O documento discute a importância da afetividade e interatividade no ensino a distância (EAD). Argumenta-se que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são ferramentas importantes, mas que o envolvimento humano e as relações afetivas entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem são cruciais para um aprendizado significativo. Também se destaca a necessidade de usar as TICs de forma natural e não excessiva para não comprometer o aprendizado.
1. AFETIVIDADE E INTERATIVIDADE NA EAD
Estela Sales Bueno de Oliveira
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O processo de ensino e aprendizagem na modalidade remota, cada vez mais vem ganhando
características próprias e se tornando menos difuso.
Os atores (instituições, professores, tutores, alunos, comunidade virtual de aprendizado)
envolvidos neste tipo de processo, procuram garantir a melhoria contínua e criar um modelo
exemplar em educação.
A interatividade precisa ser natural, utilizá-la como uma ferramenta de apoio para que a
comunicação ocorra sem ruídos ou excessos. Segundo, Munhoz (2012) o processo de
comunicação utiliza a linguagem como objeto facilitador da comunicação: “ “ assim, a
linguagem constrói a realidade da vida e, na dimensão em que estamos restringindo, muda
também a realidade pedagógica, agora sujeita à mediação tecnológica.” Ou seja, conforme
evoluímos necessitamos de mais e mais avanço tecnológico, a cibercultura da educação
remota também provoca as mudanças no uso das tecnologias. A Cibercultura tem trazido
benefícios na dinâmica do uso da internet como ferramenta de apoio para o ensino. Nela os
ambientes interagem, se conectam de forma que a comunicação se torne acessível para
todos. Dessa forma, a democratização das informações fica mais próxima de uma realidade,
mesmo que o meio seja virtual ou remoto. Logo, as informações são socialmente
partilhadas, independentemente do local espacial que a pessoa esteja. Quem não seguir o
fluxo da utilização desse meio fica alheio ao espírito do tempo, produzindo exclusão social
ou exclusão no ambiente da cibercultura. Encontramos nas palavras de Lévy (1999), o
sentido desse novo formato de sociedade interativa, ele afirma que:
“Nesta nova era, as vozes não se apagarão, pois diferentemente das sociedades orais e
escritas, onde seus legados eram a qualquer momento apagados, ou simplesmente jogados
fora como objetos a mando de seus superiores, agora as inúmeras vozes que ressoam no
ciberespaço continuarão a se fazer ouvir e a gerar respostas.”
O uso poluído, em excesso dessas ferramentas, pode comprometer o aprendizado do aluno,
por isso a naturalidade do uso e coerência são cruciais nesse processo.
Quando se comenta sobre as ferramentas que são utilizadas, as TICs ( tecnologia da
Informação e Comunicação), são as que mais se inovam para atender às demandas do EAD,
quer seja por um AVA ( ambiente virtual de aprendizagem) mais dinâmico, interativo, e
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Estela Sales Bueno de Oliveira
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motivador, quer seja pelos equipamentos de acesso ao ambiente como: celulares, tablets,
livros virtuais e etc.. Porém até aí tudo bem, mas quem irá fazer isso funcionar? As pessoas..
Quando falamos de pessoas, passamos do aspecto físico do uso das tecnologias para o
aspecto cognitivo. Pessoas precisam de motivação, de um ambiente em que o estimule a
produção de suas atividades, daí sai-se da esfera da tecnologia fria para a esfera das
emoções. Em educação, o processo de aprendizagem necessita do envolvimento das
pessoas. Leite ( 2011) mostra que existe uma relação humanística neste processo, “ ...
discutir a questão das dimensões afetivas na constituição humana significa discutir a questão
da relação sujeito-objeto.” O que em seguida ele aponta a importância central no processo
de produção de conhecimento. Ou seja, essa relação é estreita e necessária para o próprio
desenvolvimento. Em minhas pesquisas, já em pedagogia, recebi e adotei o termo ZDP (
zona de desenvolvimento proximal) de Vygotsky, como o fator mediador do ensino
aprendizagem, deve-se encontrar em todo o ambiente em que se atua algo que aproxime o
aluno do objeto de aprendizagem (página de acesso ) . Em tutoria é a mesma coisa, em um
fórum, você vai diagnosticando os participantes e vai distribuindo objetos que proporcione o
entendimento, como por exemplo, sugira um artigo, um vídeo, ou enfatize a participação do
aluno que agregou algo interessante, para que os outros participantes também percebam.
Ou seja, se não houver envolvimento do tutor o processo de ensino aprendizagem não será
um processo será apenas algo frio que não será sentido pelos alunos. Pratica do aprender a
aprender que tanto nos é dita, para não transformar o EAD também em uma educação
“bancária”, tipo de ensino que Paulo Freire alertou aos mediadores do conhecimento.
Referências:
Leite, Sérgio Antônio da Silva (org). Afetividade e práticas pedagógicas. São Paulo. Casa do
Psicólogo. 2011. Biblioteca Virtual. Unisa Digital.
LÉVY, Pierre. Introdução: Dilúvios. In: CIBERCULTURA. São Paulo: Editora 34 Ltda, 1999.
Munhoz, Antonio Siemsen. Objetos de aprendizagem. Curitiba. IbPex. 2012.
Vida e Obra de Vygotsky ou Vigotski. Link de acesso:
https://www.facebook.com/VidaEObraDeVygotskyOuVigotski?ref=hl