O documento discute a síndrome de burnout, incluindo suas características, causas e consequências. Apresenta estratégias de prevenção tanto individuais quanto institucionais, enfatizando a importância de adotar hábitos saudáveis e de apoio social para evitar o esgotamento no trabalho.

1. PSICOLOGIA – 9º SEMESTRE MATUTINO
ATUALIZAÇÕES SOBRE A
SÍNDROME DE BURNOUT
Componentes: Agláya Pinheiro
José Lamartine
Rogéria Matos
Vivian Colorio
Viviane Ferreira
Profa. Mônica Haje
Salvador-BA
Novembro 2010

2. INTRODUÇÃO
O trabalho é uma atividade que pode ocupar
grande parcela do tempo de cada indivíduo e do
seu convívio em sociedade.
Dejours (1992) afirmava que o trabalho nem
sempre possibilita realização profissional.
◦ Pode, ao contrário, causar problemas desde
insatisfação até exaustão.

3. INTRODUÇÃO
Estudos mostram que o desequilíbrio na saúde do
profissional pode levá-lo a se ausentar do trabalho
(absenteísmo), gerando licenças por auxílio-doença e a
necessidade, por parte da organização, de reposição de
funcionários, transferências, novas contratações, novo
treinamento, entre outras despesas.
A qualidade dos serviços prestados e o nível de
produção fatalmente são afetados, assim como a
lucratividade (Moreno-Jimenez, 2000; Schaufeli, 1999).

4. INTRODUÇÃO
Freudenberger (1974) criou a expressão Staff Burnout
para descrever uma síndrome composta por exaustão,
desilusão e isolamento em trabalhadores da saúde
mental.
O Burnout foi reconhecido como um risco ocupacional
para profissões que envolvem cuidados com saúde,
educação e serviços humanos (Golembiewski,1999;
Maslach, 1998; Murofuse et al., 2005).

5. INTRODUÇÃO
Classificação Internacional das Doenças
(CID-10) cita a “Sensação de estar acabado” ou
“Síndrome do Esgotamento Profissional” como
sinônimos do Burnout recebendo o código
Z 73.0
A Síndrome de Burnout pode ser considerado
um grande problema no mundo profissional da
atualidade (World Health Organization, 1998).

6. BURNOUT
O termo Burnout – deriva do inglês, e refere-se aquilo
que deixou de funcionar por falta de energia.

7. Características do Burnout
Exaustão Emocional: situação em que o
trabalhador não pode mais dar de si em nível
afetivo.
Falta de Envolvimento Pessoal no Trabalho:
Tendência a uma “evolução negativa” no
trabalho, afetando a habilidade para sua
realização.
Despersonalização: Desenvolvimento de
sentimentos e atitudes negativas e de cinismo ás
pessoas destinatárias do trabalho.

8. Características do Indivíduo
Fatores individuais associados a índices inferiores:
tipo de personalidade com características resistente
ao estresse, lócus de controle interno.
Fatores individuais índices superiores: Padrão de
personalidade, lócus de controle externo, super
envolvimento, indivíduos pessimistas,
perfeccionistas, controladores, passivos etc.

9. Características do Trabalho
Fatores laborais associados a índices
superiores:
sobrecarga,
expectativas profissionais,
precário suporte organizacional,
tipo de ocupação etc.
Fatores sociais superiores:
falta de suporte social e familiar,
valores e normas culturais etc.

10. Conseqüências do Burnout
Para alguns autores, o Burnout interfere na vida
do individuo através dos níveis:
Organizacional/ Trabalho,
Individual e
Sociedade.

11. Para Organização
Devido a conseqüente rotatividade que o Burnout
acomete funcionários, a instituição tem um aumento
em seus gastos (tempo, dinheiro), assim como com o
absenteísmo destes.
Há estudos que afirmam que o Burnout enfraquece o
interesse de alguns membros da equipe de saúde por
práticas inovadoras, contribuindo como fator
impeditivo na disseminação de condutas baseadas em
evidência.

12. Para o Trabalho
Ocorre diminuição na qualidade do trabalho por
mau atendimento, procedimentos equivocados,
negligência e imprudência.
A predisposição a acidentes aumenta devido a
falta de atenção e concentração.
Indivíduo acometido por Burnout leva a
prejuízos de tempo e dinheiro para o próprio
indivíduo e para a instituição que tem sua
produção comprometida.

13. Para o Indivíduo
O indivíduo acometido pelo Burnout apresenta
sintomas como: fadiga constante e progressiva; dores
musculares distúrbios do sono; cefaléias, enxaquecas;
sua imunidade fica baixa, sendo assim ficam
resfriados ou gripados constantemente, queda de
cabelo, aumento de cabelos brancos, transtornos
cardiovasculares (hipertensão arterial, infartos, entre
outros); distúrbios do sistema respiratório, disfunções
sexuais (diminuição do desejo sexual), alterações
menstruais nas mulheres.
Em relação ao psiquismo, pode apresentar: falta de
concentração; alterações de memória, o pensamento
fica mais lento, sentem-se sozinhos, tem sentimentos
de impotência, baixa auto-estima, desânimo.

14. Para o Indivíduo
Pode ocorrer o surgimento de agressividade,
dificuldade para relaxar e aceitar mudanças;
perda de iniciativa; consumo de substâncias
(álcool, café, fumo, tranqüilizantes, substancias
ilícitas); comportamento de alto risco e até
suicídio.

15. Para a Sociedade
O indivíduo acometido por Burnout pode
provocar distanciamento dos familiares, até
filhos e cônjuge; os clientes mal atendidos
arcam com prejuízos emocionais, físicos e
financeiros que podem se estender aos seus
familiares e até ao seu ambiente de trabalho.

16. Níveis do Burnout
1o. nível - Falta de vontade, ânimo ou prazer de ir a
trabalhar. Dores nas costas, pescoço e coluna. Diante da
pergunta o que você tem? Normalmente a resposta é “não sei,
não me sinto bem”.

17. 2o. nível - Começa a deteriorar o relacionamento com
outros. Pode haver uma sensação de perseguição ("todos estão
contra mim").

18. 3o. nível - Diminuição notável da capacidade ocupacional.
Podem começar a aparecer doenças psicossomáticas, tais como
alergias, picos de hipertensão, etc. Nesta etapa se começa a auto-
medicação, que no princípio tem efeito placebo mas, logo em
seguida, requer doses maiores.

19. 4o. nível - Esta etapa se caracteriza pôr alcoolismo,
drogadição, idéias ou tentativas de suicídio, podem surgir
doenças mais graves, tais como câncer, acidentes cardiovasculares,
etc. Durante esta etapa ou antes dela, nos períodos prévios, o ideal
e afastar-se do trabalho.

20. Dois níveis de atuação para
prevenção
Caráter Individual
Institucional

21. No Plano Individual
· Adotar hábitos saudáveis de vida.
· Desenvolver talentos pessoais.
· Aprender a dizer NÃO!
· Administração do tempo.
· Planejamento ambiental.
· Comunicação.
· Neutralização dos agentes estressores.
· Apoio social.
· Relaxamento.
· Psicoterapia pessoal.
·Utilizar o tempo livre para atividades prazerosas e não
preenche-las com mais trabalho.

22. No Plano Institucional
Um profissional para desenvolver ações em
saúde ocupacional.
◦ Avaliação dos aspectos saudáveis e/ou prejudiciais da
organização;
◦ Deve propor medidas no sentido de potencializar as
variáveis positivas;
◦ Minimizar as negativas.
Deverá contar com o apoio genuíno da instituição
(disponibilização dos recursos).

23. “A sabedoria da vida não está em fazer
aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo
que se faz”. (Leonardo da Vinci)

24. OBRIGADO!

25. Referências
CECÍLIO, J. E; TENG, C. T; TRIGO, T. R. Síndrome de burnout ou esfera
profissional e os transtornos psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo.
v 34, n 5, 2007. No site http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S010160832007000500004&script=sci_arttext&tlng=es Acessado em 06 out 2010.
FERENHOF, I. A. FERENHOF, E. A. Burnout em professores. Revista Científica:
Avaliação e mudanças. São Paulo. v 4, n 1, 2002. No site
http://sepia.no.sapo.pt/Sepia_ECCOS_junho_2.pdf Acessado em 30 outubro 2010.
LAPLANCHE, J. J; PONTALIS, J.B; LAGACHE, D. Vocabulário da psicanálise.
4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MATUBARO, K. C. A; LUNARDELLI, M. C. F; ELLARO, A. M; BULHÕES; LF. S. S;
SOUZA, L. L. A síndrome de Burnout em profissionais da saúde: uma revisão
bibliográfica. São Paulo. 2009.
SILVA, F. F. P. Burnout: um desafio á saúde do trabalhador. Revista de
Psicologia Social e Institucional. São Paulo. v 2, n 1, jun, 2000. No site
http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n15.htm Acessado em 30 outubro
2010.