2. O Renascimento
◦ Dá-se o nome de Renascimento ao movimento de renovação intelectual ocorrido na
Europa dentro da transição do feudalismo para o capitalismo. Esse período marcante da
história europeia foi caracterizado por grandes conquistas culturais, ocorridas durante os
séculos XIV-XVI.
◦ Não se pode entender o Renascimento como limitado às Artes e às Ciências, mas sim,
como uma mudança nas formas de sentir, pensar e agir em relação aos padrões de
pensamento e comportamento vigentes na Idade Média.
◦ Uma das principais características do Renascimento é o Humanismo, interpretado
comumente como sinônimo de antropocentrismo ou valorização do ser humano. O
verdadeiro sentido do humanismo renascentista, porém, era o estudo das Humanidades,
isto é, da língua e literatura antigas. Durante o Renascimento, a Matemática e a Música
também eram bastante estudadas.
3. ◦ Em termos filosóficos, o Renascimento representa um distanciamento do cristianismo e da
lógica e uma aproximação ao Humanismo. Os Humanistas do Renascimento redescobriram
as obras clássicas latinas e gregas. (“Renascimento” significa o renascer do mundo clássico).
A filosofia humanista enfatizava a dignidade da humanidade: o intelectualismo passou a ser
dedicado ao estudo do ser humano, e não mais à Teologia e Lógica. Os humanistas davam
importância aos assuntos temporais e pessoais em vez de enxergar o mundo como um portal
para a pós vida cristã.
◦ Um novo senso crítico surgiu, que valorizava a contribuição dos antigos gregos, mas que
também preparava o terreno para o nascimento da Filosofia Moderna na Era da Razão
(Iluminismo). Os humanistas influenciaram o Renascimento Europeu e abriram caminho para
o surgimento de um mundo laico e moderno.
23/11/2020
4. Filosofia Renascentista
◦ A cultura do período renascentista se caracterizava por uma intensa apreciação do
indivíduo. Os pensadores se interessavam em aprender sobre as características únicas que
distinguiam cada pessoa. Assim como os romanos, almejavam fama e sucesso. Como os
gregos, acreditavam que seres humanos tinham a capacidade de realizar grandes feitos.
Tais atitudes incentivaram um espírito de curiosidade e aventura entre os europeus.
◦ Os homens e mulheres que constituíam a classe alta europeia eram os que mais desfrutavam
do espírito do Renascimento, pois tinham tempo e dinheiro para fazê-lo. O pensamento
renascentista considerava que a pessoa ideal era aquela dotada de vários talentos e
habilidades: inteligência, cultura, criatividade, habilidades atléticas, etc.
◦ Como os antigos gregos e romanos, a classe alta italiana prestigiava as pessoas que
beneficiavam a sociedade. Valorizava o estudo das Ciências Humanas e a aquisição de
talentos considerados valiosos para líderes políticos e sociais, como o dom da oratória, boas
maneiras e um estilo de escrita elegante.
23/11/2020
5. Alguns filósofos famosos do Renascimento
◦ Francisco Petrarca (1304–1374)
◦ Desidério Erasmo (1466–1536)
◦ Nicolau Machiavelli (1469–1527)
◦ Nicolau Copérnico (1473–1543)
◦ Thomas More (1478–1535)
◦ Francis Bacon (1561–1626)
◦ Galileo Galilei (1564–1642)
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6. Francisco Petrarca (1304–1374)
23/11/2020
Embora o Humanismo tenha sido associado ao secularismo,
Petrarca foi um cristão devoto que não acreditava que havia
conflito entre a realização do potencial humano e a fé religiosa.
Ele se opunha à ideia de que a fé em Deus é um impedimento à
busca de realizações laicas, pois acreditava que o vasto
potencial humano para buscas criativas e intelectuais foi dado
ao homem por Deus para que seja completamente realizado.
Petrarca era um forte defensor da continuidade entre a Cultura
Clássica e o Cristianismo. Por ter mesclado esses dois ideais, ele é
considerado o fundador e o grande representante do
Humanismo.
7. ◦ As duas maiores influências sobre Petrarca foram Cícero e Santo Augustinho. Cícero foi um
famoso político e orador que viveu durante os últimos anos da República Romana e que
escreveu longos tratados sobre Filosofia moral e religiosa e guias sobre a oratória. Ao estudar
os ensinamentos de Cícero, Petrarca aprendeu Filosofia e como compor em latim. Ao
estudar as obras de Santo Agostinho, desenvolveu suas ideias sobre o relacionamento do
homem com Deus.
◦ Petrarca foi um dos primeiros pensadores a chamar a Idade Média de Idade das Trevas. Ele é
também considerado o responsável por aperfeiçoar o soneto, que se tornou uma das formas
de arte mais populares na história da Europa.
◦ Petrarca foi considerado o maior erudito de sua época. Ele influenciou a Literatura europeia
de forma significativa e duradoura. Sua profunda consideração pelo Passado Clássico, como
fonte de significado literário e filosófico, exerceu um papel importante na abertura do
caminho para o Renascimento.
23/11/2020
8. ◦ Petrarca é mais conhecido por sua poesia em romanço: principalmente o Canzoniere e o Trionfi ("Triunfos").
Contudo, Petrarca foi um entusiasmado estudioso do Latim e escreveu a maioria de sua obras nessa língua. Seus
escritos em Latim foram muito variados e incluíram trabalhos acadêmicos, ensaios introspectivos, cartas e mais
poesia. Entre eles estão: Secretum ("Meu Livro Secreto"), um diálogo imaginário, intensamente pessoal e cheio de
culpa com santo Agostinho de Hipona; De Viris Illustribus ("Sobre os Homens Famosos"), uma série de biografias
morais; Rerum Memorandarum Libri, um tratado incompleto sobre as virtudes cardeais; De Otio Religiosorum
("Sobre o Lazer Religioso") e De Vita Solitaria ("Sobre a Vida Solitária"), que elogia a vida contemplativa; De
Remediis Utriusque Fortunae ("Remédios para os trancos e barrancos"), um livro de auto-ajuda que permaneceu
popular por muitos anos; Itinerarium ("O Guia de Petrarca para a Terra Santa"), um ancestral distante dos guia de
viagem; um número de críticas violentas contra seus oponentes tais como médicos, escolásticos e os franceses; o
Carmen Bucolicum, uma coleção de doze poemas pastorais; e o épico incompleto Africa. Petrarca também
publicou muitos volumes de suas cartas, incluindo algumas para alguns já mortos como Cícero e Virgílio.
Infelizmente, muitos dos seus escritos em Latim são difíceis de serem encontrados hoje. É difícil identificar datas
precisas para seus escritos, dado que ele os revisou constantemente ao longo de sua vida.
◦ Além disso, Petrarca juntou suas cartas em dois grandes livros chamados Epistolae Familiares e Seniles, uma ideia
que veio de seu conhecimento das cartas de Cícero. Ele deixou fora da Epistolae Familiares um grupo especial de
dezenove cartas polêmicas chamadas Liber sine nomine que foram muito criticadas durante o Papado de
Avinhão. Estas cartas foram publicadas sem nome para proteger os destinatários, todos eles mantinham uma
ligação íntima com Petrarca. Os destinatários incluíam Philippe de Cabassoles, bispo de Cavaillon; Ildebrandino
Conti, bispo de Pádua; Cola di Rienzo, tribuno de Roma; Francesco Nelli, padre do Prior da Igreja dos Santos
Apóstolos em Florença; e Niccolà di Capoccia, um cardela e padre de Saint Vitalis.
◦ Sua Carta para a Posteridade (a última carta na obra Seniles) dá uma autobiografia e uma síntese de sua filosofia
de vida.
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9. 23/11/2020
Desidério Erasmo
(1466–1536)
O mais influente humanista
do Renascimento do norte
europeu foi Desidério Erasmo,
também conhecido como
Erasmo de Norterdã. Nascido
em torno de 1466, em
Roterdã, Holanda, Erasmo se
tornou padre católico e
estudou tanto os
ensinamentos humanistas
como os cristãos. Editor da
primeira edição publicada
do Novo Testamento Grego,
ele foi um autor prolixo e
influente, que escreveu sobre
uma grande variedade de
assuntos.
10. 23/11/2020
Em sua obra Elogio da Loucura (1509), Erasmo criticou os eruditos, os
cientistas, os filósofos e o clero da época, acusando-os de terem
mentes fechadas. Seu trabalho exerceu grande influência na
Europa: ele foi um dos primeiros autores europeus cujas obras foram
lidas por milhares de pessoas.
Erasmo alegava que a Igreja se tornara uma organização corrupta
e gananciosa. Ele defendia o retorno à simples fé do cristianismo.
Erasmo viveu durante a Reforma e contribuiu para o
desenvolvimento dessa grande sublevação religiosa, mesmo que
ele próprio nunca a tenha abraçado. Desde jovem, manifestava-se
em prol de reformas na Igreja, mas sempre insistiu que esta deveria
se manter unida e que as reformas deveriam ser feitas pacífica e
gradualmente, sendo implementadas pela própria Igreja, e não por
instituições não tradicionais. Erasmo foi severamente criticado por
católicos tradicionalistas, que não levavam a sério suas críticas a
Martinho Lutero e que o acusavam de ter aberto caminho para a
Reforma. Mas Erasmo foi também muito criticado por Protestantes
zelosos, que o acusavam de covardia: afirmavam que ele se
recusava a endossar abertamente o que acreditava e ensinava.
11. 23/11/2020
Mas Erasmo também contava com admiradores em ambos os
lados do espectro religioso. Era admirado principalmente por
aqueles que, como ele, tentavam encontrar alguma forma de
conciliação que restauraria a união cristã e tornaria a igreja –
liderada por uma nova geração de clérigos, com mais preparo
educacional –, em uma instituição dedicada a servir às
necessidades do povo. Erasmo desejava que a Igreja se
dedicasse às suas obrigações, tanto educacionais como
pastorais, em vez de buscar o acúmulo de poder, fortuna e
prestigio.
Após seu falecimento, em 1536, os líderes conservadores
triunfaram sobre os moderados, assumido a liderança da Igreja
Católica Romana. Uma das consequências disso foi que o
prestígio de Erasmo na Europa Católica despencou. Em países
como a Espanha – em que, durante a década de 1520, suas
obras eram traduzidas e admiradas –, tornou-se perigoso possuir
ou citar seus escritos.
Em 1559, o Papa Paulo IV incluiu todas os escritos de Erasmo,
sem exceção, na lista de obras proibidas.
12. 23/11/2020
Nicolau
Machiavelli
(1469–1527)
O clima político na Itália renascentista era de intensa
competição pelo poder. O Papa, o Sacro Imperador Romano
e os governantes da França e Espanha - todos famintos de
poder – estudavam livros que supostamente ensinavam como
ter sucesso na política. O mais famoso desses livros foi escrito
por Nicolau Maquiavel de Florença, um diplomata e assíduo
estudante de política. Maquiavel, que viveu durante os anos
1469-1527, utilizou exemplos da história romana para definir a
o modus operandi de um governo eficaz. Ele ensinava que
um governante deveria fazer o que fosse necessário para
obter e manter o poder. Em seu famoso livro "O Príncipe"
(1513) – um grande clássico da política –, Maquiavel escreveu
que líderes frequentemente enganavam uns aos outros por
meio de mentiras, quebras de promessas e até assassinatos.
Segundo o autor, na política, as ações deveriam ser julgadas
não por sua moralidade, e sim, por suas consequências. Até
hoje, as visões e ensinamentos polêmicos de Maquiavel são
discutidos no estudo de História, Política e Filosofia.
13. 23/11/2020
Nascido em Florença no dia 3 de maio de 1469, o filósofo
Nicolau Maquiavel ficou conhecido principalmente por
descrever as dinâmicas do poder. Em vez de formular teorias
sobre como o estado ou o governante ideal deveria ser,
dedicou-se a dissecar a realidade. Ao fazê-lo, há quem diga
que criou um manual com estratégias e métodos sobre como
os governantes deveriam se comportar para manter e
expandir o poder. Mas há também quem considere que ele,
na realidade, alertou o povo sobre os perigos da tirania.
Atualmente, o mais aceito é que as reflexões de Maquiavel
formaram as bases do pensamento realista da ciência política
moderna, e a imoralidade atribuída a elas na verdade provém
de uma interpretação descontextualizada. Mesmo assim, o
termo “maquiavélico” se tornou um adjetivo usado para
qualificar pessoas sem escrúpulos, traiçoeiras e sem respeito
pelas leis morais.
14. 23/11/2020
Entenda melhor o pensamento de Maquiavel em 5
pontos:
1. Os fins justificam os meios
À primeira vista, a frase erroneamente atribuída a Maquiavel (ela
não aparece em O Príncipe e em nenhum outro texto do filósofo) é
a que melhor parece resumir seus pensamentos. Afinal, em sua obra
mais conhecida o filósofo dissecou a política sem escrúpulos,
mostrando que o que a move é a luta pela conquista e
manutenção do poder. Não importa se para isso for necessário
romper com valores morais impostos pela Igreja e pela sociedade,
que não deveriam restringir a ação do rei ou do governante.
O que ele defendida, na realidade, é que na política a ética é
utilitária e a moralidade deveria ser medida com base em atos que
sejam úteis à coletividade, mesmo que com isso acabe ferindo
valores individuais.
15. 23/11/2020
2. Virtude é mais importante que sorte
Um dos pontos mais centrais do pensamento de Maquiavel é a
dicotomia entre virtude e sorte, ou “fortuna”. Um príncipe, ou
governante, virtuoso é aquele que não necessariamente é
pérfido, mas sabe conquistar seus favores para manter o poder e
expandir o domínio sem depender do acaso. Na visão o filósofo,
ser virtuoso é saber o momento certo de agir e de não fazer
nada, sem deixar margem para a fortuna. Algumas
interpretações enxergaram isso como ser diabólico ou ardiloso.
3. Crueldade bem usada
Sobrepor a virtude à sorte pode significar também ter sabedoria
para ser mau quando necessário: Maquiavel defendia que, para
salvar o Estado, um governante deveria saber “não ser bom”,
mentindo ou parecendo piedoso se a situação exigisse, de modo
a manter a segurança e o bem-estar de seu povo. A crueldade,
nesses casos, seria justificável e bem usada.
4. É preferível ser temido que amado
O amor é um sentimento inconstante, visto que as pessoas são
naturalmente egoístas e podem alterar sua lealdade quando bem
entenderem — ou, nas palavras do próprio Maquiavel, o amor é
mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam
de ser necessários. Já o temor em ser castigado não pode ser
ignorado com tanta facilidade e, portanto, não falha.
16. 23/11/2020
5. Razão de Estado
Todas as observações de Maquiavel tinham, no fundo, a intenção de
mostrar que o objetivo da política era manter a estabilidade social e
do governo a todo custo. Cabe lembrar que o contexto em que vivia
era de guerras e disputas, em uma Itália fragmentada e com o poder
muito ditado pela Igreja.
17. 23/11/2020
Nicolau
Copérnico
(1473–1543)
Nicolau Copérnico foi matemático, astrônomo, médico e
cônego da Igreja Católica. Autor de uma das mais importantes
hipóteses científicas: a teoria heliocêntrica, que reposicionava o
Sol no centro do Sistema Solar.
Explicou o ciclo das estações do ano e o diferente
posicionamento das estrelas nos hemisférios. Também detalhou os
movimentos da Terra, Lua e dos planetas.
Nikolaus Koppernik nasceu no dia 19 de fevereiro de 1473 em
Torun, na Polônia. Era caçula dos quatro filhos de um casal de
negociantes tradicionais na região, com situação financeira
privilegiada. Copérnico perdeu seu pai quando tinha 10 anos e foi
criado pelo tio Lucas Watzelrode, futuro bispo de Ermlend.
Quando completou 18 anos ingressou na Universidade de
Cracóvia, na época capital da Polônia, polo cultural e financeiro
da região.
18. 23/11/2020
A instituição era conhecida pelo estudo da matemática como
fundamento da astronomia e recebia muitos estudantes vindos da
Itália, Alemanha, Suíça e Suécia. O latim era a língua adotada
para comunicação nas aulas e livros, sendo um conhecimento
essencial para as pessoas cultas.
Aos 24 anos Copérnico foi para a Itália estudar direito canônico na
Universidade de Bolonha por três anos. Regressou à Polônia em
1501, ordenou-se padre e foi nomeado cônego da Catedral de
Frauenburg por indicação de seu tio. Aos 30 anos retornou à Itália
e estudou matemática e medicina nas Universidades de Ferrara,
Pádua e Roma.
Durante essa época Copérnico iniciou seus estudos mais
aprofundados sobre o universo. Regressou a Polônia em 1506 e
residindo na Catedral de Frauenburg, utilizou a torre da basílica
como principal observatório enquanto elaborava a revolucionária
teoria do Universo. O local ficou posteriormente conhecido como
“Torre de Copérnico”. Para a sua observação, o astrônomo
polonês desenvolvia e utilizava instrumentos de fabricação própria.
19. 23/11/2020
A corrente de pensamento da época, a Teoria Geocêntrica
de Ptolomeu, apontava que a Terra era um planeta estático
no centro do Universo e ao redor dela orbitavam todos os
corpos celestes. Copérnico contradizia essa teoria, alegando
que o Sol era o centro do Universo.
Na concepção dele, a Terra girava ao redor do Sol,
demorando durante esse trajeto o tempo correspondente ao
ano terrestre. Também concluiu que a sucessão de dias e
noites deveria ser causada pelo movimento constante que a
Terra realizava em torno de si mesma. Suas ideias contrariavam
os conceitos que norteavam a filosofia, ciência e religião na
época; sendo consideradas como afronta contra a Igreja. Em
1512 Copérnico publicou “Pequeno Comentário”, obra que
dividiu opiniões causando polêmica e descrédito total da
parte de alguns, enquanto gerava surpresa e admiração em
outros.
20. 23/11/2020
O astrônomo continuou suas observações e pesquisas, que foram
concluídas em 1530 e publicadas somente em 1543, por medo de
perseguições religiosas. A obra final era composta por 6 volumes e
intitulada “Das Revoluções das Esferas Celestes”, considerada
uma das mais importantes do período renascentista e um marco
para a revolução científica. Chegou às mãos do astrônomo
pouco tempo antes de sua morte, sendo publicada com
emendas e alterações feitas sem seu prévio consentimento.
Apesar de a Teoria Heliocêntrica apresentar uma descoberta
incrível e visionária sobre o Sistema Solar, na época não foi
devidamente valorizada.
Somente após as contribuições de Kepler e Galileu Galilei tais
conhecimentos foram oficialmente reconhecidos. Copérnico
passou o resto de sua vida dedicando-se à observação das
estrelas e exercendo esporadicamente a medicina para socorrer
os menos favorecidos.
Nicolau Copérnico faleceu por derrame cerebral no dia 24 de
maio de 1543 em Frauenberg. Seus restos mortais estão em um
sepulcro sob o maior altar do templo da Catedral de Frombork,
norte da Polônia.
21. 23/11/2020
Thomas More
(1478–1535)
Thomas More (ou Thomas Morus) nasceu em Londres em 7 de
fevereiro de 1478. Filho de juiz, More acabou seguindo os passos de
seu pai. Desde cedo teve uma boa educação, estudando línguas,
matemática, astronomia e teologia.
Tornou-se advogado em Oxford exercendo a profissão por algum
tempo. Em 1505, casou-se com Jane Colt e com ela teve quatro
filhos.
No entanto, essa relação durou pouco tempo. Ficou viúvo e casou-
se novamente com Alice Middleton, com quem teve mais um filho.
More era amigo íntimo de Erasmo de Roterdã, escritor, filósofo e
teólogo humanista neerlandês. Erasmo dedicou sua obra mais
emblemática, Elogio da Loucura, ao seu amigo e mentor Thomas
More.
22. 23/11/2020
Por conta de seu reconhecimento na posição de homem das leis,
fez parte da Corte inglesa a partir de 1520. Ao lado da família
real, tornou-se embaixador, cavaleiro e chanceler da Inglaterra.
Todavia, Henrique VIII com o intuito de se casar novamente funda
o Anglicanismo em 1534 rompendo laços com a Igreja Católica
de Roma.
A intenção do Rei era se divorciar de Catarina de Aragão e
casar-se com a dama de companhia da rainha, Ana Bolena.
Esse episódio levou More a desconfiar cada vez mais dos
interesses humanos, abandonando seu cargo de Chanceler.
23. 23/11/2020
Além disso, se posicionou contra a Reforma Protestante
defendendo os dogmas da Igreja.
Quando Henrique VIII, rei da Inglaterra o chamou para
confirmar sua posição com líder da Igreja que havia fundado,
More recusou.
Esse fato o levou a ser considerado um traidor. Após esse
evento, foi preso na Torre de Londres, julgado e condenado a
morte. Na manhã de 6 de julho de 1535 foi decapitado em
sua cidade natal.
Diante de sua importância histórica e religiosa, Thomas More
foi canonizado em 1935 pelo Papa Pio XI.
24. 23/11/2020
Principais Obras
Thomas More estudou as línguas clássicas (grego, latim) sendo
um grande erudito e exímio escritor. Escreveu obras filosóficas e
literárias, das quais se destacam:
A Utopia
A Agonia de Cristo
A Apologia
Diálogo da fortaleza contra a tribulação
Tratado sobre a Paixão de Cristo
Os Novíssimos
Réplica a Martinho Lutero
Diálogo contra as heresias
Súplica das Almas
Epitáfio
25. 23/11/2020
Pensamento: Filosofia
Seu pensamento esteve intimamente relacionado com o
movimento humanista que começou no século XV na Europa.
Essa postura foi importante para romper com a filosofia medieval,
colocando assim, o ser humano como prioridade.
Vale lembrar que More foi um grande admirador do filósofo grego
Platão levando em conta suas ideias sobre a verdade, a sabedoria
bem como a dialética.
Ademais, ele se inspirou na República de Platão para escrever sobre a
sociedade ideal em sua obra A Utopia.
Sua filosofia está ligada com a teologia, visto que More foi um
indivíduo influenciado pela religião católica. Além disso, suas ideias
contribuíram para a área da filosofia do direito e filosofia política.
Como exemplo, temos sua obra mais emblemática A Utopia, onde ele
analisa a estrutura social, política, jurídica e religiosa de uma
sociedade ideal.
26. Francis Bacon (1561–1626)
◦ Nasceu em Londres em 22 de janeiro de
1561. Sua educação foi direcionada à vida
política, onde alcançou posições elevadas.
Eleito em 1584 para a Câmara dos Comuns,
desempenhou sucessivamente, durante o
reinado de Jaime I (1566-1625), ocupou
sucessivamente as funções de procurador-
geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do
selo (1617) e grande chanceler (1618). Em
1618 foi nomeado barão de Verulam e, em
1621, visconde de St. Albans. Acusado de
corrupção, foi condenado, em 1621, ao
pagamento de pesada multa e proibido de
exercer cargos públicos.
23/11/2020
27. 23/11/2020
Em paralelo ao seu envolvimento na política elaborou uma importante obra filosófica,
recolhida em textos como Novum organum (Novo método) de 1620 e De Dignitate et
Augmentis Scientiarum (Sobre a dignificação e progressos da ciência) de 1623. Ambos faziam
parte de uma obra maior inacabada Instauratio Magna (Grande restauração), com a qual
Bacon tencionava criar uma nova ciência, capaz de restaurar o saber. Como filósofo procurou
exaltar a ciência como benéfica ao homem. Nas suas investigações ocupou-se especialmente
da metodologia científica e do empirismo, sendo por isso considerado como fundador da
ciência moderna.
Francis Bacon também foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e um alquimista,
tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam
Bacon como o verdadeiro autor dos famosos manifestos rosacruzes, Fama Fraternitatis (1614),
Confessio Fraternitatis (1615) e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (1616).
Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando
realizar na prática seu método. No inverno de 1626 estava envolvido com experiências sobre
conservação através do frio. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a
carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso
inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. No ano seguinte foi
publicada a Nova Atlantis (Nova Atlântida), na qual Bacon descreve a cidade ideal dos sábios.
28. 23/11/2020
Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele
quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos
idola antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna sociologia do conhecimento. Foi um
pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem
Moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essaios são os primeiros modelos da
prosa inglesa moderna.
A TEORIA DOS "IDOLOS".
O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre
a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, que se assemelha a um puro passatempo
mental, é por ele criticada. A ciência deve restabelecer o império do homem sobre as coisas.
No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas
noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens
que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na
filosofia de Bacon. Esses ídolos foram classificados em quatro grupos:
A verdadeira filosofia não é, exclusivamente, a ciência das coisas divinas e humanas, não é a
simples busca da verdade. É também algo de prático. Para se alcançar uma mentalidade
científica, é necessário expurgar a mente de uma série de preconceitos ou ?ídolos?, de que
enumera quatro classes:
29. 1) ÍDOLOS DA TRIBO, ou os inerentes à natureza humana, que se referem em particular ao
hábito de esperar mais ordem nos fenômenos do que a que realmente pode ser encontrada;
Ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade
com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. São assim
chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça humana.
Astrologia, alquimia e cabala são exemplos dessas generalizações;
2) ÍDOLOS DA CAVERNA, ou os preconceitos pessoais do próprio investigador; Resultam da
própria educação e da pressão dos costumes. Há, obviamente, uma alusão à alegoria da
caverna platônica;
3) ÍDOLOS DA VIDA PÚBLICA, ou os que se relacionam à tirania das palavras e à influência dos
hábitos verbais sobre a liberdade do espírito; Estes estão vinculados à linguagem e decorrem do
mau uso que dela fazemos;
4) ÍDOLOS DO TEATRO, ou os que dizem respeito ao pensamento tradicional e se referem
sobretudo ao sistema aristotélico e à filosofia medieval. Decorrem da irrestrita subordinação à
autoridade (por exemplo, a de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração,
eram pura invenção como as peças de teatro.
30. O MÉTODO
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos
naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico
aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O
conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se
devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em
seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da
presença (responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de
ausência (responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam
ausentes) e a tábua da comparação (responsável pelo registro das variações que as referidas
formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito
ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à
verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo
mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a
experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que
a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.
31. O método de Bacon visa a apresentar uma nova maneira de estudar os fenômenos. A
descoberta de fatos verdadeiros não depende de esforços puramente mentais, mas sim
da observação, da experimentação guiada pelo raciocínio indutivo.
Pela concordância e concomitante variação dos fenômenos observados, pode-se
chegar ao conhecimento da verdadeira causa que os determina. O filósofo aconselha
para isso que, descritos os fatos, sejam colocados numa tábua os exemplos de
ocorrência do fenômeno e, em outra, os de sua ausência. Por esse processo eliminam-se
as várias causas que não se relacionam ao efeito ou fenômeno estudado. Numa terceira
tábua registra-se a variação de sua intensidade. Seriam assim eliminadas as causas não
pertinentes e se chegaria, pelo registro da presença e das variações, à verdadeira
causa.
O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar,
Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição
ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso,
contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da
dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato
de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática
ao uso que dela fizera Platão.
32. 23/11/2020
PRINCIPAIS OBRAS FILOSÓFICAS
As obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna (Grande
restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu
método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon
aristotélico.
Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do seguinte modo:
1) Escritos que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou
postos de lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da
natureza), Inquisitio de motu (Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis
(História natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez;
2) Escritos relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu
plano original. O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde
Bacon apresenta uma concepção do Estado ideal regulado por idéias de
caráter científico. Além deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum
(Reflexões sobre a natureza das coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés);
33. 3) Instauratio magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-
científico e que consta de seis partes: (a) Partitiones scientiarum (Classificação das
ciências), sistematização do conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades
que o produzem; (b) Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método
ou Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo,
trabalho esse que reformula e repete o Novum organum; (c) Phaenomena universi sive
Historia naturalis et experimentalis ad condendam philosophiam (Fenômenos do universo ou
História natural e experimental para a fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de
dados empíricos; (d) Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio
do labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo método;
(e) Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações à
filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando mostrar o
avanço por ele permitido; (f) Philosophia secunda, sive Scientia activa (Filosofia segunda ou
Ciência ativa), seria o resultado final, oragnizado em um sistema de axiomas.
34. Galileo Galilei (1564–1642)
Conhecido como pai da ciência moderna, Galileu Galilei foi um
cientista, físico, astrônomo, escritor, filósofo e professor italiano
que deixou legado importante em diversas áreas.
Seus estudos e contribuições ajudaram a influenciar e aprimorar a
Matemática, a Física e Astronomia, entre outras áreas.
Considerado revolucionário à época, chegou a ser perseguido e
julgado pela Igreja Católica, que considerava suas teorias
controversas e polêmicas.
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Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 na cidade de Pisa,
na Itália. Primogênito do casal Vincenzo Galilei e Giulia Ammannati,
teve cinco irmãos.
Aos 11 anos, o cientista estudou em um mosteiro jesuíta situado em
Vallombrosa, na Toscana. Aos 17 anos, informou a sua família que
queria ser jesuíta também. Porém, o pai dele não aprovou essa ideia,
retirando-o da escola.
O cientista teve três filhos com a veneziana Marina Gamba, com a
qual nunca se casou. Suas duas filhas se tornaram freiras e o filho,
músico.
Em 1583, Galileu entrou na Universidade de Pisa para cursar
Medicina, mas não concluiu. Alguns estudos indicam que ele teve
problemas financeiros e, por isso, deixou a faculdade em 1585. No
entanto, outros apontam que deixou a Medicina porque nunca foi o
seu desejo se formar na carreira, mas sim do pai. Fato é que Galileu
trouxe importantes contribuições para essa e tantas outras áreas.
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Depois de sair da universidade, continuou seus estudos, especialmente
nas áreas de Matemática e Física. Durante duas décadas pesquisou
sobre os princípios da Hidrostática, o que lhe rendeu fama à época. De
1589 a 1592, teve um cargo na Universidade de Pisa.
Nos anos seguintes, ministrou aulas de Geometria, Mecânica e
Astronomia na Universidade de Pádua. Permaneceu na instituição
durante 18 anos, alcançando ainda mais fama e seguidores.
Embora fosse muito religioso, o cientista foi acusado de heresia pela
Igreja Católica por tornar públicas suas crenças, estudos e teorias.
Pouco antes de morrer, ele estava quase cego. Estudos sinalizam que ele
ficou assim por observar as manchas solares sem proteção. Galileu
Galilei morreu em 8 de janeiro de 1642, em Arcetri, na Itália.
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Obra
Galileu Galilei é considerado o pai da ciência moderna ou do Renascimento Científico –
período entre 1500 e 1700 tido como era de transição entre a crença religiosa e a razão
científica.
O cientista foi pioneiro na arte de criar e desenvolver teorias acerca do funcionamento do
Universo que ajudaram nos ramos da Física e da Astronomia.
Realizou vários estudos importantes no ramo da Mecânica, como os do movimento
pendular e do movimento uniformemente acelerado. Descobriu a lei da queda dos corpos,
segundo a qual, dispostos em uma mesma altura, dois corpos de massas diferentes sofrerão
a mesma influência da gravidade, que é a causa de seu movimento, chegando ambos ao
solo ao mesmo tempo quando em queda livre (sem a resistência do ar).
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Além de ter criado um telescópio aprimorado, Galileu inventou um termômetro de
água e um instrumento (espécie de relógio) para medir a pulsação das pessoas
denominado pulsillogium. O italiano escreveu vários livros nos quais relatava suas
ideias. Entre as obras de renome estão:
As operações da bússola geométrica e militar (1604)
O mensageiro das estrelas (1610)
Discurso sobre corpos na água (1612)
Diálogo sobre os dois principais sistemas mundiais (1632)
Duas novas ciências (1638)
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Em 1609, o italiano realizou
uma das principais
contribuições para o ramo
da Astronomia, quando
inventou seu próprio
telescópio e o apontou para
o céu, com a intenção de
explorar o universo.
O telescópio, denominado
por Galileu perspicillum, foi
um instrumento
revolucionário à época,
especialmente para a
ciência, por ter contribuído
significativamente para
aprimorar a capacidade de
observação do olho
humano.
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Galileu descobriu também, ao usar o seu telescópio, manchas
solares e que Vênus tinha fases como a lua. Provou ainda que a Terra
girava em torno do Sol, o que refutava a doutrina aristotélica vigente
segundo a qual nosso planeta era o centro do universo
(geocentrismo).
Ao realizar tais constatações, Galileu comprovou a teoria
heliocêntrica de Nicolau Copérnico, segundo a qual a Terra e os
planetas giravam em torno do sol.
Contudo, na época a Igreja Católica apoiava o modelo
geocêntrico do sistema solar: o Sol e o resto dos planetas é que
girariam em torno de uma terra central, e não móvel. Por esse
motivo, a teoria de Galileu foi considerada uma afronta à Igreja.
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Em 1613, por meio de uma carta direcionada a um aluno, o
italiano explicou que a teoria copernicana não contradizia as
passagens da Bíblia. Quando o texto se tornou público, os
consultores da Inquisição da Igreja consideraram a teoria
herética.
Durante sete anos, o cientista não pôde defender a teoria na
qual acreditava. Assim, segundo registros, ele obedeceu a Igreja
para evitar maiores complicações e porque era muito católico.
Em 1632, Galileu publicou o Diálogo sobre os dois principais
sistemas mundiais, que comprovava a teoria heliocêntrica. Com
isso, o italiano foi convocado a Roma para ser julgado. Seu
processo de inquisição durou de setembro de 1632 a julho de
1633.
Cansado de passar por esse processo, o cientista foi ameaçado
de tortura e teve de declarar que a teoria de Copérnico era
apenas uma hipótese. Ele foi condenado por heresia e passou os
anos restantes em prisão domiciliar.
Em 1992, as teorias de Galileu Galilei foram reconhecidas
formalmente pelo papa João Paulo II.