2. TEORIAS DA EDUCAÇÃO
Respondem a questionamentos, como:
Qual a finalidade da educação?
Que tipo de indivíduos queremos formar?
O que pretende a sociedade?
Que papéis devem assumir os educadores e os
educandos?
Todos os questionamentos requerem uma reflexão
filosófica e buscam pelos pressupostos subjacentes à
prática.
4. Teorias da Educação
Não-críticas
(redentora)
Críticas
(REPRODUTIVISTA E TRASNFORMADORA)
Tendências pedagógicas
Liberais:
Tradicional,
Renovada e Tecnicista
Progressistas:
Libertadora, Libertária
Crítico-Social dos Conteúdos
Pressupostos filosóficos da Educação
Antropológicos - Epistemológicos- Axiológicos- Políticos
5. • LIBERAL
• SOCIALISTA
• ÉTICOS
• ESTÉTICOS
• ECONÔMICOS
• RELIGIOSOS
• INATISTA
(RACIONALISTA)
• EMPIRISTA
• CONSTRUTIVIDSTA,
INTERACIONISTA
• ESSENCIALISTA
(METAFÍSICO)
• NATURALISTA
• SÓCIO-HISTÓRICO
ANTROPOLÓGICOS
O QUE É O SER
HUMANO?
EPISTEMOLÓGICOS
COMO OBTEMOS
CONHECIMENTO?
POLÍTICOS
COMO SE DÁ A
RELAÇÃO ENTRE
EDUCAÇÃO E
POLÍTICA?
AXIOLÓGICOS
O QUE
CONSIDERAMOS
IMPORTANTE?
6. Teorias não-críticas Teorias Críticas
Entende que a educação ou
escolarização é um
instrumento de equalização
social, portanto, de superação
da marginalidade.
Entende a educação ou
escolarização como um
instrumento de discriminação
social.
A educação reproduz a
sociedade e as ideologias
vigentes. A escola é
considerada como um
ambiente discriminatório, ela
imprime ideologias das classes
dominantes e, em vez de
democratizar, ela reproduz as
diferenças sociais e perpetua
o status quo.
A educação tem uma função
redentora na sociedade.
A educação é um fator de
marginalização social.
7. Teorias não-críticas ou Redentoras
• Fundamentadas no Essencialismo, no
Liberalismo, Positivismo
Produzem as seguintes tendências pedagógicas
LIBERAIS:
a Tendência Pedagógica Tradicional,
a Tendência Pedagógica Renovada Progressivista (Escola
Nova),
a Tendência Pedagógica Renovada Não-Diretiva,
a Tendência Pedagógica Tecnicista.
8. TENDÊNCIA REDENTORA
• Concebe a sociedade como um conjunto de
seres humanos que vivem e sobrevivem em
um todo orgânico e harmonioso, com
desvios de grupos e indivíduos que ficam à
margem desse todo.
• FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO
Se estabelecer como redentora da
sociedade, integrando harmoniosamente os
indivíduos no todo social já existente.
Adaptação do indivíduo à sociedade.
Em vez de receber as interferências da
sociedade, é ela que interfere, quase que de
forma absoluta, nos destinos do todo social,
curando-o de suas mazelas.
SOCIEDADE
ESCOLA
9. Teorias que trazem a herança da educação jesuítica (Idade
Média) e incorporam (meados do século XIX – constituição dos
“sistemas nacionais de ensino”) a tarefa de superação da
ignorância, da miséria moral, opressão e miséria política.
Inspiradas no modelo das organizações militares e fabris
(industrialização).
Concebem a educação como um meio de manter a organização
social e resgatá-lo quando for necessário.
Um dos representantes dessa tendência é Comenius. Para ele,
assim como para outros pensadores, a educação tem um
caráter salvacionista, é através dela que podemos proteger a
humanidade dos possíveis desvios da sua essência.
CARACTERÍSTICAS:
10. TEORIAS CRÍTICAS
• As teorias críticas iniciam um questionamento sobre as
desigualdades e injustiças provocadas pela presença das
teorias tradicionais no sistema de ensino, já que estas não
questionam o conhecimento em si, apenas valorizam o
mecanismo de eficácia da reprodução desse conhecimento.
• Iniciam-se discussões sobre a relação entre a escola e a
economia, permitindo uma reflexão em questões como "por
que ensinar?", ou "ensinar para quê?“
• Fundamentadas no existencialismo, nas teorias histórico-
sociais e no Socialismo.
11. TENDÊNCIA REPRODUTIVISTA
• A educação faz, integralmente, parte da
sociedade e a reproduz.
• Esta tendência é crítica e não se traduz
em uma pedagogia, não estabelecendo
um modo de agir para a educação, apenas
demonstra como atua a educação dentro
da sociedade e não como ela deve atuar.
• FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO
• Instância reprodutora dos seus desvios.
• É um elemento da própria sociedade,
determinada por seus condicionantes
econômicos, sociais e políticos. o poder
dominante é tão forte na sociedade, que
não há possibilidade nenhuma para a
escola de trabalhar pela sua
transformação.
SOCIEDADE
ESCOLA
12. AS TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS
A educação reproduz a sociedade e as
ideologias vigentes.
A escola é considerada como um ambiente
discriminatório, ela imprime ideologias das
classes dominantes e, em vez de
democratizar, ela reproduz as diferenças
sociais e perpetua o status quo.
13. TENDÊNCIA TRANSFORMADORA DA
SOCIEDADE
• Educação como mediação de um projeto
social, servindo de meio para realizar um
projeto de sociedade; projeto que pode ser
conservador ou transformador.
• Compreende-se a educação dentro da
sociedade, com seus condicionantes e
determinantes, mas com a possibilidade de
trabalhar pela sua democratização.
14. Adeptos dessa tendência:
- Louis Althusser, que classifica a escola como um
aparelho ideológico de estado (AIE);
- Pierre Bourdieu, que afirma que no processo de
reprodução, a escola atua com a violência simbólica,
ou seja, um tipo de agressão que não ocorre
concretamente, com a utilização da força física, mas
no campo dos discursos, das ideias, de maneira sutil.
15. Quais são os interesses subjacentes ao
conhecimento selecionado para constituir os
programas de ensino?
Como os currículos poderão ser construídos de
forma a possibilitar a formação de sujeitos
emancipados?
As teorias críticas deslocam a ênfase dos conceitos
pedagógicos do processo ensino-aprendizagem
para conceitos mais ideológicos, possibilitando ver
a educação sob uma nova perspectiva.
REVELAM-SE QUESTÕES COMO:
16. TENDÊNCIAS FILOSÓFICO-POLÍTICAS PARA COMPREENDER A
EDUCAÇÃO, QUE SE CONSTITUÍRAM AO LONGO DA PRÁTICA
EDUCACIONAL
• Educação como redenção;
• Educação como reprodução;
• Educação como um meio de transformação.
20. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
⇨Liberalismo: é a teoria política e econômica
que surge com o capitalismo burguês.
⇨ John Locke (1632-1704) desenvolveu a teoria
contratualista, para explicar a origem do poder
de maneira racional e laica (não religiosa).
O Estado tem origem no contrato social – um
pacto entre os indivíduos, pelo qual o poder é
legitimado.
21. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
• A concepção de mundo subjacente à teoria
liberal valoriza:
- o individualismo,
- a liberdade,
- a propriedade,
- a igualdade e
- a segurança.
22. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
A educação
liberal:
Uma escola que reflete os
ideais da burguesia e
enfatiza o individualismo e
o espírito de liberdade.
Reservada à elite na
medida em que ela não
representa a equalização
de oportunidades (divisão
social do saber).
23. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
Fundamenta a teoria educacional tradicional ou
Escola Tradicional e a Escola Nova.
Embora a teoria de Dewey tenha tido a preocupação
com a questão da reconstrução social, com fins
sociais da educação e a tentativa de superar a
tendência individualista da educação burguesa,
procurando se orientar numa linha de maior
democratização.
24. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
• Socialismo: Karl Marx (1818-1883) e Friederic Engels
(1820-1895) criticam as teses liberais do contrato
social, criticam a teoria do indivíduo, opondo-lhe a
visão do ser humano como um ser social, que se
constrói nas relações de trabalho.
25. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
• A crítica ao idealismo burguês compreende
que “não são as ideias que movem o mundo,
mas são as condições materiais da existência
humana que determinam as ideias (formas de
pensamentos, valores).” (ARANHA, 2006, 195).
26. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
• Dessa crítica surge o materialismo marxista:
as relações humanas com a natureza no
esforço de produzir a existência e as relações
entre proprietários e não proprietários é que
configuram as formas de pensar, como a
moral, o direito, a filosofia, a ciência, a
educação e outras.
27. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
A educação
socialista:
É uma crítica à sociedade dividida
em classes. Contrapõe à escola
dualista (divisão social do saber) a
escola unitária, que oferece o
mesmo tipo de escolarização a
todos e que não separa trabalho
intelectual e trabalho manual.
28. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
A educação socialista:
→ Fundamenta as tendências educacionais críticas ou
progressistas
• Marx: Crítica da educação burguesa
• Lênin: a defesa de uma nova escola pública
• Makarenko: a pedagogia da vida do trabalho
• Gramsci: a organização da escola e da cultura
29. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS DA PRÁXIS
EDUCATIVA
A educação socialista:
→ Fundamenta o pensamento pedagógico crítico, com
várias releituras:
• Bourdieu-Passeron: A escola e a reprodução social
• Baudelot-Establet: A escola dividida
• Giroux: a teoria da resistência e da pedagogia radical
30. ABORDAGEM DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Utilizamos como critério a posição que cada tendência adota em
relação às finalidades sociais da escola
l.
PEDAGOGIA LIBERAL
TRADICIONAL
RENOVADA
PROGRESSIVISTA
RENOVADA NÃO-
DIRETIVA
TECNICISTA
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
LIBERTADORA
LIBERTÁRIA
CRÍTICO-SOCIAL DOS
CONTEÚDOS
31. Justificação do sistema capitalista:
liberdade e interesses individuais na
sociedade, organização baseada na
propriedade privada dos meios de
produção.
PEDAGOGIA LIBERAL
SOCIEDADE DE CLASSES
33. TENDÊNCIA TRADICIONAL
• ENSINO HUMANÍSTICO DE CULTURA GERAL
• FOCO NO PROFESSOR
• OS CONTEÚDOS, OS PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS, A RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO NÃO
LEVAM EM CONTA A REALIDADE SOCIAL E O
COTIDIANO DO ALUNO
• PREDOMINÂNCIA DA PALAVRA DO PROFESSOR,
DAS REGRAS IMPOSTAS, DO CULTIVO
EXCLUSIVAMENTE INTELECTUAL
• “PREPARAR O ALUNO PARA A VIDA”
34. TEORIA TRADICIONAL
• Pressupõe a adaptação dos
indivíduos aos valores e às
normas vigentes na sociedade,
através do desenvolvimento da
cultura individual (indivíduo
não é tomado como classe
social).
35. PAPEL DA ESCOLA
• OS INDIVÍDUOS PRECISAM
ADAPTAR-SE AOS VALORES E
NORMAS VIGENTES,
RECONHECENDO E ADAPTANDO-SE
AOS PAPÉIS PRÉ- DETERMINADOS DE
ACORDO COM SUAS CAPACIDADES.
• PREPARAR OS INDIVÍDUOS PARA
O DESEMPENHO DE PAPÉIS
SOCIAIS, DE ACORDO COM
APTIDÕES INDIVIDUAIS.
36. A ÊNFASE NO ASPECTO CULTURAL ESCONDE A REALIDADE
DAS DIFERENÇAS DE CLASSES. EMBORA DIFUNDA A IDEIA
DE IGUALDADE DE OPORTUNIDADES, NÃO LEVA EM
CONTA A DESIGUALDADE DE CONDIÇÕES.
37. O professor é o centro
do processo pedagógico.
• As iniciativas de organizar o
conhecimento escolar e
todas as atividades de
ensino cabem ao professor,
que é o centro da
escolarização. O aluno é
passivo nesse processo.
39. LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA
• ADEQUAR AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS AO MEIO
• VÊ A EDUCAÇÃO COMO UM PROCESSO INTERNO QUE PARTE
DAS NECESSIDADES E INTERESSES INDIVIDUAIS
• EDUCAÇÃO COMO PROCESSO ATIVO DE CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
• A EDUCAÇÃO COMO PARTE DA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA
HUMANA
• O ALUNO COMO SUJEITO DO CONHECIMENTO
• ENSINO CENTRADO NO ALUNO E NO GRUPO
• CONTEÚDOS ESTABELECIDOS A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS
DOS ALUNOS
40. • APRENDER FAZENDO, EXPERIMENTAÇÃO, PESQUISA
• O PAPEL DO PROFESSOR É AUXILIAR O DESENVOLVIMENTO
LIVRE DA CRIANÇA
• A DESCOBERTA E A PROBLEMATIZAÇÃO COMO PRESSUPOSTO
DE APRENDIZAGEM
INOVAÇÕES:
41. Pedagogia Nova (Escola Nova)
Surge a partir das críticas formuladas à Pedagogia
Tradicional, a partir do final do século XIX.
Esta teoria mantém a crença no poder da escola e em sua
função de equalização social e acredita que a Pedagogia
Tradicional não é eficiente para tal.
A escola deveria ser reformada e isto começaria em
experiências restritas, em caráter experimental, para depois
serem generalizadas nos sistemas escolares em geral.
A marginalidade (exclusão social) deixa de ser vista pelo
ângulo da ignorância (o não domínio de conhecimentos). O
marginalizado agora é o rejeitado pela sociedade em seu
conjunto.
42. movimento reformista e antiautoritário
o aluno no centro
do processo
pedagógico.
O indivíduo se estrutura a partir
de sua ação sobre o meio e da
influência que o meio exerce
sobre ele.
43. Trata-se de uma teoria pedagógica que considera que o
importante não é aprender, mas aprender a aprender.
A escola deveria ser reformada e isto começaria em experiências
restritas, em caráter experimental, para depois serem
generalizadas nos sistemas escolares em geral.
A marginalidade (exclusão social) deixa de ser vista pelo ângulo da
ignorância (o não domínio de conhecimentos). O marginalizado
agora é o rejeitado pela sociedade em seu conjunto.
Daí surge uma espécie de biopsicologização da sociedade, da
educação e da escola: anormalidade biológica e anormalidade
psíquica detectada por testes de inteligência, de personalidade,
etc.
Surge uma Pedagogia que advoga um tratamento diferencial a
partir da “descoberta” das diferenças individuais.
44. Pedagogia Nova (Escola Nova)
• Exigia uma reformulação ampla da organização
escolar: os alunos eram agrupados segundo áreas
de interesse decorrentes de sua atividade livre.
• O professor agiria como um estimulador e
orientador da aprendizagem cuja iniciativa principal
caberia aos próprios alunos (aprendizagem
espontânea).
• As relações interpessoais eram a essência da
atividade educativa e por isto cada professor
trabalhava com pequenos grupos.
45. A escola nova desloca o eixo da questão
pedagógica
Do intelecto Para o sentimento
do aspecto lógico Para o psicológico
Do professor Para o aluno
Do esforço Para o interesse
Da disciplina Para a espontaneidade
Do diretivismo Para o não-diretivsmo
Da quantidade Para a qualidade
De uma pedagogia de inspiração filosófica
centrada na ciência da lógica
Para uma pedagogia de inspiração
experimental baseada principalmente nas
contribuições da biologia e da psicologia
46. Pedagogia Nova (Escola Nova)
• Ambiente escolar alegre, movimentado,
multicolorido, materiais didáticos ricos, biblioteca,
et.
• Este modelo de escola implicava custos elevados,
muito maiores que a Escola Tradicional. Por isto
mesmo o ideário escolanovista ficou reduzido a
escolas experimentais ou núcleos raros, muito bem
equipados e circunscritos a pequenos grupos de
elite.
47. Pedagogia Nova (Escola Nova)
• Tendo sido amplamente difundido, o ideário escolanovista
influenciou os educadores das redes de ensino organizadas
na forma tradicional. Mas, segundo Saviani (1985), as
consequências foram mais negativas que positivas, como o
afrouxamento da disciplina, por exemplo, e a
despreocupação com a transmissão de conhecimentos.
• Como consequência negativa para as camadas populares
podemos citar o rebaixamento do nível de ensino para esta
parcela da população.
• Em contrapartida, a Escola Nova aprimorou a qualidade do
ensino destinado às elites, agravando, assim, o problema da
marginalidade.
48. LIBERAL RENOVADA NÃO DIRETIVA
• O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE ATITUDES.
• DEVE PRECOCUPAR-SE COM OS PROBLEMAS PSICOLÓGICOS
MAIS QUE COM OS PEDAGÓGICOS OU SOCIAIS.
• CRENÇA EM UMA MUDANÇA “INTERNA’ DO INDIVÍDUO
(ADEQUAÇÃO PESSOAL ÀS SOLICITAÇÃO DO AMBIENTE)
• CLIMA DE AUTODESENVOLVIMENTO E REALIZAÇÃO PESSOAL.
• BOA EDUCAÇÃO/ BOA TERAPIA
• DESVALORIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
• PROFESSOR COMO FACILITADOR
50. • “A educação será um instrumento de correção da
marginalidade na medida em que contribuir para a
constituição de uma sociedade cujos membros, não
importam as diferenças de quaisquer tipos, aceitem-se
mutuamente e respeitem-se na sua individualidade
específica.”
51. LIBERAL TECNICISTA
• A ESCOLA FUNCIONA COMO MODELADORA DO
COMPORTAMENTO HUMANO ATRAVÉS DE TÉCNICAS
ESPECÍFICAS
• ORGANIZAR O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE HABILIDADES,
ATITUDES E CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS, ÚTEIS E
NECESSÁRIOS PARA A INTEGRAÇÃO NA MÁQUINA DO
SISTEMA SOCIAL REGIDO POR LEIS NATURAIS
• O PROCESSO EDUCACIONAL “APLICA” O QUE OS
ESPECIALISTAS “DESCOBREM”
• A ESCOLA DEVE CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO
DA ORDEM SOCIAL VIGENTE
52. O centro do processo
pedagógico desloca-se para os
meios ou recursos de ensino.
Planejamento da educação
como uma organização
racional capaz de minimizar
as interferências subjetivas
que podem por em risco sua
eficiência.
Influência do positivismo = exaltação do valor da
ciência
53. • Surge no final da primeira metade do século XX, quando o
escolanovismo apresenta sinais visíveis de exaustão.
• Apesar de ser dominante enquanto concepção teórica se
revelou, na prática, ineficaz em relação a marginalidade.
• A pedagogia tecnicista pressupõe a neutralidade científica e
está inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e
produtividade. Advoga a reordenação do processo educativo
de maneira a torná-lo objetivo e operacional, tal como
ocorria na fábrica. “O produto é, pois, uma decorrência da
forma como é organizado o processo.”
54. • O PROFESSOR É UM ELO DE LIGAÇÃO ENTRE AS VERDADES
CIENTÍFICAS E O ALUNO.
• RELAÇÃO PROGRAMADA E ESTRUTURADA.
• AS RELAÇÕES PESSOAIS, AFETIVAS E O POSICIONAMENTO
CRÍTICO E REFLEXIVO SÃO DISPENSÁVEIS.
• A APRENDIZAGEM É VISTA COMO MODIFICAÇÃO DE
DESEMPENHO
• ENSINO COMO FORMA DE CONDICIONAMENTO
• MARCOS DE IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO: LEIS 5.540/68
E 5.692/71, QUE REORGANIZAM O ENSINO SUPEIOR E O
ENSINO DE 1º E 2º GRAUS
55. Consequências para a educação:
• organização escolar racional, enfoque sistêmico,
microensino, telensino, instrução programada,
máquinas de ensinar.
• Especialização de funções com o surgimento de
técnicos dos mais diferentes matizes, padronização
do sistema de ensino a partir de esquemas de
planejamento previamente formulados aos quais
devem se ajustar as diferentes modalidades de
disciplinas e práticas pedagógicas.
56. DE QUEM É A RESPONSABILDADE PELO
APRENDIZADO?
• Na Pedagogia Tradicional: o professor é o sujeito do processo,
o elemento decisivo e decisório.
• Na Pedagogia Nova a iniciativa se desloca para o aluno: é o
nervo da ação educativa na relação professor-aluno, relação
interpessoal, intersubjetiva.
• Na Pedagogia Tecnicista: o elemento principal passa a ser a
organização racional dos meios. O professor e o aluno ocupam
posição secundária, relegados a executores de um processo
cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a
cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros,
objetivos e imparciais.
– Marginalizado será o incompetente (no sentido técnico da palavra),
isto é, o ineficiente e improdutivo.
57.
58. DE QUEM É A RESPONSABILDADE PELO
APRENDIZADO?
Pedagogia Tradicional O professor é o sujeito do processo, o elemento
decisivo e decisório.
Na Pedagogia Nova A iniciativa se desloca para o aluno: é o nervo da
ação educativa na relação professor-aluno,
relação interpessoal, intersubjetiva.
Pedagogia Tecnicista: O elemento principal passa a ser a organização
racional dos meios. O professor e o aluno
ocupam posição secundária, relegados a
executores de um processo cuja concepção,
planejamento, coordenação e controle ficam a
cargo de especialistas supostamente habilitados,
neutros, objetivos e imparciais.
59. Concepção
antropológica
(O que é o ser
humano?)
Concepção
epistemológica
(O que é o conhecimento?
Como o ser humano
aprende?)
Concepção política
(relação entre política e
educação)
Alguns
representantes /
estudiosos das
tendências:
Pedagogia
liberal
Pedagogia
Tradicional
Essencialista ou
Metafísica ou
Interacionista
Somente Empirismo
SO (pg.224 da Aranha)
Liberalismo Comênio/Herbart
Renovada
Progressivista ou
pragmatista ou
Escola Nova
Existencialista /
Histórico-social
Empirismo num primeiro
momento, mas depois é
construtitivista (pg. 227
da Aranha)
Liberalismo Anísio Teixeira,
Montessori, Decroly,
Dewey e, de certa
forma, Piaget.
Renovada não
diretiva ou
Escola Nova
Existencialista /
Histórico-social
Empirismo num primeiro
momento, mas depois é
construtitivista (pg. 227
da Aranha)
Liberalismo Carl Rogers / Neil
Pedagogia
Tecnicista
Naturalista ou
Científica
Condicionamento Liberalismo Skinner/Gagné/Pavlov
Bloom e Mager
60. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
• Se fundamentam nas teorias críticas;
• Educação como mediação de um projeto social –
transformação social – superação da sociedade de
classes.
• A educação age a partir dos condicionantes históricos e
tem um papel ativo na sociedade.
61. PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Parte de uma análise crítica das realidades sociais,
sustentando implicitamente as finalidades
sociopolíticas da educação. Portanto, não tem
como institucionalizar-se numa sociedade
capitalista.
• Segundo Luckesi a pedagogia progressista parte
de uma análise crítica das realidades sociais.
• Postulam a compreensão da educação a partir de
seus condicionantes sociais (SAVIANI, 1988).
63. As versões libertadora e libertária
têm em comum:
O antiautoritarismo;
A valorização da experiência vIvida como base da
relação educativa ;
A ideia de autogestão pedagógica.
Em função disso, dão mais valor ao processo de
aprendizagem grupal (participação em discussões,
assembleias, votações) do que aos conteúdos de
ensino.
Como decorrência, a prática educativa somente faz
sentido numa prática social junto ao povo, razão pela
qual preferem as modalidades de educação popular
"não-formal".
64. A tendência da pedagogia crítico-social
dos conteúdos:
• Propõe uma síntese superadora das pedagogias
tradicional e renovada, valorizando a ação
pedagógica enquanto inserida na prática social
concreta.
• Entende a escola como mediação entre o
individual e o social, exercendo aí a articulação
entre a transmissão dos conteúdos e a
assimilação ativa por parte de um aluno concreto
(inserido num contexto de relações sociais);
dessa articulação resulta o saber criticamente
reelaborado.
65. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERTADORA
QUESTÃO PEDAGÓGICA
• Foco no questionamento das relações do ser humano com
a natureza e com outros homens, visando um nível de
conscientização sobre a realidade para nela intervir,
buscando a transformação social.
• Educação não-formal, problematizadora;
• Não-diretivismo na relação dos processos pedagógicos
formais.
66. TENDÊNCIA PROGRESSISTA
LIBERTADORA
• Propõe questionar a realidade das relações sociais e políticas
através de temas geradores, não de conteúdos sistematizados.
• Surge como um contraponto as posturas liberais, tradicional e
renovada, que são vistas como domesticadoras,
principalmente, no sentido da transformação social (LUCKESI,
2005). Segundo Libâneo (1994), é uma corrente voltada para
trabalhar com grupos sociais.
• Os métodos aplicados em sala de aula convergem para grupos
de discussão. A estes grupos cabem autogerir seu processo de
aprendizagem, determinando o conteúdo e a dinâmica das
atividades.
67. • Pode-se dizer que a relação entre docente e
discente é horizontal (de igual para igual) e
baseada no diálogo.
• O processo de aprendizagem está baseado na
resolução de situações problemáticas.
• Dispensam-se programas educacionais
previamente estruturados, trabalhos escritos,
aulas expositivas e provas, por exemplo.
• Admite-se a avaliação subjetiva baseada nas
práticas vivenciadas ao longo do processo de
educação (LUCKESI, 2005).
68. INSPIRADOR E MENTOR
• Em nenhum momento
deixa de mencionar o
caráter essencialmente
político de sua pedagogia,
o que, segundo suas
próprias palavras, impede
que ela seja posta em
prática em termos
sistemáticos, nas
instituições oficiais, antes
da transformação da
sociedade.
Daí porque sua atuação se dê mais a nível
da educação extra-escolar. O que não tem
impedido, por outro lado, que seus
pressupostos sejam adotados e aplicados
por numerosos professores.
69. • A forma de trabalho educativo é o "grupo de discussão a quem cabe autogerir a
aprendizagem, definindo o conteúdo e a dinâmico das atividades.
• O professor é um animador que, por princípio, deve “descer ao nível dos alunos,
adaptando-se às suas características e ao desenvolvimento próprio de cada grupo.
• Deve caminhar "junto", intervir o mínimo indispensável, embora não se furte,
quando necessário, a fornecer uma informação mais sistematizada.
• Os passos da aprendizagem:
Codificação-decodificação, e problematização da situação - permitirão aos
educandos um esforço de compreensão do "vivido", até chegar a um nível mais
crítico de conhecimento e sua realidade, sempre através da troca de experiência
em torno da prática social.
Se nisso consiste o conteúdo do trabalho educativo, dispensam um programa
previamente estruturado, trabalhos escritos, aulas expositivas assim como
qualquer tipo de verificação direta da aprendizagem, formas essas próprias da
"educação bancária", portanto, domesticadoras.
Entretanto admite-se a avaliação da pratica vivenciada entre educador-educandos
no processo de grupo e, às vezes, a autoavaliação feita em termos dos
compromissos assumidos com a pratica social.
70. Pressuposto da aprendizagem
• A própria designação de "educação
problematizadora" como correlata de educação
libertadora revela a força motivadora da
aprendizagem: a codificação de uma situação-
problema, da qual se toma distância para analisá-
la criticamente.
• "Esta análise envolve o exercício da abstração,
através da qual procuramos alcançar, por meio de
representações da realidade concreta, a razão de
ser dos fatos".
71. Aprender é:
Um ato de conhecimento da realidade
concreta, isto é, da situação real vivida pelo
educando, e só tem sentido se resulta de uma
aproximação crítica dessa realidade.
O que é aprendido não decorre de uma
imposição ou memorização, mas do nível
crítico de conhecimento, ao qual se chega
pelo processo de compreensão, reflexão e
crítica.
72. • Tem exercido uma influência expressiva nos
movimentos populares e sindicatos e,
praticamente, se confunde com a maior parte
das experiências do que se denomina
"educação popular".
73. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERTÁRIA
QUESTÃO PEDAGÓGICA
Foco no processo auto-gestionário como forma de
desenvolvimento do indivíduo no coletivo; na autonomia do
grupo, excluindo-se qualquer direção fora dele.
. A ideia básica é introduzir modificações institucionais, a
partir dos níveis subalternos que, em seguida, vão
"contaminando" todo o sistema.
A escola instituirá, com base na participação grupal,
mecanismos institucionais de mudança (assembleias,
conselhos, eleições, reuniões, associações etc.), de tal forma
que o aluno, uma vez atuando nas instituições "externas", leve
para lá tudo o que aprendeu.
74. SENTIDO EXPRESSAMENTE POLÍTICO
À medida que se afirma o indivíduo como produto do
social e que o desenvolvimento individual somente se
realiza no coletivo.
A autogestão é o conteúdo e o método; resume tanto o
objetivo pedagógico quanto o político.
A pedagogia libertária, na sua modalidade mais
conhecida entre nós, a "pedagogia institucional",
pretende ser uma forma de resistência contra a
burocracia como instrumento da ação dominadora do
Estado, que tudo controla (professores, programas,
provas etc.), retirando a autonomia.
75. CONTEÚDOS DE ENSINO
• As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas
não são exigidas.
importante é o conhecimento que resulta das
experiências vividas pelo grupo, especialmente a
vivência de mecanismos de participação crítica.
"Conhecimento" : não é a investigação cognitiva do
real, para extrair dele um sistema de representações
mentais, mas a descoberta de respostas as
necessidades e às exigências da vida social.
Assim, os conteúdos propriamente ditos são os que
resultam de necessidades e interesses manifestos pelo
grupo.
76. MÉTODO DE ENSINO
• vivência grupal, na forma de autogestão, que os alunos
buscarão encontrar as bases mais satisfatórias de sua
própria "instituição", graças à sua própria iniciativa e
sem qualquer forma de poder.
• "colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível:
o conjunto da vida, as atividades e a organização do
trabalho no interior da escola (menos a elaboração dos
programas e a decisão dos exames que não dependem
nem dos docentes, nem dos alunos)".
• Os alunos têm liberdade de trabalhar ou não, ficando o
interesse pedagógico na dependência de suas
necessidades ou das do grupo.
77. O progresso da autonomia se dá num
"crescendo":
1. a oportunidade de contatos, aberturas,
relações informais entre os alunos.
2. o grupo começa a se organizar, de modo
que todos possam participar de discussões,
cooperativas, assembleias, isto é, diversas
formas de participação e expressão pela
palavra; quem quiser fazer outra coisa, ou
entra em acordo com o grupo, ou se retira.
3. o grupo se organiza de forma mais efetiva,
4. parte para a execução do trabalho.
78. RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Transformar a relação professor-aluno no sentido da
não-diretividade, isto é, considerar desde o início a
ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base
de obrigações e ameaças.
Embora professor e aluno sejam desiguais e diferentes,
nada impede que o professor se ponha a serviço do
aluno, sem impor suas concepções e ideias, sem
transformar o aluno em “objeto".
O professor é um ORIENTADOR e um CATALISADOR, ele
se mistura ao grupo para uma reflexão em comum.
Se os alunos são livres frente ao professor, também
este o é em relação aos alunos
Ao professor cabe a função de "conselheiro" e, outras
vezes, de instrutor-monitor à disposição do grupo. Em
nenhum momento esses papéis do professor se
confundem com o de "modelo", pois a pedagogia
libertária recusa qualquer forma de poder ou
autoridade.
79. Pressupostos de aprendizagem
As formas burocráticas das instituições
existentes, por seu traço de
impessoalidade, comprometem o
crescimento pessoal.
A ênfase na aprendizagem informal, via
grupo, e a negação de toda forma de
repressão visam favorecer o
desenvolvimento de pessoas mais
livres.
A motivação está no interesse em
crescer dentro da vivência grupal, pois
supõe-se que o grupo devolva a cada
um de seus membros a satisfação de
suas aspirações e necessidades.
Somente o vivido, o experimentado é
incorporado e utilizável em situações
novas.
O critério de relevância do saber
sistematizado : seu possível uso prático.
80. Outras tendências pedagógicas
correlatas:
quase todas as tendências antiautoritárias em educação:
a anarquista, a psicanalista, a dos sociólogos, e também a dos
professores progressistas.
Embora Neill e Rogers não possam ser considerados progressistas
(conforme entendemos aqui), não deixam de influenciar alguns
libertários, como Lobrot.
Entre os estrangeiros devemos citar Vasquez c Oury entre os mais
recentes, Ferrer y Guardia entre os mais antigos.
Particularmente significativo é o trabalho de C. Freinet, que tem
sido muito estudado entre nós, existindo inclusive algumas escolas
aplicando seu método.
Entre os estudiosos e divulgadores da tendência libertária pode-se
citar Maurício Tragtenberg, apesar da tônica de seus trabalhos não
ser propriamente pedagógica, mas de crítica das instituições em
favor de um projeto autogestionário.
81. Papel da escola:
• A difusão de conteúdos. (vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das
realidades sociais.
• A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o
melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria
escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la
democrática.
• PRESSUPOSTO:
Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro
dela é também agir no rumo da transformação da
sociedade.
Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de
seus condicionantes histórico-sociais, a função da
pedagogia "dos conteúdos" é dar um passo à frente no
papel transformador da escola, mas a partir das condições
existentes.
82. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA CRÍTICO-SOCIAL DOS
CONTEÚDOS
QUESTÃO PEDAGÓGICA
• Foco voltado para a relação conteúdo/realidade social
na articulação entre o político e o pedagógico, na
capacidade de compreensão do vínculo da prática
educativa com a prática social global.
83. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses
populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a
apropriação dos conteúdos escolares básicos que
tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida
nesse sentido, a educação é "uma atividade
mediadora no seio da prática social global", ou seja,
uma das mediações pela qual o aluno, pela inter-
venção do professor e por sua própria participação
ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa
e fragmentada (sincrética) a uma visão sintética, mais
organizada e unificada.
84. Conteúdos de ensino:
• Os conteúdos culturais universais que se
constituíram em domínios de conhecimento
relativamente autônomos, incorporados pela
humanidade, mas permanentemente reavaliados
face às realidades sociais.
• Embora se aceite que os conteúdos são realidades
exteriores ao aluno, que devem ser assimilados e não
simplesmente reinventados eles não são fechados e
refratários às realidades sociais.
CONTEÚDOS
ESCOLARES
REALIDADE
CONCRETA
85. • Não estabelece oposição entre cultura erudita
e cultura popular, ou espontânea, mas uma
relação de continuidade em que,
progressivamente, se passa da experiência
imediata e desorganizada ao conhecimento
sistematematizado.
PRIMEIRA
APREENSÃO
FORMA DE
ELABORAÇÃO
SUJPERIOR
86. OBSERVAÇÕES:
Introduz a possibilidade de uma reavaliação crítica frente a
esse conteúdo.
Como sintetiza Snyders, ao mencionar o papel do professor,
trata-se, de um lado, de obter o acesso do aluno aos
conteúdos, ligando-os com a experiência concreta dele - a
continuidade; mas, de outro, de proporcionar elementos de
análise crítica que ajudem o aluno a ultrapassar a
experiência, os estereótipos, as pressões difusas da
ideologia dominante - é a ruptura.
Dessas considerações resulta claro que se pode ir do saber
ao engajamento político, mas não o inverso, sob o risco de
se afetar a própria especificidade do saber e até cair-se
numa forma de pedagogia ideológica, que é o que se critica
na pedagogia tradicional e na pedagogia nova.
87. MÉTODOS DE ENSINO:
Se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber
vinculado às realidades sociais,
é preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos
conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes possam
reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão
da realidade (prática social).
IMPORTANTE:
Não se trata dos métodos dogmáticos de transmissão do saber da
pedagogia tradicional, nem da sua substituição pela descoberta,
investigação ou livre expressão das opiniões, como se o saber
pudesse ser inventado pela criança, na concepção da pedagogia re-
novada.
88. • Não partem de um saber artificial, depositado a partir
de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma
relação direta com a experiência do aluno, confrontada
com o saber trazido de fora.
• O trabalho docente relaciona a prática vivida pelos
alunos com os conteúdos propostos, momento em que
se dará a "ruptura" em relação à experiência pouco
elaborada.
• Tal ruptura apenas é possível com a introdução
explícita, pelo professor, dos elementos novos de
análise a serem aplicados criticamente à prática do
aluno.
• Vai-se da ação à compreensão e da compreensão à
ação, até a síntese, o que não é outra coisa senão a
unidade entre a teoria e a prática.
89. Relação professor-aluno:
• Se, o conhecimento resulta de
trocas que se estabelecem na
interação entre o meio (natural,
social, cultural) e o sujeito, sendo o
professor o mediador, então a
relação pedagógica consiste no
provimento das condições em que
professores e alunos possam
colaborar para fazer progredir
essas trocas.
• O papel do adulto é insubstituível,
mas acentua-se também a
participação do aluno no processo.
90. PRESSUPOSTOS:
• O papel de mediação exercido em torno da análise dos conteúdos
exclui a não-diretividade como forma de orientação do trabalho
escolar, por que o diálogo adulto-aluno é desigual.
• A não-diretividade abandona os alunos a seus próprios desejos,
como se eles tivessem uma tendência espontânea a alcançar os
objetivos esperados da educação. Sabemos que as tendências
espontâneas e naturais não são “ naturais”´, antes são tributárias das
condições de vida e do meio.
• Não são suficientes o amor, a aceitação, para que os filhos dos
trabalhadores adquiram o desejo de estudar mais, de progredir: é
necessária a intervenção do professor para levar o aluno a acreditar
nas suas possibilidades, a ir mais longe, a prolongar a experiência
vivida.
• O adulto tem mais experiência acerca das realidades sociais, dispõe
de uma formação (ao menos deve dispor) para ensinar, possui
conhecimentos e a ele cabe fazer a análise dos conteúdos em
confronto com as realidades sociais.
91. Por um esforço próprio, o aluno se reconhece nos conteúdos e
modelos sociais apresentados pelo professor;
O conhecimento novo se apoia numa estrutura cognitiva já existente
ou o professor provê a estrutura de que o aluno ainda não dispõe.
O grau de envolvimento na aprendizagem dependa tanto da
prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e do contexto
da sala de aula.
Aprender, dentro da visão da pedagogia
dos conteúdos:
É desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os
estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da
experiência.
Em consequência, admite-se o princípio da aprendizagem significativa
que supõe, como passo inicial, verificar aquilo que o aluno já sabe.
92. A CONDIÇÃO PARA QUE A ESCOLA SIRVA
AOS INTERESSES POPULARES
• É garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos
conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na
vida dos alunos.
ATUAÇÃO DA ESCOLA:
Ppreparação do aluno para o mundo adulto e suas
contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da
aquisição de conteúdos e da socialização, para uma
participação organizada e ativa na democratização da
sociedade.
Portanto aprender é desenvolver a capacidade de processar
informações e lidar com os estímulos do ambiente,
organizando os dados disponíveis da experiência
93. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA – Libertadora
• Questão pedagógica: eixo no questionamento de
realidade das relações do homem com a natureza e
com outros homens, visando atinar um nível de
consciência dessa realidade afim de nele atuar num
sentido de transformação social, educação não-
formal, problematizadora; não-diretivismo, na
relação dos processos pedagógicos formais.
Paulo Freire
94. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA - Libertária
• Questão pedagógica: eixo no processo auto-
gestionário como forma de desenvolvimento de
indivíduo no coletivo; na autonomia do grupo,
excluindo-se qualquer direção fora dele.
Maurício Tragtenberg e
Miguel Arroyo
95. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA - Crítico-Social dos
Conteúdos
• Questão Pedagógica - eixo voltado para a relação
conteúdo/realidade social, na articulação entre a
política e o pedagógico, na capacidade de
compreensão do vinculo da prática educativa com
a prática social global.
Dermeval Saviani / Carlos
Roberto Jamil Cury/Libâneo
96. Libertadora Libertária Crítico social dos
conteúdos
Paulo Freire Autogestão pedagógica Primazia dos conteúdos
no seu confronto com as
realidades sociais
Antiautoritarismos, valorização da experiência vivida
como base da elação educativa, ideia de autogestão
pedagógica. Ênfase no processo grupal (assembleias
, discussões, votações) Educação não formal
Síntese superadora das
pedagogias tradicional e
renovada, valorizando a
prática pedagógica
enquanto inserida na
prática social concreta
98. Teorias da Educação
Não-críticas
(redentora)
Críticas
(REPRODUTIVISTA E TRASNFORMADORA)
Tendências pedagógicas
Liberais:
Tradicional,
Renovada e Tecnicista
Progressistas:
Libertadora, Libertária
Crítico-Social dos Conteúdos
Pressupostos filosóficos da Educação
Antropológicos - Epistemológicos- Axiológicos- Políticos
99. DO SENSO COMUM PEDAGÓGICO À POSTURA CRÍTICA
NA PRÁTICA DOCENTE ESCOLAR
No texto Filosofia do Cotidiano Escolar, Luckesi
preocupa-se em:
a) conceituar o que é o senso comum;
b) descrever como o senso comum se manifesta no
ambiente escolar;
c) denunciar as razões pelas quais o senso comum
permanece atuante no interior da escola.
100. TESE
A prática pedagógica se
alicerça não em uma
filosofia crítica, mas nas
prerrogativas do senso
comum.
explicar alguns dos
elementos do senso
comum pedagógico
descrever esse senso
comum a partir da
prática pedagógica dos
profissionais da
educação”
OBJETIVO
101. SENSO COMUM
O ser humano nasce sob certas circunstâncias –
sociais, históricas e geográficas - e a partir delas
formula, de forma espontânea, uma maneira de
entender a realidade.
Forma espontânea de percepção do real.
a) um conjunto de conceitos, significados e valores que
adquirimos espontaneamente, pela convivência, no
ambiente em que vivemos.
b) Um modo de compreender o mundo, constituído
acrítica e espontaneamente, que se traduz numa forma
de organizar a realidade, as ações diárias, as relações
entre as pessoas, a vida como um todo.
c) Uma configuração espontânea, fragmentada e
acrítica do pensamento e do entendimento.
102. O senso comum nasce de um
processo de socialização, sofrido
pelo ser humano, e a partir do
qual ele se acostuma a uma
explicação ou a uma
compreensão da realidade que já
estão socialmente pré-
fabricadas. Esta postura
conformista impedirá o ser
humano de submeter as
evidências do cotidiano a um
exame mais cuidadoso, crítico e
questionador.
103.
104. É uma forma de
conhecimento a partir da
qual o ser humano, de
maneira superficial e
ingênua, sustenta, dentre
outras coisas, uma série de
valores que estão postos a
serviço da manutenção de
uma determinada ‘ordem
social’, caracterizada, no caso
das sociedades capitalistas,
pela desigualdade social,
política e econômica.
105. Um ser passivo , dependente e incapaz , dentre
outras coisas, de tecer julgamentos sobre si
mesmo e sobre a sua própria aprendizagem.
Alguém de quem não
se exige uma
adequada preparação
científica e muito
menos um
compromisso político
de sua prática
docente.
Desta feita, prevalece
no cotidiano escolar
uma visão segundo a
qual o educador é um
dominador e
transmissor de
conteúdos e um
disciplinador de
alunos.
106. Desta forma, o
senso comum
impede que se
perceba que o
conhecimento é um
instrumento de
entendimento da
realidade e impede
que o aluno
compreenda que o
texto utilizado em
sala de aula deve ser
trabalhado a partir
do contexto
histórico-social de
sua produção.
Quanto ao aluno: Um sujeito portador de uma
natureza que não é moldada por circunstâncias sócio-
históricas e culturais.
Quanto à questão do conhecimento: para o
senso comum pedagógico o conhecimento é
representado acriticamente como sinônimo de
informações advindas do texto ou do livro adotado em
sala de aula.
Quanto a produção do conhecimento: está
limitada à retenção de informações que serão
repetidas pelo aluno sempre que este for avaliado.
Quanto ao conteúdo ministrado : tendo como
base o livro didático, não necessita ser assumido de
forma crítica e reflexiva por professores e alunos. O
senso comum esta presente em fórmulas
fragmentadas de percepção da realidade fabricadas a
partir do ensino não problematizado dos conteúdos.
107. EXEMPLO:
• Em livros de História, os fatos relativos
às descobertas marítimas são narrados
sempre a partir da ótica do
conquistador.
• Em livros de Geografia, a representação
do mapa mundi é feita sempre a partir
da perspectiva europeia – a Europa,
com seus costumes e valores, é
assumida como centro do mundo.
“O senso comum, neste tocante, generaliza
um ponto de vista de forma que passe a ser
aceito, em sala de aula, como o ponto de
vista dominante. “O senso comum
pedagógico toma por verdade aquilo que é
uma forma de interpretar a realidade.”
(LUCKESI, 1992, p. 103).
108. O material didático é assumido,
segundo a presença do senso
comum pedagógico, de forma
sagrada.
Não é exposto à dúvida por
professores e nem pelos alunos.
Portanto, o senso comum
contribui para a cristalização de
uma postura pedagógica
atravessada pela ingenuidade e
pelo comodismo didático.
109. Quanto aos métodos e procedimentos
de ensino: o planejamento se limita a uma
mórbida descrição das possibilidades de
condução de uma aula: aula expositiva,
dinâmicas de grupo, avaliação oral etc .
Não é colocada em questão a necessidade
de construção do planejamento a partir da
escolha dos objetivos do curso, da
disciplina ou da aula, o que ultrapassaria a
construção do planejamento feito
meramente a partir da maneira como será
transmitido o conteúdo. Outra marca do
senso comum pedagógico presente na
elaboração do planejamento, salienta
Luckesi, ocorre quando este se abstém de
encaminhar o ato pedagógico por caminhos
políticos e científicos. (1992, p. 105).
110. POR QUE O SENSO
COMUM
PERMANECE
PRESENTE NO
COTIDIANO
ESCOLAR SE ELE
NÃO É, CONFORME
O EXPOSTO AO
LONGO DE TODO O
TEXTO, A FORMA
MAIS ADEQUADA
DE PENSAMENTO E
DE CONDUTA DAS
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS?
Luckesi observa que o senso comum
pedagógico está a serviço de uma
perspectiva social idealizada e concebida
segundo a reprodução dos valores e
interesses da classe economicamente
dominante.
Ao atuar sobre a educação o senso comum
opera, em face de suas características, uma
manipulação e mistificação da realidade
social na qual a escola se circunscreve.
Neste sentido, “o senso comum interessa (e
muito) à situação conservadora da
sociedade em que vivemos, em função do
fato de que ele não possibilita o surgimento
de uma ‘massa crítica’ de seres humanos
pensantes e ativos na sociedade.”
(LUCKESI, 1992, p. 107).
111. Ao filosofar sobre a educação
professores e alunos promovem o
inventário dos valores que regem
as práticas pedagógicas e
conseguem descobrir quais são os
sentidos ocultos de tais valores.
O ato de filosofar é, assim, uma
tentativa de ressignificar o
cotidiano pedagógico a fim de
que as relações estabelecidas na
escola possam ser conduzidas por
um conhecimento verdadeiro e
livre das orientações
preconceituosas e pré-fabricadas
do senso comum.
O rompimento com o senso comum requer que os envolvidos
com a realidade educacional se posicionem diante dela a partir
do ato de filosofar.
113. EDUCADOR EDUCANDO
Humano, construtor de si
mesmo e da história
através da ação,
determinado pelas
condições e circunstâncias
que o envolvem.
Dá direção ao ensino e
aprendizagem. Mediador
entre o coletivo da
sociedade e o individual do
aluno
Sujeito ativo que pela
ação ao mesmo tempo
se constrói e se aliena.
Busca adquirir um
novo patamar de
conhecimento,
habilidades e modos de
agir.
OS SUJEITOS DA PRÁXIS PEDAGÓGICA
114. O S S U J E I T O S D A P R Á X I S P E D A G Ó G I C A N Ã O E S T Ã O D A D O S
D E F I N I T I V A M E N T E , M A S S I M Q U E D E V E M S E R
P E R M A N E N T E M E N T E R E P E N S A D O S E R E C O M P R E E N D I D O S ,
S E Q U E R E M O S P R O D U Z I R A Ç Ã O D O C E N T E - D I S C E N T E D E
F O R M A C R Í T I C A .
A relação educador-educando
O E D U C A D O R D E V E R Á E S T A R A T E N T O A T O D O S O S
E L E M E N T O S N E C E S S Á R I O S P A R A Q U E O E D U C A N D O
A P R E N D A .
115. O CONHECIMENTO: ELUCIDAÇÕES CONCEITUAIS
E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Compreensão inteligível da realidade, que o sujeito
humano adquire através de sua confrontação com
essa mesma realidade. A realidade exterior se faz
presente no interior do sujeito do pensamento.
Pode ser entendido como aquilo que adquirimos
nos livros, nas aulas e nas conversas, mas com o
objetivo de alcançar entendimento da realidade. O
que está em primeiro lugar, o que está na raiz do
conhecimento, é elucidação da realidade e não a
retenção de informações contidas nos livros.
O conhecimento é uma forma de entendimento da
realidade. Muitas vezes, o conhecimento é
confundido com o processo de decorar informação
dos livros, para a seguir, repeti-la em provas
escolares.
117. Conhecimento na maior parte vezes, significa para a
escola transmissão e retenção de pequenas "pílulas" de
informação. Essas distorções dificultam o ensino e a
aprendizagem.
O conhecimento escolar só poderá vir a ser um
conhecimento significativo e existencial na vida dos
cidadãos se ele chegar a ser incorporado pela
compreensão, exercitarão e utilização criativa
O conhecimento que se possibilita a um universitário não
é o conhecimento que se vai oferecer a uma criança no
jardim da infância. Mas, em ambas as instâncias
educacionais, o conhecimento deverá ser uma forma de
entendimento e de compreensão da realidade.