O documento discute a importância da gramática na comunicação escrita e oral. Ele aborda o uso correto de palavras como "porquê", "onde" e "aonde", pontuação, crase e acentuação segundo o Novo Acordo Ortográfico. Também explica vocábulos que geram dúvidas e situações em que a crase é obrigatória ou não.

1. A Comunicação Escrita Através da Abordagem Gramatical
A gramática está presente
em nosso dia a dia nas
inúmeras situações de
uso da língua, seja ela
falada, seja escrita. Sendo
assim, nos deparamos
com dúvidas sobre qual
palavra usar em
determinado momento, se
o verbo está bem
conjugado, se o plural
está correto. E assim por
diante. Dúvidas naturais
de usuários de qualquer
língua
Nesse trabalho você
aprofundará seus
conhecimentos
gramaticais,
aprendendo um
pouco mais sobre
eles. Você verá
alguns vocábulos da
Língua Portuguesa,
como o uso do
porquê, onde e
aonde; pontuação; a
crase, sua formação e
uso; acentuação e o
Novo Acordo
Ortográfico
Textos bem
escritos e falas
bem organizadas
são referências de
boa comunicação.
Sendo assim,
saber usar de
forma apropriada a
gramática de
nossa língua fará
com que você se
saia bem em
qualquer situação
de uso da Língua
Portuguesa

2. Vocábulos:
São indispensáveis dentro de
um sistema de comunicação.
Esse termo vem do latim
“vocare”, que significa dar um
nome a algo ou a alguém.
Por essa razão, dizemos que
os vocábulos de uma língua
se referem às palavras que
compõem esta língua. Já
quando queremos nos referir
a um conjunto de vocábulos
sobre um mesmo tema,
citamos o vocabulário
Vocábulo Explicação de Uso Exemplo de Uso
Porquê Substantivo Não sei o porquê de você não
ir conosco
Porque Conjunção coordenativa
explicativa, a qual pode
ser substituída por “pois”
Ele não vai conosco porque
(pois) está muito cansado.
Por que Usado em perguntas
diretas e indiretas, mas
nunca ao final da frase
Por que você não vai
(Pergunta direta). Ele não sabe
explicar por que não vai
conosco? (Pergunta indireta)
Por quê Usado em final de frase Você não vai conosco, por
quê? Ele não vai conosco e
sabe explicar por quê.
O Uso do Porquê: Algo que gera dúvidas na
escrita é a utilização desse termo, pois, na Língua
Portuguesa temos 4 situações de escrita diferentes,
uma para cada uso:

3. Vocábulo Explicação de Uso Exemplo de Uso
Onde Indica permanência. O lugar onde se
está ou que ocorre algum fato.
Complementa verbos que pedem a
preposição “em”
Ela chegou ao lugar onde havia
nascido e se emocionou
Aonde Indica movimento ou destino. Só de
deve ser utilizado quando exprimir
ideia de destino.
Deixou a cidade natal ainda na
infância e aonde retornaria
somente agora, adulto
Ao invés de Tem o sentido de “ao contrário de”,
“em oposição a”, “avesso” ou “inverso”
Ao invés de chorar, riu muito
Em vez de Apresenta o sentido de "no lugar
de" ou "em lugar de"
Em vez de ficar contando
histórias, fale logo o que pensa!
Faça sua parte, em vez de ficar
reclamando
Outros vocábulos que podem suscitar dúvidas durante a escrita:
Mau: É sempre um adjetivo que se
refere a um substantivo. Exemplos:
Escolheu um mau momento. Era
um mau aluno
Mal: Advérbio de modo
(antônimo de bem). É uma
conjunção temporal,
equivalente a ASSIM QUE.
Exemplos: Ele saiu-se mal
na primeira etapa. Mal
chegou, foi logo para seu
quarto
Cessão: Ato de ceder, dar ou doar algo a alguém. Exemplo: A
prefeitura fez a cessão de um terreno para a comunidade do bairro
Sessão: Intervalo de tempo que dura uma
reunião, uma assembleia. Exemplos: Assistimos
a uma sessão de cinema. Reuniram-se em
sessão extraordinária
Seção: Parte de um todo, segmento,
Subdivisão. Exemplo: Toda a seção de
esportes de nossa loja está em promoção

4. SENÃO: Equivale a "caso contrário".
Exemplo: Providenciem a compra das
passagens senão ficarão sem viajar
SE NÃO: Equivale a "se por acaso não". Trata-se
da conjunção condicional SE + advérbio de
negação NÃO. Exemplo: Se não chover, iremos à
praia amanhã
AO ENCONTRO DE: Significa "a favor
de". Exemplo: Esse conteúdo veio ao
encontro de minhas dúvidas
DE ENCONTRO A: Usado para expressar
discordância. Exemplo: Sua atitude vai
de encontro a nossas expectativas
HÁ: Terceira pessoa do presente do
indicativo do verbo HAVER. Usado em
relação a tempo transcorrido, passado.
Exemplo: Saímos de lá há dois dias
A: Preposição usada em relação a
tempo futuro. Exemplo: Chegaremos
daqui a dois dias
MAS: Conjunção indicativa de adversidade,
oposição. Por ser substituída por CONTUDO,
PORÉM ou TODAVIA. Exemplo: Sempre gostou
de andar de bicicleta, mas (porém, contudo,
todavia), naquele dia, não quis passear com os
amigos
MAIS: Significa adição. Pode, ainda,
ser usado com o sentido de dar
intensidade a alguma coisa.
Exemplo: Estudando assim, será o
mais bem sucedido do curso

5. Este / Esse / Aquele
São pronomes demonstrativos que indicam a posição
de uma determinada palavra em relação à outra. Tais
pronomes podem variar em gênero e número
Veja um Exemplo: “A criança, o jovem e o idoso têm pouca ou quase nenhuma liberdade
de expressão. Aquela porque não tem maturidade; esse porque não tem
responsabilidade; este porque está velho demais”
Observe o esquema
representado na
figura ao lado:
Note que o termo “aquela” se
refere ao primeiro citado da
frase, que no exemplo dado é “a
criança”. O termo “esse” resgata
o segundo termo, “o jovem”. Já
o termo “este” trata do terceiro
termo, ‘o idoso’
Analise agora o exemplo a seguir: “As crianças de
antigamente brincavam mais do que as de hoje em dia,
porque aquelas tinham mais liberdade enquanto estas
vivem presas em apartamentos”

6. PONTUAÇÃO É utilizada na escrita para marcar o ritmo e a
melodia, característicos somente da fala
Vírgula: Embora muitos acreditem que a vírgula
serve, apenas, para marcar a pausa durante a leitura
de um texto, a verdade é que ela exige bem mais do
que isso. Vejamos as situações mais frequentes em
que ela aparece:
1) Separa as
unidades
coordenadas:
“Sua mãe, seu
pai, sua tia e
seu avô
reuniram-se e
decidiram seu
futuro sem nada
lhe perguntar”
2) Separa algumas
expressões: isto é, ou
melhor, por exemplo, por
assim dizer, etc: “Ele não
disse quase nada, ou
melhor, ficou calado o
tempo todo. Restaram
poucas coisas, por
exemplo, um sofá velho e
uma cadeira quebrada”
3) Indica uma
elipse, ou seja,
a supressão de
uma palavra:
“Meus avós
tiveram oito
filhos; meus
pais, (tiveram)
somente dois”
4) Separa o
vocativo: “João,
traz-me o
cobertor que
estou
congelando
aqui”

7. 5) Separa o Aposto Explicativo: “Sandra,
minha amiga de infância, deixou a cidade natal
assim que se formou na faculdade”
6) Indica ideia de adversidade, conclusão ou
explicação: “Havia procurado por tudo, porém não
encontrou seu relógio favorito”. “Esforça-se muito,
portanto, conseguirá uma boa colocação no mercado
de trabalho”. “Parou de lutar, pois já estava cansada
de tanto lutar contra tudo e contra todos”
7) Sucede Explicações em Seguida de
Alguns Termos: “Sim”, “Não”, “Nada” e
“Tudo”: “Sim, estou em casa”. “Nada, só
estou cansada”. “Não, vou de carona com
a Josi”
8) Separa
Unidades
Repetidas em
Uma Oração: “Não
conseguiu
aprovação, mas
ficou ali, ali”

8. Dois-Pontos: É usado basicamente em 3 situações
1) Em Enumerações: “Em sua
mais recente viagem, visitou
três países europeus:
Dinamarca, Holanda e Bélgica”
2) No Início de Uma Citação
Direta: “Não poupou palavras e
disse: “Nunca mais quero ver
você reclamando da vida! ”
3) Antecedendo
Uma
Conclusão:
“Saiu rápido:
estava
atrasadíssimo
para o trabalho”
Travessão: É usado nas seguintes situações de escrita:
1) Substitutivo da Vírgula em Uma
Explicação: “O Pará – situado na região
Norte – é o segundo maior estado em
extensão territorial do Brasil”
2) Introduz uma
Elocução: “Cheguei!
– Gritou Marina,
toda feliz”
3) Para dar Destaque: Estou exausta e só penso em uma
coisa – férias!

9. Ponto e Vírgula: É usado para marcar uma pausa um pouco
maior que a da vírgula e menor que a do ponto. O principal uso
do ponto e vírgula é ao final de expressões e termos alinhados em
forma de relação sobre um mesmo assunto
EXEMPLO: Para uma alimentação saudável, siga
os seguintes passos:
Faça, ao menos, seis
refeições diárias;
Evite frituras e alimentos
gordurosos;
Coma muitas frutas,
legumes e beba bastante
água;
Faça exercícios
regularmente;
Alimente-se com calma,
saboreando sua refeição.
OBSERVAÇÃO: A pontuação deve ser usada com
cuidado, pois, qualquer equívoco, poderá alterar
totalmente o sentido daquilo que se quer
expressar:
Não espere por mim. (Vá porque irei mais
tarde, depois de você.)
Não, espere por mim. (Vou junto com
você.)

10. Crase: É a contração, a fusão do artigo definido feminino
singular A com a preposição A ou com o A inicial dos pronomes
demonstrativos aquele, aquela, aquilo. Ao escreveremos,
indicamos por meio do acento grave ( ` )
A Crase é Obrigatória Nos Seguintes Casos:
Em locuções
adverbiais: à
esquerda, à toa, às
pressas, às vezes, à
noite, à tarde etc.
Locuções prepositivas: à vista de, à
beira de, à cata de, à espera de, à guisa
de, à roda de, à semelhança de, à custa
de, à frente de, à razão de etc.
Locuções
conjuntivas: à
proporção que, à
medida que etc.
Diante de pronomes
demonstrativos,
quando antecedidos
por verbos que
regem a preposição
a: àquele(s),
àquela(s), àquilo
Quando
subentendidas
as expressões
à moda de, à
maneira de
Diante de numerais, apenas
quando houver referência a horas
Diante de nomes de lugares que
admitem o artigo definido feminino

11. Casos Em Que NÃO Se Usa Crase
A regra principal é a presença de um substantivo
masculino, já que o artigo definido deverá sempre
preceder um substantivo igualmente no feminino.
Além disso, se a palavra que vem logo em
seguida não exigir a preposição “a”, também não
haverá crase
Vejamos os casos de não uso da crase:
Diante de Verbos:
“Estão todos a
reclamar do juiz”
Diante de Artigo Indefinido, Mesmo Que
Feminino: “A professora conduziu todos a
uma certa conclusão”
Diante de pronomes que não
aceitam o artigo: “A quem
se dirigem as cláusulas? ”
Também
Não se Usa
Crase Diante
de Palavras
Masculinas
Diante da Palavra
“Casa” Quando Indicar
Residência Própria:
“Renato volta a casa
toda semana”
OBSERVAÇÃO: Há pronomes
que admitem artigo, ocorrendo a
crase: “Helena fez companhia à
colega”; “Júlia aludiu à mesma
questão”

12. ACENTUAÇÃO As alterações ocorridas referentes à acentuação foram as seguintes:
1) Queda do trema, acento indicativo de que uma vogal não
formará ditongo com a vogal seguinte: lingüística – linguística;
cinqüenta – cinquenta, freqüente - frequente
Observação: substantivos próprios, caso já levassem o
trema originalmente, permaneceram do mesmo modo:
“Müller; Bündchen”
2) Queda do
acento em
palavras cujas
vogais se
repetem ao seu
final: vôo – voo;
lêem – leem
3) Queda do acento agudo nos ditongos abertos éi e ói: idéia –
ideia; platéia – plateia; apóia – apoia (verbo); bóia – boia
4) Queda do acento diferencial nas seguintes palavras: para
(verbo parar) – para (preposição); polo (como em Polo Norte) –
polo (em desuso); pelo (verbo pelar) – pelo (cabelo); pera (em
desuso) – pera (fruta)
Observação: Os verbos “pôr” e “pôde” permanecem acentuados,
mas o acento no substantivo “fôrma” é facultativo

13. 1) Usa-se hífen quando o 2º elemento da palavra começar
pela letra H: anti-herói; super-homem; giga-hertz
2) Usa-se o hífen para separar vogais ou consoantes iguais:
micro-ondas; contra-atacar; sub-bibliotecário; inter-racial
Observações: A) Dobra-se o R e o S em palavras que unem um prefixo
terminado em vogal com outra iniciada por R ou S: contrarregra;
ultrassom / B) Em palavras iniciadas pelo prefixo CO não se usa hífen,
mesmo que a palavra seguinte comece pela vogal O: coorientador; cooptar
3) Usa-se hífen em palavras
iniciadas pelos prefixos PAN e
CIRCUM, desde que seguidos por
palavras que comecem por vogal,
H, M ou N: pan-americano;
circum-navegação
4) Usa-se hífen em palavras
iniciadas pelo prefixos PÓS, PRÉ e
PRÓ: pós-graduação; pré-
operatório; pró-governo

14. Proparoxítonas: São aquelas palavras cuja intensidade de
pronúncia ocorrerá na antepenúltima sílaba tônica. Na Língua
Portuguesa, essas palavras ocorrem em menor número e, por isso
mesmo, todas as proparoxítonas são acentuadas
Nesta regra estão incluídas as denominadas
proparoxítonas eventuais, ou seja, aquelas terminadas em
ditongo crescente como dúvida, marítima, mistério e
Rondônia
Paroxítonas:
Ao contrário das
proparoxítonas, as
paroxítonas (com
intensidade de pronúncia
na penúltima sílaba) são as
que existem em maior
quantidade em nossa
língua. Por isso mesmo, são
as que possuem um maior
número de regras, e essas
regras são determinadas
por suas letras finais
TERMINADAS em: E X E M P L O :
I (S) Júri; tênis
X Ônix; Tórax
L Fácil; Impossível
R Açúcar; Cadáver
En Pólen; Hífen
Sendo assim, são acentuados os vocábulos
paroxítonos conforme veremos a seguir:

15. TERMINADAS em: EX E M P EL O :
Ps Bíceps; Forcéps
Us Vírus; Bônus
On, Nos Nêutron; Íons
à (s); Ão (s) Órfã; Órgão
Ditongo Oral (Seguido ou
Não de S)
Jóquei; Vôlei
Oxítonas: As oxítonas são aquelas
cuja intensidade de pronúncia recai na
última sílaba. Observe o quadro abaixo
no qual constam as regras de
acentuação desses vocábulos
TERMINADAS em: EXEMPLO:
A (S) Pará; Atrás
E (S) Café; Português
O (S) Vovô; Após
Em, Ens Também; Reféns
Casos Especiais:
1) Os ditongos abertos EI, EU e OI,
seguidos ou não de S, são
acentuados na primeira vogal
(anéis; céu; herói)
2) Os hiatos formados por I e U são
acentuados, desde que não sejam
seguidos por NH, não repitam a vogal e
não formem sílaba com o S (saída; país;
saúde; baú)