O documento discute conceitos fundamentais sobre desigualdade social, como a diferença entre diferença e desigualdade, minorias, justiça social e meritocracia. Apresenta diferentes formas de desigualdade e explicações de autores clássicos como Durkheim, Weber, Marx e Engels. Também aborda o conceito de capital cultural de Bourdieu e interseccionalidade. Por fim, discute as origens das desigualdades no Brasil em termos de escravidão, latifúndios e educação.
2. Conceitos que iremos trabalhar:
Distinção entre “diferença” e “desigualdade”
Minorias
Justa desigualdade
Propriedade privada
Luta de classes
Capital cultural
Interseccionalidade
Meritocracia
Justiça social
3. Diferença e Desigualdade
• “Diferença" e "desigualdade" são duas coisas distintas.
• Dá pra resumir mais ou menos assim: a desigualdade é quando as diferenças
implicam em vantagens para uns e desvantagens para outros, em termos de
acesso a recursos simbólicos, materiais, financeiros, serviços, direitos, etc. Ou
seja, um contexto de "igualdade" seria aquele em que, mesmo com as
diferenças entre indivíduos, todos teriam o mesmo acesso a esses bens na
sociedade.
• Cada sociedade gera formas de desigualdade específicas, que são o resultado
de como essas sociedades se organizam.
• As desigualdades assumem feições distintas porque são constituídas a partir
de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturas próprios de cada
tipo de organização.
• Na sociologia, os grupos em desvantagem econômica, política e jurídica são
chamados de MINORIAS.
4. Diferentes Formas de Manifestação das
Desigualdades
• Desigualdade econômica: desigualdade entre a distribuição de
renda.
• Desigualdade etnicorracial: desigualdade entre raças/etnias,
por exemplo negro, branco, amarelo, pardo...
• Desigualdade regional: desigualdade entre regiões, cidades e
estados.
• Desigualdade de gênero: desigualdade entre os sexos
(homens e mulheres).
7. Diferentes Interpretações e Explicações das
Desigualdades Entre os Povos
• Aristóteles: a desigualdade é natural e “devemos tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”.
• Platão: “justa desigualdade” onde cada cidadão ocupa seu lugar designado
pela sua natureza.
• Santo Agostinho (354-430) e São Thomas de Aquino (1225-1274): Deus
ordenava as desigualdades.
• Edmund Burke (1729-1797): a providência divina já abandonou os pobres.
• Thomas Robert Malthus (1766-1834): dar aos pobres não acaba com a
desigualdade e incentiva desordem e desobediência.
• Jean Jacques Rousseau (1712-1778): origem na propriedade privada e
insegurança.
8. Diferentes Interpretações e Explicações entre os
Clássicos da Sociologia
• Emile Durkheim (1858-1917): origem na divisão social do trabalho.
• Max Weber (1864-1920): se manifesta nos três tipos de estratificações, ou
seja, ocorrem no campo da economia, do status e do poder por meio da
diferenciação entre habilidades, qualificações e interesses.
• Karl Marx e Friedrich Engels (1818-1883): origem na luta de classes, na
propriedade privada dos meios de produção (capitalismo) e na questão da
dominação, que garante a manutenção e a reprodução das desigualdades.
Durkheim
Weber
Engels & Marx
9. Pierre Bourdieu e o conceito de capital cultural
• O sociólogo francês detectou mecanismos de conservação e reprodução das
desigualdades em todas as áreas da atividade humana, entre elas, o sistema
educacional.
• O livro A Reprodução (1970), escrito em parceria com Jean-Claude Passeron, analisou o
funcionamento do sistema escolar francês e concluiu que, em vez de ter uma função
transformadora, ele reproduz e reforça as desigualdades sociais.
• Quando a criança começa sua aprendizagem formal, segundo os autores, é recebida
num ambiente marcado pelo caráter de classe, desde a organização pedagógica até o
modo como prepara o futuro dos alunos.
• Para Bourdieu, a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de
transferência de capitais de uma geração para outra. É nela que o legado econômico da
família transforma-se em capital cultural. E este, segundo o sociólogo, está diretamente
relacionado ao desempenho dos alunos na sala de aula. Eles tendem a ser julgados pela
quantidade e pela qualidade do conhecimento que já trazem de casa, além de várias
"heranças", como a postura corporal e a habilidade de falar em público.
10. Pierre Bourdieu e o conceito de capital cultural
Frequentemente fazemos, sem perceber,
julgamentos severos com base em
motivos nada consistentes ou, pior,
preconceituosos. Na escola, é comum
alunos serem discriminados por causa de
sua aparência e seus hábitos. Você já
observou como muitas vezes isso é uma
manifestação de sentimentos de
superioridade de alguns grupos sociais em
relação a outros?
11. Interseccionalidade
• O conceito de “interseccionalidade” foi batizado desta maneira por
Kimberlé Williams Crenshaw. Esta mulher é uma feminista e professora
especializada nas questões de raça e de gênero. Ela usou este termo pela
primeira vez numa pesquisa em 1991 sobre as violências vividas pelas
mulheres de cores nas classes desfavorecidas nos Estados Unidos.
• Interseccionalidade é um conceito sociológico que estuda as interações
nas vidas das minorias, entre diversas estruturas de poder. Então, a
Interseccionalidade é a consequência de diferentes formas de dominação
ou de discriminação. Ela trata das interseções entre estes diversos
fenômenos.
13. Origem das desigualdades no Brasil
Origem na escravidão: após a abolição, a segregação dos negros foi
estrategicamente silenciosa. Os problemas de racismo historicamente
ocorridos no Brasil foram cobertos por uma roupagem demagógica e
hipócrita que não contribui para enfrentá-los, a exemplo do ocorrido nos
Estados Unidos ou na África do Sul. Nosso ‘apartheid’ continua invisível.
Origem nos latifúndios: na raiz da desigualdade social está a concentração
de terras rurais nas mãos de poucas famílias ou empresas. Cerca de 3% do
total das propriedades rurais do país são latifúndios, ou seja, tem mais de mil
hectares e ocupam 56,7% das terras agriculturáveis
Origem na educação: a desigualdade de oportunidade depende de forma
fundamental da desigualdade educacional. Se os mais ricos têm acesso a
educação de melhor qualidade do que os mais pobres, é impossível reduzir a
desigualdade de renda de forma sustentável.
14. Meritocracia x Igualdade de Oportunidades
• A Meritocracia pode ser interpretada como um conjunto de valores que
rejeita toda e qualquer forma de privilégio hereditário e corporativo e que
valoriza e avalia as pessoas independentemente de suas trajetória e
biografias sociais. Não atribuindo importância a variáveis sociais como
origem, posição social, econômica e poder político no momento em que
estamos pleiteando ou competindo por uma posição ou um direito (Livia
Barbosa. Igualdade e Meritocracia, 2003).
• Igualdade de oportunidades só é possível com justiça social que consiste
no compromisso do Estado e instituições não governamentais em buscar
mecanismos para compensar as desigualdades sociais geradas pelo
mercado e pelas diferenças sociais.
16. O que diz a Constituição Brasileira de 1988
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu
artigo 5º, caput, sobre o princípio constitucional da
igualdade, perante a lei, nos seguintes termos:
Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes.
17. Referencias:
• Reporter Brasil
• Geledes
• Isto É
• Pensamentos Mulheristas
• Cabeças Falantes
• Nova Escola
• Bahia Notícias
• Prime Tecnologias
• Toda Matéria
• Papo de Homem
• Portal Sociologia
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