-indicado  Via de administração do antibiótico ◦ IM, oral ou IV→oral: sem diferença significativa quanto a: tempo de resolução da febre, recorrência da ITU ou dano do parênquima renal Escolha via administração: estado geral, vômitos, dificuldade de aceitação VO
  • 33. Tratamento Profilático  ↓ multiplicação de bactérias uropatogênicas, ↓ predisposição a novos surtos de ITU  Doses subinibitórias: 1/3 a ¼ da dose terapêutica  Indicações: ◦ Investigação morfofuncional do TU após 1º episódio confirmado de ITU ◦ Anomalias cirúrgicas do TU (até correção) ◦ Refluxo vésico ureteral (< 5 a 7 anos) ◦ ITUs repetição (TU normal) ◦ Durante realização de UCM
  • 34. Resumo de ITU em crianças  Diagnóstico ◦ Clínico e laboratorial (Faixa etária e UC)  Tratamento ◦ Empírico (da ITU) ◦ Profilático (↓ recorrência)  Seguimento Laboratorial: ◦ Orientação das medidas gerais ◦ Uréia e Creatinina ◦ Urocultura pós tratamento (2 a 5 dias) e depois, mensal  Imagem: ◦ Seguir protocolo (Individualizar)