O documento discute a tese de que é preferível urinar no banho do que na sanita. Vários argumentos são apresentados de ambos os lados, incluindo analogias, indutivos e dedutivos. Alguns usam premissas falsas. O debate ilustra diferentes tipos de argumentos.
2. • Num trabalho destes (com tanto tempo
para ser melhorado) não se
compreende que haja lacunas (e frases
incompletas) ou vagas.
• Não convinha usar «O», «A», «No»,
«Na» (palavras gramaticais); lemas
deviam ser palavras «lexicais».
3. • Também há algumas frases repetidas
por vários alunos.
4. Padre Vieira dava um sermão
O Padre Vieira proferia um sermão
O Padre Vieira pregava um sermão
9. O cartoon de Luís Afonso foca-se na
tolerância que os portugueses revelam
relativamente ao fenómeno da corrupção,
atestada em estudos recentes, vendo
nessa adesão a própria solução do
problema («se não os podes vencer, [aos
corruptos,] junta-te a eles»).
Também a crónica de Ricardo Araújo
Pereira se centra na complacência com
que a sociedade portuguesa encara a
corrupção, ilustrando-a com o facto de um
10. notório subornador ter sido absolvido. No
entanto, a ironia de RAP dirige-se sobretudo
para o que considera ser o exagerado
formalismo da abordagem judicial.
Ao longo do «Sermão de Santo António», o
Padre Vieira aflora situações que nos mostram
que Portugal sempre foi permeável a práticas
idênticas (alude aos negócios em torno da
morte; à exploração de que eram vítimas os que
iam a julgamento; às injustiças que sofriam os
mais fracos; ao oportunismo dos que estavam
na orla dos poderosos).
(145 palavras)
11.
12. Estar às 8.30 no portão da ESJGF
(ter bilhete de metro)
ou
às 9.40 no Largo da Misericórdia
16. Um sermão de sermões de Padre
António Vieira
Para alguns autores contemporâneos o
Padre António Vieira (“Paiaçú" ou Pai
Grande como lhes chamavam os gentios
no Brasil de seiscentos) foi um pioneiro
e paradigma de interculturalidade. Esta
ideia, estimulante, convida-nos a escutar
excertos de alguns dos sermões que
Vieira escreve afirmando que "melhor é
sustentar do suor próprio, que do
sangue alheio".·
17. PAIAÇÚ é assim um texto síntese de
muitos escritos de Padre António Vieira
em defesa da libertação dos escravos
índios e negros em terras do Maranhão,
no séc. XVII.·
No entanto, as suas palavras são de
uma atualidade perturbante uma vez que
muitas das razões invocadas contra a
libertação dos escravos pelos opositores
a Vieira, são as mesmas que no séc. XXI
18. continuam a justificar a exploração agres-
siva de homens e de mulheres, despedi-
mentos coletivos, atentados à dignidade
humana. Ontem como hoje, as palavras de
Vieira interpelam-nos a meditar sobre a
nossa capacidade de respeitar os
sentimen-tos, direitos, diferenças daqueles
que convivem connosco quotidianamente.
A palavra, que o Teatro preserva e
acarinha, é assim também para nós,
artistas, o que foi para Vieira, padre: uma
semente. Que, em crescendo, se
transforma e transforme cada homem que a
receba.
19.
20. No episódio 1 é discutida a tese «É
preferível urinar-se no banho a fazê-lo na
sanita». Nesse «Debate Tipo Prós &
Contras», a referida tese é defendida por
uns (Busto, Nélson) e refutada por
outros (Renato, Bussaco, Bruno).
21. Os «argumentos» — na verdade,
não se trata de argumentos bem
formulados mas podemos reconstituir as
premissas em que se fundariam — em
apoio ou em prejuízo da tese (ou mesmo
um pouco à margem daquela precisa
discussão) podem exemplificar a
tipologia apresentada em «Alguns tipos
de argumentos»:
22. Faço na mata porque o chichi também é
natureza (Bussaco)
argumento por analogia
Mata integra natureza
Chichi integra natureza
Chichi deve fazer-se na mata
23. Faço no duche porque uma vez saí do
banho para fazer chichi e, quando voltei
para o banho, já não havia água (Nélson)
argumento indutivo
24. Não havia água porque puxaste o
autoclismo (Renato)
argumento indutivo
25. Se não puxasse, ficava a casa de banho a
cheirar a chichi (Nélson)
argumento dedutivo
Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho
cheirará mal.
Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na
retrete.
Se não puxar o autoclismo, a casa de banho
cheirará mal.
26. Se se fizer chichi no banho, poupam-se
descargas de autoclismo (Busto)
argumento dedutivo
27. Ao contrário da água dos autoclismos,
que vai para o mar, a do duche volta a
ser distribuída; por isso, se se fizer
chichi no duche, beberemos a nossa
própria urina (Bruno)
argumento dedutivo, assente em
premissa falsa
28. A água com detergente das casas de
banho vai para a piscina, porque a
piscina tem um cheiro característico e é
azul, e a água com detergente tem um
cheiro característico e é azul (Nélson)
argumento indutivo (ou por analogia?)
29. No episódio 3, Renato alega que
«uma vez, um homem morreu depois de
ter bebido por latas com urina de rato», o
que constitui um argumento indutivo (se
isso aconteceu uma vez, é de prever que
aconteça assim mais vezes).
30. Falta-nos um exemplo de argumento
de autoridade, mas podíamos inventá-lo:
«Saiu um texto na revista Saúde &
Ciência que diz que é perigoso beber em
contacto com as latas».
31. Finalmente, vejamos se as
características do registo linguístico
eram as do texto argumentativo. Surgiam
conectores de causa-consequência
(«porque», «por isso», «e assim», «se»),
contrastivos («mas»), confirmativos
(«pois é», «claro que é»). O verbo
predominante no enunciado da tese era,
com efeito, «ser».
32. Ouvimos também verbos
declarativos ou que poderiam introduzir
atos ilocu-tórios assertivos («eu assumo
que», «quero acreditar que», «acho que»).
E é verdade que o tempo mais usado era
o Presente do Indicativo.
33.
34. TPC
Estuda as funções sintáticas que já
demos (ao nível da frase e internas ao
grupo verbal), lendo as páginas de
gramática que destaco no blogue (e
relanceando também o Caderno de
Atividades, pp. 26-28).