1. O QUE É FARMACOLOGIA
Farmacologia é a ciência voltada para o estudo
das drogas sob todos os aspectos, desde as suas
origens até os seus efeitos no homem. Segundo o
Dicionário de Termos Médicos e de Enfermagem
a definição de farmacologia é: “ciência que
estuda a história, as propriedades físicas e
químicas, os efeitos bioquímicos e fisiológicos, o
mecanismo de ação, a absorção, distribuição,
biotransformação, excreção e os usos terapêuticos
dos fármacos”.
2. ALVO DE ESTUDO DA FARMACOLOGIA:
Fármacos em geral.
O conceito de medicamento ou fármaco é mais limitado, pois
diz respeito, unicamente, a drogas de ação preventiva ou de
ação paliativa ou curativa no organismo doente.
Droga pode ser definida como “qualquer substância capaz de
promover alterações fisiológicas ou farmacológicas ou,
ainda, modificação de quadros patológicos, com ou sem a
intenção de beneficiar o indivíduo” (Guimarães, 2002).
Segundo a OMS, o conceito de droga restringe-se às
substâncias usadas no homem para diagnóstico, prevenção e
tratamento das doenças. Ou simplesmente “substancia
química capaz de modificar a função dos organismos vivos
com finalidades medicamentosas ou sanitárias” (lei 5.991 de
17 de Novembro de 1973).
3. O fármaco pode ser definido como “substância química
conhecida e de estrutura química definida dotada de
propriedade farmacológica”.
E medicamento um “produto farmacêutico
tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins
diagnósticos”. Sendo o campo da farmacologia muito
vasto, justifica-se a sua divisão em vários ramos. A
farmacologia clínica estuda a eficácia e segurança dos
medicamentos, é, sem dúvida, de grande importância
para a prática clínica. Contudo, não menos importantes
são os estudos da farmacocinética e da
farmacodinâmica que oferecem o suporte
imprescindível ao bom entendimento da farmacologia
clínica.
4. A farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento
no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. Já a
farmacodinâmica se concentra no “estudo das interações entre
fármacos e constituintes do organismo, as quais, por uma série
subsequente de eventos (ação) resultam num efeito farmacológico”,
que é o alvo deste trabalho.
A Farmacodinâmica e os Processos Farmacodinâmicos
Como agem os Fármacos
“Quando um fármaco, em seu trajeto por meio dos diversos
compartimentos orgânicos, alcança a biofase e interage com os
sítios com os quais mantém afinidade, resulta uma cadeia de eventos
que determina, em última análise, o seu efeito. Entende-se por
biofase o espaço diminuto que circunda as imediações da estrutura
alvo. “A farmacodinâmica estuda a inter-relação da concentração de
uma droga entre a biofase e a estrutura alvo, bem como o respectivo
mecanismo de ação”.
5. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
1. Via Oral
- Absorção intestinal
- Absorção sublingual
2. Via Retal
3. Via Injetável
- Via intradérmica
- Via subcutânea
- Via intramuscular
- Via endovenosa
6. 4. Outras vias:
-Inalatória (ex.: gases
utilizados em anestesia e
medicamentos)
- Ocular
- Intranasal
- Dérmica
-Vaginal (ex.: droga para
induzir o trabalho de parto)
7. 1. VIA ORAL (VO)
A administração de medicamentos por via oral é segura e
não requer técnica estéril na sua preparação, nessa via os
medicamentos podem ser na apresentação de comprimidos,
drágeas, cápsulas ou líquidos; são absorvidos
principalmente, no estômago e intestino.
Observação: a medicação via oral não é indicada em
pacientes apresentando náuseas, vômitos, dificuldade de
deglutição, ou estejam em jejum para cirurgia.
A escolha da forma farmacêutica depende principalmente:
da natureza físico-química do fármaco;
do mecanismo de ação;
do local de ação do medicamento;
da dosagem - quantidade de fármaco na forma
farmacêutica.
8. COMPRIMIDOS, CÁPSULAS E DRÁGEAS.
Provavelmente são as formas mais utilizadas na
administração e comercialização de
medicamentos e essa dúvida torna-se comum na
enfermagem.
Essas 3 formas de apresentação estão na categoria
sólida, sendo que as outras formas de
apresentação são: Semissólidas, líquidas e
gasosas. Essa forma faz com que o paciente tenha
uma adesão maior ao tratamento, pela sua
facilidade de uso, transporte e método pouco
invasivo.
9. As formas sólidas não são administradas no
seu estado puro aos pacientes, mas como parte
de uma formulação, ao lado de uma ou mais
substâncias como os Adjuvantes,
Coadjuvantes, Veículo ou Excipiente que
desempenham várias funções farmacêuticas.
Os adjuvantes farmacêuticos têm por
finalidade solubilizar, suspender, espessar,
diluir, emulsionar, estabilizar, preservar,
colorir e melhorar o sabor da mistura final, a
fim de fornecer uma forma farmacêutica
agradável e eficiente.
10. COMPRIMIDO
Forma farmacêutica sólida contendo uma dose única de um
ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes, obtidas
por compressão da mistura de pós, contendo fármaco e
adjuvante.
Os comprimidos podem variar em tamanho, forma, peso,
dureza, espessura, características de desintegração e em
outros aspectos, dependendo do uso a que se destinam e do
método de fabricação. Comprimidos de ação prolongada
(retard) ou de libertação controlada são preparados para
serem absorvidos de forma gradual.
Comprimidos com revestimento entérico resistem à
dissolução no pH ácido do estômago, mas dissolve-se no pH
alcalino do intestino. Utilizados para fármacos que são
destruídos ou inativados pelo pH ácido. Não devem ser
mastigados ou triturados.
11. CÁPSULA
Forma farmacêutica sólida na qual os princípios
ativos e os excipientes estão constituídos por um
invólucro duro ou mole, de forma e capacidade
variáveis, que contêm uma quantidade de princípio
ativo que normalmente se usa de uma só vez, tem
forma cilíndrica ou ovoide e é formado por duas
partes que se encaixam, que devem ser soldadas e, se
destinam a conter substâncias medicinais sólidas,
pastosas ou líquidas. Geralmente o invólucro é feito
de gelatina (cápsula dura) ou de gelatina adicionada
de emolientes como glicerina e sorbitol (cápsula
mole ou elástica), este pode ainda ser opaco ou
transparente e corado ou incolor.
12. Devem ser deglutidas inteiras. As cápsulas de ação
prolongada, retardada ou contínua (retard) são
preparadas para serem absorvidos de forma gradual.
Possibilitam a libertação contínua e gradual do fármaco
devido aos diferentes níveis de dissolução dos grânulos
contidos na cápsula. Reduz o número de doses a
administrar por dia e não devem ser trituradas, nem
mastigadas, nem o seu conteúdo esvaziado para misturar
com alimentos ou líquidos, pois pode alterar a absorção.
Cápsulas também podem ser utilizadas para a
administração de produtos que devem ser inalados, como
é o caso do Formoterol, onde a cápsula é perfurada em
um "Inhaller" e depois o princípio ativo contido dentro
da cápsula é aspirado pelo paciente.
13. DRÁGEA
O processo de produção é parecido com o
comprimido, porém vem revestido por uma
substancia açucarada, com ou sem corante,
de modo a evitar a sua fácil desagregação
precoce, para proteger a substância ativa da
humidade e luz, para ocultar odores e
sabores indesejáveis, para facilitar a sua
ingestão ou para proteger a substância ativa
da destruição estomacal; geralmente é
indicado quando se deseja uma absorção em
nível intestinal.
14. Cápsulas são preparados nos quais uma ou
mais substâncias (líquido ou pó) são colocadas
dentro de um invólucro gelatinoso, que se
dissolve no tubo gastrointestinal e liberta o
medicamento para ser absorvido. Forma
adequada para administração de fármacos
com sabor desagradável.
Pastilhas são pequenos discos que contém um
fármaco numa base aromatizada. Devem ser
completamente dissolvidos na boca, para que
assim se liberte o fármaco. Normalmente
exercem o seu efeito terapêutico na mucosa
oral.
15.
16. Pacientes em uso de Sonda Nasogástrica (SNG) ou
Sonda Nasoenteral (SNE) as medicações VO devem ser
administradas através das mesmas. Este medicamento
deverá ser diluído em água e antes e após a
administração deve-se realizar a lavagem das sondas.
Evitando assim a obstrução das mesmas.
Após a administração do medicamento por VO
verificar se o paciente deglutiu realmente a medicação.
Via sublingual (SL): os medicamentos sublinguais
seguem o mesmo procedimento empregado para
aqueles de via oral, exceto que a medicação deve ser
colocada sob a língua.
17. Nesse procedimento, solicita-se que o paciente abra a
boca e repouse a língua no palato; a seguir, coloca-se o
medicamento sob a língua (em comprimidos ou gotas);
o paciente deve permanecer com o medicamento sob a
língua até a sua absorção total.
N
: esse período, o paciente não deve conversar nem
ingerir líquido ou alimentos. As medicações
administradas por via sublingual promovem uma
rápida absorção da droga em curto espaço de tempo,
além de se dissolverem rapidamente, deixando pouco
resíduo na boca.
Essa via é utilizada para aplicar medicações em
algumas urgências, como, por exemplo: medicações
para precordialgia e para hipertensão.
18. 2. VIA RETAL
Muitos medicamentos que são administrados por
via oral podem também ser administrados por via retal,
em forma de supositório.
São receitados quando a pessoa não pode tomar o
medicamento por VO:
-náuseas e vômitos;
-impossibilidade de engolir;
-algumas restrições à ingestão, como ocorre em seguida a
uma cirurgia.
Tipos de medicamentos mais utilizados por via retal:
• Sólidos: supositórios;
• Líquidos: clisteres ou enema;
• Pomadas.
19. 3. VIA PARENTERAL: VIA INJETÁVEL
Os medicamentos administrados por via
injetável têm a vantagem de fornecer uma via
mais rápida; quando a VO é contraindicada,
favorecendo, assim a absorção mais rápida.
VIA INTRADÉRMICA (ID)
Após aspirar a medicação estar atento para a
diluição preconizada para cada medicação.
Após aspirar ao conteúdo do frasco ampola
lembrar-se de rediluir a medicação conforme
padronização.
20. A via intradérmica é a única, dentre as quatro aqui
trabalhadas, em que não se indica realizar antissepsia
com álcool a 70%. Pode-se fazer uma higienização com
água e sabonete neutro, da região, se necessário. Este
procedimento é abolido para evitar possíveis reações
alérgicas entre os antissépticos utilizados e o produto
injetado, assim como o mascaramento da reação
esperada nos testes de sensibilidade.
-Não se faz também a aspiração, pois, na derme, não há
riscos de se atingir algum vaso.
-Observar o paciente por alguns minutos após a
aplicação quando o teste for de sensibilidade.
21.
22. VIA SUBCUTÂNEA (SC)
Na via subcutânea ou hipodérmica, os medicamentos são
administrados debaixo da pele, no tecido subcutâneo. Nesta via
a absorção é lenta, através dos capilares, de forma contínua e
segura. Usada para administração de vacinas (antirrábica e
anti-sarampo), anticoagulantes (heparina) e hipoglicemiantes
(insulina). O volume não deve exceder 1,0 ml.
As regiões de injeção SC incluem regiões superiores externas
dos braços, o abdome (entre os rebordos costais e as cristas
ilíacas), a região anterior das coxas e a região superior do
dorso.
Essa via não deve ser utilizada quando o cliente tem doença
vascular oclusiva e má perfusão tecidual, pois a circulação
periférica diminuída retarda a absorção da medicação.
Os locais de administração nesta via devem ser alternados com
rigor, evitando iatrogenias.
23. As injeções subcutâneas permitem que o medicamento seja
administrado no tecido subcutâneo que fica por baixo da pele. Não
são muito dolorosas porque existem poucos vasos sanguíneos e
nervos nesta área. O medicamento é geralmente absorvido de
maneira mais lenta (e portanto a um ritmo constante) do que se
administrado por via intramuscular. As formulações depot podem
ser utilizadas para controlar a velocidade de absorção. Existe um
limite para a quantidade de medicamento que pode ser
administrado por via SC (não é possível efetuá-lo para volumes
grandes). Massagear o músculo após a injeção ajuda a absorção, tal
como com as injeções IM. É importante alternar (rodar) os locais de
injeção, para evitar as reações no local da injeção.
24. VIA INTRAMUSCULAR (IM)
A administração via intramuscular permite que você injete o
medicamento diretamente no músculo em graus de
profundidade variados. É usado para administrar suspensões e
soluções oleosas, garantindo sua absorção em longo prazo.
Devemos estar atentos quanto à quantidade a ser administrada
em cada músculo. É necessário que o profissional realize uma
avaliação da área de aplicação, certificando-se do volume que
esse local possa receber.
Atenção: Não esquecer que esse volume irá depender da massa
muscular do cliente, quanto menos a dose aplicada, menor o
risco de possíveis complicações.
A escolha do músculo utilizado vai depender do volume a ser
aplicado:
1ª escolha: vasto lateral da coxa - máximo de 5 ml;
2ª escolha: glúteo (ventro glútea e dorso glútea) – máximo 5 ml;
3ª escolha: deltoide (exceto em vacinas) – máximo 3 ml.
25. A aplicação de medicação intramuscular consiste na
introdução de liquido dentro da massa muscular.
Para minimizar os efeitos colaterais ocasionalmente
encontrados o profissional devera avaliar rigorosamente
alguns aspectos antes de selecionar o local da aplicação.
Distância em relação a vasos e nervos importantes;
Musculatura desenvolvida para absorver o medicamento;
- Espessura do tecido adiposo;
- Idade do paciente;
- Irritabilidade do paciente;
- Atividade do paciente;
- Evitar tecido cicatricial ou endurecido.
As injeções IM podem ser bastante dolorosas ou
desconfortáveis porque penetram profundamente nas
camadas musculares, que são bastante inervadas por fibras
sensitivas.
26. Por outro lado, a injeção IM está associada a um maior
risco de lesão em nervos e vasos sanguíneos se um vaso
sanguíneo for perfurado durante uma injeção
(hematoma). Os medicamentos administrados por via
IM não precisam ser administrados tão frequentemente
como as injeções IV ou subcutâneas, mas devem ser
administradas por um profissional de saúde ou sob a
sua supervisão, uma vez que é necessário evitar que
estas injeções atinjam o osso ou os nervos.
É essencial, além do conhecimento do procedimento
técnico, também compreender as ações da medicação
para administrá-la de forma a incrementar seu efeito
terapêutico e evitar ou minimizar seus efeitos
colaterais.
Nunca devemos massagear ou comprimir o local com força.
27. A agulha deve ser sempre introduzida em posição
perpendicular à pele, ou seja em um ângulo de
90°.
O bisel da agulha deve ser posicionado de forma
lateral, minimizando as agressões as fibras
musculares minimizando a dor durante o
procedimento e as complicações.
As aplicações nunca devem ser realizadas com o
paciente em pé, pois caso o paciente apresente
complicações durante aplicação, pode cair.
Pode ser aplicado soluções aquosas, oleosas e
suspensões.
28. Técnica em Z ou Trilha em Z
Técnica ideal para evitar o refluxo do medicamento para
a camada subcutânea, evitando o aparecimento de
nódulos doloridos por reação inflamatória,
principalmente no caso de aplicações feitas com soluções
oleosas (como Perlutan) e à base de ferro como
Noripurum, este podendo deixar manchas escuras na
pele.
Pode ser usada em qualquer um dos locais descritos
previamente sendo, entretanto, mais utilizada na região
glútea.
Segurar a pele esticada durante a aplicação com o dedo
indicador para que após a retirada da agulha a inserção
inicial mude de lugar evitando extravasamentos e melhor
distribuição da medicação.
29.
30. VIA ENDOVENOSA (EV)
É a administração de medicamento diretamente na corrente
sanguínea através de uma veia. A administração pode variar
desde uma única dose até uma infusão contínua.
Como o medicamento ou a solução é absorvido
imediatamente, a reposta do paciente também é imediata. A
biodisponibilidade instantânea transforma a via EV na
primeira opção para ministrar medicamentos durante uma
emergência. Como a absorção pela corrente sanguínea é
completa, grandes doses de substâncias podem ser fornecidas
em fluxo contínuo.
Indicam-se diluições em seringas de 10 e 20 ml, ou seja, com
10 ou 20 ml de água destilada. Para medicamentos com altas
concentrações, indicam-se diluições em frascos de soluções
salinas (Soro Fisiológico 0.9%) ou glicosadas (Soro Glicosado
5%).