4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dra. Gladys Marques - Quando é Prescindível a Atenção Médica?

Quando é Prescindível
a Atenção Médica?


gladysmarques@hotmail.com.br

01 de novembro de 2013

APRESENTAÇÃO
Gladys Marques, Dra.
Gestora de Treinamento e Desenvolvimento Pessoal
Serviços Clínicos Farmacêuticos
• Farmacêutica
• PhD Farmacoterapia/Atenção Farmacêutica
• MBA Gestão Estratégica Empresarial/FGV


AUTO-CUIDADO
Cuidar sozinho da própria saúde.
Comportamento ativo e responsável
Adotar ações e estilos de vida apropriados
Sem orientação e supervisão médica
WHO - Dpt.of Essential Drugs and other Medicines. The Role of the Pharmacist in Self-care Medication. : 26-28, Aug. 1998.


TOMADA
DE
DECISÃO


1

AUTODIAGNÓSTICO

Estou com um
PROBLEMA DE SAÚDE
XPTO!
Qual MEDICAMENTO
devo utilizar?

2

SELEÇÃO
MEDICAMENTO

FARMACÊUTICO

1

Avaliação

2

Recomendação da
melhor conduta



1
AVALIAÇÃO

2
RECOMENDAR A
MELHOR CONDUTA

3

AVALIAÇÃO
FARMACÊUTICA

2

1
CONHECER O
PACIENTE
ESTE PACIENTE É
TRATÁVEL ?

CONHECER A SITUAÇÃO DO
SINTOMA NO MOMENTO ATUAL

ESTE SINTOMA REFERIDO
É TRATÁVEL COM MIP ?

Anamnese
• Aanámnesis – do grego: lembrança
• Conceito:
Entrevista com o paciente que tem como
objetivo colher informações acerca do mesmo,
estabelecer com ele uma relação de confiança
e apoio e fornecer informações e orientações

Quem procura ???
• Pacientes jovens sadios que praticam o autocuidado
(tem pouco tempo para ir ao médico)
• Mães/cuidadores de crianças e adolescentes com
sintomas leves
• Pessoas que consideram o custo/efetividade da
consulta farmacêutica x consulta médica
• Baseadas em experiências anteriores que resultaram
positivas

SOCIAIS

BIOLÓGICOS

PSICOLÓGICOS

Relação
terapêutica

SEMIOLOGIA

1

QUEM É O PACIENTE ?

1. Visão geral da vida do paciente e seu
histórico clínico permite ao profissional
analisar qualquer tipo de sintoma

Queixa Principal:
Motivo ou problema que fez o
paciente procurar o farmacêutico

Situações Especiais
Patologia de base x Sintoma
Medicamentos em uso X RAM

Que Medicamentos Utiliza?

• Conhecer indiretamente problemas de saúde que o paciente
não referiu;
• Estabelecer relação entre os medicamentos que o paciente
toma e o motivo da consulta;
• Facilita a escolha do MIP mais adequado na situação clínica do
paciente, ou o que menos interfere com seu tratamento
habitual.

SEMIOLOGIA
2. Estudar os sinais e sintomas
1. Natureza dos sinais e sintomas
•
•
•
•
•
•
•
•

Início
Freqüência
Intensidade
Situações em que aparecem
Situações se agravam ou se atenuam
Evolução
Outras queixas x tempo
Nivel de gravidade x percepção do paciente

• Percepção de vulnerabilidade

1. Percepção de risco

• Gravidade Percebida - sintoma

2. Expectativa de Resultado

3. Autoeficácia Percebida

Reconhecimento de que um
determinado comportamento
conduz a determinados
resultados.
Quanto maior o nível da
autoeficácia percebida maior a
probabilidade de aceitar a
recomendação

SEMIOLOGIA
3. Indicadores de longa evolução,
cronicidade ou recorrência
• Tempo
 duração do problema
 Sintoma crônico?
• Tratamento prévio
 Correto ou incorreto
 Resultado – positivo x
negativo
 Automedicação recorrente ?

IDENTIFICAÇÃO
DO PACIENTE

Gestante/lactante
 2 anos

SINAIS/SINTOMAS

DIAGRAMA DE
FLUXO

TEMPO ?

TRATOU ?

DA
PRESCRIÇÃO
FARMACÊUTICA
Critérios de derivação

Início do processo de
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA

Retorno
sem melhora

ENCAMINHAR AO
MÉDICO

PROCESSO DE

RECOMENDAÇÕES FARMACÊUTICAS

PROCESSO DE

PARA ESTE PACIENTE

MAIS INDICADO
MAIS EFETIVO
MAIS SEGURO

Benefícios do uso dos MIPs
•
•
•
•
•
•

Diminuição substancial de custos para o sistema de saúde.
Otimização de recursos governamentais
Diminuição de custos aos usuários
Conforto para os usuários
Melhor qualidade de vida do usuário
Direito do paciente de atuar sobre a própria saúde
AUTOCUIDADO e AUTONOMIA
• Vantagem competitiva para a farmácia.
• Avaliar a qualidade e o resultado do serviço de prescrição

ABIMIP (Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de Prescrição)

Quando
ENCAMINHAR AO MÉDICO ?

Quando
APRESENTAR CRITÉRIOS
DE DERIVAÇÃO

ENCAMINHAR AO MÉDICO

SINTOMAS

ENCAMINHAMENTO IMEDIATO AO MÉDICO
Tórax
• Dor no peito
• Falta de ar
• Chiado
• Catarro com sangue, ou mucóide, colorido
• Palpitações
• Tosse persistente ou comprida (coqueluche)
• Infecção de garganta
• Inchaço nos tornozelos
Ouvidos
Dor
Secreção
Redução/perda da audição
Hipersensibilidade auditiva
Zumbido
Tontura/vertigeM

Olhos
Olhos vermelhos e doloridos
Redução/perda da acuidade visual
Visão dobrada (diplopia)
Outros
Rigidez na nuca / Rigidez
acompanhada de febre
Vômito persistente

Trato Gastrointestinal
• Dificuldade para engolir
• Vômito com sangue
• Diarréia com sangue
• Vômito associado a constipação
• Perda de peso
• Alteração prolongada no hábito de evacuação

Blenkinsopp A, Paxton P. Symptons in the pharmacy. A Guide to the management of common illness. Second Edition. BlackwellScience, 1995.

OBRIGADA
Gestora de Treinamento e Desenvolvimento em
Serviços Clínicos Farmacêuticos

@GladysMMarques
Gladys Marques

(43) 96795409
(43) 91795418


SINTOMA
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Sr Carlos refere que está com o “intestino preso
tem umas 3 semanas ” e que isso vem lhe
causando um desconforto e que gostaria que o
farmacêutico lhe “indicasse” um medicamento
“BEM BOM” para soltar o intestino, não usou nada
ainda ….

SINTOMA
Sr Carlos tem 60 anos e é sedentário, refere que:
Faz muito esforço com fezes duras… e fica mais de
6 dias sem ir ao banheiro…
Apresenta cólica leve com gases…
Acha que come pouca fibra e bebe pouca água …
Não tem doenças do TGI diagnosticadas.
Sem sinais de desidratação.

SINTOMA

1. CONDIÇÃO-CHAVE
- Evacuação irregular ou dificuldade de evacuar
• Frequência de evacuações inferior a 3 vezes por
semana, por periodo de 6 meses
• Peso das fezes inferior a 35 g/dia
• Esforço defecatório em mais de 25% das ocasiões
• Diminuição na frequência normal

SINTOMA

2. EPIDEMIOLOGIA
• Comum em todas as faixas etárias

• Principais problemas nos idosos
• Não brancos – alto risco

• Influência genética – ressecamento das fezes

SINTOMA
3. SINAIS E SINTOMAS
•
•
•
•
•
•

Falta de apetite
Dor de cabeça
Mal estar e letargia
Distensão abdominal,desconforto
Cólica suave
Cólica intensa (obstrução)

•
•
•
•
•

Gás abdominal
Inchaço
Dor ao defecar
Esforço
Fezes duras ou em pequena
quantidade
• Hemorróidas ou fissuras anais

32

SINTOMA
4. ETIOLOGIA
a) Idiopática:
• Dieta inadequada com baixa ingesta de fibra e líquido
• Vida sedentária
• Fatores ambientais
• Educacionais
• Socioeconômicos
b)
•
•

Secundária:
Enfermidades
Medicamentos

SINTOMA
4. ETIOLOGIA
Lesões orgânicas da parede intestinal
a) Intrínsecas
Estenose tumoral
Estenose não tumoral: colite ulcerosa, enfermidade de Crohn, tuberculose
intestinal, hernia, prolapso.
Enfermidade diverticular do cólon.
Anomalias constitucionais ou anatômicas: Enfermidade de Chagas.
b) Extrínsecas
Tumores
Causas reflexas – perda natural do reflexo de defecar

SINTOMA
4. ETIOLOGIA
• Processos digestivos: úlceras, câncer gástrico, câncer de pâncreas,
colelitíase
• Processos anais: Fissuras, fístulas, hemorróidas, proctite.
• Processos extra digestivos: cólico nefrítico, hernia de disco
• Intoxicação exógena: Opiáceos
• Infecções: Febre tifoide
• Causa endocrinológica: Diabetes, Hipotiroidismo, Feocromocitoma...
Causa metabólica: Uremia, Hipopotassemia, Hipercalcemia...
Outras: Gravidez, Obesidade, Desidratação, Anomalias da
musculatura abdominal, Transtornos neurovegetativos

SINTOMA
Sr Carlos tem 60 anos e é sedentário, refere que:
Faz muito esforço com fezes duras… e fica mais de 6 dias
sem ir ao banheiro…cólicas leve e gases…
Acha que come pouca fibra e bebe pouca água …
Não tem doenças do TGI diagnosticadas.
Sem sinais de desidratação
Foi diagnosticado com Parkinsonismo, depressão e insônia
Está tomando um medicamento para o Parkinson (não
lembra o nome) e amitriptilina a noite – há mais ou menos
2 meses.

SINTOMA
4. ETIOLOGIA
Causas neurológicas:

a)

Causas Centrais: Tumores cerebrais, Síndrome de hipertensão
intracraniana, Síndrome de irritação meningea, Enfermidade de
Parkinson. Traumatismo, Acidente cerebrovascular agudo,
Esclerose múltipla.

b)

Causas Periféricas: Paraplegia, Neuropatia Diabética

c)

Causas psiquiátricas

SINTOMA
3. ETIOLOGIA
Medicamentos:
• Analgésicos
• Anestésicos
• Antiácidos com alumínio ou cálcio
• Anticolinérgicos
• Antidepressivos tricíclicos
• Antiespasmódicos
• Antiparkinsonianos
• Antitussígenos com codeína
• Citoprotetores como sucralfato
• Opiáceos
• Sulfato ferroso
• Vincristina

SINTOMA
3. ETIOLOGIA

Medicamentos:
• Antagonistas do cálcio (verapamil, diltiazem)
• Antihipertensivos alfa-adrenérgicos (clonidina)
• Benzodiazepínicos
• Bismuto
• Hidróxido de alumínio
• Neurolépticos
• Abuso de laxantes
• Colestiramina
• Diuréticos tipo furosemida
• Metais pesados (Pb, As, Hg, P)

SINTOMA
Encaminhar ao médico
•
•
•
•
•
•

Paciente com menos de 2 anos
Uso de laxante por mais de 7 dias
Constipação de aparecimento brusco
Dor abdominal, náuseas e vômito
Gestantes
Com condição médica e/ou medicamento que pode causar
constipação intestinal
• Presença de sangue nas fezes - normalmente se deve às
hemorróidas
• Sangramento retal por mais de 2 semanas
• Idoso com quadro prolongado , mais de 2 semanas

SINTOMA
RECOMENDAÇÕES - TRATAMENTO NÃO- FARMACOLÓGICO
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•

Responder imediatamente ao reflexo defecatório
Manter regularidade de horário
Não ter pressa
Relaxar e fazer alongamentos
Fazer exercícios (aeróbico moderado)
Comer diariamente: maça com casca, ameixa seca, milho e
cereais com leite.
Beber muito líquido – 8 a 10 vezes ao dia
Não abusar de laxantes
Não é necessário defecar todos os dias (ritmo diferente)
Uso de fibras (10 A 25g/dia)

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