O documento descreve métodos de pesquisa empírica em comunicação política, com foco no método hipotético-dedutivo. Apresenta exemplos de desenhos experimentais quasi-experimentais e discute variáveis, medições, análises estatísticas e controles necessários. Também explora abordagens da psicologia experimental e evolutiva para o estudo da comunicação política.
2. • Método hipotético-dedutivo
- Guiado pela teoria normativa sobre deliberação
- Fundamentado em dados empíricos
- Em Steiner, medição com escala - DQI
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MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Dedutivo
• Guiado pela teoria,
lógica
• Exemplo:
matemática
Indutivo
• Guiado pelos
dados
• Exemplo: Teoria do
Suicídio de
Durkheim
Hipotético-dedutivo
• Guiado pela teoria
• Fundamentado em
dados
• Teste de hipótese
• Exemplo:
experimentos
3. Método hipotético-
dedutivo
• Hipóteses guiadas por teoria
normativa
• Verificação via dados empíricos
Desenho quasi-
experimental
• Amostragem por seleção
• Sem manipulação reversível de
variáveis independentes
Variáveis dependentes
• Medição pelo Índice de
Qualidade do Discurso
Análise quantitativa
• Medições sobre os eixos do DQI
• Comparação simultânea de
grupos experimentais (ANOVA)
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APROXIMAÇÃO PELO MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
4. • Isomorfismo e preferência partidária
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Exemplo de desenho hipotético-dedutivo
Premissa Teor
A frequência de exposição Teorias sobre
aprendizagem
Tendência inata a preferir o semelhante Psicologia evolutiva
Manipulações e medidas
Fusão das fotos dos participantes com as fotos de
dois candidatos presidenciais
VI = isomorfismo
Escolha de candidato VD = preferência
5. - Variáveis medidas (dependentes) – definidas nos eixos do índice
Ex. Mudança de posição; Tempo de participação, Tipo de ato de fala
- Variáveis explicativas (independentes) – natureza do assunto, cultura de
debate, contexto, busca de consenso, redação de documento,
conhecimento prévio etc.
Num experimento:
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VARIÁVEIS DO EXPERIMENTO
Dependentes
(explicadas)
Aquilo que se
pretende explicar
Medição
sistemática
Independentes
(explicativas)
Causas postuladas
Manipulação
experimental
(reversível)
Variáveis
estranhas
Possíveis VI
(desconhecidas ou
não controladas)
Controle
experimental
6. • Desenho quasi-experimental
• Amostragem por seleção
• Sem manipulação reversível de variáveis independentes
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DESENHO QUASI-EXPERIMENTAL
Experimento
Amostra
aleatória e
representativa
Manipulação
reversível da(s)
VI(s)
Maior validade
interna
Quasi-
experimento
Amostra por
seleção
Impossibilidade
de manipulação
das Vis
Maior validade
ecológica
Ambos
Critérios são
necessários
Falta de um
ou ambos
critérios
Permite
estabelecer
relação causal
Permite
estabelecer
correlação
7. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
Análise quantitativa
Análise de variância
• Comparação
simultânea de vários
grupos
• Verifica se o efeito é
causado pela VI ou
pelo acaso
• Ex: Anova/Monova
Significância
• Mede a probabilidade
de que o efeito seja
verdadeiro e não
casual
• Definido no início, no
desenho
• Exemplo: p<0,05
assume-se uma
probabilidade menor
de 5% de que a
diferença não seja
verdadeira
Teste de hipótese
• Decide entre hipótese
nula (H0) ou
alternativa (H1)
previamente
formuladas
• Objetivo: evitar erros
tipo I e tipo II
• Exemplos:
• Teste Z para uma ou
duas amostras;
• F de Fischer
(Snedecor)
• Chi quadrado (ajuste,
variância)
9. • Importante ao desenhar uma matriz de análise
- Saber o que se pretende medir (qualidade da deliberação)
- Identificar a unidade de análise (atos de fala)
- Definir por escrito e claramente o que se quer medir (ver eixos no anexo)
- Estabelecer como medir: posicionamento ao longo de um contínuo,
frequência, presença/ausência (ver anexo)
- Conhecer as propriedades do que se pretende medir (teoria e anexo)
- Steiner: Medir a qualidade do discurso exige interpretação. É preciso
conhecer a cultura da instituição política, o contexto do debate, a natureza
do assunto em discussão.
- Ver anexo sobre o índice.
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DQI – FUNDAMENTADO NA TEORIA NORMATIVA
10. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
Eixos Medida
F Natureza do ato de fala Interrupção, ato regular
F Participação no debate Tempo
Sinais de constrangimento
F Respeito pelos demais grupos Linguagem agressiva x respeitosa
F Respeito pelas demandas do outro Escuta do outro
F Respeito pelos contra-argumentos do outro Legitimação da demanda
C Grau de justificativa dos argumentos Não apresenta argumentos x graus
argumentação
C Conteúdo de justificativa dos argumentos Benefício próprio, do outro, bem
comum, princípios universais
C Mudanças de posição durante o debate Ajuste à força do melhor argumento
C Apresentação de histórias Nenhuma, baseada no assunto,
argumento racional
DQI - ESCALA
11. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
Elementos Solução Observações
Amostragem Por seleção (de
sujeitos
experimentais)
Grupos de ex-combatentes previamente formados no programa de
desarticulação
* Frequente em ensaios clínicos (a ética não permite manipulação
das VI e o pesquisador trabalha com grupos previamente formados
(ex. pacientes).
Tamanho e
tratamentos
N = 342
28 sessões
Tamanho da amostra (n) = 342 participantes, 28 experimentos
(sessões experimentais)
Hipótese nula Ho
Ex-G = Ex-P
Assumiu-se que não havia diferenças entre ex-guerrilheiros e ex-
paramilitares.
Submeter a teste de hipótese.
Objetivo Relação causal VI
– VD no nível de
deliberação
Relação causal entre antecedentes e consequentes das variações
no nível de deliberação ao longo das 28 sessões experimentais.
Controle
experimental
Grupo
experimental e
grupo controle
Tratamento experimental – deveriam tomar uma decisão
Tratamento controle – não deveriam tomar uma decisão no final
Variáveis
estranhas
VI potenciais Os ex-combatentes estavam em terapia compulsória. Recebiam
incentivo econômico para participar do programa. Diferenças
sociais e econômicas entre os grupos enfrentados (afetam as
medidas no DQI). Os experimentos ocorreram nos centros de
OS EXPERIMENTOS: DESENHOS POSSÍVEIS - Colômbia
12. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
Elementos Solução Observações
Amostragem Por seleção
1. caminhada
aleatória
2. por convite
Moradores de Srebrenica e Stolac; metade participantes de
programa de reconciliação étnica de ONG com trabalho no
país; outra metade convidada em “caminhada aleatória”
Tamanho e
tratamentos
N = 75
12 sessões
Do total da amostra, 40 pessoas em Srebrenica; 35 em Stolac.
Foram 6 experimentos em cada cidade. Grupos de mais
mulheres que homens. Seleção aleatória, casa a casa, em 6
experimentos (3 em cada cidade), exclusivamente a partir do
critério étnico (bósnios, sérvios ou croatas). Sem equilíbrio de
participantes da mesma origem
Objetivo Relação causal VI – VD
no nível de deliberação
Relação causal entre antecedentes e consequentes das
variações no nível de deliberação ao longo dos 6
experimentos em cada cidade
Controle
Experimental
Grupo experimental
(caminhada)
Tratamento experimental –todos deveriam concordar com
sugestões a encaminharGrupo controle
(Programa de
reconciliação)
Variáveis
estranhas
VI potenciais Muitos rejeitavam relação local com as cidades; experiência
ruim com autoridades que já tinham recolhido sugestões
(fadiga e desilusão); seleção de grupos moderados
OS EXPERIMENTOS: DESENHOS POSSÍVEIS - Bósnia
13. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
Elementos Solução Observações
Amostragem Por seleção via
internet;
Amostra por
heterogeneidade
(representativa)
Grupos de flamengos (língua alemã) e valões (língua francesa) que
responderam a survey prévia. Grupos com diferentes composições
conforme gênero, idade e educação. Seleção de grupos com
posições prévias negativas e positivas sobre o outro grupo
lingüístico.
Tamanho e
tratamentos
N = 83
9 sessões
As sessões foram divididas em 3 grupos apenas de flamengos; 3
grupos de valões; 3 grupos mistos. Composição 3x3: para cada
grupo lingüístico, um por decisão unânime; um por decisão pela
maioria simples; 1 por decisão de 2/3
Objetivo Relação causal VI
– VD no nível de
deliberação
Relação causal entre antecedentes e consequentes das variações
no nível de deliberação ao longo dos 3 experimentos em cada
grupo lingüístico
Experimental Grupo
experimental
Tratamento experimental – influência do idioma; “teste de
entendimento” e correlações entre os níveis de decisão
Variáveis
estranhas
VI potenciais Tradução simultânea nos grupos mistos; grupos pré-informados
por survey anterior (embora proposta era não apresentar briefing
prévio)
OS EXPERIMENTOS: DESENHOS POSSÍVEIS - Bélgica
14. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
ATITUDE/PREFERÊNCIA E COMPORTAMENTO
Expressing versus Revealing Preferences in Experimental Research
Atitude
Cognição
Afeto
Comport.
Como? – Pesquisa de opinião
Efeito vocabulário e pergunta: expressar ou revelar?
Implicações: O que vou medir?
1. Intenção?
2. Comportamento opinativo diante do outro?
3. Revelação de um comportamento?
Experimento – falsas eleições
Métodos de seleção (questionários) baseados na
psicologia das atitudes.
Premissa psicológica: a atitude é um bom preditor da ação
Limitações: o custo da ação no mundo real é multivariado e
muito grande
Expressão na Ação (voto, compra)
Expressão na conduta opinativa
16. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
DESENHOS FUNDAMENTADOS NA PSI EXPERIMENTAL
Experimental Designs for Political Communication Research
Conduta
Psi
Experimental
PI
(cognitiv)
Como? – Técnicas da psicologia experimental
Preferência e ação dependem de:
1. Tempo de reação e percepção
2. Efeito exposição e Percepção de semelhanças
Representatividade da amostra
Plataformas online – amostras mais representativas x
estudantes universitários = porquinho da Índia
Premissas:
Experimento para avaliar RELAÇÃO CAUSAL
Controle de variáveis via Psicologia experimental
Processamento da informação
Variáveis que influenciam na ação
Homem = processador de informação
17. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
MÉTODO ETOLÓGICO – PSICOLOGIA EVOLUTIVA
The Face as Focus of Political Communication
Expressão
facial
Emoções
Intenção
Variáveis
da pessoa
Como? – Psicologia evolutiva e expressão facial das emoções
A face, elemento decisivo na comunicação política:
1. A face informa
2. Perspectiva etológica
3. Estudos sobre dominação social – liderança
4. O papel da comunicação nesse contexto
(status, tempo de exposição candidatos na mídia)
O estudo – hipotético dedutivo
4 perguntas etológicas de Tinbergen e vai buscar explicação
para as decisões na filogênese e na ontogênese
Premissas:
O rosto comunica componentes afetivos, intencionais
Rosto na dominação social
Controle e previsão da ação
18. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
EXPERIMENTOS MULTIFÁSICOS
Multi-stage experimental design
Coleta de dados
multifásica com
aleatorização
•Manipulação e
causalidade num
período dado
•Várias medições no
período
•Ex. News That
Matters (Iyengar)
Implementação
sequencial
•Manipulação
gradual das VIs
•Desenho multifásico
•Ex. Experimento
sobre inoculação
(Pfau)
Resultados em
cascada
•Um estímulo
influencia
comportamento
futuro em uma
cascada de efeitos
•Ex. Enquadramento
influencia ânimo,
que influencia
percepção
Sistemas de espirais
de reforçamento
•Uma variável
influencia um
resultado que
influencia o uso da
variável anterior.
•Ex. Uso da mídia
influencia
crenças/condutas
que influenciam o
uso da mídia.
19. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
EXPERIMENTO: NEWS THAT MATTER
Experimento modelo em comunicação política
Condição
experim.
• Assistir a
notícias
• Notícias
manipuladas
Manipul.
VI
• Inserção de
temas
• Exclusão de
temas
VD
• Medidas no
início
• Medidas no
final
Objetivo:
Agenda Setting
Imprimação
Fundamentação
Cognitivista (agenda)
Etológica (priming)
Controle VI
ameaça
20. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
EXPERIMENTO: INOCULAÇÃO EM POLÍTICA
Experimento multifásico com implementação sequencial
Seleção
• Medições linha
base
• Atribuição aleatória
estratificada
Tratamento
experimental
• GE = Inoculação
contra candidato
• GC = sem
inoculação
VD
• Assistir a um
debate
• Questionário
atitude
Objetivo:
Efeito da
inoculação
Teoria da inoculação
Eficaz para promover
resistência a ataques/influência TV/
Espiral do silêncio
Atribuição
aleatória
f atitudes iniciaisv
Controle VI
ameaça
Semanas depois
Validade
resultados
21. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
EXPERIMENTO: I
Experimento multifásico com resultado em cascada
Seleção
• Medições linha
base
• Atribuição aleatória
estratificada
Tratamento
experimental
• GE = Farenheit 9/11
• GC = sem Farenheit
VD
• Debate Bush x
Kerry
• Medição
Enquadramento
por Farenheit
9/11 sobre
percepção
debates
presidenciais
Como um estímulo pode
Influenciar comportamento
Futuro?
Objetivo: replicar o comportamento
Natural.
Atribuição
aleatória
f atitudes iniciais
Controle VI
enquadramento
Efeito afetos
(raiva, alegria) na
percepção do
debate
22. • Recursos necessários
- Conhecimentos em estatística
- Criatividade e embasamento para os desenhos (ex. teorias sobre atitude,
percepção, produção de sentido…)
- Software
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PARA FAZER EXPERIMENTOS
23. Precisamos de uma teoria
Avaliação da
situação
• Humor de base
• Novidade
• Valência afetiva
Juízo de valor
situacional
• Significado
• Enfrentamento
• Normas
Expressão
• Aprendizagem
• Cultura
• Interação
• Jogos recorrentes
incidência de crenças e valores compartilhados
24. Concepção
prévia
Formulação de
hipótese
Contraste e
verificação
teórica
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RESUMINDO: abordagem lógico-dedutiva
Abordagemdecimaparabaixo
Pressupostos:
Neutralidade e
objetividade
Sujeito cognoscente
separado do objeto
Realidade externa
apreensível
25. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
TEORIA FUNDAMENTADA NOS DADOS (GROUNDED THEORY)
Sensibilidade teórica – postura e habilidade
O homem O teórico
Amostragem teórica; Tudo são dados.
Novas fontes para elucidar
Amostragem e tipos de dados
guiados pela pesquisa
Suspensão das concepções prévias
Vigilância e explicitação Sensibilizadores
Dasbasesàabstração
26. Análise, amostragem
e articulação
simultâneas
Ajuste ao problema:
teoria útil, provisória
e específica
Suficiência, teoria
como novo
sensibilizador
GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
RESUMINDO: abordagem fundamentada
Pressupostos:
Impossível neutralidade
e objetividade
Sujeito constituído e
constituinte da interação
Realidade compartilhada
e construída
Fundamentação no
contexto (materialidade)
“engenhariareversa”
27. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
GT clássica x GT pós-moderna (Clarke, 2003)
28. GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)
GT clássica x GT pós-moderna (Clarke, 2003)