2.
Conhecer os paradigmas emergentes na ciência – e
diversas áreas do conhecimento – e relacioná-los à
corporeidade.
Analisar as diferentes correntes de pensamento sobre
o corpo.
Refletir sobre o fenômeno da corporeidade e
motricidade humana como fundamento para uma
melhor atuação pedagógico-profissional.
3.
Hoje em dia, o corpo pode ser estudado de diversas
formas e em variados contextos, principalmente na
Educação Física, em que as áreas de estudos podem
ser divididas em contextos biológicos, psicológicos e
sociais. Porém a observação do corpo deve ser vista e
reconhecida como uma totalidade de aspectos, que
interagem e se interligam criando uma reflexão de
sensações que constituem esse corpo.
4.
A corporeidade é caracterizada pelo preenchimento
do espaço pela ação do movimento, criando um
homem como o ser no mundo, resgatando a ideia de
interação do sujeito influenciado pela cultura, e a
cultura sendo modificada pelo sujeito.
5.
Na Grécia antiga, não tinham a preocupação ou não
colocavam em questão a dicotomia entre corpo e
alma.
Platão (429-347 a.C.)
Platão desenvolveu uma visão fundamentada em
uma divisão do mundo: real e ideal
O pensamento do corpo – da Grécia
Antiga à Idade Moderna
6.
Mundo sensível: uma realidade sensível, captada
pelos sentidos compostos de matéria, que é dado à
corrupção. Os objetos produzidos nesse mundo são
cópias das ideias (mundo ideal) perfeitas, porém a
matéria é corroída pelo tempo e está fadada ao
desaparecimento.
7.
Mundo inteligível: uma realidade ideal, captada
somente pelo intelecto – a última verdade de todas
as coisas –, perfeito e eterno, sem transformações,
pois as coisas serão como sempre foram.
10.
A alma superior está ligada à racionalidade, é
responsável pelos pensamentos e, segundo o filósofo,
está localizada na cabeça. As almas inferiores,
ligadas a bens materiais e à luxúria – responsável
pelos desejos –, têm sua localização na região abaixo
do abdome. Por fim, a alma irascível, responsável
pelas emoções e paixões, encontra-se no peito do ser
humano
11.
Tendo essa ideia de corpo controlado pela alma,
Platão afirma que existem três tipos de
temperamento ou caráter, que advêm dessas almas,
os quais determinavam a ordem social e educacional
da Grécia Antiga (GALLO, 2006):
12.
Caráter concupiscível: a alma inferior é
predominante e faz tomar decisões com base nos
desejos.
Caráter irascível: a alma que predomina marca as
decisões do ser humano com base nas emoções.
Caráter racional: a alma superior predomina, e as
decisões são fundamentadas na racionalidade ou no
uso da razão. ‘
14.
A partir do Renascimento, foi favorecida a
racionalidade, apoiada em uma série de avanços
científicos e técnicos, tendo uma valorização do
trabalho, principalmente do intelecto e da
capacidade de criação e transformação do mundo,
modificados conforme a necessidade do homem
(NASCIMENTO; BAUAB, 2010; GONÇALVES,
2012).
O corpo – do Renascimento a uma
nova concepção com o capitalismo
16.
Esse método, desenvolvido por Descartes (2009), é a
única maneira de obter o entendimento do
conhecimento e da ciência, aplicando-se em todas as
perspectivas da sociedade, até mesmo para o próprio
corpo, ao considerar “um pensamento puro a
correspondência ou adequação da ideia ao ideado,
do sujeito e objeto, a existência e a veracidade
divinas [...] e a distinção real entre alma e corpo”
(CARDIM, 2009, p. 30).
18.
Para esse filósofo, fica claro que é o pensamento que
controla a extensão, ou seja, o corpo não é capaz de
se movimentar, sentir e pensar, mas é movido por
algo que lhe é tocado, no caso, o que move o corpo é
a alma (GALLO, 2006).
19.
A filosofia cartesiana proposta por Descartes toma
como verdade a alma em detrimento do corpo, por
causa da busca do conhecimento verdadeiro, e a
única forma de obter e produzir esse conhecimento é
pela razão, que é uma faculdade da alma, enquanto o
corpo, por meio dos sentidos e das sensações, como
sede, é capaz de enganar o ser humano.
20.
Com esse pensamento, Descartes foi um dos
precursores da Era Moderna com o paradigma
cartesiano (VILELA; MENDES, 2003), pelo qual se
julgava que a única forma de se adquirir
conhecimento era por meio da razão e do
pensamento intelectual.