Este documento fornece um guia para projetos educativos sobre sustentabilidade desenvolvidos pela Fundação Galp. Apresenta temas como energia, meio ambiente, mobilidade sustentável e tecnologia. Inclui sugestões de atividades práticas e enquadramento curricular. O guia orienta a criação de equipas de estudantes para identificar problemas locais e desenvolver soluções testáveis através de protótipos.
5. Introdução
Enquadramento Curricular
Metodologia
a. Criar uma Equipa
b. Desenhar uma Missão
Temas
a. Os temas dos Projetos Sociais Educativos Galp
b. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
c. Transição Energética
d. Mobilidade Sustentável
e. Tecnologia e Inovação
f. Empreendedorismo Social
Contactos
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Índice
6.
7. 1 Introdução
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A educação e a cidadania, onde estão inseridos a educação ambiental e
o empreendedorismo, são motores para o desenvolvimento de uma
sociedade mais sustentável, inclusiva e colaborativa. É com esta
convicção que a Fundação Galp e a Galp investem no desenvolvimento
de projetos sociais de educação, que pretendem mobilizar a comunidade
escolar em torno do objetivo global da sustentabilidade do nosso
planeta.
No projeto Switch UP, abordaremos diferentes temas como por exemplo
as fontes de energia, a mobilidade sustentável, a transição energética, o
consumo e a proteção de recursos naturais, através de desafios que
promovem o envolvimento com a comunidade local, a partilha de ideias
e o desenvolvimento de atividades relacionadas com os desafios da
energia e da sustentabilidade.
Com a forte convicção de que a mudança de comportamentos depende
de cada um de nós e que com uma utilização mais responsável dos
recursos que temos, poderemos caminhar no sentido de um planeta
mais sustentável. Assim, nos últimos 8 anos, os nossos projetos
educativos abrangeram cerca de 1,5 milhões de alunos e 120 mil
professores, do 1º ao 12º ano, e foram realizadas mais de 3.500 visitas
em escolas.
Neste guião serão apresentados os temas que o projeto se propõe
trabalhar, bem como as sugestões de atividades para que os
professores, em conjunto com os seus alunos, abordem os temas de
forma prática, e ainda a indicação de fontes de informação adicionais,
caso pretendam aprofundar alguma das abordagens.
Será também apresentado um breve enquadramento curricular dos
Projetos Sociais Educativos Galp, tendo por base as orientações da
Direção-Geral da Educação e da Agência Portuguesa do Ambiente e com
o objetivo de facilitar a integração das atividades propostas no plano de
trabalho da escola com os seus alunos. Bom trabalho!
Usamos a nossa Energia para criar mais Energia.
8. Vivemos num planeta com inúmeros problemas globais, podendo
destacar-se, entre outros, as alterações climáticas, as desigualdades no
acesso aos bens e direitos fundamentais, bem como as crises humanitárias.
Sabemos que o futuro do planeta depende da formação de todos enquanto
cidadãos, não só no que respeita aos conhecimentos, que devem ser
adquiridos ao longo da vida, mas também através da aquisição de
competências e valores. A cidadania e o empreendedorismo, alicerçados nos
pilares fundamentais da educação e formação, são assim as ferramentas que
estes projetos se propõem a desenvolver enquanto contributo para o futuro
das pessoas e do planeta.
Desta forma, os Projetos Sociais Educativos Galp, nomeadamente os temas
e os projetos ou atividades que propomos que as escolas desenvolvam ao
longo do ano letivo, deverão ser alinhados com o Perfil dos Alunos à Saída da
Escolaridade Obrigatória (PA), com as Aprendizagens Essenciais (AE), bem
como com a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC).
Conscientes que o sucesso de implementação da ENEC e da Estratégia
Nacional de Educação Ambiental (ENEA) está intrinsecamente ligado à
cultura de cada escola e às oportunidades dadas aos alunos para se
envolverem na tomada de decisões, nomeadamente nas que os afetam,
através dos Projetos Sociais Educativos Galp pretendemos incentivar que os
alunos aprendam através de desafios da vida real e das problemáticas da sua
comunidade local, indo para além da sala de aula e da escola, e tomando em
consideração as implicações das suas decisões e ações, tanto para o seu
futuro individual como coletivo.
Ainda ao abrigo da ENEC sabemos que se pretende reforçar nas escolas o
paradigma de parceria, isto é, a importância da articulação com as diferentes
partes interessadas, e isso pode ser alavancado também através dos
Projetos Sociais Educativos Galp, não só pela participação da escola num
projeto que é proposto por uma entidade externa, mas também porque para
o desenvolvimento dos projetos nas escolas propomos que sejam
estabelecidas parcerias com entidades externas, como por exemplo ONG,
autarquias e os seus órgãos – potenciando soluções de complementaridade
e convergência capazes de criar sinergias locais e regionais – instituições de
ensino superior e centros e redes de investigação, entre outros.
Por fim, para cada ano e área disciplinar/disciplina, as AE elencam os
conhecimentos, as capacidades e atitudes a desenvolverportodos os alunos.
De seguida apresentamos os respetivos domínios e as AE que se enquadram
no tratamento dos temas definidos neste guião, para o Ensino Secundário
(damos como exemplo Físico-Química, Geografia e Aplicações Informáticas),
mas os temas podem e devem ser trabalhados de forma interdisciplinar
(articulando por exemplo com a disciplina de Português). Apresentamos
também as ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos
que podem ser enquadradas com o projeto Switch UP.
2
08
Enquadramento
Curricular
9. 09
Tema: Energia
(Energia e fenómenos elétricos)
Tema: Meio natural
(Analisar questões geograficamente
relevantes do espaço português;
Comunicar e Participar)
Tema: Gestão
e desenvolvimento de
projetos multimédia
Montar circuitos elétricos,
associando componentes
elétricos em série e em
paralelo, e, a partir de
medições, caracterizá-los
quanto à corrente elétrica que
os percorrem e à diferença de
potencial elétrico aos seus
terminais.
Compreender a função e as
características de um gerador
e determinar as
características de uma pilha
numa atividade experimental.
Aplicar, na resolução de
problemas, a conservação da
energia num circuito elétrico,
tendo em conta o efeito Joule,
descrevendo procedimentos,
argumentos e raciocínios,
explicando as soluções
encontradas.
Comparar a distribuição dos
principais recursos
energéticos e das redes de
distribuição e consumo de
energia com a radiação solar e
os recursos do subsolo.
Construir um quadro de
possibilidades sobre a
exploração sustentável dos
recursos naturais de Portugal
– minerais, energéticos,
hídricos e marítimos,
evidenciando reflexão crítica e
argumentação
fundamentada.
Planear um projeto
multimédia partindo da
definição de objetivos,
recursos, calendarização e
distribuição de tarefas.
Elaborar protótipos e design
de interfaces, detalhando
esquemas de navegação,
conteúdos e composições.
Produzir conteúdos e proceder
à montagem.
Testar e validar o produto
multimédia.
Definir processos de
distribuição e manutenção de
produtos multimédia
AE: CONHECIMENTOS, CAPACIDADES E ATITUDES
ENSINO SECUNDÁRIO
FISICO-QUIMICA GEOGRAFIA APLICAÇÕES INFORMÁTICAS
10. 10
Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos que
podem ser enquadradas com o projeto Switch UP:
• Promover estratégias que envolvam: imaginar hipóteses face a um
fenómeno ou evento; conceber situações onde determinado conhecimento
pudesse ser aplicado, nomeadamente através da exploração do
conhecimento do território local, para aplicação de estudos de caso;
imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma
situação-problema; criar um objeto, texto ou solução, face a um desafio,
desenvolvendo um estudo de caso, à escala local/regional; fazer predições,
nomeadamente face aos desafios demográficos e de sustentabilidade do
território português e tendo como horizonte os ODS; investigar problemas
ambientais e sociais, ancorado em guiões de trabalho e questões
geograficamente relevantes (o quê, onde, como, porquê e para quê); aplicar
o trabalho de campo e outras metodologias geográficas (como o estudo de
caso), em trabalho de equipa; participar em campanhas de sensibilização
para um ambiente sustentável e o ordenamento do território;
• Analisar problemas complexos, factos, teorias ou situações reais,
identificando os seus elementos ou dados com vista à posterior modelação
em computador.
• Estabelecer relações intra e interdisciplinares;
• Criar modelos computacionais que simulem sistemas do mundo real (por
exemplo, ecossistemas, epidemias e disseminação de ideias);
• Projetar, desenvolver e implementar um artefacto de computação que
responda a um evento (por exemplo, um robô que responde a um sensor,
uma aplicação móvel que responde a uma mensagem de texto, entre
outros);
• Usar técnicas de pesquisa e design centradas no utilizador (por exemplo,
pesquisas e entrevistas) para criar soluções de software;
• Problematizar situações e analisar factos, teorias e situações,
identificando os seus elementos ou dados, em particular, numa perspetiva
disciplinar e interdisciplinar;
• Promover estratégias que impliquem por parte do aluno: questionar uma
situação; organizar questões para terceiros, sobre temáticas estudadas ou
a estudar; interrogar o seu próprio conhecimento prévio; desencadear
ações de comunicação uni e bidirecional; desencadear ações de resposta,
apresentação e iniciativa;
• Articular com a disciplina de Português para garantir validação das
atividades promotoras da expressão escrita e oral, através das
tecnologias.
11. 3
11
Trabalhar por projetos é um empreendimento coletivo, realizado por um
grupo de jovens e orientado por um professor, que promove a
investigação, levando à procura de respostas para as perguntas que os
próprios jovens formularam. Este tipo de trabalho pressupõe que todos
os jovens se possam envolver e tenham um papel ativo, que pode variar
consoante as suas características, capacidades e interesses.
As principais vantagens de uma aprendizagem através da metodologia
de projeto:
• Construir competências, desencadear a aquisição de saberes e saber-fazer;
• Dar sentido aos saberes e às aprendizagens a partir da implementação
de práticas sociais;
• Estimular a curiosidade;
• Promover o conhecimento empírico;
• Proporcionar tomada de consciência de si próprio;
• Promover a capacidade de trabalhar com os outros;
• Desenvolver a capacidade de comunicar.
a. Criar uma equipa
As equipas devem ser compostas por alunos do Ensino Secundário, incluindo
qualquer uma das ofertas formativas - Cursos Científico-Humanísticos,
Cursos com Planos Próprios, Cursos Artísticos Especializados, Cursos
Profissionais, Ensino Secundário na Modalidade de Ensino Recorrente ou
CursosVocacionais, a partir dos 15 anos e seus professores.
As equipas poderão ser formadas em contexto de turma (poderão existir
uma ou mais equipas na mesma turma) ou em contexto livre (os elementos
podem ser de diferentes turmas e anos) respeitando o limite máximo de 6
alunos por equipa.
Estas equipas não têm de limitar-se aos alunos e aos professores. Apesar
destes serem os elementos principais neste projeto, quanto mais elementos
forem envolvidos nas ações, maior será o seu impacto. As equipas podem
assim envolver outros membros da comunidade educativa: não docentes,
membros da Associação de Pais e outras pessoas da comunidade envolvente,
que podem também elas ter um papel fulcral nesta mudança global de
comportamentos.
b. Desenvolver um projeto
Para desenhar um projeto, será necessário seguir os seguintes passos:
1º Passo: Identificar um problema!
Tudo começa com uma pergunta: O que está a acontecer à nossa volta?
Pode parecer fácil, mas muitas vezes não nos apercebemos dos problemas
Metodologia
12. 12
que estão próximos e como podemos ser decisivos para a mudança.
Podemos olhar para a nossa escola, a nossa casa e a comunidade
envolvente.
Pensemnodia-a-diaeencontreasquestõesmaisrelevantesdentrodocontexto:
• Como impedir que o plástico vá para o oceano?
• O que podemos fazer para prevenir incêndios na nossa região?
• Como diminuir a pegada ecológica do meu bairro?
Trabalhe com os alunos os problemas que podem ser facilmente
identificados e que estejam relacionados com os temas propostos
neste Guião.
2º Passo: Desenvolver a solução!
Como resolver o problema identificado? Chegou o momento de ter ideias
e discuti-las, com os seus alunos. Lembrem-se que não existem más
ideias. É preciso incentivar os alunos a serem criativos e pesquisar o
problema. As ideias não precisam de ser complexas ou avançadas, o que
importa é o impacto que a solução terá nos beneficiários.
Perguntas que podem ser feitas:
• Quem será beneficiado?
• Por que é importante resolver este problema?
• Como transformar a ideia em realidade?
• Que materiais de apoio são necessários?
• Onde é que a solução funcionará melhor? Na escola? Na comunidade?
Em casa?
3º Passo: Testar!
Será que a ideia resolve o problema? Para encontrar esta resposta, os
alunos deverão criar um protótipo, ou uma experiência da solução, com
auxílio do professor.
Testar a solução é uma parte muito importante do projeto. É a forma que
temos de perceber se a ideia pode ou não solucionar o problema que foi
identificado. Poderão fazê-lo da seguinte forma:
• Protótipo: desenvolver um modelo da solução. Não precisa de ser
totalmente funcional. Pode ser feito com materiais do dia-a-dia e ser
simplesmente uma maneira de tornar o funcionamento da ideia visível.
• Experiência: testar a solução através de uma experiência.
4º Passo: Entrar no Concurso!
Basta preencher o Relatório Final “Vê o teu projeto tornar-se realidade!”
e concorrer aos prémios!
13. 4
a. Temas dos Projetos Sociais Educativos Galp
Este Guião apresenta sugestões de temas que podem ser trabalhados
na escola no âmbito do projeto Switch UP. Abordaremos os temas dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um conjunto de
metas estabelecidas globalmente na procura de um planeta mais
sustentável, a Transição Energética enquanto processo de mudança nas
diferentes formas de produzir, distribuir e consumir energia, a
Mobilidade Sustentável, numa reflexão sobre a relação com os meios de
deslocação preservando valores humanos e ecológicos e a Tecnologia e
Inovação, no ponto de vista da Internet das Coisas. Os temas serão
enquadrados com base no Empreendedorismo Social e poderão colocar
em prática desafios relacionados com a sociedade.
Para cada tema são apresentadas diferentes ideias que podem ser
desenvolvidas com os alunos. Cabe a cada professor responsável
desenhar o seu projeto e planear pedagogicamente a implementação
das atividades de forma adaptada quer às necessidades da sua escola,
quer aos alunos envolvidos.
Todas as atividades desenvolvidas devem corresponder a um dos temas
deste Guião de forma coerente, eficiente e, claro, o mais original
possível.
b. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Aprovada a 1 de janeiro de 2016, a resolução da Organização das Nações
Unidas (ONU) intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de
Desenvolvimento Sustentável”, é constituída por 17 objetivos,
desdobrados em 169 metas.
Assim, os ODS definem as prioridades e aspirações globais para 2030 e
requerem uma ação à escala mundial de governos, empresas e
sociedade civil para criar um novo modelo global para acabar com a
pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o
ambiente e combater as alterações climáticas.
Os temas podem parecer complexos, mas até a menor ação pode
contribuir para a mudança de comportamentos que em 2030 farão
parte da transformação global. Os ODS e as estratégias globais para os
atingir encontram formas de operacionalização em todos os níveis nos
diferentes países, sendo no caso da Educação em Portugal enquadrados
pela Estratégia Nacional de Educação para Cidadania, abordada no
Enquadramento Curricular deste Guião.
13
Temas
14. 14
Conheça os 17 Objetivos:
No âmbito dos Projetos Sociais Educativos Galp, é fundamental que os
alunos tenham uma perceção global sobre a importância de existirem
estes Objetivos enquanto orientação para uma transformação global.
Quisemos, no entanto, destacar alguns temas sobre os quais
pretendemos que os projetos das escolas se desenvolvam:
ODS 7 – Energias renováveis e acessíveis
ODS 12 – Produção e consumo sustentáveis
ODS 13 – Ação Climática
ODS 14 – Proteger a vida marinha
ODS 15 - Proteger a vida terrestre
Sugestão de Atividade:
A Maior Lição do Mundo é uma iniciativa “que visa contribuir para a
reflexão e ação no âmbito dos ODS. O Comité Português para a
UNICEF e a Direção-Geral da Educação juntaram esforços a fim de
promover esta iniciativa e envolver o maior número de crianças a
viver em Portugal.” Sugerimos assim a visualização do filme
animado da autoria de Sir Ken Robinson, autor e pedagogo,
disponível no site da iniciativa, e a discussão com os alunos sobre a
perspetiva global dos ODS, em alguns casos muito distante da
realidade dos alunos.
Fontes de Informação:
UNICEF – A maior lição do mundo
http://maiorlicao.unicef.pt/
15. 15
Energias renováveis
e acessíveis
O que se pretende com este ODS?
Assegurar o acesso à energia fiável, sustentável, moderna e a preço
acessível a todos.
A energia desempenha um papel fundamental em quase tudo o que
fazemos. Dentro deste objetivo incluem-se as questões da promoção da
eficiência energética e da utilização de energias renováveis. Este tema
tem uma ligação muito estreita com as problemáticas da transição
energética, que abordaremos mais à frente neste Guião. As Nações
Unidas destacam-no como um objetivo que deverá levar todos os países
a refletir e trabalhar os seus sistemas e projetos, mostrando assim que a
energia não é apenas um problema de países com dificuldade de acesso à
eletricidade, mas que todos os países podem contribuir para acelerar a
transição global.
Sabia que…
Pouco menos de mil milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso
à eletricidade, estando 16 dos 20 países com maior prevalência desta
problemática localizados no continente Africano. As implicações são
inúmeras, dos negócios à educação, da segurança aos cuidados de saúde.
Sugestão de Atividade:
Fazer uma “auditoria” à escola na perspetiva da eficiência
energética, desenhando posteriormente um plano de medidas
corretivas e de sensibilização para garantir uma utilização mais
eficiente da energia nas diferentes vertentes (climatização,
iluminação e confeção de alimentos, por exemplo).
Fontes de informação:
https://www.un.org/sustainabledevelopment/energy/
16. 16
Produção e consumo
sustentáveis
O que se pretende com este ODS?
Assegurar padrões sustentáveis de consumo e produção.
O crescimento acelerado da classe média a nível global é uma perspetiva
positiva em termos de prosperidade individual, mas coloca também uma
pressão acrescida sobre os recursos naturais. Isto significa que é
necessário introduzir alterações nos padrões atuais de produção e
consumo, de forma a possibilitar este desenvolvimento de forma
sustentável. No âmbito da produção e do consumo estão nomeadamente
as ações relativas ao desperdício alimentar, à geração de resíduos e as
que pretendem melhorar a eficiência no uso da água e energia.
Sabia que…
Um saco de plástico demora entre 500 e 1.000 anos para se degradar. As
pontas de cigarro e os filtros demoram 12 anos. Uma lata de alumínio leva
entre 200 a 500 anos e as fraldas de plástico e absorventes demoram de
500 a 800 anos.
Menos de 3% da água do nosso planeta é própria para consumo humano;
como2,5%seencontracongelada(noÁrtico,Antártidaeglaciares),contamos
apenas com 0,5% para suprir todas as necessidades humanas de água.
Sugestão de Atividade:
• Criar um Laboratório de Economia Circular, ou seja, um espaço para a
criação de trabalhos e atividades que são desenvolvidas ao longo do
ano letivo, onde os alunos possam pensar e trabalhar de forma
reconstrutiva. Utilizar materiais reciclados e pensar em como lhes dar
uma nova vida, seja para os mesmos fins e apenas terem que ser
reabilitados, ou para fins diferentes em que teriam que reconstruir
pensando no objetivo da peça. Passar a mensagem de que os objetos
podem não ser lixo ao fim da primeira (ou pouca) utilização. Como por
exemplo identificar em que locais da escola é gerado desperdício
alimentar (cantina, cafetaria, etc.) e desenvolver medidas com vista a
diminuir este mesmo desperdício.
• Desenvolver um dispositivo para as salas de aula que desligue de
forma autónoma a corrente elétrica fora das horas de funcionamento e
interrupções letivas.
• Instalar uma mini turbina eólica na escola para fornecer energia a
um sistema de rega automática dos espaços verdes da escola.
Fontes de informação:
https://www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable-consu
mption-production/
17. 17
Ação Climática
O que se pretende com este ODS?
Tomar medidas urgentes no sentido de combater as alterações climáticas
e seus impactos.
As alterações climáticas afetam todos os países em todos os
continentes, com mudanças nos padrões de clima, o aumento do nível do
mar e eventos climatéricos extremos, continuando as emissões de gases
com efeito de estufa nos níveis mais elevados de sempre. Existem já
soluções que permitem aos diferentes países caminhar para economias
mais limpas, e em 2015 foi alcançado um acordo global – Acordo de Paris
– para estabelecer um compromisso de trabalhar para limitar o aumento
da temperatura. Este ODS pretende assim incentivar a adoção de
medidas que ajudem a combater as alterações climáticas e a reduzir os
seus impactos, incluindo aumentar a consciência dos mais novos. Para
cumprir o Acordo e limitar o aumento de temperatura a 1,5 ºC, serão
necessárias grandes mudanças, estando as alterações climáticas
patentes na maioria dos ODS, para além de terem o seu próprio objetivo.
Sabia que…
Em abril de 2018, já 175 países tinham ratificado o Acordo de Paris.
As emissões de CO2
aumentaram cerca de 50% desde 1990.
Entre 1991 e 2016, a água do mar aqueceu mais 60% por ano do que era
suposto.
Sugestão de Atividade:
Cada aluno deve dar uma ideia de uma ação simples do dia-a-dia
que cada um possa adotar para contribuir para o combate às
alterações climáticas. Criem uma peça visual (um calendário ou
cartaz) em que todos os dias ou uma vez por semana cada um
possa assinalar as ações que cumpriu. Deve ser dado especial
destaque à redução em termos de resíduos gerados e à opção por
alternativas mais sustentáveis no âmbito do consumo.
Fontes de informação:
https://www.un.org/sustainabledevelopment/climate-change-2/
https://www.un.org/sustainabledevelopment/student-resources/
(170 Actions to Transform ourWorld)
Estudo realizado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações
Climáticas - L. Resplandy, Quantification of ocean heat uptake from
changes in atmospheric O2 and CO2 composition.
18. 18
O que se pretende com este ODS?
Conservar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos
para o desenvolvimento sustentável.
A humanidade depende dos Oceanos, uma vez que é a sua temperatura,
química, correntes e vida que controlam sistemas globais que tornam o
planeta habitável. A gestão cuidada deste recurso global é por isso um
fator chave para um futuro sustentável.
Atualmente, o lixo marinho é um dos maiores problemas ambientais do
planeta, afetando todos os ecossistemas marinhos e seus organismos.
Considera-se lixo marinho qualquer material sólido descartado
persistente, manufaturado ou processado, eliminado, abandonado ou
perdido no ambiente marinho e costeiro (UNEP, 2005). É constituído por
materiais fabricados ou usados pelo Homem que entram no mar
acidental ou deliberadamente, incluindo os materiais que são
transportados pelos rios, sistemas de drenagem, ETARs ou vento para os
mares e oceanos (Galgani et al., 2010).
Sabia que…
Os oceanos absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono (CO₂) produzido
pelos humanos, limitando os efeitos do aquecimento global.
Anualmente são produzidas mais de 300 milhões de toneladas de plástico.
Aos oceanos chegam todos os anos cerca de 8 milhões de toneladas.
Existe uma ilha no Oceano Pacifico, 17 vezes maior que Portugal, em que se
pode caminhar por ser toda feita de plástico flutuante.
O lixo marinho mais encontrado nas praias portuguesas:
1º beatas de cigarros
2º cotonetes
3º embalagens de alimentos (batatas fritas, bolachas, pastilhas, etc)
Proteger a vida
marinha
19. 19
Sugestão de Atividade:
• Laboratório do Plástico – Desenvolver um laboratório onde
transformem o plástico em utensílios ou acessórios úteis. Neste
laboratório podem receber o plástico que trazem de casa ou
organizar campanhas de recolha de embalagens pela comunidade.
• Ou ainda criar um projeto para eliminar de forma gradual o uso de
plásticos descartáveis na escola. Exemplos: deixar de utilizar
descartáveis na cafetaria, introduzir a utilização de copos
reutilizáveis e instalar locais para enchimento de garrafas de água.
• Caso a escola esteja localizada numa zona costeira, organizar e
participar numa ação de terreno com uma Associação local para a
recolha de lixo marinho para gerar um contributo efetivo, criando
uma estrutura específica que permita a replicação das ações
(comunicação, site para recolher inscrições, campanha junto de
estabelecimentos comerciais da região, por ex.). A ação pode
também ter lugar em zonas junto a rios ou outros cursos de água.
Fontes de informação:
https://www.un.org/sustainabledevelopment/oceans/
Departamento de Educação do Oceanário de Lisboa
(info@oceanario.pt).
Sobre o laboratório de plástico: ZeroWaste Lab -
https://www.zerowastelab.pt/
20. 20
O que se pretende com este ODS?
Proteger, restaurar e promover a utilização sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir as florestas de forma sustentável, combater a
desertificação, travar e reverter a degradação das terras e estancar a
perda da biodiversidade.
As florestas são fundamentais à vida na Terra pela segurança alimentar e
abrigo que proporcionam, e pelo seu papel no combate às alterações
climáticas, na proteção da biodiversidade e das populações indígenas. A
desflorestação e a desertificação a que assistimos atualmente, causadas
por atividades humanas e pelas alterações climáticas, representam um
enorme desafio ao desenvolvimento sustentável, afetando a vida de
milhões de pessoas em todo o planeta. As escolhas de cada um
relativamente aos produtos que consumimos têm um enorme efeito na
proteção dos ecossistemas, pelo que cada um deve tentar sempre obter o
máximo de informação possível sobre a sua origem e forma de
processamento ou transformação.
Sabia que…
As florestas cobrem mais de 30% da superfície terreste.
Cerca de 8% das espécies de animais conhecidas já se encontram
extintas, e 22% encontram-se em risco de extinção.
Os resíduos orgânicos (resíduos alimentares e resíduos do jardim) se não
forem tratados ou geridos devidamente, podem tornar-se um grave
problema de higiene e de saúde pública.
Proteger a vida
terrestre
21. 21
Sugestão de Atividade:
• Compostagem - Construir um compostor num espaço comum na
escola que permita realizar a compostagem dos resíduos
alimentares ou de espaços verdes que a escola possa ter. Desta
forma, poderão utilizar o composto para melhorar o crescimento
das plantas, relvados e jardins da escola ou de algum espaço verde
da sua comunidade.
• Banco de sementes - Desenvolver um banco de sementes para a
conservação de sementes da flora portuguesa a longo prazo.
Desta forma, os alunos poderão identificar um espaço danificado
na sua escola ou na sua comunidade que possa ser reabilitado com
espaços verdes, conservando assim algumas espécies e
produzindo mais oxigénio.
• Desenvolver ou participar em iniciativas de promoção da
biodiversidade e conservação da natureza. Exemplo: limpeza de
uma mata.
Fontes de informação:
https://www.un.org/sustainabledevelopment/biodiversity/
Sobre a Compostagem: Ambisousa
http://www.ambisousa.pt/pt/projetos/compostagem-domestica/
Sobre o banco de sementes: Museu Nacional de História Natural
e da Ciência
https://www.museus.ulisboa.pt/pt-pt/colecao-banco-de-sementes
22. 22
c. Transição Energética
O termo transição energética refere-se a uma mudança nos sistemas de
produção, distribuição e consumo de energia. A transição significa que
passaremos de uma utilização de energias finitas (maioritariamente de
origem fóssil) para um sistema que utiliza maioritariamente energias
renováveis.
Este é um processo lento e complexo e, embora existam objetivos globais
relacionados com as metas no âmbito das alterações climáticas traçadas
no Acordo de Paris assinado em 2015(1)
, chegar a um ideal de mix
energético(2)
representa um equilíbrio diferente em cada região do globo.
O World Energy Council(3)
traduz o desafio da transição energética no
balanço de três objetivos essenciais (a que chama o “EnergyTrilemma”):
1. Segurança Energética
2. Equidade no acesso à energia
3. Sustentabilidade ambiental
A transição depende de decisões políticas e empresariais, mas também
só poderá acontecer se houver grandes avanços tecnológicos por um
lado, e uma mudança radical na forma como a energia é consumida.
O desafio que todos temos pela frente – Governos, empresas e
consumidores – é o de fazer chegar mais energia a uma população
mundial em crescimento e ao mesmo tempo reduzir as emissões de gases
com efeito de estufa que contribuem para as alterações climáticas e a
poluição.
A energia é vital para o nosso dia-a-dia. Gestos simples e quotidianos
como acender uma luz, usar o telemóvel ou ligar o carro são na verdade a
fase final de processos bastante complexos que vão da extração ao
consumo, sendo necessário equilibrar cada passo ao longo deste desafio
da transição energética.
O contributo de cada um para este processo está relacionado com a
eficiência energética e com o consumo consciente, ou seja, com as
escolhas que fazemos relativamente às nossas ações e aos produtos que
consumimos, de forma a que estes tenham o menor impacto possível em
termos de recursos e da energia necessária para os concretizar.
(1)
No âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCC)
(2)
Conjunto das fontes de energia primária - fontes renováveis, combustíveis fósseis e fontes
nucleares - que um país utiliza para produzir energia elétrica
(3)
OWorld Energy Council é um fórum global para ideias inovadoras e compromissos tangíveis
com a missão de 'promover o fornecimento e a utilização sustentável da energia em benefício
de todos os povos'.
23. 23
Sabia que…
Da energia total disponível na União Europeia, cerca de dois terços é
utilizada pelos consumidores finais (cidadãos, indústria, transportes, etc.).
A restante é perdida nos processos de geração e distribuição de energia.
Fonte: Eurostat
A percentagem de energias renováveis no consumo energético da União
Europeia tem vindo a aumentar de forma contínua desde 2004, de 8,5% a
17% em 2016, aproximando-se da meta europeia para 2020, de 20%.
Fonte: Eurostat
Sugestão de Atividade:
Analisar as metas do Acordo de Paris para as alterações
climáticas e a Estratégia Energética Europeia para atingir as
metas. Organizar um debate preparado pelos alunos no modelo
“role-play”, em que estes representem governos, empresas e
cidadãos.
Fontes de informação:
Sobre o Acordo de Paris:
https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement/
the-paris-agreement
Sobre a energia na União Europeia: Shedding light on energy in the
EU - A GUIDED TOUR OF ENERGY STATISTICS – 2018 Edition
https://ec.europa.eu/eurostat/cache/infographs/energy/index.html
Vídeo “From source to switch (where does our energy come
from?)”:
https://ec.europa.eu/eurostat/web/energy/visualisations
World Energy Council:
https://www.worldenergy.org/work-programme/strategic-insight/a
ssessment-of-energy-climate-change-policy/
24. 24
d. Mobilidade Sustentável
A mobilidade sustentável é a capacidade de dar resposta às necessidades
da sociedade em deslocar-se livremente, aceder, comunicar, negociar e
estabelecer relações, sem sacrificar outros valores humanos e ecológicos
hoje ou no futuro.
World Business Council For Sustainable Development
Segundo as Nações Unidas, em 2011, a população ultrapassou a marca
dos 7 mil milhões de habitantes e estima-se que até 2050 ultrapassará
os 9 mil milhões de habitantes. O aumento da população, mas também o
desenvolvimento económico e social, levaram ao crescimento
exponencial das cidades. O mundo enfrenta hoje a maior onda de
crescimento urbano já visto: mais de metade da população mundial vive
em áreas urbanas e estima-se que, até 2030, este número cresça até 5
mil milhões.
O crescimento das cidades vai interferir no ambiente, seja pela expansão
urbana, seja pelo aumento do consumo de recursos, sendo este último
uma das principais causas de pressão ambiental, tornando por isso,
urgente a mudança dos modelos de produção e de consumo.
Paralelamente, e ligada ao crescimento urbano, a mobilidade foi
ganhando importância, sendo, hoje, quase impossível pensar uma
sociedade em que a deslocação das pessoas e bens não constitua uma
base importante, seja a nível económico ou das relações pessoais.
Assim, desenvolveu-se uma maior acessibilidade a transportes públicos e
privados, o que correspondeu a um maior número de deslocações. O
acesso ao automóvel particular ganhou uma importância inigualável
trazendo facilidades que, à medida do tempo, se foram tornando em
problemas: o aumento do consumo dos recursos e das emissões de Gases
com Efeito de Estufa, a poluição sonora, os crescentes
congestionamentos de tráfego, a deterioração da qualidade do ambiente
urbano; entre outros.
Estes problemas tornam cada vez mais evidente a insustentabilidade no
modo como as deslocações se praticam na atualidade e apontam para a
necessidade de se encontrarem soluções que, sem limitarem a
mobilidade, não ponham em causa o ambiente e a sociedade.
Fonte: APA
Um dos desafios ambientais e sociais mais exigentes do nosso tempo é a
gestão da mobilidade de pessoas e bens. Os avanços tecnológicos serão
sem dúvida a base da mobilidade no futuro. Mais informação e
conectividade pode conduzir-nos a uma mobilidade mais eficiente e
conveniente, oferecendo também a oportunidade aos países em
desenvolvimento de aplicarem estas tecnologias e práticas. Por exemplo,
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os avanços em termos de análise de dados, automação e a “Internet of
Things” estão a mostrar o seu potencial na redução do consumo,
incluindo o consumo de energia. Novos serviços de mobilidade
disponibilizados aos utilizadores através dos seus smartphones
começam a impulsionar soluções de partilha de transporte em
detrimento dos veículos individuais, incluindo serviços como o
car-sharing ou o carpooling, que se tornam cada vez mais comuns.
Fonte: Banco Mundial
Sustainable Mobilityfor All
Na Cimeira Climate Action 2016, o presidente do Grupo Banco Mundial,
Jim Yong Kim, fez um apelo à ação para acelerar os esforços de unificação
e transformação do setor dos transportes. Propôs assim desenvolver, em
conjunto com todos os stakeholders interessados, uma nova iniciativa
estratégica global que deverá apoiar a implementação dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e transformar o setor dos transportes. Deste
apelo nasceu a iniciativa Sustainable Mobility for All™.
Sabia que…
A mobilidade elétrica torna-se cada vez mais relevante para a mobilidade
sustentável e para o aumento da eficiência energética no transporte. À
medida que a autonomia dos veículos elétricos aumentar, prevê-se que os
utilizadores desta forma de mobilidade cresçam na mesma proporção. Os
veículos elétricos distinguem-se pelo:
• binário constante e disponível de imediato;
• ruído reduzido;
• melhor desempenho ambiental;
• combinação de funcionalidades inovadoras;
• menores custos de combustível e manutenção;
• redução da emissão de gases de efeito de estufa;
• diminuição da dependência energética do país;
A mobilidade elétrica será o fator decisivo para a redução de pegada de
carbono.
Fonte: ADENE
Globalmente, prevê-se que o número de veículos nas estradas venha a
duplicar até 2050. Em regiões que estão a crescer de forma muito rápida,
como a Índia, China, África Subsaariana e Sudeste da Ásia, milhares de
milhões de pessoas terão expectativas mais elevadas relativamente ao seu
estilo de vida, e novas aspirações de mobilidade.
Fonte: Banco Mundial
Em 2012, o setor dos transportes era o maior consumidor de energia em
40% dos países, e nos restantes era o segundo maior. O setor dos
transportes contribui com 23% das emissões de gases com efeito de
estufa relacionados com a energia e 18% de todas as emissões humanas.
Fonte: Sustainable Mobility for All
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Sugestão de Atividade:
Para este tema o objetivo é precisamente a realização de
atividades com os alunos que promovam a utilização de
transportes mais eficientes, ou um maior aproveitamento da
utilização de veículos automóveis, através da partilha de boleias,
por exemplo. Interessa que os alunos, com estas atividades,
consigam percecionar que evitar a utilização do carro para viagens
curtas ou optar pela deslocação a pé, de transportes públicos, ou
de outras formas de mobilidade, são soluções eficientes do ponto
de vista energético e que podem até traduzir-se num menor custo
económico.
Proponha aos seus alunos um desafio baseado na tecnologia
enquanto componente fundamental do futuro da mobilidade.
Organizados em grupos, devem desenvolver uma ideia de
aplicação informática para otimizar a mobilidade (na comunidade
ou de forma mais global). Dependendo das competências
tecnológicas da turma, o trabalho pode consistir na construção da
ideia ou ir mais longe até ao desenvolvimento de um protótipo.
Fontes de informação:
http://sum4all.org/
https://www.adene.pt/mobilidade/
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e. Tecnologia e Inovação
O termo Internet das Coisas (“Internet of Things” ou IoT) tem sido cada
vez mais usado, mas sabemos o que significa? A Internet das Coisas é o
modo como os objetos físicos estão ligados à internet, de modo a
comunicarem entre si e com o utilizador. Como se fosse um grande
sistema nervoso que possibilita a troca de informações.
Eles conversam entre si para nos dar mais conforto, produtividade,
informação e tornar a vida mais prática. Esta tecnologia pode ser usada
por exemplo na monitorização em saúde, no acesso a informação em
tempo real sobre o trânsito da cidade ou para saber o número de lugares
disponíveis no estacionamento de um centro comercial.
Objetos e ações do quotidiano tornam-se inteligentes e têm as suas
funções ampliadas através do cruzamento de dados. É o que acontece
quando um assistente virtual cruza dados dos nossos dispositivos para
nos informar, mesmo sem termos pedido, quanto tempo vamos demorar
a chegar ao trabalho quando nos sentamos no carro para sair de casa.
Há muitos jovens que também se inspiram neste mundo de possibilidades
que é a tecnologia e procuram descobrir mais informações para aprender
a criar e tornar o mundo melhor. Este tema pode ser explorado pelas
escolas e alunos através do projeto Apps for Good, parceiro dos Projetos
Sociais Educativos Galp.
Sabia que…
Um em cada três utilizadores da Internet em todo o mundo é uma
criança? É isso que aponta o relatório “Situação Mundial da Infância
2017: as crianças no mundo digital”, desenvolvido pela Unicef.
Um nativo digital é aquele que nasceu e cresceu com as tecnologias
digitais presentes na sua vivência, incluindo tecnologias como
videojogos, Internet, smartphones, etc.
Sugestão de Atividade:
Participem no projeto Apps for Good. Na lógica da construção de
um projeto, devem ter uma ideia de uma solução digital que
contribua para resolver um problema social. O projeto faculta
formação e apoio no desenvolvimento da ideia, premiando as
melhores soluções. Ao participar neste projeto, os grupos de
alunos podem também submeter as suas soluções aos Projetos
Sociais Educativos Galp.
Fontes de informação:
cdi.org.pt/apps-for-good/
www.unicef.pt
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f. Empreendedorismo Social
O empreendedorismo vai muito além da criação de uma empresa, o
empreendedor é alguém que quer fazer algo de forma diferente, que
procura oportunidades para desenvolver um negócio e quer criar valor.
Uma vertente importante deste processo é a inovação, que pode assumir
a forma de novos produtos e serviços, novos métodos de produção e
distribuição ou novos modelos organizacionais. Já o empreendedorismo
social combina as práticas e os princípios dos negócios com a paixão
necessária para criar um mundo mais justo. Simplificando, é o uso de
novas abordagens para resolver velhos problemas sociais e ambientais
que ainda existem.
Um empreendedor está aberto à aprendizagem, procura melhorar
continuamente o seu produto ou serviço para que o impacto seja o mais
positivo possível e não tem medo de falhar. Os empreendedores sociais
são movidos por valores: dignidade, acesso a oportunidades,
transparência, responsabilidade, equidade e empoderamento. São
apaixonados pelo problema que tentam resolver e mantêm a sua missão
social em primeiro plano à medida que ampliam o seu impacto, podendo
ter retorno financeiro, ou não.
Sabia que…
A organização Ashoka foi fundada em 1980 por Bill Drayton com o
objetivo de potencializar as transformações sociais positivas por meio do
reconhecimento e do apoio a empreendedores sociais inovadores, com
um impacto sistémico. A Ashoka estabeleceu-se em Portugal em 2017.
Foram já identificados 2 Fellows Portugueses e 5 Escolas
Transformadoras. Começa também a emergir uma rede de parceiros que
querem colaborar para promover um país em que todos podem ser
agentes transformadores.
Em parceria com o World Economic Forum, a Schwab Foundation for
Social Entrepreneurship é uma plataforma global que acelera modelos
que se destaquem em termos de inovação social, ajudando a escalar
soluções destinadas a ajudar milhões de pessoas vulneráveis e com
baixos rendimentos em todo o mundo.
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Sugestão de Atividade:
No âmbito dos Projetos Sociais Educativos Galp, o objetivo é
precisamente que os alunos se coloquem no papel de
empreendedores sociais, que identifiquem um problema social e
em conjunto concebam uma solução inovadora e viável. É esse o
desafio que lançamos, e a partir de cada um dos temas expostos
neste Guião, cada grupo de alunos pode desempenhar um papel
muito importante na transformação do paradigma atual e na
transição para um caminho de Desenvolvimento Sustentável.
Fontes de Informação:
https://portugal.ashoka.org/
http://www.pontesubuntu.org/index.php/pt/
http://www.coloradd.net/
https://www.schwabfound.org/