O documento descreve os principais eventos e movimentos culturais do período do Renascimento na Europa, incluindo o Renascimento, Humanismo, Iluminismo e Classicismo. O Renascimento caracterizou-se pelo interesse no saber e cultura dos antigos gregos e romanos, enquanto o Humanismo enfatizou a dignidade do indivíduo. O Iluminismo promoveu a razão e a ciência. O Classicismo adotou modelos clássicos e valorizou a perfeição formal.
1. Cidadania e Profissionalidade 2010
As causas da Revolução Francesa
Renascimento
1450-1600
O Renascimento (termo proveniente de «renascer») caracteriza-se
essencialmente por dois aspectos fundamentais: o interesse pelo
saber e o interesse pela cultura.
Estes ideais, provenientes dos
antigos Gregos e Romanos,
marcaram fortemente este
período, de grandes descobertas
e explorações, com notáveis
avanços na Ciência e na
Astronomia. Deixa de existir a
visão teocêntrica do Homem da
Idade Média, isto é, Deus deixa de
ser razão para todas as
explicações acerca do Universo.
Terminada a Guerra dos Cem Anos, a Inglaterra e o Ducado de
Borgonha, que compreendia a Bélgica, a Holanda e a França,
converteram-se nos centros da cultura musical do século XV. Os
compositores ingleses viajaram ao longo do continente europeu na
primeira metade deste século. Alguns estabeleceram-se onde hoje
é a França, na época território inglês. A transferência do Ducado
para o imperador Maximiliano I, em 1477, transferiu o centro cultural
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para os Países Baixos. Esta escola (franco-flamenga) irradiou a sua
influência de quase 200 anos pela Europa.
O período da Renascença se caracteriza, na história da Europa
Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse devotado ao saber e à
cultura, particularmente a muitas ideias dos antigos gregos e
romanos. Foi também uma idade de grandes descobertas e
explorações, a época em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e
outros exploradores estavam fazendo suas viagens de
descobrimento, enquanto notáveis avanços se processavam na
ciência e na astronomia.
Entre os principais compositores da primeira geração renascentista,
encontram-se Guillaume Dufay e Johannes Ockeghem, dois
homens eruditos, que deram continuidade e desenvolvimento ao
estilo musical que, distintamente, Dunstable tinha criado. A música
introduzida por Dufay e seus contemporâneos tinha uma clarividên-
cia sem precedentes. As técnicas medievais começam a ser
esquecidas.
Humanismo
"O Humanismo é
uma postura de vida
democrática e ética,
que afirma que os
seres humanos têm
o direito e a
responsabilidade de
dar sentido e forma às suas próprias vidas. Defende a construção
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de uma sociedade mais humana, através de uma ética baseada em
valores humanos e outros valores naturais, dentro do espírito da
razão e do livre-pensamento, com base nas capacidades humanas.
O Humanismo não é teísta e não aceita visões sobrenaturais da
realidade."
IHEU - Minimum Statement on Humanism
"A palavra Humanismo deriva do latim humanus, que significa
"humano". Podemos definir brevemente um humanista como
alguém cuja visão do mundo confere grande importância aos seres
humanos, à vida e ao valor do ser humano. O Humanismo realça a
liberdade do indivíduo, a razão, as oportunidades e os direitos."
Gaarder, Jostein em O Livro das Religiões
"... Procura, sem recorrer à religião, o melhor nos seres humanos e
para os seres humanos."
Chambers Pocket Dictionary (Dicionário de Bolso Chambers)
"... Uma doutrina, atitude, ou modo de viver centrado nos interesses
ou valores humanos; em particular: uma filosofia que normalmente
rejeita o sobrenatural e dá enfâse à dignidade do indivíduo e ao seu
valor e capacidade para a auto-realização pessoal através do uso
da razão."
Merriam Webster Dictionary (Dicionário Merriam Webster)
"... Um apelo ao uso da razão, em vez de revelações ou
autoridades religiosas, como uma forma de partir à descoberta do
mundo natural e do destino do homem, e, também, para
desenvolver uma base para a moralidade... A ética humanista
também se distingue por a sua acção moral ter como objectivo
alcançar o bem-estar da humanidade, em vez de procurar cumprir a
vontade de Deus."
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Iluminismo
O século XVIII é, por excelência, na Europa, o «século das Luzes».
Como movimento cultural, o iluminismo expressava uma nova forma
de conceber o ser humano,
conferindo um inegável valor
às faculdades intelectuais do
homem. Mais do que uma
filosofia, o iluminismo
constituía uma mentalidade,
uma concepção unitária do
mundo e da vida, cujo
aspecto fundamental se
traduzia numa fé
extraordinária nas forças da
razão, que seria capaz de
resolver definitivamente os
problemas da vida, da ciência
e do homem. Políticos,
diplomatas, homens de letras e cientistas deixaram-se, então,
dominar por uma filosofia que exaltava a razão subjectiva e crítica
como expressão de um novo humanismo. Dá-se, assim, aquilo que
alguns autores designam como «crise de consciência europeia».
Deveria, pois, cultivar-se tudo o que esclarecesse o homem e lhe
desse consciência do seu mundo. A razão crítica seria a principal
responsável pela condução do espírito em direcção às grandes
verdades, que fariam do homem um ser autónomo, pensante e
actuante.
A fé na ciência, isto é, o «cientifismo» constituiu um dos aspectos
essenciais do movimento. A ciência teve, aliás, um papel de relevo
no movimento filosófico do «Século das Luzes», assumindo-se
como um agente poderoso de progresso social pelo facto de
permitir uma melhoria considerável das condições de vida do
homem. Os progressos científicos verificados ficaram,
incontestavelmente, a dever-se a uma confiança quase ilimitada nas
possibilidades infinitas da inteligência humana.
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Segundo os filósofos iluministas, o
homem vivera, até então, na
obscuridade, nas trevas. Seria,
portanto, necessário libertá-lo,
iluminando-o, de forma a que
pudesse ainda desfrutar das
vantagens do progresso. A difusão
do iluminismo criava, inclusivamente,
uma fé imensa no progresso de toda
a humanidade.
Essa difusão partiu, essencialmente,
das cidades com fortes relações
comerciais, tais como Amsterdão,
Londres ou Hamburgo. No entanto, o
iluminismo não se desenvolveu da
mesma forma em cada um dos países que por ele foram atingidos.
Assumindo formas variadas consoante os cenários em que se
desenvolveu, a doutrina das Luzes impôs-se em Portugal, já um
pouco tarde, no quadro político do despotismo régio.
Foi no reinado de D.José I que, sobretudo através de influências
francesas, italianas e inglesas, o nosso país foi atingido pelo
espírito das Luzes, que surgiu vinculado ao iluminismo italiano, com
marcas dominantes de reformismo e de pedagogismo.
As Luzes serviram, deste modo, para fundamentar a política régia
de que o Marquês de Pombal foi o símbolo. O iluminismo conferia
ao poder real o apoio doutrinário para que essa autoridade se
exercesse sem limitações. As leis deveriam cumprir-se porque tal
era desígnio do soberano, o que conduzia a um enorme respeito
devido ao rei por todos os estratos sociais da nação.
O Marquês de Pombal depressa se apercebeu dos riscos que
poderiam advir da livre circulação de correntes opostas ao
despotismo iluminado. O perigo resultava, sobretudo, da entrada de
obras estrangeiras em que se defendiam princípios opostos aos da
actuação pombalina. Foi por esta razão que acabou, então, por se
criar a Real Mesa Censória.
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O iluminismo pombalino constituiu, portanto, uma filosofia de acção,
servindo a doutrina para fortalecer o poder real, pelo que o Estado
se considerava no direito de intervir em todos os sectores da vida
nacional.
Classicismo
O Classicismo surgiu no auge do Movimento Renascentista,
estimulado pelo poder económico que se concentrava em Portugal.
Elaborado durante o período áureo da Renascença na Itália,
adoptou como modelos os textos gregos e latinos. Suas
características são: racionalismo, universalismo, nacionalismo. Sua
forma de inspiração clássica
foram os 'Sonetos', de Luís
Vaz de Camões. Na segunda
metade do séc. XV, o
Renascimento começa a se
expandir aos demais países
europeus. Em cada país esse
movimento vai adquirindo
aspectos diferentes. Apesar
dessa diversidade o
movimento mantém uma
característica comum: o
rompimento com o principal marco do feudalismo: o teocentrismo.
Com a decadência do sistema feudal, os renascentistas passam a
ter interesse pelo ser humano e a valorizá-lo. O Homem é
considerado o centro do universo, a sua principal figura:
antropocentrismo. Para os renascentistas, a natureza é tida como o
reino do homem, o qual é capaz de dominar as coisas do mundo,
aberto às pesquisas e investigações científicas. O classicismo,
como movimento literário, resulta do Renascimento. E ele foi
elaborado durante o período áureo da Renascença da Itália. Para
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bem entendermos essa época literária, é importante o
conhecimento de fatos que compõem o panorama histórico da
Europa nesse período:
O UNIVERSALISMO
Para o clássico, a obra de arte prende-se a uma realidade
idealizada; uma concepção artística transcendente, baseada no
Bem, no Belo, no Verdadeiro - valores passíveis de imitação. A
função do artista é a de criar a realidade circundante naquilo que
ela tem de universal.
O RACIONALISMO
Os autores clássicos submetem suas emoções ao controle da
razão. Ao abandonar o teocentrismo, o homem deste período afasta
os temores da idade média e passa a crer em suas potencialidades,
incluindo nelas a habilidade de raciocinar. A cultura clássica é uma
cultura da racionalidade.
A PERFEIÇÃO FORMAL
Preocupados com o equilíbrio e a harmonia de seus textos, os
autores clássicos adoptam a chamada medida nova para os
poemas: versos decassílabos e o uso frequente de sonetos
(anteriormente chamava-se a medida velha: redondilhas). A rima e
a métrica atendem a esse ideal de perfeição, sendo
cuidadosamente elaboradas pelos autores clássicos.
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ESTILISMO
Os clássicos evitam a vulgaridade. O Classicismo tende à
realização de uma arte de elite, o que reflecte a organização social
da época. A concepção clássica foi introduzida em Portugal por Sá
de Miranda, ao regressar da Itália, onde conheceu novos conceitos
de arte e novas formas poéticas.
Consequências da Revolução Francesa
A revolução foi uma ruptura em todos os domínios.
Primeiramente, no domínio político: depois de mil anos de
estabilidade na França, começou o reinado da instabilidade, isto é,
a sucessão de regimes, de repúblicas, de governos, de partidos.
Desde 1789, a França anda à busca de uma legitimidade. O
assassinato do rei Luiz XVI, crime premeditado, crime deliberado
bem antes do processo que lhe foi intentado, como mostra um
recente livro de Madame Coursac, revestiu-se de uma significação
profunda: foi um parricídio.
Ruptura no domínio das instituições e das leis: mil anos de leis, de
costumes, de instituições, de privilégios, de liberdades, abolidos de
repente, sem motivos.
Ruptura e degradação de uma sociedade: de um dia para o outro
acabaram-se as ordens, as corporações, as confrarias, as
companhias, e o indivíduo se viu sozinho diante do Estado.
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E o que dizer de todas as conseqüências que se seguiram?
O atraso econômico em primeiro lugar. No século XVIII a França
multiplicara por quatro seu comércio exterior. Vira uma notável
expansão de sua costa atlântica. O crescimento só retornará no
Império, mas não passará de uma recuperação das perdas sofridas
durante a Revolução.
Em seguida, o atraso demográfico. Desde 1801, na França, a curva
de jovens é constantemente decrescente. No século XVIII, sua
população crescia no mesmo ritmo que a da Inglaterra. A partir de
1800 nota-se o crescimento da população britânica, a estagnação
da população francesa. Em 1901, a densidade britânica é de 163
habitantes por km2, a francesa de 73.
Atraso enfim no ensino. De um dia para o outro, dissolveu-se uma
rede de escolas que era a mais completa e a mais bela de toda a
Europa (vinte e uma universidades, mais de duzentos colégios,
milhares de escolas primárias) e não a substituíram por nada ou
quase nada.
Depois da Revolução, foram necessários 30 anos para
reconstruírem uma rede escolar tão densa quanto a do "Ancient
Régime". Em 1790, a supressão das ordens religiosas teve, no
domínio da vida espiritual, conseqüências desastrosas
incalculáveis; milhares de mosteiros com seus arquivos, suas
bibliotecas, eram centros de vida intelectual erudita. A Revolução
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expulsou os monges, os edifícios foram deixados ao abandono,
grande quantidade de livros e manuscritos foram perdidos.
Mas tudo isso não é nada ao lado da apostasia. A Constituinte
provocou o cisma. A Assembléia e a Convenção perseguiram a
religião católica e descristianizaram sistematicamente a França. O
resultado é fácil de ver: em 1801, no momento da Concordata, a
proporção de franceses católicos praticantes caiu de 99% para
50%. A metade da nação francesa deu as costas para Deus. Um
século mais tarde, depois de prodígios de apostolado e de
santidade, o inventário era o mesmo: em 1914, 50% dos franceses
fazem a Páscoa. O que quer dizer que a metade perdida entre 1789
e 1801, a Igreja nunca mais recuperou.
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