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O MEALHEIRO
DO AMOR
Nestes tempos que são de crise, as palavras mealheiro e amor
e suas consequências são bastante escassas e até mesmo
contraditórias.
Aproxima-se um tempo quaresmal que nos indica caminhos
de poupança e investimento.
Para viver de acordo com aquilo que Jesus nos indicou nesta
Quaresma , as crises e os desertos áridos têm que ser vencidos
de forma coerente, como Jesus o fez. Pág. 2
ÁRVORE DOS AMIGOS
Existem pessoas nas nossas vidas que nos deixam felizes pelo
simples facto de terem cruzado o nosso caminho. Algumas
caminham ao nosso lado, vendo muitas luas passarem , mas
outras apenas vemos entre um passo e outro. Pág 3
TEMPO DE FOLIA !!!
Aproxima-se a passos largos mais um Carnaval!!
Tempo de festa , tempo de folia . Três dias de excessos que
servem para despedir do inverno e entrar na Quaresma.
O tempo de carnaval decorria tradicionalmente entre os finais
de dezembro , os começos de janeiro e o início da Quaresma .
Havia uma intensificação de atividades à medida que a
Quaresma se aproximava, principalmente nos dias que mais
se identificam com o carnaval , ou seja , os que vão de sábado
Gordo à quarta - feira de Cinzas. Pág. 2
MENSAGEM DO PAPA
PARAA QUARESMA 2014
Queridos irmãos e irmãs :
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a
esperança de que possam servir para o caminho pessoal e
comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a
seguinte frase de S. Paulo : " Conheceis bem a bondade de
Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico se fez pobre por
vós, para vos enriquecer com a sua pobreza"(2 Cor 8,9 ) Pág. 8
REUNIÃO DO CONSELHO
NACIONALDOS
CONVÍVIOS - FRATERNOS
De acordo com os Estatutos dos Convívios-fraternos ,
reuniu ,em Fátima, no passado dia 18 de janeiro , o
Conselho Nacional do Movimento constituído pelos
Assistentes religiosos e 2 jovens de cada diocese. Nele
foram discutidos vários assuntos de interesse para o
movimento e preparado o XLI Convívio Animação
Nacional a realizar nos dias 6 e 7 de Setembro 2014, em
Fátima. Pág 7
EVANGELIZAÇÃO,
TAREFA DE TODOS
Esta missão representa um desafio para todos:
sacerdotes, religiosos e leigos , a fim de que colaboremos
nas nossas paróquias , escolas e instituições com
projectos específicos que cheguem aos que sofrem e aos
mais pobres. Pág. 6
(…) Já que por todos morreu Cristo e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos
manter que o Espirito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus
Conhecido. (GS 22)
O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO
CONVIVIOS-
FRATERNOS NAS
DIOCESES
Apesar da dificuldade em encontrar datas com três
dias totalmente disponíveis para a realização dum
convívio, mesmo assim, durante o mês de Dezembro,
realizaram-se 8 convívios-fraternos nas dioceses em
que participaram perto de 3 centenas de jovens. Um
convívio é uma proposta de encontro com Deus para
todos os jovens que nele participam. Pág 4, 5, 6
VALORIZARA
SABEDORIA DOS
IDOSOS
A velhice é muitas vezes encarada de uma forma negativa,
como um tempo que é preciso "suportar", à espera da morte.
Esta visão não tem razão de ser e leva necessariamente as
pessoas a não aproveitarem a riqueza da experiência e
sabedoria que foram acumulando ao longo dos anos. Pág. 2
O PAPAESCREVE CARTA
ÀS FAMÍLIAS
Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho,
enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem
respeito à família. E esta é uma tarefa que deve envolver todo
o " povo de Deus, desde bispos, sacerdotes e pessoas
consagradas, até aos fiéis leigos das Igrejas particulares do
mundo inteiro. Pág.7
BOM DOMINGO
E BOM ALMOÇO
É com esta frase que o Papa Francisco se despede dos fiéis
reunidos para oAngelus em cada domingo. É uma expressão
habitual, há que o reconhecer. Pág. 3
O PAPAQUER JOVENS SEM
MEDO DE "ESCOLHAS
DEFINITIVAS"
O Papa Francisco encontrou-se noVaticano com 25 mil noivos,
por ocasião do dia de S. Valentim, a quem pediu que vivam
sem medo das escolhas definitivas. Pág 3
ANUNCIAR JESUS CRISTO
TEM QUE NOS CAUSAR
"BORBOLETAS"
NA BARRIGA
Jesus tem que ser oAmigo de sempre e de todas as horas
e não apenas das horas mais tristes e difíceis. Tem que
ser aquele a quem pedimos opinião quando temos em
mãos uma decisão importante,Aquele que vai connosco
para o bar , para a noite e para o shopping. Pág.6
PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS * DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOS * PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO: FIG - INDÚSTRIAS GRÁFICAS, S.A. 239 499 922
PUBLICAÇÃO BIMESTRAL- DEP. LEGALNº 6711/93 - ANO XXXIV- Nº 321 - JANEIRO/FEVEREIRO 2014* ASSINATURAANUAL: 10 EUROS * TIRAGEM: 10.000 EXS. * PREÇO: 1 EURO
BALADA DA UNIÃO
Nestes tempos que são de crise, as palavras
mealheiro e amor e as suas consequêcias são
bastante escassas e até mesmo contraditórias.
Aproxima-se um tempo quaresmal que nos
indica caminhos de poupança e investimento.
Para viver de acordo com aquilo que Jesus
nos indicou, nesta Quaresma, as crises e os
desertos áridos têm que ser vencidos de forma
coerente, como Jesus o fez. A Quaresma é
uma boa oportunidade para parar e procurar a
Fonte. Saciar a sede água pura e retirar forças
e vitaminas onde os outros só vêem fraquezas
e pedras a estorvar o caminho. Se a Quaresma
é um caminho para a felicidade que a
ressurreição de Jesus nos proporciona,
também é uma experiência espiritual e um
momento para acumular riquezas que nos dão
essa felicidade. O mealheiro que todo o cristão
deve ter deve ir -se preechendo com joias de
amor. Para fazer render essas preciosidades,
temos de efetuar poupanças no mal, no
pecado, no atropelo dos nossos irmãos para
atingir os nossos objetivos.
No mealheiro do amor devemos colocar pouco
a pouco todas as ações, todos os
investimentos que renderão juros de felicidade
eterna.
Jejum, abstinência, oração e amor são o
caminho para uma maior proximidade com
Deus. Este caminho de 40 dias nada mais é do
que aquele Caminho vivido por Jesus na sua
experiência no deserto, na qual foi posta à
prova a Sua humanidade e a Sua divindade.
É tudo uma questão de prioridades. O jejum
físico é muito importante, mas se não houver
um esforço por renunciar ao mal, ao pecado, à
futilidade e maldade no nosso coração, a
Quaresma será uma mera formalidade. Fazer
abstinência é limpar o coração de tudo o que
nos perturba para o prencher com bons
principios, boas atitudes e muitos
investimentos de amor. Estes serão
garantidamente recompensados com os juros
mais altos de felicidade. Não há dieta nem
jejum mais saudável do que este.Aabstinência
valoriza a abundância porque no lugar de
agruras nascerão flores sem espinhos.
Este jejum implica um reconhecimento de que
algo está mal e anulado o mal vence o
Amor,como premicia de uma vida em Jesus.
Com a oração aproximamo-nos bem juntinho
a Deus e bebemos a Água que nos dá vitaminas
e nos conforta na provação. Orar é estar unido
ao Pai como Jesus esteve antes de ser
O mealheiro do amor
crucuficado. É mergulhar no amor supremo,
na doação e abnegação de si mesmo. Por isso
é que Jesus insistiu sempre: " Orai e vigiai".
O espirito é forte mas a carne é fraca (quem
resiste a não querer ficar sempre por cima?).
A oração faz-nos concentrar no essencial e
colocar de lado o acessório e permanecer com
Jesus na hora das provas. Ele eleva a carne
fraca ao patamar do espirito, onde o
importante é o amor.
Muitas vezes fraquejamos porque não
perguntamos: " o que farias Tu Jesus?" Será
esta aposta boa para render certificados de
amor?
Se nos dirirgirmos ao nosso banqueiro, ao
nosso gestor, ao nosso amigo de todo as horas,
tudo será mais fácil e mais belo.
Muitas vezes agimos como se fossemos su-
per homens, auto confiantes e cheios de todas
as certezas. Investimos muito mal para tanta
"sabedoria"!
Aoraçãoéaáguaqueacalmaasedeefortalece
com garantias cerificadas de um amanhã cheio
de felicidade. Quando estamos fracos surgem
muitas miragens tentadoras e as soluções mais
fáceis são muito tentadoras. Quem promete
um rendimento rápido engana . O diabo
prometeu tudo e mais alguma coisa a Jesus e
se Jesus tivesse aceite o que teria acontecido.
Jesus esperou rendimentos mais garantidos e
resultou.
Depois do Jejum, da abstinência, da oração
surgem os certificados de amor que se
acumulam no nosso coração e são tesouros
muito preciosos. São as nossas ações. Se não
amarmos o nosso próximo de nada servirá o
jejum e oração. Cada oportunidade para amar
é um momento único que nos permitirá
acumular uma riqueza infinita. Estes
certificados serão documentos
imprescindiveis para a nossa ressurreição.
Amar é doar-se, e perdoar é renovar a nossa
força para permanermos sempre em Jesus,
"mesmo que tudo caia sobre nós".
O mealheiro só se encherá com perdão e amor.
Cada Cristão possui os seus próprios
certificados de amor. Como os descobrimos?
Basta preparar o nosso coração e o nosso
espirito, afiná-lo com o tom de Deus. Ele
encarregar-se-á de nos dar coragem e tudo será
amor.
Elsa Tavares de Pinho
Cf 288
Aproxima-se a passos largos mais um
carnaval! Tempo de festa, tempo de folia,
3 dias de excessos que servem para
despedir o Inverno e entrar na Quaresma.
O tempo de Carnaval decorria
tradicionalmente entre finais de Dezembro
e começos de Janeiro e os inícios da
Quaresma. Havia uma intensificação de
actividades à medida que a Quaresma se
aproximava, principalmente nos dias que
mais se identificam com o Carnaval, os que
vão do Sábado Gordo à Quarta-feira de
Cinzas.
As manifestações do Carnaval eram, e são,
muito variadas; os cortejos, as
representações teatrais burlescas, as
competições, os repastos, e outras...
O Carnaval é um tempo de excessos, com
múltiplos significados:
- É um período excepcional, em que se
rompe com os padrões da vida quotidiana,
que é alvo de sátira.
- É um tempo de festa e de exaltação dos
sentidos,queratravésdaingestãodecomida
- o grande consumo de carne de porco, por
ex.edebebida-queratravésdasexualidade,
a que se alude constantemente pela palavra
e pela própria exibição do corpo.
- Critica-se o poder, as autoridades e as
hierarquias sociais, por vezes escondidos
atrás das máscaras invertendo-se mesmo o
desempenho de papéis sociais com homens
disfarçados de mulheres e mulheres
disfarçadas de homens, aproveitando o
facto de este ser um período de uma certa
licença autorizada.
O Carnaval, a que se chama também,
Entrudo, nas zonas rurais de Portugal é,
Tempo de Folia!!!!
sob todos os aspectos, um período que
contrasta com a Quaresma, tempo de ordem,
de penitência, de controlo corporal, facto
que encontra expressão na própria comida
tida por apropriada o peixe e abolida a carne.
O contraste do Carnaval com o quotidiano,
o carácter satírico e mesmo profanador dos
seus rituais e festejos, estão na base de dois
tipos de apreciação bastante diferentes
quanto ao significado das suas
manifestações. Enquanto alguns vêem nas
manifestações uma espécie de válvula de
escape da sociedade, pois as críticas e
paródias desta época serviriam para libertar
tensões sociais, permitindo que tudo
continuasse na mesma, outros pensam que
as manifestações podem ter um carácter
potencialmente perturbador. O que sucede
por vezes, convertendo-se a farsa em
conflito aberto.
Os festejos carnavalescos são muito
variados; ao lado do antigo Entrudo, que
sobrevive em zonas rurais, com os seus
mascarados, críticas e sátiras, existe um
Carnavalurbano,centradoemdesfiles-onde
também está presente a crítica - e bailes,
ondeémuitonotóriaainfluênciadoCarnaval
Brasileiro.
Representado a alegria que os homens
teimosamente procuram, a quadra
carnavalesca surge como um símbolo de
repouso, de pausa apetecida entre regras
impostas e o desejo de anular, de combater
padrões, em voos de liberdade, de coragem,
de ousadia.
Manuela Pires CF 860
Bragança-Miranda
A velhice é muitas vezes encarada de uma
forma negativa, como um tempo que é
preciso "suportar", à espera da morte.
Esta visão não tem razão de ser e leva
necessariamente as pessoas a não
aproveitarem a riqueza da experiência e
sabedoriaqueforamacumulandoaolongo
dos anos.
Como o Papa emérito declarou numa
comunidade de idosos, em 2012, é belo
ser idoso! Nessa mesma ocasião afirmou
também que a pessoa idosa não se deve
deixar levar pela tristeza e saudade do
tempo em que era jovem e por já não
poder realizar tarefas que então levava a
cabo.
Oqueacabamosdeafirmareoutrascoisas
que poderíamos ainda afirmar significam
que o optimismo e os frutos da sabedoria
acumulada não são um dado adquirido,
mas uma conquista, que não é de todo
fácil. Quando se aproxima a velhice,
deve-se assumir a própria existência e
Valorizar a sabedoria dos idosos
começar a pensar nas mudanças que o peso
da idade vai trazer, preparando-se, assim,
para as encarar de maneira positiva.
E isto é possível, porque se é verdade que,
com os anos, se vai perdendo a capacidade
de realizar determinadas tarefas, também é
certo que surgem outras oportunidades
que, quando se era jovem, não era possível
levar a cabo.
A velhice é, com efeito, um novo começo,
em que a pessoa pode realizar "sonhos"
que noutra idade não pôde realizar e aplicar-
se em trabalhos que não terão uma eficácia
tão visível, possuindo, porém, um valor
profundo.
A sabedoria desta etapa da vida tem uma
grande dose de gratuidade e interioridade
que antes não existiam. Esta sabedoria
adquire-se também, para o cristão, num
contacto mais íntimo e frequente com Deus,
por meio da oração, já que a pessoa está
mais disponível e com mais tempo para
dedicar a Deus.
2 Janeiro/Fevereiro 2014
Existem pessoas nas nossas vidas que nos
deixam felizes pelo simples fato de terem
cruzado o nosso caminho.
Algumas percorrem ao nosso lado, vendo
muitas luas passarem, mas outras apenas
vemos entre um passo e outro.
A todas elas chamamos de amigo. Há muitos
tipos de amigos. Talvez cada folha de uma
árvore caracteriza um deles.
O primeiro que nasce do broto é o amigo pai
e o amigo mãe. Mostram o que é a vida.
Depois vem o amigo irmão, com quem
dividimosonossoespaçoparaqueelefloresça
como nós. Passamos a conhecer toda a família
de folhas, a qual respeitamos e desejamos o
bem.
Mas o destino apresenta-nos outros amigos,
os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso
caminho. Muitos desses denominamos
amigos do peito, do coração. São sinceros,
são verdadeiros, sabem o que nos faz feliz…
Às vezes, um desses amigos do peito estala o
nosso coração e então é chamado de amigo
namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos,
música aos nossos lábios, pulos aos nossos
pés.
Mas também há aqueles amigos por um
tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia
ou uma hora. Esses costumam colocar muitos
sorrisos na nossa face, durante o tempo que
estamos por perto.
Árvore dos Amigos
E por Falar em perto, não podemos esquecer
os amigos distantes. Aqueles que ficam nas
pontas dos galhos, mas que quando o vento
sopra, sempre aparecem novamente entre uma
folha e outra.
O tempo passa, o verão vai embora, o outono
aproxima-se, e perdemos algumas das nossas
folhas. Algumas nascem num outro verão e
outras permanecem por muitas estações.
Mas o que nos deixa mais feliz é que as que
caíram continuam por perto, continuam
alimentaranossaraizcomalegria.Lembranças
de momentos maravilhosos enquanto
cruzavam o nosso caminho.
Desejo a todas as folhas da "minha árvore",
PAZ, AMOR, SAÚDE, SUCESSO,
PROSPERIDADE… hoje e
sempre…simplesmente porque cada pessoa
que passa na nossa vida é única. Sempre deixa
um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os
que levam muito, mas não há os que não
deixam nada. Esta é a maior responsabilidade
da nossa vida e a prova evidente de que as
pessoas não se encontram por acaso.
Obrigada a todos os meus amigos e irmãos
fraternos em Cristo Jesus, por fazerem parte
da minha vida e me ajudarem no meu caminho
para Jesus.
Cristina de Souza CF 1020
Bragança-Miranda
É com esta frase que o Papa Francisco se
despede dos fiéis reunidos para oAngelus em
cada domingo. É uma expressão inabitual, há
que reconhecer. O que os pontífices anteriores
se concediam era, quanto muito, um aceno de
mão a mais ou um sorriso que se abria.
Naquela janela do Palácio Apostólico, tanto
João Paulo II como Bento XVI, só para falar
dos mais recentes, mostraram-se sem véus, é
verdade. Basta lembrar o lento e dolente
calvário do Papa Wojtyla que fazia alguns
comentadoresperguntaremsenãoseriademais
a exposição de tamanho sofrimento. Ou os
últimos Angelus do Papa Ratzinger, antes e
depois da grande renúncia. Para quem
quisesse ver estava tudo ali. E a forma de
comunicação não era nem melhor nem pior:
era simplesmente diferente. Mas o que toca
tanta gente no estilo do Papa Francisco é esta
capacidade, que parece fácil mas é muito rara,
de avizinhar-se, de revelar-se familiar, de
expressar uma atenção concreta pelos outros.
Traduzida por ele, a pastoral deixa de ser
uma ciência abstracta, feita de gráficos e
Bom domingo e bom almoço
organigramas. Deixa de reger-se por
categorizações e manuais. É evangélica,
instintiva e inclusiva; torna-se uma arte que o
coração conhece (e reconhece). É um pacto de
confiança que aceita a necessidade
permanente de refazer-se. É um passar da
soleira formal onde tantas vezes a
evangelização, infelizmente, se detém. Jesus
enviou os seus discípulos dizendo-lhes que
entrassem nas casas, que se sentassem à mesa,
que comessem e bebessem do que lhes fosse
servido (Lc 10,8). Nessa comunhão de mesa e
de destino realiza-se uma das viagens mais
surpreendentes que se pode fazer, em qualquer
tempo e em qualquer civilização: o transcender
daquele espaço que separa os outros dos
nossos; o atravessar dos obstáculos que
dividem o mundo entre estranhos e familiares.
Quando ouvimos o Papa Francisco desejar
"bom domingo e bom almoço" não é apenas
uma forma tipificada de cortesia. É mais do
que isso. É muito mais.
José Tolentino Mendonça
O Papa Francisco encontrou-se no
Vaticano com 25 mil noivos, por ocasião
do dia de São Valentim, a quem pediu que
vivam sem medo das "escolhas
definitivas".
"Hoje, muitas pessoas têm medo de fazer
escolhas definitivas, por toda a vida,
parece-lhes impossível. Hoje tudo muda
rapidamente, nada dura muito", declarou
perante participantes vindos de 30 países,
incluindo quatro portugueses, numa
iniciativa promovida pelo Conselho
Pontifício da Família sob o lema 'A alegria
do sim para sempre'.
"Não devemos deixar-nos vencer pela
cultura do provisório, que hoje nos invade
a todos", acrescentou o Papa.
Francisco sustentou que a vida familiar
deve ser construída não sobre a "areia dos
sentimentos que vão e volta", mas sobre
"a rocha do amor verdadeiro, o amor que
vem de Deus".
"A família nasce deste projeto de amor
que quer crescer, como se construísse uma
casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de
esperança, de apoio"..
Respondendo a três questões colocadas
por representantes da assembleia, o Papa
pediu que os noivos façam do seu
casamento "uma verdadeira festa", uma
festa "cristã, não uma festa mundana", mas
"com Jesus".
"É bom que o vosso casamento seja sóbrio
e faça sobressair aquilo que é
verdadeiramente importante.Alguns estão
mais preocupados com os sinais exteriores,
o banquete, as fotografias, o vestido e as
flores: são coisas importantes numa festa,
mas só se forem capazes de indicar o
verdadeiro motivo da vossa alegria".
Francisco destacou que o matrimónio
católico implica "estar juntos e saber amar-
se para sempre" e precisa da oração.
Papa quer jovens sem medo de "escolhas
definitivas" e com "cortesia" na vida familiar
"Senhor, dá-nos hoje o amor nosso de cada
dia" foi a oração que sugeriu e fez repetir
aos presentes, parafraseando o Pai-Nosso.
Segundo o Papa, a vida em conjunto é "uma
arte", um caminho de paciência e de beleza
que se faz todos os dias e para o qual são
necessárias "três palavras", que já propôs
noutras ocasiões: Com licença, obrigado e
desculpa.
"Hoje, nas nossas famílias, no nosso
mundo, tantas vezes violento e arrogante,
há necessidade de muito mais cortesia",
precisou.
Francisco observou que a vida a dois deve
manter viva "a consciência de que a outra
pessoa é um dom de Deus, que se tem
sempre de agradecer".
"Sabemos todos que não existe a família
perfeita. Nem marido perfeito nem mulher
perfeita. Não vamos sequer falar da sogra
perfeita...".
A intervenção, aplaudida várias vezes pelos
presentes, recordou ainda a tentação de
"acusar o outro para se justificar a si
próprio".
"É um instinto que está na origem de
muitosdesastres.Aprendamosareconhecer
os nossos erros e a pedir desculpa".
Francisco sublinhou a importância da
"paz" em todos os lares, com pequenos
gestos, para que os casais "nunca acabem
o dia sem pedir-se perdão".
"O casamento é um trabalho de todos os
dias,umtrabalhoartesanal,porqueomarido
tem a missão de fazer da esposa mais
mulher e esta tem a missão de fazer do
marido mais homem. Crescer em
humanidade, como homem e mulher" e
concluiu.
"Os filhos terão esta herança, de ter um
pai e uma mãe que cresceram juntos,
fazendo-se, um ao outro, mais homem e
mais mulher".
JOVENS EM ALERTA
Nos dias 19 à noite, 20,21 e 22 de Dezembro
de 2013, um grupo de 20 jovens decidiu
arriscar uma experiência diferente e lançou-se
na aventura de 3 dias de encontro.
Em ano vocacional, o tema escolhido foi "A
Ousadia do Sim". Também um numeroso
grupo de jovens que já fez um Convívio
Fraterno, ousou dizer sim à missão que Deus
lhe confiou e, tornando-se instrumento nas
suas mãos, levou Jesus Cristo ao coração dos
jovens. Muito perto do Natal, este Convívio
Fraterno número 1225, foi um despertar da
fé para que Jesus pequenino pudesse nascer
verdadeiramente.
A OUSADIA DO SIM
A festa de Encerramento decorreu na Paróquia
dos Santos Mártires e contou com a presença
de D. José Cordeiro, Bispo da Diocese e de
vários Sacerdotes. Foi um momento de grande
alegria e partilha da fé.
Na Eucaristia de Encerramento, D. José
Cordeiro, desafiou os jovens a não ter medo
de responder ao chamamento de Deus.
Que Deus nos dê a coragem e a ousadia de
uma resposta firme e definitiva a esse
chamamento.
P'la equipa coordenadora
Fabíola Mourinho
Foi nos passados dias 27, 28 e 29 de
Dezembro, que 54 novos convivas decidiram
aceitar o desafio de viverem um Natal
diferente… ou talvez dissesse apenas "viver
o Natal". Se à chegada se sentia o frio de
Dezembro, depressa cresceu o calor dentro
de cada um, por sentir que não estava só nesta
descoberta. Havia tantas outras caras a
dirigirem-se a um presépio há muito esperado,
aquele que consegue dar um sentido à vida,
que só é possível com o Emanuel, o Verbo
que se fez Homem e decidiu acampar entre
nós.
Com o passar do tempo, cada um foi
descobrindo que o presépio mais bonito onde
Deus nasce é a nossa vida e a manjedoura o
nosso coração. Só um coração puro, sincero,
livre, autêntico pode acolher este nascimento.
"… E o Verbo acampou no meio de Nós"
E como acontece com qualquer nascimento,
ou (re)nascimento, é impossível ficar igual, é
impossível não sorrir, não estar feliz, não
levar ao mundo esta boa noticia. Foi isto que
estes jovens fizeram na noite do
Encerramento, em Cesar, juntamente com
familiares, amigos e convivas que seguiram a
estrela para adorar o menino Deus trazido na
voz destes jovens.
Como mensagem final, não deixa de ecoar
nos nossos ouvidos o desafio: "Tudo seria
bem melhor, se o Natal não fosse um dia… e
se as Mães fossem Maria e se os Pais fossem
José… e se a gente se parecesse com Jesus
de Nazaré".
Shalom…
Pela Equipa Coordenadora:
Hugo Cravo CF 945
Depois de perto de 6 anos à frente do
movimento na Diocese de Santarém, é
chegada a hora de passarmos o testemunho
a quem poderá dar continuidade ao carisma
do movimento que é de jovens a evangelizar
jovens.
OAntónio do Canto e eu sempre quisemos,
e continuamos a querer, que o movimento
seja na diocese um impulsionador do
evangelho de Cristo junto dos jovens e por
isso, iremos continuar o nosso trabalho
sempre com o objetivo de levarmos mais
além a boa-nova de Jesus Cristo e cada vez
com mais coragem para novos desafios que
Foi de 26 a 29 de Dezembro do último ano
queserealizouohabitualConvíviofraterno
do Natal na Diocese de Santarém: o 1233.
Como já tem sido habitual, a Casa de
Retiros das Irmãs de S. José de Cluny quase
que foi "pequena" para receber os 42 novos
jovens convivas e os cerca de 90 convivas
que se dispuseram a recebê-los e a partilhar
este Cristo que se quer de todos.
Durante estes dias, e sempre sobre o
acolhimento e oração das Irmãs de S. José
de Cluny, estes jovens descobriram ou
aprofundaram a sua relação com Cristo. E
foi, de facto, maravilhoso poder observar
esta transformação quase que numa
"primeira fila", recordando também o
processo que aconteceu dentro de cada um
de nós quando realizámos o nosso
Convívio Fraterno.
Estes jovens, vindos de diversos pontos
da nossa Diocese, são assim convidados a
renovar as suas paróquias, grupos de
jovens, universidades, escolas e lares.
Movidos pelo amor do Pai
Sempre como Luz reflectora de Cristo que,
por si só, também renovou os corações de
cada um.
A nós, elementos das equipas de apoio,
resta-nos acompanhar e rezar por cada um;
sempre movidos pelo Amor do Pai e pela
alegria que foi vê-los ter consciência deste
Amor. Temos a certeza que cada um de
nós agradece ao Senhor por este encontro.
Este Senhor que vai sempre à nossa frente
para que corramos atrás d'Ele, mas que,
também desinquietou cada um destes
jovens para que se deixem desafiar a correr
connosco.
Hoje, com novo Convívio Fraterno à porta
(já nos próximos dias 11 a 14 de Abril), é
maravilhoso ver muitos destes jovens
desejosos de tomar parte desta experiência,
proporcionando a outros a descoberta de
Jesus, a descoberta do próprioAmor, esse
Amor que ainda lhes arde no coração.
Henrique Delfina
PASSAGEM DE TESTEMUNHO
Bragança
a igreja de Cristo, nos venha a colocar.
Desde já gostaríamos de agradecer todo o
apoio demonstrado ao longo destes anos,
tendo a certeza que iremos acompanhar o
movimento como membros ativos que
somos desta Igreja de Cristo.
Assim informamos que os novos
coordenadores do movimento na diocese de
Santarém são:
Henrique Delfina: Henrique delfina@
sapo.pt
Joana Jorge: joanajorge@gmail.com
António do Canto,
Jorge Messias
Porto
Santarém
4 Janeiro/Fevereiro 2014
Convívio 1233 para a Diocese de Santarém
JOVENS EM ALERTA
Viseu
29 de Dezembro de 2013
"Ao passar pela vida, eu sei, que nem tudo,
vai ser como sonhei…"
Hoje vou-me embora, sabendo que a porta
que fica para trás ficará aberta para sempre,
que me acompanhará sempre e que estará
sempre à minha frente. Atrevo-me a levar
comigo cada abraço que recebi. Não
imaginam quanto esse aconchego significou
para mim.
Não há acasos do acaso e acredito que houve
um grande motivo para aqui estar, por fazer
parte desta GRANDE FAMÍLIA, do CF
1230.
Quando aqui cheguei estava vazio de
esperança e talvez de JC.
E HOJE? AGORA?
Como não há acasos, fiz parte da equipa
VERDE, que significa ESPERANÇA.
"SeráqueElesevailembrar…demeajudar.
Será que sim?"
Durante os três fervorosos dias, partilhámos
- enquanto nova FAMÍLIA(30 novos e mais
umas formiguinhas) - vivências. Estarei
sempre GRATO à minha equipa; ao Rui
(219), ao Leandro (219), à Andreia, à Ana
Rita, àAna Luísa, àAlísia, à Jéssica e a JC.
Não, não me esqueci de ti, Cristina, porque
quero dizer-te: tenho tantas cruzes, mas
tentarei viver feliz.Agradeço a JC por te ter
colocado no meu caminho. É nos silêncios
que se encontram as melhores palavras.
Agradeço a JC por te ter colocado naquele
momento tão difícil para mim, por me teres
ouvido e nunca me teres julgado. Fui Eu,
ali.
"Juntos como irmãos, Membros duma
Igreja, Vamos caminhando,
Ao encontro do Senhor."
Quando decidi vir, ninguém me disse que
era fácil - aliás, não me disseram nada -, mas
também nada é fácil. E não foi fácil. NÃO,
NÃO, NÃO FOI FÁCIL. E não será fácil.
E tudo isto por Ti. Sinto a dor de uma nova
presença; não me resta senão, compreendê-
la e ser feliz. "Nada há a temer."
CONVÍVIOFRATERNO
1230:ATREVE-TE
Numa das partilhas feitas, cruzei a minha
vida com a dela. Subíamos uma escada
análoga, com a mesma atitude de arrazoar,
conseguireconhecernahistóriadela,aminha.
Partilhou a forma mais bonita do apego.
Perdoar! E é esta a forma de perdoar, que
levo comigo. Perdoar é como amar duas
vezes.
Noutra partilha, a minha fragilidade de afeto
e afins fizeram-me abandonar a sala e querer
desistir daqui estar. Acredito que a sua
conclusão, tenha sido como um verdadeiro
abraço, unido, quente e os dois corações a
baterem ao mesmo compasso. E que a vara
da videira, seja sempre verde, pronta a dar
alento ou a crescer, como o verdadeiro
sentido da Igreja, Família.
…Era mais fácil que JC não colocasse os
momentos menos bons nas NOSSAS
VIDAS,mas"Eledáasbatalhasmaisdifíceis
aos seus melhores soldados". Cada um é
um soldado forte.
Percorremos o mesmo caminho, os mesmos
km,atéchegaraqui,amboschegávamoscom
o mesmo sentido de descoberta, ansiedade,
estranheza, "seca".
Agora, quero agradecer ao verdadeiro
sentido de aqui estar: JC.
Mas, confesso que houve momentos que
não o foram. EU cheguei aqui pobre de
diversasmaneiras,masgraçasaTisaiodaqui
rico. Obrigado pelo grupo 1230 do CF que
escolheste para mim. Foi o perfeito. Os
sorrisos de cada um. Os olhares...
Aqui voltei a fazer uma coisa importante,
que já não fazia há pelo menos 4 anos,
comunguei JC. Estou feliz! E os meus
medos, vou perdê-los, certamente, porque
agoraacreditoqueestásmesmoaomeulado.
Obrigado JC.
Atrevam-se a encontrar a vossa verdadeira
luz.
"Deus é amor: atreve-te a viver por amor.
Deus é amor: nada há a temer."
Um dos novos participantes do CF 1230 -
viseu
"…não é o que fazemos que é importante,
mas sim o amor que colocamos naquilo que
fazemos…"
Foi o amor do Deus Menino que reuniu 23
jovens no Convívio Fraterno 1227, o 49º da
Diocese de Beja. A tão esperada noite do dia
20 de dezembro chegava e, apesar das baixas
temperaturas anunciadas para o fim-de-
semana, havia nos corações dos novos
convivas e dos elementos da equipa, um fogo
diferente e contagiante. Apesar de alguma
reticência, podia vislumbrar-se nos olhares e
nos sorrisos a intensidade desse fogo. E foi
nessa busca da vivência fraterna do amor de
Jesus, que o frio foi esquecido e a união entre
todos se tornou notável, através dos vários
momentos de partilha e oração.
É maravilhoso poder descobrir no rosto de
cada irmão o rosto do próprio Jesus Cristo
que nos fala, e nos diz "Vem e segue-Me".
O encerramento realizou-se no dia 23 de
Beja
Só o amor faz renascer a vida em nós!
dezembro, no salão do Centro Pastoral de
Beja, onde pudemos partilhar a Boa Nova da
Ressurreição de Jesus. Foi neste momento
que os novos convivas manifestaram a alegria
desta descoberta e o desejo de manter viva a
chama (re)acendida nestes três dias.
O culminar do encerramento foi a celebração
da eucaristia, presidida pelo Sr. D. António
VitalinoDantas,BispodeBeja,econcelebrada
por 6 padres desta diocese.
Espera-se um "4º. Dia" cheio de dificuldades
na vivência desta experiência iniciada no
convívio, muito contrária ao mundo em que
vivemos, mas com a certeza do Amor e
presença de Deus.
O Pós-Convívio vai realizar-se no dia 2 de
fevereiro de 2013, pelas 09h30m, no
Seminário de Beja, para o qual todos os
convivas estão convidados.
P´la Equipa Coordenadora
Daniela Duarte
CONVÍVIOS RUMO AO FUTURO
Lista dos Convívios a realizar de fevereiro a abril de 2014
Nos dias 21,22 e 23 de fevereiro de 2014
1234 - Em Paris, para jovens filhos de emigrantes portugueses
Nos dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março de 2014
1235 - Na Casa do Clero, em Bragança para jovens desta diocese
Nos dias 1, 2 e 3 de março de 2014
1236 - No lar do Gaiato, na Serra da Arrábida para jovens de Setúbal
1237 - Na Casa de Retiros, em Vila Real, para jovens desta diocese
1238 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese do Porto
1239 - Em Palmeiral, para jovens da diocese do Algarve
Nos dias 14, 15 e 16 de março de 2014
1240 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese de Aveiro
Nos dias 12,13 e 14 de abril de 2014
1241 - Na Casa das Irmãs de S. José de Clunny, em Torres Novas, para a diocese de
Santarém
1242 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese do porto
Nos dias 14, 15 e 16 de abril de 2014
1243 - No Seminário de S. José, em Vila Viçosa, para jovens daArquidiocese de Évora
Nos dias 25, 26 e 27 de abril de 2014
1244 - No Seminário do Preciosíssimo Sangue, em Proença-A-Nova, para jovens da
diocese de Portalegre Castelo Branco
1245 - Na Casa de Retiros de Viseu, para jovens desta diocese
1246 - Na Casa da Sagrada Família, em Mira, para jovens da diocese de Coimbra
1247 - No Seminário do Fundão, para jovens da diocese da Guarda
1248 - Em Fátima, junto à Casa Diocesana do Clero para jovens da diocese de Leiria-
Fátima.
5Janeiro/Fevereiro 2014
JOVENS EM ALERTA
Nos dias 13, 14 e 14 de Dezembro de 2013
teve lugar, em Moçambique, o convívio-
fraterno nº 1224. O convívio realizou-se em
Chibututuine, distrito da Manhiça e contou
com a presença de 35 jovens de ambos os
sexos.
No semblante dos jovens participantes era
visível a ardente vontade de encontar e viver
o amor, mas sem saber onde, realmente,
encontrá-lo, principalmente numa altura em
queasociedademoçambicanaestámergulhada
numa crise de valores e vive uma total
incerteza devido ao imbróglio que se vive no
país. "Anseiamos o amor, pois acreditamos
que só ele pode devolver a dignidade não só a
nós, mas também ao mundo em geral", diziam
os jovens.
No decurso do convívio, os jovens foram
descobrindo que o verdadeiro amor só é, de
facto, possível quando se tem Crsito no
coração e que esse amor consiste numa
Esse amor me transformou, a minha minha
vida ela mudou…
verdadira doação aos outros sem distinção de
raça, sexo, idade...
Visivelmente eufórico, oAlfredo da Victória
disse, durante o enceramento, que havia
percebido que o amor passava por um
verdadeiro sacrifício e que durante os três dias
havia sofrido uma verdadeira metamorfose.
Essa transformação secundada por Elina
Mucavel, segundo esta, só foi possível graças
à oportunidade que tiveram de "conversar
intimamente com Deus" e com os irmãos.
Ainda durante o enceramento, um jovem de
nome José disse que saía do convívio com a
missão de dar a conhecer aos outros (amigos
e familiares) o verdadeiro amor que
experienciou durante os três dias do convívio.
Deus queira que, de facto, o Seu Amor se
espalhe por toda terra e que os jovens deste
convívio sejam os incansáveis arautos do
poderoso amor divino.
Convíva Luís Alves
Hojeomeucoraçãodivide-seentreumagrande
alegriaeumadeceçãonãomuitogrande,mas
queestragaaalegria.Aalegriavemdofim-de-
semana, vivido na fraternidade e na partilha
dafé.Adeceção,vemdasatitudesdealgumas
pessoasquesedizemcristãseque"anunciam"
Jesus. Às vezes, a deceção, vem de mim
própriatambém.ÉqueanunciarJesus,émuito
maisqueumamera"piedosaobrigaçãocristã"
como método para atingir a salvação.
Anunciar (e viver) em Jesus, não pode ser
um fardo, um "TPC" para fazer quando
chegamos a casa, no final de um dia de
trabalho. Se é assim que encaramos isto de
evangelizar, ainda não entendemos a
verdadeira dimensão de ser cristão.
Anunciar Jesus tem de ser bom. Tem de nos
fazer bem. Tem de ser entusiasmante e radi-
cal e bonito.Tem de nos causar borboletas na
barriga.
Jesustemdeseroamigodesempre.Detodas
as horas e não apenas das horas mais tristes
edifíceis.TemdeserAqueleaquempedimos
opinião quando temos em mãos uma decisão
importante.Aquele que vai connosco para o
bar, para a noite e para o shopping. Jesus
tem de ser para nós natural como respirar ou
comoachuva.Etemdenosincomodarcomo
Anunciar Jesus tem de nos causar
borboletas na barriga
a chuva, se for necessário. Se Jesus nos
incomodar é bom sinal! É porque deixámos
que Ele se metesse na nossa vida. Jesus é uma
opção de vida e optar por Ele é difícil e já todos
sabemos disto. Mas mesmo sabendo disto,
fingimos que essa opção pode até nem ser
radical. Moldamos o Deus de Jesus Cristo à
nossa imagem e aí vamos nós com as nossas
"exceçõesàregra"criadaspelonossoegoísmo.
"Detesto que fales de mim, MAS se eu falar de
ti, talvez nem seja tão mau assim porque afinal,
atémereces"."Detestoquemeapontemfalhas,
MAS se eu apontar falhas a outros, estou a ser
direto e frontal." E quando enchemos a boca
para dizer que "correu mal" mas não mexemos
um dedo para ajudar ou para fazer melhor? E
as nossas ironias? E as nossas hipocrisias? E
as nossas antipatias de estimação? E os nossos
risinhos cínicos quando alguém faz ou diz
algumacoisaquenãovádeencontroaosnossos
padrões?
Seestetextoéumaindireta?Não.Éumadireta.
Équeestadeceçãoquemepesaaquinocoração,
dói-me.Asério!Eestafoiaformamaisdelicada
que encontrei de exorcizar esta coisa má que
me ficou cá dentro e que mata as borboletas
que sinto na barriga, quando anuncio Jesus.
Fabiola Mourinho CF 833
Bragança-Miranda
A Igreja "é, por sua própria natureza,
missionária, já que tem a sua origem na
missão do Filho e do Espírito Santo,
segundo o plano do Pai" (Concílio
Vaticano II, Ad Gentes, 2). "É esta a
vocação própria da Igreja, a sua
identidade mais profunda: existe para
evangelizar" (Paulo VI, Evangelii
nuntiandi, 14). E a missão de evangelizar
consiste em levar a Boa Notícia do amor
de Deus a todos os povos do mundo.
Por conseguinte, a Igreja não pode
encerrar-se em si mesma. A sua acção,
em adesão à palavra de Cristo e sob a
influência da sua graça e da sua caridade,
deve fazer-se plena e actualmente
presente a todos os homens e a todos os
povos, para os conduzir a Cristo (cf. Ad
Gentes, 5).
É, por isso, necessário que tanto os
baptizados, de forma individual, como
as comunidades eclesiais se interessem
pela missão, não só de modo esporádico
e ocasional, mas de modo constante,
como forma de vida cristã.Amissão uni-
versal implica a todos. O Evangelho não
Evangelização, tarefa de todos
pode ser um bem exclusivo de quem o
recebeu, mas um dom que deve ser
comunicado; constitui aquilo que
poderíamos chamar um dom-compromisso,
confiado a todos os baptizados.
Esta missão representa um desafio para
todos: sacerdotes, religiosos e leigos, a fim
de que colaboremos nas nossas paróquias,
escolas e instituições com projectos
específicos que cheguem sobretudo aos que
sofrem e aos mais pobres. A colaboração
entre todos é um dos pontos mais
significativos, quando se trata de promover
a missão de Deus.
Esta missão ainda está longe de estar
terminada. Por isso, o Papa Francisco (e o
mesmo poderíamos dizer dos outros Papas)
tem repetido com insistência que a Igreja
necessita de continuar com esta missão de
dar a conhecer o amor de Deus pelo seu
povo. Unamo-nos a ele e a toda a Igreja,
para juntos levarmos com entusiasmo o
Evangelho àqueles que ainda não o
conhecem ou o conhecem mal.
António Coelho, s.j.
Dezassete jovens participaram, nos dias
20, 21 e 22 de Dezembro de 2013, do
Convívio-Fraterno nº1227, realizado no
Seminário Cristo-Rei, na Matola. Apesar
da visível ansiedade, repazes e raparigas
diziam uninanimamente: "estamos aqui
porque escolhemos Cristo".
Não havia, realmente, espaço para duvidar
no que aqueles jovens briosos diziam, pois
tratava-se de uma época em que as pessoas
de todos sexos e todas idades estavam
preocupados em preparar de forma
pomposa suas festas de Natal e de final do
ano. "Mas que Natal seria sem Cristo?",
Questionavam os 17 jovens participantes
do convívio. "Podemos até preparar grande
festa, mas não será Natal nenhum se não
tiermos Cristo no centro das atenções, pois
nãoépossívelfazerumafestadeaniversário
sem o aniversariante", diziam e reiteravam
os jovens.
Foi dentro deste espírito de afirmações e
questionamentos importantíssimos sobre
Cristo que decorreram os três dias do
Convívio-Franterno, ao longo dos quais os
jovens foram, durante os testemunhos e
Se queres ter ideal, escolhe Cristo...
conferências, descobrindo as implicações de
escolher Cristo no quotidiano das suas vidas.
Visivelmenteemucionadosecomprometidoscom
aspalavrasditasapriori,duranteoencerramento,
IsaíasGomanedissequenaquelemomentosabia
muito bem que escolher Cristo implicava ser
humilde, saber perdoar e amar gratuitamente os
Homens. "Escolher Cristo significa, ainda, tê-lo
comoverdadeiroamigoquenuncanosabandonae
quesepodeconfiaremtodosmomentosdanossa
vida", acrescentou a Beatriz.
Foram, na verdadade, três dias que, de algum
modo, fortificaram tanto a fé dos jovens de tal
forma que diziam ir embora querendo ficar mais
temponequelelocalemquetudogiravaemtorno
de Cristo.
Oxalá, caros jovens, embora não nesta casa que
nos acolheu, continuemos com Crsito e que O
levemos não só à nossa família, mas também a
sociedade em geral, pois só assim estaremos a
construir um mundo melhor e mais humano,
demonstrando, deste modo, a importância de
escolher Cristo para ter um ideal.
Convivas Nodondy da Clara e Gildo S.
Maxaieie
6 Janeiro/Fevereiro 2014
Convívios em Moçambique - Maputo
BALADA DA UNIÃO
Apesar da grave crise económica que a todos afeta, os valores espirituais e culturais em
nada devem ser afetados. É por essa razão que, apesar das dificuldades económicas que
o movimento também vai sofrendo, vamos continuar a tentar publicar bimestralmente o
Balada da União. E essa força e coragem é - nos dada pela generosidade dos nossos
leitores que nunca deixaram de apoiar em todos estes anos o nosso jornal. É GRAÇAS À
SUA GENEROSIDADE QUE ELE CONTINUA A SER O ELO DE UNIÃO ENTRE
TODOS OS JOVENS E CASAIS DO MOVIMENTO. Muitos dos nossos leitores têm
aproveitado os vales de correio para enviar o seu contributo.Atodos estamos agradecidos
pela generosidade manifestada. Também podem enviar o vosso contributo através do
NIB: 003300005000103484305
BALADA DA UNIÃO
No dia dezoito de janeiro reuniu em Fátima o
Conselho Nacional do Movimento Convívios
Fraternos, onde estiveram presentes os
representantes das seguintes dioceses; Porto,
Vila Real, Santarém, Évora, Beja, setúbal,
Aveiro,Coimbra,Guarda,PortalegreeCastelo
Branco, Viseu e Bragança.
Após os cumprimentos iniciais deu-se início
à reunião, invocando o Espirito Santo.
O jornal Balada da União continua a ser uma
preocupação do movimento, o qual acarreta
custos elevados na sua edição em papel, pelo
que foi ponderada a possibilidade de uma
edição em papel trimestral e uma edição em
formato "news letter" online de periodicidade
mensal. No que concerne ao jornal foi referida
a necessidade de fornecer notícias sobre os
diferentes acontecimentos diocesanos,
enriquecendo a vivência, o testemunho e a
partilha entre os convivas.
Na reunião realizou-se uma avaliação da
peregrinação nacional de 2013, tendo sido
referidos os seus pontos positivos e outros a
melhorar, nomeadamente a comunicação com
o Santuário de Fátima, pelo que ficou assente
a entrega de um guião com todos os detalhes
da peregrinação de 2014 até junho.
A Peregrinação Nacional do Movimento -
Convívios Fraternos será nos dias 6 e 7 de
setembro de 2014. Após análise de várias
propostas, em consonância com o tema do
Santuário foi escolhido e aprovado por
unanimidade, o seguinte tema; Atreve-te a
Amar.
A diocese de Bragança ficou responsável pela
criação da letra e música do Hino, inspirando-
senotema"atreve-teaamar",oqualseráentoado
aolongodaperegrinaçãoedeumaformasolene,
no momento de ação de graças, acompanhado
pelacoreografianaescadariadoSantuário.
No decurso da reunião preparou-se o
programa de atividades para a Peregrinação
Nacional, as quais ficaram assim distribuídas:
No dia 6 de setembro (sábado), o acolhimento
pelas 14h30, no Centro Pastoral Paulo VI,
será realizado pela diocese de Beja. Após o
acolhimento realizar-se-á no auditório do
Centro Pastoral Paulo VI a celebração
penitencial, a qual será dinamizada pela dio-
cese do Porto.Após a celebração penitencial
coletiva, no espaço adjacente ao Centro Pas-
toral Paulo VI acontecerá o momento de
RessurreiçãoanimadopeladiocesedaGuarda.
Reunião do Conselho Nacional
do Movimento Convívios Fraternos
Pelas 16h45 ocorrerá a concentração e desfile
de todos os jovens e casais, na frente da
Basílica da Santíssima Trindade até à
Capelinha das Aparições.
Pelas 17h00 ocorrerá a saudação a Nossa
Senhora e a Celebração da Palavra na
Capelinha das Aparições, dinamizada pela
diocese de Santarém.
Pelas 18h00 Os jovens e casais convivas são
convidados a realizarem uma oração por dio-
cese, em locais previamente determinados em
sede de diocese.
Pelas 21h30 celebrar-se-á o Terço do Rosário
na Capelinha das Aparições e a Procissão de
Velas. Os textos para o terço de sábado são
preparados pela diocese deVila Real, a leitura
dos mistérios será realizada pela seguinte
ordem de dioceses;1º Vila Real,2º Évora, 3º
Coimbra, 4º Porto (casais) e 5º Setúbal.Adio-
cesedeViseulevaráoAndordeNossaSenhora
numa fração do percurso da procissão de
velas.
Após a procissão de velas, os convivas são
convidados a participar com a sua alegria na
festa do Sarau, que decorrerá no Centro Pas-
toral Paulo VI, dinamizado pela diocese de
Évora.
No domingo dia 7 de setembro pelas 10h15,
rezar-se-á o Terço do Rosário na Capelinha
das Aparições, seguido de cortejo litúrgico
com a imagem de Nossa senhora de Fátima
para o altar da esplanada do recinto, onde
será celebrada a Eucaristia. A diocese da
Guarda levará o Andor numa fração do
percurso do cortejo litúrgico.
No que respeita ao terço do Rosário de
Domingo, os textos são preparados pela dio-
cese de Aveiro. A leitura dos mistérios será
realizada pela seguinte ordem de dioceses;1º
Aveiro,2º Beja, 3ºGuarda, 4º Bragança e 5º
Viseu.
A festa da despedida, pelas 14h30, será
dinamizada pela diocese de Bragança e
contagiada pela alegria conviva de todas as
dioceses.
Todos os convivas, com as suas camisolas,
faixas, músicas e juventude são convidados a
participar na Caminhada de Fé que é a
Peregrinação Conviva.
Sê Conviva da paz e do amor!
Vai pelo mundo e mostra a tua herança e
"atreve-te a amar!"
António Silva
Apresento-me à porta da vossa casa para vos
falar de um acontecimento que vai realizar-
se, como é sabido, no próximo mês de
Outubro, no Vaticano: trata-se daAssembleia
geral extraordinária do Sínodo dos Bispos,
convocada para discutir o tema "Os desafios
pastorais sobre a família no contexto da
evangelização". Efectivamente, hoje, a Igreja
é chamada a anunciar o Evangelho,
enfrentando também as novas urgências
pastorais que dizem respeito à família.
Este importante encontro envolve todo o Povo
de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas
consagradas e fiéis leigos das Igrejas
particulares do mundo inteiro, que participam
activamente, na sua preparação, com
sugestões concretas e com a ajuda
indispensável da oração. O apoio da oração é
muito necessário e significativo,
especialmente da vossa parte, queridas
famílias; na verdade, estaAssembleia sinodal
é dedicada de modo especial a vós, à vossa
vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos
problemas do matrimónio, da vida familiar,
da educação dos filhos, e ao papel das famílias
na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para
invocardes intensamente o Espírito Santo, a
fim de que ilumine os Padres sinodais e os
guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a
estaAssembleiasinodalextraordinária,seguir-
se-á - um ano depois - aAssembleia ordinária,
que desenvolverá o mesmo tema da família.
E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o
Encontro Mundial das Famílias, na cidade de
Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso,
unamo-nos todos em oração para que a Igreja
realize, através destes acontecimentos, um
verdadeirocaminhodediscernimentoeadopte
os meios pastorais adequados para ajudarem
as famílias a enfrentar os desafios actuais com
a luz e a força que provêm do Evangelho.
Queridas famílias,
Estou a escrever-vos esta carta no dia em que
se celebra a festa da Apresentação de Jesus
no templo. O evangelista Lucas conta que
Nossa Senhora e São José, de acordo com a
Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo
para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião,
duas pessoas idosas - Simeão eAna -, movidas
pelo Espírito Santo, foram ter com eles e
reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2,
22-38). Simeão tomou-O nos braços e
agradeceu a Deus, porque tinha finalmente
"visto" a salvação; Ana, apesar da sua idade
avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a
falar a todos do Menino. É uma imagem bela:
um casal de pais jovens e duas pessoas idosas,
reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente
Jesus faz com que as gerações se encontrem e
unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor
que vence todo o isolamento, toda a solidão,
toda a tristeza. No vosso caminho familiar,
partilhais tantos momentos belos: as refeições,
o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a
oração,asviagenseasperegrinações,asacções
de solidariedade... Todavia, se falta o amor,
falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor
autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que
ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida,
que sustenta a labuta diária do nosso caminho.
Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo
dos Bispos será um tesouro precioso que
enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço
que rezeis também por mim, para que possa
serviroPovodeDeusnaverdadeenacaridade.
A protecção da Bem-Aventurada Virgem
Maria e de São José acompanhe sempre a
todos vós e vos ajude a caminhar unidos no
amor e no serviço recíproco. De coração
invoco sobre cada família a bênção do Senhor.
Vaticano, 2 de Fevereiro - festa da
Apresentação do Senhor - de 2014.
FRANCISCUS
7Janeiro/Fevereiro 2014
BALADA DA UNIÃO
Balada da União
Propriedade Editorial eAdministração
Convívios Fraternos
N.I.P.C. 503298689
Tlef: 234 884474 Fax: 234 880904
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Director e Redactor:
P. Valente de Matos
Depósito Legal: 634/82 - Nº de Registo:
108164
Este Jornal encontra-se em
www.conviviosfraternos.com
Rua Júlio Narciso Neves Nº 65 3860-129
Avanca
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos
algumas reflexões com a esperança de que
possam servir para o caminho pessoal e
comunitário de conversão. Como motivo
inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo:
"Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre
por vós, para vos enriquecer com a sua
pobreza" (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve
aos cristãos de Corinto encorajando-os a
seremgenerososnaajudaaosfiéisdeJerusalém
que passam necessidade. A nós, cristãos de
hoje, que nos dizem estas palavras de São
Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à
pobreza, a uma vida pobre em sentido
evangélico?
A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada,
qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela
através dos meios do poder e da riqueza do
mundo,mascomosdafragilidadeedapobreza:
"sendo rico, fez-Se pobre por vós". Cristo, o
Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e
glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio,
aproximou-Se de cada um de nós; despojou-
Se, "esvaziou-Se", para Se tornar em tudo
semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A
encarnação de Deus é um grande mistério.
Mas, a razão de tudo isso é o amor divino:
um amor que é graça, generosidade, desejo de
proximidade, não hesitando em doar-Se e
sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A
caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte
do amado. O amor torna semelhante, cria
igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi
o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus
"trabalhou com mãos humanas, pensou com
uma inteligência humana, agiu com uma
vontade humana, amou com um coração
humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-
Se verdadeiramente um de nós, semelhante a
nós em tudo, exceto no pecado" (CONC.
ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et
spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a
pobreza em si mesma, mas - como diz São
Paulo - "para vos enriquecer com a sua
pobreza". Não se trata dum jogo de palavras,
duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma
síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a
lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez
cair do alto a salvação sobre nós, como a
esmola de quem dá parte do próprio supérfluo
com piedade filantrópica. Não é assim o amor
de Cristo! Quando Jesus desce às águas do
Jordão e pede a João Batista para O batizar,
não o faz porque tem necessidade de
penitência, de conversão; mas fá-lo para Se
colocar no meio do povo necessitado de
perdão, no meio de nós pecadores, e carregar
sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi
o caminho que Ele escolheu para nos consolar,
salvar, libertar da nossa miséria. Faz
impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos
libertados, não por meio da riqueza de Cristo,
mas por meio da sua pobreza. E todavia São
Paulo conhece bem a "insondável riqueza de
Cristo" (Ef 3, 8), "herdeiro de todas as coisas"
(Heb 1, 2).
Em que consiste então esta pobreza com a
qual Jesus nos liberta e torna ricos? É
precisamente o seu modo de nos amar, o seu
aproximar-Se de nós como fez o Bom
Samaritano com o homem abandonado meio
morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37).
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014
Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)
Aquilo que nos dá verdadeira liberdade,
verdadeira salvação e verdadeira felicidade é
o seu amor de compaixão, de ternura e de
partilha. A pobreza de Cristo, que nos
enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre
Si as nossas fraquezas, os nossos pecados,
comunicando-nos a misericórdia infinita de
Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza:
Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus
Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento,
procurando sempre e apenas a sua vontade e
a sua glória. É rico como o é uma criança que
se sente amada e ama os seus pais, não
duvidando um momento sequer do seu amor
e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser
o Filho: a sua relação única com o Pai é a
prerrogativa soberana deste Messias pobre.
Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós
o seu "jugo suave" (cf. Mt 11, 30), convida-
nos a enriquecer-nos com esta sua "rica
pobreza" e "pobre riqueza", a partilhar com
Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-
nos filhos no Filho, irmãos no Irmão
Primogénito (cf. Rm 8, 29).Foi dito que a
única verdadeira tristeza é não ser santos
(Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que
só há uma verdadeira miséria: é não viver
como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este "caminho" da
pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso:
nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar
o mundo com meios humanos adequados. Isto
não é verdade. Em cada época e lugar, Deus
continua a salvar os homens e o mundo por
meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre
nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja,
que é um povo de pobres. A riqueza de Deus
não pode passar através da nossa riqueza,
mas sempre e apenas através da nossa
pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo
Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos,
somos chamados a ver as misérias dos irmãos,
a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar
concretamente para as aliviar. A miséria não
coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza
sem confiança, sem solidariedade, sem
esperança. Podemos distinguir três tipos de
miséria: a miséria material, a miséria moral e a
miséria espiritual. A miséria material é a que
habitualmente designamos por pobreza e
atingetodosaquelesquevivemnumacondição
indigna da pessoa humana: privados dos
direitos fundamentais e dos bens de primeira
necessidade como o alimento, a água, as
condições higiénicas, o trabalho, a
possibilidade de progresso e de crescimento
cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece
o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao
encontro das necessidades e curar estas chagas
que deturpam o rosto da humanidade. Nos
pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo;
amando e ajudando os pobres, amamos e
servimos Cristo. O nosso compromisso
orienta-se também para fazer com que cessem
no mundo as violações da dignidade humana,
as discriminações e os abusos, que, em muitos
casos, estão na origem da miséria. Quando o
poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos,
acabam por se antepor à exigência duma
distribuição equitativa das riquezas. Portanto,
é necessário que as consciências se convertam
à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral,
que consiste em tornar-se escravo do vício e
do pecado. Quantas famílias vivem na
angústia, porque algum dos seus membros -
frequentemente jovem - se deixou subjugar
pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela
pornografia! Quantas pessoas perderam o
sentido da vida; sem perspetivas de futuro,
perderam a esperança! E quantas pessoas se
veemconstrangidasatalmisériaporcondições
sociais injustas, por falta de trabalho que as
priva da dignidade de poderem trazer o pão
para casa, por falta de igualdade nos direitos
à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria
moral pode-se justamente chamar um suicídio
incipiente. Esta forma de miséria, que é causa
também de ruína económica, anda sempre
associada com a miséria espiritual, que nos
atinge quando nos afastamos de Deus e
recusamos o seu amor. Se julgamos não ter
necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a
mão, porque nos consideramos
autossuficientes,vamosacaminhodafalência.
O único que verdadeiramente salva e liberta é
Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a
miséria espiritual: o cristão é chamado a levar
a todo o ambiente o anúncio libertador de que
8 Janeiro/Fevereiro 2014
existe o perdão do mal cometido, de que
Deus é maior que o nosso pecado e nos ama
gratuitamente e sempre, e de que estamos
feitos para a comunhão e a vida eterna. O
Senhor convida-nos a sermos jubilosos
anunciadores desta mensagem de
misericórdia e esperança. É bom
experimentar a alegria de difundir esta boa
nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado
para consolar os corações dilacerados e dar
esperança a tantos irmãos e irmãs imersos
na escuridão. Trata-se de seguir e imitar
Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos
pecadores como o pastor à procura da
ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos
a Ele, podemos corajosamente abrir novas
vias de evangelização e promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo
de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta
e solícita para testemunhar, a quantos vivem
na miséria material, moral e espiritual, a
mensagem evangélica, que se resume no
anúncio do amor do Pai misericordioso,
pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E
poderemos fazê-lo na medida em que
estivermos configurados com Cristo, que Se
fez pobre e nos enriqueceu com a sua
pobreza. A Quaresma é um tempo propício
para o despojamento; e far-nos-á bem
questionar-nos acerca do que nos podemos
privar a fim de ajudar e enriquecer a outros
com a nossa pobreza. Não esqueçamos que
a verdadeira pobreza dói: não seria válido
um despojamento sem esta dimensão
penitencial. Desconfio da esmola que não
custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos
permita ser "tidos por pobres, nós que
enriquecemos a muitos; por nada tendo e,
no entanto, tudo possuindo" (2 Cor 6, 10).
Que Ele sustente estes nossos propósitos e
reforce em nós a atenção e solicitude pela
miséria humana, para nos tornarmos
misericordiosos e agentes de misericórdia.
Com estes votos, asseguro a minha oração
para que cada crente e cada comunidade
eclesial percorra frutuosamente o itinerário
quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim.
Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora
vos guarde!
Vaticano, 26 de dezembro de 2013

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Balada Janeiro_Fevereiro 2014

  • 1. O MEALHEIRO DO AMOR Nestes tempos que são de crise, as palavras mealheiro e amor e suas consequências são bastante escassas e até mesmo contraditórias. Aproxima-se um tempo quaresmal que nos indica caminhos de poupança e investimento. Para viver de acordo com aquilo que Jesus nos indicou nesta Quaresma , as crises e os desertos áridos têm que ser vencidos de forma coerente, como Jesus o fez. Pág. 2 ÁRVORE DOS AMIGOS Existem pessoas nas nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples facto de terem cruzado o nosso caminho. Algumas caminham ao nosso lado, vendo muitas luas passarem , mas outras apenas vemos entre um passo e outro. Pág 3 TEMPO DE FOLIA !!! Aproxima-se a passos largos mais um Carnaval!! Tempo de festa , tempo de folia . Três dias de excessos que servem para despedir do inverno e entrar na Quaresma. O tempo de carnaval decorria tradicionalmente entre os finais de dezembro , os começos de janeiro e o início da Quaresma . Havia uma intensificação de atividades à medida que a Quaresma se aproximava, principalmente nos dias que mais se identificam com o carnaval , ou seja , os que vão de sábado Gordo à quarta - feira de Cinzas. Pág. 2 MENSAGEM DO PAPA PARAA QUARESMA 2014 Queridos irmãos e irmãs : Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de S. Paulo : " Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza"(2 Cor 8,9 ) Pág. 8 REUNIÃO DO CONSELHO NACIONALDOS CONVÍVIOS - FRATERNOS De acordo com os Estatutos dos Convívios-fraternos , reuniu ,em Fátima, no passado dia 18 de janeiro , o Conselho Nacional do Movimento constituído pelos Assistentes religiosos e 2 jovens de cada diocese. Nele foram discutidos vários assuntos de interesse para o movimento e preparado o XLI Convívio Animação Nacional a realizar nos dias 6 e 7 de Setembro 2014, em Fátima. Pág 7 EVANGELIZAÇÃO, TAREFA DE TODOS Esta missão representa um desafio para todos: sacerdotes, religiosos e leigos , a fim de que colaboremos nas nossas paróquias , escolas e instituições com projectos específicos que cheguem aos que sofrem e aos mais pobres. Pág. 6 (…) Já que por todos morreu Cristo e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos manter que o Espirito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus Conhecido. (GS 22) O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO CONVIVIOS- FRATERNOS NAS DIOCESES Apesar da dificuldade em encontrar datas com três dias totalmente disponíveis para a realização dum convívio, mesmo assim, durante o mês de Dezembro, realizaram-se 8 convívios-fraternos nas dioceses em que participaram perto de 3 centenas de jovens. Um convívio é uma proposta de encontro com Deus para todos os jovens que nele participam. Pág 4, 5, 6 VALORIZARA SABEDORIA DOS IDOSOS A velhice é muitas vezes encarada de uma forma negativa, como um tempo que é preciso "suportar", à espera da morte. Esta visão não tem razão de ser e leva necessariamente as pessoas a não aproveitarem a riqueza da experiência e sabedoria que foram acumulando ao longo dos anos. Pág. 2 O PAPAESCREVE CARTA ÀS FAMÍLIAS Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família. E esta é uma tarefa que deve envolver todo o " povo de Deus, desde bispos, sacerdotes e pessoas consagradas, até aos fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro. Pág.7 BOM DOMINGO E BOM ALMOÇO É com esta frase que o Papa Francisco se despede dos fiéis reunidos para oAngelus em cada domingo. É uma expressão habitual, há que o reconhecer. Pág. 3 O PAPAQUER JOVENS SEM MEDO DE "ESCOLHAS DEFINITIVAS" O Papa Francisco encontrou-se noVaticano com 25 mil noivos, por ocasião do dia de S. Valentim, a quem pediu que vivam sem medo das escolhas definitivas. Pág 3 ANUNCIAR JESUS CRISTO TEM QUE NOS CAUSAR "BORBOLETAS" NA BARRIGA Jesus tem que ser oAmigo de sempre e de todas as horas e não apenas das horas mais tristes e difíceis. Tem que ser aquele a quem pedimos opinião quando temos em mãos uma decisão importante,Aquele que vai connosco para o bar , para a noite e para o shopping. Pág.6 PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS * DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOS * PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO: FIG - INDÚSTRIAS GRÁFICAS, S.A. 239 499 922 PUBLICAÇÃO BIMESTRAL- DEP. LEGALNº 6711/93 - ANO XXXIV- Nº 321 - JANEIRO/FEVEREIRO 2014* ASSINATURAANUAL: 10 EUROS * TIRAGEM: 10.000 EXS. * PREÇO: 1 EURO
  • 2. BALADA DA UNIÃO Nestes tempos que são de crise, as palavras mealheiro e amor e as suas consequêcias são bastante escassas e até mesmo contraditórias. Aproxima-se um tempo quaresmal que nos indica caminhos de poupança e investimento. Para viver de acordo com aquilo que Jesus nos indicou, nesta Quaresma, as crises e os desertos áridos têm que ser vencidos de forma coerente, como Jesus o fez. A Quaresma é uma boa oportunidade para parar e procurar a Fonte. Saciar a sede água pura e retirar forças e vitaminas onde os outros só vêem fraquezas e pedras a estorvar o caminho. Se a Quaresma é um caminho para a felicidade que a ressurreição de Jesus nos proporciona, também é uma experiência espiritual e um momento para acumular riquezas que nos dão essa felicidade. O mealheiro que todo o cristão deve ter deve ir -se preechendo com joias de amor. Para fazer render essas preciosidades, temos de efetuar poupanças no mal, no pecado, no atropelo dos nossos irmãos para atingir os nossos objetivos. No mealheiro do amor devemos colocar pouco a pouco todas as ações, todos os investimentos que renderão juros de felicidade eterna. Jejum, abstinência, oração e amor são o caminho para uma maior proximidade com Deus. Este caminho de 40 dias nada mais é do que aquele Caminho vivido por Jesus na sua experiência no deserto, na qual foi posta à prova a Sua humanidade e a Sua divindade. É tudo uma questão de prioridades. O jejum físico é muito importante, mas se não houver um esforço por renunciar ao mal, ao pecado, à futilidade e maldade no nosso coração, a Quaresma será uma mera formalidade. Fazer abstinência é limpar o coração de tudo o que nos perturba para o prencher com bons principios, boas atitudes e muitos investimentos de amor. Estes serão garantidamente recompensados com os juros mais altos de felicidade. Não há dieta nem jejum mais saudável do que este.Aabstinência valoriza a abundância porque no lugar de agruras nascerão flores sem espinhos. Este jejum implica um reconhecimento de que algo está mal e anulado o mal vence o Amor,como premicia de uma vida em Jesus. Com a oração aproximamo-nos bem juntinho a Deus e bebemos a Água que nos dá vitaminas e nos conforta na provação. Orar é estar unido ao Pai como Jesus esteve antes de ser O mealheiro do amor crucuficado. É mergulhar no amor supremo, na doação e abnegação de si mesmo. Por isso é que Jesus insistiu sempre: " Orai e vigiai". O espirito é forte mas a carne é fraca (quem resiste a não querer ficar sempre por cima?). A oração faz-nos concentrar no essencial e colocar de lado o acessório e permanecer com Jesus na hora das provas. Ele eleva a carne fraca ao patamar do espirito, onde o importante é o amor. Muitas vezes fraquejamos porque não perguntamos: " o que farias Tu Jesus?" Será esta aposta boa para render certificados de amor? Se nos dirirgirmos ao nosso banqueiro, ao nosso gestor, ao nosso amigo de todo as horas, tudo será mais fácil e mais belo. Muitas vezes agimos como se fossemos su- per homens, auto confiantes e cheios de todas as certezas. Investimos muito mal para tanta "sabedoria"! Aoraçãoéaáguaqueacalmaasedeefortalece com garantias cerificadas de um amanhã cheio de felicidade. Quando estamos fracos surgem muitas miragens tentadoras e as soluções mais fáceis são muito tentadoras. Quem promete um rendimento rápido engana . O diabo prometeu tudo e mais alguma coisa a Jesus e se Jesus tivesse aceite o que teria acontecido. Jesus esperou rendimentos mais garantidos e resultou. Depois do Jejum, da abstinência, da oração surgem os certificados de amor que se acumulam no nosso coração e são tesouros muito preciosos. São as nossas ações. Se não amarmos o nosso próximo de nada servirá o jejum e oração. Cada oportunidade para amar é um momento único que nos permitirá acumular uma riqueza infinita. Estes certificados serão documentos imprescindiveis para a nossa ressurreição. Amar é doar-se, e perdoar é renovar a nossa força para permanermos sempre em Jesus, "mesmo que tudo caia sobre nós". O mealheiro só se encherá com perdão e amor. Cada Cristão possui os seus próprios certificados de amor. Como os descobrimos? Basta preparar o nosso coração e o nosso espirito, afiná-lo com o tom de Deus. Ele encarregar-se-á de nos dar coragem e tudo será amor. Elsa Tavares de Pinho Cf 288 Aproxima-se a passos largos mais um carnaval! Tempo de festa, tempo de folia, 3 dias de excessos que servem para despedir o Inverno e entrar na Quaresma. O tempo de Carnaval decorria tradicionalmente entre finais de Dezembro e começos de Janeiro e os inícios da Quaresma. Havia uma intensificação de actividades à medida que a Quaresma se aproximava, principalmente nos dias que mais se identificam com o Carnaval, os que vão do Sábado Gordo à Quarta-feira de Cinzas. As manifestações do Carnaval eram, e são, muito variadas; os cortejos, as representações teatrais burlescas, as competições, os repastos, e outras... O Carnaval é um tempo de excessos, com múltiplos significados: - É um período excepcional, em que se rompe com os padrões da vida quotidiana, que é alvo de sátira. - É um tempo de festa e de exaltação dos sentidos,queratravésdaingestãodecomida - o grande consumo de carne de porco, por ex.edebebida-queratravésdasexualidade, a que se alude constantemente pela palavra e pela própria exibição do corpo. - Critica-se o poder, as autoridades e as hierarquias sociais, por vezes escondidos atrás das máscaras invertendo-se mesmo o desempenho de papéis sociais com homens disfarçados de mulheres e mulheres disfarçadas de homens, aproveitando o facto de este ser um período de uma certa licença autorizada. O Carnaval, a que se chama também, Entrudo, nas zonas rurais de Portugal é, Tempo de Folia!!!! sob todos os aspectos, um período que contrasta com a Quaresma, tempo de ordem, de penitência, de controlo corporal, facto que encontra expressão na própria comida tida por apropriada o peixe e abolida a carne. O contraste do Carnaval com o quotidiano, o carácter satírico e mesmo profanador dos seus rituais e festejos, estão na base de dois tipos de apreciação bastante diferentes quanto ao significado das suas manifestações. Enquanto alguns vêem nas manifestações uma espécie de válvula de escape da sociedade, pois as críticas e paródias desta época serviriam para libertar tensões sociais, permitindo que tudo continuasse na mesma, outros pensam que as manifestações podem ter um carácter potencialmente perturbador. O que sucede por vezes, convertendo-se a farsa em conflito aberto. Os festejos carnavalescos são muito variados; ao lado do antigo Entrudo, que sobrevive em zonas rurais, com os seus mascarados, críticas e sátiras, existe um Carnavalurbano,centradoemdesfiles-onde também está presente a crítica - e bailes, ondeémuitonotóriaainfluênciadoCarnaval Brasileiro. Representado a alegria que os homens teimosamente procuram, a quadra carnavalesca surge como um símbolo de repouso, de pausa apetecida entre regras impostas e o desejo de anular, de combater padrões, em voos de liberdade, de coragem, de ousadia. Manuela Pires CF 860 Bragança-Miranda A velhice é muitas vezes encarada de uma forma negativa, como um tempo que é preciso "suportar", à espera da morte. Esta visão não tem razão de ser e leva necessariamente as pessoas a não aproveitarem a riqueza da experiência e sabedoriaqueforamacumulandoaolongo dos anos. Como o Papa emérito declarou numa comunidade de idosos, em 2012, é belo ser idoso! Nessa mesma ocasião afirmou também que a pessoa idosa não se deve deixar levar pela tristeza e saudade do tempo em que era jovem e por já não poder realizar tarefas que então levava a cabo. Oqueacabamosdeafirmareoutrascoisas que poderíamos ainda afirmar significam que o optimismo e os frutos da sabedoria acumulada não são um dado adquirido, mas uma conquista, que não é de todo fácil. Quando se aproxima a velhice, deve-se assumir a própria existência e Valorizar a sabedoria dos idosos começar a pensar nas mudanças que o peso da idade vai trazer, preparando-se, assim, para as encarar de maneira positiva. E isto é possível, porque se é verdade que, com os anos, se vai perdendo a capacidade de realizar determinadas tarefas, também é certo que surgem outras oportunidades que, quando se era jovem, não era possível levar a cabo. A velhice é, com efeito, um novo começo, em que a pessoa pode realizar "sonhos" que noutra idade não pôde realizar e aplicar- se em trabalhos que não terão uma eficácia tão visível, possuindo, porém, um valor profundo. A sabedoria desta etapa da vida tem uma grande dose de gratuidade e interioridade que antes não existiam. Esta sabedoria adquire-se também, para o cristão, num contacto mais íntimo e frequente com Deus, por meio da oração, já que a pessoa está mais disponível e com mais tempo para dedicar a Deus. 2 Janeiro/Fevereiro 2014
  • 3. Existem pessoas nas nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracteriza um deles. O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é a vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimosonossoespaçoparaqueelefloresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino apresenta-nos outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominamos amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros, sabem o que nos faz feliz… Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés. Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto. Árvore dos Amigos E por Falar em perto, não podemos esquecer os amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra. O tempo passa, o verão vai embora, o outono aproxima-se, e perdemos algumas das nossas folhas. Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentaranossaraizcomalegria.Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho. Desejo a todas as folhas da "minha árvore", PAZ, AMOR, SAÚDE, SUCESSO, PROSPERIDADE… hoje e sempre…simplesmente porque cada pessoa que passa na nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levam muito, mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que as pessoas não se encontram por acaso. Obrigada a todos os meus amigos e irmãos fraternos em Cristo Jesus, por fazerem parte da minha vida e me ajudarem no meu caminho para Jesus. Cristina de Souza CF 1020 Bragança-Miranda É com esta frase que o Papa Francisco se despede dos fiéis reunidos para oAngelus em cada domingo. É uma expressão inabitual, há que reconhecer. O que os pontífices anteriores se concediam era, quanto muito, um aceno de mão a mais ou um sorriso que se abria. Naquela janela do Palácio Apostólico, tanto João Paulo II como Bento XVI, só para falar dos mais recentes, mostraram-se sem véus, é verdade. Basta lembrar o lento e dolente calvário do Papa Wojtyla que fazia alguns comentadoresperguntaremsenãoseriademais a exposição de tamanho sofrimento. Ou os últimos Angelus do Papa Ratzinger, antes e depois da grande renúncia. Para quem quisesse ver estava tudo ali. E a forma de comunicação não era nem melhor nem pior: era simplesmente diferente. Mas o que toca tanta gente no estilo do Papa Francisco é esta capacidade, que parece fácil mas é muito rara, de avizinhar-se, de revelar-se familiar, de expressar uma atenção concreta pelos outros. Traduzida por ele, a pastoral deixa de ser uma ciência abstracta, feita de gráficos e Bom domingo e bom almoço organigramas. Deixa de reger-se por categorizações e manuais. É evangélica, instintiva e inclusiva; torna-se uma arte que o coração conhece (e reconhece). É um pacto de confiança que aceita a necessidade permanente de refazer-se. É um passar da soleira formal onde tantas vezes a evangelização, infelizmente, se detém. Jesus enviou os seus discípulos dizendo-lhes que entrassem nas casas, que se sentassem à mesa, que comessem e bebessem do que lhes fosse servido (Lc 10,8). Nessa comunhão de mesa e de destino realiza-se uma das viagens mais surpreendentes que se pode fazer, em qualquer tempo e em qualquer civilização: o transcender daquele espaço que separa os outros dos nossos; o atravessar dos obstáculos que dividem o mundo entre estranhos e familiares. Quando ouvimos o Papa Francisco desejar "bom domingo e bom almoço" não é apenas uma forma tipificada de cortesia. É mais do que isso. É muito mais. José Tolentino Mendonça O Papa Francisco encontrou-se no Vaticano com 25 mil noivos, por ocasião do dia de São Valentim, a quem pediu que vivam sem medo das "escolhas definitivas". "Hoje, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, por toda a vida, parece-lhes impossível. Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito", declarou perante participantes vindos de 30 países, incluindo quatro portugueses, numa iniciativa promovida pelo Conselho Pontifício da Família sob o lema 'A alegria do sim para sempre'. "Não devemos deixar-nos vencer pela cultura do provisório, que hoje nos invade a todos", acrescentou o Papa. Francisco sustentou que a vida familiar deve ser construída não sobre a "areia dos sentimentos que vão e volta", mas sobre "a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus". "A família nasce deste projeto de amor que quer crescer, como se construísse uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio".. Respondendo a três questões colocadas por representantes da assembleia, o Papa pediu que os noivos façam do seu casamento "uma verdadeira festa", uma festa "cristã, não uma festa mundana", mas "com Jesus". "É bom que o vosso casamento seja sóbrio e faça sobressair aquilo que é verdadeiramente importante.Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, o banquete, as fotografias, o vestido e as flores: são coisas importantes numa festa, mas só se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da vossa alegria". Francisco destacou que o matrimónio católico implica "estar juntos e saber amar- se para sempre" e precisa da oração. Papa quer jovens sem medo de "escolhas definitivas" e com "cortesia" na vida familiar "Senhor, dá-nos hoje o amor nosso de cada dia" foi a oração que sugeriu e fez repetir aos presentes, parafraseando o Pai-Nosso. Segundo o Papa, a vida em conjunto é "uma arte", um caminho de paciência e de beleza que se faz todos os dias e para o qual são necessárias "três palavras", que já propôs noutras ocasiões: Com licença, obrigado e desculpa. "Hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo, tantas vezes violento e arrogante, há necessidade de muito mais cortesia", precisou. Francisco observou que a vida a dois deve manter viva "a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, que se tem sempre de agradecer". "Sabemos todos que não existe a família perfeita. Nem marido perfeito nem mulher perfeita. Não vamos sequer falar da sogra perfeita...". A intervenção, aplaudida várias vezes pelos presentes, recordou ainda a tentação de "acusar o outro para se justificar a si próprio". "É um instinto que está na origem de muitosdesastres.Aprendamosareconhecer os nossos erros e a pedir desculpa". Francisco sublinhou a importância da "paz" em todos os lares, com pequenos gestos, para que os casais "nunca acabem o dia sem pedir-se perdão". "O casamento é um trabalho de todos os dias,umtrabalhoartesanal,porqueomarido tem a missão de fazer da esposa mais mulher e esta tem a missão de fazer do marido mais homem. Crescer em humanidade, como homem e mulher" e concluiu. "Os filhos terão esta herança, de ter um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se, um ao outro, mais homem e mais mulher".
  • 4. JOVENS EM ALERTA Nos dias 19 à noite, 20,21 e 22 de Dezembro de 2013, um grupo de 20 jovens decidiu arriscar uma experiência diferente e lançou-se na aventura de 3 dias de encontro. Em ano vocacional, o tema escolhido foi "A Ousadia do Sim". Também um numeroso grupo de jovens que já fez um Convívio Fraterno, ousou dizer sim à missão que Deus lhe confiou e, tornando-se instrumento nas suas mãos, levou Jesus Cristo ao coração dos jovens. Muito perto do Natal, este Convívio Fraterno número 1225, foi um despertar da fé para que Jesus pequenino pudesse nascer verdadeiramente. A OUSADIA DO SIM A festa de Encerramento decorreu na Paróquia dos Santos Mártires e contou com a presença de D. José Cordeiro, Bispo da Diocese e de vários Sacerdotes. Foi um momento de grande alegria e partilha da fé. Na Eucaristia de Encerramento, D. José Cordeiro, desafiou os jovens a não ter medo de responder ao chamamento de Deus. Que Deus nos dê a coragem e a ousadia de uma resposta firme e definitiva a esse chamamento. P'la equipa coordenadora Fabíola Mourinho Foi nos passados dias 27, 28 e 29 de Dezembro, que 54 novos convivas decidiram aceitar o desafio de viverem um Natal diferente… ou talvez dissesse apenas "viver o Natal". Se à chegada se sentia o frio de Dezembro, depressa cresceu o calor dentro de cada um, por sentir que não estava só nesta descoberta. Havia tantas outras caras a dirigirem-se a um presépio há muito esperado, aquele que consegue dar um sentido à vida, que só é possível com o Emanuel, o Verbo que se fez Homem e decidiu acampar entre nós. Com o passar do tempo, cada um foi descobrindo que o presépio mais bonito onde Deus nasce é a nossa vida e a manjedoura o nosso coração. Só um coração puro, sincero, livre, autêntico pode acolher este nascimento. "… E o Verbo acampou no meio de Nós" E como acontece com qualquer nascimento, ou (re)nascimento, é impossível ficar igual, é impossível não sorrir, não estar feliz, não levar ao mundo esta boa noticia. Foi isto que estes jovens fizeram na noite do Encerramento, em Cesar, juntamente com familiares, amigos e convivas que seguiram a estrela para adorar o menino Deus trazido na voz destes jovens. Como mensagem final, não deixa de ecoar nos nossos ouvidos o desafio: "Tudo seria bem melhor, se o Natal não fosse um dia… e se as Mães fossem Maria e se os Pais fossem José… e se a gente se parecesse com Jesus de Nazaré". Shalom… Pela Equipa Coordenadora: Hugo Cravo CF 945 Depois de perto de 6 anos à frente do movimento na Diocese de Santarém, é chegada a hora de passarmos o testemunho a quem poderá dar continuidade ao carisma do movimento que é de jovens a evangelizar jovens. OAntónio do Canto e eu sempre quisemos, e continuamos a querer, que o movimento seja na diocese um impulsionador do evangelho de Cristo junto dos jovens e por isso, iremos continuar o nosso trabalho sempre com o objetivo de levarmos mais além a boa-nova de Jesus Cristo e cada vez com mais coragem para novos desafios que Foi de 26 a 29 de Dezembro do último ano queserealizouohabitualConvíviofraterno do Natal na Diocese de Santarém: o 1233. Como já tem sido habitual, a Casa de Retiros das Irmãs de S. José de Cluny quase que foi "pequena" para receber os 42 novos jovens convivas e os cerca de 90 convivas que se dispuseram a recebê-los e a partilhar este Cristo que se quer de todos. Durante estes dias, e sempre sobre o acolhimento e oração das Irmãs de S. José de Cluny, estes jovens descobriram ou aprofundaram a sua relação com Cristo. E foi, de facto, maravilhoso poder observar esta transformação quase que numa "primeira fila", recordando também o processo que aconteceu dentro de cada um de nós quando realizámos o nosso Convívio Fraterno. Estes jovens, vindos de diversos pontos da nossa Diocese, são assim convidados a renovar as suas paróquias, grupos de jovens, universidades, escolas e lares. Movidos pelo amor do Pai Sempre como Luz reflectora de Cristo que, por si só, também renovou os corações de cada um. A nós, elementos das equipas de apoio, resta-nos acompanhar e rezar por cada um; sempre movidos pelo Amor do Pai e pela alegria que foi vê-los ter consciência deste Amor. Temos a certeza que cada um de nós agradece ao Senhor por este encontro. Este Senhor que vai sempre à nossa frente para que corramos atrás d'Ele, mas que, também desinquietou cada um destes jovens para que se deixem desafiar a correr connosco. Hoje, com novo Convívio Fraterno à porta (já nos próximos dias 11 a 14 de Abril), é maravilhoso ver muitos destes jovens desejosos de tomar parte desta experiência, proporcionando a outros a descoberta de Jesus, a descoberta do próprioAmor, esse Amor que ainda lhes arde no coração. Henrique Delfina PASSAGEM DE TESTEMUNHO Bragança a igreja de Cristo, nos venha a colocar. Desde já gostaríamos de agradecer todo o apoio demonstrado ao longo destes anos, tendo a certeza que iremos acompanhar o movimento como membros ativos que somos desta Igreja de Cristo. Assim informamos que os novos coordenadores do movimento na diocese de Santarém são: Henrique Delfina: Henrique delfina@ sapo.pt Joana Jorge: joanajorge@gmail.com António do Canto, Jorge Messias Porto Santarém 4 Janeiro/Fevereiro 2014 Convívio 1233 para a Diocese de Santarém
  • 5. JOVENS EM ALERTA Viseu 29 de Dezembro de 2013 "Ao passar pela vida, eu sei, que nem tudo, vai ser como sonhei…" Hoje vou-me embora, sabendo que a porta que fica para trás ficará aberta para sempre, que me acompanhará sempre e que estará sempre à minha frente. Atrevo-me a levar comigo cada abraço que recebi. Não imaginam quanto esse aconchego significou para mim. Não há acasos do acaso e acredito que houve um grande motivo para aqui estar, por fazer parte desta GRANDE FAMÍLIA, do CF 1230. Quando aqui cheguei estava vazio de esperança e talvez de JC. E HOJE? AGORA? Como não há acasos, fiz parte da equipa VERDE, que significa ESPERANÇA. "SeráqueElesevailembrar…demeajudar. Será que sim?" Durante os três fervorosos dias, partilhámos - enquanto nova FAMÍLIA(30 novos e mais umas formiguinhas) - vivências. Estarei sempre GRATO à minha equipa; ao Rui (219), ao Leandro (219), à Andreia, à Ana Rita, àAna Luísa, àAlísia, à Jéssica e a JC. Não, não me esqueci de ti, Cristina, porque quero dizer-te: tenho tantas cruzes, mas tentarei viver feliz.Agradeço a JC por te ter colocado no meu caminho. É nos silêncios que se encontram as melhores palavras. Agradeço a JC por te ter colocado naquele momento tão difícil para mim, por me teres ouvido e nunca me teres julgado. Fui Eu, ali. "Juntos como irmãos, Membros duma Igreja, Vamos caminhando, Ao encontro do Senhor." Quando decidi vir, ninguém me disse que era fácil - aliás, não me disseram nada -, mas também nada é fácil. E não foi fácil. NÃO, NÃO, NÃO FOI FÁCIL. E não será fácil. E tudo isto por Ti. Sinto a dor de uma nova presença; não me resta senão, compreendê- la e ser feliz. "Nada há a temer." CONVÍVIOFRATERNO 1230:ATREVE-TE Numa das partilhas feitas, cruzei a minha vida com a dela. Subíamos uma escada análoga, com a mesma atitude de arrazoar, conseguireconhecernahistóriadela,aminha. Partilhou a forma mais bonita do apego. Perdoar! E é esta a forma de perdoar, que levo comigo. Perdoar é como amar duas vezes. Noutra partilha, a minha fragilidade de afeto e afins fizeram-me abandonar a sala e querer desistir daqui estar. Acredito que a sua conclusão, tenha sido como um verdadeiro abraço, unido, quente e os dois corações a baterem ao mesmo compasso. E que a vara da videira, seja sempre verde, pronta a dar alento ou a crescer, como o verdadeiro sentido da Igreja, Família. …Era mais fácil que JC não colocasse os momentos menos bons nas NOSSAS VIDAS,mas"Eledáasbatalhasmaisdifíceis aos seus melhores soldados". Cada um é um soldado forte. Percorremos o mesmo caminho, os mesmos km,atéchegaraqui,amboschegávamoscom o mesmo sentido de descoberta, ansiedade, estranheza, "seca". Agora, quero agradecer ao verdadeiro sentido de aqui estar: JC. Mas, confesso que houve momentos que não o foram. EU cheguei aqui pobre de diversasmaneiras,masgraçasaTisaiodaqui rico. Obrigado pelo grupo 1230 do CF que escolheste para mim. Foi o perfeito. Os sorrisos de cada um. Os olhares... Aqui voltei a fazer uma coisa importante, que já não fazia há pelo menos 4 anos, comunguei JC. Estou feliz! E os meus medos, vou perdê-los, certamente, porque agoraacreditoqueestásmesmoaomeulado. Obrigado JC. Atrevam-se a encontrar a vossa verdadeira luz. "Deus é amor: atreve-te a viver por amor. Deus é amor: nada há a temer." Um dos novos participantes do CF 1230 - viseu "…não é o que fazemos que é importante, mas sim o amor que colocamos naquilo que fazemos…" Foi o amor do Deus Menino que reuniu 23 jovens no Convívio Fraterno 1227, o 49º da Diocese de Beja. A tão esperada noite do dia 20 de dezembro chegava e, apesar das baixas temperaturas anunciadas para o fim-de- semana, havia nos corações dos novos convivas e dos elementos da equipa, um fogo diferente e contagiante. Apesar de alguma reticência, podia vislumbrar-se nos olhares e nos sorrisos a intensidade desse fogo. E foi nessa busca da vivência fraterna do amor de Jesus, que o frio foi esquecido e a união entre todos se tornou notável, através dos vários momentos de partilha e oração. É maravilhoso poder descobrir no rosto de cada irmão o rosto do próprio Jesus Cristo que nos fala, e nos diz "Vem e segue-Me". O encerramento realizou-se no dia 23 de Beja Só o amor faz renascer a vida em nós! dezembro, no salão do Centro Pastoral de Beja, onde pudemos partilhar a Boa Nova da Ressurreição de Jesus. Foi neste momento que os novos convivas manifestaram a alegria desta descoberta e o desejo de manter viva a chama (re)acendida nestes três dias. O culminar do encerramento foi a celebração da eucaristia, presidida pelo Sr. D. António VitalinoDantas,BispodeBeja,econcelebrada por 6 padres desta diocese. Espera-se um "4º. Dia" cheio de dificuldades na vivência desta experiência iniciada no convívio, muito contrária ao mundo em que vivemos, mas com a certeza do Amor e presença de Deus. O Pós-Convívio vai realizar-se no dia 2 de fevereiro de 2013, pelas 09h30m, no Seminário de Beja, para o qual todos os convivas estão convidados. P´la Equipa Coordenadora Daniela Duarte CONVÍVIOS RUMO AO FUTURO Lista dos Convívios a realizar de fevereiro a abril de 2014 Nos dias 21,22 e 23 de fevereiro de 2014 1234 - Em Paris, para jovens filhos de emigrantes portugueses Nos dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março de 2014 1235 - Na Casa do Clero, em Bragança para jovens desta diocese Nos dias 1, 2 e 3 de março de 2014 1236 - No lar do Gaiato, na Serra da Arrábida para jovens de Setúbal 1237 - Na Casa de Retiros, em Vila Real, para jovens desta diocese 1238 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese do Porto 1239 - Em Palmeiral, para jovens da diocese do Algarve Nos dias 14, 15 e 16 de março de 2014 1240 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese de Aveiro Nos dias 12,13 e 14 de abril de 2014 1241 - Na Casa das Irmãs de S. José de Clunny, em Torres Novas, para a diocese de Santarém 1242 - Em Eirol, Aveiro, para jovens da diocese do porto Nos dias 14, 15 e 16 de abril de 2014 1243 - No Seminário de S. José, em Vila Viçosa, para jovens daArquidiocese de Évora Nos dias 25, 26 e 27 de abril de 2014 1244 - No Seminário do Preciosíssimo Sangue, em Proença-A-Nova, para jovens da diocese de Portalegre Castelo Branco 1245 - Na Casa de Retiros de Viseu, para jovens desta diocese 1246 - Na Casa da Sagrada Família, em Mira, para jovens da diocese de Coimbra 1247 - No Seminário do Fundão, para jovens da diocese da Guarda 1248 - Em Fátima, junto à Casa Diocesana do Clero para jovens da diocese de Leiria- Fátima. 5Janeiro/Fevereiro 2014
  • 6. JOVENS EM ALERTA Nos dias 13, 14 e 14 de Dezembro de 2013 teve lugar, em Moçambique, o convívio- fraterno nº 1224. O convívio realizou-se em Chibututuine, distrito da Manhiça e contou com a presença de 35 jovens de ambos os sexos. No semblante dos jovens participantes era visível a ardente vontade de encontar e viver o amor, mas sem saber onde, realmente, encontrá-lo, principalmente numa altura em queasociedademoçambicanaestámergulhada numa crise de valores e vive uma total incerteza devido ao imbróglio que se vive no país. "Anseiamos o amor, pois acreditamos que só ele pode devolver a dignidade não só a nós, mas também ao mundo em geral", diziam os jovens. No decurso do convívio, os jovens foram descobrindo que o verdadeiro amor só é, de facto, possível quando se tem Crsito no coração e que esse amor consiste numa Esse amor me transformou, a minha minha vida ela mudou… verdadira doação aos outros sem distinção de raça, sexo, idade... Visivelmente eufórico, oAlfredo da Victória disse, durante o enceramento, que havia percebido que o amor passava por um verdadeiro sacrifício e que durante os três dias havia sofrido uma verdadeira metamorfose. Essa transformação secundada por Elina Mucavel, segundo esta, só foi possível graças à oportunidade que tiveram de "conversar intimamente com Deus" e com os irmãos. Ainda durante o enceramento, um jovem de nome José disse que saía do convívio com a missão de dar a conhecer aos outros (amigos e familiares) o verdadeiro amor que experienciou durante os três dias do convívio. Deus queira que, de facto, o Seu Amor se espalhe por toda terra e que os jovens deste convívio sejam os incansáveis arautos do poderoso amor divino. Convíva Luís Alves Hojeomeucoraçãodivide-seentreumagrande alegriaeumadeceçãonãomuitogrande,mas queestragaaalegria.Aalegriavemdofim-de- semana, vivido na fraternidade e na partilha dafé.Adeceção,vemdasatitudesdealgumas pessoasquesedizemcristãseque"anunciam" Jesus. Às vezes, a deceção, vem de mim própriatambém.ÉqueanunciarJesus,émuito maisqueumamera"piedosaobrigaçãocristã" como método para atingir a salvação. Anunciar (e viver) em Jesus, não pode ser um fardo, um "TPC" para fazer quando chegamos a casa, no final de um dia de trabalho. Se é assim que encaramos isto de evangelizar, ainda não entendemos a verdadeira dimensão de ser cristão. Anunciar Jesus tem de ser bom. Tem de nos fazer bem. Tem de ser entusiasmante e radi- cal e bonito.Tem de nos causar borboletas na barriga. Jesustemdeseroamigodesempre.Detodas as horas e não apenas das horas mais tristes edifíceis.TemdeserAqueleaquempedimos opinião quando temos em mãos uma decisão importante.Aquele que vai connosco para o bar, para a noite e para o shopping. Jesus tem de ser para nós natural como respirar ou comoachuva.Etemdenosincomodarcomo Anunciar Jesus tem de nos causar borboletas na barriga a chuva, se for necessário. Se Jesus nos incomodar é bom sinal! É porque deixámos que Ele se metesse na nossa vida. Jesus é uma opção de vida e optar por Ele é difícil e já todos sabemos disto. Mas mesmo sabendo disto, fingimos que essa opção pode até nem ser radical. Moldamos o Deus de Jesus Cristo à nossa imagem e aí vamos nós com as nossas "exceçõesàregra"criadaspelonossoegoísmo. "Detesto que fales de mim, MAS se eu falar de ti, talvez nem seja tão mau assim porque afinal, atémereces"."Detestoquemeapontemfalhas, MAS se eu apontar falhas a outros, estou a ser direto e frontal." E quando enchemos a boca para dizer que "correu mal" mas não mexemos um dedo para ajudar ou para fazer melhor? E as nossas ironias? E as nossas hipocrisias? E as nossas antipatias de estimação? E os nossos risinhos cínicos quando alguém faz ou diz algumacoisaquenãovádeencontroaosnossos padrões? Seestetextoéumaindireta?Não.Éumadireta. Équeestadeceçãoquemepesaaquinocoração, dói-me.Asério!Eestafoiaformamaisdelicada que encontrei de exorcizar esta coisa má que me ficou cá dentro e que mata as borboletas que sinto na barriga, quando anuncio Jesus. Fabiola Mourinho CF 833 Bragança-Miranda A Igreja "é, por sua própria natureza, missionária, já que tem a sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o plano do Pai" (Concílio Vaticano II, Ad Gentes, 2). "É esta a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda: existe para evangelizar" (Paulo VI, Evangelii nuntiandi, 14). E a missão de evangelizar consiste em levar a Boa Notícia do amor de Deus a todos os povos do mundo. Por conseguinte, a Igreja não pode encerrar-se em si mesma. A sua acção, em adesão à palavra de Cristo e sob a influência da sua graça e da sua caridade, deve fazer-se plena e actualmente presente a todos os homens e a todos os povos, para os conduzir a Cristo (cf. Ad Gentes, 5). É, por isso, necessário que tanto os baptizados, de forma individual, como as comunidades eclesiais se interessem pela missão, não só de modo esporádico e ocasional, mas de modo constante, como forma de vida cristã.Amissão uni- versal implica a todos. O Evangelho não Evangelização, tarefa de todos pode ser um bem exclusivo de quem o recebeu, mas um dom que deve ser comunicado; constitui aquilo que poderíamos chamar um dom-compromisso, confiado a todos os baptizados. Esta missão representa um desafio para todos: sacerdotes, religiosos e leigos, a fim de que colaboremos nas nossas paróquias, escolas e instituições com projectos específicos que cheguem sobretudo aos que sofrem e aos mais pobres. A colaboração entre todos é um dos pontos mais significativos, quando se trata de promover a missão de Deus. Esta missão ainda está longe de estar terminada. Por isso, o Papa Francisco (e o mesmo poderíamos dizer dos outros Papas) tem repetido com insistência que a Igreja necessita de continuar com esta missão de dar a conhecer o amor de Deus pelo seu povo. Unamo-nos a ele e a toda a Igreja, para juntos levarmos com entusiasmo o Evangelho àqueles que ainda não o conhecem ou o conhecem mal. António Coelho, s.j. Dezassete jovens participaram, nos dias 20, 21 e 22 de Dezembro de 2013, do Convívio-Fraterno nº1227, realizado no Seminário Cristo-Rei, na Matola. Apesar da visível ansiedade, repazes e raparigas diziam uninanimamente: "estamos aqui porque escolhemos Cristo". Não havia, realmente, espaço para duvidar no que aqueles jovens briosos diziam, pois tratava-se de uma época em que as pessoas de todos sexos e todas idades estavam preocupados em preparar de forma pomposa suas festas de Natal e de final do ano. "Mas que Natal seria sem Cristo?", Questionavam os 17 jovens participantes do convívio. "Podemos até preparar grande festa, mas não será Natal nenhum se não tiermos Cristo no centro das atenções, pois nãoépossívelfazerumafestadeaniversário sem o aniversariante", diziam e reiteravam os jovens. Foi dentro deste espírito de afirmações e questionamentos importantíssimos sobre Cristo que decorreram os três dias do Convívio-Franterno, ao longo dos quais os jovens foram, durante os testemunhos e Se queres ter ideal, escolhe Cristo... conferências, descobrindo as implicações de escolher Cristo no quotidiano das suas vidas. Visivelmenteemucionadosecomprometidoscom aspalavrasditasapriori,duranteoencerramento, IsaíasGomanedissequenaquelemomentosabia muito bem que escolher Cristo implicava ser humilde, saber perdoar e amar gratuitamente os Homens. "Escolher Cristo significa, ainda, tê-lo comoverdadeiroamigoquenuncanosabandonae quesepodeconfiaremtodosmomentosdanossa vida", acrescentou a Beatriz. Foram, na verdadade, três dias que, de algum modo, fortificaram tanto a fé dos jovens de tal forma que diziam ir embora querendo ficar mais temponequelelocalemquetudogiravaemtorno de Cristo. Oxalá, caros jovens, embora não nesta casa que nos acolheu, continuemos com Crsito e que O levemos não só à nossa família, mas também a sociedade em geral, pois só assim estaremos a construir um mundo melhor e mais humano, demonstrando, deste modo, a importância de escolher Cristo para ter um ideal. Convivas Nodondy da Clara e Gildo S. Maxaieie 6 Janeiro/Fevereiro 2014 Convívios em Moçambique - Maputo
  • 7. BALADA DA UNIÃO Apesar da grave crise económica que a todos afeta, os valores espirituais e culturais em nada devem ser afetados. É por essa razão que, apesar das dificuldades económicas que o movimento também vai sofrendo, vamos continuar a tentar publicar bimestralmente o Balada da União. E essa força e coragem é - nos dada pela generosidade dos nossos leitores que nunca deixaram de apoiar em todos estes anos o nosso jornal. É GRAÇAS À SUA GENEROSIDADE QUE ELE CONTINUA A SER O ELO DE UNIÃO ENTRE TODOS OS JOVENS E CASAIS DO MOVIMENTO. Muitos dos nossos leitores têm aproveitado os vales de correio para enviar o seu contributo.Atodos estamos agradecidos pela generosidade manifestada. Também podem enviar o vosso contributo através do NIB: 003300005000103484305 BALADA DA UNIÃO No dia dezoito de janeiro reuniu em Fátima o Conselho Nacional do Movimento Convívios Fraternos, onde estiveram presentes os representantes das seguintes dioceses; Porto, Vila Real, Santarém, Évora, Beja, setúbal, Aveiro,Coimbra,Guarda,PortalegreeCastelo Branco, Viseu e Bragança. Após os cumprimentos iniciais deu-se início à reunião, invocando o Espirito Santo. O jornal Balada da União continua a ser uma preocupação do movimento, o qual acarreta custos elevados na sua edição em papel, pelo que foi ponderada a possibilidade de uma edição em papel trimestral e uma edição em formato "news letter" online de periodicidade mensal. No que concerne ao jornal foi referida a necessidade de fornecer notícias sobre os diferentes acontecimentos diocesanos, enriquecendo a vivência, o testemunho e a partilha entre os convivas. Na reunião realizou-se uma avaliação da peregrinação nacional de 2013, tendo sido referidos os seus pontos positivos e outros a melhorar, nomeadamente a comunicação com o Santuário de Fátima, pelo que ficou assente a entrega de um guião com todos os detalhes da peregrinação de 2014 até junho. A Peregrinação Nacional do Movimento - Convívios Fraternos será nos dias 6 e 7 de setembro de 2014. Após análise de várias propostas, em consonância com o tema do Santuário foi escolhido e aprovado por unanimidade, o seguinte tema; Atreve-te a Amar. A diocese de Bragança ficou responsável pela criação da letra e música do Hino, inspirando- senotema"atreve-teaamar",oqualseráentoado aolongodaperegrinaçãoedeumaformasolene, no momento de ação de graças, acompanhado pelacoreografianaescadariadoSantuário. No decurso da reunião preparou-se o programa de atividades para a Peregrinação Nacional, as quais ficaram assim distribuídas: No dia 6 de setembro (sábado), o acolhimento pelas 14h30, no Centro Pastoral Paulo VI, será realizado pela diocese de Beja. Após o acolhimento realizar-se-á no auditório do Centro Pastoral Paulo VI a celebração penitencial, a qual será dinamizada pela dio- cese do Porto.Após a celebração penitencial coletiva, no espaço adjacente ao Centro Pas- toral Paulo VI acontecerá o momento de RessurreiçãoanimadopeladiocesedaGuarda. Reunião do Conselho Nacional do Movimento Convívios Fraternos Pelas 16h45 ocorrerá a concentração e desfile de todos os jovens e casais, na frente da Basílica da Santíssima Trindade até à Capelinha das Aparições. Pelas 17h00 ocorrerá a saudação a Nossa Senhora e a Celebração da Palavra na Capelinha das Aparições, dinamizada pela diocese de Santarém. Pelas 18h00 Os jovens e casais convivas são convidados a realizarem uma oração por dio- cese, em locais previamente determinados em sede de diocese. Pelas 21h30 celebrar-se-á o Terço do Rosário na Capelinha das Aparições e a Procissão de Velas. Os textos para o terço de sábado são preparados pela diocese deVila Real, a leitura dos mistérios será realizada pela seguinte ordem de dioceses;1º Vila Real,2º Évora, 3º Coimbra, 4º Porto (casais) e 5º Setúbal.Adio- cesedeViseulevaráoAndordeNossaSenhora numa fração do percurso da procissão de velas. Após a procissão de velas, os convivas são convidados a participar com a sua alegria na festa do Sarau, que decorrerá no Centro Pas- toral Paulo VI, dinamizado pela diocese de Évora. No domingo dia 7 de setembro pelas 10h15, rezar-se-á o Terço do Rosário na Capelinha das Aparições, seguido de cortejo litúrgico com a imagem de Nossa senhora de Fátima para o altar da esplanada do recinto, onde será celebrada a Eucaristia. A diocese da Guarda levará o Andor numa fração do percurso do cortejo litúrgico. No que respeita ao terço do Rosário de Domingo, os textos são preparados pela dio- cese de Aveiro. A leitura dos mistérios será realizada pela seguinte ordem de dioceses;1º Aveiro,2º Beja, 3ºGuarda, 4º Bragança e 5º Viseu. A festa da despedida, pelas 14h30, será dinamizada pela diocese de Bragança e contagiada pela alegria conviva de todas as dioceses. Todos os convivas, com as suas camisolas, faixas, músicas e juventude são convidados a participar na Caminhada de Fé que é a Peregrinação Conviva. Sê Conviva da paz e do amor! Vai pelo mundo e mostra a tua herança e "atreve-te a amar!" António Silva Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um acontecimento que vai realizar- se, como é sabido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata-se daAssembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema "Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização". Efectivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família. Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro, que participam activamente, na sua preparação, com sugestões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, estaAssembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimónio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a estaAssembleiasinodalextraordinária,seguir- se-á - um ano depois - aAssembleia ordinária, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através destes acontecimentos, um verdadeirocaminhodediscernimentoeadopte os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios actuais com a luz e a força que provêm do Evangelho. Queridas famílias, Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo. O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas - Simeão eAna -, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente "visto" a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração,asviagenseasperegrinações,asacções de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho. Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa serviroPovodeDeusnaverdadeenacaridade. A protecção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor. Vaticano, 2 de Fevereiro - festa da Apresentação do Senhor - de 2014. FRANCISCUS 7Janeiro/Fevereiro 2014
  • 8. BALADA DA UNIÃO Balada da União Propriedade Editorial eAdministração Convívios Fraternos N.I.P.C. 503298689 Tlef: 234 884474 Fax: 234 880904 Email: convivios_fraternos@hotmail.com Director e Redactor: P. Valente de Matos Depósito Legal: 634/82 - Nº de Registo: 108164 Este Jornal encontra-se em www.conviviosfraternos.com Rua Júlio Narciso Neves Nº 65 3860-129 Avanca Queridos irmãos e irmãs! Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: "Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza" (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a seremgenerososnaajudaaosfiéisdeJerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico? A graça de Cristo Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo,mascomosdafragilidadeedapobreza: "sendo rico, fez-Se pobre por vós". Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou- Se, "esvaziou-Se", para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus "trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou- Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado" (CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, 22). A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas - como diz São Paulo - "para vos enriquecer com a sua pobreza". Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para Se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a "insondável riqueza de Cristo" (Ef 3, 8), "herdeiro de todas as coisas" (Heb 1, 2). Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014 Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9) Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu "jugo suave" (cf. Mt 11, 30), convida- nos a enriquecer-nos com esta sua "rica pobreza" e "pobre riqueza", a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar- nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf. Rm 8, 29).Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo. O nosso testemunho Poderíamos pensar que este "caminho" da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo. À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atingetodosaquelesquevivemnumacondição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha. Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros - frequentemente jovem - se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspetivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se veemconstrangidasatalmisériaporcondições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos autossuficientes,vamosacaminhodafalência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus. O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que 8 Janeiro/Fevereiro 2014 existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana. Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói. Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser "tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo" (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde! Vaticano, 26 de dezembro de 2013