1. ALGUNS MICRONUTRIENTES IMPORTANTES
NA GESTAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso, apresentado para obtenção do titulo
de Bacharel em Nutrição
Autora: Nubia de Oliveira Ferreira
Orientadora: Jalyne Malheiro de Mendonça
Curso: Nutrição
FTC- Faculdade de Tecnologia e Ciências
2. 1 Introdução:
O período gestacional reflete em um conjunto de
modificações físicas, fisiológicas e psicológicas que controlam as
funções orgânicas da mãe a fim de assegurar o crescimento do
concepto (SANTOS et al, 2011).
A ingestão de nutrientes conforme recomendação da
DietaryReferenceIntakes (DRIs) é essencial para propiciar os
suprimentos necessários ao desenvolvimento físico do recém-
nascido e para evitar o desenvolvimento de doenças nas
gestantes, como diabetes gestacional e síndrome hipertensiva. É
primordial uma nutrição adequada em especial no primeiro
trimestre gestacional (FREITAS et al., 2010).
3. Objetivo Geral
Essa revisão tem como objetivo geral destacar os
micronutrientes essenciais na gestação e se existem ou não
benefícios e malefícios para gestante e o feto, oriundos de
uma boa nutrição durante este período, considerando os
nutrientes essenciais durante a mesma.
4. 2 referencial teórico
2.1 Nutrição e gestação
A avaliação do estado nutricional materno se dá
particularmente para o peso da criança ao nascimento, riscos de
má formação como os defeitos no tubo neural (DTN’S), e
síndrome alcoólica fetal. Encontra-se uma alta correlação do peso
ao nascer com mortalidade e morbidade infantil. Demonstram
risco aumentado para problemas na saúde a um longo prazo como
HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica, Obesidade, Doenças
cardiovasculares e Intolerância à glicose, aqueles recém-nascidos
que nascem PIG - pequenos para a idade gestacional (MAHAN,
STUMP 2012).
5. 2.2 Propriedades específicas dos micronutrientes para com
a gestante e implicações de sua deficiência
A vitamina A é decisiva para os mais variados processos
metabólico, além desta outras vitaminas cumprem um importante
papel na gestação, como a exemplo a vitamina C, alguns estudos
indicaram relação com a pré-eclâmpsia, tal como o prematuro
rompimento das membranas, além de um risco aumentado para
infecções (MAHAN, STUMP, 2012; BOSCO, 2010).
Outra vitamina de relevância é a vitamina D, esta pode
executar um papel no controle de citocinas e está envolvida na
esclerose múltipla além de perda de gestação regularmente.
Algumas evidências propõem que baixos níveis de vitamina D
durante a gravidez levam a predisposição da pré-eclâmpsia
(MAHAN, STUMP, 2012).
6. Também merece destaque durante o período gestacional a
vitamina B6 que se faz importante devido o aumento das
necessidades associadas com a síntese de aminoácidos não
essenciais, o crescimento e a síntese de niacina depende da
vitamina B6 a partir do triptofanos (MAHAN, STUMP, 2012).
Outro micronutriente muito abordado é o Ácido Fólico. O
folato dietético tem biodisponibilidade para a absorção intestinal
de 60%, enquanto que o Ácido fólico de suplementos ou
alimentos enriquecidos é de 98% (MCGUIRE et al, 2010).
7. Além das vitaminas, os minerais também devem estar
presentes durante o período de gestação como a exemplo do
ferro, onde a capacidade que a sua suplementação tende a
aumentar os níveis hematimétricos na grávida, e de aumentar
os valores da ferritina, significa um acréscimo na concentração
real da reserva de ferro do organismo materno (MACEDO,
2010).
A anemia por deficiência de ferro constitui 50% dos casos, e
atingido cerca de dois milhões de pessoas ao redor do mundo.
(WHO, 2010)
8. É importante ressaltar também a significância do cálcio e
suas funções durante o período de gestação, até por que a ingestão
reduzida do mineral Cálcio se relaciona com cãibras e perda de
massa óssea da mãe, assim como alterações de caráter ósseo no
feto que permanece por toda vida. É principalmente no 3º
trimestre gestacional que as reservas de cálcio do feto são
compostas. (BOSCO, 2010).
Em torno de 30g de cálcio é reservado durante a gravidez, a maior
parte vai para o esqueleto do feto (25g). O excedente é depositado
no esqueleto da mãe, provavelmente estocado para as demandas
de cálcio da lactação. (MAHAN, STUMP, 2012).
9. Outro mineral de suma relevância é o zinco, pois
este participa como componente integral de proteínas ou
cofator enzimático em mais de 300 reações químicas que
compreendem a síntese e degradação de Carboidratos,
Lipídios, Proteína e ácidos nucleicos (COZZOLINO,
2009).
O estado de zinco na gestante pode estar inversamente
relacionado com o grau de suplementação de ferro pré-
natal, já que a ingestão de ferro em excesso reduz a
absorção de zinco (MAHAN, STUMP, 2012 apud IOM
1990).
10. Recomendações nutricionais de micronutrientes durante a
gestação.
• A recomendação diária de vitamina A é de 770 µg (MAHAN,
STUMP, 2012).
• A recomendação total de 80 a 85 mg/dia de vitamina C para
gestantes entre 19 e 50 anos (MAHAN, STUMP, 2012;
BOSCO, 2010; IOM, 2000 e 2004).
• Para mulheres gestantes ou não a AI para a vitamina D é de 5
µg ou 200UL/dia (IOM 1997). As DRIs sugerem uma UL de 50
µg (2.000 UL/dia)
• Para a vitamina B6 a RDA durante a gravidez é de 1,9mg/dia. A
UL para a Vitamina B6 é de 80 a 100 mg/dia (MAHAN,
STUMP, 2012).
• Para o ácido Fólico a recomendação é de 600μg/dia (IOM
2004).
11. • A RDA para ferro durante a gestação é de 27mg/dia (IOM,
2001). A UL é de 45mg/dia (MAHAN, STUMP, 2012).
• É recomendada a ingesta de 1300mg por dia de Cálcio para
adolescentes, já para mulheres com idade entre 19 e 30
anos a recomendação é 1000mg por dia, essa recomendação
é para mulheres com gestação de único feto (BOSCO,
2010).
• Segundo a IOM (2004) a recomendação de Zinco para
gestante de 19 a 50 anos é de 11mg/dia. Durante a gestação,
a recomendação para o zinco é de 11 a 13 mg (IOM, 2001).
12. 3 Metodologia
Levantamento bibliográfico de maneira
descritiva e exploratória, os dados foram coletados a
partir de livros, artigos científicos, textos originais,
revistas, monografias e publicações científicas, a nível
de google acadêmico, scielo e Lilacs, publicados no
período 2009 a 2013, no intuito de examinar, tudo que
já foi escrito sobre o assunto, com base nas
informações obtidas. Este tipo de pesquisa propicia
uma escrita ampla, completa e rica em conteúdo.
13. 4 Resultados e discussão
Observa-se que a maioria das referências expressa
concordância quando refere que os hábitos de alimentação
saudável, e uma gestação onde vitaminas e minerais se fazem
presentes, demonstram ser um fator que irá contribuir para um
bom decorrer da gravidez, e auxiliam para que não ocorra
desenvolvimento de agravos neste período.
14. 5 Considerações finais
A atenção a uma boa nutrição desde o período de pré-
concepção e durante concepção fará grande diferença no decurso
normal da gravidez, e deve ser pontuada pelos profissionais de
saúde durante a participação nas consultas de pré-natal e no
incentivo a uma adequada alimentação.
Portanto conclui-se que o papel da nutrição na prevenção
de deficiências nutricional é de suma importância, já que é
possível atingir a cota diária de alguns micronutrientes apenas com
alimentos, apesar de outros serem difíceis de atingir essa cota e
necessitarem de suplementação. Sendo assim o profissional deve
estar apto para auxiliar na prevenção e na intervenção de carências
nutricionais.
15. BOSCO, Simone Morelo Dal; Terapia Nutricional em Pediatria. São Paulo:
Atheneu, 2010.
COTTA, R.M.M et al. Aspectos relacionados aos hábitos e práticas
alimentares de gestantes e mães de crianças menores de dois anos de idade: o
programa saúde da família em pauta. O Mundo da Saúde. v. 33, n. 3, p.294-
302, ano 2009. Disponível em: http://www.saocamilo-
sp.br/pdf/mundo_saude/69/294a302.pdf Acesso em: 02 abril 2014. Às
18h17min.
COZZOLINO, S; FRANCISCATO, M. Biodisponibilidade de nutrientes. 3ª
edição. São Paulo: Manole, 2009.
FREITAS, E. S. et al. Recomendações nutricionais na gestação. Revista
Destaques Acadêmicos, Porto Alegre, v. 2, n. 3, p. 81-95, ano 2010.
IOM - Institute of Medicine, Food and Nutrition , Washington, DC, 1990,
1997, 2000, 2001, 2004. National Academies Press.
Referências
16. MACEDO A. et al, Suplementação de rotina com ferro na gravidez, Acta
Médica Portuguesa.v.23, n.5, p.785-792. Ano 2010.
MAHAN, L.K; ESCOTT-STUMP, S; RAYMOND, J.L. Krause: alimentos,
nutrição e dietoterapia. 13ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
MCGUIRE, et al. Prevalence and predictors of periconceptional folic acid
up take – prospective cohort study in na Irish Urban.
HumanReproductionv.25, n.2, p.535-543,ano 2010.
SANTOS, E.V. O et al. Estado Nutricional Pré-Gestacional e Gestacional:
uma Análise de Gestantes Internas em um Hospital Público. Revista
brasileira Saúde.v.15, n.4, p.439-446, 2011. Disponível em:
http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rbcs/article/view/10028. Acesso em:
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WHO - World Health Organization.Iron Deficiency Anaemia Assessment,
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<http://www.who.int/nutrition/> Acessado em: 02 de maio 2014 ás 13:45.