PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Cidadaniafemininaeempoderamento cpia-160227235114
1. S O C I O L O G I A
CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
2. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
“Enquanto o homem e a mulher não se reconhecerem
como semelhantes, enquanto não se respeitarem
como pessoas em que, do ponto de vista social,
político e econômico, não há a menor diferença, os
seres humanos estarão condenados a não verem o
que têm de melhor: a sua liberdade.”
Simone de Beauvoir
3. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
Desde a Antiguidade até o final do século XVII, a mulher era considerada imperfeita por
natureza. O "modelo do sexo único", descrito minuciosamente por Thomas Laqueur* e
dominante até a Revolução Francesa, situava a mulher num degrau abaixo do homem na
hierarquia social.
A luta inicial das mulheres pela igualdade de direitos nasce pela afirmação das diferenças
dando início a uma ambivalência (igualdade versus diferença) que acompanha toda a trajetória
do(s) feminismo(s) e fundamenta a ideia de identidade do sujeito feminino.
O direito de votar foi uma das primeiras reivindicações das feministas denominadas sufragistas
que, embora excluídas da esfera pública sob domínio masculino, buscavam participar desta por
meio do voto.
Não podemos deixar de citar a importância do(s) movimento(s) feminista(s) na conquista dos
direitos da mulher.
* Inventando o Sexo: Corpo e Gênero dos Gregos a Freud (Thomas Laqueur)
4. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
As transformações sociais ocorridas nas últimas
décadas, desencadearam também profundas
mudanças e redefinição do papel da mulher na
sociedade moderna.
5. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
No que se refere especificamente à história de
lutas e conquistas, em nível mundial, Santos
(2002) destaca as seguintes datas:
6. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
8 de março – Dia Internacional da Mulher: É
uma das datas mais importantes, pois neste
dia, no ano de 1857, as operárias da fábrica
têxtil Cotton, em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, fizeram uma greve, em protesto contra
uma jornada diária de 16 horas e baixos
salários. Como resposta à manifestação, os
patrões mandaram incendiar o prédio e 129
mulheres morreram queimadas.
7. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
27 de abril – Dia da Empregada Doméstica: As
empregadas domésticas enfrentam o
preconceito de gênero e o social. Faz-se
necessário reconhecer o trabalho dessas
mulheres, que não é valorizado por ser
realizado dentro de casa.
8. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
25 de Julho – Dia da Mulher Negra Latino - americana
e Caribenha: Assim como as indígenas, as negras
também enfrentam discriminação de gênero, raça e
opressão. Podemos relacionar a esta data o 21 de
março, Dia Internacional contra a Discriminação
Racial, instituído pela ONU, em razão do massacre de
70 jovens negros em Sharpeville, na África do Sul
(1960).
9. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
25 de novembro – Dia Mundial de Combate à
Violência Contra a Mulher: Em 25 de novembro de
1960, duas irmãs foram brutalmente assassinadas na
República Dominicana, durante o regime do ditador
Trujillo. Desde 1981, o dia é usado, em vários países,
como alerta para a necessidade de combater a
violência contra as mulheres. Para marcar a data, é
importante promover discussões sobre o tema.
10. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
01 de dezembro – Dia Mundial de Combate à Aids: As
estatísticas mostram que as mulheres são as maiores
vítimas da AIDS. A cada ano, vinte mil pessoas são
contaminadas no Brasil. Em 1987, a relação era de 16
homens com a doença para cada mulher. Já em 2002,
a proporção é de 2 para 1. E neste contexto, a
importância dada à saúde da mulher vem crescendo
nos últimos anos, com o surgimento de redes
governamentais e não-governamentais específicas
que trabalham para melhorar a qualidade do
atendimento prestado.
11. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
10 de dezembro – Declaração Universal dos Direitos
Humanos: Somente a partir de 1948, os homens e as
mulheres passaram a ser considerados como titulares
de direitos individuais e sociais. A Declaração
provocou reação imediata por parte de grupos de
mulheres e uma verdadeira luta foi empreendida. As
primeiras datam já no início da década de 50, mas os
avanços mais significativos só viriam a partir da
década de 70, com a realização dos ciclos de
conferências mundiais sobre os direitos das mulheres.
12. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
Na sociedade moderna, a mulher está cada vez mais
conquistando seu espaço no ambiente profissional e
participando das mudanças ocorridas na
contemporaneidade.
Aos poucos as habilidades e características femininas
começam a ser valorizadas pela sociedade,
deixando a mulher, aos poucos de ser uma mera
coadjuvante em determinados segmentos sociais e
profissionais, possibilitando cada vez mais o seu
acesso às posições estratégicas em suas profissões.
13. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
Em relação ao trabalho, tais mudanças são ainda mais visíveis.
Isto porque com o processo de reestruturação produtiva e com
o crescente número de mulheres no mercado de trabalho, a
mão-de-obra feminina tem sido cada vez mais aceita e
solicitada.
Contudo, este contingente feminino ainda tem sido sujeito a
algumas limitações, ou tem sofrido dificuldades quanto ao seu
acesso a cargos que exigem maior qualificação ou que
oferecem maiores possibilidades de ascensão na carreira,
especialmente no que se refere a dinâmica de conciliação das
demandas familiar e profissional.
14. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
Outro ponto importante a salientar é que as mulheres ainda
ocupam menos cargos de poder e prestígio e continuam a ser
vistas como as principais responsáveis pela casa e pela família.
16. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
O conceito de empoderamento surgiu com os movimentos de
direitos civis nos Estados Unidos nos anos setenta.
Em âmbito internacional o conceito foi incorporado por
feministas vinculadas à discussão sobre Mulher e
Desenvolvimento (Women in Development - WID)
No documento da terceira conferência sobre a mulher na ONU,
realizada em Nairobi, em 1985, o conceito de empoderamento
aparece como uma estratégia conquistada por mulheres do
Terceiro Mundo para mudar as próprias vidas, ao mesmo
tempo em que isso gera um processo de transformação social.
17. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
O Documento “Empoderamento das Mulheres - Avaliação das Disparidades
Globais de Gênero” (FEM, 2005) definiu cinco dimensões importantes
para o empoderamento das mulheres
1. Participação econômica
2. Oportunidade econômica
3. Empoderamento político
4. Avanço educacional
5. Saúde e bem-estar
18. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
O movimento de mulheres tem constatado a enorme
distância entre os direitos formais e o exercício efetivo
destes direitos, ou seja, a implementação dos mesmos
A luta por direitos não se limita à conquistas legais,
mas inclui fortemente a invenção e criação de novos
direitos que emergem das lutas específicas. Ao
lutarmos por direitos exercemos nossa cidadania,
passamos a ser sujeitos políticos.
19. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
O empoderamento das mulheres implica em acesso a políticas e recursos.
• Acesso ao mercado de trabalho, à habitação, à saneamento básico, à
educação, atendimento à saúde, segurança.
• Direito à creches, escola, centros de esporte, cultura, lazer, formação e
capacitação para seus filhos jovens e adolescentes.
• Acesso à proteção em caso de violência doméstica e/ou violência
intrafamiliar.
Só poderá acontecer o empoderamento de mulheres se as Políticas
Públicas que venham contemplar nossas demandas e necessidades forem
reconhecidas e assumidas pelo poder público e implementadas.
20. CIDADANIA FEMININA E
EMPODERAMENTO
Outro conceito ligado a cidadania feminina, além do
empoderamento, é o de interseccionalidade.
A interseccionalidade, conceito cunhado e difundido por feministas
negras nos anos 1980, constitui-se em ferramenta teórico-
metodológica fundamental para ativistas e teóricas feministas
comprometidas com análises que desvelem os processos de
interação entre relações de poder e categorias como classe, gênero
e raça em contextos individuais, práticas coletivas e arranjos
culturais/institucionais.
Alguns exemplos de pensadoras negras que defendem a
interseccionalidade são Bell Hooks, Audre Lorde e Djamila Ribeiro.