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Tradução – Capítulo 20 
Aplicações internacionais da teoria do agenda-setting 
A Tipologia de Acapulco 
Maxwell E. McCombs 
Escola de Jornalismo 
Universidade do Texas-Austin 
Salma Ghanem 
Faculdade de Comunicação e Belas Artes 
Central Michigan University 
Federico Rey Lennon 
Instituto de Comunicação Social, Jornalismo e Publicidade 
Universidade Católica, Argentina 
R. Warwick Blood 
Faculdade de Comunicação e Estudos Internacionais 
Universidade de Canberra, Australia 
Yi-Ning (Katherine) Chen 
Departamento de Publicidade 
National Chengchi University, Taiwan
Hyun Ban 
Departamento de Comunicação de Massa 
Universidade de Incheon, Korea 
O estudo de Chapel Hill é mais bem conhecido tanto como a origem teórica quanto 
empírica da teoria do agenda-setting. Para um grau considerável, contudo, esse estudo 
conduzido por McCombs e Shaw (1972) durante a eleição presidencial dos Estados 
Unidos em 1968 também estabelece uma agenda metodológica para uma significante 
proporção de centenas de estudos empíricos que se seguiram. Embora o projeto de 
estudo de Chapel Hill não tenha sido a primeira pesquisa de comunicação de massa a 
usar a análise de conteúdo e a pesquisa de opinião em conjunto, ele foi o estudo que 
trouxe essa combinação de métodos de pesquisa ao estágio central na investigação de 
efeitos cognitivos. 
Para testar a proposição teórica do agenda-setting de que o padrão de cobertura para as 
questões públicas no noticiário influencia a percepção do público sobre o que são as 
questões mais importantes do dia, uma pesquisa perguntou a uma amostra de eleitores 
indecisos selecionados aleatoriamente em Chapel Hill para nomear o que eles 
consideravam como as principais questões do dia, independentemente do que os 
candidatos estavam dizendo. Os assuntos mencionados nesta pesquisa foram 
classificados de acordo com o percentual de votos de cada um para produzir uma 
descrição de agenda pública. Concomitante com esse levantamento, as nove principais 
fontes de notícias utilizadas pelos pesquisados – cinco jornais (locais e nacionais), duas 
redes de televisão e duas novas revistas – tiveram o conteúdo analisados. A ordem de 
classificação dos temas da agenda da mídia foi determinada pelo número de notícias 
dedicadas a cada edição. Então, a ordem de classificação desse conjunto de temas da 
agenda da mídia e da agenda pública foi comparada usando Spearman´s rho. O alto grau 
de correspondência encontrada entre essas duas agendas de questões públicas foi o lance 
inicial na evidência empírica dos efeitos do agenda-setting. 
Indo além do espaço limitado do estudo de 1968 de Chapel Hill, estudos subsequentes, 
também baseados no uso em conjunto da análise de conteúdo e da pesquisa de opinião,
encontraram efeitos do agenda-setting entre as amostras gerais de eleitores durante as 
eleições presidenciais nos Estados Unidos de 1972 e 1976 (Shaw & McComb, 1977; 
Weaver et al., 1981). Fora do cenário eleitoral, dezenas de outros estudos baseados na 
mesma combinação metodológica têm encontrado efeitos do agenda-setting nas 
coberturas jornalísticas em estudos nacionais e locais nos Estados Unidos (Funkhouser, 
1973; Palmgreen & Clarke, 1977; Smith, 1987; Wanta & Hu, 1994), bem como nas 
diversas coberturas internacionais como Espanha, Japão e Argentina (Canel, Llamas, & 
Rey, 1996; Casermeiro de Pereson, 2003; Rey, 1998; Takeshita, 1993). Uma meta-análise 
de 90 estudos empíricos encontrou uma correlação média de + 0,53, com a 
maioria dos efeitos de agenda-setting cerca de seis pontos acima ou abaixo da média 
(Wanta & Ghanem, 2000). E conforme a pesquisa de agenda-setting se expande para 
um segundo nível de influência das notícias da mídia no público, característica do 
agenda-setting, essa combinação metodológica de análise de conteúdo e pesquisa de 
opinião tem sido usada em uma variedade de configurações de cenário de atributos dos 
políticos candidatos nos Estados Unidos e Taiwan (Becker & McCombs, 1978; King, 
1997) para os atributos de tais questões públicas como o meio ambiente (Cohen, 1975) e 
a economia (Benton& Frazier, 1976) na configuração de não-eleição. 
Isto se afasta do modelo de efeitos limitados para investigações com impactos mais 
amplos dos efeitos cognitivos das novas mídias. Blumer (1981) propôs um caminho 
para preencher a lacuna epistemológica entre a pesquisa quantitativa de agenda-setting 
nos Estados Unidos e modelos mais qualitativos de investigação de notícias no Reino 
Unido, Europa e outros lugares. Embora salientando o comentário de Chaffee (1978) de 
que o agenda-setting era uma das melhores ideias de pesquisa na área em duas ou três, 
Blumler (1981) argumentou que ele havia prosseguido somente em uma versão truncada 
até este ponto, ou seja, um foco quase que exclusivo na interface de conteúdo/ público 
da mídia. Para Blumler, uma teoria mais completa teria também que envolver o impacto 
do sistema social nas instituições de mídia, especialmente nos jornalistas e editores, e 
investigar aqueles grupos políticos e de interesse que constantemente empenha-se para 
manipular a opinião pública por meio da influência de jornalistas e editores. E na 
década que se seguiu, numerosos estudos sobre “construção social” de notícia buscam a 
questão de quem determina a agenda da mídia. (Veja, por exemplo, os estudos 
comparativos de Semetko, Blumler, Gurevitch, e Weaver (1991) na cobertura de 
notícias das eleições nacionais dos Estados Unidos e Britânicas). Algumas dessas
pesquisas seguem explicitamente o tradicional agenda-setting, outras representam a 
união da teoria do agenda-setting e da respeitável sociologia nas notícias tradicionais 
(McCombs, 2004, Capítulo 7). O estudo africano de Kwansah-Aidoo (2001) discutido 
abaixo é um dos poucos exemplos que segue a aproximação qualitativa vinculando-se a 
ambas as aproximações. 
De modo geral, em mais de quarenta anos desde o seminal estudo de Chapel Hill, a 
teoria do agenda-setting tem se expandido até envolver cinco estágios distintos. Além 
dos efeitos básicos do agenda-setting da agenda da mídia na agenda pública que se 
baseiam em agendas de questões públicas, sendo que outros “objetos” são efeitos de 
segundo nível do agenda-setting ou a transferência de importância das características 
desses objetos de uma agenda para outra. Essas características podem ser as 
qualificações das figuras públicas, como já foi notado em alguns dos exemplos citados 
acima, ou as características dos temas ou outros objetos. O estudo da eleição 
presidencial de 1972 dos efeitos do agenda-setting também introduziu um terceiro 
estágio teórico, as variáveis psicológicas que explicam o processo do agenda-setting. E 
como foi notado, o começo dos anos 1980 introduziram um quarto estágio, as 
influências que moldam a agenda da mídia. Mais recentemente, estudiosos começaram a 
mapear um quinto estágio, as implicações do primeiro e segundo nível dos efeitos do 
agenda-setting nas atitudes, opiniões, e comportamentos. Isso é um desenvolvimento 
um tanto irônico porque a sabedoria convencional das décadas de 1950 e 1960 entendia 
que os meios de comunicação de massa tinham poucos, se tivessem, efeitos nas atitudes 
e opiniões que levaram os estudiosos tirarem suas atenções do agenda-setting e dos 
efeitos cognitivos da mídia. 
A TIPOLOGIA DE ACAPULCO 
Ao longo do tempo, uma série de variações táticas evoluiu para a prática de pesquisa no 
sentido de investigar esses efeitos do agenda-setting. Uma tipologia de quatro partes 
resumindo essas perspectivas é frequentemente nomeada como a Tipologia de Acapulco 
porque McCombs apresentou-a inicialmente em Acapulco, México, convidado pelo 
presidente eleito Everett Rogers da Associação Internacional de Comunicação. A 
tipologia de Acapulco é definida por duas dimensões dicotômicas. A primeira dimensão
considera o foco na atenção, que pode estar em todo o conjunto de itens que definem 
uma agenda, ou pode ser reduzida a um item particular da agenda. A segunda dimensão 
distingue dois modos de medir a importância dos itens da agenda, sejam os dados 
agregados que descrevem uma população inteira ou que descrevem respostas 
individuais. 
A perspectiva I tem o foco de atenção em toda a agenda e usadados agregados da 
população para estabelecer a importância das notícias. O estudo original de Chapel Hill 
trouxe essa perspectiva, como fizeram os estudos nacionais subsequentes da população 
durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 1972 e 1976. Essa perspectiva, 
valendo-se tanto da pesquisa de opinião quanto da análise de conteúdo para obter dados 
agregados da mídia e da agenda pública, também está refletida na variedade de 
exemplos dos Estados Unidos e internacionais citados acima para estudos de não-eleição 
dos efeitos básicos do agenda-setting. Esse projeto frequentemente empregado 
também está refletido nos exemplos citados acima para caracterizar os efeitos do 
agenda-setting. O nome frequentemente aplicado a esta perspectiva é “Competição” 
porque examina uma ordem de assuntos ou outros itens que estão competindo por 
posições na agenda. 
A perspectiva II tem o modelo similar aos primeiros estudos de agenda-setting com seu 
foco na agenda completa de notícias, mas desvia o foco para a agenda de cada 
indivíduo. Em outras palavras, em vez de medir de forma global a ordem de 
classificação das notícias na agenda pública, o foco aqui é em como cada indivíduo 
classifica uma série de assuntos. Entretanto, quando indivíduos são convidados a 
classificar uma série de assuntos, há pouca evidência de qualquer correspondência entre 
essas classificações individuais e a ordem de classificação desses mesmos assuntos na 
mídia (McLeod, Becker, & Byrnes, 1974). Essa perspective é chamada de “Autônoma” 
por causa de sua visão desfavorável do comportamento humano. Um indivíduo 
raramente, ou nunca, reproduz com fidelidade a agenda completa da mídia. Devido à 
falta de evidências, o modelo de perspectiva II tem sido abandonado. 
O modelo de perspectiva III restringe seu foco em um único tema da agenda, mas assim 
como nos estudos da perspectiva I, utiliza dados agregados para estabelecer a 
importância dos temas. Normalmente em conformidade com o modelo da perspectiva I, 
os dados importantes incluem o número total de notícias sobre um tema e a 
porcentagem do público que mencionou um tema como o mais importante problema
enfrentado pelo país. Contudo, em contraste com a maioria dos modelos da perspectiva 
I que mede a importância da mídia e do público em um ou, pelo menos, em alguns 
poucos períodos de tempo, esta perspectiva é chamada de “História Natural” porque o 
foco normalmente é no grau de correspondência de um único tema entre a agenda da 
mídia e a agenda pública durante um longo período de tempo. Um excelente exemplo 
do emprego dessa perspectiva é o estudo de Winter e Eyal (1981) sobre a questão dos 
direitos civis durante o período de mais de 23 anos. Outro exemplo inclui uma série de 
investigações em 41 meses sobre 11 temas individuais nos Estados Unidos durante a 
década de 1980 (Eaton, 1989), investigações levando oito anos para oito assuntos 
individuais na cidade de Louisville (Smith, 1987) e uma análise semanal no ano todo de 
1986 de 16 temas individuais na Alemanha (Brosius & Kepplinger, 1990). 
O modelo de perspectiva IV foca na agenda individual, como faz a perspectiva II, mas 
restringe suas observações para um único tema de relevância. A pesquisa fundamentada 
nessa perspectiva, chamada de “Retrato Cognitivo”, diversificada metodologicamente 
do que a pesquisa baseada em qualquer outra das três perspectivas da tipologia de 
Acapulco. Algumas dessas pesquisas seguem a metodologia tradicional dessas 
perspectivas e está fundamentada na análise de conteúdo e na pesquisa de opinião. 
Contudo, uma considerável parte da pesquisa da perspectiva IV é baseada em 
experimentos de laboratório, onde uma variável independente é uma medida explícita 
(ou um conjunto de medidas) da atenção do indivíduo para as mensagens dos meios de 
comunicação de massa e a variável dependente é a importância de um objeto ou 
característica em uma agenda individual. 
A investigação de atenção simultânea de Takeshita e Mikami (1995) para um objeto e a 
compreensão de suas características, o primeiro e segundo nível de agenda-setting, 
durante a eleição geral japonesa de 1993 ilustra esse afastamento do tradicional modelo 
de análise de conteúdo / pesquisa de opinião. Sua análise de conteúdo de dois dos 
maiores jornais nacionais e três redes de TV constatou que a reforma política foi 
responsável por mais de 80% da cobertura. Este resultado claramente impede qualquer 
ordem hierárquica significativa dos assuntos na agenda da mídia (eliminando a 
utilização da abordagem da perspectiva I) e sua pesquisa foi uma observação única do 
eleitor (eliminando a utilização da abordagem da perspectiva III). 
Na maioria dos estudos baseados no modelo de perspectiva I ou III, uma importante 
hipótese por trás das comparações entre a agenda da mídia e a agenda pública é que os
efeitos do agenda-setting refletiram a correspondência da relevância dos temas nessas 
agendas que resultam da exposição nos meios de comunicação de massa. No estudo de 
Takeshita e Mikami sobre a eleição japonesa, o comportamento ligando essas duas 
agendas foi explicitamente medido. Combinando quantidade de exposição e interesses 
políticos para fornecer um índice de atenção para as notícias políticas, o apoio foi 
encontrado para a proposição que a relevância da mídia dominante, reforma política, 
entre os membros do público, foi positivamente correlacionado com seu nível de 
atenção para as notícias políticas. Movendo-se para um segundo nível de agenda-setting, 
o fato de que tanto as notícias da TV quanto dos jornais mencionaram aspectos 
relacionados com o sistema de reforma duas vezes mais do que aspectos relacionados 
com a ética produziu expectativas contrabalançadas sobre os atributos das funções do 
agenda-setting na mídia. Ambas as hipóteses foram mantidas. Para o aspecto 
relacionado à ética da reforma política, a correlação com a atenção às notícias políticas 
foram próximas a zero em contraste com a significante correlação com o aspecto 
relacionado ao sistema da reforma política. 
Esse modelo, em que a variável independente é a atenção individual aos meios de 
comunicação e a variável dependente é a relevância de um assunto em uma agenda 
individual, também é encontrada em laboratórios experimentais. A exploração extensiva 
dos efeitos do agenda-setting em um amplo alcance de temas reportados em News That 
Matters de Iyengar e Kinder (1987) emprega uma numerosa variação desse modelo de 
exposição-relevância. E estudos experimentais usando esse modelo básico para estudar 
os efeitos do agenda-setting na nova mídia da Internet inclui o estudo de racismo de 
Wang (2000) e o estudo de temas internacionais de Tewskbury (2002). Também no 
primeiro nível de agenda-setting, Miller (2007) usou esse modelo para estudar a 
potencial função de duas variáveis mediadoras, acessibilidade e emoção, na relevância 
do crime. Ela encontrou apoio para essa função das emoções, mas não na acessibilidade, 
como mediadores dos efeitos do agenda-setting. No segundo nível de agenda-setting, 
Kiousis, Bantimaroudis e Ban (1999) empregaram esse modelo de experimento para 
estudar as características dos efeitos do agenda-setting nas imagens dos candidatos a 
eleição. 
UMA PERSPECTIVA INTERNACIONAL
Além da diversidade das perspectivas metodológicas na pesquisa sobre o papel do 
agenda-setting nos meios de comunicação de massa, uma força adicional é o seu alcance 
internacional. A pesquisa de agenda-setting tem se movido geograficamente muito além 
de suas origens há quatro décadas em Chapel Hill, Carolina do Norte. Há numerosos 
estudos na Europa que se estendem da Espanha a Suécia, do leste a Turquia e meio 
leste, na Costa do Pacífico, do Japão e Coréia a China e Taiwan, e em todo mundo, a 
Austrália e América do Sul. Os efeitos do agenda-setting têm sido documentados com 
uma vasta gama de configurações políticas e culturais ao redor do mundo, levando ao 
axioma que estes fenômenos da comunicação podem ocorrer em qualquer cenário que 
tenha um sistema de mídia razoavelmente aberto e um sistema político razoavelmente 
aberto. Por um sistema de mídia razoavelmente aberto, entendemos que ele não esteja 
sob o controle governamental ou de dominância de partido político. Por um sistema 
político razoavelmente aberto, entendemos por um cenário político onde eleições têm 
significância e determinam o curso do governo. Mais explicação sobre essas definições 
gerais de sistemas abertos podem avançar para um escopo internacional da teoria do 
agenda-setting. No âmbito do Estado-nação, há um número de índices compreensíveis 
sobre o nível de abertura ao redor do mundo. Por exemplo, a respeitável Freedom 
House (www.freedomhouse.org) oferece o benefício de um relatório internacional anual 
tanto nos níveis da imprensa livre quanto de liberdade no sentido dos direitos políticos e 
civis. Nesse relatório há o relato anual quantitativo detalhado da Liberdade no Mundo 
de 1972 até o presente, cobrindo 208 países e territórios, e o relato anual quantitativo 
detalhado da Liberdade de Imprensa de 1980 até o presente cobrindo 195 países e 
territórios. 
Embora numerosos países geralmente se encaixem na categoria de sistemas políticos e 
de mídia abertos, muitos países mostram uma situação mista, especialmente no que diz 
respeito à variedade de meios de comunicação. Por exemplo, na eleição de 1994 para 
prefeito de Taipei, King (1997) percebeu significantes características dos efeitos de 
agenda-setting em dois dos principais jornais diários, mas nenhum efeito significativo 
nas três estações de televisão de Taipei. Os eleitores estavam bem conscientes que as 
estações estavam sob o domínio do governo e do poder de decisão do partido político 
KMT. Em outras palavras, os jornais refletiram um sistema de mídia aberta; as estações 
de televisão, um sistema de mídia fechado.
A questão central neste capítulo é se as variações metodológicas nessas evidências 
internacionais sobre o papel do agenda-setting na mídia são efetivamente universais, 
refletindo um colegiado invisível de estudiosos no mundo todo cujas pesquisas seguem 
similares modelos metodológicos, ou se há diferenças regionais significantes nas 
preferências metodológicas dos pesquisadores do agenda-setting. 
Para responder essa questão, um time internacional de estudiosos do agenda-setting 
reuniu-se neste capítulo para avaliar a literatura acumulada, um time que traz uma 
diversidade de perspectivas culturais para essa tarefa. Warwick Blood, da Austrália, 
concluiu seu PhD na Universidade Syracuse nos Estados Unidos. Ele está atualmente 
em Canberra. Hyun Ban, da Coréia, completou seu PhD na Universidade do Texas em 
Austin. Ele está atualmente em Incheon. Yi-Ning Chen, de Taiwan, completou seu PhD 
na Universidade do Texas em Austin. Ela está agora em Taipei. Salma Ghanem, do 
Egito, alcançou seu PhD na Universidade do Texas em Austin e agora está na 
Universidade Central do Michigan. Federico Rey Lennon, da Argentina, completou seu 
PhD na Universidade de Navarra na Espanha. Ele está agora em Buenos Aires. Maxwell 
McCombs, Americano e um dos co-fundadores da tradição do agenda-setting, está em 
Austin. 
A tarefa empreendida por essa equipe internacional foi uma revisão da compreensão do 
modelo de pesquisa encontrado nas pesquisas sobre agenda-setting ao redor do mundo. 
Uma vez que esses estudos estão passando de centenas e uma vez que não há nenhuma 
base de amostragem existente listando todos esses estudos, a amostra de estudos 
examinadas pela nossa equipe é amplamente fundamentada no conhecimento de cada 
membro da equipe sobre suas partes do mundo e suas acumuladas trajetórias em 
pesquisas sobre agenda-setting. 
AGENDA-SETTING AO REDOR DO MUNDO 
Europa Ocidental 
O grande corpo das pesquisas europeias em agenda-setting grandemente favorece o 
modelo de perspectiva III com seu foco em assuntos únicos. Nos últimos anos, esse
pode ser o resultado para assuntos continentais maiores – unificação europeia, o Euro, 
imigração, e desemprego persistente. Mas a tendência é mais de longa data, 
possivelmente a resposta dos estudiosos europeus para os muitos partidos políticos e os 
muitos assuntos em suas agendas. Contudo, há significante pesquisa de perspectiva I. 
Na Espanha, por exemplo, Lopez-Escobar, Llamas e McCombs (1998) verificaram um 
crescente consensosobre assuntos da agenda do público com o crescimento da leitura de 
jornais e visualizações de notícias na TV. Levando a pesquisa de agenda-setting na 
Espanha para o nível local, Canel, Llamas e Rey (1996) investigaram os principais 
problemas de na cidade de Pamplona. 
Entre os muitos estudos na perspectiva III, dois em particular introduzem nuances 
importantes na teoria do agenda-setting. Schönbach e Semetko (1992) perceberam que o 
interesse em notícias políticas na televisão foi positivamente associado com um 
crescimento da relevância dos problemas ambientais – um efeito tradicional do agenda-setting 
– enquanto que a exposição em um tabloide nacional foi negativamente 
associada com a relevância dos problemas em assimilar a formação do Leste Alemão – 
um efeito de esvaziamento da agenda. 
Focando na questão da integração europeia, Peter (2003) constatou que os efeitos do 
agenda-setting nas coberturas televisivas da União Europeia dependeram da natureza da 
opinião da elite. Quanto mais narrativas da União Europeia as pessoas assistiam nos 
países em que as elites políticas discordavam sobre a integração europeia, mais eles 
consideravam importante a integração europeia. Contudo, em países onde a opinião da 
elite sobre a integração europeia era consenso, esse modelo de efeitos do agenda-setting 
foi inexistente. Conflito político como uma condição suspensiva nos efeitos do agenda-setting 
nos assuntos públicos também foram encontrados por Auh (1977a, 1977b) na 
corrida ao Senado nos Estados Unidos. É importante distinguir essas descobertas sobre 
antagonismos como uma condição suspensiva dos efeitos do agenda-setting dos 
modelos bem conhecidos de Zaller (1992) sobre os fluxos de informações unilaterais e 
bilaterais em que a influência da mídia é maior quando as elites são unidas e o fluxo é 
grandemente unilateral. A diferença está na natureza da influência das notícias – seus 
impactos no direcionamento da opinião pública (Zaller) versus seus impactos na 
relevância dos assuntos entre os públicos (Auh e Peter). Para uma discussão mais 
aprofundada sobre essa diferença na pesquisa do agenda-setting, veja McCombs (2004, 
Capítulo 8).
Os efeitos do agenda-setting têm sido extensivamente documentados através da Europa 
Ocidental e do Norte. Em anos recentes, pesquisas começaram a aparecer nos antigos 
países comunistas do Leste Europeu. Poucos estudos têm sido realizados no sul da 
Europa com exceção da Espanha. 
Eurasia e África 
Indo em direção ao leste, tanto os efeitos de primeiro quanto de segundo nível de 
agenda-setting têm sido investigados na Turquia com o modelo de perspectiva I. No 
segundo nível, Yuksel (2003) encontrou evidências de significativa influência dos 
jornais na imagem dos candidatos ao Parlamento para os eleitores turcos. E refletindo a 
expansão da pesquisa de agenda-setting em domínios além dos negócios públicos, 
Gorpe e Yuksel (2007) encontraram os efeitos do tradicional primeiro nível das 
coberturas de notícias nas reputações das principais corporações de negócios. 
Usando o modelo da perspectiva I no Egito, Mohamed (2006) encontrou um alto grau 
de correspondência entre a agenda da mídia agregada e a agenda de questões públicas. 
Outras comparações de um jornal nacional egípcio e um jornal de oposição com as 
agendas de suas audiências encontraram uma significante correlação entre a agenda do 
jornal de oposição e a dos seus leitores. Uma pequena correspondência foi verificada 
entre a agenda do jornal de governo e a de seus leitores. E Al-Haqeel e Melkote (1995) 
verificaram que a mídia da Arábia Saudita foi muito efetiva em sua influência na agenda 
pública sobre importantes questões internacionais. 
Esses resultados do Oriente Médio novamente refletem um sistema de mídia misto 
discutido anteriormente no que diz respeito às condições para o surgimento dos efeitos 
do agenda-setting. A situação egípcia é análoga àquela entre jornais e televisão em 
Taiwan. E, indiscutivelmente, a audiência na Arábia Saudita percebe que a agenda de 
notícias internacionais é aberta e a agenda de notícias doméstica é dominada pelo 
governo. 
Em Gana, usando a versão qualitativa do modelo de perspectiva III, Kwansah-Aidoo 
(2001) concluiu que a mídia influencia a agenda do ambiente do público desse país 
africano. Esse criativo nulti-método de aproximação qualitativa, que combina grupos
focais, profundas entrevistas pessoais e análise de documentos, define um importante 
precedente para uma investigação mais ampla do processo de agenda-setting. Até 
mesmo os projetos mais quantitativos resumidos pela Tipologia de Acapulco invocam 
questões estratégicas abertas e finalistas, como a questão do “mais importante 
problema” (MIP), como base para a maior parte de seus dados. Estendendo a 
metodologia de pesquisa para outras áreas qualitativas é uma expansão lógica da 
tradicional pesquisa em toda parte do mundo. 
A tradição do agenda-setting é nova nesta parte do mundo e grandemente favorece as 
investigações de perspectiva I. Mais estudos da perspectiva III e IV são necessários para 
ampliar nosso conhecimento sobre como funciona o agenda-setting nessas sociedades. 
Austrália 
Aqui a maioria das pesquisas em comunicação segue os tradicionais estudos de mídia 
qualitativos britânicos e europeus. Consequentemente, tem havido menos interesse na 
teoria do agenda-setting e somente poucos estudos quantitativos de agenda-setting. 
Gadir (1982) apresenta evidências do modelo de perspectiva I para os efeitos do 
agenda-setting que resultam da ativação e desativação de temas na agenda de grandes 
temas. O ressurgimento súbito de um tema que estava dormente (ex. defesa) pode ser 
mais significativo do que aquele que “permanece” em alta relevância de outros temas 
(ex. inflação). Também usando o modelo de perspectiva I, Denemark (2002) examinou 
os efeitos do agenda-setting das notícias de televisão entre os eleitores australianos 
estratificados em diferentes níveis de interesses políticos e consciência. Eleitores com 
níveis moderados de interesse político foram o único grupo a demonstrar efeitos 
significantes do agenda-setting. 
Usando o modelo de perspectiva III, Brown e Deegan (1998) buscaram ideias no 
agenda-setting e nas teorias legitimadas para investigar o relacionamento entre a 
atenção da mídia impressa para a atuação ambiental de uma indústria e a subsequente 
divulgação ambiental nos relatórios anuais das companhias. Divulgação ambiental em 
relatórios anuais foi relatada em uma cobertura de jornal australiano na maioria das 
indústrias, evidenciando que a elite de negócios, não exatamente o público em geral,
pode refletir a influência do agenda-setting nos jornais. O crescente interesse na teoria 
do agenda-setting ao redor do mundo nas investigações das reputações corporativas e 
outros aspectos de negócios e relações públicas é provável que estimule um grande 
volume dessas pesquisas no futuro. 
América do Sul 
Embora a tradição das pesquisas empíricas de agenda-setting na América do Sul em 
grande parte remonta à década de 1990, já existe uma acumulação rica de estudos sobre 
eleição remanescentes do trabalho inicial nos Estados Unidos. Rey Lennon (1998) e 
Casermeiro de Pereson (2003) utilizaram o modelo de perspectiva I para estudar os 
efeitos do agenda-setting das notícias em jornais e televisão durante as eleições para o 
legislativo na área metropolitana de Buenos Aires. Tanto nos jornais quanto na televisão 
há evidências que sugerem um considerável impacto da mídia nos temas da agenda 
pública nessas eleições. No Chile, um estudo nacional da eleição presidencial de 1999 
baseado em uma análise de relacionamento (perspectiva I) entre três tipos de agenda – a 
agenda do público, a agenda da mídia (TV e jornais diários) e a agenda de propagandas 
políticas – encontrou forte correspondência entre a propaganda política e as agendas do 
público (Dussaillant, 2005). E em uma inovadora aplicação da teoria do agenda-setting 
usando o modelo de perspectiva I, Casermeiro de Pereson, De La Torre, e Téramo 
(2007) encontraram significante influência da mídia nas imagens do Papa João Paulo II 
e dos bispos argentinos, mas não na percepção geral do clero católico ou dos católicos. 
Esse é outro exemplo da tendência recente das pesquisas de agenda-setting no sentido 
de se expandir para domínios além dos assuntos públicos. 
Examinando a questão do desemprego em uma cidade argentina de porte médio, o 
estudo de perspectiva III de Monteiro (2006) encontrou significantes efeitos das notícias 
em horário nobre da TV local tanto no primeiro quanto no segundo nível de agenda-setting. 
Utilizando o modelo de perspectiva III com foco na análise de cada um dos 
cinco candidatos a presidente durante a eleição presidencial argentina de 2003, Yang 
(2006) relatou significante correlação entre a atenção da mídia e o nível de apoio 
popular para dois dos candidatos, incluindo o candidato que ganhou a eleição.
A ausência de estudos de perspectiva IV, especialmente controlada em laboratórios 
experimentais, sem dúvida reflete a relativa novidade da pesquisa quantitativa entre um 
número significativo de estudiosos latino-americanos. As pesquisas em comunicação na 
América Latina estão essencialmente fundamentadas em abordagens qualitativas da 
Europa. 
Leste da Ásia 
Os estudiosos do leste da Ásia, especialmente no Japão, Coréia e Taiwan, são os 
maiores pensadores em pesquisas sobre o agenda-setting do “Invisible College”. Ao 
longo dos últimos 20 anos ou mais, eles têm produzido um grande volume de pesquisa. 
Em linha com as pesquisas iniciais de agenda-setting nos Estados Unidos, um número 
considerável desses estudos são sobre eleição baseados no modelo de perspectiva I. Em 
Taiwan, esse extensivo corpo de pesquisa cobriu tanto as eleições presidenciais (Han, 
2000; Wang, 1999) quanto as eleições para prefeito de Taipei (Chen, 2001, 2004); King, 
1997; Li & King, 1996). No Japão e na Coréia, os estudos sobre eleição na perspectiva I 
também examinaram tanto notícias quanto propagandas (Kawakami, 1999) bem como, 
mais recentemente, a Internet e fontes de notícias online (Ku, 2002; Lee, 2007). 
Também há um substancial corpo de pesquisas de perspectiva I sobre fracassos 
eleitorais observando a tradicional cobertura de notícias (Iwabuchi, 1986) e o jornalismo 
online (Joe & Kim, 2004) a reputações corporativas (Cha, 2004). 
Os estudos de perspectiva III incluem propagandas (Tokinoya, 1983) bem como estudos 
tradicionais da perspectiva III focados em temas específicos. Os temas investigados 
variaram amplamente daqueles assuntos que são frequentes nas agendas de temas ao 
redor do mundo, de economia (Lee, Shim & Park, 2007) a aspectos específicos de 
economia, a bolha nos valores imobiliários na Coreia (Choi & Ban, 2006) até AIDS 
(Hsu, 1999) e a relação entre Estados Unidos e Taiwan (Guo, 1980). 
Recentes estudos da perspectiva IV examinaram o meio ambiente (Lee, Yoo & 
McCombs, 2007) e a questão do lixo nuclear (Ban, Choi & Shin, 2004). Mais 
especificamente, experimentos de Ban, Choi & Shin (2004) documentaram a 
transferência bem-sucedida de características da agenda da mídia sobre o lixo nuclear
para a agenda pública, sendo que essas características mantiveram suas dimensões 
cognitivas e afetivas. Do mesmo modo, o experimento de Lee, Yoo e McCombs (2007) 
envolvendo a questão do aquecimento global verificou que a mídia impulsiona mais a 
importância das características afetivas percebidas na audiência do que a importância 
das características substantivas. Essa rigorosa investigação experimental não somente 
documenta os efeitos de segundo nível do agenda-setting, como também expande e 
aumenta nosso conhecimento sobre os efeitos do agenda-setting encontrados nos 
estudos de perspectiva I e na perspectiva III. A esse respeito, esses estudos estabelecem 
um importante precedente para os estudos da perspectiva IV em outras partes do mundo 
e outras pesquisas comparativas similares (ou diferentes) sobre os efeitos do agenda-setting 
entre as culturas. 
Conclusão 
A existência dessas perspectivas variadas no fenômeno do agenda-setting, 
especialmente uma abundância de evidências baseadas nos modelos de perspectiva I e 
III, fortalece o grau de confiança que podemos ter em nosso conhecimento sobre esses 
efeitos da mídia. Além do fato dessas duas perspectivas dominarem as pesquisas em 
agenda-setting, há uma variação significativa de região geográfica. A Europa Ocidental, 
em particular, destaca-se por causa do grande número de estudos na perspectiva III 
realizados lá examinando a influência das notícias em determinados assuntos públicos. 
América do Sul e o Leste da Ásia grandemente espelham o modelo encontrado nos 
Estados Unidos, particularmente as primeiras ênfases do modelo de perspectiva I, usado 
pela primeira vez no estudo da eleição de Chapel Hill, mas cada vez mais 
complementado por uma riqueza de estudos de perspectiva III sobre temas únicos. Na 
Austrália, Turquia e no Oriente Médio, onde agenda-setting ainda é uma nova tradição 
de pesquisa, não é surpresa que a ênfase está no modelo de perspectiva I. Claro que essa 
ênfase geral tem sido ampliada em anos recentes pelo uso do modelo de perspectiva I 
para estudar as características do agenda-setting. 
O modelo de perspectiva I fornece descrições úteis e compreensíveis da rica, em 
constante mudança, mistura de conteúdo dos meios de comunicação de massa e da 
opinião pública em períodos específicos de tempo. Essa perspectiva empenha-se em
descrever o mundo como ele é. O modelo de perspectiva III produz descrições úteis da 
história natural sobre um tema único, mas negligencia o contexto social em que este 
tema está inserido. Porém, o conhecimento sobre as dinâmicas em torno de um único 
assunto em um extenso período de tempo é amplamente útil para compreender como o 
processo de agenda-setting funciona. O modelo de perspectiva IV, que é o mais novo 
método no repertório metodológico de pesquisadores do agenda-setting, também faz 
contribuições valiosas para nosso entendimento da dinâmica do agenda-setting. Do 
ponto de vista teórico, nas evidências geradas pelos modelos de perspectiva III e IV é 
absolutamente necessária uma explicação detalhada da teoria do agenda-setting que vai 
esclarecer como e porque esse fenômeno ocorre. Mas o objetivo final da teoria do 
agenda-setting nos leva de volta aos estudos de perspectiva I, uma forma de 
compreender os meios de comunicação de massa e a opinião pública na existência de 
cada comunidade e nação. 
Além dos testes empíricos dos efeitos do agenda-setting, é significante que esses 
conceitos agenda-setting, agenda da mídia e agenda pública são agora frequentemente 
parte do discurso político e social mundial. Políticos, editores, jornalistas e, em alguns 
momentos, vários públicos usam esses conceitos como um meio para descrever e 
esclarecer processos políticos e sociais em seus próprios mundos.

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Capítulo 20 international applications of agenda setting theory

  • 1. Tradução – Capítulo 20 Aplicações internacionais da teoria do agenda-setting A Tipologia de Acapulco Maxwell E. McCombs Escola de Jornalismo Universidade do Texas-Austin Salma Ghanem Faculdade de Comunicação e Belas Artes Central Michigan University Federico Rey Lennon Instituto de Comunicação Social, Jornalismo e Publicidade Universidade Católica, Argentina R. Warwick Blood Faculdade de Comunicação e Estudos Internacionais Universidade de Canberra, Australia Yi-Ning (Katherine) Chen Departamento de Publicidade National Chengchi University, Taiwan
  • 2. Hyun Ban Departamento de Comunicação de Massa Universidade de Incheon, Korea O estudo de Chapel Hill é mais bem conhecido tanto como a origem teórica quanto empírica da teoria do agenda-setting. Para um grau considerável, contudo, esse estudo conduzido por McCombs e Shaw (1972) durante a eleição presidencial dos Estados Unidos em 1968 também estabelece uma agenda metodológica para uma significante proporção de centenas de estudos empíricos que se seguiram. Embora o projeto de estudo de Chapel Hill não tenha sido a primeira pesquisa de comunicação de massa a usar a análise de conteúdo e a pesquisa de opinião em conjunto, ele foi o estudo que trouxe essa combinação de métodos de pesquisa ao estágio central na investigação de efeitos cognitivos. Para testar a proposição teórica do agenda-setting de que o padrão de cobertura para as questões públicas no noticiário influencia a percepção do público sobre o que são as questões mais importantes do dia, uma pesquisa perguntou a uma amostra de eleitores indecisos selecionados aleatoriamente em Chapel Hill para nomear o que eles consideravam como as principais questões do dia, independentemente do que os candidatos estavam dizendo. Os assuntos mencionados nesta pesquisa foram classificados de acordo com o percentual de votos de cada um para produzir uma descrição de agenda pública. Concomitante com esse levantamento, as nove principais fontes de notícias utilizadas pelos pesquisados – cinco jornais (locais e nacionais), duas redes de televisão e duas novas revistas – tiveram o conteúdo analisados. A ordem de classificação dos temas da agenda da mídia foi determinada pelo número de notícias dedicadas a cada edição. Então, a ordem de classificação desse conjunto de temas da agenda da mídia e da agenda pública foi comparada usando Spearman´s rho. O alto grau de correspondência encontrada entre essas duas agendas de questões públicas foi o lance inicial na evidência empírica dos efeitos do agenda-setting. Indo além do espaço limitado do estudo de 1968 de Chapel Hill, estudos subsequentes, também baseados no uso em conjunto da análise de conteúdo e da pesquisa de opinião,
  • 3. encontraram efeitos do agenda-setting entre as amostras gerais de eleitores durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos de 1972 e 1976 (Shaw & McComb, 1977; Weaver et al., 1981). Fora do cenário eleitoral, dezenas de outros estudos baseados na mesma combinação metodológica têm encontrado efeitos do agenda-setting nas coberturas jornalísticas em estudos nacionais e locais nos Estados Unidos (Funkhouser, 1973; Palmgreen & Clarke, 1977; Smith, 1987; Wanta & Hu, 1994), bem como nas diversas coberturas internacionais como Espanha, Japão e Argentina (Canel, Llamas, & Rey, 1996; Casermeiro de Pereson, 2003; Rey, 1998; Takeshita, 1993). Uma meta-análise de 90 estudos empíricos encontrou uma correlação média de + 0,53, com a maioria dos efeitos de agenda-setting cerca de seis pontos acima ou abaixo da média (Wanta & Ghanem, 2000). E conforme a pesquisa de agenda-setting se expande para um segundo nível de influência das notícias da mídia no público, característica do agenda-setting, essa combinação metodológica de análise de conteúdo e pesquisa de opinião tem sido usada em uma variedade de configurações de cenário de atributos dos políticos candidatos nos Estados Unidos e Taiwan (Becker & McCombs, 1978; King, 1997) para os atributos de tais questões públicas como o meio ambiente (Cohen, 1975) e a economia (Benton& Frazier, 1976) na configuração de não-eleição. Isto se afasta do modelo de efeitos limitados para investigações com impactos mais amplos dos efeitos cognitivos das novas mídias. Blumer (1981) propôs um caminho para preencher a lacuna epistemológica entre a pesquisa quantitativa de agenda-setting nos Estados Unidos e modelos mais qualitativos de investigação de notícias no Reino Unido, Europa e outros lugares. Embora salientando o comentário de Chaffee (1978) de que o agenda-setting era uma das melhores ideias de pesquisa na área em duas ou três, Blumler (1981) argumentou que ele havia prosseguido somente em uma versão truncada até este ponto, ou seja, um foco quase que exclusivo na interface de conteúdo/ público da mídia. Para Blumler, uma teoria mais completa teria também que envolver o impacto do sistema social nas instituições de mídia, especialmente nos jornalistas e editores, e investigar aqueles grupos políticos e de interesse que constantemente empenha-se para manipular a opinião pública por meio da influência de jornalistas e editores. E na década que se seguiu, numerosos estudos sobre “construção social” de notícia buscam a questão de quem determina a agenda da mídia. (Veja, por exemplo, os estudos comparativos de Semetko, Blumler, Gurevitch, e Weaver (1991) na cobertura de notícias das eleições nacionais dos Estados Unidos e Britânicas). Algumas dessas
  • 4. pesquisas seguem explicitamente o tradicional agenda-setting, outras representam a união da teoria do agenda-setting e da respeitável sociologia nas notícias tradicionais (McCombs, 2004, Capítulo 7). O estudo africano de Kwansah-Aidoo (2001) discutido abaixo é um dos poucos exemplos que segue a aproximação qualitativa vinculando-se a ambas as aproximações. De modo geral, em mais de quarenta anos desde o seminal estudo de Chapel Hill, a teoria do agenda-setting tem se expandido até envolver cinco estágios distintos. Além dos efeitos básicos do agenda-setting da agenda da mídia na agenda pública que se baseiam em agendas de questões públicas, sendo que outros “objetos” são efeitos de segundo nível do agenda-setting ou a transferência de importância das características desses objetos de uma agenda para outra. Essas características podem ser as qualificações das figuras públicas, como já foi notado em alguns dos exemplos citados acima, ou as características dos temas ou outros objetos. O estudo da eleição presidencial de 1972 dos efeitos do agenda-setting também introduziu um terceiro estágio teórico, as variáveis psicológicas que explicam o processo do agenda-setting. E como foi notado, o começo dos anos 1980 introduziram um quarto estágio, as influências que moldam a agenda da mídia. Mais recentemente, estudiosos começaram a mapear um quinto estágio, as implicações do primeiro e segundo nível dos efeitos do agenda-setting nas atitudes, opiniões, e comportamentos. Isso é um desenvolvimento um tanto irônico porque a sabedoria convencional das décadas de 1950 e 1960 entendia que os meios de comunicação de massa tinham poucos, se tivessem, efeitos nas atitudes e opiniões que levaram os estudiosos tirarem suas atenções do agenda-setting e dos efeitos cognitivos da mídia. A TIPOLOGIA DE ACAPULCO Ao longo do tempo, uma série de variações táticas evoluiu para a prática de pesquisa no sentido de investigar esses efeitos do agenda-setting. Uma tipologia de quatro partes resumindo essas perspectivas é frequentemente nomeada como a Tipologia de Acapulco porque McCombs apresentou-a inicialmente em Acapulco, México, convidado pelo presidente eleito Everett Rogers da Associação Internacional de Comunicação. A tipologia de Acapulco é definida por duas dimensões dicotômicas. A primeira dimensão
  • 5. considera o foco na atenção, que pode estar em todo o conjunto de itens que definem uma agenda, ou pode ser reduzida a um item particular da agenda. A segunda dimensão distingue dois modos de medir a importância dos itens da agenda, sejam os dados agregados que descrevem uma população inteira ou que descrevem respostas individuais. A perspectiva I tem o foco de atenção em toda a agenda e usadados agregados da população para estabelecer a importância das notícias. O estudo original de Chapel Hill trouxe essa perspectiva, como fizeram os estudos nacionais subsequentes da população durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 1972 e 1976. Essa perspectiva, valendo-se tanto da pesquisa de opinião quanto da análise de conteúdo para obter dados agregados da mídia e da agenda pública, também está refletida na variedade de exemplos dos Estados Unidos e internacionais citados acima para estudos de não-eleição dos efeitos básicos do agenda-setting. Esse projeto frequentemente empregado também está refletido nos exemplos citados acima para caracterizar os efeitos do agenda-setting. O nome frequentemente aplicado a esta perspectiva é “Competição” porque examina uma ordem de assuntos ou outros itens que estão competindo por posições na agenda. A perspectiva II tem o modelo similar aos primeiros estudos de agenda-setting com seu foco na agenda completa de notícias, mas desvia o foco para a agenda de cada indivíduo. Em outras palavras, em vez de medir de forma global a ordem de classificação das notícias na agenda pública, o foco aqui é em como cada indivíduo classifica uma série de assuntos. Entretanto, quando indivíduos são convidados a classificar uma série de assuntos, há pouca evidência de qualquer correspondência entre essas classificações individuais e a ordem de classificação desses mesmos assuntos na mídia (McLeod, Becker, & Byrnes, 1974). Essa perspective é chamada de “Autônoma” por causa de sua visão desfavorável do comportamento humano. Um indivíduo raramente, ou nunca, reproduz com fidelidade a agenda completa da mídia. Devido à falta de evidências, o modelo de perspectiva II tem sido abandonado. O modelo de perspectiva III restringe seu foco em um único tema da agenda, mas assim como nos estudos da perspectiva I, utiliza dados agregados para estabelecer a importância dos temas. Normalmente em conformidade com o modelo da perspectiva I, os dados importantes incluem o número total de notícias sobre um tema e a porcentagem do público que mencionou um tema como o mais importante problema
  • 6. enfrentado pelo país. Contudo, em contraste com a maioria dos modelos da perspectiva I que mede a importância da mídia e do público em um ou, pelo menos, em alguns poucos períodos de tempo, esta perspectiva é chamada de “História Natural” porque o foco normalmente é no grau de correspondência de um único tema entre a agenda da mídia e a agenda pública durante um longo período de tempo. Um excelente exemplo do emprego dessa perspectiva é o estudo de Winter e Eyal (1981) sobre a questão dos direitos civis durante o período de mais de 23 anos. Outro exemplo inclui uma série de investigações em 41 meses sobre 11 temas individuais nos Estados Unidos durante a década de 1980 (Eaton, 1989), investigações levando oito anos para oito assuntos individuais na cidade de Louisville (Smith, 1987) e uma análise semanal no ano todo de 1986 de 16 temas individuais na Alemanha (Brosius & Kepplinger, 1990). O modelo de perspectiva IV foca na agenda individual, como faz a perspectiva II, mas restringe suas observações para um único tema de relevância. A pesquisa fundamentada nessa perspectiva, chamada de “Retrato Cognitivo”, diversificada metodologicamente do que a pesquisa baseada em qualquer outra das três perspectivas da tipologia de Acapulco. Algumas dessas pesquisas seguem a metodologia tradicional dessas perspectivas e está fundamentada na análise de conteúdo e na pesquisa de opinião. Contudo, uma considerável parte da pesquisa da perspectiva IV é baseada em experimentos de laboratório, onde uma variável independente é uma medida explícita (ou um conjunto de medidas) da atenção do indivíduo para as mensagens dos meios de comunicação de massa e a variável dependente é a importância de um objeto ou característica em uma agenda individual. A investigação de atenção simultânea de Takeshita e Mikami (1995) para um objeto e a compreensão de suas características, o primeiro e segundo nível de agenda-setting, durante a eleição geral japonesa de 1993 ilustra esse afastamento do tradicional modelo de análise de conteúdo / pesquisa de opinião. Sua análise de conteúdo de dois dos maiores jornais nacionais e três redes de TV constatou que a reforma política foi responsável por mais de 80% da cobertura. Este resultado claramente impede qualquer ordem hierárquica significativa dos assuntos na agenda da mídia (eliminando a utilização da abordagem da perspectiva I) e sua pesquisa foi uma observação única do eleitor (eliminando a utilização da abordagem da perspectiva III). Na maioria dos estudos baseados no modelo de perspectiva I ou III, uma importante hipótese por trás das comparações entre a agenda da mídia e a agenda pública é que os
  • 7. efeitos do agenda-setting refletiram a correspondência da relevância dos temas nessas agendas que resultam da exposição nos meios de comunicação de massa. No estudo de Takeshita e Mikami sobre a eleição japonesa, o comportamento ligando essas duas agendas foi explicitamente medido. Combinando quantidade de exposição e interesses políticos para fornecer um índice de atenção para as notícias políticas, o apoio foi encontrado para a proposição que a relevância da mídia dominante, reforma política, entre os membros do público, foi positivamente correlacionado com seu nível de atenção para as notícias políticas. Movendo-se para um segundo nível de agenda-setting, o fato de que tanto as notícias da TV quanto dos jornais mencionaram aspectos relacionados com o sistema de reforma duas vezes mais do que aspectos relacionados com a ética produziu expectativas contrabalançadas sobre os atributos das funções do agenda-setting na mídia. Ambas as hipóteses foram mantidas. Para o aspecto relacionado à ética da reforma política, a correlação com a atenção às notícias políticas foram próximas a zero em contraste com a significante correlação com o aspecto relacionado ao sistema da reforma política. Esse modelo, em que a variável independente é a atenção individual aos meios de comunicação e a variável dependente é a relevância de um assunto em uma agenda individual, também é encontrada em laboratórios experimentais. A exploração extensiva dos efeitos do agenda-setting em um amplo alcance de temas reportados em News That Matters de Iyengar e Kinder (1987) emprega uma numerosa variação desse modelo de exposição-relevância. E estudos experimentais usando esse modelo básico para estudar os efeitos do agenda-setting na nova mídia da Internet inclui o estudo de racismo de Wang (2000) e o estudo de temas internacionais de Tewskbury (2002). Também no primeiro nível de agenda-setting, Miller (2007) usou esse modelo para estudar a potencial função de duas variáveis mediadoras, acessibilidade e emoção, na relevância do crime. Ela encontrou apoio para essa função das emoções, mas não na acessibilidade, como mediadores dos efeitos do agenda-setting. No segundo nível de agenda-setting, Kiousis, Bantimaroudis e Ban (1999) empregaram esse modelo de experimento para estudar as características dos efeitos do agenda-setting nas imagens dos candidatos a eleição. UMA PERSPECTIVA INTERNACIONAL
  • 8. Além da diversidade das perspectivas metodológicas na pesquisa sobre o papel do agenda-setting nos meios de comunicação de massa, uma força adicional é o seu alcance internacional. A pesquisa de agenda-setting tem se movido geograficamente muito além de suas origens há quatro décadas em Chapel Hill, Carolina do Norte. Há numerosos estudos na Europa que se estendem da Espanha a Suécia, do leste a Turquia e meio leste, na Costa do Pacífico, do Japão e Coréia a China e Taiwan, e em todo mundo, a Austrália e América do Sul. Os efeitos do agenda-setting têm sido documentados com uma vasta gama de configurações políticas e culturais ao redor do mundo, levando ao axioma que estes fenômenos da comunicação podem ocorrer em qualquer cenário que tenha um sistema de mídia razoavelmente aberto e um sistema político razoavelmente aberto. Por um sistema de mídia razoavelmente aberto, entendemos que ele não esteja sob o controle governamental ou de dominância de partido político. Por um sistema político razoavelmente aberto, entendemos por um cenário político onde eleições têm significância e determinam o curso do governo. Mais explicação sobre essas definições gerais de sistemas abertos podem avançar para um escopo internacional da teoria do agenda-setting. No âmbito do Estado-nação, há um número de índices compreensíveis sobre o nível de abertura ao redor do mundo. Por exemplo, a respeitável Freedom House (www.freedomhouse.org) oferece o benefício de um relatório internacional anual tanto nos níveis da imprensa livre quanto de liberdade no sentido dos direitos políticos e civis. Nesse relatório há o relato anual quantitativo detalhado da Liberdade no Mundo de 1972 até o presente, cobrindo 208 países e territórios, e o relato anual quantitativo detalhado da Liberdade de Imprensa de 1980 até o presente cobrindo 195 países e territórios. Embora numerosos países geralmente se encaixem na categoria de sistemas políticos e de mídia abertos, muitos países mostram uma situação mista, especialmente no que diz respeito à variedade de meios de comunicação. Por exemplo, na eleição de 1994 para prefeito de Taipei, King (1997) percebeu significantes características dos efeitos de agenda-setting em dois dos principais jornais diários, mas nenhum efeito significativo nas três estações de televisão de Taipei. Os eleitores estavam bem conscientes que as estações estavam sob o domínio do governo e do poder de decisão do partido político KMT. Em outras palavras, os jornais refletiram um sistema de mídia aberta; as estações de televisão, um sistema de mídia fechado.
  • 9. A questão central neste capítulo é se as variações metodológicas nessas evidências internacionais sobre o papel do agenda-setting na mídia são efetivamente universais, refletindo um colegiado invisível de estudiosos no mundo todo cujas pesquisas seguem similares modelos metodológicos, ou se há diferenças regionais significantes nas preferências metodológicas dos pesquisadores do agenda-setting. Para responder essa questão, um time internacional de estudiosos do agenda-setting reuniu-se neste capítulo para avaliar a literatura acumulada, um time que traz uma diversidade de perspectivas culturais para essa tarefa. Warwick Blood, da Austrália, concluiu seu PhD na Universidade Syracuse nos Estados Unidos. Ele está atualmente em Canberra. Hyun Ban, da Coréia, completou seu PhD na Universidade do Texas em Austin. Ele está atualmente em Incheon. Yi-Ning Chen, de Taiwan, completou seu PhD na Universidade do Texas em Austin. Ela está agora em Taipei. Salma Ghanem, do Egito, alcançou seu PhD na Universidade do Texas em Austin e agora está na Universidade Central do Michigan. Federico Rey Lennon, da Argentina, completou seu PhD na Universidade de Navarra na Espanha. Ele está agora em Buenos Aires. Maxwell McCombs, Americano e um dos co-fundadores da tradição do agenda-setting, está em Austin. A tarefa empreendida por essa equipe internacional foi uma revisão da compreensão do modelo de pesquisa encontrado nas pesquisas sobre agenda-setting ao redor do mundo. Uma vez que esses estudos estão passando de centenas e uma vez que não há nenhuma base de amostragem existente listando todos esses estudos, a amostra de estudos examinadas pela nossa equipe é amplamente fundamentada no conhecimento de cada membro da equipe sobre suas partes do mundo e suas acumuladas trajetórias em pesquisas sobre agenda-setting. AGENDA-SETTING AO REDOR DO MUNDO Europa Ocidental O grande corpo das pesquisas europeias em agenda-setting grandemente favorece o modelo de perspectiva III com seu foco em assuntos únicos. Nos últimos anos, esse
  • 10. pode ser o resultado para assuntos continentais maiores – unificação europeia, o Euro, imigração, e desemprego persistente. Mas a tendência é mais de longa data, possivelmente a resposta dos estudiosos europeus para os muitos partidos políticos e os muitos assuntos em suas agendas. Contudo, há significante pesquisa de perspectiva I. Na Espanha, por exemplo, Lopez-Escobar, Llamas e McCombs (1998) verificaram um crescente consensosobre assuntos da agenda do público com o crescimento da leitura de jornais e visualizações de notícias na TV. Levando a pesquisa de agenda-setting na Espanha para o nível local, Canel, Llamas e Rey (1996) investigaram os principais problemas de na cidade de Pamplona. Entre os muitos estudos na perspectiva III, dois em particular introduzem nuances importantes na teoria do agenda-setting. Schönbach e Semetko (1992) perceberam que o interesse em notícias políticas na televisão foi positivamente associado com um crescimento da relevância dos problemas ambientais – um efeito tradicional do agenda-setting – enquanto que a exposição em um tabloide nacional foi negativamente associada com a relevância dos problemas em assimilar a formação do Leste Alemão – um efeito de esvaziamento da agenda. Focando na questão da integração europeia, Peter (2003) constatou que os efeitos do agenda-setting nas coberturas televisivas da União Europeia dependeram da natureza da opinião da elite. Quanto mais narrativas da União Europeia as pessoas assistiam nos países em que as elites políticas discordavam sobre a integração europeia, mais eles consideravam importante a integração europeia. Contudo, em países onde a opinião da elite sobre a integração europeia era consenso, esse modelo de efeitos do agenda-setting foi inexistente. Conflito político como uma condição suspensiva nos efeitos do agenda-setting nos assuntos públicos também foram encontrados por Auh (1977a, 1977b) na corrida ao Senado nos Estados Unidos. É importante distinguir essas descobertas sobre antagonismos como uma condição suspensiva dos efeitos do agenda-setting dos modelos bem conhecidos de Zaller (1992) sobre os fluxos de informações unilaterais e bilaterais em que a influência da mídia é maior quando as elites são unidas e o fluxo é grandemente unilateral. A diferença está na natureza da influência das notícias – seus impactos no direcionamento da opinião pública (Zaller) versus seus impactos na relevância dos assuntos entre os públicos (Auh e Peter). Para uma discussão mais aprofundada sobre essa diferença na pesquisa do agenda-setting, veja McCombs (2004, Capítulo 8).
  • 11. Os efeitos do agenda-setting têm sido extensivamente documentados através da Europa Ocidental e do Norte. Em anos recentes, pesquisas começaram a aparecer nos antigos países comunistas do Leste Europeu. Poucos estudos têm sido realizados no sul da Europa com exceção da Espanha. Eurasia e África Indo em direção ao leste, tanto os efeitos de primeiro quanto de segundo nível de agenda-setting têm sido investigados na Turquia com o modelo de perspectiva I. No segundo nível, Yuksel (2003) encontrou evidências de significativa influência dos jornais na imagem dos candidatos ao Parlamento para os eleitores turcos. E refletindo a expansão da pesquisa de agenda-setting em domínios além dos negócios públicos, Gorpe e Yuksel (2007) encontraram os efeitos do tradicional primeiro nível das coberturas de notícias nas reputações das principais corporações de negócios. Usando o modelo da perspectiva I no Egito, Mohamed (2006) encontrou um alto grau de correspondência entre a agenda da mídia agregada e a agenda de questões públicas. Outras comparações de um jornal nacional egípcio e um jornal de oposição com as agendas de suas audiências encontraram uma significante correlação entre a agenda do jornal de oposição e a dos seus leitores. Uma pequena correspondência foi verificada entre a agenda do jornal de governo e a de seus leitores. E Al-Haqeel e Melkote (1995) verificaram que a mídia da Arábia Saudita foi muito efetiva em sua influência na agenda pública sobre importantes questões internacionais. Esses resultados do Oriente Médio novamente refletem um sistema de mídia misto discutido anteriormente no que diz respeito às condições para o surgimento dos efeitos do agenda-setting. A situação egípcia é análoga àquela entre jornais e televisão em Taiwan. E, indiscutivelmente, a audiência na Arábia Saudita percebe que a agenda de notícias internacionais é aberta e a agenda de notícias doméstica é dominada pelo governo. Em Gana, usando a versão qualitativa do modelo de perspectiva III, Kwansah-Aidoo (2001) concluiu que a mídia influencia a agenda do ambiente do público desse país africano. Esse criativo nulti-método de aproximação qualitativa, que combina grupos
  • 12. focais, profundas entrevistas pessoais e análise de documentos, define um importante precedente para uma investigação mais ampla do processo de agenda-setting. Até mesmo os projetos mais quantitativos resumidos pela Tipologia de Acapulco invocam questões estratégicas abertas e finalistas, como a questão do “mais importante problema” (MIP), como base para a maior parte de seus dados. Estendendo a metodologia de pesquisa para outras áreas qualitativas é uma expansão lógica da tradicional pesquisa em toda parte do mundo. A tradição do agenda-setting é nova nesta parte do mundo e grandemente favorece as investigações de perspectiva I. Mais estudos da perspectiva III e IV são necessários para ampliar nosso conhecimento sobre como funciona o agenda-setting nessas sociedades. Austrália Aqui a maioria das pesquisas em comunicação segue os tradicionais estudos de mídia qualitativos britânicos e europeus. Consequentemente, tem havido menos interesse na teoria do agenda-setting e somente poucos estudos quantitativos de agenda-setting. Gadir (1982) apresenta evidências do modelo de perspectiva I para os efeitos do agenda-setting que resultam da ativação e desativação de temas na agenda de grandes temas. O ressurgimento súbito de um tema que estava dormente (ex. defesa) pode ser mais significativo do que aquele que “permanece” em alta relevância de outros temas (ex. inflação). Também usando o modelo de perspectiva I, Denemark (2002) examinou os efeitos do agenda-setting das notícias de televisão entre os eleitores australianos estratificados em diferentes níveis de interesses políticos e consciência. Eleitores com níveis moderados de interesse político foram o único grupo a demonstrar efeitos significantes do agenda-setting. Usando o modelo de perspectiva III, Brown e Deegan (1998) buscaram ideias no agenda-setting e nas teorias legitimadas para investigar o relacionamento entre a atenção da mídia impressa para a atuação ambiental de uma indústria e a subsequente divulgação ambiental nos relatórios anuais das companhias. Divulgação ambiental em relatórios anuais foi relatada em uma cobertura de jornal australiano na maioria das indústrias, evidenciando que a elite de negócios, não exatamente o público em geral,
  • 13. pode refletir a influência do agenda-setting nos jornais. O crescente interesse na teoria do agenda-setting ao redor do mundo nas investigações das reputações corporativas e outros aspectos de negócios e relações públicas é provável que estimule um grande volume dessas pesquisas no futuro. América do Sul Embora a tradição das pesquisas empíricas de agenda-setting na América do Sul em grande parte remonta à década de 1990, já existe uma acumulação rica de estudos sobre eleição remanescentes do trabalho inicial nos Estados Unidos. Rey Lennon (1998) e Casermeiro de Pereson (2003) utilizaram o modelo de perspectiva I para estudar os efeitos do agenda-setting das notícias em jornais e televisão durante as eleições para o legislativo na área metropolitana de Buenos Aires. Tanto nos jornais quanto na televisão há evidências que sugerem um considerável impacto da mídia nos temas da agenda pública nessas eleições. No Chile, um estudo nacional da eleição presidencial de 1999 baseado em uma análise de relacionamento (perspectiva I) entre três tipos de agenda – a agenda do público, a agenda da mídia (TV e jornais diários) e a agenda de propagandas políticas – encontrou forte correspondência entre a propaganda política e as agendas do público (Dussaillant, 2005). E em uma inovadora aplicação da teoria do agenda-setting usando o modelo de perspectiva I, Casermeiro de Pereson, De La Torre, e Téramo (2007) encontraram significante influência da mídia nas imagens do Papa João Paulo II e dos bispos argentinos, mas não na percepção geral do clero católico ou dos católicos. Esse é outro exemplo da tendência recente das pesquisas de agenda-setting no sentido de se expandir para domínios além dos assuntos públicos. Examinando a questão do desemprego em uma cidade argentina de porte médio, o estudo de perspectiva III de Monteiro (2006) encontrou significantes efeitos das notícias em horário nobre da TV local tanto no primeiro quanto no segundo nível de agenda-setting. Utilizando o modelo de perspectiva III com foco na análise de cada um dos cinco candidatos a presidente durante a eleição presidencial argentina de 2003, Yang (2006) relatou significante correlação entre a atenção da mídia e o nível de apoio popular para dois dos candidatos, incluindo o candidato que ganhou a eleição.
  • 14. A ausência de estudos de perspectiva IV, especialmente controlada em laboratórios experimentais, sem dúvida reflete a relativa novidade da pesquisa quantitativa entre um número significativo de estudiosos latino-americanos. As pesquisas em comunicação na América Latina estão essencialmente fundamentadas em abordagens qualitativas da Europa. Leste da Ásia Os estudiosos do leste da Ásia, especialmente no Japão, Coréia e Taiwan, são os maiores pensadores em pesquisas sobre o agenda-setting do “Invisible College”. Ao longo dos últimos 20 anos ou mais, eles têm produzido um grande volume de pesquisa. Em linha com as pesquisas iniciais de agenda-setting nos Estados Unidos, um número considerável desses estudos são sobre eleição baseados no modelo de perspectiva I. Em Taiwan, esse extensivo corpo de pesquisa cobriu tanto as eleições presidenciais (Han, 2000; Wang, 1999) quanto as eleições para prefeito de Taipei (Chen, 2001, 2004); King, 1997; Li & King, 1996). No Japão e na Coréia, os estudos sobre eleição na perspectiva I também examinaram tanto notícias quanto propagandas (Kawakami, 1999) bem como, mais recentemente, a Internet e fontes de notícias online (Ku, 2002; Lee, 2007). Também há um substancial corpo de pesquisas de perspectiva I sobre fracassos eleitorais observando a tradicional cobertura de notícias (Iwabuchi, 1986) e o jornalismo online (Joe & Kim, 2004) a reputações corporativas (Cha, 2004). Os estudos de perspectiva III incluem propagandas (Tokinoya, 1983) bem como estudos tradicionais da perspectiva III focados em temas específicos. Os temas investigados variaram amplamente daqueles assuntos que são frequentes nas agendas de temas ao redor do mundo, de economia (Lee, Shim & Park, 2007) a aspectos específicos de economia, a bolha nos valores imobiliários na Coreia (Choi & Ban, 2006) até AIDS (Hsu, 1999) e a relação entre Estados Unidos e Taiwan (Guo, 1980). Recentes estudos da perspectiva IV examinaram o meio ambiente (Lee, Yoo & McCombs, 2007) e a questão do lixo nuclear (Ban, Choi & Shin, 2004). Mais especificamente, experimentos de Ban, Choi & Shin (2004) documentaram a transferência bem-sucedida de características da agenda da mídia sobre o lixo nuclear
  • 15. para a agenda pública, sendo que essas características mantiveram suas dimensões cognitivas e afetivas. Do mesmo modo, o experimento de Lee, Yoo e McCombs (2007) envolvendo a questão do aquecimento global verificou que a mídia impulsiona mais a importância das características afetivas percebidas na audiência do que a importância das características substantivas. Essa rigorosa investigação experimental não somente documenta os efeitos de segundo nível do agenda-setting, como também expande e aumenta nosso conhecimento sobre os efeitos do agenda-setting encontrados nos estudos de perspectiva I e na perspectiva III. A esse respeito, esses estudos estabelecem um importante precedente para os estudos da perspectiva IV em outras partes do mundo e outras pesquisas comparativas similares (ou diferentes) sobre os efeitos do agenda-setting entre as culturas. Conclusão A existência dessas perspectivas variadas no fenômeno do agenda-setting, especialmente uma abundância de evidências baseadas nos modelos de perspectiva I e III, fortalece o grau de confiança que podemos ter em nosso conhecimento sobre esses efeitos da mídia. Além do fato dessas duas perspectivas dominarem as pesquisas em agenda-setting, há uma variação significativa de região geográfica. A Europa Ocidental, em particular, destaca-se por causa do grande número de estudos na perspectiva III realizados lá examinando a influência das notícias em determinados assuntos públicos. América do Sul e o Leste da Ásia grandemente espelham o modelo encontrado nos Estados Unidos, particularmente as primeiras ênfases do modelo de perspectiva I, usado pela primeira vez no estudo da eleição de Chapel Hill, mas cada vez mais complementado por uma riqueza de estudos de perspectiva III sobre temas únicos. Na Austrália, Turquia e no Oriente Médio, onde agenda-setting ainda é uma nova tradição de pesquisa, não é surpresa que a ênfase está no modelo de perspectiva I. Claro que essa ênfase geral tem sido ampliada em anos recentes pelo uso do modelo de perspectiva I para estudar as características do agenda-setting. O modelo de perspectiva I fornece descrições úteis e compreensíveis da rica, em constante mudança, mistura de conteúdo dos meios de comunicação de massa e da opinião pública em períodos específicos de tempo. Essa perspectiva empenha-se em
  • 16. descrever o mundo como ele é. O modelo de perspectiva III produz descrições úteis da história natural sobre um tema único, mas negligencia o contexto social em que este tema está inserido. Porém, o conhecimento sobre as dinâmicas em torno de um único assunto em um extenso período de tempo é amplamente útil para compreender como o processo de agenda-setting funciona. O modelo de perspectiva IV, que é o mais novo método no repertório metodológico de pesquisadores do agenda-setting, também faz contribuições valiosas para nosso entendimento da dinâmica do agenda-setting. Do ponto de vista teórico, nas evidências geradas pelos modelos de perspectiva III e IV é absolutamente necessária uma explicação detalhada da teoria do agenda-setting que vai esclarecer como e porque esse fenômeno ocorre. Mas o objetivo final da teoria do agenda-setting nos leva de volta aos estudos de perspectiva I, uma forma de compreender os meios de comunicação de massa e a opinião pública na existência de cada comunidade e nação. Além dos testes empíricos dos efeitos do agenda-setting, é significante que esses conceitos agenda-setting, agenda da mídia e agenda pública são agora frequentemente parte do discurso político e social mundial. Políticos, editores, jornalistas e, em alguns momentos, vários públicos usam esses conceitos como um meio para descrever e esclarecer processos políticos e sociais em seus próprios mundos.