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Ana Torrinha - Transtornos alimentares
1. Ana Torrinha
Transtornos alimentares
O que são transtornos alimentares?
Os transtornos alimentares prevalecem sobretudo entre
raparigas adolescentes e jovens adultas, mas cerca de 5 a
10% dos casos ocorrem com rapazes. As vítimas sentem-
se normalmente impotentes em relação às suas vidas,
sofrem de baixa auto-estima e têm uma fraca imagem do seu corpo. Usam a
comida – seja a restrição da comida ao ponto de passarem fome, o ou excesso de
comida ao ponto de ficarem obesos –, como forma de ganhar controlo sobre alguns
aspectos das suas vidas.
Algumas formas comuns de transtorno alimentar: a Anorexia Nervosa é uma
condição em que as pessoas restringem a ingestão de comida, às vezes para
valores tão baixos como 300 calorias por dia; a Bulimia Nervosa caracteriza-se por
períodos de indulgência em grandes quantidades de comida para depois vomitar ou
usar laxantes para eliminar a comida do corpo; o Transtorno de Compulsão
Alimentar e excesso compulsivo de alimentação ocorre quando as pessoas comem
em demasia mas não purgam a comida e ganham peso em excesso e a Ortorexia é
a obsessão doentia por alimentação saudável, o que em excesso e não regulado
pode ser prejudicial. Qualquer um destes transtornos alimentares tem
consequências nutricionais muito graves e um forte impacto na saúde dos
indivíduos.
Sinais de Anorexia
Raramente um anoréxico reconhece o seu
transtorno alimentar e procura ajuda,
portanto cabe muitas vezes a familiares e
amigos que suspeitam de anorexia nervosa
procurar ajuda de profissionais. Muitos dos
sinais que indicam anorexia incluem:
● Contagem obsessiva de calorias;
● Saltar refeições;
● Brincar com a comida no prato em vez de comer;
● Esconder comida (num guardanapo, debaixo de uma travessa, etc.) para evitar comê-la;
● Mentir quanto a já ter comido, numa tentativa de evitar uma refeição;
● Ingerir apenas um determinado tipo de comida;
● Fazer exercício em excesso, particularmente depois de uma refeição, ou “para abrir o apetite”;
● Perda dramática de peso;
● Excessivo interesse em questões relacionadas com peso, imagem corporal e jejum;
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● Vestir (para esconder o corpo) roupa larga ou disforme;
● Baixos níveis de energia;
● Doenças frequentes;
● Sono excessivo;
● Reduzido ou inexistente apetite sexual.
Sinais de Bulimia
Apesar de a bulimia estar na maioria das
vezes associada a uma fraca auto-estima e
fraca auto-confiança, são os comportamentos dos bulímicos que denunciam
o seu transtorno alimentar ao exterior. A bulimia é um transtorno alimentar
que se manifesta através de uma alimentação compulsiva seguida de purga,
e estes comportamentos são os sinais característicos deste transtorno.
Muitos bulímicos têm também comportamentos que se tornam sinais de
aviso, tais como:
● Esconder a comida reservada para episódios de voracidade (incluindo frequentemente pão,
massa, doces, sobremesas, batatas fritas e gelados. No entanto, qualquer tipo de comida pode ser
consumida durante a ingestão compulsiva);
● Mentir sobre o que comeram;
● Comer compulsivamente em segredo;
● Vomitar em segredo;
● Esconder artigos como laxantes ou diuréticos;
● Deixar a água da torneira ou do duche a correr na casa de banho para disfarçar os episódios de
purgação;
● Demonstrar uma preocupação profunda em relação ao peso, forma do corpo e aspecto em geral;
● Queixas frequentes em relação a dores de garganta (causadas pelos repetidos vómitos);
● Queixas frequentes em relação a problemas dentários (também
causados pelos vómitos);
● Esconder-se atrás de roupas largas e soltas;
● Demonstrar pouco ou nenhum impulso sexual.
Sinais de Ortorexia:
● Examina cada pormenor do que se encontra em cada alimento?
● Só se permite alimentos saudáveis?
● Consegue comer uma refeição preparada por outra pessoa?
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● Observa e comenta a maneira como outras
pessoas preparam a comida?
● Dá consigo a pensar em conteúdo nutricional
durante o dia?
● Preocupa-se ao comer qualquer coisa que possa
não ser “boa” para si?
● Perdeu muito peso recentemente sem seguir
conscientemente uma dieta
Sinais de Compulsão Alimentar
Quem sofre do transtorno de compulsão alimentar consome grandes
quantidades de comida de uma só vez ou come constantemente durante um
determinado período (por exemplo, durante uma festa de aniversário ou na
Consoada) mas não purga ou se liberta da comida depois. O transtorno de
compulsão alimentar é habitualmente reconhecido por outros devido aos
hábitos alimentares de um indivíduo, tais como:
● Ingerir uma quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome;
● Comer até se sentir desconfortavelmente cheio ou mesmo agoniado;
● Esconder hábitos alimentares devido a vergonha ou embaraço;
● Esconder comida para episódios de voracidade;
● Esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos e gerar lixo em excesso;
● «Depenicar» ou comer constantemente enquanto houver comida disponível;
● Comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído/a;
● Sentir-se subjugado/a, envergonhado/a e/ou culpado/a durante e/ou depois de um episódio de
voracidade;
● Exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência;
● Expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima
Nutrição para transtornos alimentares
Uma boa nutrição é essencial a todos e especialmente às pessoas em
recuperação de um transtorno alimentar. Primeiro, certifique-se de que a
pessoa com o transtorno foi avaliada por um médico
qualificado e que se encontra num plano de
tratamento. Uma terapia nutricional de um dietista
credenciado, aliada a psicoterapia e farmacologia ou
formas variadas de medicina alternativa, pode
ajudar uma pessoa em recuperação de um
transtorno alimentar.
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Parte de um plano de tratamento eficaz consiste em ajudar a pessoa a
regressar a um padrão de alimentação saudável. O corpo de uma pessoa
que tem passado fome está num estado terrível e precisa de alimentos
nutritivos para recuperar energia, restabelecer o equilíbrio químico e
melhorar a clareza mental.
Os seguintes alimentos podem ajudar na recuperação de um transtorno
alimentar:
● Alimentos integrais concedem nutrientes que revitalizam o corpo. O pão de centeio integral,
arroz integral, fruta e legumes frescos e carnes magras darão aos corpos desgastados um
aumento de energia. As comidas processadas oferecem açúcar, xarope de milho com alto teor de
frutose, gordura, cereais refinados e muito pouco no que diz respeito a nutrientes;
● O cálcio presente em produtos lácteos magros e vegetais folhados ajudam a fortalecer os ossos
e os dentes. As dietas excessivas roubam cálcio aos ossos, tornando-os frágeis. As jovens que
sofrem devido a um transtorno alimentar mostraram ter uma massa óssea semelhante à de
mulheres idosas. Para além do mais, vomitar em excesso destrói o esmalte dos dentes;
● Carnes magras, legumes e peixe proporcionam as proteínas necessárias das quais um corpo mal
nutrido precisa;
● Os ácidos gordos do Ómega 3 encontrado no peixe, ovos e nozes, estimulam o coração. Quem
sofre de anorexia corre o risco de ter problemas cardíacos e arritmia cardíaca pois o corpo não
tem gordura suficiente para sustentar o funcionamento cardíaco;
● Os líquidos e sódio da água e bebidas desportivas são necessários para restabelecer o
desequilíbrio de electrólitos e restituir a perda de água devido à desidratação provocada por
vomitar em excesso, ou pelo uso de laxantes e de diuréticos.
Os atletas que sofrem de transtornos alimentares precisam de
aconselhamento nutricional especializado. Desportos como a luta livre,
corrida, ballet e ginástica, que dão ênfase a corpos magros e tonificados,
apresentam um número excepcionalmente elevado de praticantes com
transtornos alimentares. Estes atletas restringem a comida, têm um índice
de massa corporal muito baixo, abusam de bebidas proteicas e suplementos
e tentam perder o peso da água com diuréticos e saunas.
Os atletas devem concentrar-se numa alimentação baseada em alimentos
em vez de suplementos, carbonatos e gorduras para a energia, proteínas
para os músculos, fluidos e electrólitos adequados, e vitaminas e electrólitos
para manter a performance e o equilíbrio nutricional.
Usar a nutrição para prevenir transtornos
alimentares
As práticas de boa nutrição podem ajudar a
prevenir transtornos alimentares. Os jovens
vão buscar a sua imagem corporal e auto-
estima ao mundo que os rodeia. Envolver as
crianças na preparação da comida e ensinar-
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lhes a reconhecer imagens corporais realistas pode prepará-las para hábitos
saudáveis que podem ser-lhes úteis ao longo da vida.
Ajude-os a focarem-se na boa saúde e alimentos saudáveis em vez do seu
peso e do que a balança diz. As crianças podem ser atarracadas mas
saudáveis se comerem alimentos correctos e fizerem exercício. Ensinem as
crianças a comer quando têm fome e não por razões emocionais. Deixe-as
saber que não há nenhuma boa razão para terem de passar fome. Não
critique o peso de uma criança nem se queixe do seu tamanho. Desenvolva
previamente planos de comida saudável e mantenha-se firme na sua
prossecução.
Procure sinais de aviso que possam indicar que uma pessoa jovem possa
estar a caminho de uma transtorno alimentar: contar obsessivamente as
calorias de tudo o que come, só comer “dieta” ou alimentos baixos em
gordura, dizer que está gorda quando de facto está muito magra, abusar de
laxantes, pesar-se constantemente e fazer exercício em excesso.