SlideShare uma empresa Scribd logo
A FILOSOFIA NO MUNDO
Como se põe o mundo em relação com a filosofia? Há
cátedras de filosofia nas universidades. Atualmente,
representam uma posição embaraçosa. Por força da
tradição a filosofia é polidamente respeitada, mas, no
fundo, objeto de desprezo. A opinião corrente é que a
filosofia nada tem a dizer e carece da qualquer
utilidade prática. É nomeada em público – mas existirá
realmente? Sua existência se prova, quando menos,
pelas medidas de defesa a que dá lugar.
A oposição se traduz em fórmulas como: a filosofia é
demasiado complexa; não a compreendo; está além do
meu alcance; não tenho vocação para ela; e, portanto,
não me diz respeito. Ora isso equivale a dizer: é inútil o
interesse pelas questões fundamentais da vida; cabe
abster-se de pensar no plano geral para mergulhar,
através de trabalho consciencioso, num capítulo
qualquer da atividade prática e intelectual; quanto ao
resto, bastará ter “opiniões” e contentar-se com elas.
A polêmica torna-se encarniçada. Um instinto vital, ignorado de
si mesmo, odeia a filosofia. Ela é perigosa. Se a
compreendesse, teria que alterar minha vida. Adquiriria um
outro estado de espírito, veria as coisas com uma claridade
insólita, teria que rever meus juízos. Melhor é não pensar
filosoficamente.
E surgem os detratores, que desejam substituir a obsoleta
filosofia por algo de novo e totalmente diverso. Ela é
desprezada como produto final e mendaz de uma teologia falida.
A insensatez das proposições dos filósofos é ironizada. E a
filosofia vê-se denunciada como instrumento servil de poderes
políticos e outros.
Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho pela
ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de
manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma
inteligência de rebanho. É preciso impedir que os homens se
tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista
como algo entediante. Oxalá desaparecessem as cátedras de
filosofia, Quanto mais vaidades e ensinem, menos estarão os
homens arriscados a se deixar tocar pela luz da filosofia.
A FILOSOFIA NO MUNDO
Assim, a filosofia vê-se rodeada de inimigos, a maioria dos
quais não tem consciência dessa condição. A
autocomplacência burguesa, os convencionalismos, o
hábito d considerar o bem-estar material como razão
suficiente de vida, o hábito de só apreciar a ciência em
função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de
poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das
ideologias, a aspiração a um nome literário – tudo isso
proclama a antifilosofia. E os homens não o percebem
porque não se dão conta do que estão fazendo. E
permanecem inconscientes. E permanecem inconscientes
de que a antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida,
que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação.
O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à
verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é,
portanto, perturbadora da paz.
A FILOSOFIA NO MUNDO
E a verdade o que será? A filosofia busca a verdade nas
múltiplas significações do ser-verdadeiro segundo os modos do
abrangente. Busca, mas não possui o significado e substância
da verdade única. Para nós, a verdade não é estática e
definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito.
No mundo a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva
este conflito ao extremo, porém o despe de violência. Em suas
relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-
se a seus olhos, graças ao intercâmbio com outros pensadores e
ao processo que o torna transparente a si mesmo.
Quem se dedica á filosofia põe-se à procura do homem, escuta o
que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra
e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino
comum da humanidade.
Eis porque a filosofia não se transforma em credo. Está em
contínua pugna consigo mesma.
(Karl Jaspers. Introdução ao Pensamento Filosófico)
A FILOSOFIA NO MUNDO
Platão de Atenas
428? – 347? a.C.
Considerações importantes sobre Platão:
 Pertence ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como socrático, clássico ou
antropológico V-IV a.C.;
 É considerado o maior discípulo de Sócrates;
 Opõem-se aos sofistas;
 Escreve em forma de diálogo, cujo protagonista é Sócrates;
 Busca estabelecer como conhecimento verdadeiro o que é em si;
 Seus principais temas são Teoria do Conhecimento [Educação] e Política.
PLATÃO
A educação deve proporcionar
ao corpo e à alma toda perfeição e beleza
de que são capazes
Preocupação
com a ética
e
com a justiça
Fator decisivo
na vida
do Estado
Começa antes
do nascimento
Educação
a serviço da
evolução
espiritual
Formação
do homem moral
O mito da caverna
fixa em seu pensamento dois tipos de paidéia,
uma – mais socrática -,
ligada à formação da alma individual,
outra – mais política -,
ligada aos papéis sociais dos indivíduos,
distintos quanto às qualidades intrínsecas
da sua natureza que os destinam
a uma ou outra classe social e política.
N’A República e n’As Leis,
desenvolve sua política da educação
e rearticula o modelo de formação
em relação às diversas classes sociais.
Platão
Platão de Atenas
Considerações importantes sobre Platão:
 Suas principais influências são:
• Sócrates de Atenas;
• Pitágoras de Samos, por meio de Filolau de Crotona;
• Heráclito de Éfeso, por meio de Crátilo.
Platão de Atenas
Teoria das Idéias
O principal objetivo de Platão foi tentar estabelecer uma síntese original entre o pensamento
dialético de Heráclito [Mundo das Sombras] e o pensamento metafísico de Parmênides
[Mundo das Idéias], mostrando que não são idéias distintas, mas visões diferentes de uma
mesma realidade que se apresenta de duas formas possíveis, a saber, a pensada [relativa ao
‘eidos’] e a sentida [relativa aos fenômenos]. Ademais a filosofia de Platão está fundada nas
idéias matemáticas de Pitágoras.
 Veja:

Razão: Pensar: Mundo das Idéias: Metafísico: Idéias
 

 
Sentidos: Sentir: Mundo das Sombras: Dialético: Cópias
Alma
ou
Números
Platão de Atenas
Teoria da Reminiscência
Escrito por Platão na obra “Fédon”, afirma que o corpo é cativeiro, isto é, prisão da alma
pelo desejo do próprio homem.
  Corpo ou Sentidos: Conhecimento Sensível – M.S.
Homem = Corpo + Alma
 Alma ou Razão: Conhecimento Intelectivo – M.I.
 Logo:
Cabe a cada homem usar dos sentido apenas como forma de chegar ao conhecimento das
essências, para assim poder alcançar o que é em si e superar os enganos da opinião e, com
isso, evoluir pelo processo de metempsicose.
Platão de Atenas
 O que é metempsicose?
É o meio pelo qual a alma, por um processo de nascer e morrer várias vezes, evolui de um
estágio inferior para uma condição superior a partir da recordação acumulativa [  ] do
que já se encontra dentro de si.
 Veja:
 Como ocorre a recordação da idéia em si na alma?
 Por meio da METEMPSICOSE 
 Cabeça
 Tórax
Abdômen
Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.
Alma de Prata: Guerreiros: Coragem.
Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
Este processo de evolução
recebe o nome de
metempsicose
Teoria da Reminiscência
Platão de Atenas
Teoria da Contingência
 Veja a relação entre idéias e cópias:
Abaixo temos a idéia de homem, casa e veículo.
O homem

 Os homens
Mundo das
Idéias
Mundo das
Sombras
Acima temos as cópias de homens, casas e veículos.
A casa O veículo

  As casas

Os veículos
Teoria do Conhecimento Verdadeiro
Platão de Atenas
“Alegoria da Linha”
Alegoria da Caverna
Platão de Atenas
Platão de Atenas
Alegoria da Caverna
O interior da caverna
O interior da caverna representa a prisão em que se
encontra a humanidade na medida em que está
submetida à ilusão.
Para Platão, a educação consiste no desenvolvimento da
razão a fim de recordar os conhecimentos que a alma já
trás de sua vida anterior no mundo das Idéias e se se
libertar definitivamente das ilusões oferecidas pelos
sentidos.
Platão de Atenas
Educação
Observe que, para o ex-prisioneiro, não é suficiente a
sua libertação, pois ele volta, desce “até os homens da
caverna e quer levá-los para a luz”.
1) Como se explica a volta do filósofo do mundo
luminoso da verdade para a escuridão da caverna?
2) Esse ato é um ato político?
Platão de Atenas
Educação
1) A volta do filósofo para o interior da caverna se dá como um ato de
dignidade e benevolência para com seus semelhantes que se
encontram presos à ilusão dos sentidos e das aparências.
2) Sim.
A função do filósofo é trabalhar na liderança política e fazer uso de
seu conhecimento para libertar as pessoas comuns da ilusão dos
sentidos e da doxa a que se encontram submetidas.
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Para Platão existe uma relação direta entre educação e política, onde somente aquele que
conseguiu passar por todas as três etapas de formação intelectual, proposta em sua pedagogia,
pode governar com sabedoria a pólis e, com isso, garantir o cumprimento da principal virtude
do homem, a saber: a justiça.
Atenção!
Educação Política
Possibilita exercer uma justa...
Callipolis
Cidade ideal, obra do italiano Luciano Laurana, executada por volta de 1500, inspirado na idéias de Platão.
Platão de Atenas
 Cabeça
 Tórax
Abdômen
Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.
Alma de Prata: Guerreiros: Coragem.
Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
As Classes da Callipolis
Platão de Atenas
Política Platônica
“Alegoria do Navio”
No Teeteto, “Sócrates” considera que mesmo que os filósofos pareçam inúteis, eles foram
criados como homens livres. Os hábeis retóricos, por outro lado, como escravos: de almas
pequenas e não retas, são servos do tempo e de seus discursos (172c-173b). Em uma citada
passagem da República, “Sócrates” responde às objeções de “Adimanto” com a “Alegoria do
Navio”: no relato, quem maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento do ofício,
todos ali comem [gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo prazer e
não pelo saber: consideram inútil o “verdadeiro” piloto, que julga ser necessário ter em conta
as estações, o estado do tempo, o movimento dos astros e outras coisas tais para conduzir
adequadamente a embarcação (488a-489a). Em um navio como este. afirma “Sócrates”, os
filósofos são certamente inúteis, mas não são responsáveis por isso, já que o natural seria que
os homens que têm necessidade de governo fossem em busca de quem tem capacidade para
fazê-la (489b-c). KOHAN, Walter Omar. Infância e educação em Platão. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa – USP, vol.
29, nº. 01, pp. 23-24: 2003.
Política Platônica
Platão de Atenas
“Alegoria do Navio”
Relação entre o governo dos filósofos e dos sofistas à pólis:
Para Platão a “Alegoria do Navio” ilustra dois tipos possíveis e distintos de poderes relativo
ao governo da pólis, a saber: o governo justo dos filósofos e o governo injusto dos sofistas.
O primeiro se preocuparia com o bem [saber] da Callipolis e o segundo se preocuparia com
o prazer pessoal.
Governo da cidade-EstadoAlegoria do Navio
 Veja a comparação ‘Alegoria do Navio’ versus ‘Governo da cidade-Estado’:
 Bêbados e Gulosos
 “Verdadeiro” Piloto
Sofistas
Filósofos
Comparado às crianças
Epicuro
Filósofo grego do período helenístico. Filósofo do
Jardim. Defende uma filosofia essencialmente prática
com um único objetivo: a felicidade. A felicidade é
possível ser alcançada na interioridade da alma. Para isso
Epicuro defendia a idéia de que a filosofia deveria ser
eminentemente terapêutica (remédio-cura). Seu poder
terapêutico deveria curar dos males (O SOFRIMENTO-
DOR) para liberar a vida para o maior dos bens = O
PRAZER (Hedoné).
Epicuro
PARADOXO DE EPICURO
“Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou
pode e não quer, ou não quer nem pode, ou
quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o
que é impossível em Deus. Se pode e não quer,
é invejoso: o que, do mesmo modo é contrário a
Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e
impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se
pode e quer, o que é a única coisa compatível
com Deus, donde provém então a existência
dos males? Por que razão é que não os
impede?”
Epicuro
TETRAPHARMACON PARAA VIDA FELIZ:
1- Não temer os deuses. Os deuses existem, mas a idéia que se tem dos deuses
se baseia em opiniões falsas.
a) Crê-se que os deuses causam benefícios aos bons e malefícios aos maus.
Nada mais falso. Eles vivem no Olimpo junto aos seus semelhantes e não
se importam com os humanos e suas vicissitudes. Os deuses não julgam,
não condenam ou absolvem e por isso não devem se temidos. Devem ser
imitados.
b) Acredita-se que podemos atingir os deuses com preces, louvores, súplicas,
oferendas etc...Inútil. Eles não são atingíveis e não se preocupam com os
sofrimentos humanos. Os deuses só se interessam com a vida deles. Não
há de se preocupar com os de “outra raça”.
2- Não há razões para se preocupar com a MORTE. Pensar na morte aflige a alma e por isso o
sábio a desdenha. E por que a morte não nos deve preocupar?
• A morte não é um mal, ela não é nada. Ausência das sensações.
• É tolo quem diz ter medo da morte. “Quando estamos vivos, a morte não está presente;
quando a morte está presente, nós é que não estamos”. Enquanto nós somos ela não é e
quando ela é, já não somos.
3- A dor-sofrimento é suportável. E o que fazer quando somos atingidos por algum mal físico? Se
é leve é suportável, se é agudo passa logo e se é agudíssimo nos leva a morte imediata, que é
o fim da dor. Psicologicamente suporta-se a dor na lembrança de uma alegria ausente e na
esperança futura.
4- A felicidade é facilmente obtida: O primeiros três elementos são como que negativo. O
positivo é a vida feliz na vivência do prazer e na ausência da dor – sofrimento. Como?
Epicuro
O PRAZER É O SUMO BEM
VIDA FELIZ ATRAVÉS DE UM HEDONISMO SOFISTICADO. O FIM ÚLTIMO É O PRAZER. DISCRIMINAÇÃO DOS PRAZERES.
EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PRAZER
NATURAIS E NECESSÁRIOS NATURAIS E NÃO NECESSÁRIOS NEM NATURAIS NEM NECESSÁRIOS
Ligados à conservação Prazeres supérfluos Prazeres vãos da glória, honra,
Devem ser Buscados - Comer e beber com refino riquezes, poder, etc.
por eliminarem a dor -Comer quando se tem fome
-Beber quando se tem sede - Abrigar-se no luxo, etc
-Repousar quando com sono, etc. - Vestir-se sofisticadamente
Os do primeiro grupo estão ligados à eliminação da dor-sofrimento. Os do segundo
grupo não têm LIMITES, pois não subtrai a dor do corpo, mas estão em função do
prazer pelo prazer. Os do terceiro grupo, além de não eliminarem a dor, causam
perturbação da alma. Por isso a felicidade requer pouca coisa, o supérfluo atrai o
supérfluo. “A quem não basta pouco, nada basta”, diz Epicuro.
“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres
dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas
pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o
interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de
perturbações da alma”. Se o prazer momentâneo causar um sofrimento maior que o
prazer, então é sábio negar o prazer. Assim como um desprazer momentâneo causar
A Utopia representa a primeira crítica
fundamentada do regime burguês e encerra
uma análise profunda das particularidades
inerentes ao feudalismo em decadência. A
forma é muito simples; é uma conversação
íntima durante a qual Morus aborda questões
políticas, religiosas e sociais de seu tempo. Sua
palavra, às vezes satírica e jovial, outras, de
uma sensibilidade comovedora, é sempre
cheia de força.
A Utopia de Morus
A primeira parte da obra é o espelho fiel das
injustiças e misérias da sociedade feudal; é, em
particular, o martirológio do povo inglês sob o
reinado de Henrique VII. A nobreza e o clero
possuíam a maior parte do solo e das riquezas
públicas.Os grandes senhores mantinham uma
multidão de vassalos, seja por amor ao fausto, seja
para assegurar a impunidade de seus crimes ou
ainda para utilizá-los como instrumentos de
violência contra os vilões. Esta vassalagem era o
terror do camponês e do trabalhador.
A Utopia de Morus
Kant
O que é Esclarecimento?
Esclarecimento é a saída do homem de sua
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O
homem é o próprio culpado dessa menoridade se a
causa dela não se encontra na falta de entendimento,
mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si
mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal
é o lema do esclarecimento.
Kant
O que é Esclarecimento?
A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos
homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção
estranha, continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida.
São também as causas que explicam por que é tão fácil que os outros se
constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que
faz as vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por mim tem
consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc.,
então não preciso esforçar-me eu mesmo. Não tenho necessidade de pensar,
quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos
negócios desagradáveis. A imensa maioria da humanidade (inclusive todo o
belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e além do mais
perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a seu cargo a
supervisão dela.
Dialética Hegeliana
Hegel edifica um sistema cujo objetivo principal é
compreender a evolução da história, da filosofia e
do universo, a dialética. Trata-se de um esquema
progressivo em que o movimento do real surge
como solução culminante de contradições
anteriores. A dialética é, portanto, um movimento
capaz de superar uma contradição. O processo
dialético possui um momento positivo (tese) ao qual
contrapõe-se um momento negativo (antítese). A
contradição estrutural entre tese e antítese será
resolvida por um terceiro momento, que superará o
dois anteriores: a síntese.
Dialética Hegeliana
Este terceiro momento se afirmará,
tornando-se uma nova tese, possibilitando,
assim, um novo ciclo dialético.
Essa estrutura é aplicada a todos os
campos do real desde a aquisição do
conhecimento até os processos históricos e
políticos. Para Hegel, há uma coincidência
entre o universo racional e a realidade, daí
sua famosa afirmação: o que é racional é
real, o que é real é racional.
KARL MARX
Materialismo Dialético
O materialismo dialético é uma lei que procura descrever o
desenvolvimento estrutural da realidade histórica. Tal
itinerário de desenvolvimento culminaria, de maneira
inexorável, no comunismo. Ora, toda realidade histórica
acaba gerando em seu ventre contradições tão agudas que
conduzirão à sua própria superação. Assim como o
feudalismo gerou dentro de si a burguesia, grande
responsável por seu esfacelamento, o capitalismo cuidará de
formar e dar a luz ao seu próprio assassino: o proletariado.
Este deverá levar a cabo o grande processo dialético da
história, na medida em que é uma classe verdadeiramente
revolucionária. O proletariado deverá tomar o poder de
maneira revolucionária, implantando sua ditadura, até todas
as estruturas remanescentes do capitalismo sejam colocadas
no chão. Deste processo emergirá a sociedade comunista
KARL MARX
Materialismo Histórico
Teoria marxista segundo a qual a estrutura
econômica determina as idéias, ou seja, não é a
consciência que determina a existência das
pessoas, mas as condições materiais de existência é
que determinam a consciência dos indivíduos. A
construção das idéias, das representações
simbólicas, ou seja, da consciência humana , está
diretamente ligada às condições materiais.
Infra-estrutura, Superestrutura e Ideologia
A infra-estrutura, ou base econômica, é o conjunto das relações de
produção que correspondem a um período determinado do
desenvolvimento das forças produtivas, em outras palavras
poderíamos dizer que a infra-estrutura é o modo de produção
vigente em determinado tempo e lugar. A superestrutura é o
conjunto das instituições jurídicas, religiosas, educacionais,
morais, artísticas etc.. Tais instituições são responsáveis pela
proteção e existência saudável do sistema econômico – infra-
estrutura - que lhes dá suporte, para isso a superestrutura
desenvolve uma forma obtusa de consciência social (ideologia),
cujo objetivo não é outro senão alienar o ser humano tolhendo sua
capacidade crítica. A ideologia é, portanto, um fenômeno
superestrutural que proporciona a postura acrítica e resignada das
pessoas diante das situações de opressão a que são submetidas,
por isso, é, sem dúvida, uma espécie de analgésico social a
serviço das classes hegemônicas.
KARL MARX
A reflexão marxista sobre o trabalho pode ser
organizada em dois momentos distintos:
-Uma reflexão sobre a natureza do trabalho e sua relação
com o ser humano e o mundo natural;
- Uma pesada crítica ao trabalho no capitalismo
apontando suas incoerências e inconsistências.
KARL MARX
Primeiro momento da reflexão marxista:
- O trabalho é o elemento distintivo do homem ;
- O Trabalho permite a transformação da natureza e do
ser humano que a transforma;
Trata-se de um instrumento de plenificação e
realização do ser humano.
“O pior dos arquitetos é infinitamente superior à melhor
das abelhas, pois o que ele realiza é trabalho” (Karl
Marx)
KARL MARX
Segundo momento da reflexão marxista.
As distorcidas relações de produção no capitalismo,
conduzem a uma bipolarização do mundo do trabalho,
que pode ser descrita a partir de duas classes de
pessoas: as que possuem os meios de produção e as
que vendem mão de obra, em outras palavras, os
capitalistas e os proletários.
KARL MARX
Segundo momento da reflexão marxista:
- O trabalho é uma mercadoria ;
- O trabalho é alienado;
- O trabalho extremamente dividido abole seu caráter
humano;
- O homem é coisificado, transformando-se em uma
extensão da máquina (reificação);
- A mercadoria torna-se divina, pois é o objeto
inatingível do desejo do trabalhador (fetichização);
KARL MARX
- O exército de mão de obra de reserva garante o poder
de coerção do capitalista ;
- Ao invés de tornar-se elemento de plenificação do ser
humano, o trabalho o diminui;
- O trabalho no capitalismo é uma grande incoerência,
pois leva a uma condição estrutural de desigualdade;
- Mais-valia – trabalho executado e não pago pelo
capitalista ao trabalhador;
KARL MARX
- Mais-valia absoluta – Envolve o aumento da
produção com o aumento da jornada de trabalho;
- Mais-valia relativa – Envolve o aumento da
produção reestruturação e potencialização do
processo de produção.
Levinnas
Podemos verificar na história da filosofia uma
constante, porém frustrada, tentativa de escapar
das suas próprias malhas, assegurando a si um
caráter de transcendência imanentizada,
simbolizada pela figura mítica de Ulisses. O
itinerário da filosofia permanece sendo aquele de
Ulisses cuja aventura pelo mundo nada mais foi
que um retorno a sua ilha natal – uma
complacência no Mesmo, um desconhecimento do
Outro.
Levinas
As tentativas de libertação e evasão ensaiadas ao
longo da história da filosofia não livraram o homem
do peso e da solidão de ser, como já vimos, os
caminhos que apontavam para a transcendência
acabavam no eterno retorno ao ponto de partida.
Por isso, Levinas sustenta que o grande fio
condutor da filosofia ocidental é a ontologia. Esta
constitui-se como uma espécie de eixo central que
condiciona tudo o que deve ser explicado dentro
do horizonte do ser. Todo o real, inclusive as
pessoas estão circunscritas à esta espécie de
clausura do ser.
MERLEAU-PONTY
Descontente com os rumos tomados por uma
sociedade fortemente influenciada por doutrinas
racionalistas, que não impediram os horrores da
Segunda Guerra Mundial, Merleau-Ponty propõe a
valorização do fenômeno perceptivo, de nosso
contato espontâneo com o mundo por meio dos
sentidos, do corpo, processo que não aceita a
separação entre o subjetivo e o objetivo. “O
cientificismo e a lógica cartesiana levaram o
mundo ocidental a uma visão excessivamente
racionalista, em detrimento de todo o aspecto
sensível.
MERLEAU-PONTY
Aquilo que eu sinto, vejo e percebo não tem o
menor valor para a ciência; a única coisa que
importa são as coisas inteligíveis, porque elas,
segundo Descartes, é que mostram a verdade. A
Segunda Guerra Mundial, entretanto, foi toda
racionalmente construída e inteligentemente
organizada. Ou seja, a razão não trouxe grandes
benefícios; pelo contrário, trouxe uma Europa
devastada, o que fortaleceu a busca por uma nova
forma de se encarar a realidade, levando em
conta a valorização da experiência pessoal”,
afirma o professor.
MERLEAU-PONTY
Merleau-Ponty questiona a supremacia da razão instrumental e
o método rigoroso proposto por Descartes para se chegar a
conhecimentos universalmente aceitos. “O que se descobriu,
segundo Ponty, é que a ciência não mostra a verdade das
coisas em si mesmas; a ciência apresenta apenas modelos
teóricos provisórios que tentam explicar a realidade. Essas
‘verdades’ que a ciência apresenta duram enquanto não
surgirem outros modelos teóricos melhores”, esclarece. Para o
autor de Conversas, acrescenta Ricardo, o próprio
desenvolvimento da ciência indica que ela não é capaz de
oferecer verdades imutáveis. Como exemplo, o filósofo cita os
diferentes conceitos formulados pelos físicos para explicar o
que é a luz, que já foi definida como um bombardeio de
partículas incandescentes, uma vibração do éter, e, na teoria
aceita atualmente, é explicada como um fenômeno de ondas
eletromagnéticas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
PriscillaTomazi2015
 
Filosofia da educação
Filosofia da educaçãoFilosofia da educação
Filosofia da educação
Carlos Tesch
 
Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)
Wilton Moretto
 
Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2
Douglas Gregorio
 
Filosofia da Educação
Filosofia da Educação  Filosofia da Educação
Filosofia da Educação
unieubra
 
Filosofia Grécia
Filosofia GréciaFilosofia Grécia
Filosofia Grécia
Luci Bonini
 
O que e filosofia
O que e filosofiaO que e filosofia
O que e filosofia
Joao Carlos
 
Filosofia e Educação
Filosofia e EducaçãoFilosofia e Educação
Filosofia e Educação
Prof. Saulo Bezerra
 
Trabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médioTrabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médio
WANDERSON JONER
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
Luci Bonini
 
Apontamentos de Filosofia
Apontamentos de FilosofiaApontamentos de Filosofia
Apontamentos de Filosofia
Luci Bonini
 
Revisão Geral da História da Filosofia
Revisão Geral da História da FilosofiaRevisão Geral da História da Filosofia
Revisão Geral da História da Filosofia
Alan
 
Slide antropologia filosofica
Slide antropologia filosoficaSlide antropologia filosofica
Slide antropologia filosofica
Psicoemfoco
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
José Aristides Silva Gamito
 
Aula revisão - Filosofia
Aula revisão - FilosofiaAula revisão - Filosofia
Aula revisão - Filosofia
erickxk
 
Investigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia AntigaInvestigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia Antiga
Luan Ismar
 
Introdução a filosofia
Introdução a filosofiaIntrodução a filosofia
Introdução a filosofia
Atividades Diversas Cláudia
 
Pensamento educacional de platão e aristóteles
Pensamento educacional de platão e aristótelesPensamento educacional de platão e aristóteles
Pensamento educacional de platão e aristóteles
soares204
 
Filosofia paidea justa
Filosofia paidea justaFilosofia paidea justa
Filosofia paidea justa
Maria Cristina Bortolozo
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
Prof Edilson Porfírio
 

Mais procurados (20)

Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
Filosofia da educação
Filosofia da educaçãoFilosofia da educação
Filosofia da educação
 
Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)
 
Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2
 
Filosofia da Educação
Filosofia da Educação  Filosofia da Educação
Filosofia da Educação
 
Filosofia Grécia
Filosofia GréciaFilosofia Grécia
Filosofia Grécia
 
O que e filosofia
O que e filosofiaO que e filosofia
O que e filosofia
 
Filosofia e Educação
Filosofia e EducaçãoFilosofia e Educação
Filosofia e Educação
 
Trabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médioTrabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médio
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Apontamentos de Filosofia
Apontamentos de FilosofiaApontamentos de Filosofia
Apontamentos de Filosofia
 
Revisão Geral da História da Filosofia
Revisão Geral da História da FilosofiaRevisão Geral da História da Filosofia
Revisão Geral da História da Filosofia
 
Slide antropologia filosofica
Slide antropologia filosoficaSlide antropologia filosofica
Slide antropologia filosofica
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
Aula revisão - Filosofia
Aula revisão - FilosofiaAula revisão - Filosofia
Aula revisão - Filosofia
 
Investigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia AntigaInvestigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia Antiga
 
Introdução a filosofia
Introdução a filosofiaIntrodução a filosofia
Introdução a filosofia
 
Pensamento educacional de platão e aristóteles
Pensamento educacional de platão e aristótelesPensamento educacional de platão e aristóteles
Pensamento educacional de platão e aristóteles
 
Filosofia paidea justa
Filosofia paidea justaFilosofia paidea justa
Filosofia paidea justa
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 

Destaque

Ser humano
Ser humanoSer humano
Ser humano
humano20
 
Trabalho de filosofia ser humano
Trabalho de filosofia   ser humanoTrabalho de filosofia   ser humano
Trabalho de filosofia ser humano
Matheus Chiquito
 
O ser humano
O ser humanoO ser humano
O ser humano
Aldenei Barros
 
O mundo e a filosofia
O mundo e a filosofiaO mundo e a filosofia
O mundo e a filosofia
josivaldopassos
 
1 o ser humano (cap 01)
1 o ser humano (cap 01)1 o ser humano (cap 01)
1 o ser humano (cap 01)
Roberto2016
 
O Homem é Um Ser Social
O Homem é Um Ser SocialO Homem é Um Ser Social
O Homem é Um Ser Social
Patrícia Ventura
 
10 Coisas que DEUS vai te perguntar
10 Coisas que DEUS vai te perguntar10 Coisas que DEUS vai te perguntar
10 Coisas que DEUS vai te perguntarSergio Naguel
 
Filsafat pendidikan islam
Filsafat pendidikan islamFilsafat pendidikan islam
Filsafat pendidikan islam
yuandakusuma
 
Trabalho e sociedade fordismo e toyotismo
Trabalho e sociedade   fordismo e toyotismoTrabalho e sociedade   fordismo e toyotismo
Trabalho e sociedade fordismo e toyotismo
roberto mosca junior
 
A temporalidade em Merleau-Ponty
A temporalidade em Merleau-PontyA temporalidade em Merleau-Ponty
A temporalidade em Merleau-Ponty
Clio Tricarico
 
O Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentadoO Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentado
GRAZIA TANTA
 
Os pais fundadores da etnografia
Os pais fundadores da etnografiaOs pais fundadores da etnografia
Os pais fundadores da etnografia
Andreia Regina Moura Mendes
 
A natureza e_a_cultura_do_homem
A natureza e_a_cultura_do_homemA natureza e_a_cultura_do_homem
A natureza e_a_cultura_do_homem
AnaCaroline123456
 
Antropologia segundo Franz Boaz
Antropologia segundo Franz BoazAntropologia segundo Franz Boaz
Antropologia segundo Franz Boaz
Laís Uchôa
 
O tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisasO tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisas
Moisés Sampaio
 
Antropologia.
Antropologia.Antropologia.
Antropologia.
roberto mosca junior
 
Monitoramento de redes sociais
Monitoramento de redes sociaisMonitoramento de redes sociais
Monitoramento de redes sociais
Vinícius Pinto
 
Introdução à Filosofia - O Homem e a Cultura
Introdução à Filosofia - O Homem e a CulturaIntrodução à Filosofia - O Homem e a Cultura
Introdução à Filosofia - O Homem e a Cultura
Diego Sampaio
 
Em busca da felicidade - Capítulo 7 - Filosofando
Em busca da felicidade - Capítulo 7 -  FilosofandoEm busca da felicidade - Capítulo 7 -  Filosofando
Em busca da felicidade - Capítulo 7 - Filosofando
Abraão Carvalho
 
Felicidade!! slide
Felicidade!! slideFelicidade!! slide
Felicidade!! slide
Lolly
 

Destaque (20)

Ser humano
Ser humanoSer humano
Ser humano
 
Trabalho de filosofia ser humano
Trabalho de filosofia   ser humanoTrabalho de filosofia   ser humano
Trabalho de filosofia ser humano
 
O ser humano
O ser humanoO ser humano
O ser humano
 
O mundo e a filosofia
O mundo e a filosofiaO mundo e a filosofia
O mundo e a filosofia
 
1 o ser humano (cap 01)
1 o ser humano (cap 01)1 o ser humano (cap 01)
1 o ser humano (cap 01)
 
O Homem é Um Ser Social
O Homem é Um Ser SocialO Homem é Um Ser Social
O Homem é Um Ser Social
 
10 Coisas que DEUS vai te perguntar
10 Coisas que DEUS vai te perguntar10 Coisas que DEUS vai te perguntar
10 Coisas que DEUS vai te perguntar
 
Filsafat pendidikan islam
Filsafat pendidikan islamFilsafat pendidikan islam
Filsafat pendidikan islam
 
Trabalho e sociedade fordismo e toyotismo
Trabalho e sociedade   fordismo e toyotismoTrabalho e sociedade   fordismo e toyotismo
Trabalho e sociedade fordismo e toyotismo
 
A temporalidade em Merleau-Ponty
A temporalidade em Merleau-PontyA temporalidade em Merleau-Ponty
A temporalidade em Merleau-Ponty
 
O Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentadoO Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentado
 
Os pais fundadores da etnografia
Os pais fundadores da etnografiaOs pais fundadores da etnografia
Os pais fundadores da etnografia
 
A natureza e_a_cultura_do_homem
A natureza e_a_cultura_do_homemA natureza e_a_cultura_do_homem
A natureza e_a_cultura_do_homem
 
Antropologia segundo Franz Boaz
Antropologia segundo Franz BoazAntropologia segundo Franz Boaz
Antropologia segundo Franz Boaz
 
O tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisasO tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisas
 
Antropologia.
Antropologia.Antropologia.
Antropologia.
 
Monitoramento de redes sociais
Monitoramento de redes sociaisMonitoramento de redes sociais
Monitoramento de redes sociais
 
Introdução à Filosofia - O Homem e a Cultura
Introdução à Filosofia - O Homem e a CulturaIntrodução à Filosofia - O Homem e a Cultura
Introdução à Filosofia - O Homem e a Cultura
 
Em busca da felicidade - Capítulo 7 - Filosofando
Em busca da felicidade - Capítulo 7 -  FilosofandoEm busca da felicidade - Capítulo 7 -  Filosofando
Em busca da felicidade - Capítulo 7 - Filosofando
 
Felicidade!! slide
Felicidade!! slideFelicidade!! slide
Felicidade!! slide
 

Semelhante a A filosofia no mundo

A filisofia do mundo
A filisofia do mundoA filisofia do mundo
A filisofia do mundo
DONIZETE SARAIVA
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
Joao Carlos
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
Joao Carlos
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Altair Moisés Aguilar
 
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
Cap 3   os mestres do pensamento - postarCap 3   os mestres do pensamento - postar
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
José Ferreira Júnior
 
A concepção política de platão
A concepção política de platãoA concepção política de platão
A concepção política de platão
Raimundo Bany
 
Filosofia Periodo Classico2
Filosofia Periodo Classico2Filosofia Periodo Classico2
Filosofia Periodo Classico2
miuky
 
A importância da educação na formação do indíviduo em platão
A importância da educação na formação do indíviduo em platãoA importância da educação na formação do indíviduo em platão
A importância da educação na formação do indíviduo em platão
Suzane Carvalho
 
Eutidemo
EutidemoEutidemo
Eutidemo
Elisama Lopes
 
Conhecimento platônico
Conhecimento platônico Conhecimento platônico
Conhecimento platônico
Camila Brito
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao HelenismoFilosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Carson Souza
 
Textosiv
TextosivTextosiv
Textosiv
Juli Santiago
 
Captulo13 Em busca da Verdade
Captulo13 Em busca da VerdadeCaptulo13 Em busca da Verdade
Captulo13 Em busca da Verdade
Marcos Mororó
 
A origem da filosofia
A origem da filosofia A origem da filosofia
A origem da filosofia
Colégio Nova Geração COC
 
FILOSOFIA 1°ANO.ppt
FILOSOFIA 1°ANO.pptFILOSOFIA 1°ANO.ppt
FILOSOFIA 1°ANO.ppt
cassio franca
 
Sócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e AristótelesSócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e Aristóteles
Bruno Carrasco
 
Sócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistasSócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistas
Elisama Lopes
 
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELESAULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
luluzivania
 
Filosofia Socrática
Filosofia SocráticaFilosofia Socrática
Filosofia Socrática
Juliana Corvino de Araújo
 
Miinha apresentacao platao
Miinha apresentacao plataoMiinha apresentacao platao
Miinha apresentacao platao
ArthurGomes93
 

Semelhante a A filosofia no mundo (20)

A filisofia do mundo
A filisofia do mundoA filisofia do mundo
A filisofia do mundo
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de ar istoteles
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
 
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
Cap 3   os mestres do pensamento - postarCap 3   os mestres do pensamento - postar
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
 
A concepção política de platão
A concepção política de platãoA concepção política de platão
A concepção política de platão
 
Filosofia Periodo Classico2
Filosofia Periodo Classico2Filosofia Periodo Classico2
Filosofia Periodo Classico2
 
A importância da educação na formação do indíviduo em platão
A importância da educação na formação do indíviduo em platãoA importância da educação na formação do indíviduo em platão
A importância da educação na formação do indíviduo em platão
 
Eutidemo
EutidemoEutidemo
Eutidemo
 
Conhecimento platônico
Conhecimento platônico Conhecimento platônico
Conhecimento platônico
 
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao HelenismoFilosofia Grega Clássica ao Helenismo
Filosofia Grega Clássica ao Helenismo
 
Textosiv
TextosivTextosiv
Textosiv
 
Captulo13 Em busca da Verdade
Captulo13 Em busca da VerdadeCaptulo13 Em busca da Verdade
Captulo13 Em busca da Verdade
 
A origem da filosofia
A origem da filosofia A origem da filosofia
A origem da filosofia
 
FILOSOFIA 1°ANO.ppt
FILOSOFIA 1°ANO.pptFILOSOFIA 1°ANO.ppt
FILOSOFIA 1°ANO.ppt
 
Sócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e AristótelesSócrates, Platão e Aristóteles
Sócrates, Platão e Aristóteles
 
Sócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistasSócrates, platão e os sofistas
Sócrates, platão e os sofistas
 
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELESAULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
AULAS FILOSOFIA.pdf SOCRATES E PLATAO E ARISTOTELES
 
Filosofia Socrática
Filosofia SocráticaFilosofia Socrática
Filosofia Socrática
 
Miinha apresentacao platao
Miinha apresentacao plataoMiinha apresentacao platao
Miinha apresentacao platao
 

Mais de Célio Alves de Moura

Introdução à psicologia 1
Introdução à psicologia   1Introdução à psicologia   1
Introdução à psicologia 1
Célio Alves de Moura
 
Texto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal políticoTexto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal político
Célio Alves de Moura
 
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parteSlides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Célio Alves de Moura
 
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parteSlides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Célio Alves de Moura
 
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
Célio Alves de Moura
 
A cultura grega
A cultura gregaA cultura grega
A cultura grega
Célio Alves de Moura
 

Mais de Célio Alves de Moura (6)

Introdução à psicologia 1
Introdução à psicologia   1Introdução à psicologia   1
Introdução à psicologia 1
 
Texto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal políticoTexto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal político
 
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parteSlides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
 
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parteSlides   autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
Slides autodescobrimento e a psicologia espírita - primeira parte
 
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
(Colecao os pensadores) vol. 24 jean jacques rousseau 1
 
A cultura grega
A cultura gregaA cultura grega
A cultura grega
 

A filosofia no mundo

  • 1. A FILOSOFIA NO MUNDO Como se põe o mundo em relação com a filosofia? Há cátedras de filosofia nas universidades. Atualmente, representam uma posição embaraçosa. Por força da tradição a filosofia é polidamente respeitada, mas, no fundo, objeto de desprezo. A opinião corrente é que a filosofia nada tem a dizer e carece da qualquer utilidade prática. É nomeada em público – mas existirá realmente? Sua existência se prova, quando menos, pelas medidas de defesa a que dá lugar. A oposição se traduz em fórmulas como: a filosofia é demasiado complexa; não a compreendo; está além do meu alcance; não tenho vocação para ela; e, portanto, não me diz respeito. Ora isso equivale a dizer: é inútil o interesse pelas questões fundamentais da vida; cabe abster-se de pensar no plano geral para mergulhar, através de trabalho consciencioso, num capítulo qualquer da atividade prática e intelectual; quanto ao resto, bastará ter “opiniões” e contentar-se com elas.
  • 2. A polêmica torna-se encarniçada. Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a filosofia. Ela é perigosa. Se a compreendesse, teria que alterar minha vida. Adquiriria um outro estado de espírito, veria as coisas com uma claridade insólita, teria que rever meus juízos. Melhor é não pensar filosoficamente. E surgem os detratores, que desejam substituir a obsoleta filosofia por algo de novo e totalmente diverso. Ela é desprezada como produto final e mendaz de uma teologia falida. A insensatez das proposições dos filósofos é ironizada. E a filosofia vê-se denunciada como instrumento servil de poderes políticos e outros. Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante. Oxalá desaparecessem as cátedras de filosofia, Quanto mais vaidades e ensinem, menos estarão os homens arriscados a se deixar tocar pela luz da filosofia. A FILOSOFIA NO MUNDO
  • 3. Assim, a filosofia vê-se rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência dessa condição. A autocomplacência burguesa, os convencionalismos, o hábito d considerar o bem-estar material como razão suficiente de vida, o hábito de só apreciar a ciência em função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das ideologias, a aspiração a um nome literário – tudo isso proclama a antifilosofia. E os homens não o percebem porque não se dão conta do que estão fazendo. E permanecem inconscientes. E permanecem inconscientes de que a antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida, que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação. O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é, portanto, perturbadora da paz. A FILOSOFIA NO MUNDO
  • 4. E a verdade o que será? A filosofia busca a verdade nas múltiplas significações do ser-verdadeiro segundo os modos do abrangente. Busca, mas não possui o significado e substância da verdade única. Para nós, a verdade não é estática e definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito. No mundo a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva este conflito ao extremo, porém o despe de violência. Em suas relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar- se a seus olhos, graças ao intercâmbio com outros pensadores e ao processo que o torna transparente a si mesmo. Quem se dedica á filosofia põe-se à procura do homem, escuta o que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino comum da humanidade. Eis porque a filosofia não se transforma em credo. Está em contínua pugna consigo mesma. (Karl Jaspers. Introdução ao Pensamento Filosófico) A FILOSOFIA NO MUNDO
  • 5.
  • 6. Platão de Atenas 428? – 347? a.C. Considerações importantes sobre Platão:  Pertence ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como socrático, clássico ou antropológico V-IV a.C.;  É considerado o maior discípulo de Sócrates;  Opõem-se aos sofistas;  Escreve em forma de diálogo, cujo protagonista é Sócrates;  Busca estabelecer como conhecimento verdadeiro o que é em si;  Seus principais temas são Teoria do Conhecimento [Educação] e Política.
  • 7. PLATÃO A educação deve proporcionar ao corpo e à alma toda perfeição e beleza de que são capazes Preocupação com a ética e com a justiça Fator decisivo na vida do Estado Começa antes do nascimento Educação a serviço da evolução espiritual Formação do homem moral O mito da caverna
  • 8. fixa em seu pensamento dois tipos de paidéia, uma – mais socrática -, ligada à formação da alma individual, outra – mais política -, ligada aos papéis sociais dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social e política. N’A República e n’As Leis, desenvolve sua política da educação e rearticula o modelo de formação em relação às diversas classes sociais. Platão
  • 9. Platão de Atenas Considerações importantes sobre Platão:  Suas principais influências são: • Sócrates de Atenas; • Pitágoras de Samos, por meio de Filolau de Crotona; • Heráclito de Éfeso, por meio de Crátilo.
  • 10. Platão de Atenas Teoria das Idéias O principal objetivo de Platão foi tentar estabelecer uma síntese original entre o pensamento dialético de Heráclito [Mundo das Sombras] e o pensamento metafísico de Parmênides [Mundo das Idéias], mostrando que não são idéias distintas, mas visões diferentes de uma mesma realidade que se apresenta de duas formas possíveis, a saber, a pensada [relativa ao ‘eidos’] e a sentida [relativa aos fenômenos]. Ademais a filosofia de Platão está fundada nas idéias matemáticas de Pitágoras.  Veja:  Razão: Pensar: Mundo das Idéias: Metafísico: Idéias      Sentidos: Sentir: Mundo das Sombras: Dialético: Cópias Alma ou Números
  • 11. Platão de Atenas Teoria da Reminiscência Escrito por Platão na obra “Fédon”, afirma que o corpo é cativeiro, isto é, prisão da alma pelo desejo do próprio homem.   Corpo ou Sentidos: Conhecimento Sensível – M.S. Homem = Corpo + Alma  Alma ou Razão: Conhecimento Intelectivo – M.I.  Logo: Cabe a cada homem usar dos sentido apenas como forma de chegar ao conhecimento das essências, para assim poder alcançar o que é em si e superar os enganos da opinião e, com isso, evoluir pelo processo de metempsicose.
  • 12. Platão de Atenas  O que é metempsicose? É o meio pelo qual a alma, por um processo de nascer e morrer várias vezes, evolui de um estágio inferior para uma condição superior a partir da recordação acumulativa [  ] do que já se encontra dentro de si.  Veja:  Como ocorre a recordação da idéia em si na alma?  Por meio da METEMPSICOSE   Cabeça  Tórax Abdômen Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria. Alma de Prata: Guerreiros: Coragem. Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança. Este processo de evolução recebe o nome de metempsicose Teoria da Reminiscência
  • 13. Platão de Atenas Teoria da Contingência  Veja a relação entre idéias e cópias: Abaixo temos a idéia de homem, casa e veículo. O homem   Os homens Mundo das Idéias Mundo das Sombras Acima temos as cópias de homens, casas e veículos. A casa O veículo    As casas  Os veículos
  • 14. Teoria do Conhecimento Verdadeiro Platão de Atenas “Alegoria da Linha”
  • 17. O interior da caverna O interior da caverna representa a prisão em que se encontra a humanidade na medida em que está submetida à ilusão.
  • 18. Para Platão, a educação consiste no desenvolvimento da razão a fim de recordar os conhecimentos que a alma já trás de sua vida anterior no mundo das Idéias e se se libertar definitivamente das ilusões oferecidas pelos sentidos. Platão de Atenas Educação
  • 19. Observe que, para o ex-prisioneiro, não é suficiente a sua libertação, pois ele volta, desce “até os homens da caverna e quer levá-los para a luz”. 1) Como se explica a volta do filósofo do mundo luminoso da verdade para a escuridão da caverna? 2) Esse ato é um ato político? Platão de Atenas Educação
  • 20. 1) A volta do filósofo para o interior da caverna se dá como um ato de dignidade e benevolência para com seus semelhantes que se encontram presos à ilusão dos sentidos e das aparências. 2) Sim. A função do filósofo é trabalhar na liderança política e fazer uso de seu conhecimento para libertar as pessoas comuns da ilusão dos sentidos e da doxa a que se encontram submetidas. Platão de Atenas Educação
  • 25. Platão de Atenas Para Platão existe uma relação direta entre educação e política, onde somente aquele que conseguiu passar por todas as três etapas de formação intelectual, proposta em sua pedagogia, pode governar com sabedoria a pólis e, com isso, garantir o cumprimento da principal virtude do homem, a saber: a justiça. Atenção! Educação Política Possibilita exercer uma justa...
  • 26. Callipolis Cidade ideal, obra do italiano Luciano Laurana, executada por volta de 1500, inspirado na idéias de Platão.
  • 27. Platão de Atenas  Cabeça  Tórax Abdômen Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria. Alma de Prata: Guerreiros: Coragem. Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança. As Classes da Callipolis
  • 28. Platão de Atenas Política Platônica “Alegoria do Navio” No Teeteto, “Sócrates” considera que mesmo que os filósofos pareçam inúteis, eles foram criados como homens livres. Os hábeis retóricos, por outro lado, como escravos: de almas pequenas e não retas, são servos do tempo e de seus discursos (172c-173b). Em uma citada passagem da República, “Sócrates” responde às objeções de “Adimanto” com a “Alegoria do Navio”: no relato, quem maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento do ofício, todos ali comem [gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo prazer e não pelo saber: consideram inútil o “verdadeiro” piloto, que julga ser necessário ter em conta as estações, o estado do tempo, o movimento dos astros e outras coisas tais para conduzir adequadamente a embarcação (488a-489a). Em um navio como este. afirma “Sócrates”, os filósofos são certamente inúteis, mas não são responsáveis por isso, já que o natural seria que os homens que têm necessidade de governo fossem em busca de quem tem capacidade para fazê-la (489b-c). KOHAN, Walter Omar. Infância e educação em Platão. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa – USP, vol. 29, nº. 01, pp. 23-24: 2003.
  • 29. Política Platônica Platão de Atenas “Alegoria do Navio” Relação entre o governo dos filósofos e dos sofistas à pólis: Para Platão a “Alegoria do Navio” ilustra dois tipos possíveis e distintos de poderes relativo ao governo da pólis, a saber: o governo justo dos filósofos e o governo injusto dos sofistas. O primeiro se preocuparia com o bem [saber] da Callipolis e o segundo se preocuparia com o prazer pessoal. Governo da cidade-EstadoAlegoria do Navio  Veja a comparação ‘Alegoria do Navio’ versus ‘Governo da cidade-Estado’:  Bêbados e Gulosos  “Verdadeiro” Piloto Sofistas Filósofos Comparado às crianças
  • 30. Epicuro Filósofo grego do período helenístico. Filósofo do Jardim. Defende uma filosofia essencialmente prática com um único objetivo: a felicidade. A felicidade é possível ser alcançada na interioridade da alma. Para isso Epicuro defendia a idéia de que a filosofia deveria ser eminentemente terapêutica (remédio-cura). Seu poder terapêutico deveria curar dos males (O SOFRIMENTO- DOR) para liberar a vida para o maior dos bens = O PRAZER (Hedoné).
  • 31. Epicuro PARADOXO DE EPICURO “Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão é que não os impede?”
  • 32. Epicuro TETRAPHARMACON PARAA VIDA FELIZ: 1- Não temer os deuses. Os deuses existem, mas a idéia que se tem dos deuses se baseia em opiniões falsas. a) Crê-se que os deuses causam benefícios aos bons e malefícios aos maus. Nada mais falso. Eles vivem no Olimpo junto aos seus semelhantes e não se importam com os humanos e suas vicissitudes. Os deuses não julgam, não condenam ou absolvem e por isso não devem se temidos. Devem ser imitados. b) Acredita-se que podemos atingir os deuses com preces, louvores, súplicas, oferendas etc...Inútil. Eles não são atingíveis e não se preocupam com os sofrimentos humanos. Os deuses só se interessam com a vida deles. Não há de se preocupar com os de “outra raça”.
  • 33. 2- Não há razões para se preocupar com a MORTE. Pensar na morte aflige a alma e por isso o sábio a desdenha. E por que a morte não nos deve preocupar? • A morte não é um mal, ela não é nada. Ausência das sensações. • É tolo quem diz ter medo da morte. “Quando estamos vivos, a morte não está presente; quando a morte está presente, nós é que não estamos”. Enquanto nós somos ela não é e quando ela é, já não somos. 3- A dor-sofrimento é suportável. E o que fazer quando somos atingidos por algum mal físico? Se é leve é suportável, se é agudo passa logo e se é agudíssimo nos leva a morte imediata, que é o fim da dor. Psicologicamente suporta-se a dor na lembrança de uma alegria ausente e na esperança futura. 4- A felicidade é facilmente obtida: O primeiros três elementos são como que negativo. O positivo é a vida feliz na vivência do prazer e na ausência da dor – sofrimento. Como? Epicuro
  • 34. O PRAZER É O SUMO BEM VIDA FELIZ ATRAVÉS DE UM HEDONISMO SOFISTICADO. O FIM ÚLTIMO É O PRAZER. DISCRIMINAÇÃO DOS PRAZERES. EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PRAZER NATURAIS E NECESSÁRIOS NATURAIS E NÃO NECESSÁRIOS NEM NATURAIS NEM NECESSÁRIOS Ligados à conservação Prazeres supérfluos Prazeres vãos da glória, honra, Devem ser Buscados - Comer e beber com refino riquezes, poder, etc. por eliminarem a dor -Comer quando se tem fome -Beber quando se tem sede - Abrigar-se no luxo, etc -Repousar quando com sono, etc. - Vestir-se sofisticadamente Os do primeiro grupo estão ligados à eliminação da dor-sofrimento. Os do segundo grupo não têm LIMITES, pois não subtrai a dor do corpo, mas estão em função do prazer pelo prazer. Os do terceiro grupo, além de não eliminarem a dor, causam perturbação da alma. Por isso a felicidade requer pouca coisa, o supérfluo atrai o supérfluo. “A quem não basta pouco, nada basta”, diz Epicuro. “Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma”. Se o prazer momentâneo causar um sofrimento maior que o prazer, então é sábio negar o prazer. Assim como um desprazer momentâneo causar
  • 35. A Utopia representa a primeira crítica fundamentada do regime burguês e encerra uma análise profunda das particularidades inerentes ao feudalismo em decadência. A forma é muito simples; é uma conversação íntima durante a qual Morus aborda questões políticas, religiosas e sociais de seu tempo. Sua palavra, às vezes satírica e jovial, outras, de uma sensibilidade comovedora, é sempre cheia de força. A Utopia de Morus
  • 36. A primeira parte da obra é o espelho fiel das injustiças e misérias da sociedade feudal; é, em particular, o martirológio do povo inglês sob o reinado de Henrique VII. A nobreza e o clero possuíam a maior parte do solo e das riquezas públicas.Os grandes senhores mantinham uma multidão de vassalos, seja por amor ao fausto, seja para assegurar a impunidade de seus crimes ou ainda para utilizá-los como instrumentos de violência contra os vilões. Esta vassalagem era o terror do camponês e do trabalhador. A Utopia de Morus
  • 37. Kant O que é Esclarecimento? Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.
  • 38. Kant O que é Esclarecimento? A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam por que é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc., então não preciso esforçar-me eu mesmo. Não tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis. A imensa maioria da humanidade (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e além do mais perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a seu cargo a supervisão dela.
  • 39. Dialética Hegeliana Hegel edifica um sistema cujo objetivo principal é compreender a evolução da história, da filosofia e do universo, a dialética. Trata-se de um esquema progressivo em que o movimento do real surge como solução culminante de contradições anteriores. A dialética é, portanto, um movimento capaz de superar uma contradição. O processo dialético possui um momento positivo (tese) ao qual contrapõe-se um momento negativo (antítese). A contradição estrutural entre tese e antítese será resolvida por um terceiro momento, que superará o dois anteriores: a síntese.
  • 40. Dialética Hegeliana Este terceiro momento se afirmará, tornando-se uma nova tese, possibilitando, assim, um novo ciclo dialético. Essa estrutura é aplicada a todos os campos do real desde a aquisição do conhecimento até os processos históricos e políticos. Para Hegel, há uma coincidência entre o universo racional e a realidade, daí sua famosa afirmação: o que é racional é real, o que é real é racional.
  • 41. KARL MARX Materialismo Dialético O materialismo dialético é uma lei que procura descrever o desenvolvimento estrutural da realidade histórica. Tal itinerário de desenvolvimento culminaria, de maneira inexorável, no comunismo. Ora, toda realidade histórica acaba gerando em seu ventre contradições tão agudas que conduzirão à sua própria superação. Assim como o feudalismo gerou dentro de si a burguesia, grande responsável por seu esfacelamento, o capitalismo cuidará de formar e dar a luz ao seu próprio assassino: o proletariado. Este deverá levar a cabo o grande processo dialético da história, na medida em que é uma classe verdadeiramente revolucionária. O proletariado deverá tomar o poder de maneira revolucionária, implantando sua ditadura, até todas as estruturas remanescentes do capitalismo sejam colocadas no chão. Deste processo emergirá a sociedade comunista
  • 42. KARL MARX Materialismo Histórico Teoria marxista segundo a qual a estrutura econômica determina as idéias, ou seja, não é a consciência que determina a existência das pessoas, mas as condições materiais de existência é que determinam a consciência dos indivíduos. A construção das idéias, das representações simbólicas, ou seja, da consciência humana , está diretamente ligada às condições materiais.
  • 43. Infra-estrutura, Superestrutura e Ideologia A infra-estrutura, ou base econômica, é o conjunto das relações de produção que correspondem a um período determinado do desenvolvimento das forças produtivas, em outras palavras poderíamos dizer que a infra-estrutura é o modo de produção vigente em determinado tempo e lugar. A superestrutura é o conjunto das instituições jurídicas, religiosas, educacionais, morais, artísticas etc.. Tais instituições são responsáveis pela proteção e existência saudável do sistema econômico – infra- estrutura - que lhes dá suporte, para isso a superestrutura desenvolve uma forma obtusa de consciência social (ideologia), cujo objetivo não é outro senão alienar o ser humano tolhendo sua capacidade crítica. A ideologia é, portanto, um fenômeno superestrutural que proporciona a postura acrítica e resignada das pessoas diante das situações de opressão a que são submetidas, por isso, é, sem dúvida, uma espécie de analgésico social a serviço das classes hegemônicas.
  • 44. KARL MARX A reflexão marxista sobre o trabalho pode ser organizada em dois momentos distintos: -Uma reflexão sobre a natureza do trabalho e sua relação com o ser humano e o mundo natural; - Uma pesada crítica ao trabalho no capitalismo apontando suas incoerências e inconsistências.
  • 45. KARL MARX Primeiro momento da reflexão marxista: - O trabalho é o elemento distintivo do homem ; - O Trabalho permite a transformação da natureza e do ser humano que a transforma; Trata-se de um instrumento de plenificação e realização do ser humano. “O pior dos arquitetos é infinitamente superior à melhor das abelhas, pois o que ele realiza é trabalho” (Karl Marx)
  • 46. KARL MARX Segundo momento da reflexão marxista. As distorcidas relações de produção no capitalismo, conduzem a uma bipolarização do mundo do trabalho, que pode ser descrita a partir de duas classes de pessoas: as que possuem os meios de produção e as que vendem mão de obra, em outras palavras, os capitalistas e os proletários.
  • 47. KARL MARX Segundo momento da reflexão marxista: - O trabalho é uma mercadoria ; - O trabalho é alienado; - O trabalho extremamente dividido abole seu caráter humano; - O homem é coisificado, transformando-se em uma extensão da máquina (reificação); - A mercadoria torna-se divina, pois é o objeto inatingível do desejo do trabalhador (fetichização);
  • 48. KARL MARX - O exército de mão de obra de reserva garante o poder de coerção do capitalista ; - Ao invés de tornar-se elemento de plenificação do ser humano, o trabalho o diminui; - O trabalho no capitalismo é uma grande incoerência, pois leva a uma condição estrutural de desigualdade; - Mais-valia – trabalho executado e não pago pelo capitalista ao trabalhador;
  • 49. KARL MARX - Mais-valia absoluta – Envolve o aumento da produção com o aumento da jornada de trabalho; - Mais-valia relativa – Envolve o aumento da produção reestruturação e potencialização do processo de produção.
  • 50. Levinnas Podemos verificar na história da filosofia uma constante, porém frustrada, tentativa de escapar das suas próprias malhas, assegurando a si um caráter de transcendência imanentizada, simbolizada pela figura mítica de Ulisses. O itinerário da filosofia permanece sendo aquele de Ulisses cuja aventura pelo mundo nada mais foi que um retorno a sua ilha natal – uma complacência no Mesmo, um desconhecimento do Outro.
  • 51. Levinas As tentativas de libertação e evasão ensaiadas ao longo da história da filosofia não livraram o homem do peso e da solidão de ser, como já vimos, os caminhos que apontavam para a transcendência acabavam no eterno retorno ao ponto de partida. Por isso, Levinas sustenta que o grande fio condutor da filosofia ocidental é a ontologia. Esta constitui-se como uma espécie de eixo central que condiciona tudo o que deve ser explicado dentro do horizonte do ser. Todo o real, inclusive as pessoas estão circunscritas à esta espécie de clausura do ser.
  • 52. MERLEAU-PONTY Descontente com os rumos tomados por uma sociedade fortemente influenciada por doutrinas racionalistas, que não impediram os horrores da Segunda Guerra Mundial, Merleau-Ponty propõe a valorização do fenômeno perceptivo, de nosso contato espontâneo com o mundo por meio dos sentidos, do corpo, processo que não aceita a separação entre o subjetivo e o objetivo. “O cientificismo e a lógica cartesiana levaram o mundo ocidental a uma visão excessivamente racionalista, em detrimento de todo o aspecto sensível.
  • 53. MERLEAU-PONTY Aquilo que eu sinto, vejo e percebo não tem o menor valor para a ciência; a única coisa que importa são as coisas inteligíveis, porque elas, segundo Descartes, é que mostram a verdade. A Segunda Guerra Mundial, entretanto, foi toda racionalmente construída e inteligentemente organizada. Ou seja, a razão não trouxe grandes benefícios; pelo contrário, trouxe uma Europa devastada, o que fortaleceu a busca por uma nova forma de se encarar a realidade, levando em conta a valorização da experiência pessoal”, afirma o professor.
  • 54. MERLEAU-PONTY Merleau-Ponty questiona a supremacia da razão instrumental e o método rigoroso proposto por Descartes para se chegar a conhecimentos universalmente aceitos. “O que se descobriu, segundo Ponty, é que a ciência não mostra a verdade das coisas em si mesmas; a ciência apresenta apenas modelos teóricos provisórios que tentam explicar a realidade. Essas ‘verdades’ que a ciência apresenta duram enquanto não surgirem outros modelos teóricos melhores”, esclarece. Para o autor de Conversas, acrescenta Ricardo, o próprio desenvolvimento da ciência indica que ela não é capaz de oferecer verdades imutáveis. Como exemplo, o filósofo cita os diferentes conceitos formulados pelos físicos para explicar o que é a luz, que já foi definida como um bombardeio de partículas incandescentes, uma vibração do éter, e, na teoria aceita atualmente, é explicada como um fenômeno de ondas eletromagnéticas.