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Introdução à Analítica
Existencial de
Heidegger
Prof. Dr. Felipe Pinho
www.felipepinho.com
Objetivos da aula
• Descrever as principais diferenças entre o modo de ser próprio
(autenticidade) e o modo de ser impróprio (impessoal –
inautenticidade) na analítica existencial de Heidegger.
• Explicar o papel da angústia na relação entre vida autêntica e
inautêntica.
Diferenças entre Husserl x Heidegger
• Husserl – fenomenologia – teoria do conhecimento (epistemologia) -
método
✓matemática e lógica
✓Intencionalidade: consciência
✓ essência
✓(mundo) – consciência transcendental
• Heidegger – fenomenologia – analítica existencial – hermenêutica
existencial - ontologia
✓filosofia
✓Hermenêutica
✓Intencionalidade: ser-no-mundo – existência – Dasein – ser-aí
✓ser
✓Ser e Tempo - ontologia
• Husserl – consciência pura (mundo) – epoché
• Compreensão das essências – esforço intelectual (epoché) - autêntico
• Heidegger – Dasein – Ser-aí = o ser-aí é o seu aí.
• – ser-no-mundo
•Ek – stasis = ex – sistencia = existência
• Fenomenologia – analítica existencial – hermenêutica existencial
• Sentidos existenciais são dinâmicos – crise dos sentidos
Analítica Existencial
• Ser-aí – Dasein – estrutura essencial da existência – Daseinsanalyse
• Ser-aí – EXISTENCIA – Ek-sistere – Ek-stática – ser-para-fora - projeto
• Tempo da existência – temporalidade
• Espaço da existência – espacialidade
• Modelo compreensivo
_____________________________________________________
• Descartes – sujeito (cogito) x objeto (res extensa)
• Sujeito (conhecimento) x objeto (natureza) – dicotomia sujeitoxobjeto
• Naturalismo – Física – Química – materialista
• Modelo explicativo – causa e efeito
• Espaço x Tempo
• Ciências naturais
Analítica Existencial
• Ser-aí – Dasein - singular
• Ser-no-mundo – historicidade – totalidade de todos os sentidos
• Husserl
✓(fenomenologia eidética – a-histórico – epoché – suspensão do
mundo)
x
• Heidegger
✓Hermenêutica existencial – historicidade – ser-no-mundo
✓Nada mundo – impessoal x próprio
Heidegger x Sartre
• Tradição ontológica
• A essência precede a existência.
• Heidegger – ente humano – Dasein.
• A essência do Dasein consiste em existência – Ek-stasis (pré-reflexivo)
• posicionalidade excêntrica
• Sou, logo penso (me penso – si mesmo – reflexivo) - Ricoeur
• Sartre
• A existência precede a essência.
Hermenêutica existencial
• Nada mundo – impessoal x próprio
• Existência – compreensão
• Compreensão – nexo vital (Dilthey)
• Articulação dos sentidos existenciais
Ser-no-mundo
• Mundo sentidos existenciais
• Impessoal – fé ruim – angústia
✓Mundo sentidos existenciais
• Próprio - angústia
✓Mundo sentidos existenciais
O Dasein
• O ser-aí, o Dasein, imerso em sua existência, é um ser-no-mundo [In-
der-Welt-sein], que se encontra sempre situado num contexto de
vivência no mundo, e não está simplesmente lançado num espaço
apenas delimitado física ou naturalmente.
• O conceito de ser-no-mundo é uma estrutura ontológica fundamental
do ser-aí, que indica a inseparabilidade do homem e do mundo e
igualmente do mundo em relação ao homem. (Werle, 2003)
Os modos de ser do DASEIN
IMPESSOAL PRÓPRIO
ANGÚSTIA
Inautêntico x Autêntico
O modo de ser impessoal
✓Vida cotidiana
✓Impróprio
✓Inautêntico
✓Alienado – alienação
✓Alienação da morte
✓Vida comum, igual da todos
✓Mais um, como todo mundo
✓Irrefletido
✓irresponsabilidade
✓Atitude Natural (Husserl)
O modo impessoal
• “o homem, vive na maior parte das vezes uma existência inautêntica,
no cotidiano se mantém numa situação de encobrimento de seu ser,
possui uma interpretação errônea de sua própria existência, que se
mantém para ele encoberta”
• “A vida social é o império do a gente, a ditadura do impessoal, o
âmbito em que se confunde o todos nós e o ninguém, na medida em
que se age de acordo com o que se pensa em geral”.
• “A concepção básica de Heidegger acerca da vida em sociedade é que
ela é regida por uma noção obscura de convivência, em que não há
sujeitos e sim domina o império do impessoal, de uma sociabilidade
truncada, em que nem o eu nem o nós se distinguem.” (Werle, 2003)
O modo impessoal
• O Dasein assume, de início e na maioria das vezes, a existência impessoal
no cotidiano e guia-se pelas possibilidades que esta oferece, mantendo-se
assim, decaído de suas possibilidades próprias. Portanto, vive a vida, em
geral e inicialmente, a partir de possibilidades que já são dadas na abertura
do mundo. Neste estado, cada um é como o outro e não sabe que o é. O
Dasein é absorvido pelas preocupações do dia-a-dia e flutua ao sabor das
modas e tendências da multidão ficando, portanto, na superficialidade.
• Heidegger descreve este estado mostrando que nele “no divertimos e
entretemos como ‘a gente’ se diverte; lemos, vemos e julgamos sobre
literatura e arte como ‘a gente’ vê e julga; mas também nos afastamos das
‘grandes multidões’ como ‘a gente’ deve; achamos irritante o que se deve
considerar irritante”. (Seibt, 2009).
A angústia
• Qual o papel da angústia?
• O que ela causa na nossa experiência ser-no-mundo?
A angústia como abertura do Dasein
• “A absorção em a-gente e junto ao “mundo” da ocupação manifesta
algo assim como uma fuga do Dasein diante de si mesmo como
poder-ser-si-mesmo próprio” (Heidegger, ST, p. 517).
• “A angústia retira, assim, do Dasein a possibilidade de, no decair,
entender-se a partir do “mundo” e do público ser-do-interpretado.
Ela projeta o Dasein de volta naquilo por que ele se angustia, seu
próprio poder-ser-no-mundo” (Heidegger, ST, p. 525).
O ser-para-a-morte e a angústia
• “Enquanto ser-para-a-morte, o Dasein já está sempre na
possibilidade de não ser mais, possibilidade extrema. E é “justamente
esse antecipar-se-a-si-mesmo que torna possível pela primeira vez o
estar voltado para o fim”.
• “Dentro da analítica existencial, que é descrição fenomenológica do
ente que conhece, do Dasein, Heidegger vai fazer uso da angústia e
do ser-para-a-morte como possíveis despertadores, pelo fato de
introduzirem uma certa desordem na ordem, de perturbarem a lógica
do impessoal que comanda a vida cotidiana”.(Seibt, 2009).
O ser-para-a-morte
• A tomada de consciência do ser-para-a-morte leva a um questionamento
de todo o ser, no sentido de que o ser-humano se coloca radicalmente
diante de seu ser. Assim como a angústia, “a antecipação da morte
singulariza o ser-aí” (1986, p.263).
• Desse modo, a morte permite basicamente:
• 1) uma consciência de toda a existência (passado, presente, futuro) e, por
isso, também será por ela que o ser irá encontrar a sua verdade no tempo,
o assunto da segunda seção de Ser e tempo, em que serão retomados
todos os existenciais fundamentais sob o plano do tempo.
• 2) assumir individualmente a existência, já que a experiência da morte é
sempre apenas minha (no §50 Heidegger considera que a angústia diante
da morte é a angústia diante do próprio poder-ser) (Werle, 2003)
O papel da angústia
• “Não sendo nenhum objeto determinado, o que angustia o homem é
um nada enquanto tal. No texto Que é metafísica?, já mencionado
acima, a angústia é designada por Heidegger como a disposição
fundamental de nossa existência que “manifesta o nada” (1989b,
p.39) e implica o estágio anterior e necessário para que se possa
colocar a questão do ser.” (Werle, 2003)
O papel da angústia
• “Não sendo nenhum objeto determinado, o que angustia o homem é
um nada enquanto tal. No texto Que é metafísica?, já mencionado
acima, a angústia é designada por Heidegger como a disposição
fundamental de nossa existência que “manifesta o nada” (1989b,
p.39) e implica o estágio anterior e necessário para que se possa
colocar a questão do ser.” (Werle, 2003)
O papel da angústia
• “Se a angústia corta a possibilidade do Dasein compreender-se a
partir dos entes do mundo, mesmo dos entes que são ser-com, então
o Dasein não pode compreender-se a partir do impessoal, da
medianidade da cotidianidade.”
• “Ela como que isola e singulariza o Dasein para o seu ser-no-mundo, o
afasta dos envolvimentos com os quais ele se identifica para, assim,
colocá-lo diante do seu próprio poder-ser.”
• “Ela “é a passagem da falsa familiaridade à estranheza verdadeira do
Dasein em face de si mesmo, o regresso a si mesmo radicalmente
inquietante como radical poder-ser”. (Seibt, 2009).
O papel da angústia
• “O fato de só raramente se angustiar mostra que o Dasein está em
geral no estado interpretativo do impessoal e por isso está
habitualmente oculto para si mesmo no seu caráter de próprio. Em
Ser e Tempo Heidegger afirma que só através da angústia se dá uma
abertura privilegiada, apesar de toda disposição afetiva abrir o ser-
no-mundo como totalidade”.
• “A singularização (Vereinzelung) que ela propicia retira da decaída e
revela a possibilidade de ser propriamente ou impropriamente”.
(Seibt, 2009).
O modo próprio do Dasein
✓Autêntico
✓Singular
✓Responsável
✓Compreensão da angústia
✓Compreensão da morte
O modo próprio do Dasein
• “Indo antecipadamente em direção à sua morte, o Dasein deverá
poder escapar do ‘a gente’, não se limitando mais às escassas
possibilidades que o impessoal lhe abre. No impessoal o Dasein não
teria de fato uma consciência, nem responsabilidade ou culpa.
Portanto, enquanto perdido no impessoal, para poder proceder à
escolha própria, o Dasein precisa antes encontrar a si mesmo”.
• “Mas para poder encontrar-se, como mostra Heidegger, é preciso que
ele seja mostrado em seu possível ser próprio, ou seja, precisa de um
testemunho de tal possibilidade.” (Seibt, 2009).
O modo próprio do Dasein
• “Heidegger chama de resolução (Entschlossenheit) o “calado
(silencioso) projetar-se em disposição de angústia para o mais próprio
ser-culpável53”. Mas a resolução não retira o Dasein da sua condição
fática, e sim o situa nela de modo próprio, o torna autêntico. Não o
retira do mundo, mas o desvela de modo distinto do cotidiano.
Desvela também o “mundo e as coisas que há no âmbito dele,
incluindo outras pessoas, de outra forma. Assim desvela uma gama
de possibilidades que não é visível ao Dasein cotidiano, perdido no
eles” (Seibt, 2009).
• Tradição metafísica
✓A essência precede a existência.
• Diferença ontológico
• Heidegger
✓A essência do Dasein (ser-aí) reside na sua existência. Poder-ser,
possibilidades.
• Sartre
✓ A existência precede a essência.
Impessoal x próprio
• Impessoal
• Mundo Dasein (alienado – má-fé)
• ANGÚSTIA
• Próprio
• Mundo Dasein (desalienado)
• CUIDADO
• Consciência de que o Dasein é sempre meu. Sou eu sempre quem cuida
de de mim mesmo.

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Introdução à Analítica Existencial de Heidegger

  • 1. Introdução à Analítica Existencial de Heidegger Prof. Dr. Felipe Pinho www.felipepinho.com
  • 2. Objetivos da aula • Descrever as principais diferenças entre o modo de ser próprio (autenticidade) e o modo de ser impróprio (impessoal – inautenticidade) na analítica existencial de Heidegger. • Explicar o papel da angústia na relação entre vida autêntica e inautêntica.
  • 3. Diferenças entre Husserl x Heidegger • Husserl – fenomenologia – teoria do conhecimento (epistemologia) - método ✓matemática e lógica ✓Intencionalidade: consciência ✓ essência ✓(mundo) – consciência transcendental • Heidegger – fenomenologia – analítica existencial – hermenêutica existencial - ontologia ✓filosofia ✓Hermenêutica ✓Intencionalidade: ser-no-mundo – existência – Dasein – ser-aí ✓ser ✓Ser e Tempo - ontologia
  • 4. • Husserl – consciência pura (mundo) – epoché • Compreensão das essências – esforço intelectual (epoché) - autêntico • Heidegger – Dasein – Ser-aí = o ser-aí é o seu aí. • – ser-no-mundo •Ek – stasis = ex – sistencia = existência • Fenomenologia – analítica existencial – hermenêutica existencial • Sentidos existenciais são dinâmicos – crise dos sentidos
  • 5. Analítica Existencial • Ser-aí – Dasein – estrutura essencial da existência – Daseinsanalyse • Ser-aí – EXISTENCIA – Ek-sistere – Ek-stática – ser-para-fora - projeto • Tempo da existência – temporalidade • Espaço da existência – espacialidade • Modelo compreensivo _____________________________________________________ • Descartes – sujeito (cogito) x objeto (res extensa) • Sujeito (conhecimento) x objeto (natureza) – dicotomia sujeitoxobjeto • Naturalismo – Física – Química – materialista • Modelo explicativo – causa e efeito • Espaço x Tempo • Ciências naturais
  • 6. Analítica Existencial • Ser-aí – Dasein - singular • Ser-no-mundo – historicidade – totalidade de todos os sentidos • Husserl ✓(fenomenologia eidética – a-histórico – epoché – suspensão do mundo) x • Heidegger ✓Hermenêutica existencial – historicidade – ser-no-mundo ✓Nada mundo – impessoal x próprio
  • 7. Heidegger x Sartre • Tradição ontológica • A essência precede a existência. • Heidegger – ente humano – Dasein. • A essência do Dasein consiste em existência – Ek-stasis (pré-reflexivo) • posicionalidade excêntrica • Sou, logo penso (me penso – si mesmo – reflexivo) - Ricoeur • Sartre • A existência precede a essência.
  • 8. Hermenêutica existencial • Nada mundo – impessoal x próprio • Existência – compreensão • Compreensão – nexo vital (Dilthey) • Articulação dos sentidos existenciais Ser-no-mundo • Mundo sentidos existenciais • Impessoal – fé ruim – angústia ✓Mundo sentidos existenciais • Próprio - angústia ✓Mundo sentidos existenciais
  • 9. O Dasein • O ser-aí, o Dasein, imerso em sua existência, é um ser-no-mundo [In- der-Welt-sein], que se encontra sempre situado num contexto de vivência no mundo, e não está simplesmente lançado num espaço apenas delimitado física ou naturalmente. • O conceito de ser-no-mundo é uma estrutura ontológica fundamental do ser-aí, que indica a inseparabilidade do homem e do mundo e igualmente do mundo em relação ao homem. (Werle, 2003)
  • 10. Os modos de ser do DASEIN IMPESSOAL PRÓPRIO ANGÚSTIA Inautêntico x Autêntico
  • 11. O modo de ser impessoal ✓Vida cotidiana ✓Impróprio ✓Inautêntico ✓Alienado – alienação ✓Alienação da morte ✓Vida comum, igual da todos ✓Mais um, como todo mundo ✓Irrefletido ✓irresponsabilidade ✓Atitude Natural (Husserl)
  • 12. O modo impessoal • “o homem, vive na maior parte das vezes uma existência inautêntica, no cotidiano se mantém numa situação de encobrimento de seu ser, possui uma interpretação errônea de sua própria existência, que se mantém para ele encoberta” • “A vida social é o império do a gente, a ditadura do impessoal, o âmbito em que se confunde o todos nós e o ninguém, na medida em que se age de acordo com o que se pensa em geral”. • “A concepção básica de Heidegger acerca da vida em sociedade é que ela é regida por uma noção obscura de convivência, em que não há sujeitos e sim domina o império do impessoal, de uma sociabilidade truncada, em que nem o eu nem o nós se distinguem.” (Werle, 2003)
  • 13. O modo impessoal • O Dasein assume, de início e na maioria das vezes, a existência impessoal no cotidiano e guia-se pelas possibilidades que esta oferece, mantendo-se assim, decaído de suas possibilidades próprias. Portanto, vive a vida, em geral e inicialmente, a partir de possibilidades que já são dadas na abertura do mundo. Neste estado, cada um é como o outro e não sabe que o é. O Dasein é absorvido pelas preocupações do dia-a-dia e flutua ao sabor das modas e tendências da multidão ficando, portanto, na superficialidade. • Heidegger descreve este estado mostrando que nele “no divertimos e entretemos como ‘a gente’ se diverte; lemos, vemos e julgamos sobre literatura e arte como ‘a gente’ vê e julga; mas também nos afastamos das ‘grandes multidões’ como ‘a gente’ deve; achamos irritante o que se deve considerar irritante”. (Seibt, 2009).
  • 14. A angústia • Qual o papel da angústia? • O que ela causa na nossa experiência ser-no-mundo?
  • 15. A angústia como abertura do Dasein • “A absorção em a-gente e junto ao “mundo” da ocupação manifesta algo assim como uma fuga do Dasein diante de si mesmo como poder-ser-si-mesmo próprio” (Heidegger, ST, p. 517). • “A angústia retira, assim, do Dasein a possibilidade de, no decair, entender-se a partir do “mundo” e do público ser-do-interpretado. Ela projeta o Dasein de volta naquilo por que ele se angustia, seu próprio poder-ser-no-mundo” (Heidegger, ST, p. 525).
  • 16. O ser-para-a-morte e a angústia • “Enquanto ser-para-a-morte, o Dasein já está sempre na possibilidade de não ser mais, possibilidade extrema. E é “justamente esse antecipar-se-a-si-mesmo que torna possível pela primeira vez o estar voltado para o fim”. • “Dentro da analítica existencial, que é descrição fenomenológica do ente que conhece, do Dasein, Heidegger vai fazer uso da angústia e do ser-para-a-morte como possíveis despertadores, pelo fato de introduzirem uma certa desordem na ordem, de perturbarem a lógica do impessoal que comanda a vida cotidiana”.(Seibt, 2009).
  • 17. O ser-para-a-morte • A tomada de consciência do ser-para-a-morte leva a um questionamento de todo o ser, no sentido de que o ser-humano se coloca radicalmente diante de seu ser. Assim como a angústia, “a antecipação da morte singulariza o ser-aí” (1986, p.263). • Desse modo, a morte permite basicamente: • 1) uma consciência de toda a existência (passado, presente, futuro) e, por isso, também será por ela que o ser irá encontrar a sua verdade no tempo, o assunto da segunda seção de Ser e tempo, em que serão retomados todos os existenciais fundamentais sob o plano do tempo. • 2) assumir individualmente a existência, já que a experiência da morte é sempre apenas minha (no §50 Heidegger considera que a angústia diante da morte é a angústia diante do próprio poder-ser) (Werle, 2003)
  • 18. O papel da angústia • “Não sendo nenhum objeto determinado, o que angustia o homem é um nada enquanto tal. No texto Que é metafísica?, já mencionado acima, a angústia é designada por Heidegger como a disposição fundamental de nossa existência que “manifesta o nada” (1989b, p.39) e implica o estágio anterior e necessário para que se possa colocar a questão do ser.” (Werle, 2003)
  • 19. O papel da angústia • “Não sendo nenhum objeto determinado, o que angustia o homem é um nada enquanto tal. No texto Que é metafísica?, já mencionado acima, a angústia é designada por Heidegger como a disposição fundamental de nossa existência que “manifesta o nada” (1989b, p.39) e implica o estágio anterior e necessário para que se possa colocar a questão do ser.” (Werle, 2003)
  • 20. O papel da angústia • “Se a angústia corta a possibilidade do Dasein compreender-se a partir dos entes do mundo, mesmo dos entes que são ser-com, então o Dasein não pode compreender-se a partir do impessoal, da medianidade da cotidianidade.” • “Ela como que isola e singulariza o Dasein para o seu ser-no-mundo, o afasta dos envolvimentos com os quais ele se identifica para, assim, colocá-lo diante do seu próprio poder-ser.” • “Ela “é a passagem da falsa familiaridade à estranheza verdadeira do Dasein em face de si mesmo, o regresso a si mesmo radicalmente inquietante como radical poder-ser”. (Seibt, 2009).
  • 21. O papel da angústia • “O fato de só raramente se angustiar mostra que o Dasein está em geral no estado interpretativo do impessoal e por isso está habitualmente oculto para si mesmo no seu caráter de próprio. Em Ser e Tempo Heidegger afirma que só através da angústia se dá uma abertura privilegiada, apesar de toda disposição afetiva abrir o ser- no-mundo como totalidade”. • “A singularização (Vereinzelung) que ela propicia retira da decaída e revela a possibilidade de ser propriamente ou impropriamente”. (Seibt, 2009).
  • 22. O modo próprio do Dasein ✓Autêntico ✓Singular ✓Responsável ✓Compreensão da angústia ✓Compreensão da morte
  • 23. O modo próprio do Dasein • “Indo antecipadamente em direção à sua morte, o Dasein deverá poder escapar do ‘a gente’, não se limitando mais às escassas possibilidades que o impessoal lhe abre. No impessoal o Dasein não teria de fato uma consciência, nem responsabilidade ou culpa. Portanto, enquanto perdido no impessoal, para poder proceder à escolha própria, o Dasein precisa antes encontrar a si mesmo”. • “Mas para poder encontrar-se, como mostra Heidegger, é preciso que ele seja mostrado em seu possível ser próprio, ou seja, precisa de um testemunho de tal possibilidade.” (Seibt, 2009).
  • 24. O modo próprio do Dasein • “Heidegger chama de resolução (Entschlossenheit) o “calado (silencioso) projetar-se em disposição de angústia para o mais próprio ser-culpável53”. Mas a resolução não retira o Dasein da sua condição fática, e sim o situa nela de modo próprio, o torna autêntico. Não o retira do mundo, mas o desvela de modo distinto do cotidiano. Desvela também o “mundo e as coisas que há no âmbito dele, incluindo outras pessoas, de outra forma. Assim desvela uma gama de possibilidades que não é visível ao Dasein cotidiano, perdido no eles” (Seibt, 2009).
  • 25. • Tradição metafísica ✓A essência precede a existência. • Diferença ontológico • Heidegger ✓A essência do Dasein (ser-aí) reside na sua existência. Poder-ser, possibilidades. • Sartre ✓ A existência precede a essência.
  • 26. Impessoal x próprio • Impessoal • Mundo Dasein (alienado – má-fé) • ANGÚSTIA • Próprio • Mundo Dasein (desalienado) • CUIDADO • Consciência de que o Dasein é sempre meu. Sou eu sempre quem cuida de de mim mesmo.