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CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA
Defendemos a ideia de uma metodologia que se apoia na pedagogia libertária como paradigma de uma prática que
busque combater os mecanismos de poder, normalmente presentes nas relações do saber. Assim, para nós, as
reflexões libertárias presentes neste referencial de educação norteiam nosso trabalho.
Durante o ano de 2017, realizamos na cidade de Suzano SP o “CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA”. Ele
representou um encontro onde buscávamos a construção de novos espaços de debate de ideias e de experiências de
convivência. Reunindo pessoas com desejo de ampliar seus conhecimentos e suas ações, criamos coletivamente um
processo de aprendizado onde tentávamos fugir da mesmice da pedagogia tradicional autoritária.
Leia abaixo o texto do escritor Roberto Freire sobre Pedagogia Libertária.
Este material foi extraído de seu livro que leva o mesmo nome, e que baseia-se e retrata a experiência do curso que
redimensionou a prática do CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA .
Pedagogia Libertária
por Roberto Freire
Nas ditaduras, o poder é tomado pelas armas, pela fome e pela morte. O capitalismo se utiliza da democracia para
chegar ao poder pela compra dos votos e pela corrupção da justiça. De qualquer modo, sempre autoritarismo e violência
na gênese do poder.
Mas a manutenção do poder do Estado nas ditaduras ou nas democracias capitalistas é garantida não mais diretamente
pelas armas e pelo dinheiro. Vem sendo garantida pela família e pela escola, por meio da pedagogia autoritária, apoiada
e estimulada pelo Estado autoritário.
Wilhelm Reich dizia que “a familial burguesa capitalista espelha e reproduz o estado”. O mesmo se pode dizer das
escolas onde também se pratica a pedagogia autoritária. Educadas dessa maneira, as crianças e os jovens tornam-se
obedientes e submissos aos pais, aos professores e ao Estado.
Em verdade, tanto a pedagogia doméstica quanto a escolar, quando autoritárias, visam reprimir nas crianças e nos
jovens o sentimento e a necessidade da liberdade como condição fundamental da existência. Sem esse sentimento e
sem essa necessidade, desaparece nas pessoas o espírito crítico e o desejo de participação ativa na sociedade. São os
dependentes. Desgraçadamente, são a maioria.
Na vida familiar, três são as armas principais da pedagogia autoritária: primeiro, o pátrio poder (os filhos devem
obedecer aos pais, por lei, até a maioridade), o que é um abuso e uma violência tornados legais; segundo, o amor,
sentimento natural de beleza e gratidão que os pais transformam em instrumento de dominação e de posse sobre os
filhos, fazendo com que se submetam às suas vontades chantagísticas, usadas para não sentirem a dor do remorso e a
do abandono; terceiro, pela dependência dos filhos ao dinheiro dos pais e pela ameaça, também chantagística, de
afastá-los de casa sem nenhum recurso financeiro.
Crianças que foram educadas sob uma dessas três formas (ou sob todas) de autoritarismo entram na escola já
deformadas e facilmente projetam nos professores o poder dos pais sobre si. Não conseguem criticá-los e, se o fazem,
não transformam a crítica em ação, a não ser contra si mesmos, tornando-se indiferentes ao conhecimento e
apresentando baixo rendimento escolar.
Homens e mulheres criados no ambiente familiar e escolar autoritários são os que garantem a manutenção das
ditaduras e do capitalismo, bem como as falsas democracias. Eles “espelham e reproduzem o Estado” são pessoas
neuróticas, fracas, despreparadas, incompetentes e impotentes para a vida pessoal plena e social satisfatória. Servem
apenas para se submeter, obedecer, entrar em linha de montagem na produção, ser massificadas pela mídia e votar a
favor dos poderosos, mostrando–se indiferentes, se conseguem um trabalho que os sustente, à miséria da maioria.
Como conseguiu estudar ou trabalhar no sistema, pode suportar, indiferente, a convivência com os setenta milhões de
conterrâneos que vivem na mais completa miséria.
Diante de um quadro desses, torna-se necessário, absolutamente indispensável, refletir sobre a possibilidade de
interferência no sistema político burguês capitalista, especialmente sobre a sua pedagogia autoritária. É urgente
descobrir alguma forma de atuação libertária em todos os níveis, desde as creches, passando pelas escolas primárias e
secundárias, chegando, por fim, à universidade.
“A pedagogia pode ser entendida como um meio de aperfeiçoamento do comportamento humano, nos domínios físico e
cognitivo, de forma a potencializar a sua capacidade de assimilação do conhecimento. Como um modelo educac ional-
instrumental, a pedagogia serve fundamentalmente para melhorar os processos de aprendizagem cultural e socializar o
indivíduo e grupos que vivem nas instituições escolares.
Hoje, embora mantenha laços de indissolubilidade, com o ser humano e a sociedade, tende a funcionar como um mero
instrumento de adaptação racional dos seres humanos aos desígnios das instituições escolares, do Estado e do
mercado. Torna-se difícil circunscrever a função da pedagogia exclusivamente no indivíduo, prescindindo de relacioná-la
com todo envolvimento cultural, político, social e econômico.
Contemporaneamente, persiste uma grande dificuldade em descortinar o sentido e a lógica de uma pedagogia que se
ideologiza como espontânea, criativa e livre, quando na maioria dos casos ela não é mais do que um fenômeno de
castração do ser humano a serviço da racionalidade instrumental do mercado e do Estado.
Comparando com a pedagogia libertária, pode-se dizer que de um lado temos a individualidade, a liberdade e a
espontaneidade e a criatividade dos indivíduos e, do outro, a instrumentação e a racionalidade do mercado, do Estado,
do poder e da autoridade a agir e a intervir sobre o comportamento do indivíduo de forma tutelar e hierarquizada.
Iniciando sua análise histórica sobre a pedagogia na Europa no período da Reforma e do Renascimento, Ferreira mostra
o importante papel da Igreja Católica atuando de modo autoritário, no sentido em que a razão, a liberdade e a
espontaneidade criativa das crianças são impedidas desde a infância.
Quando em meados do século 18 irrompe o processo de industrialização e de urbanização das sociedades, a pedagogia
sofre grande transformação, passando a preparar os cidadãos para as novas funções e tarefas industriais, comerciais e
agrícolas, assim como os transportes e as comunicações, qualificando mãos-de-obra específicas. O mundo da
produção, consumo e distribuição de mercadorias exigia um tipo de conhecimento que não se adequava mais a um
saber contemplativo da ordem divina.
O Estado passou, assim, a se responsabilizar por uma educação científica e que atendesse a seus interesses do
mercado. E isso utilizando métodos e técnicas que potencializavam a percepção do conhecimento num sentido
competitivo e hierárquico. A posição do aluno passa para uma função de passividade e subalternidade criativa.
Essa pedagogia potencializava relações hierárquicas de dominação do professor sobre os alunos no processo de
aprendizagem de conhecimentos. Assim veio até hoje a pedagogia autoritária refletindo a organização e o
funcionamento dos Estados capitalistas e formando cidadãos a ela adequados.
Nesses períodos históricos sempre apareceram na Europa experiências educacionais e pedagógicas libertárias. Seus
valores principais são: solidariedade, liberdade, autogestão, espontaneidade e criatividade integrados num todo social
harmônico. Elas nunca separaram a educação e a pedagogia do todo social em que se integram. O objetivo dessas
teorias e experiências era a extinção das relações de dominação e de exploração que subsistem entre professores,
alunos e funcionários que trabalham e vivem nas instituições escolares, de forma a permitir que a espontaneidade, a
liberdade, a criatividade e a responsabilidade natural dos indivíduos pudessem emergir para configurações sociais
integradas num modelo autogestionário de características libertárias.
BASE HISTÓRICA
Na Europa Ocidental, as experiências históricas e as teorias emergiram desde o final do século 18 até os nossos dias de
pensadores anarquistas: William Godwin (1756-1836), Max Stirner (1800-1856), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865),
Mikhail Bakunin (1814-1876), Paul Robin (1837-1912), Pyotr Kropotkin (1842-1921), Sebastien Faure (1859-1909).
Para Godwin, nenhum Estado ou outro tipo de autoridade moral (professor, Deus etc.) poderia pedagogicamente
sobrepor-se aos desígnios soberanos do aluno como ser essencialmente livre e criador. Para conquistar essa liberdade
e felicidade criadoras ,é preciso que o ser humano, desde criança, ganhe o hábito e crie o método de aprender por s i
mesmo, sem depender de qualquer tutela moral, política ou religiosa. Godwin era as escolas do Estado, porque isso lhes
estimulava o poder sobre os alunos.
Para Stirner o que importava mais era a soberania absoluta do indivíduo em face de todos os poderes ou autoridades
exteriores a si mesmo. Só o ser humano, enquanto entidade ontológica única poderia evoluir para uma soberania de
indivíduos livres que constituiriam e desenvolveriam pedagogias e educações múltiplas, mas simultaneamente passíveis
de se integrar numa mesma síntese societária anarquista.
Proudhon foi um dos autores anarquistas que mais preocupação tiveram em relação à pedagogia libertária, na medida
em que considerava o trabalho como fonte criadora da ordem social econômica da sociedade futura. O seu projeto
educacional e pedagógico está muito ligado ao mundo da produção. Para libertar o trabalho pedagógico da opressão e
da exploração capitalista e estatal, numa sociedade libertária, a instrução e a educação dos trabalhadores assumiam
uma importância capital. Para ele haveria três modalidades para praticar a educação e o ensino: pelos pais nas famílias
e domicílios, pelas escolas privadas em obediências aos seus particularismos profissionais, ideológicos e geográficos e,
ainda, as escolas públicas com maior abrangência social, baseadas em pressupostos federalistas. As relações entre
professor e alunos inscreviam-se num quadro estrutural autogestionário, mutualista e federativo. Proudhon defendia a
“escola-oficina”, que permitia um aprendizado politécnico.
Bakunin inscrevia a educação e a pedagogia como partes integrantes da revolução social. Mais do que privilegiar as
relações entre professor-aluno havia que abolir o Estado e as relações capitalistas em níveis de toda sociedade e,
logicamente, o tipo de autoridade hierárquica de dominação que emerge da instituição escolar.
Para Kropotkin era importante formar jovens de forma a torna-los responsáveis e ativos enquanto agentes de
transformação radical da sociedade capitalista. A pedagogia e a educação libertárias deveriam desenvolver-se em
sintonia com a assimilação de um conhecimento compatível com as necessidades de produção, de distribuição e de
consumo de bens e serviços inerentes ao funcionamento de uma sociedade libertária.
No campo das experiências libertárias, a primeira foi realizada por Paul Robin no orfanato Cempuis, na França, entre
1880e 1894. Embora enquadrado institucionalmente no sistema público da França, fundamentou-se na revisão libertária
de Robin como professor. Todos os princípios libertários foram postos em ação, mas tal liberdade, tal criatividade e tal
autogestão incomodaram a Igreja e o Estado. E a escola do Cempuis foi fechada depois de ataques difamatórios.
Em 1904, Sebastien Faure criou uma escola denominada A Colméia. Militante anarquista radical, ele procurou dar à sua
escola um caráter nitidamente libertário, sobretudo na autogestão. Criou também a cooperativa A Colméia, por meio da
qual o ensino tratava das relações de produção, de consumo e de educação por mecanismos aut ogestionários e
libertários. A coeducação e a relação de liberdade e de igualdade entre rapazes e moças eram também estimuladas.
Financiada por Faure e pelo sindicalismo revolucionário francês, com o advento da Primeira Guerra Mundial A Colméia
teve que fechar as portas em princípio de 1917.
Francisco Ferrer foi sem dúvida a figura mais proeminente no campo da luta por uma educação e uma pedagogia
libertárias. Por sua perspectiva racionalista e laica, logo recebeu com a criação da sua Escola Moderna a oposição da
igreja. A escola começou a funcionar em 1904, em Barcelona, depois seu projeto pedagógico ganhou vários outros
pontos da Espanha, chegando até o Brasil. Numa sociedade como a da Espanha naquela época, modelada psicológica
e fisicamente pelo poder de espírito despótico do ensino clerical da Igreja Católica, criar e dinamizar um projeto
educacional e pedagógico libertário por todas as regiões da Espanha revelavam-se no mínimo um perigo e uma afronta
a todos os poderes instituídos: Estado, burguesia e Igreja. A escola era financiada pelos pais dos alunos e pelos alunos
adultos, dependendo da capacidade financeira de cada um.
Com o fuzilamento de Francisco Ferrer em 1909, em Barcelona, por ordem de Afonso XIII, a experiência libertária da
Escola Moderna sofreu um duro golpe. Mas isso não impediria que a sua força simbólica no campo das experiências
pedagógicas e educacionais libertárias deixasse saldos para sempre no imaginário coletivo anarquista, quer na
Espanha, quer no resto do mundo.
Alguns impulsos importantes para o desenvolvimento da pedagogia libertária ocorreram também durante a Revolução
Espanhola de 1936. Houve o projeto pedagógico apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT) no
Congresso de Saragoza, em maio de 1936.
Era o projeto da Escola Nova Unificada, que não conseguiu se realizar plenamente, embora na região da Catalunha,
onde a CNT exercia certa influência, tenha sido implantado. A experiência da Escola Nova Unificada se encerrou junto
com o epílogo da Revolução Espanhola em 1939.
De todas as escolas libertárias européias, vale a pena ainda citar a criada por Alexander Neil, iniciada em 1921,
Summerhill (Inglaterra) e as Comunidades Escolares de Hamburgo, iniciadas em 1919 na Alemanha e, finalmente, o
Coletivo Paidéia em Mérida (Espanha), mais recentemente”.

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  • 1. CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA Defendemos a ideia de uma metodologia que se apoia na pedagogia libertária como paradigma de uma prática que busque combater os mecanismos de poder, normalmente presentes nas relações do saber. Assim, para nós, as reflexões libertárias presentes neste referencial de educação norteiam nosso trabalho. Durante o ano de 2017, realizamos na cidade de Suzano SP o “CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA”. Ele representou um encontro onde buscávamos a construção de novos espaços de debate de ideias e de experiências de convivência. Reunindo pessoas com desejo de ampliar seus conhecimentos e suas ações, criamos coletivamente um processo de aprendizado onde tentávamos fugir da mesmice da pedagogia tradicional autoritária. Leia abaixo o texto do escritor Roberto Freire sobre Pedagogia Libertária. Este material foi extraído de seu livro que leva o mesmo nome, e que baseia-se e retrata a experiência do curso que redimensionou a prática do CURSINHO COMUNITÁRIO MIGUEL BADRA . Pedagogia Libertária por Roberto Freire Nas ditaduras, o poder é tomado pelas armas, pela fome e pela morte. O capitalismo se utiliza da democracia para chegar ao poder pela compra dos votos e pela corrupção da justiça. De qualquer modo, sempre autoritarismo e violência na gênese do poder. Mas a manutenção do poder do Estado nas ditaduras ou nas democracias capitalistas é garantida não mais diretamente pelas armas e pelo dinheiro. Vem sendo garantida pela família e pela escola, por meio da pedagogia autoritária, apoiada e estimulada pelo Estado autoritário. Wilhelm Reich dizia que “a familial burguesa capitalista espelha e reproduz o estado”. O mesmo se pode dizer das escolas onde também se pratica a pedagogia autoritária. Educadas dessa maneira, as crianças e os jovens tornam-se obedientes e submissos aos pais, aos professores e ao Estado. Em verdade, tanto a pedagogia doméstica quanto a escolar, quando autoritárias, visam reprimir nas crianças e nos jovens o sentimento e a necessidade da liberdade como condição fundamental da existência. Sem esse sentimento e sem essa necessidade, desaparece nas pessoas o espírito crítico e o desejo de participação ativa na sociedade. São os dependentes. Desgraçadamente, são a maioria. Na vida familiar, três são as armas principais da pedagogia autoritária: primeiro, o pátrio poder (os filhos devem obedecer aos pais, por lei, até a maioridade), o que é um abuso e uma violência tornados legais; segundo, o amor, sentimento natural de beleza e gratidão que os pais transformam em instrumento de dominação e de posse sobre os filhos, fazendo com que se submetam às suas vontades chantagísticas, usadas para não sentirem a dor do remorso e a do abandono; terceiro, pela dependência dos filhos ao dinheiro dos pais e pela ameaça, também chantagística, de afastá-los de casa sem nenhum recurso financeiro. Crianças que foram educadas sob uma dessas três formas (ou sob todas) de autoritarismo entram na escola já
  • 2. deformadas e facilmente projetam nos professores o poder dos pais sobre si. Não conseguem criticá-los e, se o fazem, não transformam a crítica em ação, a não ser contra si mesmos, tornando-se indiferentes ao conhecimento e apresentando baixo rendimento escolar. Homens e mulheres criados no ambiente familiar e escolar autoritários são os que garantem a manutenção das ditaduras e do capitalismo, bem como as falsas democracias. Eles “espelham e reproduzem o Estado” são pessoas neuróticas, fracas, despreparadas, incompetentes e impotentes para a vida pessoal plena e social satisfatória. Servem apenas para se submeter, obedecer, entrar em linha de montagem na produção, ser massificadas pela mídia e votar a favor dos poderosos, mostrando–se indiferentes, se conseguem um trabalho que os sustente, à miséria da maioria. Como conseguiu estudar ou trabalhar no sistema, pode suportar, indiferente, a convivência com os setenta milhões de conterrâneos que vivem na mais completa miséria. Diante de um quadro desses, torna-se necessário, absolutamente indispensável, refletir sobre a possibilidade de interferência no sistema político burguês capitalista, especialmente sobre a sua pedagogia autoritária. É urgente descobrir alguma forma de atuação libertária em todos os níveis, desde as creches, passando pelas escolas primárias e secundárias, chegando, por fim, à universidade. “A pedagogia pode ser entendida como um meio de aperfeiçoamento do comportamento humano, nos domínios físico e cognitivo, de forma a potencializar a sua capacidade de assimilação do conhecimento. Como um modelo educac ional- instrumental, a pedagogia serve fundamentalmente para melhorar os processos de aprendizagem cultural e socializar o indivíduo e grupos que vivem nas instituições escolares. Hoje, embora mantenha laços de indissolubilidade, com o ser humano e a sociedade, tende a funcionar como um mero instrumento de adaptação racional dos seres humanos aos desígnios das instituições escolares, do Estado e do mercado. Torna-se difícil circunscrever a função da pedagogia exclusivamente no indivíduo, prescindindo de relacioná-la com todo envolvimento cultural, político, social e econômico. Contemporaneamente, persiste uma grande dificuldade em descortinar o sentido e a lógica de uma pedagogia que se ideologiza como espontânea, criativa e livre, quando na maioria dos casos ela não é mais do que um fenômeno de castração do ser humano a serviço da racionalidade instrumental do mercado e do Estado. Comparando com a pedagogia libertária, pode-se dizer que de um lado temos a individualidade, a liberdade e a espontaneidade e a criatividade dos indivíduos e, do outro, a instrumentação e a racionalidade do mercado, do Estado, do poder e da autoridade a agir e a intervir sobre o comportamento do indivíduo de forma tutelar e hierarquizada. Iniciando sua análise histórica sobre a pedagogia na Europa no período da Reforma e do Renascimento, Ferreira mostra o importante papel da Igreja Católica atuando de modo autoritário, no sentido em que a razão, a liberdade e a espontaneidade criativa das crianças são impedidas desde a infância. Quando em meados do século 18 irrompe o processo de industrialização e de urbanização das sociedades, a pedagogia sofre grande transformação, passando a preparar os cidadãos para as novas funções e tarefas industriais, comerciais e agrícolas, assim como os transportes e as comunicações, qualificando mãos-de-obra específicas. O mundo da
  • 3. produção, consumo e distribuição de mercadorias exigia um tipo de conhecimento que não se adequava mais a um saber contemplativo da ordem divina. O Estado passou, assim, a se responsabilizar por uma educação científica e que atendesse a seus interesses do mercado. E isso utilizando métodos e técnicas que potencializavam a percepção do conhecimento num sentido competitivo e hierárquico. A posição do aluno passa para uma função de passividade e subalternidade criativa. Essa pedagogia potencializava relações hierárquicas de dominação do professor sobre os alunos no processo de aprendizagem de conhecimentos. Assim veio até hoje a pedagogia autoritária refletindo a organização e o funcionamento dos Estados capitalistas e formando cidadãos a ela adequados. Nesses períodos históricos sempre apareceram na Europa experiências educacionais e pedagógicas libertárias. Seus valores principais são: solidariedade, liberdade, autogestão, espontaneidade e criatividade integrados num todo social harmônico. Elas nunca separaram a educação e a pedagogia do todo social em que se integram. O objetivo dessas teorias e experiências era a extinção das relações de dominação e de exploração que subsistem entre professores, alunos e funcionários que trabalham e vivem nas instituições escolares, de forma a permitir que a espontaneidade, a liberdade, a criatividade e a responsabilidade natural dos indivíduos pudessem emergir para configurações sociais integradas num modelo autogestionário de características libertárias. BASE HISTÓRICA Na Europa Ocidental, as experiências históricas e as teorias emergiram desde o final do século 18 até os nossos dias de pensadores anarquistas: William Godwin (1756-1836), Max Stirner (1800-1856), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Mikhail Bakunin (1814-1876), Paul Robin (1837-1912), Pyotr Kropotkin (1842-1921), Sebastien Faure (1859-1909). Para Godwin, nenhum Estado ou outro tipo de autoridade moral (professor, Deus etc.) poderia pedagogicamente sobrepor-se aos desígnios soberanos do aluno como ser essencialmente livre e criador. Para conquistar essa liberdade e felicidade criadoras ,é preciso que o ser humano, desde criança, ganhe o hábito e crie o método de aprender por s i mesmo, sem depender de qualquer tutela moral, política ou religiosa. Godwin era as escolas do Estado, porque isso lhes estimulava o poder sobre os alunos. Para Stirner o que importava mais era a soberania absoluta do indivíduo em face de todos os poderes ou autoridades exteriores a si mesmo. Só o ser humano, enquanto entidade ontológica única poderia evoluir para uma soberania de indivíduos livres que constituiriam e desenvolveriam pedagogias e educações múltiplas, mas simultaneamente passíveis de se integrar numa mesma síntese societária anarquista. Proudhon foi um dos autores anarquistas que mais preocupação tiveram em relação à pedagogia libertária, na medida em que considerava o trabalho como fonte criadora da ordem social econômica da sociedade futura. O seu projeto educacional e pedagógico está muito ligado ao mundo da produção. Para libertar o trabalho pedagógico da opressão e da exploração capitalista e estatal, numa sociedade libertária, a instrução e a educação dos trabalhadores assumiam uma importância capital. Para ele haveria três modalidades para praticar a educação e o ensino: pelos pais nas famílias
  • 4. e domicílios, pelas escolas privadas em obediências aos seus particularismos profissionais, ideológicos e geográficos e, ainda, as escolas públicas com maior abrangência social, baseadas em pressupostos federalistas. As relações entre professor e alunos inscreviam-se num quadro estrutural autogestionário, mutualista e federativo. Proudhon defendia a “escola-oficina”, que permitia um aprendizado politécnico. Bakunin inscrevia a educação e a pedagogia como partes integrantes da revolução social. Mais do que privilegiar as relações entre professor-aluno havia que abolir o Estado e as relações capitalistas em níveis de toda sociedade e, logicamente, o tipo de autoridade hierárquica de dominação que emerge da instituição escolar. Para Kropotkin era importante formar jovens de forma a torna-los responsáveis e ativos enquanto agentes de transformação radical da sociedade capitalista. A pedagogia e a educação libertárias deveriam desenvolver-se em sintonia com a assimilação de um conhecimento compatível com as necessidades de produção, de distribuição e de consumo de bens e serviços inerentes ao funcionamento de uma sociedade libertária. No campo das experiências libertárias, a primeira foi realizada por Paul Robin no orfanato Cempuis, na França, entre 1880e 1894. Embora enquadrado institucionalmente no sistema público da França, fundamentou-se na revisão libertária de Robin como professor. Todos os princípios libertários foram postos em ação, mas tal liberdade, tal criatividade e tal autogestão incomodaram a Igreja e o Estado. E a escola do Cempuis foi fechada depois de ataques difamatórios. Em 1904, Sebastien Faure criou uma escola denominada A Colméia. Militante anarquista radical, ele procurou dar à sua escola um caráter nitidamente libertário, sobretudo na autogestão. Criou também a cooperativa A Colméia, por meio da qual o ensino tratava das relações de produção, de consumo e de educação por mecanismos aut ogestionários e libertários. A coeducação e a relação de liberdade e de igualdade entre rapazes e moças eram também estimuladas. Financiada por Faure e pelo sindicalismo revolucionário francês, com o advento da Primeira Guerra Mundial A Colméia teve que fechar as portas em princípio de 1917. Francisco Ferrer foi sem dúvida a figura mais proeminente no campo da luta por uma educação e uma pedagogia libertárias. Por sua perspectiva racionalista e laica, logo recebeu com a criação da sua Escola Moderna a oposição da igreja. A escola começou a funcionar em 1904, em Barcelona, depois seu projeto pedagógico ganhou vários outros pontos da Espanha, chegando até o Brasil. Numa sociedade como a da Espanha naquela época, modelada psicológica e fisicamente pelo poder de espírito despótico do ensino clerical da Igreja Católica, criar e dinamizar um projeto educacional e pedagógico libertário por todas as regiões da Espanha revelavam-se no mínimo um perigo e uma afronta a todos os poderes instituídos: Estado, burguesia e Igreja. A escola era financiada pelos pais dos alunos e pelos alunos adultos, dependendo da capacidade financeira de cada um. Com o fuzilamento de Francisco Ferrer em 1909, em Barcelona, por ordem de Afonso XIII, a experiência libertária da Escola Moderna sofreu um duro golpe. Mas isso não impediria que a sua força simbólica no campo das experiências pedagógicas e educacionais libertárias deixasse saldos para sempre no imaginário coletivo anarquista, quer na Espanha, quer no resto do mundo. Alguns impulsos importantes para o desenvolvimento da pedagogia libertária ocorreram também durante a Revolução Espanhola de 1936. Houve o projeto pedagógico apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT) no Congresso de Saragoza, em maio de 1936.
  • 5. Era o projeto da Escola Nova Unificada, que não conseguiu se realizar plenamente, embora na região da Catalunha, onde a CNT exercia certa influência, tenha sido implantado. A experiência da Escola Nova Unificada se encerrou junto com o epílogo da Revolução Espanhola em 1939. De todas as escolas libertárias européias, vale a pena ainda citar a criada por Alexander Neil, iniciada em 1921, Summerhill (Inglaterra) e as Comunidades Escolares de Hamburgo, iniciadas em 1919 na Alemanha e, finalmente, o Coletivo Paidéia em Mérida (Espanha), mais recentemente”.