SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
Ano 22 • Setembro–Outubro/2014 • nº 180
Graça e edificação, p. 5
Pessoas que marcaram a nossa história:
Cyrus e Marshlea Dawsey, p. 6 e 7.
Uma linda reflexão de Luiz Carlos Ramos
sobre o dia do idoso, a partir de fatos
da vida de Paulo, sua leitura nos dá ânimo
para a nossa jornada.
Página 3
Bodas de girassol da querida revista
Voz Missionária que completou 85 anos
de existência, momentos de reflexão para
o direcionamento de nossas vidas, leia e
confira.
Página 4
Filipe Maia escreve sobre a Reforma
Protestante, texto reeditado com au-
torização do autor; absolutamente perti-
nente e atual, leia-o e se delicie.
Página 12
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 2
N
ossa agenda do 2º
semestre já está
sendo cumprida.
De todas as ativida-
des propostas uma de-
verá ter atenção espe-
cial – o Bazar de Natal,
que acontecerá no dia
08 de novembro.
A cada ano temos
procurado aprimorar
esta exposição, herança de Maria Amélia Villara,
com novidades, trabalhos cada vez mais bonitos e
bem feitos.
Se o bazar fosse uma empresa, já teria ganho
o selo ISO 9000 e tanto, tal a beleza e primor das
peças ali expostas.
Entretanto, apesar de todo o empenho do
grupo responsável, muitas sócias não se envolvem
como deveriam.
Sabemos que nem todas têm os mesmos dons,
não sabem fazer crochê, costurar, bordar e por isso
não participam. No entanto, estou lançando um
desafio, conclamando todas a se envolverem nessa
empreitada, colaborar com o bazar.
Você pode pedir àquela amiga, vizinha ou pa-
rente super prendada para ajudá-la ou mesmo en-
comendando a alguma artesã e solicitar que faça
algumas peças para você doar para a exposição.
Se cada uma trouxer
vários itens, certamen-
te o volume crescerá
consideravelmente.
Importante: tudo o
que foi doado deverá
ter o nível de excelên-
cia, visto que este é o
patamar já alcançado
nas edições anterio-
res.
Este apelo é extensivo a todas as mulheres da
igreja e acredito que muitas responderão positiva-
mente.
A comissão responsável já está trabalhando a
todo vapor e sabemos que grandes novidades nos
esperam.
Acredito que este pedido terá enorme reper-
cussão entre todas. Se precisarem, procurem-me,
poderei indicar artesãs muito qualificadas que po-
derão ajudá-las nas encomendas que farão.
Nosso desejo é que este bazar seja outra edi-
ção de sucesso e que possamos, mais uma vez,
mostrar aos nossos visitantes, o que somos capa-
zes de fazer, pois cada peça que doamos, vem em-
brulhadas com carinho e muito amor.
Isso faz toda a diferença!
Inayá Toledo Veiga Ometto
P A L A V R A D A
Presidente
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 3
2Tm 4:9-229
Procura vir ter comigo depressa.
10
Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para
Tessalônica; Crescente foi para a Galácia,Tito, para a Dalmácia.
11
Somente Lucas está comigo.Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para
o ministério.
12
Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso.
13
Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como
os livros, especialmente os pergaminhos.
14
Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga
segundo as suas obras.
15
Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras.
16
Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abando-
naram. Que isto não lhes seja posto em conta!
17
Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermé-
dio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e
fui libertado da boca do leão.
18
O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu
reino celestial.A ele, glória pelos séculos dos séculos.Amém!
19
Saúda Prisca, e Áqüila, e a casa de Onesíforo.
20
Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto.
21
Apressa-te a vir antes do inverno. Êubulo te envia saudações; o mesmo fazem
Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos.
22
O Senhor seja com o teu espírito.A graça seja convosco.”
1
Com autorização do autor Luiz Carlos Ramos, texto originalmente publicado no site da Igreja Metodista de Santa Isabel, pregação pelo dia do idoso em 25.09.2007,
Primeira versão em 2004, adap. em 2007, http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=919
Um livro,
uma capa
e um amigo
– Eis tudo que preciso1
O texto que nos inspira neste dia nos fala de um sentimento comum a muitos
de nós e, principalmente, àqueles e àquelas que estão na terceira idade, que, segundo
uma antiga tradição, o grande apóstolo dos gentios estaria experimentando.
Segundo essa tradição, o fim da jornada do apóstolo Paulo estava chegando,
juntamente com um duro inverno. “O prisioneiro sente a solidão pelo abandono ou
desvio de alguns colaboradores e a hostilidade de um conhecido” (nota da Bíblia do
Peregrino). “Esta página contristada e serena, quem sabe a última que o apóstolo
haja ditado, lembra o tema do justo abandonado, tema este que a morte de Jesus na
cruz ilustrara tão cabalmente. Mas assim como para Jesus, esta solidão está povoada
pela presença de Deus” (nota da Bíblia Tradução Ecumênica), bem como pela lem-
brança de fatos marcantes e pela saudade de amigos especiais.
Paulo se preparava para enfrentar um rigoroso inverno: um inverno meteoro-
lógico, um inverno existencial, um inverno afetivo. Para isso, teria escrito a Timóteo,
um amigo querido, pedindo que este lhe trouxesse, o mais rápido possível, o que ele
precisaria para enfrentar esse temível inverno.
Uma das encomendas de Paulo foi... a capa “Quando vieres, traze a capa que
deixei em Trôade, em casa de Carpo.” (v. 13)
Esse Paulo tinha um estilo de vida austero. Não tinha luxos, não gozava de
grandes confortos, nem praticava muitas extravagâncias. Tanto é assim que ele teria
deixado, ou esquecido, um dos seus parcos bens em Trôade. Ora, somente alguém de-
sapegado dos bens materiais deixaria para trás uma capa, um paletó, um sobretudo.
Entretanto, Paulo sabia que, por mais espiritual que fosse, precisava cuidar do
corpo. E, embora já em sua reta final, a missão não poderia ser interrompida prema-
turamente por uma pneumonia irresponsável.
Paulo precisava da sua capa, como nós precisamos do nosso agasalho. O inverno
da nossa vida está aí, mas a missão precisa continuar. Para isso, precisamos nos manter
aquecidos, saudáveis e dispostos. É preciso, portanto, cuidar do corpo, cuidar da saúde.
Mas só a capa não bastava, por isso a outra encomenda de Paulo incluía... os
livros e os pergaminhos “Quando vieres, traze a capa [...], bem como os livros, espe-
cialmente os pergaminhos.” (v. 13)
Paulo foi um grande missionário porque foi um homem estudioso, culto, erudito,
amigo dos livros até nos últimos momentos de sua vida. Leitor compulsivo, conhecia
os clássicos gregos, tanto filósofos quanto poetas. Sabemos também que foi autor de
pena generosa e abundante – 0 que teria sido da teologia cristã, não tivessem Paulo e
seus discípulos nos deixado seu legado por escrito? –. Para enfrentar o rigoroso inver-
no existencial, Paulo abastece sua dispensa com livros, com palavras... não quaisquer
palavras, mas palavras boas, palavras inteligentes, palavras bem-ditas. Já que a cada
dia que passa a nossa jornada se aproxima do seu fim, o que levaremos na bagagem
para enfrentar o nosso próprio inverno existencial? Quem dera, como Paulo, nesse
tempo de reavaliações, tenhamos a chance de lermos bons livros, e nos alimentar-
mos fartamente das palavras sagradas que Deus e os homens, Deus e as mulheres,
plantam nos livros; palavras que se oferecem a nós como pães aromáticos, saborosos
e edificantes. Não há substituto para um bom livro, nem a televisão, nem a Internet.
É preciso cuidar da mente para envelhecermos bem. Não somente porque isso
nos poupa de doenças como o Alzheimer, mas porque é muito mais gostoso viver e
envelhecer de forma inteligente.
Mas, além da capa e dos livros, a encomenda mais importante de Paulo foi... o ami-
go João Marcos“Toma contigo a Marcos e traze-o,pois me é útil para o ministério.”(v.11)
Paulo experimentara muitos tipos de relacionamentos: havia amigos que par-
tiam, tais como Demas, que abandonara a fé e abraçara o mundo (v. 10), havia os que
simplesmente se mudavam, como Crescente e Tito, que estavam morando agora em
Galácia e Dalmácia, respectivamente.
Havia, ainda, os amigos que se tornavam inimigos, como Alexandre, o latoeiro
(v. 14). Desses, Paulo diz que “o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (v.
14); e que deles devemos nos guardar (cf. v. 15).
Mas também havia aqueles como Lucas, que nunca o abandonara; amigo leal,
fiel, constante, sempre presente, nas horas boas e nas horas amargas; aquele que
permanecia quando todos já se tinham ido: “Somente Lucas está comigo” (v. 11).
Mas uma das amizades mais marcantes para Paulo, foi aquela com João Mar-
cos. Quando em viagem para Antioquia da Psídia, João Marcos abandonara Paulo e
seus companheiros, voltando para Jerusalém (cf. At 13.13). Paulo se lembraria desse
abandono, quando Barnabé quis tornar a incluir João Marcos em outra viagem mis-
sionária: “Mas Paulo não era de opinião que se retomasse como companheiro um
homem que os abandonara na Panfília e, portanto não participara do trabalho deles.
Essa discordância se agravou a tal ponto que eles partiram cada qual para seu lado.
Barnabé tomou consigo Marcos e embarcou para Chipre, enquanto Paulo associava
Silas a si e partia...” (At 15.38-40).
O tempo se encarregaria de mostrar a Paulo que ele estava enganado. Nem
sempre um colega que nos decepciona uma vez, está incapacitado para se associar
a nós em outras jornadas. Barnabé que, do alto de sua experiência, podia discernir
isso, possibilitou a Paulo essa importante amizade e deu-lhe o companheiro que o
assistiria nas suas últimas horas.
À medida que o tempo de partir se aproxima, e o inverno aperta, precisamos es-
tar preparados para enfrentá-los: a partida e o inverno. E, por mais que os agasalhos
e os livros nos ajudem, nada pode substituir um amigo.
Nestes tempos de inverno afetivo, em plena primavera meteorológica, devemos
atentar para os cuidados do corpo e os cuidados da mente, mantendo a capa e os
livros sempre à mão, mas, principalmente, não podemos esquecer dos cuidados do
coração, e é para isto que servem os amigos, é para isto que servem as amigas. Como
diz o sábio em seu antigo provérbio: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se
faz o irmão” (Pv 17.17).
Feliz a pessoa que tem um amigo como Lucas e João Marcos para fazer-lhe
companhia nos dias bons e nos dias maus.
Que no inverno das nossas vidas não nos faltem agasalhos, nem livros e muito
menos amigos e amigas.
Feliz dia do Ancião.
Luiz Carlos Ramos
Pastor Metodista e Teólogo. Graduado em Teologia pelo Seminário
Presbiteriano do Sul (1983). Mestre (1996) e Doutor (2005) em Ciên-
cias da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 4
85 ANOS DA
VOZ MISSIONÁRIA
Os 85 anos da Voz Missionária, Jubileu de Giras-
sol, foi comemorado com uma bela programação ela-
borada, com todo carinho, pela agente Cinira César.
Foram feitas diversas leituras, orações e cân-
ticos. Esse momento do louvor foi deveras enrique-
cedor com a presença da pianista e maestrina Su-
zana Cabral, que como sempre, deu um brilho extra
naquela tarde. Naly também fez um belíssimo solo.
Suzana Maia foi muito feliz com a explanação
sobre a flor girassol. No telão foi projetado um clipe
com a música Girassol, de Vinicius de Moraes, na
voz de Jane Duboc, falando sobre a beleza dessa
flor. A seguir, Suzana foi descrevendo a majestade
do Girassol, tendo como fundo imagens diversas
dessa esplendorosa flor e todas as suas inúmeras
propriedades, pois dela são aproveitados tudo, raiz,
caule, folhas, pétalas e sementes, para os mais va-
riados fins. Uma beleza!
Presidente da SMM, aluna da classe Esperança da ED da
CMP.
INAYÁOMETTOINAYÁOMETTO
INAYÁOMETTO
Cinira Cesar
Keila Valente
Nailda recebendo lembraça de Carla
Márcia e Zenaide
voz missionária e aniversariantes
INAYÁOMETTO
INAYÁOMETTO
Susana Maia
INAYÁOMETTO
Vera LígiaZoé Barbosa
INAYÁOMETTOINAYÁOMETTO
INAYÁOMETTO
Zoé fez uma reflexão sobre o texto de
Mateus 6.25 nos desafiando a sermos como o
girassol, que está sempre voltado para o sol. E
nós? Qual o nosso foco? Deus nos dá a direção
e quer que confiemos nEle sempre. Ele é o nos-
so sol e é para Ele que devemos voltar o nosso
olhar, a nossa vida.
A secretária distrital, Keila Valente, também
nos dirigiu algumas palavras de encorajamento.
Um saquinho com sementes de girassol foi
ofertado por Cinira aos presentes. A seguir uma
bela mesa de salgadinhos e um delicioso bolo
(ofertado pela aniversariante Áurea Rodrigues) foi
servido a todos, não sem antes cantarmos para-
béns às aniversariantes dos meses de julho, agos-
to e setembro e para a estrela da festa a querida
Voz Missionária que completava 85 anos.
Inayá Ometto
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 5
A 6ª edição do Sarau da Primavera foi realizada
no último dia 11 de outubro na Catedral. Organizado
pela SMM, o Sarau contou com a participação de vá-
rias sócias e de muitos membros de nossa Igreja, que
apresentaram seus talentos musicais e literários numa
agradável tarde de sábado. Inaya Ometto, presidente
da SMM, agradeceu a acolhida do público e o apoio
dos músicos para o sucesso do evento. A programa-
ção musical contou com clássicos eruditos e músicas
atuais, sem se esquecer do marcante cancioneiro bra-
sileiro. As sopranos Melissa Caiuá e Viviane Santana
interpretaram Barcarolle, dos contos de Hoffmann, do
compositor Offenbach, acompanhadas ao piano pela
maestrina Suzana Cabral, e More Than Words, da ban-
da americana Extreme. Suzana e Melissa repetiram a
dose na ária da ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart,
e Viviane Santana, em par com Alessandra Santana Lo-
pes, sua filha e com a maestrina Vera Cantoni ao piano,
interpretou Pie Jesu, de Andrew Lloyd Webber. A ala
jovem teve vez com Rafael Hussar, acompanhado por sua mãe Sheila ao
piano, apresentando When I was your man, do cantor americano Bruno
Mars. A música popular brasileira foi muito bem representada com a
inesquecível Gente Humilde, de Chico Buarque, Vinicius e Garoto, can-
tada por Maria José Martins, a tia Zezé, e Eliana Cecília
Pinatto. Os violonistas Paulo Caiuá, Walfrides Neves
Martins, o Didi, e Francisco Pacheco Ferraz, por sua vez,
acompanharam alguns dos artistas e apresentaram di-
versas canções. Homenageando Milton Nascimento e o
Boca Livre, o quarteto vocal formado por Paulo Caiuá,
Eduardo Mello, Levi Cachioni e André Lisboa deslum-
brou a todos com a belíssima Ponta de Areia, de Mil-
ton e Fernando Brandt. Paulo Caiuá e seu violão se
juntaram às vozes de Melissa Caiuá e Viviane Santana
em Cruzada, de Tavinho Moura e Marcio Borges, do
Clube da Esquina. De Carole Bayer, Davi Foster,Alberto
Testa e Tony Renis, The Prayer foi cantada por Levy Ca-
chioni e Viviane Santana, com Vera Cantoni ao piano,
que também fez uma apresentação solo, tocando Mi-
nha Terra de Valdemar Henrique. O sarau contou ain-
da com a participação especial do maestro Álvaro dos
Santos, que interpretou ao trompete o célebre “Toque
de Silêncio”, de Nini Rosso.As apresentações musicais
foram intercaladas com declamações
de poesias por Raquel Kobayashi (texto
anônimo sobre o casamento) e Inayá
Ometto (de Luis de Camões). Coroan-
do a festa, os presentes comemoraram
com bolo e refrigerante especialmente
oferecidos pelo casal Melissa e Paulo
Caiuá, a quem a SMM agradece pro-
fundamente pelo apoio, pela dedicação
e pela ampla colaboração para a 6ª edi-
ção do nosso Sarau.
Rosália Toledo Veiga Ometto
Sócia da SMM, editora da Gaivota, professora da classe Voo Livre da ED,
advogada e mestre em Direito (USP). Reportagem contou com a colabora-
ção de Orlando Guimaro Junior.
Inayá Ometto
Suzana Cabral
Viviane, Melissa, Paulo Caiuá, André, Eduardo e Levi
Rafael e Sheila
Alessandra e Viviane Maestro Álvaro
ROSÁLIAOMETTO
ROSÁLIAOMETTOROSÁLIAOMETTO
ROSÁLIAOMETTO
INAYÁOMETTO
Sarau Maria José, Eliane, Didi e Francisco
Raquel Kobayashi Vera Cantoni, Levi e Viviane
ROSÁLIAOMETTO
ROSÁLIAOMETTO
ROSÁLIAOMETTO
ROSÁLIAOMETTO
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 6
Às vezes, evocando paisagens de sua infância na Flórida, ela dizia:
“Estou feliz como um sapo na lagoa”. Em momentos como esses, ele ria.
E, brincando, ganhava asas de passarinho, ou de um “tico-tico no fubá”,
como a criatura de uma das músicas que tocava ao piano.
Em 1970, o casal Cyrus e Marshlea Dawsey chegou a Piracicaba.
Cyrus recebeu uma nomeação para ser o pastor da Igreja Metodista Cen-
tral.Vieram como um casal de missionários. Ficaram até 1979. Depois, a
convite da Igreja, voltaram para mais um ano, em 1987.
Como missionários metodistas, também trabalharam nas igrejas
de Sorocaba (1952-57), São José do Rio Preto (1958-62), Oviedo, Flórida
(1963-65) e Americana (1966-69). Piracicaba se apresentava como um
novo desafio. Ao mesmo tempo, a vinda a essa cidade evocava uma ex-
periência de retorno, como um movimento de remoinho, já que ela fazia
parte das memórias da família de Cyrus.
Foi esta a primeira cidade em que os seus pais moraram quando
vieram ao Brasil, em 1914, como missionários. Aqui os pais aprenderam
a língua portuguesa. Num concílio realizado na Igreja Central, o pai de
Cyrus recebeu a sua primeira nomeação, como pastor para o trabalho em
Capivari. Na Igreja Central ele foi eleito bispo da Igreja Metodista, em
1946. Uma das irmãs de Cyrus, chamada Sarah, nasceu em Piracicaba.
Nesta cidade, em 1948, a sua mãe faleceu e foi sepultada. Na lápide no
Cemitério da Saudade está escrito, “Missionária Metodista”.
Marshlea conhecia essas histórias. Ninguém ficara mais feliz do
que ela quando Cyrus, em 1946, poucos meses depois de haver retorna-
do da guerra, tomara a decisão de se tornar pastor. Brincalhão, ele ar-
remessava travesseiros em Marshlea quando ela se colocava de joelhos
para orar. Certa noite, de forma surpreendente, ele mesmo se ajoelhou.
E disse: “Hoje sou eu que vou orar”. A surpresa foi ainda maior para
ambos quando, repentinamente, no meio da oração, ele disse: “Deus, se
quiser que eu seja um pastor, eu serei!” Foi uma festa.
Em Piracicaba, Cyrus e Marshlea logo começaram a visitar os
membros da Igreja e as pessoas que, mesmo não sendo membros, vie-
ram a conhecer. Assim, ouviam as suas histórias de vida, conheciam os
seus anseios e conversavam sobre a palavra do evangelho.Ao longo dos
nove anos procuraram visitar regularmente as pessoas. Marshlea orga-
nizou um calendário de visitas para que ninguém deixasse de receber,
a cada período, uma visita do pastor. Muitas vezes se depararam com
cenas trágicas e desconcertantes, até mesmo em ruas próximas à igreja,
como a de uma criança que, recusando um punhado de moedas, disse a
Marshlea: “O que eu quero é uma mãe”. Para eles não havia dúvida de
que o que faziam era muito pouco. Mesmo assim, aprendiam e se inspi-
ravam no modo como o amor de Deus se revelava nas vidas das pessoas.
Nos sermões de Cyrus, as histórias de vida ganhavam expressão.A
partir das imagens, dos gestos e das palavras do dia a dia se compunham
os sermões: o “coqueiro torto”, “o abraço”, “o poço”, “o violino desa-
finado”, “se Deus quiser”.... Em suas leituras diárias da Bíblia procurava
ouvir a palavra de Deus. Em uma de suas primeiras visitas em Piracicaba,
a uma casa no sítio, Cyrus viu que, depois de entrar numa estrada estrei-
ta de terra, ainda passou por 13 porteiras, descendo da Kombi vermelha
duas vezes em cada uma delas, antes e depois de passar, para abrir e
fechar as porteiras pelas quais passava. Ao fim da visita, Cyrus já sabia
qual seria o título do sermão do próximo domingo:“as porteiras do céu”.
Acima de tudo, Cyrus e Marshlea se impressionaram com os dons
e a capacidade de liderança das pessoas da Igreja. Muitas delas eram
jovens. Até mesmo sem perguntar, Marshlea logo colocou os nomes de
muitas delas, mulheres ainda moças, no rol da Associação Metodista de
Mulheres (na época, de Senhoras). As mulheres organizaram cultos de
oração, às terças à tarde. Deram início aos trabalhos da AMAS (Associa-
ção Metodista de Ação Social) e do Lar Betel. Sediaram a Conferência de
Mulheres Metodistas. Participaram de congressos metodistas no Brasil e
no exterior. Num dia memorável, ofereceram um almoço para “os meni-
nos de rua”.
Para a alegria de Cyrus, os homens empreenderam a reforma do
templo. Reorganizaram o espaço para a cozinha, o salão de festas e as
classes de escola dominical. Lideraram a campanha para a compra de um
terreno próximo à entrada de São Pedro, com várias pequenas cachoei-
PIRACICABA 1970-1979
ARQUIVOJOHNCDAWSEY
Cyrus e Marshlea década de 1940
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 7
ras, tendo em vista a construção de uma sede para acampamentos de
jovens da 5ª Região da Igreja Metodista no Brasil.Anos depois, em razão
da dificuldade de acesso ao terreno, a igreja o trocou por uma cháca-
ra localizada no bairro Campestre. Assim tornou viável a realização de
acampamentos de jovens da igreja e, também, de trabalhos missionários
em um dos bairros de periferia da cidade.
Cyrus e Marshlea acompanharam os jovens em acampamentos
nas serras e beiras de rio, em caminhadas no Horto Florestal, em visitas
de domingo ao bairro dos Marques, e em jogos de futebol (inclusive na
noite quando o time de futsal da igreja venceu um torneio da cidade).
Os jovens organizaram cultos e festas na igreja. Encenaram peças tea-
trais. Em uma delas, apresentada em fins dos anos 1970, no auditório da
igreja, ainda em tempos de regime militar, se ouviam as dores de parto
de uma Maria piracicabana da Rua do Porto, e uma oração de Jesus no
Getsêmani ao som do “Cálice” de Chico Buarque e Gilberto Gil.
Alguns dos momentos extraordinários vividos pelo casal Dawsey
na Igreja Metodista Central de Piracicaba foram proporcionados pelos
cânticos e hinos da congregação. Mais do que ouvirem as músicas sen-
do tocadas, foram eles tocados pela música. Antes dos sermões, Cyrus
costumava fazer um agradecimento especial pelos dons da música que
se manifestavam com força e graça no Coral William James Koger da
Igreja Central e no Coral Feminino da Sociedade Metodista de Mulheres.
A alegria maior de Marshlea talvez tenha sido o Coral Feminino que ela
organizou no intuito de que as vozes das mulheres em louvor a Deus
ganhassem corpo e expressão. Como não havia partituras para muitas
das músicas, ela mesma fazia os arranjos e ensinava as diferentes vozes
para os membros do coral.
Nos cultos havia sempre a possibilidade do imprevisto. Certa vez,
ao dizer num sermão como Jesus era bom, Cyrus foi surpreendido. Um
senhor bêbado, sentado num dos bancos da frente, reagiu em voz alta:
“Então por que mataram ele?!” No último domingo do casal Dawsey em
Piracicaba, este senhor se tornou membro da igreja.
Tendo em mente como as crianças gostavam de surpreender,
e serem surpreendidas, Marshlea organizou a “hora das crianças”,
que acontecia nos minutos iniciais do culto da noite. Reunindo as
crianças no altar, ao som de uma canção (“chegou, chegou, a hora
já chegou...”), ela contava uma história. Em suas mãos, uma sacola.
Crianças e adultos prestavam atenção na expectativa de saberem o
que sairia da sacola a cada domingo. Certa vez, depois de haver co-
mentado que se deve orar com os ouvidos atentos ao que Deus tem a
nos dizer, ela tirou da sacola um telefone de brinquedo. Em outra oca-
sião, ela contou a história de uma criança que pedira a Deus para que
cuidasse de seu cachorrinho. Ao ouvir o pedido, a mãe teria dito que
Deus precisava que ela, a criança, também ajudasse. Então, da sacola
Marshlea tirou um cachorrinho de verdade, o seu próprio cachorrinho
que se chamava Boneca.
Criaturas variadas chegaram a frequentar os cultos da Igreja
Central de Piracicaba. Certo ano, em época de Natal, Marshlea disse
a uma amiga que precisaria de uma ovelha de verdade para uma
encenação do nascimento de Jesus, com a manjedoura montada no
púlpito da igreja. Em vez de uma, a amiga conseguiu três ovelhas.
Durante o culto, e ao longo do sermão que precedeu a montagem da
cena de manjedoura, a congregação ouvia os berros que vinham dos
porões da igreja: “Béééééééé!” No centro da manjedoura, as figuras
de José e Maria, representadas por um jovem casal da igreja, com
um bebê recém-nascido. Ao lado delas, três crianças vestidas de reis
magos. Depois vinham as ovelhas berrando, guiadas por crianças em
roupas de pastores. Rodeando o púlpito havia crianças com asas de
anjos.
Em 1979, Cyrus e Marshlea se despediram de Piracicaba.A con-
vite da igreja, voltaram por mais um ano, em 1987. Na segunda des-
pedida, Cyrus disse: “Não passará um dia, nos Estados Unidos, que
não estejamos pensando nos irmãos desta Igreja, orando e pedindo
as bênçãos de Deus.” Em uma carta escrita em 2005, Cyrus expressou
novamente, em nome do casal, a sua gratidão a Deus pelos anos
vividos em Piracicaba, comparando a congregação a um anjo que os
abraçou e os amou.
John C. Dawsey
2 DE OUTUBRO DE 2014
MARSHLEA DAWSEY
Cyrus e Marshlea década de 1970
Filho de Cyrus e Marshlea.
Professor titular do Departamento de Antropologia da USP.
VOCÊ É IMPORTANTE
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 8
Raquel Cristina de Oliveira Kobayashi
1 – Sendo casada e com três filhos, cada
um numa fase, conte-nos um pouco da
sua rotina e de como Deus tem lhe dado
provas do seu amor grandioso, ajudando-a
dar conta dessas atribuições.
Como não temos parentes nem auxilio de empre-
gados com a casa, todos acordam cedo e ajudam
em tudo, além de todas as atividades extraordiná-
rias tais como, natação, basquete, tênis de mesa,
teatro, psicopedagoga, inglês, academia, boxe, tê-
nis, conciliando com a escola, com o consultório e
o hospital. Somando a isso auxilio nos cuidados
com o meu pai que está debilitado.Além de prepa-
rar almoço,jantar,auxiliar na lição de casa,estudar
junto com os filhos.Enfim,uma correria,e por tudo
isso não tem como não ver a mão de Deus que está a nos auxiliar em
tudo, dando-nos força e disposição.Assim, só por Ele estamos bem.
2 – Quais são as suas preocupações como mãe para o futuro
de seus filhos? O que a comunidade de fé pode ajudar nessa
caminhada?
A preocupação maior é com a questão de valores do mundo como um
todo e os valores que acreditamos, e sobre como conciliar os valores
da família e da sociedade, pois criamos os filhos para viver em comu-
nidade e não queremos que eles se isolem, mas que façam a diferença
na sociedade. Isso é especialmente complicado na adolescência, pois
naturalmente é difícil fazê-los ver os problemas do mundo, por isso é
que se espera da Igreja, como um todo, que seja uma comunidade de
acolhimento, sem julgamentos, isso trará benefícios enormes a todos,
ao transformar a Igreja num lugar de fortalecimento para a vida, e um
local de confirmação dos grandes ensinamentos de Deus. É preocu-
pante a questão de que as ofertas externas são mais atraentes do que
a Igreja, e somente com a acolhida das pessoas é que os adolescentes
poderão frequentar a Igreja e se fortalecer como pessoas.
3 - Como se sente servindo ao Senhor, sendo professora no
Departamento Infantil da Escola Dominical? Qual é a sua
maior dificuldade para ministrar as aulas dominicais e qual
é a sua recompensa? Dê um testemunho da sua caminhada
como professora.
Trabalhar com crianças é sempre gratificante e divertido, mesmo que
seja cansativo, e temos que ser verdadeiros
sempre, pois a criança percebe tudo. A maior
dificuldade que encontro é com relação com o
tempo para preparar as aulas, pois minha roti-
na é agitada e sinto que haveria necessidade
de uma relação mais próxima com os pais dos
meus alunos para estimular a vinda das crianças
na escola dominical e nem sempre consigo fazer
como gostaria. É preciso estimular os pais para
estejam dispostos a trazer as crianças na Escola
Dominical. Com relação ao testemunho, destaco
um domingo, enquanto as crianças estavam fa-
zendo um desenho como parte da lição e eu es-
tava conversando com a “Vivi”, a professora Vi-
viane, e ela estava meio triste e nesse momento,
oAndré, que como as outras crianças ainda está em processo inicial de
alfabetização, começou a perguntar como se escreviam umas palavras,
e isso não é comum nele, que sempre está a fazer mais desenhos. Mas
ao final era uma oração: “papai do céu muito obrigado pela Viviane”.
Detalhe, ele não perguntou o nome da Vivi, acho que nem sabia di-
reito o nome dela, pois sempre a tratamos pelo apelido. Essa história
para mim é uma demonstração clara de que ele estava sendo usado
por Deus para dizer para todos que a Vivi é importante para nós, foi
muito emocionante. OAndré, como criança que é, não tem a dimensão
de como isso foi importante para nós.
4 – Quais as formas que você encontra para transmitir os
valores cristãos para seus pacientes?
Como eu atendo principalmente crianças, o meu público é a criança e
seus pais. Especialmente os muito novinhos, quando bebês, converso
com os pais sobre a escovação das gengivas e dos dentinhos e sempre
digo que “Deus é muito bom e que faz tudo perfeito”, e explico que
Deus faz crescer primeiro os dentes da frente para que aprendamos a
escovar os dentes, e que os dentes de leite são mais lisos, e por isso é
mais fácil de sair a sujeita, somente depois que a criança está apta a es-
covar direitinho é que nascem os dentes permanentes. Com os maiores
procuro, em todas as conversas dos temas mais diversos, passar meus
valores cristãos, e orientar meus pacientes da melhor maneira possível.
Sócia da SMM, professora da classe Móisés da ED, cirurgiã dentista
com atuação hospitalar e clínica, odontopediatra, mestre (UNICAMP).
ROSÁLIAOMETTO
Fique por dentro
C A N TATA D E
Natal 2014
Por Rosália Ometto
Com o intuito de manter a sócia informada com os acon-
tecimentos que ocorrerão na Igreja, inclusive com a presença das
sócias alunas da Escola Dominical, noticiamos que haverá uma
programação especial no Natal deste ano, com todas as classes
da Escola Dominical envolvidas que farão parte da Cantata de
Natal e com participação especial do Coral J.W. Koger.
A Cantata será no culto matutino do dia 14 de dezembro
de 2014, iniciando às 9h00.A coordenação geral é do prof.Almir
Maia e a coordenação da Cantata é de Darlene B. Schützer. Será
uma programação imperdível, agende, divulgue e traga a família
e os amigos para ver esse belíssimo evento de Natal.
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 9
MEMÓRIAS DASMM
A família Lavoura – Sr. Otávio, Mirce, Vera
Lígia e Edson – veio de Limeira para Piracicaba no
início dos anos 50, quando o Sr. Otávio veio para
trabalhar no Colégio Piracicabano.
A família, de larga tradição evangélica, ime-
diatamente veio para a igreja, tornando-se grande
colaboradora da liderança local. Sr. Otávio sempre
foi o braço direito do pastor, uma vez que era muito
consagrado e um grande evangelista. Ele se doava,
sem limites,para os mais diversos trabalhos da igreja.
Mirce sempre foi sócia muito ativa da SMM
e quando começou a trabalhar no Colégio Piraci-
cabano, não podia mais participar das atividades
da Sociedade à tarde, mas não perdia as reuniões
mensais das 4ªs feiras à noite e todos os eventos
que seu horário de trabalho permitia.
Quando o Sr.Elias de Freitas fazia as famosas feijoadas,vinha ajudá-
-lo e Seu Otávio era encarregado de cortar a couve. Cortava-a tão fininha,
que parecia ter sido cortada à máquina, passando o dia trabalhando.
Por ocasião de concílios, congressos e outras atividades da igreja,
sempre hospedava os participantes de fora, colaborando muito também
na organização dos eventos.
Com seu marido Otávio,ajudou nas tratativas da compra da chácara
“Cyrus Dawsey” e lembra com saudades das tardes em que os homens
iam jogar futebol e ela com outras mulheres ficavam limpando a casa-sede.
Também juntos criaram a JEP, Juventude Evangelista de Piracicaba,
que agregava jovens, através do esporte. Pela dedicação do casal, muitos
jovens vieram para Igreja.
Tem uma linda voz e sempre foi muito so-
licitada a fazer solos em casamentos, o que fazia
brilhantemente. Uma de suas grandes paixões foi
cantar no coral “James W. Koger”, o que fez por
aproximadamente 40 anos.Aposentou-se recente-
mente, a contragosto, por conta de uma dor no
joelho que a impedia de ficar muito tempo en-
saiando e também muito tempo em pé.
Colaborou com o bazar, bordando lindos pa-
nos de prato em ponto cruz, com amor e dedica-
ção, bem como fez parte, durante anos, da “turma
da cozinha”. Quando havia o trabalho dos talen-
tos atuava como “tesoureira”. Passavam o dia na
igreja, trabalhando alegremente.
Foi agente de No Cenáculo por mais de 30
anos, o que a tornou uma das pessoas mais conhecidas e queridas da
Igreja. Muitos a chamam carinhosamente de “Vó”.
Hoje está com 87 anos, frequenta com regularidade as reuniões
de oração. Por limitações físicas, lamenta profundamente não poder fre-
quentar mais os trabalhos da igreja, que é o lugar que mais gosta de vir.
Às mais jovens manda um recado: “Não deixem de frequentar a
SMM e a igreja, pois esse é o melhor lugar do mundo”.
(Depoimento dado no dia 26 de agosto de 2014, 3ª feira, na reu-
nião de oração na Igreja).
Inayá Toledo Veiga Ometto
Presidente da SMM, aluna da classe Esperança da ED.
Mirce Lavoura
INAYÁOMETTO
Meu hino preferido, entre muitos, é o HE 327, “Chuvas de bênçãos”. A letra deste hino já diz tudo.
Chuvas de bênçãos teremos;
É a promessa de Deus;
Tempos benditos trazendo
Chuvas de bênçãos dos céus.
Chuvas de bênçãos,
Chuvas de bênçãos dos céus!
Gotas benditas já temos,
Chuvas rogamos a Deus.
Chuvas de bênçãos teremos
De vida, paz e perdão;
Os pecadores indignos
Graças dos céus obterão.
Chuvas de bênçãos teremos,
Manda-nos já, ó Senhor
Dá-nos o gozo dos frutos
Dos teus ensinos de amor!
Tive uma vida muito difícil e um
casamento cheio de percalços.A doen-
ça de meu marido me consumiu bas-
tante, e, nestas horas, apesar de tudo,
fui muito abençoada com “chuvas e
bênçãos”. Recentemente, meu filho
Robson também adoeceu seriamente e,
mais uma vez, este hino me confortou.
Hoje Robson está curado e só
posso agradecer a Deus por me aju-
dar tanto, cobrindo-me com “gotas
benditas” caídas do céu.
Marta Martins da Silva
Chuvas de bênçãos
Este hino traduz uma esperan-
ça: “chuvas de bênçãos teremos é a
promessa de Deus” e uma petição
“chuvas rogaremos a Deus”.
Sua letra (There shall be showers
of Blessing) foi composta por Daniel
WebsterWhittle (1840-1901), grande
evangelista conhecido como “Major
Whittle”. Ele adotou o pseudônimo
literário de “El Nathan”.
No seu extenso trabalho de mo-
vimentos evangelísticos teve a cola-
boração de vários músicos.
Após a morte trágica de um dos
seus parceiros prediletos, Philip Paul
Bliss, num terrível acidente rodoviá-
rio, associou-se ao músico James
McGranahan (1849-1907), solista e
regente. James tornou-se seu grande
colaborador dirigindo a música em
sua equipe de evangelização. Ele tem
seus hinos publicados na maioria dos
hinários congregacionais. “Chuva de
bênçãos” é de sua autoria.
A tradução da letra de “chu-
vas de bênçãos” é de Salomão Luiz
Ginsburg (1867-1927), judeu nascido
na Polônia, filho de um rabino, que
se converteu ao Evangelho e foi ex-
comungado e renegado pela família.
Trabalhou em Pernambuco, Niterói e
Campos, participou incansavelmente
na organização do trabalho batista
desde a Primeira Convenção Batista
Brasileira em 1901 até a sua morte
em 1927.
Publicou em 1891 o primeiro
“Cantor Christão”com 16 hinos.Ajudou
na ampliação do hinário que, atualmen-
te,em sua última edição,conta com 581
hinos, dos quais 106 são de sua respon-
sabilidade (tradução ou composição ori-
ginal).“Chuvas de bênçãos”foi o seu 1º
hino traduzido para o português.
Quanto trabalho abençoado por
Deus através de um simples hino!
Quanta história linda de cristãos con-
sagrados atrás de um simples hino!
Colaboração de Vera Quintani-
lha Cantoni.1
1
Sócia da SMM, pianista e maestrina.Sócia da SMM
INAYÁOMETTO
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 10
Ostra feliz não faz pérola
A série Resenhas da Gaivota apresenta neste número o livro
Ostra feliz não faz pérola (2ª reimpressão – 2008, Editora
Planeta), de autoria de Rubem Alves, educador, poeta, teólogo, filósofo,
psicanalista, que faleceu em 19 de julho de 2014. Deixou um legado
incomensurável de produção intelectual reunida em dissertações, teses,
publicações, poesias e pensamentos ligados à essência da realidade humana.
O Instituto Rubem Alves é depositário deste legado e continuador da obra de um
dos mais importantes pedagogos brasileiros de todos os tempos.
• 10
mero o livro
2008, Editora
eta, teólogo, filósofo,
Deixou um legado
m dissertações, teses,
ência da realidade humana.
o e continuador da obra de um
dos os tempos.
RESENHA
Participem do projeto da Gaivota em parceria com a ED: Ler faz bem, instrui e edifica.
“Sou místico, vejo milagres nas mais absurdas insignificâncias do cotidiano. O canto de um pássaro não é um milagre?
Uma teia de aranha não é um milagre? Uma concha de caramujo não é um milagre? O assombro mora no visível.
Claro que há pessoas cegas, que não vêem o assombroso que está diante de seus narizes e ficam em busca de aconteci-
mentos sobrenaturais. Pois, para mim, é o natural que é sobrenatural. O sagrado é a tela sobre a qual a vida é tecida.”
Rubem Alves, como ninguém, viveu intensamente. Tinha
uma mente privilegiada, criativa, efervescente, que borbulhava
pensamentos e coisas elementares relacionadas à vida humana,
ao cotidiano das pessoas,à natureza,e deles formulava pérolas em
forma de ensinamentos e conhecimentos. Tinha uma capacidade
indescritível de relacionar tudo que seus sentimentos captavam
sobre a realidade da vida humana.O livro Ostra feliz não faz pérola
é resultado desse turbilhão de ideias que povoavam, sem tréguas,
a vida e a mente deste grande pensador e escritor brasileiro.
Segundo ele, “As idéias aparecem quando querem e não quando
queremos. São como pássaros que, repentinamente, assentam-se
no ombro da gente sem que os tivéssemos chamado”. O “cronista
do cotidiano” Rubem Alves anotava e colecionava essas ideias,
planejando que, no futuro, esses ”pássaros” se transformassem
em textos mais elaborados e publicados. Entretanto, segundo ele
mesmo: “Enganei-me. Os pássaros chegam velozes, sem parar.
E o tempo era curto para transformá-los em textos.” Assim, ele
decidiu que “[...] soltaria os meus pássaros do jeito mesmo como
me haviam chegado, simples e curtos”. O resultado tornou-se um
grande sucesso do autor ao reunir em um livro os “pássaros”,
uma de suas mais conhecidas obras. Ostra feliz não faz pérola
reúne uma passarada – cerca de 380 reflexões agrupadas em
onze títulos sobre questões relacionadas à vida como: amor,
beleza, crianças, educação, natureza, política, saúde mental,
religião, velhice, morte. Os textos seguem o estilo inconfundível de
Rubem Alves, de leveza, sensibilidade e densidade. A cada frase,
uma lição, uma pérola preciosa de sabedoria e orientação para
a vida ... Por fim, o título do livro tem um significado existencial
profundo. É o primeiro “pássaro” do Caleidoscópio, no início do
livro.A leitura desta primeira pérola é um estimulante convite para
o(a) leitor(a) começar e não parar. Boa leitura!
Almir de Souza Maia,
outubro de 2014.
Coordenador da ED da CMP, educador, ex-reitor da Unimep, coordenador
do CDP – Centro de Documentação e Pesquisa.
“A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer”. Quando me deparei com o título
do livro fiquei imaginando o que encontraria em seu conteúdo. Pensei: Será que o autor quer dizer que temos que sofrer para termos
o direito a ser felizes? Mas, ao me deparar com a explicação sobre isso achei muito interessante: “pessoas felizes não sentem a
necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor, não é preciso que seja uma dor doída... ” ,
e finaliza:“este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi.” Então deduzi que podemos
transformar em pérolas as situações difíceis ou coisas que nos machucam durante a nossa caminhada.
O livro é de uma leitura gostosa, de linguagem muito simples, me identifiquei muito com os textos, pois narram situações
concretas, vividas ou idealizadas por muitos que já possuem um pouco de experiência de vida.
Ler este livro me fez lembrar a minha infância feliz e de muitos outros episódios na minha vida aos quais muitas vezes não
obtive respostas, ele me fez recordar e entender porque muitas coisas acontecem nas nossas vidas ou porque não acontecem. En-
quanto lia, me peguei muitas vezes rindo ou afirmando “é isso mesmo” ou também “não concordo”.
Você pode até não concordar com algumas coisas que o autor escreve, mas certamente se deparará com muitas coisas as
quais irá se identificar e fazê-lo refletir.
Eliane Klesener de Oliveira
Sócia da SMM, aluna da Classe Alternativa, ex-professora de Ministério infantil, advogada.
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 11
O dia da Escola Dominical foi comemorado no culto matutino
do dia 24 de setembro. Um belo e bem elaborado programa
foi feito pelo coordenador da ED, Almir Maia, e sua equipe. A
participação das crianças, num alegre momento, foi o ponto
alto. No final toda a congregação formou um grande círculo e
de mãos dadas cantou entusiasmados a canção: “Vem pra ro-
da você também!”.A festiva manhã culminou com o “Almoço
da Primavera”, que contou com a adesão de grande parte da
igreja. Parabéns a toda equipe, pela bela programação e por
nos proporcionar tão alegres momentos.
Você já acertou sua mensalidade? Saiba que esta é uma de
nossas responsabilidades, enquanto sócias da SMM. Procure a
tesoureira Silvia Rolim. O valor é de R$ 7,00 mensais.
Nossos cumprimentos às professoras do departamento primá-
rio, em especial à coordenadora Sheila, pela feliz iniciativa da
organizarem o 1º acampadentro na igreja. Aproximadamente
24 crianças mais algumas mães participaram da inédita ativi-
dade. Foram momentos únicos de congraçamento, de estrei-
tamento de laços fraternos e comunhão. Esperamos que este
seja o primeiro de muitos outros. Parabéns a toda equipe!
Ficamos imensamente felizes com o maravilhoso presente que
nos foi ofertado pela família Nascimento – um magnífico pia-
no.Acalentávamos ter um piano naquele espaço, pois, quando
fizemos o último sarau, sentimos a falta que fazia um piano
ali. E ele chegou às vésperas da 6º Sarau da Primavera. Iremos
estreá-lo com toda pompa nesta ocasião. Obrigada a todos
vocês, especialmente à Sarah pela generosidade do belíssimo
presente.
Lamentamos o falecimento de Áurea Alves de Morais no dia
16 de setembro. Áurea foi sócia da SMM e participou ativa-
mente do Coral Marshlea Dawsey enquanto ele estava em
atividade. Cantou durante muitos anos também no Coral Ja-
mes W. Koger. Era dona de uma lindíssima voz. Aos familiares
enlutados o nosso pesar e o desejo que Deus os console neste
doloroso momento.
Nosso Bazar de Natal está chegando, contamos com sua par-
ticipação. Convide e tragam suas amigas, será no dia 8 de
novembro.
A sócia Rinalva C.Silva lançou o terceiro volume do livreto“Re-
fletindo” no dia 07 de outubro durante a reunião de oração,
com a renda destinada (como seu talento) à SMM. Na ocasião,
delicadamente, presenteou o Rev. Tarcísio e a Presidente da
SMM com um exemplar contendo uma bela dedicatória. Após
a reunião houve um momento para que a autora autografasse
os exemplares que eram adquiridos pelas sócias. Em tempo:
esse livro de reflexões encontra-se a venda por R$ 10,00 e po-
de ser adquirido com a Silvia ou com a Késia.Aproveite-o para
presentear, pois é um meio de evangelização muito poderoso
e eficaz, além de ser uma deliciosa leitura.
A SMM visitou a creche da Amas no dia 09 de outubro. Fomos
recebidos pela assistente social Ana Maria Rossi e professo-
ras. O pastor Artêmio com seu violão ensinou diversos cânticos
para as crianças que acompanharam com muito entusiasmo.
Convidamos a contadora de histórias Grace de Almeida para
o momento especial, a história. O tema foi sobre duas zebras
muito diferentes. Os pequenos foram cativados pelo seu jei-
to muito especial. Uma beleza! Oferecemos um saquinho de
guloseimas que foi recebido com muita alegria, animação e
euforia.A diretoria nos ofereceu um delicioso suco e um mara-
vilhoso bolo. Foi uma tarde incrível!
Por Inayá Ometto
INAYÁOMETTO
ALMIRMAIA
INAYÁOMETTO
Maria Silvia, Ana Cláudia, Nicéia, Raquel, Rosália, Sheila, Luciana, Hellen, Viviane e Regina
Ione e Sílvia recebendo os autógrafos de Rinalva
Grace de Almeida
GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 12
REFORMA PROTESTANTE:
IGREJA REFORMADA SEMPRE REFORMANDO1
.
Na época da publicação original (2008) era Pastor Acadêmico e hoje
é bacharel em teologia pela Universidade Metodista de São Paulo,
mestre em teologia pela Southern Methodist University (Dallas, TX,
EUA) e doutorando em teologia pela Harvard Divinity School (Cam-
bridge, MA, EUA).
Vem chegando o mês de outubro
e, com ele, o tempo das celebrações da
Reforma Protestante. A data remota ao
dia 31 de outubro de 1517 quando Mar-
tinho Lutero pregou nas portas da Ca-
tedral de Wittenberg na Alemanha suas
“95 teses contra as indulgências”. O ato
ficou marcado como um marco simbóli-
co de um grande movimento reformador
que afetaria o mundo de forma decisiva
e, particularmente, mudaria os rumos da
Igreja cristã para sempre.
Hoje, ao olhar este ato somos nor-
malmente levados a pensá-lo como um
ato isolado de onde estava condensado
todo um pensamento prévio de Lutero
com relação aos princípios da fé protes-
tante. Não foi bem assim.
Em primeiro lugar, ideais refor-
madas já estavam presentes em di-
versos setores da Igreja cristã desde
o século XIV, mais de cem anos antes
de Lutero. Grandes teólogos com João
Huss e João Wycliffe já questionavam,
por exemplo, a autoridade papal e fo-
ram figuras importantes para a Refor-
ma Protestante que viria nos séculos
seguintes. Por falta de apoio político,
estes movimentos foram reprimidos e seus representantes foram
condenados à fogueira, como no caso de Huss.
Em segundo lugar, as célebres 95 teses luteranas não tinham
outra intenção, a não ser chamar atenção da Igreja contra a ven-
da das indulgências que eram vendidas por toda parte como forma
de arrecadas fundos para construção da Basílica de São Pedro, em
Roma. Ao escrevê-las, Lutero muito provavelmente tinha em mente
o trabalho de João Tetzel, responsável pelas vendas das indulgên-
cias na Alemanha central. São deles expressões apelativas do tipo:
“estas indulgências poderão fazer do pecador mais limpo que Adão
antes de cair”.
O movimento que se seguiu, sem dúvida, estava muito além das
expectativas de Lutero. Em pouco tempo, suas teses eram conhecidas
por boa parte do continente europeu, uma vez que a Imprensa recém
criada agilizava o processo de reprodução de textos. Assim, na mes-
ma proporção que eram divulgadas, começaram a causar incômodo em
pessoas de alto poder na Igreja, como o próprio papa. Em 1520 Lutero
recebe sua carta de excomunhão da Igreja e, num ato que fica reconhe-
cido como a ruptura definitiva do movimento reformador com a Igreja
romana, rasga a carta e a lança ao fogo.
A partir de então, o movimento ganha novos rumos e uma di-
versidade muito grande. Aliás, eis aí outro equívoco que podemos cair
ao refletir nas celebrações do dia da Reforma: o de imaginar o movi-
mento como algo homogêneo. Pelo contrário, a Reforma teve muitas
faces, muitas características diversas e, sobretudo, respostas diferen-
tes em diferentes ambientes. Em Genebra, por exemplo, desenvolveu-
se o pensamento de João Calvino; na Suíça, a movimentação acon-
tece sob a liderança de Ulrich Zwínglio,
enquanto, por diversas partes se deu o
movimento da chamada “reforma ra-
dical”, fortemente atacada tanto por
católicos, quanto por protestantes. Na
Inglaterra a movimentação também foi
intensa e culminou com a formação da
Igreja Anglicana sob o comando do rei
Henrique VIII.
Neste emaranhado plural de mo-
vimentos reformadores se escondem
princípios básicos estabelecidos pela Re-
forma. Apenas para lembramos dos três
maiores: somente a fé, somente a gra-
ça, somente as escrituras. Isto é, a vida
cristã com Deus não é um caminho sob
a lógica do merecimento, da troca e da
barganha. Não existem indulgências que
possam ser compradas ou vendidas que
garantam à pessoa sua salvação. Toda
forma de relação com Deus é gratuita,
mediada pela fé que age no mundo em
direção ao encontro com Deus.
No fundo, pessoas historicamente
consagradas como Lutero, Calvino, Zwín-
glio e outros reformadores que celebra-
mos nos meses de outubro, estavam em
busca de algo simples: uma forma de se
buscar e se relacionar com um Deus amoroso, gracioso.Todos buscavam
plantar sua fé no solo da graça e crer num Deus que ama em primeiro
lugar, que ama e salva apesar das circunstâncias. Lutero, no tempo de
sua perseguição mais aguda, refugiou-se nesta fé e cantou:
Se temos de perder
Família, bens, prazer
Se tudo se acabar
E a morte, então, chegar
Com ele reinaremos!
Creio que a fé cantada na Reforma permaneceu viva pois o Es-
pírito de Deus foi o motivador deste movimento que trouxe vigor novo
a todas as pessoas cristãs. Por sinal, um outro lema famoso do período
reformador foi justamente este de manter viva dinâmica reformadora
da Igreja. O grande lema de Lutero era, neste sentido: Igreja reformada,
sempre reformando.
Quiçá seja este nosso desejo ao celebrarmos mais este aniversá-
rio da Reforma Protestante!
Filipe Maia

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...
D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...
D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...Natallie Alcantara
 
Balada da União Set 2014
Balada da União Set 2014Balada da União Set 2014
Balada da União Set 2014Lili Nabais
 
Balada da união abril.maio.13
Balada da união abril.maio.13Balada da união abril.maio.13
Balada da união abril.maio.13Lili Nabais
 
Voz da Paróquia - Setembro 2013
Voz da Paróquia - Setembro 2013Voz da Paróquia - Setembro 2013
Voz da Paróquia - Setembro 2013jesmioma
 
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_por
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_porCentenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_por
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_porMaike Loes
 
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil pe. joão rocha
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil   pe. joão rochaOs primeiros missionários servos dos pobres no brasil   pe. joão rocha
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil pe. joão rochaGleison Servo
 
Livro alem das fronteiras pr marcio valadao
Livro alem das fronteiras   pr marcio valadaoLivro alem das fronteiras   pr marcio valadao
Livro alem das fronteiras pr marcio valadaodudu1978
 
A crucificação de felipe strong
A crucificação de felipe strongA crucificação de felipe strong
A crucificação de felipe strongJose Mendes
 
Balada junho/julho de 2013
Balada junho/julho de 2013Balada junho/julho de 2013
Balada junho/julho de 2013Lili Nabais
 

Mais procurados (19)

D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...
D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...
D. macedo costa, o sagrado e o profano na conduta das mulheres na Belém da Be...
 
Revista web
Revista webRevista web
Revista web
 
Espiral 21 22
Espiral 21 22Espiral 21 22
Espiral 21 22
 
Espiral 39 40
Espiral 39 40Espiral 39 40
Espiral 39 40
 
Balada da União Set 2014
Balada da União Set 2014Balada da União Set 2014
Balada da União Set 2014
 
Balada da união abril.maio.13
Balada da união abril.maio.13Balada da união abril.maio.13
Balada da união abril.maio.13
 
Espiral 57
Espiral 57Espiral 57
Espiral 57
 
Voz da Paróquia - Setembro 2013
Voz da Paróquia - Setembro 2013Voz da Paróquia - Setembro 2013
Voz da Paróquia - Setembro 2013
 
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_por
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_porCentenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_por
Centenario di Sr Angela Vallese 1914-2014_por
 
Espiral 59
Espiral 59Espiral 59
Espiral 59
 
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil pe. joão rocha
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil   pe. joão rochaOs primeiros missionários servos dos pobres no brasil   pe. joão rocha
Os primeiros missionários servos dos pobres no brasil pe. joão rocha
 
Balada uniao ABRIL/MAIO/JUNHO 2014
Balada uniao ABRIL/MAIO/JUNHO 2014Balada uniao ABRIL/MAIO/JUNHO 2014
Balada uniao ABRIL/MAIO/JUNHO 2014
 
Espiral 34
Espiral 34Espiral 34
Espiral 34
 
Depois de uma tragedia
Depois de uma tragediaDepois de uma tragedia
Depois de uma tragedia
 
Espiral 25
Espiral 25Espiral 25
Espiral 25
 
Livro alem das fronteiras pr marcio valadao
Livro alem das fronteiras   pr marcio valadaoLivro alem das fronteiras   pr marcio valadao
Livro alem das fronteiras pr marcio valadao
 
A crucificação de felipe strong
A crucificação de felipe strongA crucificação de felipe strong
A crucificação de felipe strong
 
Espiral 18
Espiral 18Espiral 18
Espiral 18
 
Balada junho/julho de 2013
Balada junho/julho de 2013Balada junho/julho de 2013
Balada junho/julho de 2013
 

Semelhante a Gaivota 180 web

Santo afonso-de-ligorio-a-selva
Santo afonso-de-ligorio-a-selvaSanto afonso-de-ligorio-a-selva
Santo afonso-de-ligorio-a-selvaWarley Costa
 
Chama do carmo_209
Chama do carmo_209Chama do carmo_209
Chama do carmo_209Frei João
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natal
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natalAGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natal
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natalRoberto Rabat Chame
 
Chama do carmo_210
Chama do carmo_210Chama do carmo_210
Chama do carmo_210Frei João
 
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021Manoel Lopes
 
Ferreiro de bosque grande j.r.r. tolkien
Ferreiro de bosque grande   j.r.r. tolkienFerreiro de bosque grande   j.r.r. tolkien
Ferreiro de bosque grande j.r.r. tolkienplanetalanudi
 
16 e a-vida_continua-1968
16 e a-vida_continua-196816 e a-vida_continua-1968
16 e a-vida_continua-1968paulasa pin
 
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 por
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 porMessaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 por
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 porMaike Loes
 
O Maior Presente de Natal
O Maior Presente de Natal O Maior Presente de Natal
O Maior Presente de Natal Ricardo Azevedo
 
Umamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trechoUmamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trechoJosykanind
 
Chama do Carmo_179
Chama do Carmo_179Chama do Carmo_179
Chama do Carmo_179Frei João
 
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350Folha Dominical - 05.12.10 Nº350
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350Comunidades Vivas
 
Contato - Nosso Jesus.pdf
Contato - Nosso Jesus.pdfContato - Nosso Jesus.pdf
Contato - Nosso Jesus.pdfSpiritualibrary
 

Semelhante a Gaivota 180 web (20)

Santo afonso-de-ligorio-a-selva
Santo afonso-de-ligorio-a-selvaSanto afonso-de-ligorio-a-selva
Santo afonso-de-ligorio-a-selva
 
Chama do carmo_209
Chama do carmo_209Chama do carmo_209
Chama do carmo_209
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natal
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natalAGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natal
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 603 an 21 dezembro.edição natal
 
Chama do carmo_210
Chama do carmo_210Chama do carmo_210
Chama do carmo_210
 
Espiral 69
Espiral 69Espiral 69
Espiral 69
 
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021
Revista Umbanda – Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde – Nº 25 de 01/2021
 
Ferreiro de bosque grande j.r.r. tolkien
Ferreiro de bosque grande   j.r.r. tolkienFerreiro de bosque grande   j.r.r. tolkien
Ferreiro de bosque grande j.r.r. tolkien
 
16 e a-vida_continua-1968
16 e a-vida_continua-196816 e a-vida_continua-1968
16 e a-vida_continua-1968
 
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 por
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 porMessaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 por
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 dicembre 2020 por
 
E a vida continua
E a vida continuaE a vida continua
E a vida continua
 
Despojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9diaDespojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9dia
 
Despojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédiaDespojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédia
 
Chama 197
Chama 197Chama 197
Chama 197
 
O Maior Presente de Natal
O Maior Presente de Natal O Maior Presente de Natal
O Maior Presente de Natal
 
Umamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trechoUmamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trecho
 
Chama do Carmo_179
Chama do Carmo_179Chama do Carmo_179
Chama do Carmo_179
 
Jornal outubro 2014
Jornal outubro 2014Jornal outubro 2014
Jornal outubro 2014
 
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350Folha Dominical - 05.12.10 Nº350
Folha Dominical - 05.12.10 Nº350
 
Contato - Nosso Jesus.pdf
Contato - Nosso Jesus.pdfContato - Nosso Jesus.pdf
Contato - Nosso Jesus.pdf
 
Pedra Por Pedra
 Pedra Por Pedra Pedra Por Pedra
Pedra Por Pedra
 

Mais de Rosalia Ometto

Desafios e Oportunidades LGPD | OAB Cantanduva
Desafios e Oportunidades LGPD | OAB CantanduvaDesafios e Oportunidades LGPD | OAB Cantanduva
Desafios e Oportunidades LGPD | OAB CantanduvaRosalia Ometto
 
Dicas básicas LGPD sem juridiquês
Dicas básicas LGPD sem juridiquês Dicas básicas LGPD sem juridiquês
Dicas básicas LGPD sem juridiquês Rosalia Ometto
 
LGPD Implementando no seu Escritorio
LGPD Implementando no seu EscritorioLGPD Implementando no seu Escritorio
LGPD Implementando no seu EscritorioRosalia Ometto
 
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB Guarulhos
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB GuarulhosDocumentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB Guarulhos
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB GuarulhosRosalia Ometto
 
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados PessoaisDicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados PessoaisRosalia Ometto
 
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521Rosalia Ometto
 
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/Paraíba
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/ParaíbaLGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/Paraíba
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/ParaíbaRosalia Ometto
 
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020Rosalia Ometto
 
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPD
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPDLei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPD
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPDRosalia Ometto
 
Adolescente: Direito de Escolha
Adolescente: Direito de EscolhaAdolescente: Direito de Escolha
Adolescente: Direito de EscolhaRosalia Ometto
 
Assédio no ambiente de trabalho
Assédio no ambiente de trabalhoAssédio no ambiente de trabalho
Assédio no ambiente de trabalhoRosalia Ometto
 
Ser Mulher: direitos e escolhas
Ser Mulher: direitos e escolhasSer Mulher: direitos e escolhas
Ser Mulher: direitos e escolhasRosalia Ometto
 
Paciênte com câncer: direitos e escolhas.
Paciênte com câncer: direitos e escolhas. Paciênte com câncer: direitos e escolhas.
Paciênte com câncer: direitos e escolhas. Rosalia Ometto
 
Palestra Ser Mulher: Direitos e Escolhas
Palestra Ser Mulher: Direitos e EscolhasPalestra Ser Mulher: Direitos e Escolhas
Palestra Ser Mulher: Direitos e EscolhasRosalia Ometto
 
Paciênte com câncer: direitos e escolhas
Paciênte com câncer: direitos e escolhasPaciênte com câncer: direitos e escolhas
Paciênte com câncer: direitos e escolhasRosalia Ometto
 
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha Rosalia Ometto
 
Assédio Moral e Direito de Escolha
Assédio Moral e Direito de EscolhaAssédio Moral e Direito de Escolha
Assédio Moral e Direito de EscolhaRosalia Ometto
 
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...Rosalia Ometto
 
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07Rosalia Ometto
 
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513Rosalia Ometto
 

Mais de Rosalia Ometto (20)

Desafios e Oportunidades LGPD | OAB Cantanduva
Desafios e Oportunidades LGPD | OAB CantanduvaDesafios e Oportunidades LGPD | OAB Cantanduva
Desafios e Oportunidades LGPD | OAB Cantanduva
 
Dicas básicas LGPD sem juridiquês
Dicas básicas LGPD sem juridiquês Dicas básicas LGPD sem juridiquês
Dicas básicas LGPD sem juridiquês
 
LGPD Implementando no seu Escritorio
LGPD Implementando no seu EscritorioLGPD Implementando no seu Escritorio
LGPD Implementando no seu Escritorio
 
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB Guarulhos
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB GuarulhosDocumentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB Guarulhos
Documentos Essenciais para Profissionais da Saúde OAB Guarulhos
 
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados PessoaisDicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
Dicas básicas sobre LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
 
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521
LGPD na área de Saúde | Unama Belém PA | 260521
 
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/Paraíba
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/ParaíbaLGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/Paraíba
LGPD na Saúde | Comissão de Direito Médico e da Saúde OAB/Paraíba
 
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020
Dicas LGPD Ometto Advocacia Setembro 2020
 
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPD
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPDLei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPD
Lei Geral de Proteção de Dados - Dicas básicas para compreender a LGPD
 
Adolescente: Direito de Escolha
Adolescente: Direito de EscolhaAdolescente: Direito de Escolha
Adolescente: Direito de Escolha
 
Assédio no ambiente de trabalho
Assédio no ambiente de trabalhoAssédio no ambiente de trabalho
Assédio no ambiente de trabalho
 
Ser Mulher: direitos e escolhas
Ser Mulher: direitos e escolhasSer Mulher: direitos e escolhas
Ser Mulher: direitos e escolhas
 
Paciênte com câncer: direitos e escolhas.
Paciênte com câncer: direitos e escolhas. Paciênte com câncer: direitos e escolhas.
Paciênte com câncer: direitos e escolhas.
 
Palestra Ser Mulher: Direitos e Escolhas
Palestra Ser Mulher: Direitos e EscolhasPalestra Ser Mulher: Direitos e Escolhas
Palestra Ser Mulher: Direitos e Escolhas
 
Paciênte com câncer: direitos e escolhas
Paciênte com câncer: direitos e escolhasPaciênte com câncer: direitos e escolhas
Paciênte com câncer: direitos e escolhas
 
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha
Palestra CLQ Adolescente: direito de escolha
 
Assédio Moral e Direito de Escolha
Assédio Moral e Direito de EscolhaAssédio Moral e Direito de Escolha
Assédio Moral e Direito de Escolha
 
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...
Responsabilidade civil do médico: aspectos jurídicos e práticos. OAB Salto 02...
 
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07
Palestra Responsabilidade civil do cardiologista intervencionista 20.06.07
 
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513
Aula Estrutura da Saúde no Brasil EPD 250513
 

Último

EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide SilvaVivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide SilvaSammis Reachers
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
o cristão e as finanças a luz da bíblia .
o cristão e as finanças a luz da bíblia .o cristão e as finanças a luz da bíblia .
o cristão e as finanças a luz da bíblia .Steffany69
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptx
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptxCópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptx
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptxLennySilva15
 

Último (14)

Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide SilvaVivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
o cristão e as finanças a luz da bíblia .
o cristão e as finanças a luz da bíblia .o cristão e as finanças a luz da bíblia .
o cristão e as finanças a luz da bíblia .
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptx
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptxCópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptx
Cópia de Ideais - Desbravadores e Aventureiros.pdf.pptx
 

Gaivota 180 web

  • 1. Ano 22 • Setembro–Outubro/2014 • nº 180 Graça e edificação, p. 5 Pessoas que marcaram a nossa história: Cyrus e Marshlea Dawsey, p. 6 e 7. Uma linda reflexão de Luiz Carlos Ramos sobre o dia do idoso, a partir de fatos da vida de Paulo, sua leitura nos dá ânimo para a nossa jornada. Página 3 Bodas de girassol da querida revista Voz Missionária que completou 85 anos de existência, momentos de reflexão para o direcionamento de nossas vidas, leia e confira. Página 4 Filipe Maia escreve sobre a Reforma Protestante, texto reeditado com au- torização do autor; absolutamente perti- nente e atual, leia-o e se delicie. Página 12
  • 2. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 2 N ossa agenda do 2º semestre já está sendo cumprida. De todas as ativida- des propostas uma de- verá ter atenção espe- cial – o Bazar de Natal, que acontecerá no dia 08 de novembro. A cada ano temos procurado aprimorar esta exposição, herança de Maria Amélia Villara, com novidades, trabalhos cada vez mais bonitos e bem feitos. Se o bazar fosse uma empresa, já teria ganho o selo ISO 9000 e tanto, tal a beleza e primor das peças ali expostas. Entretanto, apesar de todo o empenho do grupo responsável, muitas sócias não se envolvem como deveriam. Sabemos que nem todas têm os mesmos dons, não sabem fazer crochê, costurar, bordar e por isso não participam. No entanto, estou lançando um desafio, conclamando todas a se envolverem nessa empreitada, colaborar com o bazar. Você pode pedir àquela amiga, vizinha ou pa- rente super prendada para ajudá-la ou mesmo en- comendando a alguma artesã e solicitar que faça algumas peças para você doar para a exposição. Se cada uma trouxer vários itens, certamen- te o volume crescerá consideravelmente. Importante: tudo o que foi doado deverá ter o nível de excelên- cia, visto que este é o patamar já alcançado nas edições anterio- res. Este apelo é extensivo a todas as mulheres da igreja e acredito que muitas responderão positiva- mente. A comissão responsável já está trabalhando a todo vapor e sabemos que grandes novidades nos esperam. Acredito que este pedido terá enorme reper- cussão entre todas. Se precisarem, procurem-me, poderei indicar artesãs muito qualificadas que po- derão ajudá-las nas encomendas que farão. Nosso desejo é que este bazar seja outra edi- ção de sucesso e que possamos, mais uma vez, mostrar aos nossos visitantes, o que somos capa- zes de fazer, pois cada peça que doamos, vem em- brulhadas com carinho e muito amor. Isso faz toda a diferença! Inayá Toledo Veiga Ometto P A L A V R A D A Presidente
  • 3. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 3 2Tm 4:9-229 Procura vir ter comigo depressa. 10 Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia,Tito, para a Dalmácia. 11 Somente Lucas está comigo.Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério. 12 Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso. 13 Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos. 14 Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. 15 Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras. 16 Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abando- naram. Que isto não lhes seja posto em conta! 17 Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermé- dio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. 18 O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial.A ele, glória pelos séculos dos séculos.Amém! 19 Saúda Prisca, e Áqüila, e a casa de Onesíforo. 20 Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto. 21 Apressa-te a vir antes do inverno. Êubulo te envia saudações; o mesmo fazem Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos. 22 O Senhor seja com o teu espírito.A graça seja convosco.” 1 Com autorização do autor Luiz Carlos Ramos, texto originalmente publicado no site da Igreja Metodista de Santa Isabel, pregação pelo dia do idoso em 25.09.2007, Primeira versão em 2004, adap. em 2007, http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=919 Um livro, uma capa e um amigo – Eis tudo que preciso1 O texto que nos inspira neste dia nos fala de um sentimento comum a muitos de nós e, principalmente, àqueles e àquelas que estão na terceira idade, que, segundo uma antiga tradição, o grande apóstolo dos gentios estaria experimentando. Segundo essa tradição, o fim da jornada do apóstolo Paulo estava chegando, juntamente com um duro inverno. “O prisioneiro sente a solidão pelo abandono ou desvio de alguns colaboradores e a hostilidade de um conhecido” (nota da Bíblia do Peregrino). “Esta página contristada e serena, quem sabe a última que o apóstolo haja ditado, lembra o tema do justo abandonado, tema este que a morte de Jesus na cruz ilustrara tão cabalmente. Mas assim como para Jesus, esta solidão está povoada pela presença de Deus” (nota da Bíblia Tradução Ecumênica), bem como pela lem- brança de fatos marcantes e pela saudade de amigos especiais. Paulo se preparava para enfrentar um rigoroso inverno: um inverno meteoro- lógico, um inverno existencial, um inverno afetivo. Para isso, teria escrito a Timóteo, um amigo querido, pedindo que este lhe trouxesse, o mais rápido possível, o que ele precisaria para enfrentar esse temível inverno. Uma das encomendas de Paulo foi... a capa “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo.” (v. 13) Esse Paulo tinha um estilo de vida austero. Não tinha luxos, não gozava de grandes confortos, nem praticava muitas extravagâncias. Tanto é assim que ele teria deixado, ou esquecido, um dos seus parcos bens em Trôade. Ora, somente alguém de- sapegado dos bens materiais deixaria para trás uma capa, um paletó, um sobretudo. Entretanto, Paulo sabia que, por mais espiritual que fosse, precisava cuidar do corpo. E, embora já em sua reta final, a missão não poderia ser interrompida prema- turamente por uma pneumonia irresponsável. Paulo precisava da sua capa, como nós precisamos do nosso agasalho. O inverno da nossa vida está aí, mas a missão precisa continuar. Para isso, precisamos nos manter aquecidos, saudáveis e dispostos. É preciso, portanto, cuidar do corpo, cuidar da saúde. Mas só a capa não bastava, por isso a outra encomenda de Paulo incluía... os livros e os pergaminhos “Quando vieres, traze a capa [...], bem como os livros, espe- cialmente os pergaminhos.” (v. 13) Paulo foi um grande missionário porque foi um homem estudioso, culto, erudito, amigo dos livros até nos últimos momentos de sua vida. Leitor compulsivo, conhecia os clássicos gregos, tanto filósofos quanto poetas. Sabemos também que foi autor de pena generosa e abundante – 0 que teria sido da teologia cristã, não tivessem Paulo e seus discípulos nos deixado seu legado por escrito? –. Para enfrentar o rigoroso inver- no existencial, Paulo abastece sua dispensa com livros, com palavras... não quaisquer palavras, mas palavras boas, palavras inteligentes, palavras bem-ditas. Já que a cada dia que passa a nossa jornada se aproxima do seu fim, o que levaremos na bagagem para enfrentar o nosso próprio inverno existencial? Quem dera, como Paulo, nesse tempo de reavaliações, tenhamos a chance de lermos bons livros, e nos alimentar- mos fartamente das palavras sagradas que Deus e os homens, Deus e as mulheres, plantam nos livros; palavras que se oferecem a nós como pães aromáticos, saborosos e edificantes. Não há substituto para um bom livro, nem a televisão, nem a Internet. É preciso cuidar da mente para envelhecermos bem. Não somente porque isso nos poupa de doenças como o Alzheimer, mas porque é muito mais gostoso viver e envelhecer de forma inteligente. Mas, além da capa e dos livros, a encomenda mais importante de Paulo foi... o ami- go João Marcos“Toma contigo a Marcos e traze-o,pois me é útil para o ministério.”(v.11) Paulo experimentara muitos tipos de relacionamentos: havia amigos que par- tiam, tais como Demas, que abandonara a fé e abraçara o mundo (v. 10), havia os que simplesmente se mudavam, como Crescente e Tito, que estavam morando agora em Galácia e Dalmácia, respectivamente. Havia, ainda, os amigos que se tornavam inimigos, como Alexandre, o latoeiro (v. 14). Desses, Paulo diz que “o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (v. 14); e que deles devemos nos guardar (cf. v. 15). Mas também havia aqueles como Lucas, que nunca o abandonara; amigo leal, fiel, constante, sempre presente, nas horas boas e nas horas amargas; aquele que permanecia quando todos já se tinham ido: “Somente Lucas está comigo” (v. 11). Mas uma das amizades mais marcantes para Paulo, foi aquela com João Mar- cos. Quando em viagem para Antioquia da Psídia, João Marcos abandonara Paulo e seus companheiros, voltando para Jerusalém (cf. At 13.13). Paulo se lembraria desse abandono, quando Barnabé quis tornar a incluir João Marcos em outra viagem mis- sionária: “Mas Paulo não era de opinião que se retomasse como companheiro um homem que os abandonara na Panfília e, portanto não participara do trabalho deles. Essa discordância se agravou a tal ponto que eles partiram cada qual para seu lado. Barnabé tomou consigo Marcos e embarcou para Chipre, enquanto Paulo associava Silas a si e partia...” (At 15.38-40). O tempo se encarregaria de mostrar a Paulo que ele estava enganado. Nem sempre um colega que nos decepciona uma vez, está incapacitado para se associar a nós em outras jornadas. Barnabé que, do alto de sua experiência, podia discernir isso, possibilitou a Paulo essa importante amizade e deu-lhe o companheiro que o assistiria nas suas últimas horas. À medida que o tempo de partir se aproxima, e o inverno aperta, precisamos es- tar preparados para enfrentá-los: a partida e o inverno. E, por mais que os agasalhos e os livros nos ajudem, nada pode substituir um amigo. Nestes tempos de inverno afetivo, em plena primavera meteorológica, devemos atentar para os cuidados do corpo e os cuidados da mente, mantendo a capa e os livros sempre à mão, mas, principalmente, não podemos esquecer dos cuidados do coração, e é para isto que servem os amigos, é para isto que servem as amigas. Como diz o sábio em seu antigo provérbio: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão” (Pv 17.17). Feliz a pessoa que tem um amigo como Lucas e João Marcos para fazer-lhe companhia nos dias bons e nos dias maus. Que no inverno das nossas vidas não nos faltem agasalhos, nem livros e muito menos amigos e amigas. Feliz dia do Ancião. Luiz Carlos Ramos Pastor Metodista e Teólogo. Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul (1983). Mestre (1996) e Doutor (2005) em Ciên- cias da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo
  • 4. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 4 85 ANOS DA VOZ MISSIONÁRIA Os 85 anos da Voz Missionária, Jubileu de Giras- sol, foi comemorado com uma bela programação ela- borada, com todo carinho, pela agente Cinira César. Foram feitas diversas leituras, orações e cân- ticos. Esse momento do louvor foi deveras enrique- cedor com a presença da pianista e maestrina Su- zana Cabral, que como sempre, deu um brilho extra naquela tarde. Naly também fez um belíssimo solo. Suzana Maia foi muito feliz com a explanação sobre a flor girassol. No telão foi projetado um clipe com a música Girassol, de Vinicius de Moraes, na voz de Jane Duboc, falando sobre a beleza dessa flor. A seguir, Suzana foi descrevendo a majestade do Girassol, tendo como fundo imagens diversas dessa esplendorosa flor e todas as suas inúmeras propriedades, pois dela são aproveitados tudo, raiz, caule, folhas, pétalas e sementes, para os mais va- riados fins. Uma beleza! Presidente da SMM, aluna da classe Esperança da ED da CMP. INAYÁOMETTOINAYÁOMETTO INAYÁOMETTO Cinira Cesar Keila Valente Nailda recebendo lembraça de Carla Márcia e Zenaide voz missionária e aniversariantes INAYÁOMETTO INAYÁOMETTO Susana Maia INAYÁOMETTO Vera LígiaZoé Barbosa INAYÁOMETTOINAYÁOMETTO INAYÁOMETTO Zoé fez uma reflexão sobre o texto de Mateus 6.25 nos desafiando a sermos como o girassol, que está sempre voltado para o sol. E nós? Qual o nosso foco? Deus nos dá a direção e quer que confiemos nEle sempre. Ele é o nos- so sol e é para Ele que devemos voltar o nosso olhar, a nossa vida. A secretária distrital, Keila Valente, também nos dirigiu algumas palavras de encorajamento. Um saquinho com sementes de girassol foi ofertado por Cinira aos presentes. A seguir uma bela mesa de salgadinhos e um delicioso bolo (ofertado pela aniversariante Áurea Rodrigues) foi servido a todos, não sem antes cantarmos para- béns às aniversariantes dos meses de julho, agos- to e setembro e para a estrela da festa a querida Voz Missionária que completava 85 anos. Inayá Ometto
  • 5. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 5 A 6ª edição do Sarau da Primavera foi realizada no último dia 11 de outubro na Catedral. Organizado pela SMM, o Sarau contou com a participação de vá- rias sócias e de muitos membros de nossa Igreja, que apresentaram seus talentos musicais e literários numa agradável tarde de sábado. Inaya Ometto, presidente da SMM, agradeceu a acolhida do público e o apoio dos músicos para o sucesso do evento. A programa- ção musical contou com clássicos eruditos e músicas atuais, sem se esquecer do marcante cancioneiro bra- sileiro. As sopranos Melissa Caiuá e Viviane Santana interpretaram Barcarolle, dos contos de Hoffmann, do compositor Offenbach, acompanhadas ao piano pela maestrina Suzana Cabral, e More Than Words, da ban- da americana Extreme. Suzana e Melissa repetiram a dose na ária da ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart, e Viviane Santana, em par com Alessandra Santana Lo- pes, sua filha e com a maestrina Vera Cantoni ao piano, interpretou Pie Jesu, de Andrew Lloyd Webber. A ala jovem teve vez com Rafael Hussar, acompanhado por sua mãe Sheila ao piano, apresentando When I was your man, do cantor americano Bruno Mars. A música popular brasileira foi muito bem representada com a inesquecível Gente Humilde, de Chico Buarque, Vinicius e Garoto, can- tada por Maria José Martins, a tia Zezé, e Eliana Cecília Pinatto. Os violonistas Paulo Caiuá, Walfrides Neves Martins, o Didi, e Francisco Pacheco Ferraz, por sua vez, acompanharam alguns dos artistas e apresentaram di- versas canções. Homenageando Milton Nascimento e o Boca Livre, o quarteto vocal formado por Paulo Caiuá, Eduardo Mello, Levi Cachioni e André Lisboa deslum- brou a todos com a belíssima Ponta de Areia, de Mil- ton e Fernando Brandt. Paulo Caiuá e seu violão se juntaram às vozes de Melissa Caiuá e Viviane Santana em Cruzada, de Tavinho Moura e Marcio Borges, do Clube da Esquina. De Carole Bayer, Davi Foster,Alberto Testa e Tony Renis, The Prayer foi cantada por Levy Ca- chioni e Viviane Santana, com Vera Cantoni ao piano, que também fez uma apresentação solo, tocando Mi- nha Terra de Valdemar Henrique. O sarau contou ain- da com a participação especial do maestro Álvaro dos Santos, que interpretou ao trompete o célebre “Toque de Silêncio”, de Nini Rosso.As apresentações musicais foram intercaladas com declamações de poesias por Raquel Kobayashi (texto anônimo sobre o casamento) e Inayá Ometto (de Luis de Camões). Coroan- do a festa, os presentes comemoraram com bolo e refrigerante especialmente oferecidos pelo casal Melissa e Paulo Caiuá, a quem a SMM agradece pro- fundamente pelo apoio, pela dedicação e pela ampla colaboração para a 6ª edi- ção do nosso Sarau. Rosália Toledo Veiga Ometto Sócia da SMM, editora da Gaivota, professora da classe Voo Livre da ED, advogada e mestre em Direito (USP). Reportagem contou com a colabora- ção de Orlando Guimaro Junior. Inayá Ometto Suzana Cabral Viviane, Melissa, Paulo Caiuá, André, Eduardo e Levi Rafael e Sheila Alessandra e Viviane Maestro Álvaro ROSÁLIAOMETTO ROSÁLIAOMETTOROSÁLIAOMETTO ROSÁLIAOMETTO INAYÁOMETTO Sarau Maria José, Eliane, Didi e Francisco Raquel Kobayashi Vera Cantoni, Levi e Viviane ROSÁLIAOMETTO ROSÁLIAOMETTO ROSÁLIAOMETTO ROSÁLIAOMETTO
  • 6. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 6 Às vezes, evocando paisagens de sua infância na Flórida, ela dizia: “Estou feliz como um sapo na lagoa”. Em momentos como esses, ele ria. E, brincando, ganhava asas de passarinho, ou de um “tico-tico no fubá”, como a criatura de uma das músicas que tocava ao piano. Em 1970, o casal Cyrus e Marshlea Dawsey chegou a Piracicaba. Cyrus recebeu uma nomeação para ser o pastor da Igreja Metodista Cen- tral.Vieram como um casal de missionários. Ficaram até 1979. Depois, a convite da Igreja, voltaram para mais um ano, em 1987. Como missionários metodistas, também trabalharam nas igrejas de Sorocaba (1952-57), São José do Rio Preto (1958-62), Oviedo, Flórida (1963-65) e Americana (1966-69). Piracicaba se apresentava como um novo desafio. Ao mesmo tempo, a vinda a essa cidade evocava uma ex- periência de retorno, como um movimento de remoinho, já que ela fazia parte das memórias da família de Cyrus. Foi esta a primeira cidade em que os seus pais moraram quando vieram ao Brasil, em 1914, como missionários. Aqui os pais aprenderam a língua portuguesa. Num concílio realizado na Igreja Central, o pai de Cyrus recebeu a sua primeira nomeação, como pastor para o trabalho em Capivari. Na Igreja Central ele foi eleito bispo da Igreja Metodista, em 1946. Uma das irmãs de Cyrus, chamada Sarah, nasceu em Piracicaba. Nesta cidade, em 1948, a sua mãe faleceu e foi sepultada. Na lápide no Cemitério da Saudade está escrito, “Missionária Metodista”. Marshlea conhecia essas histórias. Ninguém ficara mais feliz do que ela quando Cyrus, em 1946, poucos meses depois de haver retorna- do da guerra, tomara a decisão de se tornar pastor. Brincalhão, ele ar- remessava travesseiros em Marshlea quando ela se colocava de joelhos para orar. Certa noite, de forma surpreendente, ele mesmo se ajoelhou. E disse: “Hoje sou eu que vou orar”. A surpresa foi ainda maior para ambos quando, repentinamente, no meio da oração, ele disse: “Deus, se quiser que eu seja um pastor, eu serei!” Foi uma festa. Em Piracicaba, Cyrus e Marshlea logo começaram a visitar os membros da Igreja e as pessoas que, mesmo não sendo membros, vie- ram a conhecer. Assim, ouviam as suas histórias de vida, conheciam os seus anseios e conversavam sobre a palavra do evangelho.Ao longo dos nove anos procuraram visitar regularmente as pessoas. Marshlea orga- nizou um calendário de visitas para que ninguém deixasse de receber, a cada período, uma visita do pastor. Muitas vezes se depararam com cenas trágicas e desconcertantes, até mesmo em ruas próximas à igreja, como a de uma criança que, recusando um punhado de moedas, disse a Marshlea: “O que eu quero é uma mãe”. Para eles não havia dúvida de que o que faziam era muito pouco. Mesmo assim, aprendiam e se inspi- ravam no modo como o amor de Deus se revelava nas vidas das pessoas. Nos sermões de Cyrus, as histórias de vida ganhavam expressão.A partir das imagens, dos gestos e das palavras do dia a dia se compunham os sermões: o “coqueiro torto”, “o abraço”, “o poço”, “o violino desa- finado”, “se Deus quiser”.... Em suas leituras diárias da Bíblia procurava ouvir a palavra de Deus. Em uma de suas primeiras visitas em Piracicaba, a uma casa no sítio, Cyrus viu que, depois de entrar numa estrada estrei- ta de terra, ainda passou por 13 porteiras, descendo da Kombi vermelha duas vezes em cada uma delas, antes e depois de passar, para abrir e fechar as porteiras pelas quais passava. Ao fim da visita, Cyrus já sabia qual seria o título do sermão do próximo domingo:“as porteiras do céu”. Acima de tudo, Cyrus e Marshlea se impressionaram com os dons e a capacidade de liderança das pessoas da Igreja. Muitas delas eram jovens. Até mesmo sem perguntar, Marshlea logo colocou os nomes de muitas delas, mulheres ainda moças, no rol da Associação Metodista de Mulheres (na época, de Senhoras). As mulheres organizaram cultos de oração, às terças à tarde. Deram início aos trabalhos da AMAS (Associa- ção Metodista de Ação Social) e do Lar Betel. Sediaram a Conferência de Mulheres Metodistas. Participaram de congressos metodistas no Brasil e no exterior. Num dia memorável, ofereceram um almoço para “os meni- nos de rua”. Para a alegria de Cyrus, os homens empreenderam a reforma do templo. Reorganizaram o espaço para a cozinha, o salão de festas e as classes de escola dominical. Lideraram a campanha para a compra de um terreno próximo à entrada de São Pedro, com várias pequenas cachoei- PIRACICABA 1970-1979 ARQUIVOJOHNCDAWSEY Cyrus e Marshlea década de 1940 GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 7 ras, tendo em vista a construção de uma sede para acampamentos de jovens da 5ª Região da Igreja Metodista no Brasil.Anos depois, em razão da dificuldade de acesso ao terreno, a igreja o trocou por uma cháca- ra localizada no bairro Campestre. Assim tornou viável a realização de acampamentos de jovens da igreja e, também, de trabalhos missionários em um dos bairros de periferia da cidade. Cyrus e Marshlea acompanharam os jovens em acampamentos nas serras e beiras de rio, em caminhadas no Horto Florestal, em visitas de domingo ao bairro dos Marques, e em jogos de futebol (inclusive na noite quando o time de futsal da igreja venceu um torneio da cidade). Os jovens organizaram cultos e festas na igreja. Encenaram peças tea- trais. Em uma delas, apresentada em fins dos anos 1970, no auditório da igreja, ainda em tempos de regime militar, se ouviam as dores de parto de uma Maria piracicabana da Rua do Porto, e uma oração de Jesus no Getsêmani ao som do “Cálice” de Chico Buarque e Gilberto Gil. Alguns dos momentos extraordinários vividos pelo casal Dawsey na Igreja Metodista Central de Piracicaba foram proporcionados pelos cânticos e hinos da congregação. Mais do que ouvirem as músicas sen- do tocadas, foram eles tocados pela música. Antes dos sermões, Cyrus costumava fazer um agradecimento especial pelos dons da música que se manifestavam com força e graça no Coral William James Koger da Igreja Central e no Coral Feminino da Sociedade Metodista de Mulheres. A alegria maior de Marshlea talvez tenha sido o Coral Feminino que ela organizou no intuito de que as vozes das mulheres em louvor a Deus ganhassem corpo e expressão. Como não havia partituras para muitas das músicas, ela mesma fazia os arranjos e ensinava as diferentes vozes para os membros do coral. Nos cultos havia sempre a possibilidade do imprevisto. Certa vez, ao dizer num sermão como Jesus era bom, Cyrus foi surpreendido. Um senhor bêbado, sentado num dos bancos da frente, reagiu em voz alta: “Então por que mataram ele?!” No último domingo do casal Dawsey em Piracicaba, este senhor se tornou membro da igreja. Tendo em mente como as crianças gostavam de surpreender, e serem surpreendidas, Marshlea organizou a “hora das crianças”, que acontecia nos minutos iniciais do culto da noite. Reunindo as crianças no altar, ao som de uma canção (“chegou, chegou, a hora já chegou...”), ela contava uma história. Em suas mãos, uma sacola. Crianças e adultos prestavam atenção na expectativa de saberem o que sairia da sacola a cada domingo. Certa vez, depois de haver co- mentado que se deve orar com os ouvidos atentos ao que Deus tem a nos dizer, ela tirou da sacola um telefone de brinquedo. Em outra oca- sião, ela contou a história de uma criança que pedira a Deus para que cuidasse de seu cachorrinho. Ao ouvir o pedido, a mãe teria dito que Deus precisava que ela, a criança, também ajudasse. Então, da sacola Marshlea tirou um cachorrinho de verdade, o seu próprio cachorrinho que se chamava Boneca. Criaturas variadas chegaram a frequentar os cultos da Igreja Central de Piracicaba. Certo ano, em época de Natal, Marshlea disse a uma amiga que precisaria de uma ovelha de verdade para uma encenação do nascimento de Jesus, com a manjedoura montada no púlpito da igreja. Em vez de uma, a amiga conseguiu três ovelhas. Durante o culto, e ao longo do sermão que precedeu a montagem da cena de manjedoura, a congregação ouvia os berros que vinham dos porões da igreja: “Béééééééé!” No centro da manjedoura, as figuras de José e Maria, representadas por um jovem casal da igreja, com um bebê recém-nascido. Ao lado delas, três crianças vestidas de reis magos. Depois vinham as ovelhas berrando, guiadas por crianças em roupas de pastores. Rodeando o púlpito havia crianças com asas de anjos. Em 1979, Cyrus e Marshlea se despediram de Piracicaba.A con- vite da igreja, voltaram por mais um ano, em 1987. Na segunda des- pedida, Cyrus disse: “Não passará um dia, nos Estados Unidos, que não estejamos pensando nos irmãos desta Igreja, orando e pedindo as bênçãos de Deus.” Em uma carta escrita em 2005, Cyrus expressou novamente, em nome do casal, a sua gratidão a Deus pelos anos vividos em Piracicaba, comparando a congregação a um anjo que os abraçou e os amou. John C. Dawsey 2 DE OUTUBRO DE 2014 MARSHLEA DAWSEY Cyrus e Marshlea década de 1970 Filho de Cyrus e Marshlea. Professor titular do Departamento de Antropologia da USP.
  • 7. VOCÊ É IMPORTANTE GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 8 Raquel Cristina de Oliveira Kobayashi 1 – Sendo casada e com três filhos, cada um numa fase, conte-nos um pouco da sua rotina e de como Deus tem lhe dado provas do seu amor grandioso, ajudando-a dar conta dessas atribuições. Como não temos parentes nem auxilio de empre- gados com a casa, todos acordam cedo e ajudam em tudo, além de todas as atividades extraordiná- rias tais como, natação, basquete, tênis de mesa, teatro, psicopedagoga, inglês, academia, boxe, tê- nis, conciliando com a escola, com o consultório e o hospital. Somando a isso auxilio nos cuidados com o meu pai que está debilitado.Além de prepa- rar almoço,jantar,auxiliar na lição de casa,estudar junto com os filhos.Enfim,uma correria,e por tudo isso não tem como não ver a mão de Deus que está a nos auxiliar em tudo, dando-nos força e disposição.Assim, só por Ele estamos bem. 2 – Quais são as suas preocupações como mãe para o futuro de seus filhos? O que a comunidade de fé pode ajudar nessa caminhada? A preocupação maior é com a questão de valores do mundo como um todo e os valores que acreditamos, e sobre como conciliar os valores da família e da sociedade, pois criamos os filhos para viver em comu- nidade e não queremos que eles se isolem, mas que façam a diferença na sociedade. Isso é especialmente complicado na adolescência, pois naturalmente é difícil fazê-los ver os problemas do mundo, por isso é que se espera da Igreja, como um todo, que seja uma comunidade de acolhimento, sem julgamentos, isso trará benefícios enormes a todos, ao transformar a Igreja num lugar de fortalecimento para a vida, e um local de confirmação dos grandes ensinamentos de Deus. É preocu- pante a questão de que as ofertas externas são mais atraentes do que a Igreja, e somente com a acolhida das pessoas é que os adolescentes poderão frequentar a Igreja e se fortalecer como pessoas. 3 - Como se sente servindo ao Senhor, sendo professora no Departamento Infantil da Escola Dominical? Qual é a sua maior dificuldade para ministrar as aulas dominicais e qual é a sua recompensa? Dê um testemunho da sua caminhada como professora. Trabalhar com crianças é sempre gratificante e divertido, mesmo que seja cansativo, e temos que ser verdadeiros sempre, pois a criança percebe tudo. A maior dificuldade que encontro é com relação com o tempo para preparar as aulas, pois minha roti- na é agitada e sinto que haveria necessidade de uma relação mais próxima com os pais dos meus alunos para estimular a vinda das crianças na escola dominical e nem sempre consigo fazer como gostaria. É preciso estimular os pais para estejam dispostos a trazer as crianças na Escola Dominical. Com relação ao testemunho, destaco um domingo, enquanto as crianças estavam fa- zendo um desenho como parte da lição e eu es- tava conversando com a “Vivi”, a professora Vi- viane, e ela estava meio triste e nesse momento, oAndré, que como as outras crianças ainda está em processo inicial de alfabetização, começou a perguntar como se escreviam umas palavras, e isso não é comum nele, que sempre está a fazer mais desenhos. Mas ao final era uma oração: “papai do céu muito obrigado pela Viviane”. Detalhe, ele não perguntou o nome da Vivi, acho que nem sabia di- reito o nome dela, pois sempre a tratamos pelo apelido. Essa história para mim é uma demonstração clara de que ele estava sendo usado por Deus para dizer para todos que a Vivi é importante para nós, foi muito emocionante. OAndré, como criança que é, não tem a dimensão de como isso foi importante para nós. 4 – Quais as formas que você encontra para transmitir os valores cristãos para seus pacientes? Como eu atendo principalmente crianças, o meu público é a criança e seus pais. Especialmente os muito novinhos, quando bebês, converso com os pais sobre a escovação das gengivas e dos dentinhos e sempre digo que “Deus é muito bom e que faz tudo perfeito”, e explico que Deus faz crescer primeiro os dentes da frente para que aprendamos a escovar os dentes, e que os dentes de leite são mais lisos, e por isso é mais fácil de sair a sujeita, somente depois que a criança está apta a es- covar direitinho é que nascem os dentes permanentes. Com os maiores procuro, em todas as conversas dos temas mais diversos, passar meus valores cristãos, e orientar meus pacientes da melhor maneira possível. Sócia da SMM, professora da classe Móisés da ED, cirurgiã dentista com atuação hospitalar e clínica, odontopediatra, mestre (UNICAMP). ROSÁLIAOMETTO Fique por dentro C A N TATA D E Natal 2014 Por Rosália Ometto Com o intuito de manter a sócia informada com os acon- tecimentos que ocorrerão na Igreja, inclusive com a presença das sócias alunas da Escola Dominical, noticiamos que haverá uma programação especial no Natal deste ano, com todas as classes da Escola Dominical envolvidas que farão parte da Cantata de Natal e com participação especial do Coral J.W. Koger. A Cantata será no culto matutino do dia 14 de dezembro de 2014, iniciando às 9h00.A coordenação geral é do prof.Almir Maia e a coordenação da Cantata é de Darlene B. Schützer. Será uma programação imperdível, agende, divulgue e traga a família e os amigos para ver esse belíssimo evento de Natal.
  • 8. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 9 MEMÓRIAS DASMM A família Lavoura – Sr. Otávio, Mirce, Vera Lígia e Edson – veio de Limeira para Piracicaba no início dos anos 50, quando o Sr. Otávio veio para trabalhar no Colégio Piracicabano. A família, de larga tradição evangélica, ime- diatamente veio para a igreja, tornando-se grande colaboradora da liderança local. Sr. Otávio sempre foi o braço direito do pastor, uma vez que era muito consagrado e um grande evangelista. Ele se doava, sem limites,para os mais diversos trabalhos da igreja. Mirce sempre foi sócia muito ativa da SMM e quando começou a trabalhar no Colégio Piraci- cabano, não podia mais participar das atividades da Sociedade à tarde, mas não perdia as reuniões mensais das 4ªs feiras à noite e todos os eventos que seu horário de trabalho permitia. Quando o Sr.Elias de Freitas fazia as famosas feijoadas,vinha ajudá- -lo e Seu Otávio era encarregado de cortar a couve. Cortava-a tão fininha, que parecia ter sido cortada à máquina, passando o dia trabalhando. Por ocasião de concílios, congressos e outras atividades da igreja, sempre hospedava os participantes de fora, colaborando muito também na organização dos eventos. Com seu marido Otávio,ajudou nas tratativas da compra da chácara “Cyrus Dawsey” e lembra com saudades das tardes em que os homens iam jogar futebol e ela com outras mulheres ficavam limpando a casa-sede. Também juntos criaram a JEP, Juventude Evangelista de Piracicaba, que agregava jovens, através do esporte. Pela dedicação do casal, muitos jovens vieram para Igreja. Tem uma linda voz e sempre foi muito so- licitada a fazer solos em casamentos, o que fazia brilhantemente. Uma de suas grandes paixões foi cantar no coral “James W. Koger”, o que fez por aproximadamente 40 anos.Aposentou-se recente- mente, a contragosto, por conta de uma dor no joelho que a impedia de ficar muito tempo en- saiando e também muito tempo em pé. Colaborou com o bazar, bordando lindos pa- nos de prato em ponto cruz, com amor e dedica- ção, bem como fez parte, durante anos, da “turma da cozinha”. Quando havia o trabalho dos talen- tos atuava como “tesoureira”. Passavam o dia na igreja, trabalhando alegremente. Foi agente de No Cenáculo por mais de 30 anos, o que a tornou uma das pessoas mais conhecidas e queridas da Igreja. Muitos a chamam carinhosamente de “Vó”. Hoje está com 87 anos, frequenta com regularidade as reuniões de oração. Por limitações físicas, lamenta profundamente não poder fre- quentar mais os trabalhos da igreja, que é o lugar que mais gosta de vir. Às mais jovens manda um recado: “Não deixem de frequentar a SMM e a igreja, pois esse é o melhor lugar do mundo”. (Depoimento dado no dia 26 de agosto de 2014, 3ª feira, na reu- nião de oração na Igreja). Inayá Toledo Veiga Ometto Presidente da SMM, aluna da classe Esperança da ED. Mirce Lavoura INAYÁOMETTO Meu hino preferido, entre muitos, é o HE 327, “Chuvas de bênçãos”. A letra deste hino já diz tudo. Chuvas de bênçãos teremos; É a promessa de Deus; Tempos benditos trazendo Chuvas de bênçãos dos céus. Chuvas de bênçãos, Chuvas de bênçãos dos céus! Gotas benditas já temos, Chuvas rogamos a Deus. Chuvas de bênçãos teremos De vida, paz e perdão; Os pecadores indignos Graças dos céus obterão. Chuvas de bênçãos teremos, Manda-nos já, ó Senhor Dá-nos o gozo dos frutos Dos teus ensinos de amor! Tive uma vida muito difícil e um casamento cheio de percalços.A doen- ça de meu marido me consumiu bas- tante, e, nestas horas, apesar de tudo, fui muito abençoada com “chuvas e bênçãos”. Recentemente, meu filho Robson também adoeceu seriamente e, mais uma vez, este hino me confortou. Hoje Robson está curado e só posso agradecer a Deus por me aju- dar tanto, cobrindo-me com “gotas benditas” caídas do céu. Marta Martins da Silva Chuvas de bênçãos Este hino traduz uma esperan- ça: “chuvas de bênçãos teremos é a promessa de Deus” e uma petição “chuvas rogaremos a Deus”. Sua letra (There shall be showers of Blessing) foi composta por Daniel WebsterWhittle (1840-1901), grande evangelista conhecido como “Major Whittle”. Ele adotou o pseudônimo literário de “El Nathan”. No seu extenso trabalho de mo- vimentos evangelísticos teve a cola- boração de vários músicos. Após a morte trágica de um dos seus parceiros prediletos, Philip Paul Bliss, num terrível acidente rodoviá- rio, associou-se ao músico James McGranahan (1849-1907), solista e regente. James tornou-se seu grande colaborador dirigindo a música em sua equipe de evangelização. Ele tem seus hinos publicados na maioria dos hinários congregacionais. “Chuva de bênçãos” é de sua autoria. A tradução da letra de “chu- vas de bênçãos” é de Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927), judeu nascido na Polônia, filho de um rabino, que se converteu ao Evangelho e foi ex- comungado e renegado pela família. Trabalhou em Pernambuco, Niterói e Campos, participou incansavelmente na organização do trabalho batista desde a Primeira Convenção Batista Brasileira em 1901 até a sua morte em 1927. Publicou em 1891 o primeiro “Cantor Christão”com 16 hinos.Ajudou na ampliação do hinário que, atualmen- te,em sua última edição,conta com 581 hinos, dos quais 106 são de sua respon- sabilidade (tradução ou composição ori- ginal).“Chuvas de bênçãos”foi o seu 1º hino traduzido para o português. Quanto trabalho abençoado por Deus através de um simples hino! Quanta história linda de cristãos con- sagrados atrás de um simples hino! Colaboração de Vera Quintani- lha Cantoni.1 1 Sócia da SMM, pianista e maestrina.Sócia da SMM INAYÁOMETTO
  • 9. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 10 Ostra feliz não faz pérola A série Resenhas da Gaivota apresenta neste número o livro Ostra feliz não faz pérola (2ª reimpressão – 2008, Editora Planeta), de autoria de Rubem Alves, educador, poeta, teólogo, filósofo, psicanalista, que faleceu em 19 de julho de 2014. Deixou um legado incomensurável de produção intelectual reunida em dissertações, teses, publicações, poesias e pensamentos ligados à essência da realidade humana. O Instituto Rubem Alves é depositário deste legado e continuador da obra de um dos mais importantes pedagogos brasileiros de todos os tempos. • 10 mero o livro 2008, Editora eta, teólogo, filósofo, Deixou um legado m dissertações, teses, ência da realidade humana. o e continuador da obra de um dos os tempos. RESENHA Participem do projeto da Gaivota em parceria com a ED: Ler faz bem, instrui e edifica. “Sou místico, vejo milagres nas mais absurdas insignificâncias do cotidiano. O canto de um pássaro não é um milagre? Uma teia de aranha não é um milagre? Uma concha de caramujo não é um milagre? O assombro mora no visível. Claro que há pessoas cegas, que não vêem o assombroso que está diante de seus narizes e ficam em busca de aconteci- mentos sobrenaturais. Pois, para mim, é o natural que é sobrenatural. O sagrado é a tela sobre a qual a vida é tecida.” Rubem Alves, como ninguém, viveu intensamente. Tinha uma mente privilegiada, criativa, efervescente, que borbulhava pensamentos e coisas elementares relacionadas à vida humana, ao cotidiano das pessoas,à natureza,e deles formulava pérolas em forma de ensinamentos e conhecimentos. Tinha uma capacidade indescritível de relacionar tudo que seus sentimentos captavam sobre a realidade da vida humana.O livro Ostra feliz não faz pérola é resultado desse turbilhão de ideias que povoavam, sem tréguas, a vida e a mente deste grande pensador e escritor brasileiro. Segundo ele, “As idéias aparecem quando querem e não quando queremos. São como pássaros que, repentinamente, assentam-se no ombro da gente sem que os tivéssemos chamado”. O “cronista do cotidiano” Rubem Alves anotava e colecionava essas ideias, planejando que, no futuro, esses ”pássaros” se transformassem em textos mais elaborados e publicados. Entretanto, segundo ele mesmo: “Enganei-me. Os pássaros chegam velozes, sem parar. E o tempo era curto para transformá-los em textos.” Assim, ele decidiu que “[...] soltaria os meus pássaros do jeito mesmo como me haviam chegado, simples e curtos”. O resultado tornou-se um grande sucesso do autor ao reunir em um livro os “pássaros”, uma de suas mais conhecidas obras. Ostra feliz não faz pérola reúne uma passarada – cerca de 380 reflexões agrupadas em onze títulos sobre questões relacionadas à vida como: amor, beleza, crianças, educação, natureza, política, saúde mental, religião, velhice, morte. Os textos seguem o estilo inconfundível de Rubem Alves, de leveza, sensibilidade e densidade. A cada frase, uma lição, uma pérola preciosa de sabedoria e orientação para a vida ... Por fim, o título do livro tem um significado existencial profundo. É o primeiro “pássaro” do Caleidoscópio, no início do livro.A leitura desta primeira pérola é um estimulante convite para o(a) leitor(a) começar e não parar. Boa leitura! Almir de Souza Maia, outubro de 2014. Coordenador da ED da CMP, educador, ex-reitor da Unimep, coordenador do CDP – Centro de Documentação e Pesquisa. “A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer”. Quando me deparei com o título do livro fiquei imaginando o que encontraria em seu conteúdo. Pensei: Será que o autor quer dizer que temos que sofrer para termos o direito a ser felizes? Mas, ao me deparar com a explicação sobre isso achei muito interessante: “pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor, não é preciso que seja uma dor doída... ” , e finaliza:“este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi.” Então deduzi que podemos transformar em pérolas as situações difíceis ou coisas que nos machucam durante a nossa caminhada. O livro é de uma leitura gostosa, de linguagem muito simples, me identifiquei muito com os textos, pois narram situações concretas, vividas ou idealizadas por muitos que já possuem um pouco de experiência de vida. Ler este livro me fez lembrar a minha infância feliz e de muitos outros episódios na minha vida aos quais muitas vezes não obtive respostas, ele me fez recordar e entender porque muitas coisas acontecem nas nossas vidas ou porque não acontecem. En- quanto lia, me peguei muitas vezes rindo ou afirmando “é isso mesmo” ou também “não concordo”. Você pode até não concordar com algumas coisas que o autor escreve, mas certamente se deparará com muitas coisas as quais irá se identificar e fazê-lo refletir. Eliane Klesener de Oliveira Sócia da SMM, aluna da Classe Alternativa, ex-professora de Ministério infantil, advogada.
  • 10. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 11 O dia da Escola Dominical foi comemorado no culto matutino do dia 24 de setembro. Um belo e bem elaborado programa foi feito pelo coordenador da ED, Almir Maia, e sua equipe. A participação das crianças, num alegre momento, foi o ponto alto. No final toda a congregação formou um grande círculo e de mãos dadas cantou entusiasmados a canção: “Vem pra ro- da você também!”.A festiva manhã culminou com o “Almoço da Primavera”, que contou com a adesão de grande parte da igreja. Parabéns a toda equipe, pela bela programação e por nos proporcionar tão alegres momentos. Você já acertou sua mensalidade? Saiba que esta é uma de nossas responsabilidades, enquanto sócias da SMM. Procure a tesoureira Silvia Rolim. O valor é de R$ 7,00 mensais. Nossos cumprimentos às professoras do departamento primá- rio, em especial à coordenadora Sheila, pela feliz iniciativa da organizarem o 1º acampadentro na igreja. Aproximadamente 24 crianças mais algumas mães participaram da inédita ativi- dade. Foram momentos únicos de congraçamento, de estrei- tamento de laços fraternos e comunhão. Esperamos que este seja o primeiro de muitos outros. Parabéns a toda equipe! Ficamos imensamente felizes com o maravilhoso presente que nos foi ofertado pela família Nascimento – um magnífico pia- no.Acalentávamos ter um piano naquele espaço, pois, quando fizemos o último sarau, sentimos a falta que fazia um piano ali. E ele chegou às vésperas da 6º Sarau da Primavera. Iremos estreá-lo com toda pompa nesta ocasião. Obrigada a todos vocês, especialmente à Sarah pela generosidade do belíssimo presente. Lamentamos o falecimento de Áurea Alves de Morais no dia 16 de setembro. Áurea foi sócia da SMM e participou ativa- mente do Coral Marshlea Dawsey enquanto ele estava em atividade. Cantou durante muitos anos também no Coral Ja- mes W. Koger. Era dona de uma lindíssima voz. Aos familiares enlutados o nosso pesar e o desejo que Deus os console neste doloroso momento. Nosso Bazar de Natal está chegando, contamos com sua par- ticipação. Convide e tragam suas amigas, será no dia 8 de novembro. A sócia Rinalva C.Silva lançou o terceiro volume do livreto“Re- fletindo” no dia 07 de outubro durante a reunião de oração, com a renda destinada (como seu talento) à SMM. Na ocasião, delicadamente, presenteou o Rev. Tarcísio e a Presidente da SMM com um exemplar contendo uma bela dedicatória. Após a reunião houve um momento para que a autora autografasse os exemplares que eram adquiridos pelas sócias. Em tempo: esse livro de reflexões encontra-se a venda por R$ 10,00 e po- de ser adquirido com a Silvia ou com a Késia.Aproveite-o para presentear, pois é um meio de evangelização muito poderoso e eficaz, além de ser uma deliciosa leitura. A SMM visitou a creche da Amas no dia 09 de outubro. Fomos recebidos pela assistente social Ana Maria Rossi e professo- ras. O pastor Artêmio com seu violão ensinou diversos cânticos para as crianças que acompanharam com muito entusiasmo. Convidamos a contadora de histórias Grace de Almeida para o momento especial, a história. O tema foi sobre duas zebras muito diferentes. Os pequenos foram cativados pelo seu jei- to muito especial. Uma beleza! Oferecemos um saquinho de guloseimas que foi recebido com muita alegria, animação e euforia.A diretoria nos ofereceu um delicioso suco e um mara- vilhoso bolo. Foi uma tarde incrível! Por Inayá Ometto INAYÁOMETTO ALMIRMAIA INAYÁOMETTO Maria Silvia, Ana Cláudia, Nicéia, Raquel, Rosália, Sheila, Luciana, Hellen, Viviane e Regina Ione e Sílvia recebendo os autógrafos de Rinalva Grace de Almeida
  • 11. GAIVOTA • Setembro/Outubro • 2014 • 12 REFORMA PROTESTANTE: IGREJA REFORMADA SEMPRE REFORMANDO1 . Na época da publicação original (2008) era Pastor Acadêmico e hoje é bacharel em teologia pela Universidade Metodista de São Paulo, mestre em teologia pela Southern Methodist University (Dallas, TX, EUA) e doutorando em teologia pela Harvard Divinity School (Cam- bridge, MA, EUA). Vem chegando o mês de outubro e, com ele, o tempo das celebrações da Reforma Protestante. A data remota ao dia 31 de outubro de 1517 quando Mar- tinho Lutero pregou nas portas da Ca- tedral de Wittenberg na Alemanha suas “95 teses contra as indulgências”. O ato ficou marcado como um marco simbóli- co de um grande movimento reformador que afetaria o mundo de forma decisiva e, particularmente, mudaria os rumos da Igreja cristã para sempre. Hoje, ao olhar este ato somos nor- malmente levados a pensá-lo como um ato isolado de onde estava condensado todo um pensamento prévio de Lutero com relação aos princípios da fé protes- tante. Não foi bem assim. Em primeiro lugar, ideais refor- madas já estavam presentes em di- versos setores da Igreja cristã desde o século XIV, mais de cem anos antes de Lutero. Grandes teólogos com João Huss e João Wycliffe já questionavam, por exemplo, a autoridade papal e fo- ram figuras importantes para a Refor- ma Protestante que viria nos séculos seguintes. Por falta de apoio político, estes movimentos foram reprimidos e seus representantes foram condenados à fogueira, como no caso de Huss. Em segundo lugar, as célebres 95 teses luteranas não tinham outra intenção, a não ser chamar atenção da Igreja contra a ven- da das indulgências que eram vendidas por toda parte como forma de arrecadas fundos para construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Ao escrevê-las, Lutero muito provavelmente tinha em mente o trabalho de João Tetzel, responsável pelas vendas das indulgên- cias na Alemanha central. São deles expressões apelativas do tipo: “estas indulgências poderão fazer do pecador mais limpo que Adão antes de cair”. O movimento que se seguiu, sem dúvida, estava muito além das expectativas de Lutero. Em pouco tempo, suas teses eram conhecidas por boa parte do continente europeu, uma vez que a Imprensa recém criada agilizava o processo de reprodução de textos. Assim, na mes- ma proporção que eram divulgadas, começaram a causar incômodo em pessoas de alto poder na Igreja, como o próprio papa. Em 1520 Lutero recebe sua carta de excomunhão da Igreja e, num ato que fica reconhe- cido como a ruptura definitiva do movimento reformador com a Igreja romana, rasga a carta e a lança ao fogo. A partir de então, o movimento ganha novos rumos e uma di- versidade muito grande. Aliás, eis aí outro equívoco que podemos cair ao refletir nas celebrações do dia da Reforma: o de imaginar o movi- mento como algo homogêneo. Pelo contrário, a Reforma teve muitas faces, muitas características diversas e, sobretudo, respostas diferen- tes em diferentes ambientes. Em Genebra, por exemplo, desenvolveu- se o pensamento de João Calvino; na Suíça, a movimentação acon- tece sob a liderança de Ulrich Zwínglio, enquanto, por diversas partes se deu o movimento da chamada “reforma ra- dical”, fortemente atacada tanto por católicos, quanto por protestantes. Na Inglaterra a movimentação também foi intensa e culminou com a formação da Igreja Anglicana sob o comando do rei Henrique VIII. Neste emaranhado plural de mo- vimentos reformadores se escondem princípios básicos estabelecidos pela Re- forma. Apenas para lembramos dos três maiores: somente a fé, somente a gra- ça, somente as escrituras. Isto é, a vida cristã com Deus não é um caminho sob a lógica do merecimento, da troca e da barganha. Não existem indulgências que possam ser compradas ou vendidas que garantam à pessoa sua salvação. Toda forma de relação com Deus é gratuita, mediada pela fé que age no mundo em direção ao encontro com Deus. No fundo, pessoas historicamente consagradas como Lutero, Calvino, Zwín- glio e outros reformadores que celebra- mos nos meses de outubro, estavam em busca de algo simples: uma forma de se buscar e se relacionar com um Deus amoroso, gracioso.Todos buscavam plantar sua fé no solo da graça e crer num Deus que ama em primeiro lugar, que ama e salva apesar das circunstâncias. Lutero, no tempo de sua perseguição mais aguda, refugiou-se nesta fé e cantou: Se temos de perder Família, bens, prazer Se tudo se acabar E a morte, então, chegar Com ele reinaremos! Creio que a fé cantada na Reforma permaneceu viva pois o Es- pírito de Deus foi o motivador deste movimento que trouxe vigor novo a todas as pessoas cristãs. Por sinal, um outro lema famoso do período reformador foi justamente este de manter viva dinâmica reformadora da Igreja. O grande lema de Lutero era, neste sentido: Igreja reformada, sempre reformando. Quiçá seja este nosso desejo ao celebrarmos mais este aniversá- rio da Reforma Protestante! Filipe Maia