O documento discute os conceitos fundamentais da psicofarmacologia. Em particular, define psicofarmacologia como o estudo da interação entre compostos químicos e organismos vivos, e como as drogas afetam os sistemas vivos. Também define termos como fármaco, medicamento, remédio, veneno, e discute a farmacocinética e farmacodinâmica.
3. Definição
Estudo da interação dos compostos
químicos com os organismos vivos;
Ciência experimental que lida com as
propriedades das drogas e seus efeitos
nos sistemas vivos;
Ciência que estuda as alterações
provocadas no organismo pelas drogas
ou medicamentos.
4. A farmacologia pode, ainda, ser definida
como
o estudo do modo pelo qual a
função dos sistemas orgânicos
é afetada pelos agentes
químicos.
5. Conceitos e Termos Mais Usados
FÁRMACO (droga): substancia química
que introduzida no organismo produza um
efeito farmacológico.
Vale ressaltar que os fármacos (drogas) não
criam funções no organismo, mas
simplesmente as alteram.
Os efeitos provocados podem ser tanto
benéficos quanto maléficos.
6. MEDICAMENTO: toda preparação
farmacêutica contendo um ou mais
fármacos destinados ao diagnóstico das
doenças e tratamento de seus sintomas,
ou destinada à correção das deficiências
orgânicas no homem ou outro ser vivo.
Muitas substâncias podem ser usadas como
medicamento ou não, depende da finalidade
com que for usada. Ex: vitaminas , cloreto de
potássio...
7. REMÉDIO: todo recurso usado para beneficiar
um organismo. Todo meio usado com a
finalidade de curar ou prevenir a doença.
Do Latim remedium:
re = inteiramente + mederi = curar
VENENO: todo produto que introduzido num
organismo normal (em pequena quantidade)
possa provocar alterações da saúde ou conduzir
a morte.
8. Terapêutica: Pode ser definida como a
aplicação clínica da farmacologia, ou seja, como
administrar determinado medicamento para
tratamento e/ou prevenção de doenças.
Posologia: (do grego poso = quanto, mais
logos = estudo). É o estudo da dosagem do
medicamento com fins terapêuticos.
9. Dose: É a quantidade capaz de provocar
uma resposta terapêutica desejada no
paciente preferivelmente sem outra ações
no organismo.
Dosagem: A dosagem inclui, além da
dose, freqüência de administração e
duração do tratamento (posologia).
10. Forma Farmacêutica: Forma farmacêutica é a
maneira como os medicamentos são
preparados, apresentados e conseqüentemente
comercializados e utilizados, ou seja,
comprimido, xarope, suspensão e outros.
Na forma farmacêutica, além do medicamento principal
ou princípio ativo, entram outras substâncias na
composição, como veículo ou excipiente, coadjuvante,
edulcorante, ligante, preservativo e etc.
11. Tipos de medicamentos
ALOPÁTICOS: são produzidos a partir de
substâncias químicas, ou substâncias sintéticas.
FITOTERÁPICOS: são produzidos a partir de
plantas.
HOMEOPÁTICOS: são produzidos a partir de
plantas e metais que são diluídos a
concentrações muito baixas.
NUTRACÊUTICOS: alimentos com ação
terapêutica
12. Ação dos medicamentos
AÇÃO LOCAL: quando o medicamento
age no próprio local de aplica,0ção, ex:
pomadas, soluções oftálmicas e
otológicas.
AÇÃO SISTÊMICA: quando o
medicamento precisa ser primeiro
absorvido, metabolizado e então através
da corrente sanguínea chegar ao local de
ação.
13. Formas farmacêuticas
Preparações líquidas
Soluções – Misturas homogêneas do soluto que é base
farmacológica com o solvente que é o veículo. Pode se
destinar ao uso sob a forma de gotas.
Suspensões – Misturas heterogêneas, sendo que o
soluto se deposita no fundo do recipiente necessitando
de homogeneização no momento do uso.
Emulsões – Substâncias oleosas dispersas em meio
aquoso, apresentando separação de fases.
14. Preparações sólidas
Comprimidos – Forma farmacêutica de formato variável,
em geral discóide, obtida por compressão. Na maioria
dos casos contém uma ou mais drogas, aglutinante e
excipiente adequados, prensados mecanicamente.
Drágeas – Similares aos anteriores, mas com
revestimento gelatinoso que impede a desintegração
nas porções superiores do trato digestivo. O
revestimento protetor apresenta várias camadas
contendo substâncias ativas ou inertes. Costumam ser
coloridas e polidas utilizando-se cera carnaúba no
polimento.
15. Xaropes – Soluções aquosas onde o açúcar em
altas concentrações é utilizado como corretivo.
Pode conter cerca de dois terços do seu peso
em sacarose.
Elixires – Soluções hidroalcoólicas para uso
oral, açucaradas ou glicerinadas contendo
substâncias aromáticas e as bases
medicamentosas.
Loções – Soluções alcoólicas ou aquosas para
uso tópico.
Linimentos – Similares aos anteriores, mas com
veículo oleoso.
16. Pílulas – Associação do princípio ativo com um
aglutinante viscoso.
Supositórios – Apresentações semi-sólidas para
uso retal, que se fundem à temperatura corporal
pela presença de manteiga de cacau, glicerina
ou polietilenoglicol.
Óvulos e Velas – Apresentações semi-sólidas
para uso ginecológico, cuja diferença entre si é
a forma.
17. Preparações Pastosas
São preparações semi-sólidas normalmente destinadas
ao uso tópico. Como exemplos temos as seguintes:
geléias, cremes, pomadas, ungüentos e pastas, em
ordem crescente de viscosidades.
Diferem também pelos veículos que são gelatinosos nas
geléias, oleosos nas pomadas e aquosos nos demais.
Outras Formas
19. Composição de um medicamento
Basicamente um medicamento é
composto de: Principio Ativo e
Adjuvantes.
Os adjuvantes são:
Diluentes: lactose, sacarose, amido, solventes,
talco...
Absorventes: fosfato tricálcico.
Aglutinantes: gomas, pectinas
Desagregantes: amido , gelatina
E ainda: lubrificantes, corantes, edulcorantes,
aromatizantes, conservantes ...
20. Fundamentos de Farmacologia
FARMACOCINÉTICA
É o que o organismo faz com droga.
Compreende a absorção, distribuição,
metabolismo e a excreção da droga,
ou seja
- Estuda os processos metabólicos da
droga no organismo.
21. Absorção:
É a passagem do fármaco do local em que foi
administrado para a circulação sistêmica.
Constitui-se do transporte da substância através
das membranas biológicas.
Assim, podemos afirmar que a absorção, tal
como a distribuição está diretamente
relacionada com a capacidade das drogas de
atravessar as membranas.
Com exceção da via endovenosa onde o
fármaco é colocado diretamente na corrente
circulatória.
22. Fatores que influenciam na absorção:
Características físico-químicas da droga ,
Veículo utilizado na formulação,
Número de barreiras a serem transpostas,
Perfusão sanguínea no local de absorção,
Área de absorção á qual o fármaco é exposto,
Via de administração...
23. Distribuição
É a passagem de um fármaco da corrente
sanguínea para os tecidos.
A distribuição é afetada por fatores
fisiológicos e pelas propriedades físico-
químicas da substância.
24. Após a absorção do fármaco uma fração deste
geralmente liga-se a proteínas plasmática
(principalmente a albumina) ou a proteínas de
tecidos, formando um complexo reversível.
A outra fração circula livremente pelo fluído
biológico, apenas a porção livre, dissolvida no
plasma, é farmacologicamente ativa.
O complexo proteína-farmaco atua como um
reservatório do fármaco no sangue.
Esta ligação é inespecífica, varia de acordo
com a afinidade da droga pela proteína.
25. Fármacos pouco lipossolúveis possuem baixa
capacidade de permear membranas biológicas,
sofrendo restrições em sua distribuição.
Já as substâncias muito lipossolúveis podem
se acumular em regiões de tecido adiposo,
prolongando a permanência do fármaco no
organismo (anticoncepcional injetável).
26. Biodisponibilidade
Indica a quantidade de droga que atinge seu
local de ação ou um fluido biológico de onde
tem acesso ao local de ação. É uma fração da
dose que atinge a circulação sistêmica.
27. Um fármaco, por exemplo, que é absorvido
pelo estômago e pelo intestino precisa em
primeiro lugar atravessar o fígado antes de
atingir a circulação sistêmica.
Se esse fármaco for metabolizado no fígado ou
eliminado na bile, parte da forma ativa será
inativada antes que possa atingir a circulação
geral e ser distribuída para seus locais de ação.
28. Os pulmões funcionam como local de
depuração de várias drogas e podem diminuir a
biodisponibilidade destes pelo efeito de
primeira passagem, mesmo quando esses
medicamentos são administrados por vias
parenterais como SC, IM, e IV exceto as vias
intra-arteriais.
29.
30. Biotransformação
É a transformação do fármaco em outra(s)
substância(s), por meio de alterações químicas,
geralmente sob ação de enzimas inespecíficas.
A biotransformação ocorre principalmente no
fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido
nervoso.
31. Porções consideráveis de certos fármacos
podem ser eliminadas de forma intacta sem
sofrer biotransformação.
De uma forma geral a atividade farmacológica
é perdida ou reduzida pela metabolização, mas
muitas drogas dão origem a metabólitos
farmacologicamente ativos.
32. Excreção
É a retirada do fármaco do organismo, seja na
forma inalterada ou na de metabólitos ativos
e/ou inativos.
A eliminação ocorre por diferentes vias e varia
de acordo com as características físico-
químicas da substancia a ser excretada, a
principal via é a renal.
33. Tempo de Meia Vida
O tempo de meia-vida plasmática (T ½) é o
tempo necessário para que a concentração
plasmática de determinado fármaco seja
reduzida pela metade .
34. Metabolismo de Primeira Passagem
Muitos fármacos após alcançarem a circulação
sistêmica têm uma porção significativa removida e
metabolizada pelo fígado no que se convencionou
chamar metabolismo de primeira passagem ou
metabolismo pré-sistêmico conforme já mencionado
acima.
Esse metabolismo de primeira passagem pode reduzir
a biodisponibilidade dos fármacos administrados por via
oral, o que faz com as doses para a administração por
via oral sejam maiores em comparação com aquelas
administradas por outras vias.
As variações individuais são muito grandes .
35. Efeitos Adversos ou Colaterais
Efeitos provocados pelo medicamento,
diferentes do efeito principal.
São modificações produzidas pelos
medicamentos não favoráveis ao usuário.
As vezes o efeito tóxico não é devido ao efeito
colateral e sim ao efeito principal como por
exemplo casos de hemorragias devido ao uso
de anticoagulante e casos de coma
hipoglicêmico com a insulina.
36. Muitas pessoas imaginam que o efeito colateral
é o efeito maléfico do medicamento porém nem
sempre isto é verdadeiro.
O efeito adverso é devido ao fato da falta de
especificidade do medicamento uma vez que a
maioria das drogas são seletivas porém não
totalmente específicas.
37. FARMACODINÂMICA
É o que o fármaco faz com o organismo.
Descreve uma infinidade de modos pelos quais as
substâncias afetam o corpo.
As drogas normalmente produzem alterações
no organismo através de alterações das
propriedades físicas, físico-químicas e ou
bioquímicas da estrutura celular.
É o que se chama de Efeito Farmacológico, ou
Efeito Terapêutico.
38. Seletividade da Ação dos Medicamentos
Alguns medicamentos são relativamente
não seletivos, atuando em muitos tecidos
ou órgãos diferentes.
Outros medicamentos são altamente
seletivos e afetam principalmente um
órgão ou sistema isolado.
39. Um Encaixe Perfeito
Um receptor de superfície
celular tem uma
configuração que permite
a uma substância
química específica, por
exemplo um
medicamento, hormônio
ou neurotransmissor, se
ligar ao receptor, porque
a substância tem uma
configuração que se
encaixa perfeitamente ao
receptor.
40. Receptores:
Muitas drogas aderem (se ligam) às células por meio de receptores
existentes na superfície celular. A maioria das células possui muitos
receptores de superfície, o que permite que a atividade celular seja
influenciada por substâncias químicas como os medicamentos ou
hormônios localizados fora da célula.
O receptor tem uma configuração específica, permitindo que
somente uma droga que se encaixe perfeitamente possa ligar-se a
ele – como uma chave que se encaixa em uma fechadura.
Freqüentemente a seletividade da droga pode ser explicada por
quão seletivamente ela se fixa aos receptores.
Algumas drogas se fixam a apenas um tipo de receptor; outras são
como chaves-mestras e podem ligar-se a diversos tipos de
receptores por todo o corpo
41. Potência E Eficácia
A potência refere-se à quantidade de
medicamento (comumente expressa em
miligramas) necessária para produzir um efeito,
como o alívio da dor ou a redução da pressão
sangüínea.
Exemplificando, se 5 miligramas da droga B
alivia a dor com a mesma eficiência que 10
miligramas da droga A, então a droga B é duas
vezes mais potente que a droga A.
Maior potência não significa necessariamente
que uma droga é melhor que a outra.
42. Tolerância
A administração repetida ou prolongada de alguns
medicamentos resulta em tolerância – uma resposta
farmacológica diminuída.
Tolerância ocorre quando o corpo adapta-se à contínua
presença da droga.
Comumente, são dois os mecanismos responsáveis
pela tolerância:
(1) o metabolismo da droga é acelerado (mais freqüentemente
porque aumenta a atividade das enzimas que metabolizam os
medicamentos no fígado) e
(2) diminui o número de receptores ou sua afinidade pelo
medicamento.
43. Resistência
O termo resistência é utilizado para descrever a
situação em que uma pessoa não mais
responde satisfatoriamente a um medicamento
antibiótico, antiviral ou quimioterápico para o
câncer.
Dependendo do grau de tolerância ou
resistência ocorrente, o médico pode aumentar
a dose ou selecionar um medicamento
alternativo.
44. Bioequivalência
É a equivalência farmacêutica entre dois
produtos, ou seja, dois produtos são
equivalentes quando possuem os mesmos
princípios ativos, dose e via de administração e
apresentam estatisticamente a mesma
potencia.
45. Medicamento similar:
Contém o mesmo princípio ativo, apresenta
a mesma concentração, forma farmacêutica,
via de administração, posologia e indicação
terapêutica do medicamento de referência, mas
não são bioequivalentes
Não pode substituir os remédios de marca
pois, apesar de terem qualidade
assegurada pelo Ministério da Saúde, não
passaram por testes de bioequivalência.
46. Medicamento Genérico, de Referência
e Similar
Medicamento de marca ou referência:
É o produto inovador, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente por ocasião do registro.É
geralmente o primeiro remédio que surgiu para
curar determinada doença e sua marca é bem
conhecida. Ex: Aspirina.
47. Medicamento genérico:
Passou por testes de bioequivalência que
servem para comprovar que dois produtos de
idêntica forma farmacêutica, contendo idêntica
composição, qualitativa e quantitativa, de
princípio ativo, são absorvidos em igual
quantidade e na mesma velocidade pelo
organismo de quem os toma.
É um remédio intercambiável, podem ser
trocados pelos medicamentos de marca
quando o médico são se opuser à substituição.
48. Como diferenciar um remédio genérico de um
similar?
Os medicamentos genéricos trazem na embalagem,
logo abaixo do nome do princípio ativo que identifica o
produto,a letra “G” e a frase "medicamento genérico
– Lei 9.787/99".
Os remédios similares que eram comercializados
somente pelo nome do princípio ativo estão obrigados a
adotar uma marca comercial ou agregar à denominação
do princípio ativo o nome do laboratório fabricante.
Fonte: Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária.