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Ilydio Pereira de Sá
       Geraldo Lins
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   2

                             MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO

                  1ª PARTE: SEQÜÊNCIAS E PROGRESSÕES

          PARTE I - PROGRESSÕES ARITMÉTICAS (PA)
                                              1) INTRODUÇÃO

Observe as seguintes situações, tiradas de situações do cotidiano ou de diversos ramos da
própria matemática:

           1. Vinícius tem, guardados em seu cofrinho, 350 reais. Resolveu, a partir desse
              momento, fazer uma poupança de forma que colocaria no cofrinho um real no
              primeiro dia, dois no segundo, três no terceiro...e assim sucessivamente, até
              o 30º dia. Quanto ele terá em seu cofrinho, passados os 30 dias?
           2. A população de uma cidade cresce 2% a cada ano. Se em 1990 a população
              era de 25 000 habitantes, quantos serão os habitantes dessa cidade, em
              2007, mantida a mesma taxa de crescimento anual?
           3. Observe a seqüência abaixo:
                                                                                        .
                                                              .                    . .
                                    .                      . .                    . . .
             .                   . .                    . . .                  . . . .
           1              3                6                 10
Esses números são chamados de números triangulares (veja a disposição e a
quantidade de pontos de cada termo). Qual será o décimo termo dessa seqüência?

Problemas como os que apresentamos acima, que envolvem seqüências especiais,
serão facilmente resolvidos com as técnicas que estudaremos no capítulo das
progressões aritméticas e das progressões geométricas.

Quando escrevemos qualquer quantidade de números, um após o outro, temos o que
chamamos de seqüências. As seqüências são, freqüentemente, resultado da observação de
um determinado fato ou fenômeno.
Imagine, por exemplo, que uma pessoa acompanhasse a variação do dólar (compra) nos
primeiros dez dias (úteis) do mês de abril de 2003. Vejamos o resultado de sua pesquisa na
tabela a seguir:
                    Dia útil       Dólar                  Dia útil       Dólar
                 (Abril de 2003) (Compra)              (Abril de 2003) (Compra)
                         1              R$ 3,335                6             R$ 3,164

                         2              R$ 3,278                7             R$ 3,184

                         3              R$ 3,255                8             R$ 3,214

                         4              R$ 3,246                9             R$ 3,213

                         5              R$ 3,171               10             R$ 3,181
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Verifique que os valores listados, que possuem uma certa ordenação, constituem uma
seqüência. Convenciona-se designar por uma letra minúscula qualquer (normalmente a) a
qualquer um dos termos de uma seqüência, usando como índice um número que denota a
posição do termo na seqüência. Assim, a notação a1 representa o primeiro termo da
seqüência, que no nosso exemplo do dólar é o valor 3,335. A notação a10 representa o
décimo termo e assim sucessivamente.
        Quando desejamos falar sobre um termo qualquer de uma seqüência, escrevemos
        an.
Você pode usar as seqüências para registrar diversas observações, como a produção de
uma fábrica em cada mês, o número de telefonemas que você dá por dia, a taxa de
inflação mensal etc. No exemplo que mostramos, da variação do dólar, não teríamos como
saber, por exemplo, a sua cotação no dia 15, ou no dia 20, já que a seqüência é variável e
depende de diversos fatores não previsíveis.
Em nosso curso vamos estudar umas seqüências muito especiais. Por sua regularidade,
conhecendo alguns termos, podemos calcular qualquer outro. A primeira delas chama-se
Progressão Aritmética. Uma progressão aritmética é uma seqüência na qual, dado um
primeiro termo, obtemos todos os outros acrescentando sempre a mesma quantidade. Por
exemplo, vamos partir do número 7 e acrescentar 3, diversas vezes:
              7    10    13    16    19     22 ...
               +3 +3       +3    +3    +3

O valor que acrescentamos a cada termo para obter o seguinte chama-se razão (R).
Portanto, nesse exemplo, temos: a1 = 7 e R = 3.

Veja agora outros exemplos de progressões aritméticas e suas classificações:
       3, 7, 11, 15, 19, 23 ...
Temos R = 4. Uma progressão crescente.
       9, 7, 5, 3, 1, - 1, - 3, - 5, ...
Temos R = - 2. Uma progressão decrescente.

      4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, ...
Temos R = 0.
… uma progressão estacionária.

Você já deve ter percebido que é muito fácil sabermos o valor da razão de uma progressão
aritmética. Como a razão é a quantidade que acrescentamos a cada termo para obter o
seguinte, podemos dizer que: A razão de uma progressão aritmética é a diferença entre
qualquer termo e o anterior, a partir do segundo termo.

Assim, retomando os três últimos exemplos, temos:
na 1a. progressão:
R=7 -3=4
R = 11 -7 = 4
R = 15 - 11 = 4 etc.

na 2a. progressão:
R=7-9=-2
R = 5 - 7 = - 2 etc.

na 3a. progressão:
R=4-4=0
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                        2) FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA P.A

Passemos então a generalizar o que vimos nos exemplos. Considere a seguinte progressão
aritmética (de agora em diante representada por PA) de razão R:
a1    a2     a3   a4   a5 a6 .... an
 +R + R + R + R + R + R ....

Suponha que você conhece o primeiro termo (a1), e a razão (R). Como faremos para
calcular qualquer outro termo? Observe as igualdades:
              a2 = a1+ R
              a3 = a1 + 2R
              a4 = a1 + 3R
              a5 = a1+ 4R
              ...................
              a10 = a1 + 9R
Vemos então que, para calcular um termo qualquer (an) é preciso somar ao 1º termo, (n -1)
vezes a razão, ou seja:

Fórmula do termo geral:                            an = a1 + (n - 1).R

Para entender bem o que estamos fazendo, imagine que você está no 1º degrau de uma
escada e deseja chegar ao 10º. Quantos degraus deve subir? É claro que são 9.
Se você está no 1º degrau e deseja chegar ao 25º, quantos deve subir? Deve subir 24,
lógico. Então, para chegar ao degrau número n, devemos subir (n -1) degraus.
Observe a aplicação dessa fórmula nos exemplos seguintes.

EXEMPLO 1: Qual é o trigésimo (30º) termo da progressão aritmética: 10, 17, 24, 31, 38, ...?

Solução: A razão da progressão é R = 17 -10 = 7 e o primeiro termo é a1 = 10. Desejamos
calcular o trigésimo termo, ou seja, a30.
A partir da fórmula do termo geral: an = a1 + (n - 1)R
Substituindo a letra n por 30, obtemos:
a30 = a1 + 29.R
Daí, a30 = 10 + 29 . 7
a30 = 213
Portanto, o trigésimo termo da progressão dada é 213.


EXEMPLO 2: Um aluno escreveu todos os números ímpares desde 17 até 63. Quantos
números ele escreveu?
Solução: A progressão desse exemplo é a seguinte:
17, 19, 21, 23, ..., 63.
O primeiro termo é 17, o último termo é 63 e a razão é 2. Escrevemos então:
        a1 = 17
        an = 63
        R=2
Substituindo esses valores na fórmula do termo geral, calcularemos n que é o número de
termos da progressão:
an = a1 + (n - 1).R
63 = 17 + (n - 1). 2
63 - 17 = 2n - 2
46 = 2n - 2
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48 = 2n
n = 24
A progressão tem, portanto, 24 termos.

EXEMPLO 3: Escreva a P.A obtida, quando inserimos 5 números entre 1 e 25?
Nesse caso, estamos querendo formar uma P.A, com sete termos, sendo que os extremos
são os números 1 e 25. Esse tipo de problema é o que chamamos de INTERPOLAÇÃO
ARITMÉTICA. É claro que o que falta obter é a razão desta P.A.
(1, __, __, __, __, __, 25).

an = a1 + (n - 1).R ou
a7 = a1 + 6. R ou 25 = 1 + 6.R ou ainda 24 = 6. R, o que acarreta R = 4. Logo, a P.A
procurada é: ( 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25)

EXEMPLO 4:
Em janeiro, de certo ano, Lídia estava ganhando R$ 270,00 por mês. Seu patrão prometeu
aumentar seu salário em R$ 8,00 todos os meses. Quanto Lídia estará ganhando em
dezembro do ano seguinte?

Solução: Se o salário de Lídia aumenta R$ 8,00 todos os meses, então a seqüência dos
salários é uma progressão aritmética de razão igual a 8.

Vamos Montar uma tabela, para melhor entender a situação:
     janeiro _ a1 = 270,00
     fevereiro _ a2 = 278,00
     ............................................
     ............................................
     dezembro _ a12 =
     janeiro _ a13 =
     ............................................
     ............................................
     dezembro _ a24 = ?
     Logo, o que queremos é o valor do 24º termo dessa P.A. Usando a fórmula do termo
     geral, teremos:
     a24 = a1 + 23.R
     a24 = 270 + 23.8
     a24 = 270 + 184
     a24 = 454
     Portanto, com esses pequenos aumentos mensais, Lídia estará ganhando, em
     dezembro do ano seguinte, R$ 454,00.


"Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o
verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes."
                          (Gilbert Keith Chesterton, escritor inglês)
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         3) ALGUMAS PROPRIEDADES DAS PROGRESSÕES ARITMÉTICAS

A) Propriedade Fundamental de uma P. A

Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. A, o termo do meio será igual à
média aritmética dos outros dois.
                                                                                                          x+z
Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.A, teremos que                          y=          . Essa
                                                                                                           2
propriedade decorre da própria definição da P.A, onde as diferenças entre dois termos
consecutivos devem ser iguais.
                                                                                 x+z
De fato, se y – x = z – y , isso acarretará que 2y = x + z ou               y=       .
                                                                                  2
EXEMPLO 5: Sabendo-se que ( 2x, 4x – 10, 4x , ...) são os três primeiros termos de uma
P.A, obtenha:

   a) o valor de x
   b) o valor da razão da P. A
   c) o valor do 25º termo dessa mesma P. A
Solução:
De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. A,
                          2x + 4x
teremos:   4x - 10 =              = 3x . Logo, teremos x = 10. (pergunta a).
                             2
b) Se x = 10, então os três primeiros termos da P.A serão (20, 30, 40) e fica fácil perceber
que a razão é igual a 10.

c) a25 = a1 + 24. R, logo, a25 = 20 + 24. 10 = 20 + 240 = 260.

B) Propriedade dos Termos Eqüidistantes.

Numa P.A finita, a soma de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual à soma dos
extremos.
Exemplo:




           9 + 11 = 7 + 13 = 5 + 15 = 3 + 17 = 20

Poderemos fazer a demonstração para o caso geral: (a1, a2, a3... ap, ... aq,.......... an)
                                                                    __ p termos__        __ p termos__

Verifique que entre o primeiro termo e o termo ap existem p termos e entre o termo aq o
termo an também existem p termos. Por isso esses termos são denominados de
eqüidistantes dos extremos. Temos que provar que a soma desses dois termos (ap + aq ) é
igual à soma dos dois extremos da P.A (a1+ an).

De fato, ap = a1+ (p – 1).r e an= aq + (p – 1).r ...logo:

ap – an= a1+ (p – 1).r – (aq + (p – 1).r) = a1+ pr – r – aq – pr + r
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ap – an= a1 – aq ou então ap + aq= a1 + an o que demonstra a nossa propriedade.


C) O Gráfico de uma P.A

Podemos visualizar os termos de uma progressão aritmética por meio de um gráfico como
este:




Os valores dos termos são representados pelas barras verticais que formam o desenho de
uma escada. Nessa escada, a altura de cada degrau é a razão da progressão aritmética.

D) Uma outra fórmula (Recorrência)

Imagine que você se encontra no 3º andar de uma escada e que deseja atingir o 9º andar.
Quantos andares você terá de subir? É claro que a resposta é 6 andares. Isso, em
linguagem matemática pode ser representado por: a9 = a3 + 6 . R.
De modo geral, se estamos no degrau de número n e desejamos chegar ao degrau de
número m, devemos subir (m – n) degraus. No caso da P. A, teremos uma outra maneira
mais geral de escrever a fórmula, relacionando dois termos quaisquer e não
obrigatoriamente como primeiro termos. Ë a seguinte fórmula: am = an + (m – n) . R.

Exemplo 6:
A mesada de Luciana aumenta todos os anos de um valor constante de reais, combinado
com o seu pai. Sabemos que no 5º ano após o acordo, a mesada estava em R$ 80,00 e que
no 8º ano estava em R$ 110,00. Qual era o valor da mesada de Luciana no início desse
acordo?

Solução: Pelo que vimos na fórmula anterior, poderemos relacionar diretamente os valores
do 8º e do 5º ano de mesada.
a8 = a5 + 3 . R

Substituindo os valores conhecidos, temos:
110 = 80 + 3R, logo, teremos que 3. R = 30 ou R= 10.
Podemos agora, relacionar um desses termos (o 5º ou o 8º) com o primeiro e determinar o
valor da mesada de Luciana no início do acordo (no primeiro ano de acordo)
a5 = a1 + 4 . R ou 80 = a1 + 4.10 ou a1 = 40.
Resposta: No início (e durante todo o primeiro ano) a mesada de Luciana era de R$ 40,00.
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                             EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 1)

1) Uma criança está brincando com palitos de fósforo. Observe o que ela está fazendo.




Se ela continuar construindo seguindo o mesmo critério usado até agora, quantos
quadrados ela terá construído com 250 palitos?

2) Achar três números em P. A e tais que a soma do primeiro com o terceiro seja 12 e o
   produto do primeiro pelo segundo seja 24.

3) Um corpo em queda livre, partindo do repouso, cai 16 m durante o primeiro segundo, 48
   m durante o segundo, 80 m durante o terceiro, etc. Calcular a distância que cai no
   15o.segundo.

4) O perímetro de um triângulo retângulo é 60 m e os seus lados formam uma P. A.
   Determine a área desse triângulo.

5) Qual o primeiro termo de uma P.A, de 49 termos, se o último termo vale 28 e a sua
   razão é igual a ½?

6) Quantos números inteiros existem, entre 84 e 719, e que são múltiplos de 5?

7) Quantos números inteiros existem, de 13 até 902, e que NÃO são múltiplos de 3?

8) Qual a razão da P.A obtida quando inserimos 4 termos(meios aritméticos) entre 9 e 24?

9) (UNESP) Duas pequenas fábricas de calçados A e B têm fabricado, respectivamente,
   3000 e 1100 pares de sapatos por mês. Se, a partir de janeiro, a fábrica A aumentar
   sucessivamente a sua produção em 70 pares por mês e a fábrica B aumentar
   sucessivamente a sua produção em 290 pares por mês, a partir de que mês a produção
   da fábrica B vai superar a produção da fábrica A?

10) Escreva uma P.A (crescente), de três termos, sabendo que a soma desses termos vale
    12 e que a soma de seus quadrados vale 80.

11) Os 3 termos de uma seqüência são proporcionais aos números 3, 5 e 9. Somando 4 ao
    termo do meio, a nova seqüência formada é uma P.A. Determine a seqüência inicial.

                                  1 5 3 7
12) Considere a seqüência ( ,        , , , ...) . Determine seus três próximos termos.
                                  2 8 4 8

13) Seja uma P.A de 7 termos e razão igual a R. Se retirarmos o segundo, o terceiro, o
    quinto e o sexto termos, teremos uma outra P.A, de razão ...

14) Em uma P.A o primeiro termo é igual a 0,402 e o segundo termo é igual a 0,502. Qual o
   valor do décimo termo dessa progressão?

15) Quantos termos possui uma P.A cujo primeiro termo é igual a 10x – 9y, o último é igual a
    y e a razão é igual a y – x (sendo y x)?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   9
    4) SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO ARITMÉTICA
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O texto anterior, extraído da revista Galileu Especial (Eureca), de abril de 2003, nos
mostra de uma forma simples como que o matemático alemão, Gauss, ainda criança,
conseguiu de forma genial uma prova para a soma dos termos de uma P.A. É claro que o
que está na reportagem não é uma demonstração rigorosa, nem genérica, mas, com auxílio
das propriedades que estudamos anteriormente, podemos aproveitar a idéia de Gauss e
deduzirmos tal fórmula. Vejamos:

Consideremos a soma S, de todos os termos de uma P.A (finita, é claro).

S = a1 + a2 + a3 + ........ + an                    2   + an 1 + an
É claro que tal soma não modificará, como fez Gauss, se a escrevermos em outra ordem.
Vamos escrever a mesma soma, de trás para frente:

S = an + an         1   + an    2   + ........ + a3 + a2 + a1
Se somarmos essas duas expressões, teremos:

2S = (a1 +an ) + (a2 + an 1 ) + (a3 + an                    2   ) + ........ + (an + a1 )
Já vimos anteriormente que todas essas somas, de termos eqüidistantes dos extremos, são
iguais à soma dos próprios extremos. Logo, a segunda parte da expressão obtida pode ser
substituída                                                                         por
 (a1 +an ) + (a1 +an ) + (a1 +an ) + ..... (an + a1 ) = n . (a1+an )

                                             (a1 + an ) . n
Logo, chegamos finalmente a,           S=                         que é a fórmula clássica para obtermos
                                                  2
a soma dos termos de uma progressão aritmética.

    UMA CURIOSIDADE... (adaptado de Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho)

Podemos visualizar o que está ocorrendo durante a soma dos termos de uma P.A
associando à uma progressão aritmética a idéia de uma “escada”. Vejamos essa situação
para uma P.A de sete termos.




Estamos querendo calcular a soma dos comprimentos de todos esses degraus. Vamos usar
do mesmo artifício usado pelo nosso brilhante Gauss.

Imaginemos duas dessas “escadas” (uma delas invertida) e acopladas.
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Observando a figura, constatamos algo que já sabíamos – que as somas a1 + a7 , a2 + a6 ,
a3 + a5 , ... são todas iguais. Logo, podemos somar da seguinte forma:




                                                           (a1 + a 7 ) . 7
Dessa forma, temos 2S = (a1 + a 7 ) . 7 ou S =
                                                                2

Acredito que a “visualização” acima mostrada, bem como a história de Gauss (Revista
Galileu Especial) facilitarão que você se lembre de como proceder para somar todos os
termos de uma progressão aritmética.

Exemplo 7: Qual a soma dos 50 primeiros termos de uma P.A na qual a6 + a45 = 160?

Solução: Pela fórmula que acabamos de deduzir, sabemos que a soma dos 50 primeiros
                                    (a1 + a50 ) . 50
termos de uma P.A. é dada por: S =                   mas, como sabemos que a1 + a50 = a6
                                           2
                                (160) . 50
+ a45 = 160, teremos então: S =            = 4000
                                    2
Exemplo 8: Ao se efetuar a soma de 50 parcelas em progressão aritmética, 202 + 206 +
210 + ..., por distração não foi somada a 35ª parcela. Qual a soma que foi encontrada, por
engano?

Solução: Observamos que a razão da P.A é igual a 4 e que o primeiro termo é 202. Logo, já
podemos obter os valores da 35ª e da 50ª parcelas, necessárias à solução do problema.

Cálculo da 35ª parcela a35 = a1 + 34 . R = 202 + 34 . 4 = 338 (que terá de ser descontada do
total, já que ela foi “esquecida”).
Cálculo da 50ª parcela a50 = a1 + 49 . R = 202 + 49 . 4 = 398
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   12
                                    (a1 + a50 ) . 50   (202 + 398) . 50
Soma das 50 parcelas = S =                           =                  = 15000
                                           2                  2
Soma que foi encontrada, com a falta da 35ª parcela = 15 000 – 338 = 14 662

                     PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E CALCULADORAS
                      (De: Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho)




                                  Hoje em dia, todos nós usamos uma máquina simples
                                  para facilitar nossos cálculos: a máquina de calcular.
                                  Além de realizar as quatro operações (soma,
                                  subtração, multiplicação e divisão), a máquina calcula
                                  raiz quadrada e tem memória. Vamos ver uma forma
                                  interessante e simples de usar a calculadora para
                                  facilitar o trabalho com progressões aritméticas.




Como exemplo, vamos considerar a progressão aritmética de razão R = 7, começando em
a1 = 9. Para visualizar quantos termos você quiser, digite:




A primeira vez que você acionar a tecla = a máquina vai mostrar o termo 16 (segundo termo
da P.A). Nas outras vezes que você acionar a tecla =, sucessivamente, o visor da máquina
mostrará: 23, 30, 37, 44, ...até o termo que você desejar.

A máquina de calcular também soma os termos de uma progressão aritmética. Se não
forem muitos os termos que precisamos somar, o uso da calculadora é bastante eficiente.
Vamos mostrar, como exemplo, como obter a soma dos 5 primeiros termos de uma PA, cujo
primeiro termo é 15,86 e cuja razão é 0,17.
Para obter os 5 termos, procedemos como no exemplo anterior. Devemos apenas, após
cada termo que aparecer no visor, apertar a tecla M+ . Isto faz com que os termos da
progressão sejam acumulados na memória da calculadora.
Depois que você apertar pela quinta vez a tecla M+ , aperte a tecla MR e a soma dos 5
termos da progressão aparecer· no visor.
O esquema da operação que vamos fazer é o seguinte:




Iniciando por 15,86 e usando a razão 0,17, você irá obter o valor 81 para soma dos 5
primeiros termos da progressão.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   13
                         EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 2)

1) Calcule a soma de todos os números naturais ímpares de dois algarismos.

2) Em uma casa de campo existem, ao longo da cerca, uma torneira e 18 roseiras. A
   torneira está a 15 m da primeira roseira e o espaço entre as roseiras é de 1 m.




O jardineiro tem apenas um balde. Ele enche o balde na torneira, rega a primeira roseira,
volta para encher o balde, rega a segunda roseira, e assim por diante. Após regar a
décima oitava (18ª) roseira ele retorna para deixar o balde junto à torneira. Qual foi a
distância total percorrida pelo jardineiro?

3) Sendo x um número real, não nulo, calcule o valor da expressão:

                                 53        50        47        44
                            x         .x        .x        .x        .....x 7
4) Calcular a soma de todos os termos de uma P.A cujo primeiro termo é 4, o último
   termo é 46 e a razão é igual ao número de termos.

5) Obtenha a soma dos termos de uma P.A crescente, cujos dois primeiros termos são
                          2
   as raízes da equação x – 10x + 24 = 0. O número de termos dessa progressão é o
   dobro do valor do segundo termo.

6) Um ciclista percorre 20 km na primeira hora de prova, em seguida percorre 17 km na
   segunda hora (ou seja, 37 km em 2 horas) e prossegue sempre dessa forma,
   percorrendo 3 km a menos nas próximas horas de percurso. Quanto tempo ele levou
   para percorrer um total de 77 km?
7) Obtenha a razão de uma P.A de 11 termos, cuja soma dos termos é 176. Sabemos
   que esta razão é positiva e que a diferença entre os dois termos extremos é igual a
   30.

8) Colocando-se 1540 estudantes em fila, com 1 estudante na primeira fila, 2
   estudantes na segunda, 3 estudantes na terceira e assim sucessivamente, formamos
   um triângulo. Quantas filas tem essa formatura?

9) (UFRJ) Um painel contêm lâmpadas vermelhas e azuis. No instante inicial (t0 = 0)
   acendem-se, simultaneamente, uma lâmpada vermelha e 43 azuis. A partir daí, de 2
   em 2 segundos, acendem-se as lâmpadas vermelhas e apagam-se as azuis. O
   número de lâmpadas vermelhas acesas cresce em progressão aritmética de razão
   igual a 4 e o de azuis decresce em progressão aritmética de razão –3. Em
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins        14
      determinado instante teremos a mesma quantidade de lâmpadas vermelhas e azuis
      acesas. Quantas lâmpadas de cada cor estarão acesas nesse momento?

   10) Para escrever seus contos um escritor procede da seguinte maneira: escreve no
       primeiro dia de trabalho 20 linhas, e nos dias seguintes, escreve o número de linhas
       do dia anterior, acrescido de 5 linhas. Seu último conto tem 17 páginas, e em cada
       página 25 linhas. Calcule em quantos dias esse conto foi escrito.


                                             GABARITOS

                                                 SÉRIE 1
                                                                                     2
       01) 83       02) 4, 6, 8                  03) 464 m            04) 150 m                05) 180
      06) 127        07) 594                       08) 3              09) outubro            10) (0, 4, 8)
   11) 12, 20, 36 12) 1, 9/8, 5/4                 13) 3R               14) 1,302                15) 11

                                                 SÉRIE 2
                                                         -483
      01) 2475            02) 846 m               03) x                  04) 175                05) 180
       06) 7 h            07) R = 3                08) 55                 09) 25                 10) 10




"Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer.
 E, provavelmente, aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta."
                               (Samuel Smiles)
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   15
      MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO – PROF. ILYDIO PEREIRA DE SÁ
                   SEQÜÊNCIAS E PROGRESSÕES

        PARTE II - PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS (P.G)
                                              1) INTRODUÇÃO

Consideremos agora a seguinte situação: uma mercadoria, que em 1990 custava 100 reais,
teve seu preço reajustado nos 4 anos seguintes, sob taxa de 10% ao ano, sobre o preço do
ano anterior. Vejamos uma tabela representativa desses preços:
                                       Ano                      Preço (R$)
                                       1990                         100,00
                                       1991                         110,00
                                       1992                         121,00
                                       1993                         133,10
                                       1994                         146,41

Se você pegar sua calculadora e dividir os valores de dois termos consecutivos dessa
seqüência, vai observar agora que os quocientes dessas divisões serão todos iguais.
Vejamos:
110 : 100 = 1,10   121 : 110 = 1,10 133,10 : 121 = 1,10 146,41 : 133,10 = 1,10

Se lembrarmos que o número decimal 1,10 corresponde a 110/100 ou 110%, constataremos
que cada preço está sendo reajustado em 10% sobre o preço do ano anterior.

Esse tipo de seqüências, onde cada termo (a partir do segundo) é obtido através da
multiplicação do termo anterior por um fator fixo, denominado razão (q), é o que chamamos
de Progressão Geométrica (PG) e que estudaremos nesse capítulo.

Valem para as progressões geométricas as mesmas notações e convenções que usamos
para as progressões aritméticas: a1 para o primeiro termo; an para o termo geral...etc. A
única diferença de notação que usaremos é que, neste caso, denotaremos a razão por q e
não R, como fizemos anteriormente, pois a razão agora é obtida pela divisão de dois termos
consecutivos da seqüência, e, você sabe que o resultado de uma divisão é denominado
quociente.

Vejamos um exemplo inicial, para fixarmos o que já mostramos. Imagine uma progressão
geométrica, de razão igual a 2, começando no número 3.




                                          x
Perceba que, se fosse uma progressão aritmética, de razão igual a 2, começando no três, o
crescimento seria bem mais lento: 3   5    7     9    11 13 15 17          21    ...

                                              +2 +2 +2 +2 +2 +2 +2                            +2
Você pode perceber, claramente, a mensagem que existe em frases do tipo: “A produção
de alimentos cresce em progressão aritmética, enquanto a população mundial cresce
em progressão geométrica”.


Podemos então resumir que uma P.G é uma seqüência onde cada termo, a partir do
segundo, é obtido pelo produto do termo anterior por um fator fixo, denominado razão.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   16
Podemos ainda afirmar que: A razão da PG é igual a qualquer termo dividido pelo anterior.
Em nosso estudo, por motivos práticos, nos deteremos nas progressões geométricas de
razões positivas (que é o que ocorre na grande maioria dos exemplos práticos) e, podemos
usar a seguinte classificação para as P.G.




Ou seja, se a razão é superior a 1, a progressão geométrica é crescente, se a razão é
inferior a 1 (e positiva, como já combinamos), a progressão geométrica é decrescente e se
a razão é igual a 1, a progressão é dita estacionária.

OBS: É claro que existem progressões geométricas, normalmente teóricas, cuja razão
é negativa. Essas progressões, pelo fato de ter razão negativa, terão seus termos
variando de sinal e são ditas oscilantes.

                        2) FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA P.G

Vamos usar um raciocínio semelhante ao que vimos para as progressões aritméticas.




Podemos, dessa forma, inferir que a fórmula para o cálculo de um termo qualquer de uma
P.G é:

                                     n      a = a .q
                                            1
                                                ( n 1)

FATO CURIOSO: Se você comparar as definições dos dois tipos de progressões que
estamos estudando (aritméticas e geométricas), observará que o que na P.A é uma soma,
na P.G se transforma em uma multiplicação. O que na P.A é uma multiplicação (ou soma de
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   17
parcelas iguais), na P.G é uma potenciação (ou multiplicação de fatores iguais). Se lembrar
também que a razão da P.A é indicada por R, enquanto que a da P.G é indicada por q, terá
um poderoso artifício para transformar as propriedades e fórmulas obtidas para a P.A, para
as propriedades e fórmulas da P.G.

Comparemos as fórmulas dos termos gerais, da P.A e da P.G:
                                             Verifique, a fórmula da P.A se transforma na da P.G,
P.A          an = a1 + R. (n - 1)
                                             bastando substituir a soma por produto, a razão R, por q e
P.G          a n = a 1.q( n   1)
                                             o produto por uma potência.

Mas, mesmo sabendo essas fórmulas, é muito mais importante do que elas saber que,
como numa escada, quantos “saltos” devemos dar para ir de um termo ao outro. Somando
sempre um valor fixo, no caso da P.A e multiplicando sempre um valor fixo, no caso da P.G.

Cabe ainda ressaltar que, a fórmula da P.G pode ser escrita a partir de um termo inicial que
denotaremos por a0 o que se mostrará bastante vantajoso em diversos exemplos práticos
que mostraremos, como na biologia e na matemática financeira. Nesses casos, a fórmula
assumirá o seguinte aspecto:
a n = a 0 .qn

Exemplo 1: (Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho)




Você poderia (e deve) resolver diretamente essa questão, lembrando que do primeiro termo,
ao décimo segundo, teríamos 11 saltos da dar e, como se trata de uma P.G, era só
multiplicar o primeiro termo pela razão elevada ao expoente 11.

Exemplo 2:
Quantos termos tem a P.G (1, 3, 9, ...2187) ?

Solução:
Verificando que a razão é igual a 3 e, usando a fórmula do termo geral, teremos:
                                   (n – 1)              7
a n = a 1.q( n   1)
               ou ainda 3      = 2187 = 3 . Esse tipo de equação que obtivemos, onde a
incógnita se encontra no expoente, chamamos de equação exponencial e, como temos uma
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   18
igualdade de potências de mesma base, é claro que seus expoentes terão de ser iguais,
logo, n – 1 = 7, o que acarreta n = 8.

Exemplo 3: (Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho)
Existem bactérias que se reproduzem de forma extremamente rápida. Um exemplo é a
bactéria que causa a sífilis (chamada treponema pallidum): cada uma delas se transforma
em 8 iguais, no período de 1 hora. Se uma bactéria desse tipo começa a se reproduzir,
quantas elas serão 12 horas depois, supondo que nenhuma delas tenha morrido?

Solução: A população dessas bactérias forma uma P.G.
Momento inicial a1 = 1
1 hora depois a2 = 8
2 horas depois a3 = 64
..................................

Como estamos querendo a quantidade de bactérias 12 horas depois do início, temos que
obter o 13º termo dessa progressão geométrica. Logo, aplicando a fórmula do termo geral,
teremos:

               12                     12
a13 = a1 . q             ou a13 = 1 . 8    = 68 719 476 736 bactérias.


Exemplo 4:

(ITA) Obtenha os valores de x e y, de modo que a seqüência seja uma P.G (2, x, y, 1458)

Solução:
Verificamos que o primeiro termo é igual a 2 e que o quarto termo da P.G é igual a 1458.
Logo, aplicando a fórmula do termo geral, teremos:
                                                3          3             6     3
a n = a 1.q( n      1)
                          ou ainda 1458 = 2.q . Assim, q = 729 = 3 = 9 .
                                                      3    3
Nesse caso, temos uma equação do tipo q = 9 , o que acarretará que q = 9.

Dessa forma, podemos agora completar a progressão:
(2   18 162 1458)
   x9 x9       x9

Conclusão: x = 18 e y = 162.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   19
                 CALCULADORAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS




                      (De: Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho)

Exemplo 5:
Sr. Gastão aplicou R$ 1000,00 num investimento que valorizava o seu dinheiro 2% ao mês.
Quanto ele vai ter, 4 meses após o início da aplicação?

Solução:
Esse tipo de situação, da Matemática Comercial e Financeira, é o que denominamos
JUROS COMPOSTOS ou JUROS SOBRE JUROS formará sempre uma Progressão
Geométrica, como vimos no exemplo da introdução, a razão dessa P.G é o que
denominamos FATOR DE CORREÇÃO. Nesse exemplo, o fator de correção será igual a
1,02, pois 100% + 2% corresponde a 102% ou 1,02. Logo, teremos de calcular o resultado
                4
de 1000 . (1,02) . Na calculadora basta fazer 1,02 x 1000 = = = = 1082,43.

O que vimos no exemplo acima é um dos grandes usos das progressões em nossa
vida – a Matemática do Dinheiro. As progressões geométricas podem (e devem) ser
observadas como uma seqüência de termos com taxa de variação constante (seja
para aumento ou para redução).


       3) ALGUMAS PROPRIEDADES DAS PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

A) Propriedade Fundamental de uma P. G

Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. G (de razão positiva), o termo do
meio será igual à média geométrica dos outros dois.
Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.G, teremos que y = x.z . Essa
propriedade decorre da própria definição da P.G, onde o resultado (quociente) das divisões
entre dois termos consecutivos devem ser iguais.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   20
                 y z
De fato, se       = , isso acarretará que y 2 = x.z ou ainda y = x.z .
                 x y
Essa propriedade poderia também ser obtida diretamente da propriedade similar da P.A,
bastando fazer as substituições das operações correspondentes.

EXEMPLO 6: Sabendo-se que ( x - 2, 2x + 1, 5x + 10 ...) são os três primeiros termos de
uma P.G crescente, obtenha:

         d) o valor de x
         e) o valor da razão da P. G
         f) o valor do 6º termo dessa mesma P. G

Solução:
De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. G,
teremos: 2x + 1 = ( x 2).(5 x + 10) . Dessa forma, (2x + 1) 2 = ( x 2).(5 x + 10) .
     2                 2
4x + 4x + 1 = 5x + 10x – 10x – 20
 2
x – 4x – 21 = 0. Resolvendo essa equação, obteremos os resultados 7 e –3. Como a P.G é
crescente, logo, a resposta válida será o valor que gerar uma razão maior do que 1.
       • vejamos a opção x = 7, teremos a seguinte P.G (5, 15, 45), que atende à
           condição do problema.
       • Vejamos agora a opção x = -3, teremos a seguinte P.G (-5, -5, -5)...que não
           atende ao nosso problema.

Logo a resposta da primeira pergunta é x = 7.
b) a razão da nossa P. G é q = 3 (15 : 5)
c) o sexto termo da P.G será:
a 6 = a1.q 5 = 5.3 5 = 1215

B) Propriedade dos Termos Eqüidistantes.

Numa P.G finita, o produto de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual ao produto
dos extremos.

Exemplo:

Considere a P.G (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512)



Verifique: 1 . 512 = 2 . 256 = 4 . 128 = 8 . 64 = 16 . 32 = 512.

Você pode, mais uma vez, tirar essa propriedade diretamente da propriedade similar da P.A,
substituindo a operação de ADIÇÃO, pela de MULTIPLICAÇÃO.

C) Gráfico de uma P.G

Vamos supor, para exemplo, uma P.G cujo primeiro termo fosse igual a 1 e a razão fosse
igual a 1,5. Teríamos o seguinte tipo de gráfico:
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Você deve lembrar que, quando estudamos o gráfico da progressão aritmética, as
extremidades dos segmentos verticais obtidos estavam em linha reta. Agora, na progressão
geométrica, essas extremidades estão sobre uma curva, denominada curva exponencial.

            4) SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

Seja S = a1 + a 2 + a 3 + ........ + an 2 + an 1 + an
Vamos multiplicar todos os termos dessa igualdade por q. Teremos então:

q.S = a1.q + a2 .q + a3 .q + ........ + an 2 .q + an 1.q + an .q

            a2           a3          a4                             an – 1     an

Subtraindo a primeira expressão da segunda, teremos:

q.S – S = an . q - a1 e agora, colocando o termo S, em evidência, teremos:

S. (q – 1) = an . q - a1


      a n .q a1
S=
         q 1
A fórmula acima pode assumir um outro aspecto, bastando substituir o an pela respectiva
expressão do termo geral da P.G. A fórmula da soma dos termos da P.G (finita) ficará então:
        ( qn 1)
S = a1.
         (q 1)
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Portanto, temos duas expressões distintas para o cálculo da soma dos termos de uma P.G
finita. A escolha de qual usar em cada situação problema dependerá obviamente dos
parâmetros envolvidos em cada caso.

Exemplo 7:
Obtenha a soma dos 10 primeiros termos da P.G (2, 4, 8, ...)

Solução:
Para este caso, é melhor usarmos a segunda expressão da fórmula da soma da P.G, pois
temos o primeiro termo, o número de termos que queremos somar e a razão (q = 2).

        ( qn 1)                    (210 1)
S = a1.                   =   2.           = 2.(1024 1) = 2046
         (q 1)                      (2 1)
OBSERVAÇÃO:

Verifique que, quando numa P.G decrescente, o número de termos cresce indefinidamente
(dizemos que n tende ao infinito), a expressão dessa soma (que tenderá a um valor limite)
ficará bastante simplificada, pois o termo an tenderá a zero.

Verifique o exemplo: (12; 6; 3; 1,5; 0,75; 0,375; 0,1875; 0.09375, ...) observe que quanto
maior o número de termos, mais se aproxima de zero o último termo considerado.

Logo, a fórmula que estudamos ficará, neste caso, transformada em:

       a n .q a1                                                          lim S =
                                                                                     a1
    S=                    substituindo an por 0, teremos então                      1 q
          q 1
                                                                          n

Exemplo 8:
Calcular a soma dos termos da P.G (16, 8, 4, 2, 1, ....)

Solução:
Verificamos que se trata do caso da P.G com razão menor que 1 (q = ½, P.G decrescente).
Quando o número de termos tender ao infinito, o último termo tenderá a zero e poderemos
aplicar a fórmula anterior, ou seja:

           a1    16    16
lim S =       =      =    = 32
          1 q      1    1
                1
                   2    2
n

Exemplo 9 (PUC):
Na figura está representado um conjunto infinito de círculos C0, C1, C2, .... Os diâmetros de
todos eles estão sobre um segmento de reta de comprimento igual a 1. Além disso, o raio de
Cn é a metade do raio de Cn – 1 . A área da região hachurada na figura é:
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Solução:
Pela figura, verificamos que a área hachurada é igual à diferença entre a área do maior
semicírculo (C0 ) e a soma das áreas dos demais semicírculos, a partir do C1.

                                                                  1
                                                                                      2   .
                                                             r
    a) Raio do semicírculo C0 = ½ . Área desse semicírculo =   = 4 =
                                                             2   2   8

                                                                     1
                                                                                          .
                                                            r2     16 =
    b) Raio do semicírculo C1 = ¼. Área desse semicírculo =    =
                                                            2      2    32
                                                                      1
                                                                   .
                                                              r2
    c) Raio do semicírculo C2 = 1/8. Área desse semicírculo =    = 64 =
                                                              2      2  128

Percebemos que cada área é igual a ¼ da área anterior, logo, essas infinitas áreas formam
uma P.G decrescente, de razão igual a ¼. Podemos, mais uma vez, aplicar a fórmula do
limite da soma, quando o número de parcelas tende a infinito. Considerando como primeiro
termo a área do semicírculo C1



           a1                4
lim S =       = 32 = 32 =   . =
          1 q     1  3    32 3 24
               1
                  4   4
n

Finalmente, a área hachurada pedida, será igual a:                           =
                                                                  8     24       12


     Dificuldades reais podem ser resolvidas; apenas as imaginárias são insuperáveis."
                                    (Theodore N. Vail)
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                              4) A MATEMÁTICA E O DINHEIRO

                               A) OS FATORES DE CORREÇÃO
Conforme já comentamos anteriormente, o grande uso prático das progressões geométricas
está nas seqüências de taxa de variação constante. Isso ocorre em muitas situações que
envolvem dinheiro, operações bancárias e comerciais.
Para que você resolva a maioria dessas questões que, independentemente de estarem ou
não nos concursos que realizamos – e estão – achamos fundamental enfocar com mais
detalhes os fatores de correção e a matemática do dinheiro.

Muita gente acha que a “Matemática do dinheiro” serve só para pagarmos nossas contas,
conferir trocos, coisas desse tipo. Mas não é somente isso, sabemos que o dinheiro, as
transações bancárias ou comerciais, estão cada vez mais presentes na vida de todas as
pessoas.

Se perguntarmos a uma pessoa qual o valor de 100 dólares, mais 100 marcos, mais 100
reais, ela provavelmente dirá que primeiramente precisamos converter todos esses valores
para uma mesma moeda, antes de efetuarmos a soma. Analogamente, precisamos tomar
cuidado com valores monetários no tempo. Será que 3 parcelas de 100 reais, pagas com
intervalos de 30 dias, correspondem a um único pagamento de 300 reais, numa Economia
com inflação?
Infelizmente, a maioria dos livros de matemática ignora esta fato, assim como ignoram
também a inflação. Esse tipo de erro é encontrado tanto em textos para o Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio.

Você deve concordar comigo que, sem a Matemática, não conseguiríamos entender nossos
contracheques, calcular nossos aumentos de salário, identificar os produtos que
aumentaram demasiadamente de preço, constatar e criticar as propagandas enganosas,
reivindicar nossos direitos trabalhistas, ...

Observe a reportagem seguinte:




Fonte: Revista Veja – Edição 1755 de 12 de junho de 2002
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Nossa abordagem inicial será através de um importante “segredo” da “Matemática do
dinheiro” – os fatores de correção. Você irá constatar rapidamente que, este conceito, é a
base de quase tudo o que se estuda na Matemática Comercial e Financeira e, com o auxílio
de uma calculadora simples, você poderá entender e resolver uma grande quantidade de
problemas que estão no nosso cotidiano.
Após um estudo detalhado desses fatores de correção, voltaremos à reportagem da revista
Veja, verificando as informações nela contidas.

Nossa abordagem será feita de forma contextualizada, através de pequenas histórias que
servirão para nos apresentar e familiarizar com essa Matemática inserida nas transações
financeiras e de comércio.

                    História 1

O salário de Maria era, em agosto de 2001, de R$ 320,00 e, após muita luta, recebeu um
reajuste de 12% no mês de setembro de 2001. Qual o valor do salário que Maria passou a
receber a partir de setembro?

Perguntamos a dois professores nossos conhecidos como resolveriam a questão acima
proposta e, obtivemos as seguintes respostas:

                                         12% são 12 centésimos, logo,
                                         divido 320 por 100 para achar
                                         um centésimo, depois



 Professora Ana
Acho que você concorda comigo que a solução da professora Ana está correta, uma boa
solução, vejamos sua solução completa:
320 : 100 = 3,20
3,20 x 12 = 38,40
320 + 38,40 = 358,40




                                           12% são 12 centésimos ou
                                           0,12... para saber quanto vale
                                           0,12 de uma quantia, basta
 Professor José

A solução do professor José, que também é muito boa, está correta também, certo?
Vejamos sua solução completa:

0,12 x 320 = 38,40
320 + 38,40 = 358,40

Verifique que os dois professores souberam aplicar seus conhecimentos para descobrir o
novo salário de Maria. O professor José apresentou uma solução um pouco mais rápida, e
ele conhece um fato importante que dá um significado da multiplicação: ele sabe que, ao
multiplicarmos 0,12 por 320,00, o resultado significa quanto vale 0,12 da quantia 320,00, ou
seja, quanto vale 12 centésimos de 320,00.
Gostaríamos que você acompanhasse conosco uma outra forma de resolver esse problema.
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Em agosto, a professora Maria recebia 100% do seu salário, certo? Mas em setembro
passou a receber 12 % a mais desse valor. No total, acho que você concorda comigo, ela
vai ficar com 112% desse salário!

Para achar 112% = 112/100 ou 1,12 de uma quantia, basta multiplicá-la por esse valor. Faça
na sua máquina de calcular a multiplicação 1,12 x 320,00 e compare com as respostas
encontradas pelos professores José e Ana.

       Percebeu que obtivemos a mesma resposta?

       “Refletindo sobre o assunto”

Alguns alunos ou professores, que resolvem essa questão como o professor José ou a
professora Ana, podem achar melhor o modo como pensavam antes e continuar resolvendo
os problemas da mesma maneira.

Mas quando relacionamos as coisas que já sabemos em Matemática podemos descobrir
novos caminhos, e isso nos leva sempre a compreender mais essa ciência. Veja ainda uma
vantagem, a última solução é bem mais rápida que as demais. Veja:


              Salário de 320,00, após receber um aumento de 12%.

                                       1,12 x 320,00 = 358,40

       Em Matemática Financeira, dizemos que, nesse caso:
         • A taxa de aumento percentual do salário foi de 12%
         • O fator de aumento (ou multiplicador) do salário foi de 1,12.

       História 2:

Durante uma liquidação, na loja “KOBRA KARO”, foi colocado um grande cartaz,
anunciando descontos de 15% para todas as mercadorias. Quanto passará a custar uma
calça jeans que, antes da promoção, custava R$58,40?


                                         GRANDE LIQUIDAÇÃO!!!

                                15% EM TODAS AS MERCADORIAS



Poderíamos desenvolver uma solução mais extensa, como a que a professora Ana fez na
História 1.

15% correspondem a 15 centésimos do preço da calça.
Um centésimo do preço da calça corresponde a 58,40 : 100, que é igual a 0,584. Quinze
centésimos corresponderão a 15 x 0,584, que é igual a 8,76. Dessa forma, o preço da calça
na liquidação será: 58,40 – 8,76 = 49,64

Que tal resolvermos da forma mais rápida, como também fizemos na história 1. Verifique o
que vai ocorrer se multiplicarmos 58,40 x 0,85?
58,40 x 0,85 = 49,64
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   27
Por que será que agora usamos o número 0,85 para gerar o desconto oferecido pela
loja?

Veja que podemos usar um raciocínio parecido com o que fizemos na história 1, ou seja:

Preço normal da calça = 100%. Desconto oferecido = 15%. Valor a ser cobrado na
liquidação = 100% - 15% = 85%.

Como sabemos que 85% correspondem a 85 centésimos ou a 0,85, temos a conclusão que
queríamos, encontrar o preço da calça com 15% de desconto, bastará multiplicar o preço
normal de 58,40 por 0,85.
Nesse caso temos:
          • taxa percentual do desconto foi de 15%
          • fator de redução (ou multiplicador) para 15% foi 0,85.

Os dois fatores (ou multiplicadores) que usamos – o de aumento na história 1 e o de
redução na história 2, são denominados FATORES DE CORREÇÃO.

Acho que você concorda comigo que todo fator de aumento será um número maior do que 1
e todo fator de redução será um número menor do que 1. Por que será?


                         Exemplo 9: Se o jornal anunciar, num determinado mês, que a
                         caderneta de poupança será corrigida pelo fator 1,025, ele estará nos
                         informando que os investidores estarão recebendo que correção
                         percentual sobre o saldo anterior?

Solução:
Como o fator 1,025 corresponde à taxa percentual de 102,5%, verificamos que a correção
das cadernetas de poupança foi de 2,5%.


Aumentos ou Reduções Sucessivos e As Progressões Geométricas.

Você sabe que em nosso dia-a-dia é bastante comum encontrarmos situações de aumentos
ou reduções sucessivas, como na caderneta de poupança, nas liquidações, nos reajustes de
impostos ou mesmo de salários (menos comum, infelizmente). O que será que ocorre com
os fatores de correção nesses casos?

Vejamos um exemplo:

Uma mercadoria sofreu dois reajustes consecutivos, de 3% e de 4%, respectivamente. Qual
o aumento percentual correspondente a essas duas correções?

Você poderia usar um recurso, bastante válido, de supor um preço inicial para essa
mercadoria (normalmente usamos o valor de 100 reais, pois facilita nossos cálculos). Em
seguida, aumentar esse preço em 3% e depois em mais 4% sobre a primeira correção.

Comparando o preço final com os 100 reais, teremos a variação percentual procurada.

Vejamos esse tipo de solução.

Preço inicial = 100 reais      primeira correção (3%) = 103 reais          segunda correção,
4% sobre 103 reais, ou seja, 0,04 x 103 = 4,12 reais, logo, o preço final será de 103 reais +
4,12 reais = 107,12 reais.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   28
Se compararmos o preço final de 107,12 reais, com o preço inicial de 100 reais, temos que o
aumento foi de 7,12 reais e, como esse acréscimo é sobre 100 reais, temos também que o
aumento percentual foi de 7,12%.
Gostaríamos de alertá-lo novamente sobre a agilidade que você pode adquirir, usando para
esse tipo de questões os fatores de correção, como já vimos anteriormente. Vejamos essa
outra possível solução.
 Vamos chamar o primeiro preço da mercadoria de P. Você já deve estar sabendo que, com
um aumento de 3%, usando os fatores de correção, esse preço passará a ser de P x 1,03
(certo?). Com o segundo aumento de 4%, o preço passará a ser de P x 1,03 x 1,04 o que
corresponde a P x 1,0712, já que a multiplicação é associativa. Isto vai significar que,
independentemente do preço inicial ele está, após os dois aumentos sucessivos, sendo
multiplicado pelo fator 1,0712, o que corresponde a uma variação percentual de 7,12%, a
mesma resposta que achamos na primeira solução comentada.

Gostaríamos que você observasse esse importante fato nas transações comerciais e na
Matemática Financeira. Aumentos sucessivos (muito comuns em países como o Brasil)
geram um aumento acumulado que pode ser obtido através do PRODUTO dos fatores de
aumento correspondentes às taxas desses aumentos.

Um raciocínio parecido com esse seria feito para o caso de reduções sucessivas de preços
ou salários.

Reduções sucessivas podem ser também calculadas através do PRODUTO dos fatores de
redução correspondentes às taxas dessas reduções.

Uma crítica que fazemos à maioria dos livros didáticos do Ensino Fundamental é que eles
normalmente só abordam os chamados juros simples e, nesse caso, daria ao aluno a falsa
impressão de que os dois aumentos desse exemplo gerariam um aumento total de 7%. Tal
fato só estaria correto se os dois aumentos fossem sobre o valor inicial da mercadoria, ou
seja, se eles não fossem acumulativos, ou sucessivos – o que caracteriza uma situação
denominada juros compostos.

Exemplo 10:
Qual a variação percentual acumulada, gerada por dois aumentos sucessivos de 30%?

Solução:
Aplicando direto o conceito de fatores de correção, teremos: 1,3 x 1,3 = 1,69. Logo houve
um aumento acumulado de 69%.

Verifique que, se usássemos valores monetários, formando uma seqüência, como se trata
de taxa fixa de correção, teríamos uma situação muito particular e já conhecida nossa,
vejamos:

Supondo um valor inicial de 100 reais.
Com um primeiro aumento de 30%, teremos um segundo valor de 100 x 1,3 = 130 reais.
Com um segundo aumento de 30%, teremos um terceiro valor de 130 x 1,3 = 169 reais.

Logo, temos a seqüência (100, 130, 169), que é uma PROGRESSÃO GEOMÉTRICA de
razão igual a 1,3 (ou 1,30) o que corresponde a uma variação percentual fixa de 30% de
aumento.
O Fato que verificamos acima irá sempre acontecer quando as taxas de variação forem
constantes e aumentos ou reduções sucessivas. Teremos sempre a formação de
progressões geométricas.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   29
       História 3:

O remédio que o Sr. João toma diariamente, para pressão alta, custava R$ 40,00 no mês de
abril de 2001 e passou a custar R$ 48,00. Qual foi o fator de correção e o aumento
percentual correspondente?

Você já sabe que ao multiplicarmos o valor inicial pelo fator de correção teremos o valor
final, no caso o preço do remédio com a correção. Isso também significa que, dividindo o
valor final pelo valor inicial, obtém-se o fator de correção.

                           Valor final: valor inicial = fator de correção

No caso narrado na história 3, teremos que o fator de correção será igual a 48,00 : 40,00 =
1,225.

Espero que, nesse ponto de nosso curso, você já esteja sabendo que esse fator
corresponde a uma variação percentual de 22,5% (aumento do remédio).

Caso não tenha ainda percebido o que aconteceu, vale a pena observar que:
Quando multiplicamos o valor inicial por 1,225 (fator de correção) é como tivéssemos
multiplicado por (1 + 0,225). Multiplicar por 1 reproduz o valor inicial e multiplicar por 0,225
(ou 22,5 / 100) dará o aumento havido. Que em nosso caso corresponde a 22,5%.

Verifique também o importante fato de que os números decimais podem ser transformados
em percentagens por uma multiplicação por 100.
Veja:

0,225 = 22,5 % (0,225 x 100)
0,15 = 15% (0,15 x 100)
0,8 = 80% (0,8 x 100)
1,32 = 132% (1,32 X 100)
2,45 = 245% (2,45 X 100)

Podemos resumir o que ocorreu nessa história, quando temos o fator de aumento e
queremos obter o percentual de aumento correspondente.

       Dado um fator de aumento, devemos subtrair 1 dele, para
       conhecer o aumento havido.
   Exemplos:
   Fator de aumento                      Aumento gerado                     Percentual de aumento
          1,45                            1,45 – 1 = 0,45                            45%
         1,953                           1,953 – 1 = 0,953                          95,3%
         1,065                           1,065 – 1 = 0,065                           6,5%
         2, 86                            2,86 – 1 = 1,86                           186%

        História 4:
Ritinha, que recebe um salário de R$ 340,00 por mês, verificou em seu contracheque que,
após todos os descontos sofridos por ela em um determinado mês, recebeu apenas
R$ 299,20. Você saberia determinar o percentual do desconto a que foi submetido o salário
de Ritinha?
Você já verificou, na história 3, que existe um modo de obtermos o fator de correção do
salário de Ritinha que, nesse caso, será um fator de redução.
Antes de continuar a leitura do comentário dessa história, verifique se você está sabendo
como determinamos o fator de correção.
Nesse caso, o fator de redução será igual a 299,20 : 340,00 = 0,88.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   30
Qual o percentual de redução do salário de Ritinha, ao ter sido multiplicado por 0,88?
Se eu disser que é de 12%, você saberia o porque dessa minha resposta?

O fato é que o 0,88 obtido como fator de redução corresponde a uma taxa de 88%. Como o
salário de Ritinha sem os descontos, corresponde a 100%, a redução sofrida será a
diferença entre 100% e 88%, concorda?

Uma outra forma de entender essa resposta, e semelhante a que vimos no fator de
aumento, e lembrar que 0,88 é igual a (1 – 0,12) e, se multiplicarmos o salário de Ritinha por
esse fator teremos a multiplicação por 1, que recompõe o valor do salário, sem descontos,
menos a multiplicação do salário por 0,12, o que representa os descontos ou seja, um
percentual de 0,12 x 100 ou 12 %.

           Dado um fator de redução, devemos subtraí-lo de 1 para
           conhecer a redução ou desconto havido.


Exemplos:
   Fator de redução                       Redução gerada                    Percentual de redução
          0,45                             1 – 0,45 = 0,55                          55%
          0,95                             1 – 0,95 = 0,05                           5%
          0,76                             1 – 0,76 = 0,24                          24%
         0, 86                             1 – 0,86 = 0,14                          14%

       História 5:
Esta historinha ocorreu (ou melhor, não chegou a ocorrer) na loja do Sr. Manoel, meu
vizinho, há muitos anos atrás.

Sr. Manoel pretendia usar uma estratégia para tentar movimentar sua loja – aumentaria o
preço de tabela de todas as mercadorias em 20% e depois, anunciando uma grande
liquidação, daria descontos de 20% para todos os artigos que vendia. Achava ele que,
agindo dessa forma, venderia pelos mesmos preços de antes, com a vantagem de estar
anunciando uma liquidação. Antes de continuar a leitura dessa história, qual a sua opinião
sobre a estratégia que ele pretendia usar?

Quando ele começou a efetuar os cálculos para compor a tabela fictícia que usaria como
referência, teve o susto de verificar que não ocorria como havia planejado e que seria
obrigado a vender por um preço inferior ao que cobrava anteriormente. Chamou-me para
perguntar o que estava ocorrendo, onde estava o erro de sua estratégia e, desistiu do
artifício após minha explicação.

       Vejamos o que ocorreu ...

Vamos supor que uma mercadoria custasse 100 reais, o Sr. Manoel, para compor a tabela,
teria de colocar o preço de 120 reais e quando fosse na tal “liquidação”, teria que dar um
desconto de 20% sobre os 120 reais, que corresponderia a um desconto de 24 reais. Logo,
teria de vender a mercadoria por 120 – 24 = 96 reais, gerando para ele uma perda de 4 %.

O fato é simples de ser entendido se você lembrar que o aumento inicial e o desconto
posterior foram ambos de 20%, só que sobre valores diferentes. Enquanto o aumento foi
sobre os 100 reais, o desconto teria de ocorrer sobre os 120 reais e, é óbvio que 20% sobre
120 é maior que 20% sobre 100.
Gostaria de lembrar que essa questão é também um caso de correções sucessivas
(aumento, seguido de redução) e, como já vimos anteriormente, podemos usar mais uma
vez os fatores de correção.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   31
1,2 representa o fator de correção ou multiplicador para um acréscimo de 20%, certo? E
0,80 (ou 0,8) representa o fator de correção para um desconto de 20%.

O produto 1,2 por 0,8 (aumento e redução sucessivos) gera um resultado 0,96, que é um
fator de redução. Qual o percentual dessa redução (que para o Sr. Manoel seria uma
perda)? Acertou se pensou em 4%. (lembra que temos de calcular 1 – 0,96 = 0,04 ou 4%).

       História 6:
Vamos apresentar agora uma história que, provavelmente, você já se deparou com algum
fato semelhante em sua vida. Essas situações estão presentes no cotidiano de todas as
pessoas.

                                  Uma loja anuncia a venda de um aparelho de som, com duas
                                  possibilidades de pagamento. A vista por R$ 1500,00 ou com
                                  uma entrada de 50% e uma segunda parcela de R$ 900,00,
                                  paga 30 dias depois. Quanto está pagando de juros a pessoa
                                  que escolher a segunda opção de pagamento?



Um aluno meu apresentou a seguinte solução:

   •   Preço a vista = R$ 1500,00
   •   Preço pago em duas parcelas = R$ 750,00 + R$ 900,00 = R$ 1650,00
   •   Valor pago a mais (juros) = R$ 1650,00 – R$ 1500,00 = R$ 150,00
   •   Percentual pago como juros (taxa) = 150 : 1500 = 0,10 = 10%

Você concorda com essa solução de meu aluno? Em caso negativo, apresente uma outra e
compare em seguida com o comentário apresentado.

Verifique comigo que esta solução (que aparentemente não tem nada de errada) não está
correta já que, quando o cliente paga a entrada de 50% (R$ 750,00), ele assume uma dívida
de R$ 750,00 e é sobre esse valor que nossos cálculos devem ser efetuados (é o que
denominamos de saldo devedor). Logo, os juros cobrados devem ser calculados verificando-
se o aumento de R$ 750,00 para R$ 900,00.

Devemos determinar o percentual de juros comparando-se os R$ 150,00 cobrados a mais,
com R$ 750,00, ou seja, 150 : 750 = 0,20 ou 20%.

Se formos usar os fatores de correção, teremos que, neste caso, o fator de aumento
corresponde a 900 : 750 = 1,20.

O fator 1,20 corresponde a um acréscimo de 1,20 - 1 = 0,20 = 20%.

Verifique que é uma resposta bem diferente da que meu aluno calculou e nós, por
desconhecimento ou falta de atenção, muitas vezes somos levados a calcular erradamente
os juros que estão inseridos nas compras que fazemos.


      História 7:
   Vejamos agora um fato interessante e que você talvez se assuste com a sua conclusão.
   Imaginemos um jogo no qual a pessoa, em cada rodada, se ganhar recebe metade do
   que possui na ocasião e se perder, perde metade do que tem no momento. Uma
   pessoa, que entrou com R$ 128,00, fez 6 apostas consecutivas, ganhando 3 e perdendo
   3 dessas apostas. O que podemos afirmar sobre esse apostador?
   A) Que ele ganhou dinheiro.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   32
   B) Que ele não ganhou, nem perdeu dinheiro.
   C) Que ele poderá ganhar, ou perder dinheiro, dependendo da oredem em que
       ocorrerem as 3 vitórias e as 3 derrotas.
   D) Que ele perdeu 74 reais, independentemente da ordem em que ocorreram as vitórias
       e as derrotas.
Solução:
Antes de mostrarmos a solução a este jogo, vamos tentar uma das hipóteses possíveis,
para buscar alguma pista, ou descartar opções de resposta.

Vamos supor que o nosso jogador tivesse ganhado as três primeiras rodadas e perdido as
três últimas.

A evolução de seu capital seria: 128      192  288    432    216    108     54. Note que o
jogador perdeu dinheiro e, como entrou com 128 reais e saiu com 54 reais a sua perda foi
de 128 – 54 = 74 reais. Com isso já podemos descartar as opções A e B, mas, será que se
as vitórias e derrotas ocorressem em outra ordem o resultado seria o mesmo? Vamos supor
agora que as vitorias e derrotas se alternassem. Vejamos o que ocorreria...
128       192     96     144    72     108      54. Percebemos que chegamos ao mesmo
resultado, uma perda de 74 reais. Mas poderia ser uma coincidência...

Vamos usar novamente os nossos fatores de correção e tentar uma explicação convincente
deste jogo.

Lembre-se que quando um valor aumenta em 50%, ele está sendo multiplicado por 1,5.
Lembre também que quando um valor reduz 50%, ele está sendo multiplicado por 0,5. O
nosso valor inicial, 128 reais, estará sendo multiplicado três vezes por 1,5 e três vezes por
0,5. Como a ordem dos fatores não altera o produto, confirmamos que, independentemente
da ordem das vitórias e derrotas, o resultado final será o mesmo. E qual será esse
resultado?

128 x 1,5x1,5x1,5x0,5x0,5x0,5 = 54

Conclusão desse surpreendente jogo. Ele perdeu 74 reais, independentemente da ordem
em que se sucederam vitórias e derrotas. (opção D)

VOLTANDO À INTRODUÇÃO DO CAPÍTULO.

Na página 23, quando começamos a conversar sobre matemática e dinheiro, exibimos uma
reportagem da revista Veja, de junho de 2002, onde temos que a inflação (naquele
momento) acumulada nos oito anos do plano Real, era de 179%.
Baseando-se nessa informação e com a ajuda dos fatores de correção que acabamos de
estudar, você poderia agora verificar se todas as informações contidas no texto estão
corretas.

Podemos agora resumir, os principais conceitos que aprendemos nas historinhas que
apresentamos, com objetivo de apresentar os fatores de correção:

       Você reparou que:

                    Todo fator de aumento é um número superior a 1?
                    O fator de aumento pode ser obtido pela soma (100% + taxa de aumento
                    percentual) cujo resultado deve ser posto na forma decimal? Exemplo:
                    fator de aumento para um acréscimo de 24% = 100% + 24% = 124% =
                    124 /100 = 1,24.
                    Todo fator de redução é um número inferior a 1?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   33
                    O fator de redução pode ser obtido pela subtração (100% - taxa de
                    redução percentual) cujo resultado deve ser posto na forma decimal?
                    Exemplo: fator de redução para uma perda de 24% = 100% - 24% = 76%
                    = 76 /100 = 0,76.
                    Aumentos ou reduções (ou mistura dos dois) consecutivos, devem ser
                    calculados pelo PRODUTO DOS FATORES DE CORREÇÃO, e não pela
                    soma das taxas a eles correspondentes?

                                     B) À VISTA OU A PRAZO?

Um dos problemas mais comuns de encontrarmos no nosso dia-a-dia refere-se à decisão
de comprar à vista ou a prazo uma determinada mercadoria. Somos sempre tentados pela
propaganda, com promoções do tipo “20% de desconto à vista ou em três vezes sem
acréscimo”. A decisão melhor decisão dependerá de uma série de fatores, como taxas de
juros, disponibilidade do comprador.
Vamos mostrar nessa seção que, mais uma vez, o valor do dinheiro no tempo, os fatores de
correção e as progressões geométricas serão fundamentais para nossa escolha correta.

É claro que existirão casos que as opções serão equivalentes, nesses casos, tanto faz uma
escolha ou outra. Vejamos um exemplo:
Na conseguiu um tipo de investimento que lhe paga juros de 5% ao mês pelo dinheiro que
aplicar. Ela entrou numa loja e viu que uma calça jeans pode ser comprada a vista por 80
reais ou ser adquirida com um cheque pré-datado, para 30 dias, por 84 reais. Repare que,
nesse exemplo apresentado, as duas opções são equivalentes, pois se ela aplicar os 80
reais por 30 dias, vai receber de juros 4 reais (5% de 80) o que permitirá exatamente cobrir
o cheque pré-datado.

Portanto, todas as decisões que envolvem compras ou investimentos estão apoiadas no fato
do valor que o dinheiro terá ou teve numa outra data, levando-se em conta a taxa de juros
que incide sobre os valores aplicados (pode ser a da caderneta de poupança, por exemplo).

Logo, se a taxa vigente para as aplicações (taxa de atratividade do mercado) for de 3% ao
mês, 100 reais hoje valerão 103 reais em um mês, valerão 106,09 reais em dois meses
                             2
(multiplicando 100 x (1,03) ), valerão 109,27 reais em três meses (multiplicando 100 x
       3                                      n
(1,03) ), e valerão multiplicando 100 x (1,03) daqui a n meses.
Verifique que o fato que mostramos nada mais é que a utilização prática da fórmula dos
juros compostos.

Podemos assim resumir o que acabamos de mostrar:
                Um valor monetário M, valerá daqui a n meses, aplicado sob taxa fixa i, ao
                                n
                mês, M x (1 + i) . (com a taxa i expressa na sua forma decimal)
                                                                                       n
      M        VALORIZAÇÃO NO TEMPO                                   M x (1 + i)

Analogamente, caso o valor fosse considerado num período anterior, ou seja, n meses ou
                                                              n
períodos antes, o valor do dinheiro seria igual a M : (1 + i)

                                                                                   n
      M      DESVALORIZAÇÃO NO TEMPO                                 M : (1 + i)

PODEMOS AFIRMAR QUE NA MATEMÁTICA FINANCEIRA, NO REGIME DE JUROS
COMPOSTOS, TODOS OS PROBLEMAS SE RESOLVEM COM O QUE ACABAMOS DE
MOSTRAR. O VALOR DO DINHEIRO NUMA DATA FUTURA FICA MULTIPLICADO POR
       n     n                                                n     n
(1 + i) (OU F )E NUMA DATA ANTERIOR, FICA DIVIDIDO POR (1 + i) (OU F ).
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   34
Exemplo 11:
Lídia comprou um relógio, com uma taxa de juros de 5% ao mês e a última parcela, de 80
reais, teria de ser paga no dia 10 de setembro de 2002. Acontece que Lídia ganhou um
dinheirinho extra e está propondo à loja, pagar a sua dívida no dia 10 de agosto de 2002, ou
seja, um mês antes da data estipulada. Quanto Lídia terá de pagar?

Solução:
Como se trata de uma antecipação de pagamento é claro que Lídia pagará um valor menor.
Aplicando o que vimos anteriormente, o valor será igual a 80 : (1,05) = 76,19 reais.

Exemplo 12:
Vinícius tomou um empréstimo de R$ 5000,00 a juros mensais de 5%. Dois meses depois,
ele pagou R$ 2500,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou seu débito. Qual o valor
desse último pagamento?
Solução:
Entendemos que fica mais fácil perceber o que está ocorrendo mostrando um gráfico da
situação – é o que chamamos de fluxo de caixa.

5000



                                                         Devemos “empurrar” todos os valores para
           1          2       3                          uma mesma data (por exemplo para o mês 3)
 0                                                       e igualar as entradas (empréstimo) com as
                                                         saídas (pagamentos periódicos).

                  2500       x
                                         3
2500 x 1,05 + x = 5000 x (1,05)

2625 + x = 5788,13

x = 3163,13

Resposta: Vinícius deverá pagar uma segunda parcela de R$ 3163,13

Exemplo 13:
Uma loja oferece uma mercadoria a vista por 400 reais ou então em duas parcelas iguais de
220 reais (para 30 e 60 dias). Qual a taxa de juros sobre o saldo devedor que está sendo
cobrada pela loja?
Solução:
Nesse caso está faltando o valor da taxa de juros cobrada, sugerimos chamar a incógnita do
problema de F, que é o nosso fator de correção. Fica mais simples trabalhar com essa
variável do que com 1 + i. No final do problema, subtraindo 1 do valor encontrado, teremos a
taxa procurada.
Vejamos o fluxo de caixa do problema.
 400


                                             Sugerimos agora “empurrar” todos os valores
       1          2                          para a data 2 e igualar as entradas (valoa a
                                             vista) com as saídas (prestações).


     220       220
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   35
           2
400 . F = 220 . F + 220
       2                                   2
40 . F = 22 . F + 22 ou 20. F – 11. F – 11 = 0

Resolvendo a equação do segundo grau, teremos:
     11 ± 121 4.20.( 11) 11 ± 1001          11 ± 31,64
F=                      =
             40              40                 40
                                                     42,64
Como só nos serve a resposta positiva, teremos F =                                   1,067
                                                       40

Logo, 1 + i = 1,067 ou i = 0,067 ou ainda i = 6,7%


                                   EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 3):

     1) Obtenha o sexto termo de uma P.G, de razão positiva, onde o quinto e o sétimo
        termos valem, respectivamente 9 e 16.

     2) Qual o valor da soma dos sete primeiros termos de uma P.G definida por:
           an = 3n 2 ?

     3) A população de um país era de 3 000 000 de pessoas em 1999. Sabe-se que essa
        população cresceu a uma taxa constante de 2% ao ano. Que população o país
        atingiu em 2002?

     4) Considere a progressão geométrica (100, 80, 64, ...). Qual a razão dessa P.G e a
        sua representação como uma taxa de variação?

     5) Qual o sétimo termo de uma P.G cujo quinto termo vale 5 e o oitavo termo vale 135?

     6) Uma bomba de vácuo retira, em cada sucção, 2% do gás existente em certo
        recipiente. Depois de 6 sucções, quanto restará do gás inicialmente existente?

     7) Qual a variação da área de um retângulo cuja base sofre um aumento de 10% e a
        altura sofre uma redução de 10% do seu valor?

     8) A espessura de uma folha de estanho é 0,1 mm. Forma-se uma pilha com essas
        folhas colocando-se uma folha na primeira vez e, em cada uma das vezes seguintes,
        tantas quantas já houveram sido colocadas anteriormente. Depois de 33 dessas
        operações, a altura da pilha será, aproximadamente:

                  a)   a altura de um poste de luz.
                  b)   A altura de um prédio de 40 andares.
                  c)   O comprimento da praia de Copacabana.
                  d)   A distância Rio / São Paulo
                  e)   O comprimento do equador terrestre.

     9) (Escola Naval)
        Divide-se um segmento de comprimento L em três partes iguais e retira-se a parte do
        meio. Divide-se, em seguida, cada uma das partes que sobraram em três partes
        iguais e retira-se a parte do meio. Repetindo-se essa operação uma infinidade de
        vezes, qual será a soma dos comprimentos retirados?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins            36
10) (Escola Naval)
    Ações de certa companhia valorizaram-se 10% ao mês, durante cinco meses
    consecutivos. Quem investiu nessas ações obteve, durante esses cinco meses, um
    lucro aproximado igual a:
    a) 40% b) 50% c) 55% d) 60% e) 70%

11) (UFRJ)
    Certa população de bactérias dobra a cada hora. Num certo dia, às 8 horas da
    manhã, a população é de 1000 bactérias. A que horas a população será de 512 000
    bactérias?

12) (AFA)
                               2   3
    A raíz da equação 1 + x + x + x + ... + = 4 é igual a :

13) Luciana comprou um aparelho de som em três prestações (30, 60 e 90 dias da data
    da compra). O aparelho à vista custava R$ 900,00 e as duas primeiras parcelas
    foram de R$ 400,00. Se a loja está cobrando juros de 6% ao mês, qula será o valor
    do terceiro pagamento que Luciana terá de fazer?

14) Uma loja oferece duas opções de pagamento para as compras. À vista, com 30% de
    desconto ou em duas parcelas iguais, sendo a primeira paga no ato da compra.
    Quanto está pagando de juros, em um mês, a pessoa que escolher a opção em dois
    pagamentos?

15) Lídia comprou um relógio, pagando R$ 180,00 um mês após a compra e R$ 200,00
    dois meses após a compra. Se foram pagos juros de 12% sobre o saldo devedor,
    qual era o preço à vista desse relógio?

                                     GABARITO (SÉRIE 3)
                            1093                                    04) q = 0,8 e
  01) 12              02)                   03) 3 183 624                                            05) 45
                              3                                   redução de 20%
06) 87,38%         07) reduz 1%                 08) D                 09) L/2                    10) D
 11) 17 h              12) ¾                13) R$198,47             14) 150%                15) R$320,15
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   37

                     PARTE III – ANÁLISE COMBINATÓRIA

                           1) “PARA COMEÇAR A CONVERSA”…
           O HOMEM QUE SEMPRE GANHAVA NAS CORRIDAS DE CAVALO

 “Caso verídico narrado pelo professor Manoel H. Botelho à Revista do Professor de Matemática (SBM, nº 18)

  Inesperadamente, numa terça-feira, chegou-me uma carta. Envelope branco, sem nome do
remetente. Dentro, um papel dizia simplesmente:

          “Sr. Manoel.

        Sou seu amigo. Sei o cavalo que vai ganhar no quarto páreo do
        próximo sábado. Será o cavalo nº 3.
         Atenciosamente,
         Antônio Silva.”

   Não sou de jogar, por princípios morais e por achar que, entendendo de Matemática e Teoria
das Probabilidades, o jogo não favorece ao jogador. Nem liguei para a enigmática carta. Quem
seria Antônio Silva?

   Juro, mas juro mesmo, que a única conseqüência da carta foi eu ler, pela primeira vez na
minha vida, a seção de turfe no jornal de Domingo. Surpresa! Deu o cavalo nº 3 no quarto páreo
de sábado. Fiquei surpreso, intrigado. Ao ler os comentários do cronista do jornal, entendi tudo. O
cavalo nº 3 era o segundo principal favorito. Sua chance de ganhar era grande. Assim, até eu
acerto.

  A história terminaria por aí se na outra quarta-feira eu não recebesse uma nova cartinha:

        “Vai dar o cavalo nº 2 no sexto páreo do domingo”.

   Aquilo agora era um desafio. Corri a ler a seção de turfe no jornal. Aumentando a minha
expectativa, o comentarista dizia: “No domingo, sexto páreo, o nº 2 não terá chances”. Por
curiosidade, ouvi a transmissão da corrida pelo rádio. Suspense! Ganhou o nº 2. Um misto de
angústia e surpresa me assaltou. Como o Antônio Silva podia saber quem ia ganhar? Afinal, o
número 2 era azarão!

Na terça-feira não recebi a nova cartinha, ou seria mais honesto eu dizer, não recebi a tão
esperada cartinha. Chegou a desejada na quarta-feira. Simples e objetiva como sempre.

        “Sr. Manoel.
        No domingo, primeiro páreo, vai dar o número 1.
        Antônio Silva.”

   Embora eu não estivesse entendendo o porquê de ser eu o privilegiado receptor de tão
certeiros palpites, decidi jogar. A primeira e última vez, prometi eu.

    Joguei e ganhei. Infelizmente joguei pouco e por isso pouco ganhei. Fiquei revoltado. Se muito
tivesse jogado, muito teria ganho.

    A espera de uma nova cartinha foi em ambiente de alta tensão. E lá veio ela, agora na sexta-
feira. Os termos eram algo diferentes:
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   38
        “Sr. Manoel.
        Graças a meus conhecimentos, o Sr. teve três indicações certas para
        jogar. O Sr. deve hoje estar rico com o que ganhou. Tenho o nome do
        cavalo que vai dar no próximo sábado. Não quero dinheiro. Quero apenas
        que o Sr. jogue em sociedade comigo. O Sr. trará no mínimo cinqüenta
        mil reais e apostaremos esse valor no cavalo que eu lhe direi. O Sr. ficará
        com a metade do valor da aposta e eu, com a outra metade. Amanhã lhe
        telefono. Seu amigo,
        Antônio Silva.”

      O homem era meu amigo, seguramente. A proposta era muito boa. Ele jogaria junto comigo
(se bem que com meu dinheiro, destaque-se). Eta homem seguro de seus conhecimentos!
Dinheiro ele não queria. Queria apenas os boletos (poules) do jogo. Retirei o dinheiro do banco e
esperei o telefonema. Não teria sido melhor ele dar o seu telefone? Não entendi o anonimato.
Nem telefone, nem endereço. Só o nome, Antônio Silva. Afinal, por que um amigo permanece
incógnito? Seria modéstia? Ou seria acanhamento desse meu amigo?

      Sábado de manhã o telefone tocou. Era Antônio. Marcamos o encontro. Sábado, no centro
da cidade, em frente ao Centro de Apostas. O meu amigo Antônio me esperaria junto ao poste,
segurando um jornal aberto na Seção de Turfe.

      Encontrei-o na hora certa.
      Quarentão algo gordo, costeletas compridas, camisa de seda transparente, cordão de ouro
no pescoço, dente de ouro na boca, relógio de ouro no pulso. Apresentamo-nos e fomos direto ao
guichê. Cinqüenta mil reais de aposta, vinte e cinco mil de poules para mim e outro tanto para ele.
Junto ao guichê, ele finalmente falou, sussurrando o segredo. “ No quarto páreo, cavalo nº 5.”
Antônio era simpático, mas de pouca conversa. Pegou os vinte e cinco mil em poules que lhe
cabiam e despediu-se (estava com um filho com febre). Desapareceu na multidão.

       Solitário, fui para casa esperar que desse o cavalo nº 5 no quarto páreo. O locutor do rádio
foi dramaticamente claro na chegada desse páreo:

      “Os cavalos Príncipe da Alegria (nº 2) e Seta Dourada (nº 6) chegam juntos e cruzam a
linha de chegada”.

      Perdi. Até hoje não sei o porquê. Antônio nunca mais me procurou.

     Peço aos leitores ajuda para deslindar esse mistério. O mistério de Antônio, o homem que
sempre ganhava (ou quase sempre) nas corridas de cavalos.

  QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE O “TRUQUE” USADO PELO SR. ANTÔNIO. O
  QUE SERÁ QUE ELE FAZIA PARA ENGANAR AS PESSOAS?

                                               COMENTÁRIO:
       O espertalhão do Sr. Antônio pegou uma lista telefônica, selecionou 10 mil pessoas
(Manoel entre elas) e dividiu-as em dez grupos, correspondentes aos 10 cavalos que
correriam um páreo. A cada grupo enviou cartas indicando um dos cavalos como
vencedor.
       Os mil que receberam a indicação certa (obrigatoriamente mil), ele dividiu em 10
grupos de 100 e enviou novas dicas de cavalos para outro dia, aí por diante.

      No final, Antonio sempre ganhava quando dava o bote final.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   39

   2) COMBINATÓRIA–PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
    (Adaptação do Projeto Educ@ar (USP / SC) e da aula 48 do Tele-curso, da Fundação Roberto Marinho)



                      2.1) Elementar: O raciocínio combinatório

Exemplo inicial: "Os sanduíches da padaria Regência
são famosos no bairro. O freguês pode escolher entre 3
tipos de pão: pão de forma, pão francês ou pão italiano.
Para o recheio há 4 opções: salame, queijo, presunto ou
mortadela. Quantos tipos de sanduíche a padaria
oferece?"
Quem encontra pela primeira vez esse tipo de problema
pode não perceber que se trata de uma situação que
envolve a multiplicação. É comum, nas primeiras tentativas, somar 3 com 4 ou listar de
forma desorganizada algumas combinações de pão com recheio.


Vejamos como o problema pode ser resolvido. Para todas as combinações possíveis,
precisamos pensar de maneira organizada. Isto pode ser conseguido, por exemplo, com a
ajuda de uma tabela retangular.
                   salame           queijo        presunto        mortadela
       pão de pão de forma      pão de forma pão de forma      pão de forma com
       forma com salame         com queijo    com presunto     mortadela
        pão    pão francês      pão francês   pão francês com pão francês com
      francês com salame        com queijo    presunto         mortadela
        pão    pão italiano     pão italiano  pão italiano com pão italiano com
      italiano com salame       com queijo    presunto         mortadela

         Também podemos organizar a solução do problema deste outro modo:




         Este último esquema, que lembra os galhos de uma árvore (deitada), é conhecido
como árvore das possibilidades.
         Tanto com a tabela retangular como com a árvore das possibilidades, podemos
obter a solução do problema: contamos os tipos de sanduíche e chegamos a 12 tipos. O
que não se percebe ainda é o que o problema tem a ver com a multiplicação.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   40
          Isso pode ser percebido com este raciocínio: para cada um dos tipos de pão
temos 4 tipos de recheio e, portanto, 4 sanduíches diferentes; como são 3 tipos de pão, os
sanduíches são 4 + 4 + 4, ou seja, 3 x 4 = 12.
          Nesse raciocínio, procuramos combinar os tipos de pão com os tipos de recheio
para obter todos os tipos de sanduíche. É um exemplo de raciocínio combinatório, o qual
leva á multiplicação.
          Você pode notar que a árvore de possibilidades é uma espécie de "desenho" do
raciocínio que fizemos: de cada um dos seus 3 "galhos" iniciais saem outros 4 "galhos",
dando um total de 12.
          Quando podemos desenhar a árvore de possibilidades ou fazer uma tabela, como
no caso do problema dos sanduíches, o problema pode ser resolvido sem a multiplicação.
Mas, quando as possibilidades são muitas, a multiplicação facilita os cálculos. Já imaginou
desenhar a árvore se fossem 6 os tipos de pão e 12 os recheios?

         Vejamos outro problema envolvendo o raciocínio combinatório.
•        "Usando somente os algarismos 1, 2 e 3 queremos escrever números de três
algarismos. Vamos combinar que, num mesmo número, não pode haver repetição de
algarismo. Com outras palavras, cada número deve ter três algarismos diferentes. Quantos
números podem ser escritos nestas condições?"
        Observe que os números 213 e 312 satisfazem as condições do problema, mas
os números 311, 413 e 1123 não servem. Para resolver o problema vamos nos imaginar
escrevendo um número de três algarismos, obedecendo as restrições mencionadas no
problema. Ao escrever o algarismo das centenas temos 3 possibilidades.




        Ao escrever o algarismo das dezenas não podemos usar aquele que já foi usado
nas centenas. Portanto, para cada uma das maneiras de escolher o dígito das centenas
temos duas maneiras de escolher o das dezenas.




Ao escrever o algarismo das unidades não podemos repetir nenhum dos dois que já foram
usados nas centenas e dezenas. Logo, para cada uma das maneiras de escrever os dois
primeiros algarismos temos uma só escolha para o último dígito.
Portanto, nas condições do problema, é possível escrever 3 x 2 x 1 = 6 números: 123, 132,
213, 231, 312 e 321.




O problema seguinte é parecido com o anterior. Mas há uma diferença entre eles!
             •   "Usando somente os algarismos 1, 2 e 3 queremos escrever números
                 de três algarismos. Vamos combinar que, num mesmo número, pode
                 haver repetição de algarismos. Quantos e quais números podem ser
                 escritos nestas condições?"
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   41
         Vamos construir a árvore das possibilidades para este problema:
Temos 3 possibilidades para escolher o algarismo das centenas. Para cada uma delas, há
3 maneiras de escolher o dígito das dezenas. Portanto há 3 x 3 = 9 modos de escolher
aqueles dois dígitos. Para cada uma destas 9 maneiras há 3 possibilidades de escolha
para o algarismo das unidades. Portanto, nas condições do problema, é possível escrever
3 x 3 x 3 = 27 números. Na árvore das possibilidades podemos ver quais são estes
números.




      2.2 ) O princípio fundamental da Contagem (ou multiplicativo)

A palavra Matemática, para um adulto ou uma criança, está diretamente relacionada com
atividades e técnicas para contagem do número de elementos de algum conjunto. As
primeiras atividades matemáticas que vivenciamos envolvem sempre a ação de contar
objetos de um conjunto, enumerando seus elementos.

          As operações de adição e multiplicação são exemplos de técnicas matemáticas
utilizadas também para a determinação de uma quantidade. A primeira (adição) reúne ou
junta duas ou mais quantidades conhecidas; e a segunda (multiplicação) é normalmente
aprendida como uma forma eficaz de substituir adição de parcelas iguais.

        A multiplicação também é a base de um raciocínio muito importante em
Matemática, chamado princípio multiplicativo. O princípio multiplicativo constitui a
ferramenta básica para resolver problemas de contagem sem que seja necessário
enumerar seus elementos (como veremos nos exemplos).

Os problemas de contagem fazem parte da chamada análise combinatória.

EXEMPLO 1:

Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a roupa que usar·, separou 2 saias e 3
blusas. Vejamos de quantas maneiras ela pode se arrumar.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   42
solução:




  O princípio multiplicativo, ilustrado nesse exemplo, também pode ser enunciado da
seguinte forma:

   Se uma decisão d1 pode ser tomada de n maneiras e, em seguida, outra
decisão d2 puder ser tomada de m maneiras, o número total de maneiras de
tornarmos as decisões d1 e d2 será n · m.
  No exemplo anterior havia duas decisões a serem tomadas:
d1: escolher uma dentre as 3 blusas
d2: escolher uma dentre as 2 saias

          Assim, Maria dispõe de 3 · 2 = 6 maneiras de tomar as decisões d1 e d2, ou seja,
6 possibilidades diferentes de se vestir.

EXEMPLO 2:
         Um restaurante prepara 4 pratos quentes (frango, peixe, carne assada,
salsichão), 2 saladas (verde e russa) e 3 sobremesas (sorvete, romeu e julieta, frutas). De
quantas maneiras diferentes um freguês pode se servir consumindo um prato quente, uma
salada e uma sobremesa?

Solução:




   Esse e outros problemas da análise combinatória podem ser representados pela
conhecida árvore de possibilidades ou grafo. Veja como representamos por uma árvore o
problema do cardápio do restaurante.

  Observe que nesse problema temos três níveis de decisão:
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins   43
d1: escolher um dentre os 4 tipo de pratos quentes.
d2: escolher uma dentre as 2 variedades de salada.
d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas.

       Usando o princípio multiplicativo, concluímos que temos 4 · 2 · 3 = 24 maneiras de
tomarmos as três decisões, ou seja, 24 opções de cardápio.

           As técnicas da análise combinatória, como o princípio multiplicativo, nos fornecem
soluções gerais para atacar certos tipos de problema. No entanto, esses problemas exigem
engenhosidade, criatividade e uma plena compreensão da situação descrita. Portanto, È
preciso estudar bem o problema, as condições dadas e as possibilidades envolvidas, ou
seja, ter perfeita consciência dos dados e da resolução que se busca.

EXEMPLO 3:
        Se o restaurante do exemplo anterior oferecesse dois preços diferentes, sendo
mais baratas as opções que incluíssem frango ou salsichão com salada verde, de quantas
maneiras você poderia se alimentar pagando menos?

Solução:

           Note que agora temos uma condição sobre as decisões d1 e d2:
           d1: escolher um dentre 2 pratos quentes (frango ou salsichão).
           d2: escolher salada verde (apenas uma opção).
           d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas.

  Então há 2 · 1 · 3 = 6 maneiras de montar cardápios econômicos. (Verifique os
cardápios mais econômicos na árvore de possibilidades do exemplo anterior).

EXEMPLO 4:
Quantos números naturais de 3 algarismos distintos existem?

Solução:
        Um número de 3 algarismos c d u é formado por 3 ordens: Como o algarismo
da ordem das centenas não pode ser zero, temos então três decisões:
        d1: escolher o algarismo da centena diferente de zero (9 opções).
        d2: escolher o algarismo da dezena diferente do que j· foi escolhido para
        ocupar a centena (9 opções).
        d3: escolher o algarismo da unidade diferente dos que j· foram utilizados (8
        opções).

Portanto, o total de números formados ser· 9 · 9 · 8 = 648 números.

EXEMPLO 5:

De acordo com o exemplo anterior, se desejássemos contar dentre os 648 números de 3
algarismos distintos apenas os que são pares (terminados em 0, 2, 4, 6 e 8), como
deveríamos proceder?

Solução:
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
Ap mat em questoes gabarito  001 resolvidos
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Ap mat em questoes gabarito 001 resolvidos

  • 1. Ilydio Pereira de Sá Geraldo Lins
  • 2. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 2 MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO 1ª PARTE: SEQÜÊNCIAS E PROGRESSÕES PARTE I - PROGRESSÕES ARITMÉTICAS (PA) 1) INTRODUÇÃO Observe as seguintes situações, tiradas de situações do cotidiano ou de diversos ramos da própria matemática: 1. Vinícius tem, guardados em seu cofrinho, 350 reais. Resolveu, a partir desse momento, fazer uma poupança de forma que colocaria no cofrinho um real no primeiro dia, dois no segundo, três no terceiro...e assim sucessivamente, até o 30º dia. Quanto ele terá em seu cofrinho, passados os 30 dias? 2. A população de uma cidade cresce 2% a cada ano. Se em 1990 a população era de 25 000 habitantes, quantos serão os habitantes dessa cidade, em 2007, mantida a mesma taxa de crescimento anual? 3. Observe a seqüência abaixo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3 6 10 Esses números são chamados de números triangulares (veja a disposição e a quantidade de pontos de cada termo). Qual será o décimo termo dessa seqüência? Problemas como os que apresentamos acima, que envolvem seqüências especiais, serão facilmente resolvidos com as técnicas que estudaremos no capítulo das progressões aritméticas e das progressões geométricas. Quando escrevemos qualquer quantidade de números, um após o outro, temos o que chamamos de seqüências. As seqüências são, freqüentemente, resultado da observação de um determinado fato ou fenômeno. Imagine, por exemplo, que uma pessoa acompanhasse a variação do dólar (compra) nos primeiros dez dias (úteis) do mês de abril de 2003. Vejamos o resultado de sua pesquisa na tabela a seguir: Dia útil Dólar Dia útil Dólar (Abril de 2003) (Compra) (Abril de 2003) (Compra) 1 R$ 3,335 6 R$ 3,164 2 R$ 3,278 7 R$ 3,184 3 R$ 3,255 8 R$ 3,214 4 R$ 3,246 9 R$ 3,213 5 R$ 3,171 10 R$ 3,181
  • 3. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 3 Verifique que os valores listados, que possuem uma certa ordenação, constituem uma seqüência. Convenciona-se designar por uma letra minúscula qualquer (normalmente a) a qualquer um dos termos de uma seqüência, usando como índice um número que denota a posição do termo na seqüência. Assim, a notação a1 representa o primeiro termo da seqüência, que no nosso exemplo do dólar é o valor 3,335. A notação a10 representa o décimo termo e assim sucessivamente. Quando desejamos falar sobre um termo qualquer de uma seqüência, escrevemos an. Você pode usar as seqüências para registrar diversas observações, como a produção de uma fábrica em cada mês, o número de telefonemas que você dá por dia, a taxa de inflação mensal etc. No exemplo que mostramos, da variação do dólar, não teríamos como saber, por exemplo, a sua cotação no dia 15, ou no dia 20, já que a seqüência é variável e depende de diversos fatores não previsíveis. Em nosso curso vamos estudar umas seqüências muito especiais. Por sua regularidade, conhecendo alguns termos, podemos calcular qualquer outro. A primeira delas chama-se Progressão Aritmética. Uma progressão aritmética é uma seqüência na qual, dado um primeiro termo, obtemos todos os outros acrescentando sempre a mesma quantidade. Por exemplo, vamos partir do número 7 e acrescentar 3, diversas vezes: 7 10 13 16 19 22 ... +3 +3 +3 +3 +3 O valor que acrescentamos a cada termo para obter o seguinte chama-se razão (R). Portanto, nesse exemplo, temos: a1 = 7 e R = 3. Veja agora outros exemplos de progressões aritméticas e suas classificações: 3, 7, 11, 15, 19, 23 ... Temos R = 4. Uma progressão crescente. 9, 7, 5, 3, 1, - 1, - 3, - 5, ... Temos R = - 2. Uma progressão decrescente. 4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, ... Temos R = 0. … uma progressão estacionária. Você já deve ter percebido que é muito fácil sabermos o valor da razão de uma progressão aritmética. Como a razão é a quantidade que acrescentamos a cada termo para obter o seguinte, podemos dizer que: A razão de uma progressão aritmética é a diferença entre qualquer termo e o anterior, a partir do segundo termo. Assim, retomando os três últimos exemplos, temos: na 1a. progressão: R=7 -3=4 R = 11 -7 = 4 R = 15 - 11 = 4 etc. na 2a. progressão: R=7-9=-2 R = 5 - 7 = - 2 etc. na 3a. progressão: R=4-4=0
  • 4. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 4 2) FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA P.A Passemos então a generalizar o que vimos nos exemplos. Considere a seguinte progressão aritmética (de agora em diante representada por PA) de razão R: a1 a2 a3 a4 a5 a6 .... an +R + R + R + R + R + R .... Suponha que você conhece o primeiro termo (a1), e a razão (R). Como faremos para calcular qualquer outro termo? Observe as igualdades: a2 = a1+ R a3 = a1 + 2R a4 = a1 + 3R a5 = a1+ 4R ................... a10 = a1 + 9R Vemos então que, para calcular um termo qualquer (an) é preciso somar ao 1º termo, (n -1) vezes a razão, ou seja: Fórmula do termo geral: an = a1 + (n - 1).R Para entender bem o que estamos fazendo, imagine que você está no 1º degrau de uma escada e deseja chegar ao 10º. Quantos degraus deve subir? É claro que são 9. Se você está no 1º degrau e deseja chegar ao 25º, quantos deve subir? Deve subir 24, lógico. Então, para chegar ao degrau número n, devemos subir (n -1) degraus. Observe a aplicação dessa fórmula nos exemplos seguintes. EXEMPLO 1: Qual é o trigésimo (30º) termo da progressão aritmética: 10, 17, 24, 31, 38, ...? Solução: A razão da progressão é R = 17 -10 = 7 e o primeiro termo é a1 = 10. Desejamos calcular o trigésimo termo, ou seja, a30. A partir da fórmula do termo geral: an = a1 + (n - 1)R Substituindo a letra n por 30, obtemos: a30 = a1 + 29.R Daí, a30 = 10 + 29 . 7 a30 = 213 Portanto, o trigésimo termo da progressão dada é 213. EXEMPLO 2: Um aluno escreveu todos os números ímpares desde 17 até 63. Quantos números ele escreveu? Solução: A progressão desse exemplo é a seguinte: 17, 19, 21, 23, ..., 63. O primeiro termo é 17, o último termo é 63 e a razão é 2. Escrevemos então: a1 = 17 an = 63 R=2 Substituindo esses valores na fórmula do termo geral, calcularemos n que é o número de termos da progressão: an = a1 + (n - 1).R 63 = 17 + (n - 1). 2 63 - 17 = 2n - 2 46 = 2n - 2
  • 5. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 5 48 = 2n n = 24 A progressão tem, portanto, 24 termos. EXEMPLO 3: Escreva a P.A obtida, quando inserimos 5 números entre 1 e 25? Nesse caso, estamos querendo formar uma P.A, com sete termos, sendo que os extremos são os números 1 e 25. Esse tipo de problema é o que chamamos de INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA. É claro que o que falta obter é a razão desta P.A. (1, __, __, __, __, __, 25). an = a1 + (n - 1).R ou a7 = a1 + 6. R ou 25 = 1 + 6.R ou ainda 24 = 6. R, o que acarreta R = 4. Logo, a P.A procurada é: ( 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25) EXEMPLO 4: Em janeiro, de certo ano, Lídia estava ganhando R$ 270,00 por mês. Seu patrão prometeu aumentar seu salário em R$ 8,00 todos os meses. Quanto Lídia estará ganhando em dezembro do ano seguinte? Solução: Se o salário de Lídia aumenta R$ 8,00 todos os meses, então a seqüência dos salários é uma progressão aritmética de razão igual a 8. Vamos Montar uma tabela, para melhor entender a situação: janeiro _ a1 = 270,00 fevereiro _ a2 = 278,00 ............................................ ............................................ dezembro _ a12 = janeiro _ a13 = ............................................ ............................................ dezembro _ a24 = ? Logo, o que queremos é o valor do 24º termo dessa P.A. Usando a fórmula do termo geral, teremos: a24 = a1 + 23.R a24 = 270 + 23.8 a24 = 270 + 184 a24 = 454 Portanto, com esses pequenos aumentos mensais, Lídia estará ganhando, em dezembro do ano seguinte, R$ 454,00. "Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes." (Gilbert Keith Chesterton, escritor inglês)
  • 6. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 6 3) ALGUMAS PROPRIEDADES DAS PROGRESSÕES ARITMÉTICAS A) Propriedade Fundamental de uma P. A Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. A, o termo do meio será igual à média aritmética dos outros dois. x+z Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.A, teremos que y= . Essa 2 propriedade decorre da própria definição da P.A, onde as diferenças entre dois termos consecutivos devem ser iguais. x+z De fato, se y – x = z – y , isso acarretará que 2y = x + z ou y= . 2 EXEMPLO 5: Sabendo-se que ( 2x, 4x – 10, 4x , ...) são os três primeiros termos de uma P.A, obtenha: a) o valor de x b) o valor da razão da P. A c) o valor do 25º termo dessa mesma P. A Solução: De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. A, 2x + 4x teremos: 4x - 10 = = 3x . Logo, teremos x = 10. (pergunta a). 2 b) Se x = 10, então os três primeiros termos da P.A serão (20, 30, 40) e fica fácil perceber que a razão é igual a 10. c) a25 = a1 + 24. R, logo, a25 = 20 + 24. 10 = 20 + 240 = 260. B) Propriedade dos Termos Eqüidistantes. Numa P.A finita, a soma de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos. Exemplo: 9 + 11 = 7 + 13 = 5 + 15 = 3 + 17 = 20 Poderemos fazer a demonstração para o caso geral: (a1, a2, a3... ap, ... aq,.......... an) __ p termos__ __ p termos__ Verifique que entre o primeiro termo e o termo ap existem p termos e entre o termo aq o termo an também existem p termos. Por isso esses termos são denominados de eqüidistantes dos extremos. Temos que provar que a soma desses dois termos (ap + aq ) é igual à soma dos dois extremos da P.A (a1+ an). De fato, ap = a1+ (p – 1).r e an= aq + (p – 1).r ...logo: ap – an= a1+ (p – 1).r – (aq + (p – 1).r) = a1+ pr – r – aq – pr + r
  • 7. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 7 ap – an= a1 – aq ou então ap + aq= a1 + an o que demonstra a nossa propriedade. C) O Gráfico de uma P.A Podemos visualizar os termos de uma progressão aritmética por meio de um gráfico como este: Os valores dos termos são representados pelas barras verticais que formam o desenho de uma escada. Nessa escada, a altura de cada degrau é a razão da progressão aritmética. D) Uma outra fórmula (Recorrência) Imagine que você se encontra no 3º andar de uma escada e que deseja atingir o 9º andar. Quantos andares você terá de subir? É claro que a resposta é 6 andares. Isso, em linguagem matemática pode ser representado por: a9 = a3 + 6 . R. De modo geral, se estamos no degrau de número n e desejamos chegar ao degrau de número m, devemos subir (m – n) degraus. No caso da P. A, teremos uma outra maneira mais geral de escrever a fórmula, relacionando dois termos quaisquer e não obrigatoriamente como primeiro termos. Ë a seguinte fórmula: am = an + (m – n) . R. Exemplo 6: A mesada de Luciana aumenta todos os anos de um valor constante de reais, combinado com o seu pai. Sabemos que no 5º ano após o acordo, a mesada estava em R$ 80,00 e que no 8º ano estava em R$ 110,00. Qual era o valor da mesada de Luciana no início desse acordo? Solução: Pelo que vimos na fórmula anterior, poderemos relacionar diretamente os valores do 8º e do 5º ano de mesada. a8 = a5 + 3 . R Substituindo os valores conhecidos, temos: 110 = 80 + 3R, logo, teremos que 3. R = 30 ou R= 10. Podemos agora, relacionar um desses termos (o 5º ou o 8º) com o primeiro e determinar o valor da mesada de Luciana no início do acordo (no primeiro ano de acordo) a5 = a1 + 4 . R ou 80 = a1 + 4.10 ou a1 = 40. Resposta: No início (e durante todo o primeiro ano) a mesada de Luciana era de R$ 40,00.
  • 8. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 1) 1) Uma criança está brincando com palitos de fósforo. Observe o que ela está fazendo. Se ela continuar construindo seguindo o mesmo critério usado até agora, quantos quadrados ela terá construído com 250 palitos? 2) Achar três números em P. A e tais que a soma do primeiro com o terceiro seja 12 e o produto do primeiro pelo segundo seja 24. 3) Um corpo em queda livre, partindo do repouso, cai 16 m durante o primeiro segundo, 48 m durante o segundo, 80 m durante o terceiro, etc. Calcular a distância que cai no 15o.segundo. 4) O perímetro de um triângulo retângulo é 60 m e os seus lados formam uma P. A. Determine a área desse triângulo. 5) Qual o primeiro termo de uma P.A, de 49 termos, se o último termo vale 28 e a sua razão é igual a ½? 6) Quantos números inteiros existem, entre 84 e 719, e que são múltiplos de 5? 7) Quantos números inteiros existem, de 13 até 902, e que NÃO são múltiplos de 3? 8) Qual a razão da P.A obtida quando inserimos 4 termos(meios aritméticos) entre 9 e 24? 9) (UNESP) Duas pequenas fábricas de calçados A e B têm fabricado, respectivamente, 3000 e 1100 pares de sapatos por mês. Se, a partir de janeiro, a fábrica A aumentar sucessivamente a sua produção em 70 pares por mês e a fábrica B aumentar sucessivamente a sua produção em 290 pares por mês, a partir de que mês a produção da fábrica B vai superar a produção da fábrica A? 10) Escreva uma P.A (crescente), de três termos, sabendo que a soma desses termos vale 12 e que a soma de seus quadrados vale 80. 11) Os 3 termos de uma seqüência são proporcionais aos números 3, 5 e 9. Somando 4 ao termo do meio, a nova seqüência formada é uma P.A. Determine a seqüência inicial. 1 5 3 7 12) Considere a seqüência ( , , , , ...) . Determine seus três próximos termos. 2 8 4 8 13) Seja uma P.A de 7 termos e razão igual a R. Se retirarmos o segundo, o terceiro, o quinto e o sexto termos, teremos uma outra P.A, de razão ... 14) Em uma P.A o primeiro termo é igual a 0,402 e o segundo termo é igual a 0,502. Qual o valor do décimo termo dessa progressão? 15) Quantos termos possui uma P.A cujo primeiro termo é igual a 10x – 9y, o último é igual a y e a razão é igual a y – x (sendo y x)?
  • 9. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 9 4) SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO ARITMÉTICA
  • 10. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 10 O texto anterior, extraído da revista Galileu Especial (Eureca), de abril de 2003, nos mostra de uma forma simples como que o matemático alemão, Gauss, ainda criança, conseguiu de forma genial uma prova para a soma dos termos de uma P.A. É claro que o que está na reportagem não é uma demonstração rigorosa, nem genérica, mas, com auxílio das propriedades que estudamos anteriormente, podemos aproveitar a idéia de Gauss e deduzirmos tal fórmula. Vejamos: Consideremos a soma S, de todos os termos de uma P.A (finita, é claro). S = a1 + a2 + a3 + ........ + an 2 + an 1 + an É claro que tal soma não modificará, como fez Gauss, se a escrevermos em outra ordem. Vamos escrever a mesma soma, de trás para frente: S = an + an 1 + an 2 + ........ + a3 + a2 + a1 Se somarmos essas duas expressões, teremos: 2S = (a1 +an ) + (a2 + an 1 ) + (a3 + an 2 ) + ........ + (an + a1 ) Já vimos anteriormente que todas essas somas, de termos eqüidistantes dos extremos, são iguais à soma dos próprios extremos. Logo, a segunda parte da expressão obtida pode ser substituída por (a1 +an ) + (a1 +an ) + (a1 +an ) + ..... (an + a1 ) = n . (a1+an ) (a1 + an ) . n Logo, chegamos finalmente a, S= que é a fórmula clássica para obtermos 2 a soma dos termos de uma progressão aritmética. UMA CURIOSIDADE... (adaptado de Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho) Podemos visualizar o que está ocorrendo durante a soma dos termos de uma P.A associando à uma progressão aritmética a idéia de uma “escada”. Vejamos essa situação para uma P.A de sete termos. Estamos querendo calcular a soma dos comprimentos de todos esses degraus. Vamos usar do mesmo artifício usado pelo nosso brilhante Gauss. Imaginemos duas dessas “escadas” (uma delas invertida) e acopladas.
  • 11. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 11 Observando a figura, constatamos algo que já sabíamos – que as somas a1 + a7 , a2 + a6 , a3 + a5 , ... são todas iguais. Logo, podemos somar da seguinte forma: (a1 + a 7 ) . 7 Dessa forma, temos 2S = (a1 + a 7 ) . 7 ou S = 2 Acredito que a “visualização” acima mostrada, bem como a história de Gauss (Revista Galileu Especial) facilitarão que você se lembre de como proceder para somar todos os termos de uma progressão aritmética. Exemplo 7: Qual a soma dos 50 primeiros termos de uma P.A na qual a6 + a45 = 160? Solução: Pela fórmula que acabamos de deduzir, sabemos que a soma dos 50 primeiros (a1 + a50 ) . 50 termos de uma P.A. é dada por: S = mas, como sabemos que a1 + a50 = a6 2 (160) . 50 + a45 = 160, teremos então: S = = 4000 2 Exemplo 8: Ao se efetuar a soma de 50 parcelas em progressão aritmética, 202 + 206 + 210 + ..., por distração não foi somada a 35ª parcela. Qual a soma que foi encontrada, por engano? Solução: Observamos que a razão da P.A é igual a 4 e que o primeiro termo é 202. Logo, já podemos obter os valores da 35ª e da 50ª parcelas, necessárias à solução do problema. Cálculo da 35ª parcela a35 = a1 + 34 . R = 202 + 34 . 4 = 338 (que terá de ser descontada do total, já que ela foi “esquecida”). Cálculo da 50ª parcela a50 = a1 + 49 . R = 202 + 49 . 4 = 398
  • 12. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 12 (a1 + a50 ) . 50 (202 + 398) . 50 Soma das 50 parcelas = S = = = 15000 2 2 Soma que foi encontrada, com a falta da 35ª parcela = 15 000 – 338 = 14 662 PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E CALCULADORAS (De: Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho) Hoje em dia, todos nós usamos uma máquina simples para facilitar nossos cálculos: a máquina de calcular. Além de realizar as quatro operações (soma, subtração, multiplicação e divisão), a máquina calcula raiz quadrada e tem memória. Vamos ver uma forma interessante e simples de usar a calculadora para facilitar o trabalho com progressões aritméticas. Como exemplo, vamos considerar a progressão aritmética de razão R = 7, começando em a1 = 9. Para visualizar quantos termos você quiser, digite: A primeira vez que você acionar a tecla = a máquina vai mostrar o termo 16 (segundo termo da P.A). Nas outras vezes que você acionar a tecla =, sucessivamente, o visor da máquina mostrará: 23, 30, 37, 44, ...até o termo que você desejar. A máquina de calcular também soma os termos de uma progressão aritmética. Se não forem muitos os termos que precisamos somar, o uso da calculadora é bastante eficiente. Vamos mostrar, como exemplo, como obter a soma dos 5 primeiros termos de uma PA, cujo primeiro termo é 15,86 e cuja razão é 0,17. Para obter os 5 termos, procedemos como no exemplo anterior. Devemos apenas, após cada termo que aparecer no visor, apertar a tecla M+ . Isto faz com que os termos da progressão sejam acumulados na memória da calculadora. Depois que você apertar pela quinta vez a tecla M+ , aperte a tecla MR e a soma dos 5 termos da progressão aparecer· no visor. O esquema da operação que vamos fazer é o seguinte: Iniciando por 15,86 e usando a razão 0,17, você irá obter o valor 81 para soma dos 5 primeiros termos da progressão.
  • 13. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 13 EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 2) 1) Calcule a soma de todos os números naturais ímpares de dois algarismos. 2) Em uma casa de campo existem, ao longo da cerca, uma torneira e 18 roseiras. A torneira está a 15 m da primeira roseira e o espaço entre as roseiras é de 1 m. O jardineiro tem apenas um balde. Ele enche o balde na torneira, rega a primeira roseira, volta para encher o balde, rega a segunda roseira, e assim por diante. Após regar a décima oitava (18ª) roseira ele retorna para deixar o balde junto à torneira. Qual foi a distância total percorrida pelo jardineiro? 3) Sendo x um número real, não nulo, calcule o valor da expressão: 53 50 47 44 x .x .x .x .....x 7 4) Calcular a soma de todos os termos de uma P.A cujo primeiro termo é 4, o último termo é 46 e a razão é igual ao número de termos. 5) Obtenha a soma dos termos de uma P.A crescente, cujos dois primeiros termos são 2 as raízes da equação x – 10x + 24 = 0. O número de termos dessa progressão é o dobro do valor do segundo termo. 6) Um ciclista percorre 20 km na primeira hora de prova, em seguida percorre 17 km na segunda hora (ou seja, 37 km em 2 horas) e prossegue sempre dessa forma, percorrendo 3 km a menos nas próximas horas de percurso. Quanto tempo ele levou para percorrer um total de 77 km? 7) Obtenha a razão de uma P.A de 11 termos, cuja soma dos termos é 176. Sabemos que esta razão é positiva e que a diferença entre os dois termos extremos é igual a 30. 8) Colocando-se 1540 estudantes em fila, com 1 estudante na primeira fila, 2 estudantes na segunda, 3 estudantes na terceira e assim sucessivamente, formamos um triângulo. Quantas filas tem essa formatura? 9) (UFRJ) Um painel contêm lâmpadas vermelhas e azuis. No instante inicial (t0 = 0) acendem-se, simultaneamente, uma lâmpada vermelha e 43 azuis. A partir daí, de 2 em 2 segundos, acendem-se as lâmpadas vermelhas e apagam-se as azuis. O número de lâmpadas vermelhas acesas cresce em progressão aritmética de razão igual a 4 e o de azuis decresce em progressão aritmética de razão –3. Em
  • 14. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 14 determinado instante teremos a mesma quantidade de lâmpadas vermelhas e azuis acesas. Quantas lâmpadas de cada cor estarão acesas nesse momento? 10) Para escrever seus contos um escritor procede da seguinte maneira: escreve no primeiro dia de trabalho 20 linhas, e nos dias seguintes, escreve o número de linhas do dia anterior, acrescido de 5 linhas. Seu último conto tem 17 páginas, e em cada página 25 linhas. Calcule em quantos dias esse conto foi escrito. GABARITOS SÉRIE 1 2 01) 83 02) 4, 6, 8 03) 464 m 04) 150 m 05) 180 06) 127 07) 594 08) 3 09) outubro 10) (0, 4, 8) 11) 12, 20, 36 12) 1, 9/8, 5/4 13) 3R 14) 1,302 15) 11 SÉRIE 2 -483 01) 2475 02) 846 m 03) x 04) 175 05) 180 06) 7 h 07) R = 3 08) 55 09) 25 10) 10 "Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer. E, provavelmente, aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta." (Samuel Smiles)
  • 15. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 15 MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO – PROF. ILYDIO PEREIRA DE SÁ SEQÜÊNCIAS E PROGRESSÕES PARTE II - PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS (P.G) 1) INTRODUÇÃO Consideremos agora a seguinte situação: uma mercadoria, que em 1990 custava 100 reais, teve seu preço reajustado nos 4 anos seguintes, sob taxa de 10% ao ano, sobre o preço do ano anterior. Vejamos uma tabela representativa desses preços: Ano Preço (R$) 1990 100,00 1991 110,00 1992 121,00 1993 133,10 1994 146,41 Se você pegar sua calculadora e dividir os valores de dois termos consecutivos dessa seqüência, vai observar agora que os quocientes dessas divisões serão todos iguais. Vejamos: 110 : 100 = 1,10 121 : 110 = 1,10 133,10 : 121 = 1,10 146,41 : 133,10 = 1,10 Se lembrarmos que o número decimal 1,10 corresponde a 110/100 ou 110%, constataremos que cada preço está sendo reajustado em 10% sobre o preço do ano anterior. Esse tipo de seqüências, onde cada termo (a partir do segundo) é obtido através da multiplicação do termo anterior por um fator fixo, denominado razão (q), é o que chamamos de Progressão Geométrica (PG) e que estudaremos nesse capítulo. Valem para as progressões geométricas as mesmas notações e convenções que usamos para as progressões aritméticas: a1 para o primeiro termo; an para o termo geral...etc. A única diferença de notação que usaremos é que, neste caso, denotaremos a razão por q e não R, como fizemos anteriormente, pois a razão agora é obtida pela divisão de dois termos consecutivos da seqüência, e, você sabe que o resultado de uma divisão é denominado quociente. Vejamos um exemplo inicial, para fixarmos o que já mostramos. Imagine uma progressão geométrica, de razão igual a 2, começando no número 3. x Perceba que, se fosse uma progressão aritmética, de razão igual a 2, começando no três, o crescimento seria bem mais lento: 3 5 7 9 11 13 15 17 21 ... +2 +2 +2 +2 +2 +2 +2 +2 Você pode perceber, claramente, a mensagem que existe em frases do tipo: “A produção de alimentos cresce em progressão aritmética, enquanto a população mundial cresce em progressão geométrica”. Podemos então resumir que uma P.G é uma seqüência onde cada termo, a partir do segundo, é obtido pelo produto do termo anterior por um fator fixo, denominado razão.
  • 16. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 16 Podemos ainda afirmar que: A razão da PG é igual a qualquer termo dividido pelo anterior. Em nosso estudo, por motivos práticos, nos deteremos nas progressões geométricas de razões positivas (que é o que ocorre na grande maioria dos exemplos práticos) e, podemos usar a seguinte classificação para as P.G. Ou seja, se a razão é superior a 1, a progressão geométrica é crescente, se a razão é inferior a 1 (e positiva, como já combinamos), a progressão geométrica é decrescente e se a razão é igual a 1, a progressão é dita estacionária. OBS: É claro que existem progressões geométricas, normalmente teóricas, cuja razão é negativa. Essas progressões, pelo fato de ter razão negativa, terão seus termos variando de sinal e são ditas oscilantes. 2) FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA P.G Vamos usar um raciocínio semelhante ao que vimos para as progressões aritméticas. Podemos, dessa forma, inferir que a fórmula para o cálculo de um termo qualquer de uma P.G é: n a = a .q 1 ( n 1) FATO CURIOSO: Se você comparar as definições dos dois tipos de progressões que estamos estudando (aritméticas e geométricas), observará que o que na P.A é uma soma, na P.G se transforma em uma multiplicação. O que na P.A é uma multiplicação (ou soma de
  • 17. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 17 parcelas iguais), na P.G é uma potenciação (ou multiplicação de fatores iguais). Se lembrar também que a razão da P.A é indicada por R, enquanto que a da P.G é indicada por q, terá um poderoso artifício para transformar as propriedades e fórmulas obtidas para a P.A, para as propriedades e fórmulas da P.G. Comparemos as fórmulas dos termos gerais, da P.A e da P.G: Verifique, a fórmula da P.A se transforma na da P.G, P.A an = a1 + R. (n - 1) bastando substituir a soma por produto, a razão R, por q e P.G a n = a 1.q( n 1) o produto por uma potência. Mas, mesmo sabendo essas fórmulas, é muito mais importante do que elas saber que, como numa escada, quantos “saltos” devemos dar para ir de um termo ao outro. Somando sempre um valor fixo, no caso da P.A e multiplicando sempre um valor fixo, no caso da P.G. Cabe ainda ressaltar que, a fórmula da P.G pode ser escrita a partir de um termo inicial que denotaremos por a0 o que se mostrará bastante vantajoso em diversos exemplos práticos que mostraremos, como na biologia e na matemática financeira. Nesses casos, a fórmula assumirá o seguinte aspecto: a n = a 0 .qn Exemplo 1: (Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho) Você poderia (e deve) resolver diretamente essa questão, lembrando que do primeiro termo, ao décimo segundo, teríamos 11 saltos da dar e, como se trata de uma P.G, era só multiplicar o primeiro termo pela razão elevada ao expoente 11. Exemplo 2: Quantos termos tem a P.G (1, 3, 9, ...2187) ? Solução: Verificando que a razão é igual a 3 e, usando a fórmula do termo geral, teremos: (n – 1) 7 a n = a 1.q( n 1) ou ainda 3 = 2187 = 3 . Esse tipo de equação que obtivemos, onde a incógnita se encontra no expoente, chamamos de equação exponencial e, como temos uma
  • 18. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 18 igualdade de potências de mesma base, é claro que seus expoentes terão de ser iguais, logo, n – 1 = 7, o que acarreta n = 8. Exemplo 3: (Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho) Existem bactérias que se reproduzem de forma extremamente rápida. Um exemplo é a bactéria que causa a sífilis (chamada treponema pallidum): cada uma delas se transforma em 8 iguais, no período de 1 hora. Se uma bactéria desse tipo começa a se reproduzir, quantas elas serão 12 horas depois, supondo que nenhuma delas tenha morrido? Solução: A população dessas bactérias forma uma P.G. Momento inicial a1 = 1 1 hora depois a2 = 8 2 horas depois a3 = 64 .................................. Como estamos querendo a quantidade de bactérias 12 horas depois do início, temos que obter o 13º termo dessa progressão geométrica. Logo, aplicando a fórmula do termo geral, teremos: 12 12 a13 = a1 . q ou a13 = 1 . 8 = 68 719 476 736 bactérias. Exemplo 4: (ITA) Obtenha os valores de x e y, de modo que a seqüência seja uma P.G (2, x, y, 1458) Solução: Verificamos que o primeiro termo é igual a 2 e que o quarto termo da P.G é igual a 1458. Logo, aplicando a fórmula do termo geral, teremos: 3 3 6 3 a n = a 1.q( n 1) ou ainda 1458 = 2.q . Assim, q = 729 = 3 = 9 . 3 3 Nesse caso, temos uma equação do tipo q = 9 , o que acarretará que q = 9. Dessa forma, podemos agora completar a progressão: (2 18 162 1458) x9 x9 x9 Conclusão: x = 18 e y = 162.
  • 19. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 19 CALCULADORAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS (De: Telecurso 2000 – Fundação Roberto Marinho) Exemplo 5: Sr. Gastão aplicou R$ 1000,00 num investimento que valorizava o seu dinheiro 2% ao mês. Quanto ele vai ter, 4 meses após o início da aplicação? Solução: Esse tipo de situação, da Matemática Comercial e Financeira, é o que denominamos JUROS COMPOSTOS ou JUROS SOBRE JUROS formará sempre uma Progressão Geométrica, como vimos no exemplo da introdução, a razão dessa P.G é o que denominamos FATOR DE CORREÇÃO. Nesse exemplo, o fator de correção será igual a 1,02, pois 100% + 2% corresponde a 102% ou 1,02. Logo, teremos de calcular o resultado 4 de 1000 . (1,02) . Na calculadora basta fazer 1,02 x 1000 = = = = 1082,43. O que vimos no exemplo acima é um dos grandes usos das progressões em nossa vida – a Matemática do Dinheiro. As progressões geométricas podem (e devem) ser observadas como uma seqüência de termos com taxa de variação constante (seja para aumento ou para redução). 3) ALGUMAS PROPRIEDADES DAS PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS A) Propriedade Fundamental de uma P. G Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. G (de razão positiva), o termo do meio será igual à média geométrica dos outros dois. Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.G, teremos que y = x.z . Essa propriedade decorre da própria definição da P.G, onde o resultado (quociente) das divisões entre dois termos consecutivos devem ser iguais.
  • 20. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 20 y z De fato, se = , isso acarretará que y 2 = x.z ou ainda y = x.z . x y Essa propriedade poderia também ser obtida diretamente da propriedade similar da P.A, bastando fazer as substituições das operações correspondentes. EXEMPLO 6: Sabendo-se que ( x - 2, 2x + 1, 5x + 10 ...) são os três primeiros termos de uma P.G crescente, obtenha: d) o valor de x e) o valor da razão da P. G f) o valor do 6º termo dessa mesma P. G Solução: De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. G, teremos: 2x + 1 = ( x 2).(5 x + 10) . Dessa forma, (2x + 1) 2 = ( x 2).(5 x + 10) . 2 2 4x + 4x + 1 = 5x + 10x – 10x – 20 2 x – 4x – 21 = 0. Resolvendo essa equação, obteremos os resultados 7 e –3. Como a P.G é crescente, logo, a resposta válida será o valor que gerar uma razão maior do que 1. • vejamos a opção x = 7, teremos a seguinte P.G (5, 15, 45), que atende à condição do problema. • Vejamos agora a opção x = -3, teremos a seguinte P.G (-5, -5, -5)...que não atende ao nosso problema. Logo a resposta da primeira pergunta é x = 7. b) a razão da nossa P. G é q = 3 (15 : 5) c) o sexto termo da P.G será: a 6 = a1.q 5 = 5.3 5 = 1215 B) Propriedade dos Termos Eqüidistantes. Numa P.G finita, o produto de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos. Exemplo: Considere a P.G (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512) Verifique: 1 . 512 = 2 . 256 = 4 . 128 = 8 . 64 = 16 . 32 = 512. Você pode, mais uma vez, tirar essa propriedade diretamente da propriedade similar da P.A, substituindo a operação de ADIÇÃO, pela de MULTIPLICAÇÃO. C) Gráfico de uma P.G Vamos supor, para exemplo, uma P.G cujo primeiro termo fosse igual a 1 e a razão fosse igual a 1,5. Teríamos o seguinte tipo de gráfico:
  • 21. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 21 Você deve lembrar que, quando estudamos o gráfico da progressão aritmética, as extremidades dos segmentos verticais obtidos estavam em linha reta. Agora, na progressão geométrica, essas extremidades estão sobre uma curva, denominada curva exponencial. 4) SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO GEOMÉTRICA Seja S = a1 + a 2 + a 3 + ........ + an 2 + an 1 + an Vamos multiplicar todos os termos dessa igualdade por q. Teremos então: q.S = a1.q + a2 .q + a3 .q + ........ + an 2 .q + an 1.q + an .q a2 a3 a4 an – 1 an Subtraindo a primeira expressão da segunda, teremos: q.S – S = an . q - a1 e agora, colocando o termo S, em evidência, teremos: S. (q – 1) = an . q - a1 a n .q a1 S= q 1 A fórmula acima pode assumir um outro aspecto, bastando substituir o an pela respectiva expressão do termo geral da P.G. A fórmula da soma dos termos da P.G (finita) ficará então: ( qn 1) S = a1. (q 1)
  • 22. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 22 Portanto, temos duas expressões distintas para o cálculo da soma dos termos de uma P.G finita. A escolha de qual usar em cada situação problema dependerá obviamente dos parâmetros envolvidos em cada caso. Exemplo 7: Obtenha a soma dos 10 primeiros termos da P.G (2, 4, 8, ...) Solução: Para este caso, é melhor usarmos a segunda expressão da fórmula da soma da P.G, pois temos o primeiro termo, o número de termos que queremos somar e a razão (q = 2). ( qn 1) (210 1) S = a1. = 2. = 2.(1024 1) = 2046 (q 1) (2 1) OBSERVAÇÃO: Verifique que, quando numa P.G decrescente, o número de termos cresce indefinidamente (dizemos que n tende ao infinito), a expressão dessa soma (que tenderá a um valor limite) ficará bastante simplificada, pois o termo an tenderá a zero. Verifique o exemplo: (12; 6; 3; 1,5; 0,75; 0,375; 0,1875; 0.09375, ...) observe que quanto maior o número de termos, mais se aproxima de zero o último termo considerado. Logo, a fórmula que estudamos ficará, neste caso, transformada em: a n .q a1 lim S = a1 S= substituindo an por 0, teremos então 1 q q 1 n Exemplo 8: Calcular a soma dos termos da P.G (16, 8, 4, 2, 1, ....) Solução: Verificamos que se trata do caso da P.G com razão menor que 1 (q = ½, P.G decrescente). Quando o número de termos tender ao infinito, o último termo tenderá a zero e poderemos aplicar a fórmula anterior, ou seja: a1 16 16 lim S = = = = 32 1 q 1 1 1 2 2 n Exemplo 9 (PUC): Na figura está representado um conjunto infinito de círculos C0, C1, C2, .... Os diâmetros de todos eles estão sobre um segmento de reta de comprimento igual a 1. Além disso, o raio de Cn é a metade do raio de Cn – 1 . A área da região hachurada na figura é:
  • 23. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 23 Solução: Pela figura, verificamos que a área hachurada é igual à diferença entre a área do maior semicírculo (C0 ) e a soma das áreas dos demais semicírculos, a partir do C1. 1 2 . r a) Raio do semicírculo C0 = ½ . Área desse semicírculo = = 4 = 2 2 8 1 . r2 16 = b) Raio do semicírculo C1 = ¼. Área desse semicírculo = = 2 2 32 1 . r2 c) Raio do semicírculo C2 = 1/8. Área desse semicírculo = = 64 = 2 2 128 Percebemos que cada área é igual a ¼ da área anterior, logo, essas infinitas áreas formam uma P.G decrescente, de razão igual a ¼. Podemos, mais uma vez, aplicar a fórmula do limite da soma, quando o número de parcelas tende a infinito. Considerando como primeiro termo a área do semicírculo C1 a1 4 lim S = = 32 = 32 = . = 1 q 1 3 32 3 24 1 4 4 n Finalmente, a área hachurada pedida, será igual a: = 8 24 12 Dificuldades reais podem ser resolvidas; apenas as imaginárias são insuperáveis." (Theodore N. Vail)
  • 24. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 24 4) A MATEMÁTICA E O DINHEIRO A) OS FATORES DE CORREÇÃO Conforme já comentamos anteriormente, o grande uso prático das progressões geométricas está nas seqüências de taxa de variação constante. Isso ocorre em muitas situações que envolvem dinheiro, operações bancárias e comerciais. Para que você resolva a maioria dessas questões que, independentemente de estarem ou não nos concursos que realizamos – e estão – achamos fundamental enfocar com mais detalhes os fatores de correção e a matemática do dinheiro. Muita gente acha que a “Matemática do dinheiro” serve só para pagarmos nossas contas, conferir trocos, coisas desse tipo. Mas não é somente isso, sabemos que o dinheiro, as transações bancárias ou comerciais, estão cada vez mais presentes na vida de todas as pessoas. Se perguntarmos a uma pessoa qual o valor de 100 dólares, mais 100 marcos, mais 100 reais, ela provavelmente dirá que primeiramente precisamos converter todos esses valores para uma mesma moeda, antes de efetuarmos a soma. Analogamente, precisamos tomar cuidado com valores monetários no tempo. Será que 3 parcelas de 100 reais, pagas com intervalos de 30 dias, correspondem a um único pagamento de 300 reais, numa Economia com inflação? Infelizmente, a maioria dos livros de matemática ignora esta fato, assim como ignoram também a inflação. Esse tipo de erro é encontrado tanto em textos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Você deve concordar comigo que, sem a Matemática, não conseguiríamos entender nossos contracheques, calcular nossos aumentos de salário, identificar os produtos que aumentaram demasiadamente de preço, constatar e criticar as propagandas enganosas, reivindicar nossos direitos trabalhistas, ... Observe a reportagem seguinte: Fonte: Revista Veja – Edição 1755 de 12 de junho de 2002
  • 25. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 25 Nossa abordagem inicial será através de um importante “segredo” da “Matemática do dinheiro” – os fatores de correção. Você irá constatar rapidamente que, este conceito, é a base de quase tudo o que se estuda na Matemática Comercial e Financeira e, com o auxílio de uma calculadora simples, você poderá entender e resolver uma grande quantidade de problemas que estão no nosso cotidiano. Após um estudo detalhado desses fatores de correção, voltaremos à reportagem da revista Veja, verificando as informações nela contidas. Nossa abordagem será feita de forma contextualizada, através de pequenas histórias que servirão para nos apresentar e familiarizar com essa Matemática inserida nas transações financeiras e de comércio. História 1 O salário de Maria era, em agosto de 2001, de R$ 320,00 e, após muita luta, recebeu um reajuste de 12% no mês de setembro de 2001. Qual o valor do salário que Maria passou a receber a partir de setembro? Perguntamos a dois professores nossos conhecidos como resolveriam a questão acima proposta e, obtivemos as seguintes respostas: 12% são 12 centésimos, logo, divido 320 por 100 para achar um centésimo, depois Professora Ana Acho que você concorda comigo que a solução da professora Ana está correta, uma boa solução, vejamos sua solução completa: 320 : 100 = 3,20 3,20 x 12 = 38,40 320 + 38,40 = 358,40 12% são 12 centésimos ou 0,12... para saber quanto vale 0,12 de uma quantia, basta Professor José A solução do professor José, que também é muito boa, está correta também, certo? Vejamos sua solução completa: 0,12 x 320 = 38,40 320 + 38,40 = 358,40 Verifique que os dois professores souberam aplicar seus conhecimentos para descobrir o novo salário de Maria. O professor José apresentou uma solução um pouco mais rápida, e ele conhece um fato importante que dá um significado da multiplicação: ele sabe que, ao multiplicarmos 0,12 por 320,00, o resultado significa quanto vale 0,12 da quantia 320,00, ou seja, quanto vale 12 centésimos de 320,00. Gostaríamos que você acompanhasse conosco uma outra forma de resolver esse problema.
  • 26. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 26 Em agosto, a professora Maria recebia 100% do seu salário, certo? Mas em setembro passou a receber 12 % a mais desse valor. No total, acho que você concorda comigo, ela vai ficar com 112% desse salário! Para achar 112% = 112/100 ou 1,12 de uma quantia, basta multiplicá-la por esse valor. Faça na sua máquina de calcular a multiplicação 1,12 x 320,00 e compare com as respostas encontradas pelos professores José e Ana. Percebeu que obtivemos a mesma resposta? “Refletindo sobre o assunto” Alguns alunos ou professores, que resolvem essa questão como o professor José ou a professora Ana, podem achar melhor o modo como pensavam antes e continuar resolvendo os problemas da mesma maneira. Mas quando relacionamos as coisas que já sabemos em Matemática podemos descobrir novos caminhos, e isso nos leva sempre a compreender mais essa ciência. Veja ainda uma vantagem, a última solução é bem mais rápida que as demais. Veja: Salário de 320,00, após receber um aumento de 12%. 1,12 x 320,00 = 358,40 Em Matemática Financeira, dizemos que, nesse caso: • A taxa de aumento percentual do salário foi de 12% • O fator de aumento (ou multiplicador) do salário foi de 1,12. História 2: Durante uma liquidação, na loja “KOBRA KARO”, foi colocado um grande cartaz, anunciando descontos de 15% para todas as mercadorias. Quanto passará a custar uma calça jeans que, antes da promoção, custava R$58,40? GRANDE LIQUIDAÇÃO!!! 15% EM TODAS AS MERCADORIAS Poderíamos desenvolver uma solução mais extensa, como a que a professora Ana fez na História 1. 15% correspondem a 15 centésimos do preço da calça. Um centésimo do preço da calça corresponde a 58,40 : 100, que é igual a 0,584. Quinze centésimos corresponderão a 15 x 0,584, que é igual a 8,76. Dessa forma, o preço da calça na liquidação será: 58,40 – 8,76 = 49,64 Que tal resolvermos da forma mais rápida, como também fizemos na história 1. Verifique o que vai ocorrer se multiplicarmos 58,40 x 0,85? 58,40 x 0,85 = 49,64
  • 27. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 27 Por que será que agora usamos o número 0,85 para gerar o desconto oferecido pela loja? Veja que podemos usar um raciocínio parecido com o que fizemos na história 1, ou seja: Preço normal da calça = 100%. Desconto oferecido = 15%. Valor a ser cobrado na liquidação = 100% - 15% = 85%. Como sabemos que 85% correspondem a 85 centésimos ou a 0,85, temos a conclusão que queríamos, encontrar o preço da calça com 15% de desconto, bastará multiplicar o preço normal de 58,40 por 0,85. Nesse caso temos: • taxa percentual do desconto foi de 15% • fator de redução (ou multiplicador) para 15% foi 0,85. Os dois fatores (ou multiplicadores) que usamos – o de aumento na história 1 e o de redução na história 2, são denominados FATORES DE CORREÇÃO. Acho que você concorda comigo que todo fator de aumento será um número maior do que 1 e todo fator de redução será um número menor do que 1. Por que será? Exemplo 9: Se o jornal anunciar, num determinado mês, que a caderneta de poupança será corrigida pelo fator 1,025, ele estará nos informando que os investidores estarão recebendo que correção percentual sobre o saldo anterior? Solução: Como o fator 1,025 corresponde à taxa percentual de 102,5%, verificamos que a correção das cadernetas de poupança foi de 2,5%. Aumentos ou Reduções Sucessivos e As Progressões Geométricas. Você sabe que em nosso dia-a-dia é bastante comum encontrarmos situações de aumentos ou reduções sucessivas, como na caderneta de poupança, nas liquidações, nos reajustes de impostos ou mesmo de salários (menos comum, infelizmente). O que será que ocorre com os fatores de correção nesses casos? Vejamos um exemplo: Uma mercadoria sofreu dois reajustes consecutivos, de 3% e de 4%, respectivamente. Qual o aumento percentual correspondente a essas duas correções? Você poderia usar um recurso, bastante válido, de supor um preço inicial para essa mercadoria (normalmente usamos o valor de 100 reais, pois facilita nossos cálculos). Em seguida, aumentar esse preço em 3% e depois em mais 4% sobre a primeira correção. Comparando o preço final com os 100 reais, teremos a variação percentual procurada. Vejamos esse tipo de solução. Preço inicial = 100 reais primeira correção (3%) = 103 reais segunda correção, 4% sobre 103 reais, ou seja, 0,04 x 103 = 4,12 reais, logo, o preço final será de 103 reais + 4,12 reais = 107,12 reais.
  • 28. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 28 Se compararmos o preço final de 107,12 reais, com o preço inicial de 100 reais, temos que o aumento foi de 7,12 reais e, como esse acréscimo é sobre 100 reais, temos também que o aumento percentual foi de 7,12%. Gostaríamos de alertá-lo novamente sobre a agilidade que você pode adquirir, usando para esse tipo de questões os fatores de correção, como já vimos anteriormente. Vejamos essa outra possível solução. Vamos chamar o primeiro preço da mercadoria de P. Você já deve estar sabendo que, com um aumento de 3%, usando os fatores de correção, esse preço passará a ser de P x 1,03 (certo?). Com o segundo aumento de 4%, o preço passará a ser de P x 1,03 x 1,04 o que corresponde a P x 1,0712, já que a multiplicação é associativa. Isto vai significar que, independentemente do preço inicial ele está, após os dois aumentos sucessivos, sendo multiplicado pelo fator 1,0712, o que corresponde a uma variação percentual de 7,12%, a mesma resposta que achamos na primeira solução comentada. Gostaríamos que você observasse esse importante fato nas transações comerciais e na Matemática Financeira. Aumentos sucessivos (muito comuns em países como o Brasil) geram um aumento acumulado que pode ser obtido através do PRODUTO dos fatores de aumento correspondentes às taxas desses aumentos. Um raciocínio parecido com esse seria feito para o caso de reduções sucessivas de preços ou salários. Reduções sucessivas podem ser também calculadas através do PRODUTO dos fatores de redução correspondentes às taxas dessas reduções. Uma crítica que fazemos à maioria dos livros didáticos do Ensino Fundamental é que eles normalmente só abordam os chamados juros simples e, nesse caso, daria ao aluno a falsa impressão de que os dois aumentos desse exemplo gerariam um aumento total de 7%. Tal fato só estaria correto se os dois aumentos fossem sobre o valor inicial da mercadoria, ou seja, se eles não fossem acumulativos, ou sucessivos – o que caracteriza uma situação denominada juros compostos. Exemplo 10: Qual a variação percentual acumulada, gerada por dois aumentos sucessivos de 30%? Solução: Aplicando direto o conceito de fatores de correção, teremos: 1,3 x 1,3 = 1,69. Logo houve um aumento acumulado de 69%. Verifique que, se usássemos valores monetários, formando uma seqüência, como se trata de taxa fixa de correção, teríamos uma situação muito particular e já conhecida nossa, vejamos: Supondo um valor inicial de 100 reais. Com um primeiro aumento de 30%, teremos um segundo valor de 100 x 1,3 = 130 reais. Com um segundo aumento de 30%, teremos um terceiro valor de 130 x 1,3 = 169 reais. Logo, temos a seqüência (100, 130, 169), que é uma PROGRESSÃO GEOMÉTRICA de razão igual a 1,3 (ou 1,30) o que corresponde a uma variação percentual fixa de 30% de aumento. O Fato que verificamos acima irá sempre acontecer quando as taxas de variação forem constantes e aumentos ou reduções sucessivas. Teremos sempre a formação de progressões geométricas.
  • 29. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 29 História 3: O remédio que o Sr. João toma diariamente, para pressão alta, custava R$ 40,00 no mês de abril de 2001 e passou a custar R$ 48,00. Qual foi o fator de correção e o aumento percentual correspondente? Você já sabe que ao multiplicarmos o valor inicial pelo fator de correção teremos o valor final, no caso o preço do remédio com a correção. Isso também significa que, dividindo o valor final pelo valor inicial, obtém-se o fator de correção. Valor final: valor inicial = fator de correção No caso narrado na história 3, teremos que o fator de correção será igual a 48,00 : 40,00 = 1,225. Espero que, nesse ponto de nosso curso, você já esteja sabendo que esse fator corresponde a uma variação percentual de 22,5% (aumento do remédio). Caso não tenha ainda percebido o que aconteceu, vale a pena observar que: Quando multiplicamos o valor inicial por 1,225 (fator de correção) é como tivéssemos multiplicado por (1 + 0,225). Multiplicar por 1 reproduz o valor inicial e multiplicar por 0,225 (ou 22,5 / 100) dará o aumento havido. Que em nosso caso corresponde a 22,5%. Verifique também o importante fato de que os números decimais podem ser transformados em percentagens por uma multiplicação por 100. Veja: 0,225 = 22,5 % (0,225 x 100) 0,15 = 15% (0,15 x 100) 0,8 = 80% (0,8 x 100) 1,32 = 132% (1,32 X 100) 2,45 = 245% (2,45 X 100) Podemos resumir o que ocorreu nessa história, quando temos o fator de aumento e queremos obter o percentual de aumento correspondente. Dado um fator de aumento, devemos subtrair 1 dele, para conhecer o aumento havido. Exemplos: Fator de aumento Aumento gerado Percentual de aumento 1,45 1,45 – 1 = 0,45 45% 1,953 1,953 – 1 = 0,953 95,3% 1,065 1,065 – 1 = 0,065 6,5% 2, 86 2,86 – 1 = 1,86 186% História 4: Ritinha, que recebe um salário de R$ 340,00 por mês, verificou em seu contracheque que, após todos os descontos sofridos por ela em um determinado mês, recebeu apenas R$ 299,20. Você saberia determinar o percentual do desconto a que foi submetido o salário de Ritinha? Você já verificou, na história 3, que existe um modo de obtermos o fator de correção do salário de Ritinha que, nesse caso, será um fator de redução. Antes de continuar a leitura do comentário dessa história, verifique se você está sabendo como determinamos o fator de correção. Nesse caso, o fator de redução será igual a 299,20 : 340,00 = 0,88.
  • 30. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 30 Qual o percentual de redução do salário de Ritinha, ao ter sido multiplicado por 0,88? Se eu disser que é de 12%, você saberia o porque dessa minha resposta? O fato é que o 0,88 obtido como fator de redução corresponde a uma taxa de 88%. Como o salário de Ritinha sem os descontos, corresponde a 100%, a redução sofrida será a diferença entre 100% e 88%, concorda? Uma outra forma de entender essa resposta, e semelhante a que vimos no fator de aumento, e lembrar que 0,88 é igual a (1 – 0,12) e, se multiplicarmos o salário de Ritinha por esse fator teremos a multiplicação por 1, que recompõe o valor do salário, sem descontos, menos a multiplicação do salário por 0,12, o que representa os descontos ou seja, um percentual de 0,12 x 100 ou 12 %. Dado um fator de redução, devemos subtraí-lo de 1 para conhecer a redução ou desconto havido. Exemplos: Fator de redução Redução gerada Percentual de redução 0,45 1 – 0,45 = 0,55 55% 0,95 1 – 0,95 = 0,05 5% 0,76 1 – 0,76 = 0,24 24% 0, 86 1 – 0,86 = 0,14 14% História 5: Esta historinha ocorreu (ou melhor, não chegou a ocorrer) na loja do Sr. Manoel, meu vizinho, há muitos anos atrás. Sr. Manoel pretendia usar uma estratégia para tentar movimentar sua loja – aumentaria o preço de tabela de todas as mercadorias em 20% e depois, anunciando uma grande liquidação, daria descontos de 20% para todos os artigos que vendia. Achava ele que, agindo dessa forma, venderia pelos mesmos preços de antes, com a vantagem de estar anunciando uma liquidação. Antes de continuar a leitura dessa história, qual a sua opinião sobre a estratégia que ele pretendia usar? Quando ele começou a efetuar os cálculos para compor a tabela fictícia que usaria como referência, teve o susto de verificar que não ocorria como havia planejado e que seria obrigado a vender por um preço inferior ao que cobrava anteriormente. Chamou-me para perguntar o que estava ocorrendo, onde estava o erro de sua estratégia e, desistiu do artifício após minha explicação. Vejamos o que ocorreu ... Vamos supor que uma mercadoria custasse 100 reais, o Sr. Manoel, para compor a tabela, teria de colocar o preço de 120 reais e quando fosse na tal “liquidação”, teria que dar um desconto de 20% sobre os 120 reais, que corresponderia a um desconto de 24 reais. Logo, teria de vender a mercadoria por 120 – 24 = 96 reais, gerando para ele uma perda de 4 %. O fato é simples de ser entendido se você lembrar que o aumento inicial e o desconto posterior foram ambos de 20%, só que sobre valores diferentes. Enquanto o aumento foi sobre os 100 reais, o desconto teria de ocorrer sobre os 120 reais e, é óbvio que 20% sobre 120 é maior que 20% sobre 100. Gostaria de lembrar que essa questão é também um caso de correções sucessivas (aumento, seguido de redução) e, como já vimos anteriormente, podemos usar mais uma vez os fatores de correção.
  • 31. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 31 1,2 representa o fator de correção ou multiplicador para um acréscimo de 20%, certo? E 0,80 (ou 0,8) representa o fator de correção para um desconto de 20%. O produto 1,2 por 0,8 (aumento e redução sucessivos) gera um resultado 0,96, que é um fator de redução. Qual o percentual dessa redução (que para o Sr. Manoel seria uma perda)? Acertou se pensou em 4%. (lembra que temos de calcular 1 – 0,96 = 0,04 ou 4%). História 6: Vamos apresentar agora uma história que, provavelmente, você já se deparou com algum fato semelhante em sua vida. Essas situações estão presentes no cotidiano de todas as pessoas. Uma loja anuncia a venda de um aparelho de som, com duas possibilidades de pagamento. A vista por R$ 1500,00 ou com uma entrada de 50% e uma segunda parcela de R$ 900,00, paga 30 dias depois. Quanto está pagando de juros a pessoa que escolher a segunda opção de pagamento? Um aluno meu apresentou a seguinte solução: • Preço a vista = R$ 1500,00 • Preço pago em duas parcelas = R$ 750,00 + R$ 900,00 = R$ 1650,00 • Valor pago a mais (juros) = R$ 1650,00 – R$ 1500,00 = R$ 150,00 • Percentual pago como juros (taxa) = 150 : 1500 = 0,10 = 10% Você concorda com essa solução de meu aluno? Em caso negativo, apresente uma outra e compare em seguida com o comentário apresentado. Verifique comigo que esta solução (que aparentemente não tem nada de errada) não está correta já que, quando o cliente paga a entrada de 50% (R$ 750,00), ele assume uma dívida de R$ 750,00 e é sobre esse valor que nossos cálculos devem ser efetuados (é o que denominamos de saldo devedor). Logo, os juros cobrados devem ser calculados verificando- se o aumento de R$ 750,00 para R$ 900,00. Devemos determinar o percentual de juros comparando-se os R$ 150,00 cobrados a mais, com R$ 750,00, ou seja, 150 : 750 = 0,20 ou 20%. Se formos usar os fatores de correção, teremos que, neste caso, o fator de aumento corresponde a 900 : 750 = 1,20. O fator 1,20 corresponde a um acréscimo de 1,20 - 1 = 0,20 = 20%. Verifique que é uma resposta bem diferente da que meu aluno calculou e nós, por desconhecimento ou falta de atenção, muitas vezes somos levados a calcular erradamente os juros que estão inseridos nas compras que fazemos. História 7: Vejamos agora um fato interessante e que você talvez se assuste com a sua conclusão. Imaginemos um jogo no qual a pessoa, em cada rodada, se ganhar recebe metade do que possui na ocasião e se perder, perde metade do que tem no momento. Uma pessoa, que entrou com R$ 128,00, fez 6 apostas consecutivas, ganhando 3 e perdendo 3 dessas apostas. O que podemos afirmar sobre esse apostador? A) Que ele ganhou dinheiro.
  • 32. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 32 B) Que ele não ganhou, nem perdeu dinheiro. C) Que ele poderá ganhar, ou perder dinheiro, dependendo da oredem em que ocorrerem as 3 vitórias e as 3 derrotas. D) Que ele perdeu 74 reais, independentemente da ordem em que ocorreram as vitórias e as derrotas. Solução: Antes de mostrarmos a solução a este jogo, vamos tentar uma das hipóteses possíveis, para buscar alguma pista, ou descartar opções de resposta. Vamos supor que o nosso jogador tivesse ganhado as três primeiras rodadas e perdido as três últimas. A evolução de seu capital seria: 128 192 288 432 216 108 54. Note que o jogador perdeu dinheiro e, como entrou com 128 reais e saiu com 54 reais a sua perda foi de 128 – 54 = 74 reais. Com isso já podemos descartar as opções A e B, mas, será que se as vitórias e derrotas ocorressem em outra ordem o resultado seria o mesmo? Vamos supor agora que as vitorias e derrotas se alternassem. Vejamos o que ocorreria... 128 192 96 144 72 108 54. Percebemos que chegamos ao mesmo resultado, uma perda de 74 reais. Mas poderia ser uma coincidência... Vamos usar novamente os nossos fatores de correção e tentar uma explicação convincente deste jogo. Lembre-se que quando um valor aumenta em 50%, ele está sendo multiplicado por 1,5. Lembre também que quando um valor reduz 50%, ele está sendo multiplicado por 0,5. O nosso valor inicial, 128 reais, estará sendo multiplicado três vezes por 1,5 e três vezes por 0,5. Como a ordem dos fatores não altera o produto, confirmamos que, independentemente da ordem das vitórias e derrotas, o resultado final será o mesmo. E qual será esse resultado? 128 x 1,5x1,5x1,5x0,5x0,5x0,5 = 54 Conclusão desse surpreendente jogo. Ele perdeu 74 reais, independentemente da ordem em que se sucederam vitórias e derrotas. (opção D) VOLTANDO À INTRODUÇÃO DO CAPÍTULO. Na página 23, quando começamos a conversar sobre matemática e dinheiro, exibimos uma reportagem da revista Veja, de junho de 2002, onde temos que a inflação (naquele momento) acumulada nos oito anos do plano Real, era de 179%. Baseando-se nessa informação e com a ajuda dos fatores de correção que acabamos de estudar, você poderia agora verificar se todas as informações contidas no texto estão corretas. Podemos agora resumir, os principais conceitos que aprendemos nas historinhas que apresentamos, com objetivo de apresentar os fatores de correção: Você reparou que: Todo fator de aumento é um número superior a 1? O fator de aumento pode ser obtido pela soma (100% + taxa de aumento percentual) cujo resultado deve ser posto na forma decimal? Exemplo: fator de aumento para um acréscimo de 24% = 100% + 24% = 124% = 124 /100 = 1,24. Todo fator de redução é um número inferior a 1?
  • 33. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 33 O fator de redução pode ser obtido pela subtração (100% - taxa de redução percentual) cujo resultado deve ser posto na forma decimal? Exemplo: fator de redução para uma perda de 24% = 100% - 24% = 76% = 76 /100 = 0,76. Aumentos ou reduções (ou mistura dos dois) consecutivos, devem ser calculados pelo PRODUTO DOS FATORES DE CORREÇÃO, e não pela soma das taxas a eles correspondentes? B) À VISTA OU A PRAZO? Um dos problemas mais comuns de encontrarmos no nosso dia-a-dia refere-se à decisão de comprar à vista ou a prazo uma determinada mercadoria. Somos sempre tentados pela propaganda, com promoções do tipo “20% de desconto à vista ou em três vezes sem acréscimo”. A decisão melhor decisão dependerá de uma série de fatores, como taxas de juros, disponibilidade do comprador. Vamos mostrar nessa seção que, mais uma vez, o valor do dinheiro no tempo, os fatores de correção e as progressões geométricas serão fundamentais para nossa escolha correta. É claro que existirão casos que as opções serão equivalentes, nesses casos, tanto faz uma escolha ou outra. Vejamos um exemplo: Na conseguiu um tipo de investimento que lhe paga juros de 5% ao mês pelo dinheiro que aplicar. Ela entrou numa loja e viu que uma calça jeans pode ser comprada a vista por 80 reais ou ser adquirida com um cheque pré-datado, para 30 dias, por 84 reais. Repare que, nesse exemplo apresentado, as duas opções são equivalentes, pois se ela aplicar os 80 reais por 30 dias, vai receber de juros 4 reais (5% de 80) o que permitirá exatamente cobrir o cheque pré-datado. Portanto, todas as decisões que envolvem compras ou investimentos estão apoiadas no fato do valor que o dinheiro terá ou teve numa outra data, levando-se em conta a taxa de juros que incide sobre os valores aplicados (pode ser a da caderneta de poupança, por exemplo). Logo, se a taxa vigente para as aplicações (taxa de atratividade do mercado) for de 3% ao mês, 100 reais hoje valerão 103 reais em um mês, valerão 106,09 reais em dois meses 2 (multiplicando 100 x (1,03) ), valerão 109,27 reais em três meses (multiplicando 100 x 3 n (1,03) ), e valerão multiplicando 100 x (1,03) daqui a n meses. Verifique que o fato que mostramos nada mais é que a utilização prática da fórmula dos juros compostos. Podemos assim resumir o que acabamos de mostrar: Um valor monetário M, valerá daqui a n meses, aplicado sob taxa fixa i, ao n mês, M x (1 + i) . (com a taxa i expressa na sua forma decimal) n M VALORIZAÇÃO NO TEMPO M x (1 + i) Analogamente, caso o valor fosse considerado num período anterior, ou seja, n meses ou n períodos antes, o valor do dinheiro seria igual a M : (1 + i) n M DESVALORIZAÇÃO NO TEMPO M : (1 + i) PODEMOS AFIRMAR QUE NA MATEMÁTICA FINANCEIRA, NO REGIME DE JUROS COMPOSTOS, TODOS OS PROBLEMAS SE RESOLVEM COM O QUE ACABAMOS DE MOSTRAR. O VALOR DO DINHEIRO NUMA DATA FUTURA FICA MULTIPLICADO POR n n n n (1 + i) (OU F )E NUMA DATA ANTERIOR, FICA DIVIDIDO POR (1 + i) (OU F ).
  • 34. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 34 Exemplo 11: Lídia comprou um relógio, com uma taxa de juros de 5% ao mês e a última parcela, de 80 reais, teria de ser paga no dia 10 de setembro de 2002. Acontece que Lídia ganhou um dinheirinho extra e está propondo à loja, pagar a sua dívida no dia 10 de agosto de 2002, ou seja, um mês antes da data estipulada. Quanto Lídia terá de pagar? Solução: Como se trata de uma antecipação de pagamento é claro que Lídia pagará um valor menor. Aplicando o que vimos anteriormente, o valor será igual a 80 : (1,05) = 76,19 reais. Exemplo 12: Vinícius tomou um empréstimo de R$ 5000,00 a juros mensais de 5%. Dois meses depois, ele pagou R$ 2500,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou seu débito. Qual o valor desse último pagamento? Solução: Entendemos que fica mais fácil perceber o que está ocorrendo mostrando um gráfico da situação – é o que chamamos de fluxo de caixa. 5000 Devemos “empurrar” todos os valores para 1 2 3 uma mesma data (por exemplo para o mês 3) 0 e igualar as entradas (empréstimo) com as saídas (pagamentos periódicos). 2500 x 3 2500 x 1,05 + x = 5000 x (1,05) 2625 + x = 5788,13 x = 3163,13 Resposta: Vinícius deverá pagar uma segunda parcela de R$ 3163,13 Exemplo 13: Uma loja oferece uma mercadoria a vista por 400 reais ou então em duas parcelas iguais de 220 reais (para 30 e 60 dias). Qual a taxa de juros sobre o saldo devedor que está sendo cobrada pela loja? Solução: Nesse caso está faltando o valor da taxa de juros cobrada, sugerimos chamar a incógnita do problema de F, que é o nosso fator de correção. Fica mais simples trabalhar com essa variável do que com 1 + i. No final do problema, subtraindo 1 do valor encontrado, teremos a taxa procurada. Vejamos o fluxo de caixa do problema. 400 Sugerimos agora “empurrar” todos os valores 1 2 para a data 2 e igualar as entradas (valoa a vista) com as saídas (prestações). 220 220
  • 35. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 35 2 400 . F = 220 . F + 220 2 2 40 . F = 22 . F + 22 ou 20. F – 11. F – 11 = 0 Resolvendo a equação do segundo grau, teremos: 11 ± 121 4.20.( 11) 11 ± 1001 11 ± 31,64 F= = 40 40 40 42,64 Como só nos serve a resposta positiva, teremos F = 1,067 40 Logo, 1 + i = 1,067 ou i = 0,067 ou ainda i = 6,7% EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 3): 1) Obtenha o sexto termo de uma P.G, de razão positiva, onde o quinto e o sétimo termos valem, respectivamente 9 e 16. 2) Qual o valor da soma dos sete primeiros termos de uma P.G definida por: an = 3n 2 ? 3) A população de um país era de 3 000 000 de pessoas em 1999. Sabe-se que essa população cresceu a uma taxa constante de 2% ao ano. Que população o país atingiu em 2002? 4) Considere a progressão geométrica (100, 80, 64, ...). Qual a razão dessa P.G e a sua representação como uma taxa de variação? 5) Qual o sétimo termo de uma P.G cujo quinto termo vale 5 e o oitavo termo vale 135? 6) Uma bomba de vácuo retira, em cada sucção, 2% do gás existente em certo recipiente. Depois de 6 sucções, quanto restará do gás inicialmente existente? 7) Qual a variação da área de um retângulo cuja base sofre um aumento de 10% e a altura sofre uma redução de 10% do seu valor? 8) A espessura de uma folha de estanho é 0,1 mm. Forma-se uma pilha com essas folhas colocando-se uma folha na primeira vez e, em cada uma das vezes seguintes, tantas quantas já houveram sido colocadas anteriormente. Depois de 33 dessas operações, a altura da pilha será, aproximadamente: a) a altura de um poste de luz. b) A altura de um prédio de 40 andares. c) O comprimento da praia de Copacabana. d) A distância Rio / São Paulo e) O comprimento do equador terrestre. 9) (Escola Naval) Divide-se um segmento de comprimento L em três partes iguais e retira-se a parte do meio. Divide-se, em seguida, cada uma das partes que sobraram em três partes iguais e retira-se a parte do meio. Repetindo-se essa operação uma infinidade de vezes, qual será a soma dos comprimentos retirados?
  • 36. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 36 10) (Escola Naval) Ações de certa companhia valorizaram-se 10% ao mês, durante cinco meses consecutivos. Quem investiu nessas ações obteve, durante esses cinco meses, um lucro aproximado igual a: a) 40% b) 50% c) 55% d) 60% e) 70% 11) (UFRJ) Certa população de bactérias dobra a cada hora. Num certo dia, às 8 horas da manhã, a população é de 1000 bactérias. A que horas a população será de 512 000 bactérias? 12) (AFA) 2 3 A raíz da equação 1 + x + x + x + ... + = 4 é igual a : 13) Luciana comprou um aparelho de som em três prestações (30, 60 e 90 dias da data da compra). O aparelho à vista custava R$ 900,00 e as duas primeiras parcelas foram de R$ 400,00. Se a loja está cobrando juros de 6% ao mês, qula será o valor do terceiro pagamento que Luciana terá de fazer? 14) Uma loja oferece duas opções de pagamento para as compras. À vista, com 30% de desconto ou em duas parcelas iguais, sendo a primeira paga no ato da compra. Quanto está pagando de juros, em um mês, a pessoa que escolher a opção em dois pagamentos? 15) Lídia comprou um relógio, pagando R$ 180,00 um mês após a compra e R$ 200,00 dois meses após a compra. Se foram pagos juros de 12% sobre o saldo devedor, qual era o preço à vista desse relógio? GABARITO (SÉRIE 3) 1093 04) q = 0,8 e 01) 12 02) 03) 3 183 624 05) 45 3 redução de 20% 06) 87,38% 07) reduz 1% 08) D 09) L/2 10) D 11) 17 h 12) ¾ 13) R$198,47 14) 150% 15) R$320,15
  • 37. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 37 PARTE III – ANÁLISE COMBINATÓRIA 1) “PARA COMEÇAR A CONVERSA”… O HOMEM QUE SEMPRE GANHAVA NAS CORRIDAS DE CAVALO “Caso verídico narrado pelo professor Manoel H. Botelho à Revista do Professor de Matemática (SBM, nº 18) Inesperadamente, numa terça-feira, chegou-me uma carta. Envelope branco, sem nome do remetente. Dentro, um papel dizia simplesmente: “Sr. Manoel. Sou seu amigo. Sei o cavalo que vai ganhar no quarto páreo do próximo sábado. Será o cavalo nº 3. Atenciosamente, Antônio Silva.” Não sou de jogar, por princípios morais e por achar que, entendendo de Matemática e Teoria das Probabilidades, o jogo não favorece ao jogador. Nem liguei para a enigmática carta. Quem seria Antônio Silva? Juro, mas juro mesmo, que a única conseqüência da carta foi eu ler, pela primeira vez na minha vida, a seção de turfe no jornal de Domingo. Surpresa! Deu o cavalo nº 3 no quarto páreo de sábado. Fiquei surpreso, intrigado. Ao ler os comentários do cronista do jornal, entendi tudo. O cavalo nº 3 era o segundo principal favorito. Sua chance de ganhar era grande. Assim, até eu acerto. A história terminaria por aí se na outra quarta-feira eu não recebesse uma nova cartinha: “Vai dar o cavalo nº 2 no sexto páreo do domingo”. Aquilo agora era um desafio. Corri a ler a seção de turfe no jornal. Aumentando a minha expectativa, o comentarista dizia: “No domingo, sexto páreo, o nº 2 não terá chances”. Por curiosidade, ouvi a transmissão da corrida pelo rádio. Suspense! Ganhou o nº 2. Um misto de angústia e surpresa me assaltou. Como o Antônio Silva podia saber quem ia ganhar? Afinal, o número 2 era azarão! Na terça-feira não recebi a nova cartinha, ou seria mais honesto eu dizer, não recebi a tão esperada cartinha. Chegou a desejada na quarta-feira. Simples e objetiva como sempre. “Sr. Manoel. No domingo, primeiro páreo, vai dar o número 1. Antônio Silva.” Embora eu não estivesse entendendo o porquê de ser eu o privilegiado receptor de tão certeiros palpites, decidi jogar. A primeira e última vez, prometi eu. Joguei e ganhei. Infelizmente joguei pouco e por isso pouco ganhei. Fiquei revoltado. Se muito tivesse jogado, muito teria ganho. A espera de uma nova cartinha foi em ambiente de alta tensão. E lá veio ela, agora na sexta- feira. Os termos eram algo diferentes:
  • 38. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 38 “Sr. Manoel. Graças a meus conhecimentos, o Sr. teve três indicações certas para jogar. O Sr. deve hoje estar rico com o que ganhou. Tenho o nome do cavalo que vai dar no próximo sábado. Não quero dinheiro. Quero apenas que o Sr. jogue em sociedade comigo. O Sr. trará no mínimo cinqüenta mil reais e apostaremos esse valor no cavalo que eu lhe direi. O Sr. ficará com a metade do valor da aposta e eu, com a outra metade. Amanhã lhe telefono. Seu amigo, Antônio Silva.” O homem era meu amigo, seguramente. A proposta era muito boa. Ele jogaria junto comigo (se bem que com meu dinheiro, destaque-se). Eta homem seguro de seus conhecimentos! Dinheiro ele não queria. Queria apenas os boletos (poules) do jogo. Retirei o dinheiro do banco e esperei o telefonema. Não teria sido melhor ele dar o seu telefone? Não entendi o anonimato. Nem telefone, nem endereço. Só o nome, Antônio Silva. Afinal, por que um amigo permanece incógnito? Seria modéstia? Ou seria acanhamento desse meu amigo? Sábado de manhã o telefone tocou. Era Antônio. Marcamos o encontro. Sábado, no centro da cidade, em frente ao Centro de Apostas. O meu amigo Antônio me esperaria junto ao poste, segurando um jornal aberto na Seção de Turfe. Encontrei-o na hora certa. Quarentão algo gordo, costeletas compridas, camisa de seda transparente, cordão de ouro no pescoço, dente de ouro na boca, relógio de ouro no pulso. Apresentamo-nos e fomos direto ao guichê. Cinqüenta mil reais de aposta, vinte e cinco mil de poules para mim e outro tanto para ele. Junto ao guichê, ele finalmente falou, sussurrando o segredo. “ No quarto páreo, cavalo nº 5.” Antônio era simpático, mas de pouca conversa. Pegou os vinte e cinco mil em poules que lhe cabiam e despediu-se (estava com um filho com febre). Desapareceu na multidão. Solitário, fui para casa esperar que desse o cavalo nº 5 no quarto páreo. O locutor do rádio foi dramaticamente claro na chegada desse páreo: “Os cavalos Príncipe da Alegria (nº 2) e Seta Dourada (nº 6) chegam juntos e cruzam a linha de chegada”. Perdi. Até hoje não sei o porquê. Antônio nunca mais me procurou. Peço aos leitores ajuda para deslindar esse mistério. O mistério de Antônio, o homem que sempre ganhava (ou quase sempre) nas corridas de cavalos. QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE O “TRUQUE” USADO PELO SR. ANTÔNIO. O QUE SERÁ QUE ELE FAZIA PARA ENGANAR AS PESSOAS? COMENTÁRIO: O espertalhão do Sr. Antônio pegou uma lista telefônica, selecionou 10 mil pessoas (Manoel entre elas) e dividiu-as em dez grupos, correspondentes aos 10 cavalos que correriam um páreo. A cada grupo enviou cartas indicando um dos cavalos como vencedor. Os mil que receberam a indicação certa (obrigatoriamente mil), ele dividiu em 10 grupos de 100 e enviou novas dicas de cavalos para outro dia, aí por diante. No final, Antonio sempre ganhava quando dava o bote final.
  • 39. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 39 2) COMBINATÓRIA–PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO (Adaptação do Projeto Educ@ar (USP / SC) e da aula 48 do Tele-curso, da Fundação Roberto Marinho) 2.1) Elementar: O raciocínio combinatório Exemplo inicial: "Os sanduíches da padaria Regência são famosos no bairro. O freguês pode escolher entre 3 tipos de pão: pão de forma, pão francês ou pão italiano. Para o recheio há 4 opções: salame, queijo, presunto ou mortadela. Quantos tipos de sanduíche a padaria oferece?" Quem encontra pela primeira vez esse tipo de problema pode não perceber que se trata de uma situação que envolve a multiplicação. É comum, nas primeiras tentativas, somar 3 com 4 ou listar de forma desorganizada algumas combinações de pão com recheio. Vejamos como o problema pode ser resolvido. Para todas as combinações possíveis, precisamos pensar de maneira organizada. Isto pode ser conseguido, por exemplo, com a ajuda de uma tabela retangular. salame queijo presunto mortadela pão de pão de forma pão de forma pão de forma pão de forma com forma com salame com queijo com presunto mortadela pão pão francês pão francês pão francês com pão francês com francês com salame com queijo presunto mortadela pão pão italiano pão italiano pão italiano com pão italiano com italiano com salame com queijo presunto mortadela Também podemos organizar a solução do problema deste outro modo: Este último esquema, que lembra os galhos de uma árvore (deitada), é conhecido como árvore das possibilidades. Tanto com a tabela retangular como com a árvore das possibilidades, podemos obter a solução do problema: contamos os tipos de sanduíche e chegamos a 12 tipos. O que não se percebe ainda é o que o problema tem a ver com a multiplicação.
  • 40. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 40 Isso pode ser percebido com este raciocínio: para cada um dos tipos de pão temos 4 tipos de recheio e, portanto, 4 sanduíches diferentes; como são 3 tipos de pão, os sanduíches são 4 + 4 + 4, ou seja, 3 x 4 = 12. Nesse raciocínio, procuramos combinar os tipos de pão com os tipos de recheio para obter todos os tipos de sanduíche. É um exemplo de raciocínio combinatório, o qual leva á multiplicação. Você pode notar que a árvore de possibilidades é uma espécie de "desenho" do raciocínio que fizemos: de cada um dos seus 3 "galhos" iniciais saem outros 4 "galhos", dando um total de 12. Quando podemos desenhar a árvore de possibilidades ou fazer uma tabela, como no caso do problema dos sanduíches, o problema pode ser resolvido sem a multiplicação. Mas, quando as possibilidades são muitas, a multiplicação facilita os cálculos. Já imaginou desenhar a árvore se fossem 6 os tipos de pão e 12 os recheios? Vejamos outro problema envolvendo o raciocínio combinatório. • "Usando somente os algarismos 1, 2 e 3 queremos escrever números de três algarismos. Vamos combinar que, num mesmo número, não pode haver repetição de algarismo. Com outras palavras, cada número deve ter três algarismos diferentes. Quantos números podem ser escritos nestas condições?" Observe que os números 213 e 312 satisfazem as condições do problema, mas os números 311, 413 e 1123 não servem. Para resolver o problema vamos nos imaginar escrevendo um número de três algarismos, obedecendo as restrições mencionadas no problema. Ao escrever o algarismo das centenas temos 3 possibilidades. Ao escrever o algarismo das dezenas não podemos usar aquele que já foi usado nas centenas. Portanto, para cada uma das maneiras de escolher o dígito das centenas temos duas maneiras de escolher o das dezenas. Ao escrever o algarismo das unidades não podemos repetir nenhum dos dois que já foram usados nas centenas e dezenas. Logo, para cada uma das maneiras de escrever os dois primeiros algarismos temos uma só escolha para o último dígito. Portanto, nas condições do problema, é possível escrever 3 x 2 x 1 = 6 números: 123, 132, 213, 231, 312 e 321. O problema seguinte é parecido com o anterior. Mas há uma diferença entre eles! • "Usando somente os algarismos 1, 2 e 3 queremos escrever números de três algarismos. Vamos combinar que, num mesmo número, pode haver repetição de algarismos. Quantos e quais números podem ser escritos nestas condições?"
  • 41. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 41 Vamos construir a árvore das possibilidades para este problema: Temos 3 possibilidades para escolher o algarismo das centenas. Para cada uma delas, há 3 maneiras de escolher o dígito das dezenas. Portanto há 3 x 3 = 9 modos de escolher aqueles dois dígitos. Para cada uma destas 9 maneiras há 3 possibilidades de escolha para o algarismo das unidades. Portanto, nas condições do problema, é possível escrever 3 x 3 x 3 = 27 números. Na árvore das possibilidades podemos ver quais são estes números. 2.2 ) O princípio fundamental da Contagem (ou multiplicativo) A palavra Matemática, para um adulto ou uma criança, está diretamente relacionada com atividades e técnicas para contagem do número de elementos de algum conjunto. As primeiras atividades matemáticas que vivenciamos envolvem sempre a ação de contar objetos de um conjunto, enumerando seus elementos. As operações de adição e multiplicação são exemplos de técnicas matemáticas utilizadas também para a determinação de uma quantidade. A primeira (adição) reúne ou junta duas ou mais quantidades conhecidas; e a segunda (multiplicação) é normalmente aprendida como uma forma eficaz de substituir adição de parcelas iguais. A multiplicação também é a base de um raciocínio muito importante em Matemática, chamado princípio multiplicativo. O princípio multiplicativo constitui a ferramenta básica para resolver problemas de contagem sem que seja necessário enumerar seus elementos (como veremos nos exemplos). Os problemas de contagem fazem parte da chamada análise combinatória. EXEMPLO 1: Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a roupa que usar·, separou 2 saias e 3 blusas. Vejamos de quantas maneiras ela pode se arrumar.
  • 42. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 42 solução: O princípio multiplicativo, ilustrado nesse exemplo, também pode ser enunciado da seguinte forma: Se uma decisão d1 pode ser tomada de n maneiras e, em seguida, outra decisão d2 puder ser tomada de m maneiras, o número total de maneiras de tornarmos as decisões d1 e d2 será n · m. No exemplo anterior havia duas decisões a serem tomadas: d1: escolher uma dentre as 3 blusas d2: escolher uma dentre as 2 saias Assim, Maria dispõe de 3 · 2 = 6 maneiras de tomar as decisões d1 e d2, ou seja, 6 possibilidades diferentes de se vestir. EXEMPLO 2: Um restaurante prepara 4 pratos quentes (frango, peixe, carne assada, salsichão), 2 saladas (verde e russa) e 3 sobremesas (sorvete, romeu e julieta, frutas). De quantas maneiras diferentes um freguês pode se servir consumindo um prato quente, uma salada e uma sobremesa? Solução: Esse e outros problemas da análise combinatória podem ser representados pela conhecida árvore de possibilidades ou grafo. Veja como representamos por uma árvore o problema do cardápio do restaurante. Observe que nesse problema temos três níveis de decisão:
  • 43. Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 43 d1: escolher um dentre os 4 tipo de pratos quentes. d2: escolher uma dentre as 2 variedades de salada. d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas. Usando o princípio multiplicativo, concluímos que temos 4 · 2 · 3 = 24 maneiras de tomarmos as três decisões, ou seja, 24 opções de cardápio. As técnicas da análise combinatória, como o princípio multiplicativo, nos fornecem soluções gerais para atacar certos tipos de problema. No entanto, esses problemas exigem engenhosidade, criatividade e uma plena compreensão da situação descrita. Portanto, È preciso estudar bem o problema, as condições dadas e as possibilidades envolvidas, ou seja, ter perfeita consciência dos dados e da resolução que se busca. EXEMPLO 3: Se o restaurante do exemplo anterior oferecesse dois preços diferentes, sendo mais baratas as opções que incluíssem frango ou salsichão com salada verde, de quantas maneiras você poderia se alimentar pagando menos? Solução: Note que agora temos uma condição sobre as decisões d1 e d2: d1: escolher um dentre 2 pratos quentes (frango ou salsichão). d2: escolher salada verde (apenas uma opção). d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas. Então há 2 · 1 · 3 = 6 maneiras de montar cardápios econômicos. (Verifique os cardápios mais econômicos na árvore de possibilidades do exemplo anterior). EXEMPLO 4: Quantos números naturais de 3 algarismos distintos existem? Solução: Um número de 3 algarismos c d u é formado por 3 ordens: Como o algarismo da ordem das centenas não pode ser zero, temos então três decisões: d1: escolher o algarismo da centena diferente de zero (9 opções). d2: escolher o algarismo da dezena diferente do que j· foi escolhido para ocupar a centena (9 opções). d3: escolher o algarismo da unidade diferente dos que j· foram utilizados (8 opções). Portanto, o total de números formados ser· 9 · 9 · 8 = 648 números. EXEMPLO 5: De acordo com o exemplo anterior, se desejássemos contar dentre os 648 números de 3 algarismos distintos apenas os que são pares (terminados em 0, 2, 4, 6 e 8), como deveríamos proceder? Solução: