O documento discute elementos de coesão e coerência em textos. Apresenta diferentes tipos de conectores que dão coesão como pronomes, advérbios e conjunções. Explica que a coerência ocorre quando as ideias de um texto estão logicamente ligadas, permitindo a interpretação correta. Por fim, lista erros gramaticais comuns como a utilização indevida de palavras como "mas" e "mais", e "onde" e "aonde".
2. ELEMENTOS DE COESÃO E
COERÊNCIA
Um texto é um conjunto harmônico de elementos, associados
entre si por processos de coordenação ou subordinação. No meio
de toda essa harmonia, estão os conectores, que devem fazer,
corretamente, a junção entre as orações dos períodos de um
parágrafo. Estes conectores são chamados de elementos de
coesão, responsáveis por tornar o texto (conjunto de parágrafos)
inteligível. Se a ligação entre as partes deste texto não for bem-
feita, o sentido lógico será prejudicado. Observem a frase a
seguir:
3. Joana estudou muito, mas passou.
• o conectivo encontrado entre elas dá ideia de oposição,
contrariedade, mas não foi isso que ocorreu. Para que
haja coerência aqui, deveria se usar um conectivo com ideia
de consequência, por exemplo:
Joana estudou tanto que passou.
4. CONECTORES
Toda palavra ou expressão que se
refere a coisas passadas no texto, ou
mesmo as que ainda virão,
são elementos conectores. Os termos
a que eles se referem podem ser
chamados de referentes. Muita
atenção, pois, com os conectores. Eis
os mais importantes:
5. 1) Pronomes pessoais retos ou
oblíquos
Meu filho está na
escola. Ele tem uma prova hoje.
Ele = meu filho (referente)
Carlos trouxe o memorando
e o entregou ao chefe.
o = memorando (referente)
6. 2) Pronomes possessivos
a) Pedro, chegou a sua maior oportunidade.
sua = Pedro (de Pedro)
3) Pronomes demonstrativos
a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.
isso = O filho está demorando
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.
Isto = o filho está demorando
7. Parecidos, não é mesmo? A diferença
é que isso (esse, esses, essa, essas) é
usado para fazer referência ao que já
foi dito no texto (ANÁFORA). Isto
(este, estes, esta, estas) refere-se ao
que ainda será dito no texto
(CATÁFORA).ANÁFORA = Elemento que se refere ao que já foi dito
CATÁFORA = Elemento que se refere ao que ainda será dito
8. • c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi
promovido; esta por ter recebido um presente.
Aquele = homem
esta = mulher
A palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem),
enquanto esta, ao mais próximo (mulher).
9. 4) Pronomes indefinidos
Naquela época, os homens, as
mulheres, as crianças, todos
acreditavam na vitória.
todos = homens, mulheres, crianças
5) Pronomes relativos
Havia ali pessoas que me ajudavam
que = pessoas
10. 6) Pronomes interrogativos
Quem será responsabilizado? O rapaz do
almoxarifado por não ter conferido os
materiais.
Quem = rapaz do almoxarifado
7) Substantivos
José e Helena chegaram de
férias. Crianças ainda, não entendem o
que aconteceu com o professor.
Crianças = José e Helena
11. 8) Advérbios
A faculdade ensinou-o a viver. Lá se
tornou um homem.
Lá = faculdade
9) Preposições
As preposições não possuem
referentes no texto. Simplesmente
estabelecem vínculos.
Preciso de ajuda
Morreu de frio
12. 10) Conjunções e locuções
conjuntivas
É sumamente importante para a
interpretação e a compreensão
de textos o conhecimento
das conjunções e locuções
correspondentes.
13. Tipo de relação Conectores discursivos
Adição
e, não só … mas também, nem … nem, além disso, ainda por cima,
do mesmo modo, igualmente…
Alternativa ou, ou … ou, ora … ora, quer … quer, em alternativa…
Causa porque, visto que, já que, uma vez que, por causa de…
Comparação como, também, do mesmo modo…
Concessão embora, ainda que, ainda assim, apesar de…
Conclusão logo, portanto, donde se segue…
Condição se, caso, a não ser que, exceto se…
Consequência consequentemente, de tal forma que, tanto … que, tal/tais …que…
14.
15. Coerência
• Considera-se que um texto é
coerente, ou seja, apresenta
coerência textual, quando as
ideias que o constituem se
encontram ligadas de forma
lógica, permitindo a sua correta
interpretação.
16. Ex.: Gostei de ler o livro, pois a
intriga era interessante.
(Esta frase é coerente, pois a
justificação apontada para o
facto de se ter apreciado a
leitura é lógica.)
17. Nota:
Seria incoerente dizer Gostei de ler
o livro, pois a intriga era
desinteressante.
• (A justificação apontada contradiz
o facto de se ter apreciado a leitura –
apresenta-se um argumento negativo
quando se quer justificar um aspeto
positivo.)
19. ERROS GRAMATICAIS MAIS COMUNS
• 01 – agente ≠ a gente
Sabe aquele espião do FBI que sempre
aparece nos filmes de Hollywood? Ele é um
AGENTE federal – agente (escrito junto). Já
quando você quiser usar o “a gente” no
lugar do “nós”, deve escrever separado – A
GENTE.
• 02 – fasso
Essa palavra simplesmente não existe. Nem
“fasso”, nem “faso”. O correto é “FAÇO”, com
“ç”. É uma flexão do verbo “fazer” – “eu
faço”.
20. • 03 – mais ≠ mas
O “mais” com “i” é igual o +. Ou seja, tem sempre o
significado de quantidade (adição). Já o “mas” (sem
“i”), é uma conjunção com significado de oposição
ou restrição.
Exemplos:
– Quanto MAIS eu converso com o Pedro, MAIS eu fico
apaixonada.
– Quero ir à festa de sábado, MAS minha mãe não
deixa.
• 04 – abençõe
Deus te abençoe se você não coloca o ~ nessa
palavra. É até normal confundir porque a palavra
“bênção” leva o til, mas as flexões do verbo
abençoar são sempre sem acento algum. Então o
correto é ABENÇOE!
21. • 05 – concerteza
Outra palavra que na verdade não existe. O correto é
COM CERTEZA, escrito de forma separada e com a
letra “m” e não “n”. COM CERTEZA você não vai mais
errar essa, não é?!
• 06 – mim ajuda
O porquê de muita gente usar o “mim ajuda” no
lugar de “me ajuda” ninguém sabe. O que a gente
sabe é que isso é um grande erro. ME ajuda. ME
diga. ME faça um favor. ME. ME. ME!
• #Dica: MIM NÃO FAZ NADA! Parece brincadeira, mas
lembre-se sempre dessa frase, que na verdade
significa que nunca se usa o pronome “mim” antes
de qualquer verbo. EU faço. EU vou. EU digo. EU
beijo. Nada de mim
22. • 07 – menas ≠ menos e meia ≠ meio
Não importa qual seja a palavra que vem depois, o
correto é usar sempre o “MENOS”. Ele é um advérbio
que não sofre flexão de gênero, ou seja, nunca passa
para o feminino. Assim, o correto é MENOS gente,
MENOS pessoas, MENOS chances, MENOS ansiosa.
MEIO também é uma palavra invariável quando usado
como advérbio. MEIO = um pouco, mais ou menos. Já
a palavra MEIA tem o sentido de metade (numeral).
Olha os exemplos:
“Fiquei MEIO triste porque minha amiga se esqueceu
do meu niver” (meio triste = um pouco triste).
“Vamos ao cinema às nove e meia da noite” (nove
horas + meia hora = nove e meia).
23. • 08 – em baixo ≠ embaixo
As duas formas de escrever existem, mas são usadas
com significados diferentes. Geralmente, a forma
que mais utilizamos é o EMBAIXO (junto), que
funciona como advérbio – embaixo da mesa,
embaixo do livro… Tem aquele significado de “sob
alguma coisa”. Já o EM BAIXO (separado) é usado
quando a palavra “baixo” tem sentido de adjetivo
(contrário de alto). Ex: “Ela estava em baixo astral
ontem”.
• 09 – as veses
ÀS VEZES, você pode errar como essa expressão é
escrita. Então lembre-se: ÀS VEZES tem crase no “A”
e é escrito com “Z” e depois “S”. ÀS VEZES é bom dar
uma conferida se você está escrevendo a palavra do
24. • 10 – excessão
Essa você vai ter que decorar mesmo! EXCEÇÃO se
escreve assim: primeiro com X, depois com C e então
Ç no final. Decore X, C, Ç e só preencha com as
outras letras E-X-C-E-Ç-Ã-O.
• 11 – afim ≠ a fim
A paquera está rolando no chat do Facebook e de
repente o gatinho revela que está A FIM de você.
Uau! Então, ele pergunta se você está A FIM de ir ao
cinema com ele. Sempre escrito separado.
• O AFIM (junto) é substantivo masculino e indica
afinidade. Ex: “Thiago se interessou por Laura
porque os dois têm interesses afins”.
25. • 12 – nada haver ≠ nada a ver
NADA A VER escrever NADA HAVER! A
expressão correta é NADA A VER, que significa
não “ter relação com”. Deixe o verbo “haver”
longe desse tipo de frase.
• 13 – derrepente
DE REPENTE! DE REPENTE! DE REPENTE!
Pensa na pausa de um susto: DE…REPENTE!
Essa expressão é uma locução adverbial que
nunca se escreve junto.
26. • 14 – porisso
POR ISSO a gente está explicando
como é a grafia correta das palavras.
Porque tem muita gente que ainda
escreve por aí “porisso” (junto). E é
errado! POR ISSO é sempre separado!
• 15 – começei
Está quase certo, não fosse o Ç. A
regra do Ç é: não acompanhar as
vogais E e I. Então é COMECEI, com o
C normal mesmo!
27. • 16- A / há
Erro: Atuo no setor de
controladoria a 15 anos.
Forma correta: Atuo no setor
de controladoria há 15 anos.
Explicação: Para indicar
tempo passado usa-se o verbo
haver.
28. • 17- À partir de/ a partir de
Erro: À partir de novembro, estarei de
férias
Forma correta: A partir de novembro,
estarei de férias.
Explicação: Não se usa crase antes de
verbos
29. • 18- Aonde/onde
• Erro: Não sei aonde fica a sala do diretor
• Forma correta: Não sei onde fica a sala do
diretor
• Explicação: O advérbio onde indica lugar em que
algo ou alguém está. Deve ser utilizado somente
para substituir vocábulo que expressa a ideia de
lugar. Exemplo: Não sei onde fica a cidade de
Araguari. O advérbio aonde indica também lugar
em que algo ou alguém está, porém quando o
verbo que se relacionar com "onde" exigir a
preposição “a”, deve-se agregar esta preposição,
formando assim, o vocábulo "aonde". Expressa a
ideia de destino, movimento, conforme exemplo
a seguir: aonde você irá depois das visitas?
30. • 19-Mal/ mau
• Erro: Era um mal funcionário e foi demitido.
• Forma correta: Era um mau funcionário e foi
demitido
• Explicação: Mau e bom são adjetivos, ou seja,
conferem qualidade aos substantivos, palavras
que nomeiam seres e coisas. Exemplos: “Ele é
bom médico” e “Ele é mau aluno”. Por outro
lado, mal e bem podem exercer três funções
distintas. Exercem a função de advérbios,
modificam o estado do verbo, por exemplo: “Seu
filho se comportou mal na escola” e “ele foi bem
aceito no novo trabalho”. Como conjunção,
servindo para conectar orações, como em “Mal
chegou e já se foi”. Essas palavras também têm a
função de substantivos, por exemplo: “Você é o
meu bem” e “o mal dele é não saber ouvir”.
31. • Onde/ em que
• Erro: Vamos à reunião onde
decidiremos os rumos da companhia.
• Forma correta: Vamos à reunião em
que decidiremos os rumos da
companhia.
• Explicação: Reunião não é lugar e as
palavras onde e aonde se referem
apenas a lugares. Prefira “a reunião
em que” ou “na qual decidiremos
sobre”.