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resenha de livro 
TONUCCI, Francesco. FRATO: 40 anos com olhos de criança. 
Porto Alegre: Artmed, 2008. 245p. 
Entre as muitas propostas que fez, na sua Itália e na Europa, 
para o debate educacional nos anos de 1970, Francesco Tonucci 
sugeriu duas ideias que continuam muito atuais. A primeira delas 
foi uma observação de que as práticas educacionais costumavam 
banalizar o conceito de pesquisa. A segunda apontava o equívoco 
da escola de tempo integral. 
Na época, era comum propor estudos de um assunto por 
meio de consultas em enciclopédias. O resultado da consulta (a 
pesquisa) devia ser apresentado num relatório escrito. O resu-mo 
apresentado repetia, ou até mesmo reproduzia ipsis litteris, 
informações que aparentemente os alunos não entendiam. Todo 
esse processo passava para os estudantes uma imagem equivo-cada 
do que é o processo investigativo em ciência. O conceito 
de pesquisa subjacente a tal prática escolar indicava um fazer 
burocrático e livresco. Ficava ausente o desejo de estudar um 
problema significativo e instigante. Ficavam de fora todos os 
fatores que dão alma à pesquisa. Hoje, substituindo enciclopédias 
por Internet, podemos manter integralmente a observação feita 
pelo educador italiano. 
Numa Europa em que quase todos os educadores estavam 
encantados com a escola de tempo integral, Tonucci era uma 
voz discordante. Para ele, competia à escola a re-elaboração de 
saberes desenvolvidos em múltiplas experiências de vida. Se pas-sassem 
todo o tempo na escola, que experiências de vida teriam 
as crianças? Quase nenhuma, salvo uma ou outra experiência 
delegada do que viam na televisão. Essa posição do autor de 
Com olhos de criança contém muitas críticas a um conheci-mento 
incapaz de articular processos de retomada de saberes 
que se estruturam em outros lugares que não a escola – a rua, 
os parques, as praças, o campo, o bairro, o condomínio etc. O 
autor não se encantou com as promessas de uma educação mais 
completa se os alunos permanecessem na escola o dia todo. Para 
ele, era importante recuperar espaços de convivência humana 
nos quais as crianças pudessem aprender de modo espontâneo. 
Um desses espaços era a rua. O alerta de Tonucci continua tão 
atual como o era quarenta anos atrás. 
As duas notas com as quais se inicia esta resenha mostram 
que Tonucci não é um educador comum. Nem é um pesquisador 
sempre identificado com tendências hegemônicas no campo 
pedagógico. Prova disso é seu livro Com olhos de criança. A 
obra é surpreendente. Em vez de apresentar ideias no formato de 
estudos ou ensaios, o autor se serve de charges. O livro foi orga-nizado 
a partir de uma seleção das melhores charges produzidas 
por Frato, nome com o qual Tonuci assina seus desenhos nos 
últimos quarenta anos. Há pouco texto no livro. Apenas algumas 
apresentações de educadores da Europa e América do Sul, além 
de uma introdução na qual Tonucci conversa com Frato. 
Charges e histórias em quadrinho são formas relativamente 
recentes de comunicação. Quase sempre são vistas como en-tretenimento. 
Mas essa visão vem mudando. Algumas obras 
de chargistas e desenhistas 
começam a ganhar espaço 
como expressões culturais 
importantes. O livro de charges 
de Frato talvez seja o primei-ro 
com tais características 
no campo da educação. Em 
seus desenhos, com humor e 
ironia, Tonucci apresenta de 
modo sintético ideias inspira-doras 
para avaliar como anda 
a educação, quais os caminhos 
que os educadores deveriam 
trilhar, o que podemos apren-der 
com as crianças, qual a 
importância do brinquedo na 
vida infantil, como a cidadania se apequena quando deixamos 
de ver os espaços públicos como locais de convivência humana 
e de aprendizagem. 
A obra foi organizada em capítulos que mostram a trajetória 
de aprendizagem das crianças da concepção aos primeiros anos 
escolares. Dois capítulos fogem desse roteiro: um sobre profes-sores, 
outro sobre pais. Os desenhos de Com olhos de criança 
são simples, com poucos traços. Às vezes lembram obras de 
Quino, o autor de Mafalda. As charges de Frato, como observa 
Loris Malaguzzi, um dos apresentadores da obra, denunciam 
com sátiras, com ironia. Dão voz às crianças, mostrando uma 
cultura que as isola, que faz da educação escolar um mecanismo 
de segregação dos mais jovens. 
No capítulo A criança cidadã, Tonucci aponta a necessidade 
de que todos os espaços públicos sejam ambientes nos quais as 
crianças possam conviver com outras crianças e com pessoas 
de todas as idades. Na charge mais representativa desse ideal do 
autor, um menino diz: “Senhor prefeito, não queremos escorregadores, 
nem balanços, queremos a cidade”. Essa fala reflete o desejo de que o 
tecido urbano seja lugar para crianças. Critica, ao mesmo tempo, 
os princípios de segregação presentes na concepção de parques 
infantis. Tonucci acredita que uma cidade mais atenta para as 
questões da convivência humana é um espaço de elaboração 
de saberes que servirão de combustível para a re-elaboração do 
conhecimento na educação escolar. Além disso, essa visão de 
cidade aponta para uma direção política que não pode ser igno-rada 
pelos educadores. Cidadania para as crianças não é apenas 
uma prática escolar de ensaio para o futuro. Ela é, muito mais, 
convivência sem restrições nos espaços públicos da cidade. 
Nos capítulos que roteirizam o percurso das crianças desde 
a concepção há muitas observações que merecem destaque. No 
primeiro capítulo, Esperando pelo nascimento, crianças em 
úteros maternos manifestam desejos completamente opostos 
aos sonhos de pais e outros adultos. Convém ilustrar essa 
observação com a descrição de um dos desenhos de Frato. 
Dois pais felizes conversam sobre a criança ainda por nascer. 
Dizem que farão do filho um engenheiro. E completam: en- 
78 B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.1, jan./abr. 2009.
genheiro aeroespacial! Um balão de diálogo, apontando para o 
ventre da mãe, revela o sonho da criança: “Puxa, e eu que estava 
pensando em escrever meu primeiro romance”. Os adultos, com suas 
preocupações de sucesso, não percebem que os sonhos de 
seus filhos serão quase sempre muito diferentes dos que eles 
planejam para seus herdeiros. 
Em Os primeiros dias, o autor aborda as fases iniciais da 
infância. Frato observa em seus desenhos como os adultos se 
equivocam nas relações com as crianças. A charge mais irônica 
do capítulo mostra, ao fundo, uma criança em seu cercadinho. 
No quadro inicial, em primeiro plano, a mãe diz ao telefone: 
“Você tem que ver como ele está feliz no cercadinho com todos os seus 
brinquedos”. Num segundo quadro aparece a criança em close, 
agarrada às barras do cercadinho, triste, tal qual um prisioneiro 
olhando o mundo da janela de sua cela. O desenho sintetiza 
diversas observações de Tonucci sobre o engano adulto de achar 
que a abundância de brinquedos deixará as crianças felizes. Esse 
ideal consumista é confrontado com o desejo que a criança tem 
de brincar com suas próprias invenções. O tema merece, mais à 
frente, um capítulo especial: A brincadeira. 
O ambiente de creches e a educação infantil são vistos de 
forma irônica pelo educador italiano. O capítulo Vou para a 
creche tem como desenho de abertura um cabide no qual estão 
penduradas várias crianças. A função de armazenar crianças em 
local seguro, a fim de que os pais tenham mais liberdade para 
tratar de seus compromissos, é denunciada com dureza. Em 
outras charges, Frato mostra como certos procedimentos na 
creche são impessoais. Isso pode ser observado, por exemplo, 
nos cuidados de higiene e de alimentação, situações importantes 
tanto do ponto de vista afetivo como de desenvolvimento sócio-cognitivo. 
Uma profissional alimentando simultaneamente oito 
crianças, numa operação parecida com uma cadeia de montagem 
industrial, retrata, em desenho paradigmático, a visão de Tonucci 
sobre a educação infantil oferecida a nossas crianças. É interes-sante 
uma historinha sobre um passeio para conhecer o bairro. 
Cenas sequenciais mostram um grupo de crianças circulando 
aos pares em fila, sempre muito vigiadas, sempre protegidas 
contra os supostos perigos da rua. Quando voltam à escola, 
os alunos são convidados a desenhar o que viram. A cena final 
mostra uma criança desenhando os cabelos eriçados da nuca do 
menino que esteve o tempo todo à sua frente na fila. Tonucci 
volta a dois temas recorrentes em sua obra: o papel segregador 
da escola e o excesso de vigilância, que não permite às crianças 
fazerem explorações espontâneas do ambiente. 
O futuro e as contradições entre o que dizem e o que fa-zem 
os adultos são os principais temas tratados nas charges do 
capítulo Quando eu for grande. Há, nessa parte do livro, uma 
variedade de assuntos que merecem um olhar atento e irônico de 
Frato. Um deles é estudo e trabalho. Numa charge que mostra 
uma conversa no ambiente escolar, uma criança diz para outra: 
“Antes era mais fácil, agora para nos transformarmos em desempregados 
temos que ir para a escola até os dezesseis anos”. Numa outra charge, o 
assunto é a excessiva carga de responsabilidade que as crianças são 
obrigadas a assumir. Na cena, dois pais puxam seus respectivos 
herdeiros extenuados pelas mãos. Um dos adultos diz: “Não é 
por nada, mas meu filho depois da escola faz natação, dança e pintura”. O 
outro adulto responde: “A minha, além disso, estuda violão”. 
Talvez o capítulo mais expressivo da obra seja A brinca-deira. 
Em várias charges, o autor mostra situações em que pais 
presenteiam filhos com quantidades enormes de brinquedos 
sofisticados. Os filhos ou vêem tudo aquilo com indiferença 
ou sonham com coisas mais simples, produtos de sua própria 
invenção. A denúncia de Tonucci desvela o equívoco de acreditar 
que a posse de muitos brinquedos aumentará a felicidade das 
crianças. Em todas as situações, a imaginação e o gosto infantil 
são ignorados. Há muitos desenhos abordando o tema. Convém 
citar um deles para exemplificar as reflexões de Frato. Um casal 
pergunta à filha: “Neste Natal queremos realizar um desejo seu: que 
brinquedo você quer? A criança, com cara alegre, responde: “Poças de 
água e barro?” A ideia de brinquedo como produto que pode ser 
comprado, em vez da exploração do mundo a partir da imagina-ção 
infantil, predomina, segundo Frato, entre os adultos. Além 
disso, quase sempre os pais parecem ignorar que a brincadeira 
é uma oportunidade de criação de fortes laços afetivos com as 
crianças. Brincar converteu-se em obrigação. Exemplo disso é 
uma charge em que uma criança roda tristemente seu carrinho 
entreouvindo a conversa dos pais. No quadro a mãe fulmina 
o pai: ” Nada disso, você não vai sair. Hoje é seu dia de brincar, afinal 
ontem e anteontem fui eu que brinquei!” 
Com o mesmo olhar crítico, e com a mesma empatia pelos 
personagens que retrata, o autor apresenta diversas charges so-bre 
professores e pais. Em cada desenho, dúvidas, dificuldades, 
perplexidades, boas intenções desses adultos são tratadas com 
humor, mas com delicadeza. A mensagem de fundo em todos 
os desenhos é a da necessidade de aprendermos mais com as 
crianças. 
Charges são formas sintéticas de comunicação. Mesmo que 
organizadas tematicamente, como as que aparecem na obra de 
Frato, cada uma delas tem um conteúdo cuja riqueza merece 
comentário específico. Essa característica faz com que tentativas 
de resenha de Com olhos de criança fiquem incompletas. 
Vale uma observação final. O livro de Francesco Tonucci não 
é obra para uma leitura tradicional. É obra para ser contemplada. 
Para ser degustada aos poucos. Cada charge merece um olhar 
atento e uma pausa reflexiva para reconsiderar práticas educa-cionais 
cujos equívocos só podem ser claramente percebidos 
quando um artista com o talento, humor e ironia de um Frato 
desvela-os de forma contundente. 
Jarbas Novelino Barato 
Professor. Mestre em Tecnologia Educacional pela San 
Diego State University (SDSU). Doutor em Educação pela 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 
E-mail: jarbas.barato@gmail.com 
B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.1, jan./abr. 2009. 79

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Com os olhos de crinça

  • 1. resenha de livro TONUCCI, Francesco. FRATO: 40 anos com olhos de criança. Porto Alegre: Artmed, 2008. 245p. Entre as muitas propostas que fez, na sua Itália e na Europa, para o debate educacional nos anos de 1970, Francesco Tonucci sugeriu duas ideias que continuam muito atuais. A primeira delas foi uma observação de que as práticas educacionais costumavam banalizar o conceito de pesquisa. A segunda apontava o equívoco da escola de tempo integral. Na época, era comum propor estudos de um assunto por meio de consultas em enciclopédias. O resultado da consulta (a pesquisa) devia ser apresentado num relatório escrito. O resu-mo apresentado repetia, ou até mesmo reproduzia ipsis litteris, informações que aparentemente os alunos não entendiam. Todo esse processo passava para os estudantes uma imagem equivo-cada do que é o processo investigativo em ciência. O conceito de pesquisa subjacente a tal prática escolar indicava um fazer burocrático e livresco. Ficava ausente o desejo de estudar um problema significativo e instigante. Ficavam de fora todos os fatores que dão alma à pesquisa. Hoje, substituindo enciclopédias por Internet, podemos manter integralmente a observação feita pelo educador italiano. Numa Europa em que quase todos os educadores estavam encantados com a escola de tempo integral, Tonucci era uma voz discordante. Para ele, competia à escola a re-elaboração de saberes desenvolvidos em múltiplas experiências de vida. Se pas-sassem todo o tempo na escola, que experiências de vida teriam as crianças? Quase nenhuma, salvo uma ou outra experiência delegada do que viam na televisão. Essa posição do autor de Com olhos de criança contém muitas críticas a um conheci-mento incapaz de articular processos de retomada de saberes que se estruturam em outros lugares que não a escola – a rua, os parques, as praças, o campo, o bairro, o condomínio etc. O autor não se encantou com as promessas de uma educação mais completa se os alunos permanecessem na escola o dia todo. Para ele, era importante recuperar espaços de convivência humana nos quais as crianças pudessem aprender de modo espontâneo. Um desses espaços era a rua. O alerta de Tonucci continua tão atual como o era quarenta anos atrás. As duas notas com as quais se inicia esta resenha mostram que Tonucci não é um educador comum. Nem é um pesquisador sempre identificado com tendências hegemônicas no campo pedagógico. Prova disso é seu livro Com olhos de criança. A obra é surpreendente. Em vez de apresentar ideias no formato de estudos ou ensaios, o autor se serve de charges. O livro foi orga-nizado a partir de uma seleção das melhores charges produzidas por Frato, nome com o qual Tonuci assina seus desenhos nos últimos quarenta anos. Há pouco texto no livro. Apenas algumas apresentações de educadores da Europa e América do Sul, além de uma introdução na qual Tonucci conversa com Frato. Charges e histórias em quadrinho são formas relativamente recentes de comunicação. Quase sempre são vistas como en-tretenimento. Mas essa visão vem mudando. Algumas obras de chargistas e desenhistas começam a ganhar espaço como expressões culturais importantes. O livro de charges de Frato talvez seja o primei-ro com tais características no campo da educação. Em seus desenhos, com humor e ironia, Tonucci apresenta de modo sintético ideias inspira-doras para avaliar como anda a educação, quais os caminhos que os educadores deveriam trilhar, o que podemos apren-der com as crianças, qual a importância do brinquedo na vida infantil, como a cidadania se apequena quando deixamos de ver os espaços públicos como locais de convivência humana e de aprendizagem. A obra foi organizada em capítulos que mostram a trajetória de aprendizagem das crianças da concepção aos primeiros anos escolares. Dois capítulos fogem desse roteiro: um sobre profes-sores, outro sobre pais. Os desenhos de Com olhos de criança são simples, com poucos traços. Às vezes lembram obras de Quino, o autor de Mafalda. As charges de Frato, como observa Loris Malaguzzi, um dos apresentadores da obra, denunciam com sátiras, com ironia. Dão voz às crianças, mostrando uma cultura que as isola, que faz da educação escolar um mecanismo de segregação dos mais jovens. No capítulo A criança cidadã, Tonucci aponta a necessidade de que todos os espaços públicos sejam ambientes nos quais as crianças possam conviver com outras crianças e com pessoas de todas as idades. Na charge mais representativa desse ideal do autor, um menino diz: “Senhor prefeito, não queremos escorregadores, nem balanços, queremos a cidade”. Essa fala reflete o desejo de que o tecido urbano seja lugar para crianças. Critica, ao mesmo tempo, os princípios de segregação presentes na concepção de parques infantis. Tonucci acredita que uma cidade mais atenta para as questões da convivência humana é um espaço de elaboração de saberes que servirão de combustível para a re-elaboração do conhecimento na educação escolar. Além disso, essa visão de cidade aponta para uma direção política que não pode ser igno-rada pelos educadores. Cidadania para as crianças não é apenas uma prática escolar de ensaio para o futuro. Ela é, muito mais, convivência sem restrições nos espaços públicos da cidade. Nos capítulos que roteirizam o percurso das crianças desde a concepção há muitas observações que merecem destaque. No primeiro capítulo, Esperando pelo nascimento, crianças em úteros maternos manifestam desejos completamente opostos aos sonhos de pais e outros adultos. Convém ilustrar essa observação com a descrição de um dos desenhos de Frato. Dois pais felizes conversam sobre a criança ainda por nascer. Dizem que farão do filho um engenheiro. E completam: en- 78 B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.1, jan./abr. 2009.
  • 2. genheiro aeroespacial! Um balão de diálogo, apontando para o ventre da mãe, revela o sonho da criança: “Puxa, e eu que estava pensando em escrever meu primeiro romance”. Os adultos, com suas preocupações de sucesso, não percebem que os sonhos de seus filhos serão quase sempre muito diferentes dos que eles planejam para seus herdeiros. Em Os primeiros dias, o autor aborda as fases iniciais da infância. Frato observa em seus desenhos como os adultos se equivocam nas relações com as crianças. A charge mais irônica do capítulo mostra, ao fundo, uma criança em seu cercadinho. No quadro inicial, em primeiro plano, a mãe diz ao telefone: “Você tem que ver como ele está feliz no cercadinho com todos os seus brinquedos”. Num segundo quadro aparece a criança em close, agarrada às barras do cercadinho, triste, tal qual um prisioneiro olhando o mundo da janela de sua cela. O desenho sintetiza diversas observações de Tonucci sobre o engano adulto de achar que a abundância de brinquedos deixará as crianças felizes. Esse ideal consumista é confrontado com o desejo que a criança tem de brincar com suas próprias invenções. O tema merece, mais à frente, um capítulo especial: A brincadeira. O ambiente de creches e a educação infantil são vistos de forma irônica pelo educador italiano. O capítulo Vou para a creche tem como desenho de abertura um cabide no qual estão penduradas várias crianças. A função de armazenar crianças em local seguro, a fim de que os pais tenham mais liberdade para tratar de seus compromissos, é denunciada com dureza. Em outras charges, Frato mostra como certos procedimentos na creche são impessoais. Isso pode ser observado, por exemplo, nos cuidados de higiene e de alimentação, situações importantes tanto do ponto de vista afetivo como de desenvolvimento sócio-cognitivo. Uma profissional alimentando simultaneamente oito crianças, numa operação parecida com uma cadeia de montagem industrial, retrata, em desenho paradigmático, a visão de Tonucci sobre a educação infantil oferecida a nossas crianças. É interes-sante uma historinha sobre um passeio para conhecer o bairro. Cenas sequenciais mostram um grupo de crianças circulando aos pares em fila, sempre muito vigiadas, sempre protegidas contra os supostos perigos da rua. Quando voltam à escola, os alunos são convidados a desenhar o que viram. A cena final mostra uma criança desenhando os cabelos eriçados da nuca do menino que esteve o tempo todo à sua frente na fila. Tonucci volta a dois temas recorrentes em sua obra: o papel segregador da escola e o excesso de vigilância, que não permite às crianças fazerem explorações espontâneas do ambiente. O futuro e as contradições entre o que dizem e o que fa-zem os adultos são os principais temas tratados nas charges do capítulo Quando eu for grande. Há, nessa parte do livro, uma variedade de assuntos que merecem um olhar atento e irônico de Frato. Um deles é estudo e trabalho. Numa charge que mostra uma conversa no ambiente escolar, uma criança diz para outra: “Antes era mais fácil, agora para nos transformarmos em desempregados temos que ir para a escola até os dezesseis anos”. Numa outra charge, o assunto é a excessiva carga de responsabilidade que as crianças são obrigadas a assumir. Na cena, dois pais puxam seus respectivos herdeiros extenuados pelas mãos. Um dos adultos diz: “Não é por nada, mas meu filho depois da escola faz natação, dança e pintura”. O outro adulto responde: “A minha, além disso, estuda violão”. Talvez o capítulo mais expressivo da obra seja A brinca-deira. Em várias charges, o autor mostra situações em que pais presenteiam filhos com quantidades enormes de brinquedos sofisticados. Os filhos ou vêem tudo aquilo com indiferença ou sonham com coisas mais simples, produtos de sua própria invenção. A denúncia de Tonucci desvela o equívoco de acreditar que a posse de muitos brinquedos aumentará a felicidade das crianças. Em todas as situações, a imaginação e o gosto infantil são ignorados. Há muitos desenhos abordando o tema. Convém citar um deles para exemplificar as reflexões de Frato. Um casal pergunta à filha: “Neste Natal queremos realizar um desejo seu: que brinquedo você quer? A criança, com cara alegre, responde: “Poças de água e barro?” A ideia de brinquedo como produto que pode ser comprado, em vez da exploração do mundo a partir da imagina-ção infantil, predomina, segundo Frato, entre os adultos. Além disso, quase sempre os pais parecem ignorar que a brincadeira é uma oportunidade de criação de fortes laços afetivos com as crianças. Brincar converteu-se em obrigação. Exemplo disso é uma charge em que uma criança roda tristemente seu carrinho entreouvindo a conversa dos pais. No quadro a mãe fulmina o pai: ” Nada disso, você não vai sair. Hoje é seu dia de brincar, afinal ontem e anteontem fui eu que brinquei!” Com o mesmo olhar crítico, e com a mesma empatia pelos personagens que retrata, o autor apresenta diversas charges so-bre professores e pais. Em cada desenho, dúvidas, dificuldades, perplexidades, boas intenções desses adultos são tratadas com humor, mas com delicadeza. A mensagem de fundo em todos os desenhos é a da necessidade de aprendermos mais com as crianças. Charges são formas sintéticas de comunicação. Mesmo que organizadas tematicamente, como as que aparecem na obra de Frato, cada uma delas tem um conteúdo cuja riqueza merece comentário específico. Essa característica faz com que tentativas de resenha de Com olhos de criança fiquem incompletas. Vale uma observação final. O livro de Francesco Tonucci não é obra para uma leitura tradicional. É obra para ser contemplada. Para ser degustada aos poucos. Cada charge merece um olhar atento e uma pausa reflexiva para reconsiderar práticas educa-cionais cujos equívocos só podem ser claramente percebidos quando um artista com o talento, humor e ironia de um Frato desvela-os de forma contundente. Jarbas Novelino Barato Professor. Mestre em Tecnologia Educacional pela San Diego State University (SDSU). Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). E-mail: jarbas.barato@gmail.com B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.1, jan./abr. 2009. 79