1) O documento discute o pensamento político de Platão e Aristóteles, especificamente sobre justiça e organização política.
2) Ele analisa como Platão via a justiça como capaz de organizar a cidade e corrigir imperfeições, tendo a educação voltada ao conhecimento verdadeiro.
3) Também examina como Aristóteles se opôs a Platão, propondo um modelo mais realista de como situar o indivíduo na ordem coletiva.
Filosofia do Direito - Programa e base geralLuci Bonini
O documento apresenta o programa da disciplina de Filosofia do Direito, abordando sua evolução histórica desde os gregos e romanos até os filósofos contemporâneos. A metodologia inclui aulas expositivas e estudos de casos, com avaliação contínua. As principais partes da filosofia incluem ética, lógica, estética, epistemologia e metafísica.
Este documento compara duas perspectivas filosóficas da fundamentação da moral: a ética deontológica de Kant e a ética consequencialista de Mill. A perspectiva de Kant defende que as ações devem ser realizadas por dever, independentemente das consequências. Já Mill defende que as ações devem ser avaliadas pelas suas consequências, sendo corretas aquelas que maximizam a felicidade global.
O texto explica que a coruja se tornou símbolo da filosofia por influência da mitologia grega, já que Atena, deusa da sabedoria, tinha uma coruja como mascote. Na Grécia antiga, a noite era associada ao pensamento filosófico e a coruja, por ser uma ave noturna, passou a representar a busca pelo saber. Além disso, a coruja também era vista como símbolo da feiúra. Embora em outras culturas não tenha sido adotada como símbolo de inteligência,
Os sofistas eram professores itinerantes da Grécia antiga que ensinavam filosofia e retórica em troca de pagamento. Eles substituíram a natureza pela arte da persuasão como objeto principal de estudo e ensinavam técnicas para defender pontos de vista pessoais através da argumentação. Embora tenham aberto a filosofia para mais pessoas, foram criticados por Sócrates por supostamente desrespeitarem a verdade em busca da vitória no debate.
O documento fornece um resumo da vida e obra de Aristóteles, o filósofo grego. Ele nasceu na Macedônia no século IV a.C. e estudou na Academia de Platão. Posteriormente, fundou sua própria escola, o Liceu, onde ensinou Alexandre, o Grande. Aristóteles escreveu sobre uma ampla gama de assuntos, organizando o conhecimento de forma enciclopédica e sentando as bases para muitas ciências modernas. Sua obra teve grande influência no pensamento ocidental.
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Contato do meu grande amigo Prof. Juliano Batista: santosjbs@yahoo.com.br que desenvolveu os slides para quaisquer dúvidas e esclarecimentos.
O documento discute os conceitos de lógica formal e informal, argumentação e retórica. Aborda as estratégias argumentativas de ethos, pathos e logos segundo Aristóteles e apresenta exemplos de demonstração versus argumentação e de argumentos indutivos.
Filosofia do Direito - Programa e base geralLuci Bonini
O documento apresenta o programa da disciplina de Filosofia do Direito, abordando sua evolução histórica desde os gregos e romanos até os filósofos contemporâneos. A metodologia inclui aulas expositivas e estudos de casos, com avaliação contínua. As principais partes da filosofia incluem ética, lógica, estética, epistemologia e metafísica.
Este documento compara duas perspectivas filosóficas da fundamentação da moral: a ética deontológica de Kant e a ética consequencialista de Mill. A perspectiva de Kant defende que as ações devem ser realizadas por dever, independentemente das consequências. Já Mill defende que as ações devem ser avaliadas pelas suas consequências, sendo corretas aquelas que maximizam a felicidade global.
O texto explica que a coruja se tornou símbolo da filosofia por influência da mitologia grega, já que Atena, deusa da sabedoria, tinha uma coruja como mascote. Na Grécia antiga, a noite era associada ao pensamento filosófico e a coruja, por ser uma ave noturna, passou a representar a busca pelo saber. Além disso, a coruja também era vista como símbolo da feiúra. Embora em outras culturas não tenha sido adotada como símbolo de inteligência,
Os sofistas eram professores itinerantes da Grécia antiga que ensinavam filosofia e retórica em troca de pagamento. Eles substituíram a natureza pela arte da persuasão como objeto principal de estudo e ensinavam técnicas para defender pontos de vista pessoais através da argumentação. Embora tenham aberto a filosofia para mais pessoas, foram criticados por Sócrates por supostamente desrespeitarem a verdade em busca da vitória no debate.
O documento fornece um resumo da vida e obra de Aristóteles, o filósofo grego. Ele nasceu na Macedônia no século IV a.C. e estudou na Academia de Platão. Posteriormente, fundou sua própria escola, o Liceu, onde ensinou Alexandre, o Grande. Aristóteles escreveu sobre uma ampla gama de assuntos, organizando o conhecimento de forma enciclopédica e sentando as bases para muitas ciências modernas. Sua obra teve grande influência no pensamento ocidental.
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Contato do meu grande amigo Prof. Juliano Batista: santosjbs@yahoo.com.br que desenvolveu os slides para quaisquer dúvidas e esclarecimentos.
O documento discute os conceitos de lógica formal e informal, argumentação e retórica. Aborda as estratégias argumentativas de ethos, pathos e logos segundo Aristóteles e apresenta exemplos de demonstração versus argumentação e de argumentos indutivos.
Cap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medioJocelia Sousa
Sócrates questiona o significado de "ladrão" após ouvir alguém gritar para pegar um ladrão. Isso leva o soldado a perseguir o suspeito, mas faz Sócrates refletir sobre o conceito. A atitude do soldado representa o senso comum, enquanto Sócrates adota uma postura filosófica de questionamento.
O documento descreve os principais filósofos pré-socráticos, suas escolas de pensamento e ideias centrais. A Escola Jônica buscava a origem da Natureza. A Escola Pitagórica acreditava que "todas as coisas são números". A Escola Eleata defendia que o ser é único, imutável e eterno. A Escola da Pluralidade defendia que a única realidade são os corpos em movimento.
Breve apresentação sobre a transição entre o pensamento mítico e filosófico no ocidente, com base na mitologia grega.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
http://www.ex-isto.site/
http://www.fb.com/existosendo
http://www.youtube.com/existo
http://www.instagram.com/existosendo
2019
Revisão - Filosofia 1 ano (2º Bimestre)João Marcelo
O documento resume os principais filósofos e períodos da história da filosofia abordados no 2o bimestre: Sócrates desenvolveu a filosofia através da ironia e maieútica, Platão dividiu a realidade em mundo sensível e das ideias, e Aristóteles acreditava que a inteligência humana era a única forma de alcançar a verdade. Os períodos descrevem as características da filosofia antiga, medieval, moderna e contemporânea.
I. A filosofia significa "amor pela sabedoria" e surgiu como uma busca apaixonada pela verdade através do uso da razão. II. A filosofia usa o método da justificação lógica, ao contrário da ciência experimental ou dos mitos líricos. III. A filosofia questiona o senso comum e as idéias estabelecidas, sendo útil para evitar enganos e ilusões.
Platão desenvolveu a teoria das ideias, segundo a qual as ideias existem objetivamente e são a essência de todas as coisas. Sua filosofia passou por diferentes fases, inicialmente influenciada por Sócrates e depois apresentando suas próprias ideias em obras como A República. Ele também fundou a Academia, a primeira escola de filosofia.
O documento descreve o positivismo, uma corrente filosófica fundada por Auguste Comte que defende que o único conhecimento válido é o conhecimento científico, baseado na observação e experiência. Comte propôs que a humanidade passa por três estágios de desenvolvimento: teológico, metafísico e positivo, este último baseado exclusivamente na ciência. O positivismo influenciou o Brasil no final do século XIX, especialmente os militares e políticos.
Sócrates (470-399 A.C.), filósofo grego, questionava as pessoas para ajudá-las a descobrir a verdade por si mesmas através do método dialético. Ele acreditava que a virtude era um conhecimento que poderia ser ensinado e que ninguém erra voluntariamente. Sócrates foi condenado à morte por corromper a juventude de Atenas com suas ideias.
O documento discute a retórica em discursos da atualidade. Aborda conceitos como origem e definições de retórica, meios de prova persuasivos segundo Aristóteles, declínio e reabilitação da retórica, estrutura de dissertações e argumentos, além de figuras retóricas e suas funções persuasivas.
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Contato do meu grande amigo Prof. Juliano Batista: santosjbs@yahoo.com.br que desenvolveu os slides para quaisquer dúvidas e esclarecimentos.
A consciência humana é histórica e social, variando entre culturas e épocas como a consciência do homem ocidental-cristão, oriental-islâmico, da Idade Média e rural. A ideologia é uma forma ilusória de consciência que cria conceitos de dominação, caracterizada pela anterioridade, generalização e lacuna de suas idéias. Os meios de comunicação, como super-heróis, reproduzem a ideologia dominante.
O documento discute os conceitos fundamentais da lógica, incluindo definições, termos e tipos de argumentos. Aborda o que é lógica, proposições, termos, silogismos, validade versus verdade, dedução versus indução, falácias e princípios da lógica.
Este documento apresenta uma introdução à filosofia, discutindo o que é filosofia, sua origem a partir dos mitos na Grécia Antiga, e as diferenças entre pensamento mítico e pensamento filosófico. A filosofia surgiu da superação gradual dos mitos através de uma mentalidade mais racional e questionadora. Enquanto os mitos narrativam de forma fabulosa, a filosofia busca explicações lógicas, coerentes e naturais para a realidade.
Sócrates é considerado o marco divisório da história da filosofia grega. Ele abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em entender a natureza e concentrou-se na problemática do ser humano, dos valores e do conhecimento.
Platão foi filósofo e matemático, fundador da “Academia de Atenas”, primeira instituição de ensino superior do ocidente, tendo como objetivo as investigações filosóficas e preparar as pessoas para uma atuação na política baseada na verdade e na justiça.
Aristóteles foi aluno de Platão e tutor de Alexandre, o Grande. Ele defendeu a ideia de que é possível fazer ciência sobre o real e concreto, por meio de definições e conceitos que permanecem inalterados.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial e professor.
ex-isto
existencialismo | psicologia | filosofia
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2020
O documento apresenta uma aula introdutória sobre filosofia ministrada por Professor Wilton. Ele discute o que é filosofia, sua origem na Grécia Antiga e características como buscar explicações racionais e questionar ideias. O professor também destaca a importância da reflexão e criação de conceitos na filosofia.
O documento descreve a origem e os princípios da filosofia cínica. O cinismo foi fundado por Antístenes no século IV a.C. em Atenas e pregava a autossuficiência através do desprezo por bens materiais e convenções sociais. Diógenes de Sinope foi um proeminente filósofo cínico que viveu em um barril em Atenas para demonstrar independência de necessidades.
Entender as políticas da Antiguidade e as preocupações com um “bom governo”.
As ações e relações que conformam o corpo social ou político, um tema muito importante para compreendermos nosso papel como cidadãos.
Conhecer as diferenças das concepções normativas de Platão (que defende a Sofocracia – o poder dos sábios, dos filósofos) e de Aristóteles (prefere a politeia, governo constitucional da maioria dos cidadãos).
O documento discute a periodização da história dividida em Pré-História e História propriamente dita, e como esta é dividida em períodos como a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna/Contemporânea de acordo com marcos como o advento da escrita e queda do Império Romano. Também debate conceitos como positivismo e como a história deve ser constantemente reescrita.
1) Immanuel Kant foi um importante filósofo alemão que estabeleceu um sistema filosófico conciliando racionalismo e empirismo;
2) Sua obra Crítica da Razão Pura distinguiu conhecimento a priori e a posteriori, e juízos analíticos e sintéticos;
3) Kant propôs que juízos sintéticos a priori são possíveis devido às estruturas mentais innatas do espaço e tempo que organizam a experiência.
O documento discute o que caracteriza a filosofia como saber, incluindo que ela busca respostas racionais, rigorosas e sistemáticas às perguntas, e não aceita explicações superficiais ou míticas. Também aborda atitudes como admiração, dúvida e insatisfação moral que podem levar ao pensamento filosófico.
Platão e Aristóteles foram dois dos principais filósofos da Grécia Antiga que desenvolveram teorias políticas. Platão propôs uma "República Ideal" governada por filósofos, enquanto Aristóteles defendia que o homem é um "animal político" e que a política deve visar à virtude dos cidadãos e ao bem comum. Ambos influenciaram o pensamento ocidental e debateram temas como as formas de governo e a relação entre política e ética.
1. O documento estabelece diretrizes para a execução de levantamentos topográficos no Brasil.
2. São definidos termos técnicos e especificados instrumentos, métodos e padrões de precisão para medições de ângulos, distâncias, desníveis e coordenadas.
3. O documento tem como objetivo garantir a qualidade e compatibilidade dos levantamentos topográficos de acordo com sua finalidade.
Cap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medioJocelia Sousa
Sócrates questiona o significado de "ladrão" após ouvir alguém gritar para pegar um ladrão. Isso leva o soldado a perseguir o suspeito, mas faz Sócrates refletir sobre o conceito. A atitude do soldado representa o senso comum, enquanto Sócrates adota uma postura filosófica de questionamento.
O documento descreve os principais filósofos pré-socráticos, suas escolas de pensamento e ideias centrais. A Escola Jônica buscava a origem da Natureza. A Escola Pitagórica acreditava que "todas as coisas são números". A Escola Eleata defendia que o ser é único, imutável e eterno. A Escola da Pluralidade defendia que a única realidade são os corpos em movimento.
Breve apresentação sobre a transição entre o pensamento mítico e filosófico no ocidente, com base na mitologia grega.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2019
Revisão - Filosofia 1 ano (2º Bimestre)João Marcelo
O documento resume os principais filósofos e períodos da história da filosofia abordados no 2o bimestre: Sócrates desenvolveu a filosofia através da ironia e maieútica, Platão dividiu a realidade em mundo sensível e das ideias, e Aristóteles acreditava que a inteligência humana era a única forma de alcançar a verdade. Os períodos descrevem as características da filosofia antiga, medieval, moderna e contemporânea.
I. A filosofia significa "amor pela sabedoria" e surgiu como uma busca apaixonada pela verdade através do uso da razão. II. A filosofia usa o método da justificação lógica, ao contrário da ciência experimental ou dos mitos líricos. III. A filosofia questiona o senso comum e as idéias estabelecidas, sendo útil para evitar enganos e ilusões.
Platão desenvolveu a teoria das ideias, segundo a qual as ideias existem objetivamente e são a essência de todas as coisas. Sua filosofia passou por diferentes fases, inicialmente influenciada por Sócrates e depois apresentando suas próprias ideias em obras como A República. Ele também fundou a Academia, a primeira escola de filosofia.
O documento descreve o positivismo, uma corrente filosófica fundada por Auguste Comte que defende que o único conhecimento válido é o conhecimento científico, baseado na observação e experiência. Comte propôs que a humanidade passa por três estágios de desenvolvimento: teológico, metafísico e positivo, este último baseado exclusivamente na ciência. O positivismo influenciou o Brasil no final do século XIX, especialmente os militares e políticos.
Sócrates (470-399 A.C.), filósofo grego, questionava as pessoas para ajudá-las a descobrir a verdade por si mesmas através do método dialético. Ele acreditava que a virtude era um conhecimento que poderia ser ensinado e que ninguém erra voluntariamente. Sócrates foi condenado à morte por corromper a juventude de Atenas com suas ideias.
O documento discute a retórica em discursos da atualidade. Aborda conceitos como origem e definições de retórica, meios de prova persuasivos segundo Aristóteles, declínio e reabilitação da retórica, estrutura de dissertações e argumentos, além de figuras retóricas e suas funções persuasivas.
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Contato do meu grande amigo Prof. Juliano Batista: santosjbs@yahoo.com.br que desenvolveu os slides para quaisquer dúvidas e esclarecimentos.
A consciência humana é histórica e social, variando entre culturas e épocas como a consciência do homem ocidental-cristão, oriental-islâmico, da Idade Média e rural. A ideologia é uma forma ilusória de consciência que cria conceitos de dominação, caracterizada pela anterioridade, generalização e lacuna de suas idéias. Os meios de comunicação, como super-heróis, reproduzem a ideologia dominante.
O documento discute os conceitos fundamentais da lógica, incluindo definições, termos e tipos de argumentos. Aborda o que é lógica, proposições, termos, silogismos, validade versus verdade, dedução versus indução, falácias e princípios da lógica.
Este documento apresenta uma introdução à filosofia, discutindo o que é filosofia, sua origem a partir dos mitos na Grécia Antiga, e as diferenças entre pensamento mítico e pensamento filosófico. A filosofia surgiu da superação gradual dos mitos através de uma mentalidade mais racional e questionadora. Enquanto os mitos narrativam de forma fabulosa, a filosofia busca explicações lógicas, coerentes e naturais para a realidade.
Sócrates é considerado o marco divisório da história da filosofia grega. Ele abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em entender a natureza e concentrou-se na problemática do ser humano, dos valores e do conhecimento.
Platão foi filósofo e matemático, fundador da “Academia de Atenas”, primeira instituição de ensino superior do ocidente, tendo como objetivo as investigações filosóficas e preparar as pessoas para uma atuação na política baseada na verdade e na justiça.
Aristóteles foi aluno de Platão e tutor de Alexandre, o Grande. Ele defendeu a ideia de que é possível fazer ciência sobre o real e concreto, por meio de definições e conceitos que permanecem inalterados.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial e professor.
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2020
O documento apresenta uma aula introdutória sobre filosofia ministrada por Professor Wilton. Ele discute o que é filosofia, sua origem na Grécia Antiga e características como buscar explicações racionais e questionar ideias. O professor também destaca a importância da reflexão e criação de conceitos na filosofia.
O documento descreve a origem e os princípios da filosofia cínica. O cinismo foi fundado por Antístenes no século IV a.C. em Atenas e pregava a autossuficiência através do desprezo por bens materiais e convenções sociais. Diógenes de Sinope foi um proeminente filósofo cínico que viveu em um barril em Atenas para demonstrar independência de necessidades.
Entender as políticas da Antiguidade e as preocupações com um “bom governo”.
As ações e relações que conformam o corpo social ou político, um tema muito importante para compreendermos nosso papel como cidadãos.
Conhecer as diferenças das concepções normativas de Platão (que defende a Sofocracia – o poder dos sábios, dos filósofos) e de Aristóteles (prefere a politeia, governo constitucional da maioria dos cidadãos).
O documento discute a periodização da história dividida em Pré-História e História propriamente dita, e como esta é dividida em períodos como a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna/Contemporânea de acordo com marcos como o advento da escrita e queda do Império Romano. Também debate conceitos como positivismo e como a história deve ser constantemente reescrita.
1) Immanuel Kant foi um importante filósofo alemão que estabeleceu um sistema filosófico conciliando racionalismo e empirismo;
2) Sua obra Crítica da Razão Pura distinguiu conhecimento a priori e a posteriori, e juízos analíticos e sintéticos;
3) Kant propôs que juízos sintéticos a priori são possíveis devido às estruturas mentais innatas do espaço e tempo que organizam a experiência.
O documento discute o que caracteriza a filosofia como saber, incluindo que ela busca respostas racionais, rigorosas e sistemáticas às perguntas, e não aceita explicações superficiais ou míticas. Também aborda atitudes como admiração, dúvida e insatisfação moral que podem levar ao pensamento filosófico.
Platão e Aristóteles foram dois dos principais filósofos da Grécia Antiga que desenvolveram teorias políticas. Platão propôs uma "República Ideal" governada por filósofos, enquanto Aristóteles defendia que o homem é um "animal político" e que a política deve visar à virtude dos cidadãos e ao bem comum. Ambos influenciaram o pensamento ocidental e debateram temas como as formas de governo e a relação entre política e ética.
1. O documento estabelece diretrizes para a execução de levantamentos topográficos no Brasil.
2. São definidos termos técnicos e especificados instrumentos, métodos e padrões de precisão para medições de ângulos, distâncias, desníveis e coordenadas.
3. O documento tem como objetivo garantir a qualidade e compatibilidade dos levantamentos topográficos de acordo com sua finalidade.
Este documento fornece 112 dicas sustentáveis para reduzir gastos operacionais e aumentar lucros. Ele discute os desafios da sustentabilidade empresarial e como superá-los, como ganhar apoio de lideranças e engajar funcionários. A sustentabilidade trará mais dinheiro, reputação e inovação para empresas.
1) O documento discute a construção da "cidade ideal" segundo Platão, incluindo sua divisão em classes e virtudes correspondentes.
2) Platão criticava a democracia ateniense e propôs um governo de filósofos.
3) Ele definia justiça como cada classe desempenhando sua função de forma harmoniosa no Estado.
Subsídios para a atuação de assistentes sociais na política de educaçãoRosane Domingues
O documento apresenta subsídios para a atuação de assistentes sociais na política de educação no Brasil. Ele discute a concepção de educação que orienta tal atuação, as competências e atribuições dos profissionais, e estratégias de implementação dos subsídios nos conselhos regionais. O objetivo é contribuir para uma atuação coerente com o projeto ético-político do serviço social e a luta por uma educação pública, laica e de qualidade.
O documento apresenta uma monografia sobre a concepção política de Platão, discutindo (1) o pensamento platônico em geral, incluindo sua distinção entre o mundo material e o mundo das ideias, e (2) como essa concepção se aplica à política, com Platão defendendo um estado ideal governado por filósofos.
"O Banquete (o amor, o belo)" é um livro de diálogos de Platão atribuído a ele mesmo e não a Sócrates, seu mestre. O pano de fundo são os sete discursos acerca do deus Eros, o deus do amor. Diz-se que depois de muitas festas, com bebidas em excesso, resolveram dar uma trégua à orgia e instituíram um encontro filosófico sobre o elogio ao deus Eros
1) O documento descreve a vida e as doutrinas filosóficas de Sócrates, Platão e Aristóteles.
2) Sócrates desenvolveu um método dialético de questionamento para induzir os alunos a descobrirem verdades por si mesmos. Ele acreditava que a virtude é o conhecimento.
3) Platão e Aristóteles foram discípulos de Sócrates e ajudaram a espalhar e desenvolver suas ideias, com Platão focando mais na metafísica e Aristóteles na
Filosofia política em Platão e AristótelesMarcos Goulart
Apresentação sobre pontos específicos da filosofia de Platão e Aristóteles, mais especificamente, a Teoria do Rei-Filósofo e a experiência da filosofia, exposta na "Alegoria da Caverna" e as noções de Justiça Distributiva e Participativa em Aristóteles.
Preconceito, racismo e discriminação no contexto escolarFlávia Cunha Lima
O documento discute preconceito, racismo e discriminação no contexto escolar. Ele define cada conceito e explica que o preconceito leva ao racismo, que é a crença em raças superiores, embora biologicamente os humanos sejam iguais. A discriminação é tratar os outros com inferioridade, se julgando superior. Combater esses problemas cria uma sociedade mais justa e feliz para todos.
Algumas características do método científicoWaleskaSampaio
O documento descreve algumas características do método científico, incluindo que ele parte de fatos particulares para formular leis universais, produz conhecimento verificável empiricamente e se autocorrige com base em novos resultados experimentais.
Slides sobre a Natureza Humana para Hobbes e Rousseau: trata-se de uma análise para a aula "Teoria da Opinião Pública", ministrada pelo professor Massimo di Felice para os alunos do curso de Relações Públicas da ECA - USP. Apresentação feita no dia 05 de maio de 2009.
O documento descreve a filosofia pré-socrática e seus principais pensadores como Heráclito e Parmênides, além dos sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles. Também aborda a filosofia medieval, com destaque para a patrística, a escolástica e o trabalho de Tomás de Aquino, que buscou harmonizar razão e fé.
Quem está estudando para concursos sabe o quanto é difícil decorar fórmulas, então aqui vai um resumo das fórmulas de Geometria Espacial. Aproveitem e bons estudos a todos!
O documento discute conceitos fundamentais da filosofia política como pólis, poder, Estado, sociedade civil e regimes políticos. Aborda pensadores como Platão, Aristóteles, Maquiavel, Hobbes que contribuíram para o desenvolvimento destes conceitos ao longo da história.
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istotelesJoao Carlos
Este documento discute o pensamento político de Platão e Aristóteles. Analisa como Platão via a justiça como elemento capaz de organizar a cidade e como Aristóteles criticou esse modelo, propondo uma abordagem mais realista. Também descreve a visão dualista de Platão entre o mundo sensível e inteligível e como isso influenciou sua concepção de uma sociedade ideal organizada em classes.
O documento discute a relação entre filosofia e mundo. A opinião corrente é que a filosofia é inútil e sem aplicação prática, embora seja respeitada por tradição. Muitos se opõem à filosofia por achá-la complexa demais ou não relevante para suas vidas. A filosofia também enfrenta inimigos que desejam substituí-la ou desacreditá-la.
O documento discute a percepção atual da filosofia no mundo. A filosofia é respeitada por tradição, mas desprezada no fundo e vista como inútil. Muitos a veem como algo complexo demais ou fora de seu alcance. A filosofia é perigosa pois pode levar alguém a mudar de vida. Ela também é atacada por aqueles que querem substituí-la.
O documento apresenta os seguintes pontos principais:
1) Discute a natureza e origem do conhecimento humano na filosofia antiga e como isso mudou com o cristianismo.
2) Apresenta o mito da caverna de Platão como uma alegoria sobre as etapas da educação do filósofo.
3) Explica a teoria platônica das Ideias e como a dialética leva da percepção sensível ao conhecimento inteligível.
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELESluluzivania
Sócrates, Platão e Aristóteles foram filósofos do período clássico da Grécia antiga que tiveram grande influência no desenvolvimento da filosofia ocidental. Sócrates desenvolveu o método dialético para buscar a verdade, Platão fundou a Academia e desenvolveu a teoria das ideias, e Aristóteles criou uma filosofia sistemática e influenciou diversas áreas do conhecimento.
A Filosofia da Educação analisa a educação e sua relação com a sociedade, questionando como o conhecimento é transmitido e compreendido. Discute teorias educacionais e pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles e Paulo Freire. Também reflete sobre como a filosofia pode ajudar os educadores a pensarem criticamente sobre seu papel e a melhorar a prática educativa.
Resenha critica do fedro (caio grimberg)Caio Grimberg
O diálogo começa com Fedro lendo um discurso de Lísias sobre o amor. Sócrates critica o discurso por se preocupar mais com o estilo do que com a verdade. Ele então faz seu próprio discurso definindo o amor como um desejo, comparando-o a um lobo desejando um cordeiro. No entanto, Sócrates passa a se sentir mal por condenar o amor, sentindo que precisa reparar seu discurso.
A importância da educação na formação do indíviduo em platãoSuzane Carvalho
O documento discute a importância da educação na formação do indivíduo segundo Platão. Apresenta o contexto sócio-político da Grécia Antiga e as críticas de Platão à democracia ateniense. Também explica como Platão fundou a Academia com o objetivo de formar filósofos capazes de administrar o Estado de forma ética, baseada na razão e nas Idéias.
Sócrates foi um filósofo grego que viveu no século V a.C. em Atenas. Ele acreditava que o autoconhecimento e a busca da verdade eram essenciais para a sabedoria e a virtude. Sócrates usava o método dialético para questionar as crenças das pessoas e levá-las a refletir criticamente sobre si mesmas. Ele foi condenado à morte por corrupção da juventude e por não reconhecer os deuses do Estado.
1) A democracia não considera uma ideologia política mais verdadeira ou correta do que outra por motivos fora do processo político, como crenças religiosas ou científicas. Isso levaria à autocracia.
2) Platão tentou justificar a autocracia com base em motivos extrapolíticos, como conhecimentos esotéricos. Isso revela uma tentativa de autocratização.
3) Considerar a política como uma ciência pode descambar para a autocracia, ao dar poder absoluto aos que possuem tal "ciência política". Na
O documento discute a filosofia grega pré-socrática. Começa com a pergunta sobre a natureza das coisas e a filosofia como cosmologia. Depois discute Heráclito e Parmênides, que defendiam a mudança versus a permanência. Conclui que a história da filosofia grega é o esforço para conciliar essas visões através da lógica e ontologia.
1) O documento discute a evolução histórica da compreensão humana do mundo, desde as sociedades primitivas e seus mitos até o desenvolvimento da filosofia na Grécia Antiga.
2) A filosofia grega é dividida em três períodos: pré-socrático, socrático/clássico e pós-socrático, marcados por mudanças no pensamento sobre a natureza da realidade.
3) Pensadores como Platão e Aristóteles influenciaram profundamente a filosofia ocidental,
O documento discute a filosofia grega pré-socrática e socrática. Aborda as visões de Heráclito e Parmênides sobre mudança e permanência, o surgimento da filosofia como cosmologia, a transição para o período ontológico com Parmênides, e as contribuições de Sócrates e Platão.
O documento fornece um resumo da vida e obra de Platão em 3 frases:
1) Platão nasceu em Atenas no século V a.C. e fundou a Academia, primeira instituição de pesquisa filosófica.
2) Influenciado por Sócrates, Platão escreveu diálogos que discutem ética, política e epistemologia de forma aporética.
3) Ao longo de sua vida, Platão alternou entre atividade filosófica e tentativas frustradas de aplicar suas ideias na política de
O documento descreve a evolução do pensamento filosófico na Grécia Antiga, desde os filósofos pré-socráticos que buscavam explicações racionais para o universo, passando pelos sofistas relativistas, até Sócrates, Platão e Aristóteles. Aborda também correntes como o epicurismo e estoicismo no período helenístico, que tratavam da vida interior e busca da felicidade.
O documento descreve a filosofia antiga, desde seus primórdios com Tales de Mileto até o período helenístico. Apresenta os principais períodos e escolas filosóficas gregas, como a pré-socrática, socrática, sistemática e helenística. Destaca Sócrates e seu método de questionamento como um marco importante para o desenvolvimento do pensamento filosófico.
O período socrático é o segundo período da filosofia grega, no qual os filósofos se preocupavam com grandes temáticas, como moral, política, ética, cidadania, em decorrência do surgimento das Pólis Gregas, tendo Atenas como grande centro político.
Os principais filósofos foram Sócrates e Platão, além dos chamados sofistas.
Este documento fornece informações sobre a vida e obra do filósofo grego Platão. Resume que Platão nasceu em Atenas por volta de 427 a.C. e foi influenciado pelas ideias políticas de sua época, especialmente pela democracia ateniense. O documento também descreve como Platão criticou aspectos da democracia ateniense e procurou desenvolver novas soluções políticas em seus diálogos, buscando sempre integrar filosofia e política.
O documento descreve o conceito de humanismo ao longo da história, desde seu surgimento na antiguidade clássica até suas diferentes interpretações filosóficas. Apresenta também os principais pensadores gregos como os pré-socráticos, sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles, e suas contribuições para o desenvolvimento do pensamento humanista.
O documento descreve o contexto histórico da Grécia Clássica e apresenta as principais ideias de Platão. Platão nasceu em Atenas no século V a.C., foi discípulo de Sócrates e fundou a Academia, onde valorizava a matemática. Ele discordava dos sofistas e defendia a existência de verdades absolutas, como o Bem e a Justiça, ao contrário do relativismo dos sofistas. Sua principal ideia era a dicotomia entre o mundo sensível e o mundo inteligível.
Semelhante a A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles (20)
1) Os Pré-Socráticos viveram antes de Sócrates e se concentraram principalmente na natureza, buscando princípios originais do universo.
2) As principais escolas foram a Jônica, que via a água, o ar ou o fogo como princípio, a Eleática, focada no ser, e a Pitagórica, que via o número como princípio.
3) Pensadores como Heráclito enfatizaram o conflito e a mudança, enquanto Parmênides defendeu uma visão estática do ser
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)Joao Carlos
O documento discute a importância da Filosofia do Direito. A Filosofia do Direito questiona dogmas pré-estabelecidos para chegar a um entendimento mais completo e justo das leis por meio de análise crítica. Ela também busca a realidade jurídica universal por trás das leis particulares. A Filosofia do Direito é essencial para dar sentido à experiência humana e avaliar os fundamentos e objetivos dos atos humanos.
O documento discute o conceito de Filosofia do Direito, abordando suas principais questões, escolas e diferenças em relação à Ciência Jurídica. A Filosofia do Direito busca explicar a essência, existência e justificativa do Direito e do conceito de Justiça, além de analisar temas como ontologia jurídica, moral e as relações entre Direito e Moral.
O documento discute a importância da Filosofia do Direito. A Filosofia do Direito indaga os fundamentos e pressupostos da experiência jurídica de forma crítica para proporcionar um entendimento mais completo e justo das leis. Ela também examina os valores e lógica por trás da jurisprudência para garantir a coerência e rigor científico do sistema jurídico.
Curso de-filosofia-do-direito---alexandre-araujo-costaJoao Carlos
Este documento discute a importância do estudo da filosofia do direito nos dias de hoje. A filosofia só ocupa um lugar importante quando as coisas parecem estar desmoronando, e atualmente existem muitas dúvidas sobre o modelo de sociedade moderna baseado nos direitos individuais. O documento também aborda a história do pensamento jurídico moderno e como a filosofia foi perdendo espaço para abordagens mais positivistas e técnicas no século XIX. No entanto, argumenta-se que a filosof
A filosofia questiona a realidade de forma crítica e reflexiva, sem respostas definitivas. A filosofia do direito estuda os fundamentos e valores do sistema jurídico de forma sistemática, buscando adequar a lei aos ideais éticos da sociedade.
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Centro Jacques Delors
Estrutura de apresentação:
- Apresentação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD);
- Documentação;
- Informação;
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- Atividades pedagógicas, formativas e conteúdos;
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Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9267
Versão em inglês [EN] também disponível em:
https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9266
Data de conceção: setembro/2019.
Data de atualização: maio-junho 2024.
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O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
1. A DIMENSÃO POLÍTICA SEGUNDO PLATÃO E A CRÍTICA
DE ARISTÓTELES
Clara Maria Brum de Oliveira e
Wellington Trotta*
1. Introdução
O propósito deste trabalho é passar em revista algumas
lições de Platão quanto ao sentido de justiça e como esse
pensamento é organizado politicamente, e em que medida
Aristóteles se contrapõe a ele na elaboração do seu sistema
político-jurídico.
Inicialmente uma pergunta pode ser feita: qual a
importância de se visitar esses autores tão distantes do nosso
tempo, e, além do mais, longe de nossas formas de pensar.
Tomo, para dar curso a reflexão, as palavras de Ítalo Calvino:
“os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo
consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e, atrás
de si, os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que
1
atravessaram.”
O primeiro ponto a ser destacado é o fato de nossa cultura
ser em última análise herdeira das construções gregas, ou para
alguns representarmos o futuro daquilo que costumamos
assinalar como grecidade. Seja como futuro ou passado cultural,
o que importa é que somos filiados ao imaginário político
pensado, discutido e belicamente defendido pelos gregos, ou
melhor, nossa matriz teórica passa pelo pensamento grego,
1
2. que segundo Jean-Pierre Vernant, tem sua origem no
embate político (1992).
Então por que, em uma conceituada revista de ciência
política como www.achegas.net, toma-se espaço de outros
escritos, talvez mais marcadamente atuais? Talvez porque
necessitamos nos aconselhar com os mais velhos; talvez pela
necessidade de ouvirmos a experiência daqueles que nos
antecederam na experiência citadina; talvez, quem sabe, nosso
referencial teórico esteja por demais quantificado
matematicamente, pensando política a partir de jogos lógicos
como xadrez ou coisa análoga. Bem, este é um desafio.
E como desafio começamos na primeira parte do texto
analisando o pensamento de Platão, levando em conta o seu
sentido de justiça como elemento capaz de organizar a cidade
para se corrigir as imperfeições fruto das particularidades, tendo
por base uma educação voltada ao conhecimento verdadeiro. A
segunda parte, dedicada a Aristóteles, objetiva passar em
revista a contribuição desse pensador para o debate de como
situar o indivíduo em uma ordem coletiva, contrapondo ao
pensamento de Platão, assinalando em que medida o estagirita
foi ou não mais realista que o fundador da Academia. Por último
uma pequena conclusão considerando os dois modelos originais,
levando em consideração a singularidade de pensar política
dentro do ideário da Ciência Política sem abrir mão da reflexão
filosófica.
1 ENTRELIVROS, Entreclássicos, SP: Ediouro, nº 1, julho – 2006: 5.
2
3. 2. Platão (428 – 347 a.C.)
Platão nasceu em 427 a.C e faleceu na mesma cidade,
Atenas, em 347 a.C. Filho de uma família da aristocracia
ateniense dedicada à política, foi discípulo de Crátilo (séc. V
a.C.) que por sua vez foi seguidor de Heráclito de Éfeso (séc. VI
a.C.) e, posteriormente, tornou-se discípulo de Sócrates
(470-399 a.C). Fundou sua Academia em 387 a.C., nos
arredores de Atenas, em cujo pórtico figurava o lema: “Não
passe destes portões quem não tiver estudado geometria”. A
academia de Platão durou cerca de um milênio, até o momento
em que Justiniano a dissolveu em 529 d.C.
Segundo o historiador espanhol, Truyol y Serra:
“Sócrates ultrapassou o relativismo e o individualismo
dos sofistas, ao afirmar a existência de uma ordem
moral objetiva de validade absoluta, não deixou,
apesar de tudo, um sistema, que desenvolvesse os
seus postulados. Por sua vez, as escolas socráticas
limitaram-se a destacar unilateralmente aspectos,
ocasionalmente antinômicos do seu ensino. A tarefa de
desdobrar em vasta síntese o que em Sócrates era
2
apenas gérmen, viria a caber a Platão”.
É partindo dessa premissa que se pode assinalar o
pensamento de Platão como a primeira formulação clássica da
Filosofia, ou seja, a problemática do conhecimento como
possibilidade de tomada da realidade.
2
História da Filosofia do Direito e do Estado. Lisboa: Novas Profissões, 1985: 119.
3
4. Para isso, tem por preocupação o método na relação direta
se é possível o conhecimento; a verificação se o conhecimento
passa pelos sentidos ou pela razão; os mundos sensível e
inteligível como objetos de conhecimento.
A partir dessa perspectiva, em que constrói o seu
pensamento filosófico, ancorado na crítica do conhecimento
verdadeiro, Platão toma a Filosofia como um conjunto de
princípios cuja função é pensar os fundamentos de sua cultura
no intuito de reformá-la, portanto a obra desse filósofo é uma
longa reflexão sobre a decadência dos costumes atenienses,
tanto o sentido de política como os valores e ideais que,
historicamente, condenaram seu mestre Sócrates à morte. Por
isso, afirma-se que o pensamento platônico é essencialmente
político, isso considerando a tradição em que ele se situa e a
crise política de seu tempo. Platão em suas reflexões analisa as
estruturas múltiplas de sua cidade e suas respectivas
interferências na vida dos homens. Tal análise é realizada por
meio do diálogo, cuja função seria denunciar a fragilidade e a
ausência de fundamentos das opiniões dos homens. O papel do
filósofo seria o de levar seu interlocutor, dialeticamente, a dar à
luz idéias, uma vez que aprender é recordar as formas puras
contempladas pela alma quando livre do corpo. Percebe-se,
então, que Platão abraça o problema socrático da superação do
cepticismo gnosiológico (impossibilidade do conhecimento) dos
sofistas, isso a partir da aplicação da maiêutica (método
socrático), fonte de sua dialética.
4
5. No processo de buscar a essência pelo método da
discussão, Platão apela para o mito como recurso. E, sendo
assim, qual seria a função do mito no pensamento platônico?
“O eros filosófico de Platão voa jubilosamente nas asas do
mito, comprazendo-se no símbolo e na fábula” (Serra, 1985 :
120), logo o mito exerce função pedagógica em seus diálogos,
uma vez que a tradição mitológica mantém-se como referência
cultural importante. Trata-se de um discurso indireto,
enriquecido por símbolos para ajudar na compreensão dos
objetos, coisas e idéias complexas. E sendo um construtor de
mitos, Platão concebeu o mundo em uma realidade dualista: de
um lado, o mundo material visível com objetos particulares,
imperfeitos, mutáveis, perecíveis. Mundo este que denominou
de mundo das sombras, em que o conhecimento é superficial,
imediato e incompleto. De outro lado, concebeu o que chamou
de mundo inteligível ou mundo das idéias com realidades
abstratas, perfeitas, eternas, imutáveis, inteligíveis.
Nesse mundo inteligível das idéias ou formas puras dos
seres (coisas), a natureza essencial é a histórica por se tratar de
uma dimensão permanente na qual persiste às mudanças em
que a essência possui existência prévia aos objetos, isso porque
quando pretendemos conhecer algo, descobrimos a
imutabilidade da essência investigada. Porém, em contrapartida,
as coisas singulares existentes no mundo, sombras das idéias
que configuram formas primordiais ou arquétipos eternos, os
sentidos não oferecem a menor possibilidade de conhecimento
verdadeiro e sim aparências enganosas, apenas doxa. Mesmo
sendo o ponto de partida, o senso comum não passa de mera
opinião quando posto diante de um reexame crítico.
5
6. A esse respeito o próprio Platão assevera que:
“A Filosofia corresponderia a um método para se
atingir o ideal em todas as áreas pela superação do
senso comum, estabelecendo o que deve ser aceito por
todos, independente de origem, classe ou função. É
isso que significa a universalidade da razão. A prática
filosófica envolve assim, em certo sentido, o abandono
3
do mundo sensível e a busca do mundo das idéias”
Portanto, as idéias (formas puras) constituem a verdadeira
realidade e na sua hierarquia, coroa-se na idéia do Bem. O fim
supremo do homem é realizar, o quanto possível, o Bem,
vencendo os sentidos por intermédio de uma vida virtuosa
forjada no autêntico saber. Importa subordinar os sentidos à
razão, porque essa hierarquia ontológica existe também na
esfera axiológica, conseqüentemente. Essa relação hierárquica
influenciará seu pensamento político e diretamente em suas
construções éticas.
A República (Politeia), o Político (Politikós) e As Leis
(Nomoi) são diálogos que nos oferecem a medida da
importância da filosofia político-jurídica no pensamento de
Platão. O tema da justiça, da melhor forma de vida em
comunidade, constitui o eixo em torno do qual gira sua
especulação filosófica, revelada pela sua Carta VII. Essa famosa
epístola descreve o processo da vocação político–filosófica de
Platão e sua desilusão com a vida pública, visto que os homens
públicos são dominados pelos interesses particulares.
3
(A República, Cap. VI e VII).
6
7. A realidade política de Atenas estava marcada pela
injustiça e pela corrupção, fazendo com que Platão desistisse de
ingressar na vida pública, o que fez, pois percebeu que a
corrupção era um fenômeno desintegrador da cidade, mas que
caberia à Filosofia resgatar a ordem e a justiça nas relações
sociais. O seu programa pedagógico visava instaurar uma
política fundamentada no saber cujo fim primeiro era norteado
pelo princípio de justiça. A obra a República contempla a idéia
de uma comunidade alternativa àquelas existentes, daí a
relevância da educação no seu pensamento como marca
singular de sua filosofia, que buscava edificar uma sociedade a
partir de novos laços integrativos, implicando, logicamente, a
criação de uma identidade cultural cujo sentido passasse por
uma unidade comunitária. Nessa perspectiva Platão é o primeiro
pensador a defender o caráter público da educação, entregando
ao poder público comunitário a responsabilidade não só de sua
execução como também sua formulação teórica.
Como o fundamento da educação é comunitário e a política
visa por meio daquela estabelecer laços integrativos, no interior
da polis, a razão é a medida de tudo que possa ser perceptível
pela inteligência e, nesse contexto, a justiça afigura-se como a
virtude suprema do cidadão, o fundamento da polis, pois, se
para Platão sua carência propicia a degeneração dos regimes
políticos, a obediência às leis configura um quanto de harmonia
como cópia da ordem cósmica. Partindo dessa premissa temos
que compreender o paralelo que o autor do Banquete
estabeleceu entre a tripartição da alma e a sua teoria da polis.
7
8. 2.1. Relação entre alma e cidade: o governo da razão
Na República, livro IV, Platão concebe a alma como
tripartite, ou seja, a mesma se divide em uma parte racional, e
outra irracional que, ao seu turno se subdivide em
irascível (impulsos e afetos) e concupiscente (necessidades
elementares). A parte racional é regida pela sabedoria ou
prudência, capaz de estabelecer o que convém a cada um.
A parte irascível corresponde à fortaleza e coragem que permite
seguir os imperativos da razão. Já a parte da concupiscência
está relacionada ao sentido das necessidades elementares.
As duas dimensões da parte irracional da alma devem se
submeter à parte racional através da virtude da temperança ou
moderação. Com tais virtudes surge a virtude da justiça que
estabelece o equilíbrio de cada uma das faculdades em seu
âmbito próprio e função específica.
Estabelecendo uma analogia da alma com a cidade, Platão
apresenta o que podemos chamar de concepção organicista de
sociedade, na qual a Cidade constaria de três classes
diferenciadas por suas funções próprias. A primeira seria a dos
magistrados ou governantes, guiados pela sabedoria; a segunda
dos guerreiros que defenderiam a polis interna e externamente,
cultivando a fortaleza; a terceira seria constituída pelos artesãos
(artífices), comerciantes, agricultores e aqueles que formavam a
base econômica da cidade. As classes dos guerreiros e dos
artífices aceitam o domínio dos governantes pela ação da
temperança ou moderação. Assim como na alma, a justiça, na
cidade, apresenta-se primordialmente para garantia do
funcionamento do todo e da manutenção da hierarquia baseada
nas tarefas específicas de cada classe.
8
9. O seu pensamento político inspirou-se no postulado
segundo o qual a parte se subordina ao todo, o que significa
dizer que as classes se subordinariam ao bem comum da
cidade, dado pela razão divina que, por sua vez, é contemplada
pela dialética ascendente, o que leva Platão a operar uma
inversão na concepção individualista da sofística quanto à
relatividade das coisas, buscando a universalidade pela
superação da individualidade absoluta. Nesse modo de ver, o
indivíduo se situa no plano coletivo e não em uma autonomia
absoluta perante a polis. Esta existe para tornar possível a vida
humana. Há uma divisão de trabalho que permite coordenar as
diversas aptidões visando ao bem comum. Destarte, o horizonte
do indivíduo seria o horizonte do cidadão. Faz-se mister
ressaltar que as classes da República não se baseiam em uma
ordem hereditária, já que o ponto fulcral repousa sobre as
aptidões pessoais dos membros da polis, desenvolvidas pela
cidade através do processo educacional.
A aristocracia de Platão, diferentemente daquela calcada
na propriedade fundiária ou na riqueza advinda do comércio, é
uma aristocracia do espírito cujo saber legitima o poder, porque
só pode governar a cidade aquele que é justo por conhecer as
implicações e mecanismos das ações justas, fornecidas,
obviamente, pelo conhecimento filosófico. Ademais, Platão,
preocupado com as bases integrativas de sua sociedade, não
admitia que o poder estivesse nas mãos daqueles que
manipulavam a vida econômica ou a estrutura bélica, pois a
cidade se constituiria em uma verdadeira tirania, ao passo que
uma sociedade comandada por filósofos estaria ordenada sob
princípios universais dados pela razão.
9
10. É bom lembrar que os governantes, submetidos a esse
conjunto de princípios, deveriam ter por escopo, através do seu
projeto político-pedagógico, suprimir a instituição família como
também a propriedade privada para as duas classes superiores
dos magistrados e dos guerreiros, isso a fim de afastar
interesses particulares que pudessem conduzir à corrupção.
Somente as duas classes superiores teriam participação na vida
pública, enquanto que o complexo dos artífices estaria limitado
à vida na esfera privada.
Na cidade platônica, governada pelo sentido da filosofia,
não seria necessário o direito positivo, pois os magistrados
deveriam decidir, em cada caso particular, o que a justiça
exigiria segundo as circunstâncias. Esse pensamento não
perdura nos diálogos considerados tardios, O Político e As leis,
em que Platão, mais velho e desiludido com as experiências na
Sicília, admite a necessidade de fixar princípios de governo em
leis positivas. Reconhece a importância da família e da
propriedade privada, evitando-se o excesso de riqueza e de
pobreza, pois, no seu entender, seriam a causa de toda a
discórdia civil. A cidade descrita na obra As Leis se afigura como
uma teocracia em que os magistrados assumem a dignidade de
intérpretes da vontade divina. Em O Político, apresenta a
necessidade de uma legalidade como ordem estável da cidade,
muito embora confirme a aristocracia como sistema ideal na
administração da coisa pública.
10
11. 2.2. Organização política da cidade
Platão nos oferece duas classificações distintas das formas
de governo, uma na República, livros VIII e IX e outra no
Político. Na República descreve cinco formas. Entretanto,
somente uma assume o caráter de justa e legítima: a
aristocracia do espírito ou governo dos sábios. Todas as
restantes são formas corruptas que não permitem a realização
da justiça. Se os guerreiros tomarem o poder teremos uma
timocracia ou timarquia que significa governo da honra,
caracterizado pela ambição do espírito belicoso. Esta forma
poderia conduzir a uma oligarquia que liga o poder à fortuna.
Todavia, o enriquecimento de poucos e a extrema pobreza de
muitos poderá gerar a democracia, o governo da multidão, que
aspira à igualdade absoluta, desrespeitando hierarquias naturais
e legítimas. Dessa forma, a democracia, desemboca na
desordem, que acaba por ser aproveitada por algum indivíduo
ambicioso e audacioso, capaz de instaurar uma tirania que
desvelaria um caráter violento e desenfreado. Os seus excessos
provocariam a reação dos mais decididos e com seu derrube
encerra-se o ciclo constitucional, ou seja, a dinâmica política.
No Político apresenta dois critérios de formas de governo:
o número dos que participam do governo e a legalidade ou
ilegalidade dos mesmos. Encontramos três formas legais e três
ilegais de governo. As legais são a monarquia ou realeza, a
aristocracia e a democracia. As formas corruptas das formas
legais, respectivamente são: a tirania, a oligarquia e a
democracia (demagogia).
Na verdade, Platão confere maior rigor sistemático às
teorias de Heródoto e Eurípides.
11
12. Nas Leis, acrescenta um novo termo: uma forma mista de
governo, ou seja, uma mistura de monarquia e democracia que
se apresenta como a única capaz de assegurar a paz social. Esta
concepção assimilada por Aristóteles influenciará seu
pensamento político.
2.3. A idéia de Justiça
A idéia socrática de que a Cidade (o poder político), na
qual a família e o indivíduo formavam um todo harmônico,
permanece na obra A República e se torna o fundamento da
idéia de justiça como virtude, que significa a observância
permanente da lei e, ao mesmo tempo, como idéia da razão. O
sentido de ordem política ideal é o de justiça que correlaciona
intrinsecamente lei e justiça. As leis são justas porque são
editadas por quem pratica a virtude da justiça e a conhece em
sua estrutura para além do plano das aparências, isto é, numa
imagem divina. Nesse sentido encontramos a ligação entre as
duas perspectivas do conceito de justiça em Platão: justiça
como idéia (forma pura) e justiça como virtude, ação do homem
virtuoso.
4
Segundo Joaquim Carlos Salgado, o pensamento
platônico sobre a justiça é o ponto de partida para uma reflexão
sobre a idéia de justiça como igualdade.
Platão apresenta duas perspectivas de sua concepção de justiça
na obra a República, a saber: a justiça como idéia e a justiça
como virtude ou prática individual. Nas primeiras obras, Platão
apresenta o conceito de justiça comprometido com a idéia de
virtude do cidadão ou do filósofo.
4
SALGADO, Joaquim Carlos. A Idéia de Justiça em Kant. Seu fundamento na
liberdade e na igualdade. Belo Horizonte: UFMG, 1995, pp. 24-29.
12
13. Ao relacionar o célebre livro VII, da República, que narra a
Alegoria da Caverna em conjunto com sua teoria da
reminiscência, compreende-se com maior clareza o que o
fundador da Academia assinala na Carta VII, isto é, “só conhece
a justiça àquele que é justo”, ou seja, só conhece a justiça
àquele que a compreende na perspectiva divina, pelo
conhecimento da alma e não dos sentidos, o conhecimento
verdadeiro que é dado pela matriz dialética e desenvolvido pela
educação.
Platão enfatiza o agir justo na medida em que considera o
outro como portador dos mesmos direitos para a superação da
ótica individualista dos sofistas. O outro nos desvela uma
dimensão exterior e o comprometimento do homem com a sua
polis. Tanto na República quanto no Górgias, Platão enfatiza
através de seu personagem, Sócrates, que fazer a justiça é
melhor que recebê-la, e sofrer a injustiça é melhor que praticá-
la. Na República, exprime que o melhor modo de viver é o viver
praticando a justiça, correlacionando atos justos com alma
sadia. A justiça é uma virtude que fundamenta e fortifica a
alma. Embora no Críton, a concepção de justiça se apresente
como a conformidade das ações com a lei, a essência da idéia
de justiça platônica não se limita somente a esse entendimento.
Na República, livro I, Platão expressa a difusa idéia de
justiça em um conceito preciso a partir do entendimento do
5
poeta Simônides, que afirmava a idéia de justiça como dar a
cada um o que lhe é devido. Platão amplia essa idéia para além
da simples relação entre particulares e a relaciona diretamente
com a estrutura de sua cidade.
5
PLATÃO. A República, 332c, 433a, 433e.
13
14. No dizer de Salgado:
“Dar a cada um o que lhe pertence, o que lhe é
adequado, explicita-se na estrutura do Estado
Platônico, dividido em planos, segundo as aptidões de
cada um de seus participantes, de modo semelhante ao
que ocorre com a alma humana, na sua concepção. O
que é devido a cada um, o que lhe pertence por
natureza é o posto que corresponde às suas aptidões e
a função que cada um, por força dessas mesmas
aptidões, pode desempenhar no Estado”.6
Platão concebe a justiça como uma preocupação política
que repousa na idéia de igualdade; uma igualdade geométrica,
na medida em que garante a cada um o que lhe é devido,
segundo suas aptidões. O seu conceito de justiça assume
também o caráter de universalidade enquanto se vincula à idéia
de representação da harmonia do cosmos. A justiça é um
compromisso do cidadão com a Cidade; dedicação ao bom
funcionamento da vida coletiva a partir das aptidões naturais de
cada um. Sendo assim, repetindo, Platão elabora duas vertentes
do conceito de justiça: a justiça como idéia norteadora do
direito e da lei, e a justiça como virtude norteada e determinada
pela lei. Ou, dizendo de outro modo, a idéia de justiça como
hábito de cumprir o direito.
6
SALGADO, Joaquim Carlos. A Idéia de Justiça em Kant. Seu fundamento na
liberdade e na igualdade. Belo Horizonte: UFMG, 1995, p. 27 e Platão. A República,
433ª
14
15. Por fim, Platão desenvolve um conceito de justiça
retributiva e transcendente. Vejamos.
Na República, livro X, encontra-se o mito que consagra o
sentido de justiça retributiva e transcendente. O mito narra a
história de um guerreiro chamado Er que vivencia a experiência
da justiça como recompensa no além-túmulo.
Er, natural da Panfília, na Ásia Menor, bravo soldado que
morreu em combate, jaz na pira funerária dez dias após sua
morte. Subitamente, volta à vida e narra o que viu no mundo
além-túmulo. Disse que, depois de morto, viajou até uma terra
estranha onde o solo era rasgado por dois grandes abismos. Por
cima, havia dois buracos correspondentes no céu. Entre os
abismos estavam sentados os juízes que julgavam todas as
almas e as marcavam com um sinal: os justos entravam pelo
abismo da direita, para o céu; os injustos entravam pelo abismo
da esquerda, que conduzia ao mundo subterrâneo. Er não foi
autorizado a entrar em qualquer um dos dois buracos, mas foi
escolhido para levar uma mensagem aos mortais. Observou que
as almas dos injustos passavam por uma longa experiência
vivenciando dez vezes mais todo o mal que causaram. Este é o
sentido retributiva da justiça em Platão.
As almas dos justos falavam em felicidade e alegria,
recompensas de uma vida virtuosa. As almas vindas dos
subterrâneos, após expiarem todo o mal que praticaram,
vivenciam as dores do arrependimento, eram encaminhadas ao
trono das Parcas: Láquesis, Átropo e Cloto para receberem
novas vidas como mortais. Cada alma poderia escolher a vida
que desejasse, algumas eram sensatas outras tolas. Todas,
após suas escolhas, bebiam a água do rio do esquecimento, de
15
16. modo que perdessem todas as recordações da vida passada,
para renascer em novas vidas. Muitas praticavam os mesmos
erros. A justiça para Platão não é deste mundo, mas se
configura como a recompensa para aquele que escolhe a vida
moral e conforme ao direito.
3. Aristóteles (384-322 a.C.)
Aristóteles é considerado pelos estudiosos da História das
idéias como o sistematizador do pensamento ocidental, tendo
contribuído, ainda, no campo das Ciências Naturais, História da
Filosofia, Psicologia, com as leis da argumentação e da Lógica.
Esse pensador nasceu em Estagira, colônia grega da Cálcida,
mar da Trácia. Seu pai Nicômaco foi médico da corte de Amintas
II, em Pela, capital da Macedônia. Aos 17 anos, Aristóteles
ingressou na Academia de Platão, em Atenas. Por essa ocasião
já possuía grande saber e era conhecido por justamente
apresentar o que hoje denominamos de conhecimento
enciclopédico.
Após a morte de Platão decidiu ir embora de Atenas. Em
342 a.C. foi nomeado tutor de Alexandre 7, o Grande, pelo Rei
Filipe da Macedônia. Durante esse período estudou política e
assuntos de governo. Embora esse pensador tenha sido tutor de
Alexandre, surgiram divergências políticas que se tornaram cada
vez maiores entre o discípulo e o mestre, pois Alexandre
sonhava com a unificação do seu império asiático com a Grécia,
uma espécie de fusão cultural. Por outro lado, Aristóteles
defendia a estrutura da pólis tradicional bem como a
supremacia grega.
16
17. 7
“Se a meu pai devo a existência a meu preceptor devo a arte de me saber
conduzir. Se governo com alguma glória, a ele [Aristóteles] sou devedor”. In: Col.
Os Pensadores.
Narra a tradição que foi o assassinato de Calístenes,
sobrinho de Aristóteles, a pedido de Alexandre, que pôs fim à
relação entre ambos. Por volta de 335 a.C., fundou o seu liceu
no bosque sagrado de Apolo – nordeste de Atenas. Ensinava
passeando à sombra das árvores do liceu, daí seus discípulos
serem chamados de peripatéticos, derivado da palavra
peripatos que significa um claustro8 que rodeava o liceu.
Aristóteles escreveu em torno de 400 trabalhos sobre os
diversos temas. Dessa enorme produção sobreviveram apenas
50 ou 49 obras. Quando faleceu, em Cálcis, na Ilha de Eubeia,
seus escritos e sua biblioteca passaram às mãos do discípulo
Teofrastos e, posteriormente, ao aluno deste, Neleu e, por
conseguinte, aos herdeiros de Neleu, que, temendo o ataque
dos príncipes tiranos de Pérgamo, enterraram os escritos em
um subterrâneo. Quando morreram, perderam-se os
manuscritos de Aristóteles.
Antes do ano 100 a.C., os herdeiros de Neleu descobriram
e venderam ao armador9 de livros Apelicon de Teos, que os
publicou com inúmeros erros, em 86 a.C. Por ocasião da tomada
de Atenas pelos romanos, os escritos passaram às mãos do
tirano Sila e, posteriormente, às mãos de Andrônico de Rodes
que os catalogou e os editou.
Aristóteles iniciou o que entendemos por estudo dos
problemas filosóficos através do exame crítico das opiniões de
seus antecessores e contemporâneos, destacando
essencialmente a doutrina de Platão, embora tenha sido seu
17
18. mestre por muitos anos, sempre manteve grande independência
doutrinal em relação ao fundador da Academia. Pode-se
considerar sua Metafísica como uma obra também voltada
à história da filosofia, abordagem que também aparece na
Política, quando analisa as teorias anteriores acerca da
convivência coletiva.
Rejeitando o dualismo platônico pela dificuldade em
explicá-lo, apresentou uma concepção diferente da realidade
enfatizando um realismo moderado e um espírito analítico
10
apegado aos fatos. Platão havia separado as essências dos
objetos; Aristóteles, por sua vez, compreendia que as essências
só existiam em uma inteligência, ou seja, no entendimento
humano sobre as coisas, em nosso espírito que abstrai das
coisas em estado de individualidade. Nesse sentido, invertendo
o mundo platônico, assinala que as coisas individuais e
perecíveis deixam de ser meras “sombras ilusórias” e tornam-se
reais.
Fundador daquilo que hoje se chama física experimental,
ciência que estuda os fenômenos do mundo natural, Aristóteles
substituiu o idealismo de Platão por um realismo que buscava
seu ideal numa concepção de felicidade alcançável pela ação,
reflexão e experiência que se configurava no conceito de justiça.
Ao contrário de Platão, não define o direito a partir da idéia de
justiça, mas define a justiça em função do direito, que por sua
vez, torna-se objeto da justiça e é somente possível no interior
da pólis.
Aristóteles, ao apresentar sua concepção de conhecimento,
o entende como processo cumulativo partindo da sensação
18
19. (prazer-sentidos) em direção à memória (retenção dos dados),
em seguida à experiência (capacidade de estabelecer relações
entre os dados sensoriais),
à arte-técnica (regras – capacidade de ensinar), alcançando,
por fim, o nível da teoria-ciência que chamou de episteme
(conhecimento de conceitos e princípios). Esse conhecimento
estaria subdividido em: conhecimento prático (praxis) e nesse
campo estão os estudos sobre ética e política; conhecimento
produtivo (poiesis), estudo da estética; conhecimento teórico
que por sua vez se divide em física, que estuda o mundo natural
e estudos matemáticos, que trata da quantidade e do número;
11
a filosofia primeira (metafísica) estuda o ser primeiro ou
causa primeira.
Em sua Lógica (analytika) lança mão desse saber como um
saber instrumental, desvelando a importância do método.
Assim, denominou Organon os tratados de lógica em seu
conjunto. Para esse filósofo, a realidade sensível é também
inteligível e, sendo assim, o entendimento humano é capaz de
descobrir a idéia oculta no objeto sensível, por meio da
abstração. Dentro dessa concepção da inteligibilidade da
realidade sensível, formulou sua teoria teleológica segundo a
qual todas as coisas existem para um fim e todas as coisas
alcançam a perfeição na medida em que cumprem esse fim.
Esta idéia resume-se no princípio de que o todo é anterior às
partes, no sentido lógico e metafísico, pois cada objeto
particular é compreensível em função do todo que o pressupõe.
Esse finalismo refletirá em sua concepção ética e política,
influenciada, sem dúvida, pela obra de Platão.
8
Casa religiosa com clausura, ou seja, recinto fechado.
9
Aquele que constrói navios mercantes; enfeita igrejas, salões de festas,
ornamenta livros, etc.
19
20. 10
Essência, forma – mundo inteligível.
11
Metafísica: palavra de origem grega, usada para nomear o conjunto de textos de
Aristóteles. Esta não foi usada por ele e sim a expressão Filosofia Primeira, que
denota com maior precisão a sua filosofia: a ciência dos primeiros princípios e das
primeiras causas.
3.1. A política, a ética e a justiça
Segundo o entendimento de Aristóteles, a política é ciência
da felicidade humana, uma ciência prática que busca o
conhecimento como meio para a ação e que se divide em ética e
política. A felicidade, em seu modo de ver, significa certa
maneira de viver específica do homem, ser social por natureza,
destinado a desenvolver suas potencialidades na vida em
sociedade. O objetivo dessa ciência é refletir sobre as formas de
governo e as instituições políticas capazes de assegurar o bem
comum.
O bem é a plenitude e todo ser tende para esta plenitude.
O homem ao longo da vida encontra uma hierarquia de bens até
alcançar o bem supremo que coincide com o seu fim último, a
felicidade. O meio para consegui-la são os hábitos ou
disposições do homem graças aos quais saberá realizar as suas
obras, as virtudes. A virtude consiste no meio entre a falta e o
excesso, ou seja, consiste em disposições resultantes do esforço
do homem para submeter os seus atos à razão e aos fins
supremos da sua natureza.
12
O objeto de pesquisa da Política era o estudo das
constituições das pólis13.
12 Acrescenta-se a esta obra a República dos Atenienses ou Constituição de
Atenas, descoberto em 1891.
13 Pólis ou cidade-estado: nova forma de convivência centrada na ágora
(praça pública) para o debate sobre interesses comuns. Surge a figura do cidadão,
aquele que fazendo uso público de sua razão, delibera conjuntamente aos seus
pares os destinos da cidade.
20
21. A obra está dividida em três partes, a saber: os livros I, II
e III, que tratam da teoria do Estado em geral e da classificação
das várias espécies de constituições; os livros IV, V e VI, em
que se analisa a política prática, ou seja, estuda a natureza das
constituições existentes e dos princípios para seu bom
funcionamento; e os livros VII e VIII, em que se examina a
política ideal. O estilo de Aristóteles se apresenta em suas
próprias palavras no livro II, cap. V, §4 –5 da Política:
“o método de quem estuda filosoficamente qualquer
matéria, e não apenas seu aspecto prático, consiste em não
negligenciar ou omitir qualquer detalhe”.
14
Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco, levando em
consideração a citação acima, aprofunda os ensinamentos que
retira de Platão (República), e elabora sua teoria ética a partir
das estruturas morais vigentes na comunidade grega do séc. V
a.C. De um modo geral, pode-se dizer que a sua teoria
apresenta o procedimento do homem prudente como um valor,
cuja opinião dos homens mais velhos, a experiência da vida e os
costumes da cidade são condições objetivas para se filosofar
politicamente. Diferentemente de Platão, Aristóteles humanizou
o fim último, ou seja, o fim último foi afirmado no plano terreno.
Por isso, o ético em Aristóteles é entendido a partir do ethos15
(do costume), da maneira concreta de viver vigente na
sociedade. É exatamente o ethos que funciona como elo entre
as esferas jurídica e política. As ordens jurídica e política
pressupõem o ethos.
14
A Ética a Nicômaco ou Nicomaquéia foi assim chamada por ter sido,
provavelmente editada por Nicômaco, filho de Aristóteles. Ética a Eudemo, por ter
sido editada ou redigida pelo seu discípulo deste nome, uma refundição da anterior.
A Grande Ética ou Ética Maior, um resumo posterior. Truyol y Serra, p.132.
21
22. 15
Ethos do grego costume, uso, característica. Significa caráter, modo de vida
habitual. Aquilo que é característico e predominante nas atitudes e sentimentos dos
indivíduos que pertencem a uma comunidade e que marca suas realizações ou
manifestações culturais. Em Platão é o resultado do hábito (Leis, 792e); em
Aristóteles (Ética a Nicômaco, 1139a) é mais moral do que intelectual.
A reflexão aristotélica quanto à ética compreende duas
categorias de virtudes: as virtudes morais, fundamentadas na
vontade, e as virtudes intelectuais, baseadas na razão. Como
exemplo de virtudes morais, temos: a coragem, a generosidade,
a magnificência,16 a doçura, a amizade e a justiça. As virtudes
intelectuais ou dianoéticas17 são: a sabedoria, a temperança, a
inteligência e a verdade. Uma ação pode ser considerada como
justa quando realiza o equilíbrio das virtudes morais e quando
alcança as virtudes intelectuais. O objetivo da ação moral é a
justiça, assim como, a verdade é o objetivo da ação intelectual.
Em sentido lato, a justiça18 configura o exercício de todas
as virtudes, observando-se a instância da alteridade.
Em sentido estrito, encontra-se como uma virtude ética
que implica o princípio da igualdade.
Tendo por base tal premissa, Aristóteles inicia sua ética a
partir da realidade social de sua época. O ponto central torna-se
o conceito de atividade; atividade no sentido de que o homem
deve realizar ao máximo suas disposições naturais (aptidões). O
homem deve buscar esse aperfeiçoamento para com isso
alcançar a felicidade. Esse pensador assinala que o cultivo da
inteligência é o bem supremo, o summum bonum, logo sua
concepção ética é denominada de ética das virtudes ou ética
eudemônica, isso porque enfatiza a busca pelo bem viver e pela
felicidade, no sentido estrito de pleno desenvolvimento das
disposições naturais. O homem deve desenvolver suas aptidões
para alcançar o seu fim (télos), sua perfeição, por isso que
eudemonia e télos estão intrinsecamente ligados, formando uma
ética imanente da felicidade terrena, portanto política.
22
23. 16
Grandiosidade, esplendor, suntuosidade.
17
Diánoia: entendimento. Em Aristóteles é usada como um termo geral para
atividade intelectual. Noético (gr) relativo ao pensamento; noetikos – inteligente.
18
Cf. livro V da Ética a Nicômaco.
O conceito de eudemonia vincula-se ao conceito de justiça
apresentado por Platão na República, que também compreende
a noção de justiça como uma virtude que precisa ser praticada
constantemente e não pode ser tomada como aquisição
contínua,19 mas como um exercício político, assim expresso no
livro II-6, da Ética a Nicômaco. Aristóteles apresenta o sentido
do conceito de virtude como hábito, ou seja, algo que existe em
potência mas que precisa ser desenvolvido. A natureza oferece
as condições de possibilidades para que o homem possa
desenvolver suas aptidões conforme sua essência racional,
nesse caso a justiça como um valor ético se desvela em nossos
atos, logo “toda virtude e toda técnica nascem e se
desenvolvem pelo exercício”.20
Observa-se que a prática da virtude não se confunde com
um mero saber técnico, não basta a conformidade, exige-se a
consciência do ato virtuoso. O homem considerado justo deve
agir por força de sua vontade racional. Na Ética a Nicômaco,
Aristóteles enumera três condições para que um ato seja
virtuoso, a saber: primeiro,. o homem deve ter consciência da
justiça de seu ato; segundo, a vontade deve agir motivada pela
própria ação; terceiro,. deve-se agir com inabalável certeza da
justeza do ato. As virtudes são disposições ou hábitos
adquiridos ao longo da vida e se fundamentam na idéia de que o
homem deve sempre realizar o melhor de si. A virtude será uma
espécie de meio termo, termo médio entre os extremos,
evitando, assim por dizer, o excesso e a deficiência, uma vez
23
24. que a justiça é uma virtude que só pode ser praticada em
relação ao outro e de modo consciente.
19
Ressalta-se que a conceituação da justiça como uma virtude não implica o caráter
de uma idéia ontologicamente transcendente como acontece em Platão.
20
SALGADO, Joaquim Carlos. A Idéia de Justiça em Kant. Seu fundamento na
liberdade e na igualdade. Belo Horizonte: UFMG, 1995, p.33.
O objeto da justiça é realizar a felicidade na pólis, o seu
oposto, a injustiça, poderá ocorrer por falta ou por excesso.
Aristóteles distingue duas classes de justiça: a universal e
a particular. A justiça universal significa a justiça em sentido
amplo que pode ser definida como conformidade ao nomos
(norma jurídica, costume, convenção social, tradição). Esta
norma constituinte do nomos é dirigida a todos. A ação deve
corresponder a um tipo de justo que é o justo legal. “Aquele
que contraria as leis contraria a todos que são por elas
protegidos e beneficiados; aquele que as acata, serve a todos
que por elas são protegidos ou beneficiados” (Bittar, 2001:
91).O membro da pólis se relaciona com todos os demais, ainda
que virtualmente, e compartilha com todos os efeitos de sua
atitude ou omissão. A justiça universal ressalta a importância da
legalidade como um dos aspectos que fundamenta a coesão
social. A comunidade existe virtualmente na pessoa de cada
membro. O homem virtuoso é aquele em que, segundo seu agir,
o elemento essencial passa pela observância do princípio
neminem laedere (não prejudique a ninguém).
A justiça particular significa em sentido estrito o hábito de
realizar a igualdade. Este tipo de justiça refere-se ao outro no
sentido de uma relação direta entre partes, típica da experiência
citadina. Esse tipo de justiça vincula-se com a justiça universal,
pois o transgressor da justiça particular se compromete também
24
25. diante do nomos. O justo particular apresenta-se em duas
formas distintas: o justo particular distributivo que assinala a
justiça distributiva e o justo particular corretivo que apresenta a
justiça corretiva.
A idéia de justiça distributiva surge no sentido de
igualdade na devida proporção. Essa modalidade de justiça
regula as ações da sociedade política com seus membros e tem
por objeto a justa distribuição dos bens públicos: honras,
riquezas, encargos sociais e obrigações. Essa prática também se
fundamenta na igualdade que não se confunde com uma
igualdade matemática e rígida, mas geométrica ou proporcional
que observa o dever de dar a cada um o que lhe é devido;
observa os dotes naturais do cidadão, sua dignidade, o nível de
suas funções, sua formação e posição na hierarquia
organizacional da polis (Olinto, 1995: 32) O princípio de
igualdade que figura neste tipo de justiça exige uma
desigualdade de tratamento, pois sendo diferentes segundo o
mérito, os benefícios a serem atribuídos também devem ser
diferentes.
A outra modalidade de justiça particular é a justiça
corretiva ou sinalagmática, que se divide em comutativa e
judicial. Trata-se de um tipo de justiça que regula as relações
entre cidadãos e utiliza o critério do justo meio aritmético ou
igualdade.
Observa-se que este tipo não focaliza em primeiro plano as
pessoas, mas sim as coisas. Medem-se os benefícios ou
prejuízos que as pessoas podem experimentar, ou seja, as
coisas e os atos no seu valor efetivo. Nos casos de ações que
geram constrangimento para uma das partes, caberá ao juiz
25
26. restabelecer a igualdade rompida através de uma sentença.
Quando há a vontade dos interessados como elemento principal,
chama-se justo comutativo (sinalagma)21 e, quando por decisão
do juiz a vontade de um deles é contrariada, como o caso dos
crimes, chama-se justo judicial ou justo reparativo. Neste último
caso, o sujeito de uma injustiça é sancionado a reparar o dano
22
provocado indevidamente a outrem. Pode-se perceber que o
princípio de igualdade que figura em seu pensamento recorda as
especulações pitagóricas acerca da justiça.
Segundo o pensamento político-jurídico de Aristóteles, a
idéia de justiça política se refere aquela que organiza a vida
comunitária e que, em particular, deve observar o processo
deliberativo social. Nesse sentido, o justo político abrange duas
outras formas de justiça: o justo natural e o justo legal. O justo
natural significa o que será sempre o mesmo em toda parte,
independe da vontade humana, ou melhor, para existir não
precisa de qualquer decisão ou ato de positividade. O justo
legal, que em princípio poderia ser cumprido de maneiras
diferentes, passa a ser obrigatório por ser assumido pelo nomos
vigente em uma pólis.23 Esse tipo de justo decorre do ato
legislativo e configura-se no conjunto de disposições vigentes na
pólis. Tanto o justo natural como o justo legal constituem a
ordem normativa da cidade. O justo natural é constituído por
noções e princípios comuns que encontram fundamento na
própria natureza racional do homem. Há uma lei natural ou
direito natural que desvela a natureza da comunidade política. O
ponto de partida é o princípio da naturalidade da sociedade
política; o homem, animal político é chamado a viver na pólis
por força de sua própria essência, e dessa forma sendo a
cidade-estado uma realidade natural, exige-se, logicamente,
26
27. que toda relação política esteja vinculada aos preceitos da
razão, da legalidade e da igualdade.
21
Bilateral. // 22 Aqui percebemos que a idéia que fundamenta a responsabilidade
civil já estava presente na experiência da pólis grega.
23
Decretos, sentenças, as decisões do poder administrativo, caracterizam-se por
circunstancialidade ou especialidade.
Temos que observar que o justo legal encontra sua origem
no justo natural. Esta relação se esclarece quando se percebe
que se caminha do geral para o particular, ou seja, um princípio
geral pode acarretar uma lei específica. O princípio neminem
laedere que significa que não devemos prejudicar as pessoas,
um preceito da justiça natural, pode ser positivado em norma
que prevê uma punição para atos como o homicídio, a injúria e
etc. Os conflitos entre preceitos jurídicos legais e jurídicos
naturais, segundo Aristóteles, não deveriam invalidar a ordem
jurídica da pólis, exceto em um sistema corrompido. Por isso
que a eventual tensão entre a generalidade abstrata da lei e a
singularidade concreta dos casos reais era mediada pela
eqüidade (epieikéia), em atenção à justiça natural.
A eqüidade é pensada como forma corretiva da justiça
legal quando esta engendra certa injustiça pela própria
generalidade de seus preceitos normativos. Conforme esse
princípio, o julgador coloca-se como legislador, e opera a
adaptação da lei ao caso concreto, portanto, o julgador
assumindo a postura do legislador torna-se um homem
preocupado com a correção ética da justiça, um homem équo,
definido como aquele que não é rigoroso na aplicação da justiça,
quando esta se configura como a pior solução, mas que
fundamenta seus juízos nos preceitos de uma ação justa
racional.
27
28. O grego reverenciava o nomos porque era fundamental
para a existência da própria polis como comunidade ética-
política. Nesse particular, “a ordem é a lei e o governo da lei é
preferível ao de qualquer cidadão, porque a lei é a razão sem
apetites”, pondera Aristóteles na Política.
Se o objetivo da atividade humana é a vida na pólis, esta
deve ser anterior ao indivíduo. Entretanto, historicamente a
pólis é a ultima fase de um processo ascendente de
sociabilidade.24 Há no homem um impulso social que se desvela
primeiramente na família, em seguida na aldeia, até alcançar a
estrutura equivalente a uma polis. A cidade é por sua natureza
uma unidade na diversidade, cuja lei escrita ou não escrita, o
nomos, surge da experiência citadina e, portanto, é
intrinsecamente superior a qualquer decisão individual por mais
sábia que seja. Por ser o nomos, a razão desprovida de paixão,
deve ser a suprema autoridade da sociedade política. No Direito
da polis há elementos naturais e permanentes, convencionais e
mutáveis, pois sendo a razão comum a todos os homens, todos
serão iguais, até porque o nomos é razão que realiza a
igualdade jurídica formal. A lei comum seria uma lei natural ou
original, visto ter validade geral independente da opinião dos
homens.
A conformidade com a lei apresenta a relação que o
sentido de justiça particular mantém com a idéia de eqüidade,
que em si aponta para o de que o justo ultrapassa a simples
dimensão da lei escrita, ou seja, vai além da razão de ser da lei
escrita e se liga diretamente ao sentido de lei natural, na
medida em que pode ser compreendido como um critério de
ajuizamento da igualdade ditada pela razão conforme à lei
natural. Observa-se que a razão significa uma forma superior da
28
29. natureza humana. A eqüidade surge para corrigir os lapsos da
lei convencional, sobretudo quando a lei, aplicada
mecanicamente, não corresponde à essência da justiça.
24
Cf. Capítulo 1, Política.
As circunstâncias particulares exigem a aplicação da
eqüidade para dirimir um caso concreto, buscando uma
igualdade entre as partes.
25
O homem équo é aquele que busca a igualdade no
momento concreto da relação da justiça, pois o bem comum é o
fim ou o bem principal da polis, visto ser pressuposto
fundamental dessa mesma igualdade, que por sua vez é a idéia
de que o homem é um ser destinado naturalmente à vida em
comunidade. Enfim, o sentido de igualdade que aparece em
Aristóteles apresenta o caráter de definição da idéia de justiça.
4. Conclusão
Em seu livro a Política, parte II, Aristóteles apresenta uma
reflexão em que refuta as considerações platônicas contidas na
República e em As Leis, acusando-as de projeto de cidade
perfeita e as relacionando com utopias pertencentes a
Hipodamo de Mileto (séc. a.C.) e Fáleas da Calcedônia.
Entretanto, a bem da verdade, deve-se ressaltar que a intenção
de Platão não era edificar um mundo social irreal, utópico, mas
construir uma crítica aos fundamentos de sua cultura, que
dentro dos limites de sua análise, a pretensão era descrever
uma comunidade possível na perspectiva de novos valores
comandados pela retificação dialética da educação, levando-se
em consideração o outro como dimensão da justiça.
29
30. 25
Reto, justo.
Essa noção de alteridade, fundamental ao pensamento
político grego, sobretudo aos impulsos democráticos atenienses,
é um conceito de justiça que tem início com Sócrates (469-399
a.C.) e levado adiante pelas análises política de Platão e
Aristóteles, isso porque justiça é uma virtude que só pode ser
praticada em relação ao outro de modo consciente, na medida
em que essa prática se destina à realização do seu elemento
fundamental: a igualdade, ou a conformidade com a lei. Os
elementos que compõem os conceitos de justiça tanto para
Platão quanto para Aristóteles, respectivamente são: harmonia
da polis como extensão do Cosmo, fundamento primário de uma
comunidade política, e, por fim, o outro, a consciência do ato, a
legalidade e o bem comum (igualdade).
A dimensão da alteridade é o outro, observado como ser
racional e fundamental para a realização da justiça, visto que
esta se afigura em como fazer o bem dentro da ordem coletiva
(Aristóteles, 1979, 1130ª). Esse ato de justiça exige a mediação
da vontade que só se realiza voluntariamente ou
conscientemente. Segundo Aristóteles, ato voluntário significa
aquele “cuja origem se acha no agente que conhece todas as
circunstâncias da ação” (Ibdem: 1110ª) A moralidade do ato
fundamenta-se no critério da premeditação ou escolha
deliberada, já que somente o homem é capaz de possuir uma
faculdade da vontade apta a discernir o que deve ou não fazer.
30
31. Hoje essa noção de alteridade parece estar perdida em
meio ao complexo mundo das relações de troca, que se perdeu
em detrimento de valores puramente utilitários, envolvidos por
uma lógica individualista alicerçada nos princípios liberais.
Platão e Aristóteles, principalmente o autor de Fédon, que
apostou todos os esforços de mudanças no processo
educacional, não restringiu sua ação à transmissão do código
cultural e manutenção de hierarquias sócio-econômicas. Tomou
a educação como esforço político e a situou dentro do interesse
público como ação-dever de Estado, logo percebeu, ao contrário
de muitos, que transformações políticas só são possíveis
mediante reformas individuais e estruturais, o que de alguma
forma implica uma tomada de consciência dos agentes
envolvidos no processo de mudança.
Aristóteles, ao contrário de Platão, defende, no conjunto
de suas pesquisas, que uma cidade administrada do ponto de
vista político passa pela implementação de instituições que
visam aos interesses dos cidadãos mediante a prestação de
serviços condizentes. Isso não quer dizer que Platão não levasse
em conta à necessidade de instituições políticas, muito pelo
contrário, tanto a República como As Leis atestam tal
preocupação. O que Platão enfatiza é a necessidade de se
atentar para o fato de que instituições são criadas e
comandadas por homens, e, se esses homens que comandam
instituições são os mesmos velhacos, velhacaria será o produto
de si. Portanto, não bastam novas leis e instituições, porém
uma nova mentalidade que possa criar um novo homem e uma
nova perspectiva de sociedade. Nesse sentido sua afirmação é
impar: é preciso que as cidades sejam comandadas por filósofos
ou que os governantes se transformem em filósofos, ou que
31
32. todos se instruam no conhecimento perfeito para uma perfeita
ciência da administração da coisa pública. Não é suficiente
fazer, é preciso saber fazer.
Não se pode olvidar, entretanto, a capital importância das
teorizações aristotélicas, uma delas é a teoria das formas de
governo. Para o tutor de Alexandre, o grande, as formas de
governo que, classicamente se desdobram daquelas
apresentadas por Platão, no Político, são três as formas puras:
monarquia, aristocracia, democracia moderada ou política; e
três impuras respectivamente: tirania, oligarquia e democracia
radical que equivale à demagogia. Nesse particular Aristóteles
avança em relação ao seu antigo mestre, pois usa o critério
econômico para distinguir tais formas. Observa que o princípio
de autoridade em cada um dos regimes repousa sobre a
situação econômica: a oligarquia, na riqueza de uma minoria; a
democracia radical, uma maioria pobre; na monarquia e
aristocracia, uma virtude superior; tirania, na fraude e violência.
Aristóteles também compreende que o melhor governo seria um
governo misto. Cada polis necessita de um governo que
corresponda ao seu caráter e necessidades, o que vale dizer que
o estagirita relaciona estrutura política-jurídica às condições
objetivas de ordem social próprias. Aristóteles também
distinguiu as atividades do governo em deliberativas ou
legislativas, executiva e judicial, preocupando-se, do ponto de
vista técnico-político, com a conservação do poder atrelado aos
princípios éticos.
Não está aqui, em hipótese alguma, a pretensão de
esgotar as contribuições desses dois grandes teóricos do mundo
político, isso se constituiria em um absurdo. O que se pretende
32
33. é resgatar, pelo estudo da história das idéias, uma preocupação
que ultrapasse o restrito mundo do indivíduo ao mundo do
cidadão.
Tanto Platão como Aristóteles são intérpretes do seu
tempo, mas que devidamente lidos são fontes inesgotáveis de
boas reflexões. Embora estejam distantes de nossa realidade,
longe deste mundo nada simples, complexo por mecanismos até
em certa medida desnecessários, pode-se, através de seus
olhares idealistas, vislumbrar uma possibilidade meio que
perdida: a reconstrução de uma nova estrutura social a partir
de uma reestruturação do homem para essa nova sociedade,
tendo por fundamento o ideal de justiça para além das
aparências e do sentido mesquinho que por ora corrói o tecido
da nossa vida coletiva.
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35. RESUMO: O objetivo do presente trabalho é apresentar, em
linhas gerais, as concepções de política dentro do ideário de
Platão e Aristóteles, levando em consideração suas respectivas
teorias do conhecimento, isso para deixar claro que as
construções políticas não surgem descoladas das representações
que os indivíduos fazem de si e das ciosas que estão a sua
volta. Destaca-se, ainda, o papel da legalidade como centro de
uma reflexão sobre a justiça, tanto para Platão como para
Aristóteles, mesmo que a partir de premissas aparentemente
diferentes.
PALAVRAS–CHAVE: Política, direito, justiça, lei e eqüidade.
* Clara Maria Brum de Oliveira é bacharela em Filosofia e
Direito, mestra em Filosofia pelo IFCH-UERJ, ex-bolsista da
CAPES, atualmente leciona Filosofia do Direito na UNESA.
Wellington Trotta é bacharel em Direito e licenciado em
Filosofia, mestre em Ciência Política pelo IFCS-UFRJ, ex-bolsista
da FAPERJ, atualmente leciona Filosofia do Direito na UNESA.
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