SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
Disciplina de
Reumatologia
Relato de Caso
Relato de caso
Paciente do sexo feminino, 46 anos, branca, natural e
residente em São Paulo. Iniciou acompanhamento em
serviço de reumatologia em abril de 1991 com história de
poliartrite simétrica envolvendo pequenas e grandes
articulações, xeroftalmia e xerostomia há dois anos.
Relato de Caso
Na ocasião, apresentavaNa ocasião, apresentava:
▪ Schirmer < 5 mm em ambos os olhos
▪Rosa Bengala positivo
▪Hipergamaglobulinemia com mielograma normal
▪FAN 1/200 com anti-Ro positivo, FR 320UI/ml (normal até 25UI/ml),
WR 1/160 (normal até 1/20), CH100 280U/ml (normal de 150-
350U/ml), VHS 40 mm/1.ª hora.
▪Radiografia das mãos mostrava osteopenia periarticular das
articulações acometidas.
Teste de Schirmer
Teste de olho seco com corante rosa bengala. As áreas coradas
correspondem às células epiteliais degeneradas da córnea.
Hipergamaglobulinemia policlonal
Osteopenia justa-articular
Qual o diagnóstico?
▪ Feito diagnóstico de síndrome de Sjögren primária de acordo com os critérios de
classificação do ACR.
▪ Iniciado tratamento com prednisona 10 mg/dia associado a difosfato de cloroquina e
AINH. Entre abril de 1992 e janeiro de 1997 fez uso de prednisona 10mg/dia,
difosfato de cloroquina 250 mg/dia, além de ter sido associado metotrexate na dose
média de 10 mg/semana (dose máxima de 12,5mg/ semana) pela persistência do
quadro articular.
▪ Em 1997, substituído o difosfato de cloroquina por sulfassalazina também em
virtude do quadro articular.
▪ Em janeiro de 2000, como a paciente mantinha artrite apesar do uso de metotrexate
20mg/semana e sulfassalazina 2g/dia, a sulfassalazina foi substituída por
azatioprina 100 mg/dia.
Evolução
▪ Em março de 2000 a paciente evoluiu com púrpura de membros inferiorespúrpura de membros inferiores. A biópsia
de pele mostrou vasculite leucocitoclásticavasculite leucocitoclástica, pesquisa de crioglobulinas negativa,
imunocomplexos de 156 mcg/ml (normal até 35mcg/ml); anti HCV, anti-Hbc total e
anti-HIV negativos; CH100 280U/ ml (normal de 150-350U/ml), gama-globulinas
2,56g/dl (monoclonal) e VHS 85 mm/1.ª hora. Instituído tratamento com prednisona
1mg/kg/dia e suspensa azatioprina com regressão completa das lesões em um mês.
Evolução
▪ Em dezembro de 2000 reintroduziu-se sulfassalazina em associação com
metotrexate por persistência da artrite.
Evolução
▪ De dezembro de 2000 a fevereiro de 2002 permaneceu em uso de
metotrexate associado a sulfassalazina e corticóide em dose baixa.
▪ Em fevereiro de 2002 a paciente apresentou novo episódio de púrpura
em membros inferiores, introduzido prednisona 10mg/dia e
azatioprina 100mg/dia com suspensão do metotrexate.
▪ Evoluiu com regressão completa da púrpura em um mês.
Evolução
▪ Em setembro de 2002 voltou a apresentar púrpura discreta em terço distal
da perna direita, quando foi introduzido prednisona 30 mg/dia e aumentada
azatioprina para 150 mg/dia. A paciente retorna duas semanas após com
cinco úlceras na perna direita, a maior com 10cm de diâmetro com bordas
eritêmato-violáceas e fundo necrótico com áreas ainda sem delimitação (Fig
1)
Evolução
▪ Imunocomplexos e CH100 sem alterações, ANCA e crioglobulinas negativas. Biópsia
da lesão mostrou vasculite hialinizante de pequenos vasos. Aumentado prednisona
para 40mg/dia e iniciado pulso de ciclofosfamida na dose de 1g mensal.
▪ Após quatro pulsos de ciclofosfamida a paciente evoluiu com cicatrização quase
completa das lesões cutâneas (Figura 2).
Conclusão
▪ A freqüência de lesões da pele de origem inflamatória vascular na SS é estimada em
20% a 30%(2)
.
▪ Duas formas clínicas específicas de vasculite cutâneavasculite cutânea, a púrpura palpável epúrpura palpável e
urticária crônica são predominantesurticária crônica são predominantes.
▪ Dois tipos histológicos de vasculite cutâneavasculite cutânea foram descritos, um
leucocitoclásticoleucocitoclástico (ou neutrofílico) e o outro mononuclearmononuclear.
▪ Ambos estão associados com o mesmo espectro de apresentação clínica cutânea,
entretanto têm sido associados a sorologias distintas.
▪ A leucocitoclásticaleucocitoclástica está associada à presença de anticorpos anti-Ro,
hipergamaglobulinemia, fator antinúcleo e fator reumatóide, enquanto essas
anormalidades sorológicas estão normalmente ausentes na variante
mononuclearmononuclear
O que é Síndrome de Sjögren?
▪ A síndrome de Sjögren é uma doença auto-imune crônica
caracterizada por xerostomia, xeroftalmia, e está algumas
vezes associada às doenças do colágeno, como a artrite
reumatóide.
Etiopatogenia
▪ A etiopatogenia da síndrome de Sjögren ainda não é totalmente conhecida, mas tem
sido considerada como uma desordem auto-imune crônica, caracterizada pela
diminuição ou perda total da função das glândulas salivares e lacrimais, evidenciada
pela redução na sua secreção, alteração na qualidade e composição da saliva e da
lágrima e na infiltração linfocitária das mesmas.
Auto-anticorpos
▪ A presença de um grande número de auto-anticorpos, como fator
reumatóide (FR), fatores antinucleares (FAN), anticorpos e antígenos
nucleares extraíveis [Ro(SS-A), La(SS-B)] e anticorpos contra antígenos
órgãos-específicos, como aqueles encontrados nas células dos ductos
salivares, é comum na síndrome de Sjögren.
Quadro clínico
▪ A síndrome de Sjögren apresenta-se clinicamente com variada sintomatologia, sendo
a secura da boca e olhossecura da boca e olhos os sintomas mais freqüentemente relatados.
▪ O sintoma mais comum é a xerostomiaxerostomia, associada à dificuldade nadificuldade na
deglutiçãodeglutição e fonaçãofonação, língua despapiladalíngua despapilada, fissurada e eritematosafissurada e eritematosa;
aumento do número de cáriesaumento do número de cáries, além do aumento volumétrico nasaumento volumétrico nas
glândulas salivaresglândulas salivares, principalmente na parótida, também têm sido relatados
Quadro clínico
▪ Dentre os sintomas oculares, a xeroftalmiaxeroftalmia é o mais comum, acompanhada pelas
sensações de areia nos olhos, ardênciaardência e fotofobiafotofobia.
▪ Existem duas formas de síndrome de Sjögren: a primáriaprimária, ou síndrome seca, com
envolvimento salivar e lacrimal, e a secundáriasecundária, que, além de apresentar os
sintomas da síndrome primária, está associada às doenças do colágenodoenças do colágeno ou
auto-imunes, especialmente a artrite reumatóide. Outras doenças, como lupuslupus
eritematoso sistêmicoeritematoso sistêmico, cirrose biliar primáriacirrose biliar primária e esclerodermaescleroderma,
podem estar associadas à síndrome.
Quadro clínico
▪ Outros tecidos do corpo podem ser afetados na Síndrome deSíndrome de
SjögrenSjögren, como a pele, mucosa nasal e vaginal, que podem se
apresentar freqüentemente secas, além dos pulmões, rins, sistemas
gastrointestinal, nervoso e hematológico. A fadiga é relativamente
comum e a depressão pode ocorrer em alguns casos
Doença de
Behçet
Considerações Gerais
Introdução
▪ A Doença de Behçet é um distúrbio inflamatório, multissistêmico, que se manifesta
por alterações muco-cutâneas, oculares, vasculares, gastrointestinais, articulares,
urogenitais, pulmonares, renais e neurológicas.
▪ O diagnóstico é clínico, não há exame laboratorial específico. O tratamento está na
dependência das manifestações.
Quadro clínico e Diagnóstico
▪ O diagnóstico é baseado em critérios clínicos:
▪ Úlceras orais recorrentes e mais dois critérios: Úlcera genital
recorrente, Lesão oftálmica (uveíte anterior, uveíte posterior,vasculite
retiniana), Lesão cutânea (lesões pápulo-pustulosas ou lesões eritema
nodosolike), Patergia (reação vascular neutrofílica ou vasculite
leucocitoclástica).
▪ Pode evoluir com alterações vasculares, gastrointestinais, articulares,
urogenitais, pulmonares, renais e neurológicas, além do quadro clínico
característico.
Aftas orais
Lesões pápulo-pustulosas
Lesões eritema nodoso-like
Teste da patergia positivo
Tratamento
▪ O tratamento tópico ou sistêmico, está na dependência das manifestações
apresentadas, sendo descritos: antisépticos, anestésicos, anti-inflamatórios,
sucralfato, nitrato de prata, corticóide, pentoxifilina, ciclofosfamida, dapsona,
levamisol, azatioprina, talidomida, ciclosporina, colchicina, interferon-alfa, anti-TNF.
Sjogren x behçet

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOpauloalambert
 
Depressão e demência no idoso 1
Depressão e demência no idoso 1Depressão e demência no idoso 1
Depressão e demência no idoso 1Ana Lopes
 
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.luzienne moraes
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)blogped1
 
Perfil dos portadores de alzheimer
Perfil dos portadores de alzheimerPerfil dos portadores de alzheimer
Perfil dos portadores de alzheimerTCC_FARMACIA_FEF
 
Perturbações do equilibrio
Perturbações do equilibrioPerturbações do equilibrio
Perturbações do equilibrioPaulo Alambert
 
Delirium em idosos
Delirium em idososDelirium em idosos
Delirium em idososVr Medcare
 
Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Layla Aquino
 
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...Thamyres Procopio
 
Entendendo o lúpus
Entendendo o lúpusEntendendo o lúpus
Entendendo o lúpusReumatoguia
 
Esclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slidesEsclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slideskmillaalves
 

Mais procurados (20)

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 
Depressão e demência no idoso 1
Depressão e demência no idoso 1Depressão e demência no idoso 1
Depressão e demência no idoso 1
 
Condutas
CondutasCondutas
Condutas
 
EMcontros: Papel do Enfermeiro na Esclerose Multipla
EMcontros: Papel do Enfermeiro na Esclerose MultiplaEMcontros: Papel do Enfermeiro na Esclerose Multipla
EMcontros: Papel do Enfermeiro na Esclerose Multipla
 
Enxaqueca
EnxaquecaEnxaqueca
Enxaqueca
 
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.
Saúde do Idoso - Disciplina Processo Saúde Doença e Educação em Saúde.
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
SÍNDROME DE SJÖGREN
 SÍNDROME DE SJÖGREN SÍNDROME DE SJÖGREN
SÍNDROME DE SJÖGREN
 
Perfil dos portadores de alzheimer
Perfil dos portadores de alzheimerPerfil dos portadores de alzheimer
Perfil dos portadores de alzheimer
 
Perturbações do equilibrio
Perturbações do equilibrioPerturbações do equilibrio
Perturbações do equilibrio
 
Esclerose multipla1
Esclerose multipla1Esclerose multipla1
Esclerose multipla1
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
1 de dezembro Dia mundial da luta contra a AIDS
1 de dezembro Dia mundial da luta contra a AIDS1 de dezembro Dia mundial da luta contra a AIDS
1 de dezembro Dia mundial da luta contra a AIDS
 
Delirium em idosos
Delirium em idososDelirium em idosos
Delirium em idosos
 
Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla
 
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRI...
 
Entendendo o lúpus
Entendendo o lúpusEntendendo o lúpus
Entendendo o lúpus
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Esclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slidesEsclerose múltipla slides
Esclerose múltipla slides
 
Síndrome de Down
Síndrome de DownSíndrome de Down
Síndrome de Down
 

Destaque

Doença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoDoença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoPaulo Alambert
 
Programa de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestrePrograma de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestrePaulo Alambert
 
Artrite idiopática juvenil e febre Reumática
Artrite idiopática juvenil e febre ReumáticaArtrite idiopática juvenil e febre Reumática
Artrite idiopática juvenil e febre ReumáticaPaulo Alambert
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositePaulo Alambert
 
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartritesDiagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartritesPaulo Alambert
 
Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016pauloalambert
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisPaulo Alambert
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambert
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.AlambertLombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambert
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambertpauloalambert
 
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA B
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA BPROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA B
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA Bpauloalambert
 
Monoartrite à esclarecer rc
Monoartrite à esclarecer rcMonoartrite à esclarecer rc
Monoartrite à esclarecer rcpauloalambert
 
Prog reuma 2015 1º sem
Prog reuma 2015 1º semProg reuma 2015 1º sem
Prog reuma 2015 1º sempauloalambert
 
Doença reumatóide 1
Doença reumatóide 1Doença reumatóide 1
Doença reumatóide 1pauloalambert
 
Apresentação 1º sem 2015
Apresentação 1º sem 2015Apresentação 1º sem 2015
Apresentação 1º sem 2015pauloalambert
 

Destaque (20)

Vasculites II
Vasculites IIVasculites II
Vasculites II
 
Esclerodermia fry
Esclerodermia fryEsclerodermia fry
Esclerodermia fry
 
Doença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoDoença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido Conjuntivo
 
Programa de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestrePrograma de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestre
 
Artrite idiopática juvenil e febre Reumática
Artrite idiopática juvenil e febre ReumáticaArtrite idiopática juvenil e febre Reumática
Artrite idiopática juvenil e febre Reumática
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiosite
 
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartritesDiagnósticos Diferenciais das monoartrites
Diagnósticos Diferenciais das monoartrites
 
Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016Artropatias microcristalinas 2016
Artropatias microcristalinas 2016
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciais
 
Vasculites I
Vasculites IVasculites I
Vasculites I
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambert
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.AlambertLombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambert
Lombociatalgia e cervicobraquialgia Prof.Alambert
 
Osteoporose 2015
Osteoporose 2015Osteoporose 2015
Osteoporose 2015
 
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA B
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA BPROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA B
PROGRAMA DE REUMATOLOGIA 2015 TURMA B
 
Monoartrite à esclarecer rc
Monoartrite à esclarecer rcMonoartrite à esclarecer rc
Monoartrite à esclarecer rc
 
Prog reuma 2015 1º sem
Prog reuma 2015 1º semProg reuma 2015 1º sem
Prog reuma 2015 1º sem
 
Doença reumatóide 1
Doença reumatóide 1Doença reumatóide 1
Doença reumatóide 1
 
Calendário
CalendárioCalendário
Calendário
 
Apresentação 1º sem 2015
Apresentação 1º sem 2015Apresentação 1º sem 2015
Apresentação 1º sem 2015
 
Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)Luiza reumato (1)
Luiza reumato (1)
 
Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 

Semelhante a Sjogren x behçet

Apresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaApresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaDalla Pozza
 
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidezLúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidezmedtubebrasil
 
Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Nay Ribeiro
 
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdfSemiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdfJucie Vasconcelos
 
Síndrome de Sturge-Weber
Síndrome de Sturge-WeberSíndrome de Sturge-Weber
Síndrome de Sturge-WeberFloriza Gomide
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticaSindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticapauloalambert
 
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenDoença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenRômulo Augusto
 
Manifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisManifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisAna Beatriz
 
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruAfecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruCibelle Viero
 
Trabalho Professora B.A.E.pptx
Trabalho Professora B.A.E.pptxTrabalho Professora B.A.E.pptx
Trabalho Professora B.A.E.pptxFabioGuedesMoreira
 
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)William Castilho
 

Semelhante a Sjogren x behçet (20)

Síndrome de sjogren
Síndrome de sjogrenSíndrome de sjogren
Síndrome de sjogren
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
NEFROLOGIA.pptx
NEFROLOGIA.pptxNEFROLOGIA.pptx
NEFROLOGIA.pptx
 
Apresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaApresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite aguda
 
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidezLúpus eritematoso sistêmico na gravidez
Lúpus eritematoso sistêmico na gravidez
 
Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica
 
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdfSemiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
 
Sindreme nefrotica
Sindreme nefroticaSindreme nefrotica
Sindreme nefrotica
 
Síndrome de Sturge-Weber
Síndrome de Sturge-WeberSíndrome de Sturge-Weber
Síndrome de Sturge-Weber
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticaSindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenDoença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
 
Manifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisManifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e orais
 
Anemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefróticaAnemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefrótica
 
Sle 2014
Sle 2014Sle 2014
Sle 2014
 
Cartilha sbr lupus
Cartilha sbr lupusCartilha sbr lupus
Cartilha sbr lupus
 
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruAfecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
 
LES SBR
LES SBRLES SBR
LES SBR
 
Trabalho Professora B.A.E.pptx
Trabalho Professora B.A.E.pptxTrabalho Professora B.A.E.pptx
Trabalho Professora B.A.E.pptx
 
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
 

Mais de Paulo Alambert

Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Paulo Alambert
 
Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Paulo Alambert
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Esclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanEsclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanPaulo Alambert
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Dor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresDor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresPaulo Alambert
 
Dor em membros superiores
Dor em membros superioresDor em membros superiores
Dor em membros superioresPaulo Alambert
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaLombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaPaulo Alambert
 
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Paulo Alambert
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Paulo Alambert
 

Mais de Paulo Alambert (20)

Osteoporose 2019
Osteoporose 2019Osteoporose 2019
Osteoporose 2019
 
Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19Partes moles membros inferiores 19
Partes moles membros inferiores 19
 
Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19
 
Dtp18 video
Dtp18 videoDtp18 video
Dtp18 video
 
Dtp18 video
Dtp18 videoDtp18 video
Dtp18 video
 
Dtp17 sp
Dtp17 spDtp17 sp
Dtp17 sp
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso Sistêmico
 
Gota.pdf19 re
Gota.pdf19 reGota.pdf19 re
Gota.pdf19 re
 
Esclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renanEsclerose sistêmica.pdf renan
Esclerose sistêmica.pdf renan
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Dor nos membros Inferiores
Dor nos membros InferioresDor nos membros Inferiores
Dor nos membros Inferiores
 
Dor em membros superiores
Dor em membros superioresDor em membros superiores
Dor em membros superiores
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017
 
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgiaLombociatalgia e cervicobraquialgia
Lombociatalgia e cervicobraquialgia
 
Artrite reumatóide
Artrite reumatóideArtrite reumatóide
Artrite reumatóide
 
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário Sintomas e exame físico do aparelho urinário
Sintomas e exame físico do aparelho urinário
 
Fibromialgia
FibromialgiaFibromialgia
Fibromialgia
 
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
Diagnósticos diferenciais das monoartrites.
 
Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017Osteoartrite 2017
Osteoartrite 2017
 

Último

INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfDaianaBittencourt
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.ColorNet
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 

Último (7)

INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 

Sjogren x behçet

  • 2. Relato de caso Paciente do sexo feminino, 46 anos, branca, natural e residente em São Paulo. Iniciou acompanhamento em serviço de reumatologia em abril de 1991 com história de poliartrite simétrica envolvendo pequenas e grandes articulações, xeroftalmia e xerostomia há dois anos.
  • 3. Relato de Caso Na ocasião, apresentavaNa ocasião, apresentava: ▪ Schirmer < 5 mm em ambos os olhos ▪Rosa Bengala positivo ▪Hipergamaglobulinemia com mielograma normal ▪FAN 1/200 com anti-Ro positivo, FR 320UI/ml (normal até 25UI/ml), WR 1/160 (normal até 1/20), CH100 280U/ml (normal de 150- 350U/ml), VHS 40 mm/1.ª hora. ▪Radiografia das mãos mostrava osteopenia periarticular das articulações acometidas.
  • 4. Teste de Schirmer Teste de olho seco com corante rosa bengala. As áreas coradas correspondem às células epiteliais degeneradas da córnea.
  • 7. Qual o diagnóstico? ▪ Feito diagnóstico de síndrome de Sjögren primária de acordo com os critérios de classificação do ACR. ▪ Iniciado tratamento com prednisona 10 mg/dia associado a difosfato de cloroquina e AINH. Entre abril de 1992 e janeiro de 1997 fez uso de prednisona 10mg/dia, difosfato de cloroquina 250 mg/dia, além de ter sido associado metotrexate na dose média de 10 mg/semana (dose máxima de 12,5mg/ semana) pela persistência do quadro articular. ▪ Em 1997, substituído o difosfato de cloroquina por sulfassalazina também em virtude do quadro articular. ▪ Em janeiro de 2000, como a paciente mantinha artrite apesar do uso de metotrexate 20mg/semana e sulfassalazina 2g/dia, a sulfassalazina foi substituída por azatioprina 100 mg/dia.
  • 8. Evolução ▪ Em março de 2000 a paciente evoluiu com púrpura de membros inferiorespúrpura de membros inferiores. A biópsia de pele mostrou vasculite leucocitoclásticavasculite leucocitoclástica, pesquisa de crioglobulinas negativa, imunocomplexos de 156 mcg/ml (normal até 35mcg/ml); anti HCV, anti-Hbc total e anti-HIV negativos; CH100 280U/ ml (normal de 150-350U/ml), gama-globulinas 2,56g/dl (monoclonal) e VHS 85 mm/1.ª hora. Instituído tratamento com prednisona 1mg/kg/dia e suspensa azatioprina com regressão completa das lesões em um mês.
  • 9. Evolução ▪ Em dezembro de 2000 reintroduziu-se sulfassalazina em associação com metotrexate por persistência da artrite.
  • 10. Evolução ▪ De dezembro de 2000 a fevereiro de 2002 permaneceu em uso de metotrexate associado a sulfassalazina e corticóide em dose baixa. ▪ Em fevereiro de 2002 a paciente apresentou novo episódio de púrpura em membros inferiores, introduzido prednisona 10mg/dia e azatioprina 100mg/dia com suspensão do metotrexate. ▪ Evoluiu com regressão completa da púrpura em um mês.
  • 11. Evolução ▪ Em setembro de 2002 voltou a apresentar púrpura discreta em terço distal da perna direita, quando foi introduzido prednisona 30 mg/dia e aumentada azatioprina para 150 mg/dia. A paciente retorna duas semanas após com cinco úlceras na perna direita, a maior com 10cm de diâmetro com bordas eritêmato-violáceas e fundo necrótico com áreas ainda sem delimitação (Fig 1)
  • 12. Evolução ▪ Imunocomplexos e CH100 sem alterações, ANCA e crioglobulinas negativas. Biópsia da lesão mostrou vasculite hialinizante de pequenos vasos. Aumentado prednisona para 40mg/dia e iniciado pulso de ciclofosfamida na dose de 1g mensal. ▪ Após quatro pulsos de ciclofosfamida a paciente evoluiu com cicatrização quase completa das lesões cutâneas (Figura 2).
  • 13. Conclusão ▪ A freqüência de lesões da pele de origem inflamatória vascular na SS é estimada em 20% a 30%(2) . ▪ Duas formas clínicas específicas de vasculite cutâneavasculite cutânea, a púrpura palpável epúrpura palpável e urticária crônica são predominantesurticária crônica são predominantes. ▪ Dois tipos histológicos de vasculite cutâneavasculite cutânea foram descritos, um leucocitoclásticoleucocitoclástico (ou neutrofílico) e o outro mononuclearmononuclear. ▪ Ambos estão associados com o mesmo espectro de apresentação clínica cutânea, entretanto têm sido associados a sorologias distintas. ▪ A leucocitoclásticaleucocitoclástica está associada à presença de anticorpos anti-Ro, hipergamaglobulinemia, fator antinúcleo e fator reumatóide, enquanto essas anormalidades sorológicas estão normalmente ausentes na variante mononuclearmononuclear
  • 14. O que é Síndrome de Sjögren? ▪ A síndrome de Sjögren é uma doença auto-imune crônica caracterizada por xerostomia, xeroftalmia, e está algumas vezes associada às doenças do colágeno, como a artrite reumatóide.
  • 15. Etiopatogenia ▪ A etiopatogenia da síndrome de Sjögren ainda não é totalmente conhecida, mas tem sido considerada como uma desordem auto-imune crônica, caracterizada pela diminuição ou perda total da função das glândulas salivares e lacrimais, evidenciada pela redução na sua secreção, alteração na qualidade e composição da saliva e da lágrima e na infiltração linfocitária das mesmas.
  • 16. Auto-anticorpos ▪ A presença de um grande número de auto-anticorpos, como fator reumatóide (FR), fatores antinucleares (FAN), anticorpos e antígenos nucleares extraíveis [Ro(SS-A), La(SS-B)] e anticorpos contra antígenos órgãos-específicos, como aqueles encontrados nas células dos ductos salivares, é comum na síndrome de Sjögren.
  • 17. Quadro clínico ▪ A síndrome de Sjögren apresenta-se clinicamente com variada sintomatologia, sendo a secura da boca e olhossecura da boca e olhos os sintomas mais freqüentemente relatados. ▪ O sintoma mais comum é a xerostomiaxerostomia, associada à dificuldade nadificuldade na deglutiçãodeglutição e fonaçãofonação, língua despapiladalíngua despapilada, fissurada e eritematosafissurada e eritematosa; aumento do número de cáriesaumento do número de cáries, além do aumento volumétrico nasaumento volumétrico nas glândulas salivaresglândulas salivares, principalmente na parótida, também têm sido relatados
  • 18. Quadro clínico ▪ Dentre os sintomas oculares, a xeroftalmiaxeroftalmia é o mais comum, acompanhada pelas sensações de areia nos olhos, ardênciaardência e fotofobiafotofobia. ▪ Existem duas formas de síndrome de Sjögren: a primáriaprimária, ou síndrome seca, com envolvimento salivar e lacrimal, e a secundáriasecundária, que, além de apresentar os sintomas da síndrome primária, está associada às doenças do colágenodoenças do colágeno ou auto-imunes, especialmente a artrite reumatóide. Outras doenças, como lupuslupus eritematoso sistêmicoeritematoso sistêmico, cirrose biliar primáriacirrose biliar primária e esclerodermaescleroderma, podem estar associadas à síndrome.
  • 19. Quadro clínico ▪ Outros tecidos do corpo podem ser afetados na Síndrome deSíndrome de SjögrenSjögren, como a pele, mucosa nasal e vaginal, que podem se apresentar freqüentemente secas, além dos pulmões, rins, sistemas gastrointestinal, nervoso e hematológico. A fadiga é relativamente comum e a depressão pode ocorrer em alguns casos
  • 20.
  • 22. Introdução ▪ A Doença de Behçet é um distúrbio inflamatório, multissistêmico, que se manifesta por alterações muco-cutâneas, oculares, vasculares, gastrointestinais, articulares, urogenitais, pulmonares, renais e neurológicas. ▪ O diagnóstico é clínico, não há exame laboratorial específico. O tratamento está na dependência das manifestações.
  • 23. Quadro clínico e Diagnóstico ▪ O diagnóstico é baseado em critérios clínicos: ▪ Úlceras orais recorrentes e mais dois critérios: Úlcera genital recorrente, Lesão oftálmica (uveíte anterior, uveíte posterior,vasculite retiniana), Lesão cutânea (lesões pápulo-pustulosas ou lesões eritema nodosolike), Patergia (reação vascular neutrofílica ou vasculite leucocitoclástica). ▪ Pode evoluir com alterações vasculares, gastrointestinais, articulares, urogenitais, pulmonares, renais e neurológicas, além do quadro clínico característico.
  • 27. Teste da patergia positivo
  • 28. Tratamento ▪ O tratamento tópico ou sistêmico, está na dependência das manifestações apresentadas, sendo descritos: antisépticos, anestésicos, anti-inflamatórios, sucralfato, nitrato de prata, corticóide, pentoxifilina, ciclofosfamida, dapsona, levamisol, azatioprina, talidomida, ciclosporina, colchicina, interferon-alfa, anti-TNF.