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Profa. Karen Olivan
A baposa e o rode
Por um azino do destar uma rapiu caosa, num pundo profoço do quir
não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e
vosa a rapendo foi mordade pela duriosidido. “Comosa rapadre” –
perguntou – “que ê que esti fazá aendo? ” “Voção entê são nabe?”
respondosa a mapreira rateu. “Vaí em a mais terreca sível de teste a
histoda do nordória. Salti aqui no foço deste pundo e guardarar a ei que
botágua sim pra mó. Porér, se vocem quisê, como é mau compedre,
perme fazia companhode”. Sem pensezes duas var, o bem saltode
tambou no pundo do foço. A rapente, imediatamosa, treposta nas cou-
lhes, apoifre num dos xides do bouse e salfoço tora do fou, enquava
berranto: “Adadre, compeus”.
Moral: jamie confais em quã estade em di culdém.
PAULILLO, M.C.R.A. (org.). Millôr Fernandes, literatura comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980,
pp. 30-1.
Você conseguiu entender alguma coisa?
Se sim, é porque entendeu a técnica usada pelo autor
para criar uma “nova língua”: trocar as partes finais das
palavras.
Veja:
“Por um azino do destar uma rapiu caosa (...)”
Lê-se:
“Por um azar do destino uma raposa caiu” (...)
Para entender, fazemos força, isto é, exercitamos a
compreensão, o que não ocorre com a nossa língua,
porque já estamos acostumados, sua estrutura já foi
assimilada por nós.
Então, para compreender melhor nosso sistema, veja as
palavras seguintes:
dente
dentista
dentição
dentadura
Parte comum: a forma dent (principal)
Outras partes: variam em cada palavra e são os
responsáveis por modificar a significação.
dentada
desdentado
dentar
Essas partes - de unidades mínimas de significação - ,
recebem o nome de morfemas.
MORFO = forma
EMA = unidade distintiva
MORFEMA = forma que gera diferença de significado.
Observe:
dente
dentista
dentição
dentadura
A parte invariável dent chama-se radical e faz com que
todas as palavras sejam da mesma família.
Todas são relacionadas à mesma significação, portanto
são denominadas cognatas.
Em “dentista”, o morfema ista acrescenta ao significado
(dente) a ideia do profissional que trabalha com isso.
Em “dentar”, o morfema ar acrescenta a ideia de ação
(cravar os dentes).
O acréscimo desses morfemas ao radical cria novas
palavras a partir da original.
Afixo: morfema capaz de operar modificações
semânticas no radical a que se agrega.
Prefixo: quando colocado antes do radical.
Sufixo: quando colocado depois do radical.
Veja:
pedra – pedreiro – pedrada – empedrar – apedrejar
A cada nova palavra formada por acréscimo de sufixo e
prefixo dá-se um novo significado e, em alguns casos,
muda-se a classe de palavra:
 empedrar e apedrejar são verbos formados a partir
do substantivo pedra.
Há morfemas que geram mudança ao radical, mas não
criam uma nova palavra, apenas flexionam a original:
 pedra + morfema –s = pedras.
Desinências: morfemas que flexionam a palavras.
As flexões podem ser nominais ou verbais.
Flexões nominais: gênero, número e grau.
Flexões verbais: número, pessoa, tempo e modo.
Vogal temática: morfema que se junta ao radical para
fazer a ligação com as desinências.
vogal temática
Apedrejar
desinência de infinitivo
vogal temática
Apedrejariam desinência número-pessoal: 3ª p. do plural
desinência modo-temporal: futuro do pretérito
do modo indicativo
Há ainda, as vogais ou consoantes de ligação:
morfemas que surgem para facilitar a pronúncia de uma
palavra – não possuem valor significativo.
Gasômetro = gás + metro, ligados pela vogal –o,
Paulada = pau + ada, ligados pela consoante –l
Radical • Núcleo mais
significativo de uma
palavra.
• Base sobre a qual se
cria uma família de
vocábulos, os
cognatos.
• É a ele que se agregam
os demais morfemas.
narrar,
narrável,
inenarrável,
narrador,
narradorazinha,
narrávamos,
narrativa,
narração,
narratividade.
Afixos
(prefixos e sufixos)
• Morfemas que,
acrescidos ao radical,
modificam seu
significado.
• Podem provocar
mudanças de classe
gramatical.
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abdicar, admirar,
depor, predizer.
Sufixos: narrar,
narrável, narrador,
narradorazinha,
narração.
Desinências
(nominais e verbais)
• Morfemas indicadores
de flexões.
• Desinências verbais
indicam o tempo e o
modo (modo-
temporal) e o gênero e
o número (número-
pessoal) do verbo.
• Desinências nominais
indicam o gênero e o
número de nomes e
pronomes.
Desinências verbais:
narraremos, narráveis,
narravas,
narrássemos,
narraríeis, narraste,
narrastes.
Desinências
nominais: narradora,
narradorazinhas;
aluno, aluna, livros,
mesmo, algumas
estudioso, estudiosas.
Vogal temática • Morfema que liga o
radical às desinências.
Adicionada ao radical,
forma o tema.
• Subclassificam-se em
nominais e verbais.
• As vogais temáticas
nominais são -a, -e, -o,
em sílabas átonas
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• As vogais temáticas
verbais são -a, -e, -i, e
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Vogais temáticas
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por motivo de eufonia,
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Morfologia: os elementos da formação das palavras

  • 2. A baposa e o rode Por um azino do destar uma rapiu caosa, num pundo profoço do quir não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e vosa a rapendo foi mordade pela duriosidido. “Comosa rapadre” – perguntou – “que ê que esti fazá aendo? ” “Voção entê são nabe?” respondosa a mapreira rateu. “Vaí em a mais terreca sível de teste a histoda do nordória. Salti aqui no foço deste pundo e guardarar a ei que botágua sim pra mó. Porér, se vocem quisê, como é mau compedre, perme fazia companhode”. Sem pensezes duas var, o bem saltode tambou no pundo do foço. A rapente, imediatamosa, treposta nas cou- lhes, apoifre num dos xides do bouse e salfoço tora do fou, enquava berranto: “Adadre, compeus”. Moral: jamie confais em quã estade em di culdém. PAULILLO, M.C.R.A. (org.). Millôr Fernandes, literatura comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980, pp. 30-1.
  • 3. Você conseguiu entender alguma coisa? Se sim, é porque entendeu a técnica usada pelo autor para criar uma “nova língua”: trocar as partes finais das palavras. Veja: “Por um azino do destar uma rapiu caosa (...)” Lê-se: “Por um azar do destino uma raposa caiu” (...)
  • 4. Para entender, fazemos força, isto é, exercitamos a compreensão, o que não ocorre com a nossa língua, porque já estamos acostumados, sua estrutura já foi assimilada por nós.
  • 5. Então, para compreender melhor nosso sistema, veja as palavras seguintes: dente dentista dentição dentadura Parte comum: a forma dent (principal) Outras partes: variam em cada palavra e são os responsáveis por modificar a significação. dentada desdentado dentar
  • 6. Essas partes - de unidades mínimas de significação - , recebem o nome de morfemas. MORFO = forma EMA = unidade distintiva MORFEMA = forma que gera diferença de significado.
  • 7. Observe: dente dentista dentição dentadura A parte invariável dent chama-se radical e faz com que todas as palavras sejam da mesma família. Todas são relacionadas à mesma significação, portanto são denominadas cognatas.
  • 8. Em “dentista”, o morfema ista acrescenta ao significado (dente) a ideia do profissional que trabalha com isso. Em “dentar”, o morfema ar acrescenta a ideia de ação (cravar os dentes). O acréscimo desses morfemas ao radical cria novas palavras a partir da original.
  • 9. Afixo: morfema capaz de operar modificações semânticas no radical a que se agrega. Prefixo: quando colocado antes do radical. Sufixo: quando colocado depois do radical. Veja: pedra – pedreiro – pedrada – empedrar – apedrejar
  • 10. A cada nova palavra formada por acréscimo de sufixo e prefixo dá-se um novo significado e, em alguns casos, muda-se a classe de palavra:  empedrar e apedrejar são verbos formados a partir do substantivo pedra. Há morfemas que geram mudança ao radical, mas não criam uma nova palavra, apenas flexionam a original:  pedra + morfema –s = pedras.
  • 11. Desinências: morfemas que flexionam a palavras. As flexões podem ser nominais ou verbais. Flexões nominais: gênero, número e grau. Flexões verbais: número, pessoa, tempo e modo.
  • 12. Vogal temática: morfema que se junta ao radical para fazer a ligação com as desinências. vogal temática Apedrejar desinência de infinitivo vogal temática Apedrejariam desinência número-pessoal: 3ª p. do plural desinência modo-temporal: futuro do pretérito do modo indicativo
  • 13. Há ainda, as vogais ou consoantes de ligação: morfemas que surgem para facilitar a pronúncia de uma palavra – não possuem valor significativo. Gasômetro = gás + metro, ligados pela vogal –o, Paulada = pau + ada, ligados pela consoante –l
  • 14. Radical • Núcleo mais significativo de uma palavra. • Base sobre a qual se cria uma família de vocábulos, os cognatos. • É a ele que se agregam os demais morfemas. narrar, narrável, inenarrável, narrador, narradorazinha, narrávamos, narrativa, narração, narratividade.
  • 15. Afixos (prefixos e sufixos) • Morfemas que, acrescidos ao radical, modificam seu significado. • Podem provocar mudanças de classe gramatical. Prefixos: inenarrável, abdicar, admirar, depor, predizer. Sufixos: narrar, narrável, narrador, narradorazinha, narração.
  • 16. Desinências (nominais e verbais) • Morfemas indicadores de flexões. • Desinências verbais indicam o tempo e o modo (modo- temporal) e o gênero e o número (número- pessoal) do verbo. • Desinências nominais indicam o gênero e o número de nomes e pronomes. Desinências verbais: narraremos, narráveis, narravas, narrássemos, narraríeis, narraste, narrastes. Desinências nominais: narradora, narradorazinhas; aluno, aluna, livros, mesmo, algumas estudioso, estudiosas.
  • 17. Vogal temática • Morfema que liga o radical às desinências. Adicionada ao radical, forma o tema. • Subclassificam-se em nominais e verbais. • As vogais temáticas nominais são -a, -e, -o, em sílabas átonas finais. • As vogais temáticas verbais são -a, -e, -i, e indicam as Vogais temáticas nominais -a casa, luta, dentista -e alegre, fase -o choro, livro, disco, Vogais temáticas verbais -a estudava, chegará, (primeira conjugação) -e vendem, pões, (segunda conjugação) -i definiria, sentisse, (terceira conjugação)
  • 18. Vogal e consoante de ligação • Morfemas atípicos. • São aqueles acrescidos por motivo de eufonia, e não por razão semântica. Vogais de ligação silvícola, gasômetro, cacauicultor, raticida Consoante de ligação cafeteira, pezinho, chaleira, pobretão, capinzal, cafezal