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REVISÃO:
Estrutura e formação das palavras
Observe:
Ao analisarmos a maioria das palavras,
percebemos que elas podem ser divididas em
vários seguimentos:

cachorr – o (animal canino masculino)
cachorr – a (animal canino feminino)
cachorr – inh – a (pequeno animal canino fêmea)
cachorr – inh – o (pequeno animal canino macho)
A cada um dos elementos significativos que
formam a uma palavra dá-se o nome de elementos
mórficos ou morfemas. Morfemas, são, portanto,
unidades mínimas de caráter significativo. Chama-se
análise mórfica o processo pelo qual se divide a
palavra em seus elementos mórficos.

   Atenção: existem palavras que apresentam um
único morfema e, portanto, não comportam divisão
em unidades menores:: sol, mar, hoje, luz.
Os morfemas
1. Radical
2. Desinência       nominal
                    verbal
3. Vogal temática
4. Afixos           prefixo
                    sufixo
1. Radical (também chamado de sentema)
E o elemento mórfico que funciona como base
  do significado. Constitui o elemento comum a
  palavras da mesma família:
• ferr o                 pedr a
• ferr eiro              pedr eiro
• ferr agem               pedr inha

 radical                 radical
1.1.Famílias etimológicas

  As palavras que provêm do mesmo radical são
  chamadas de palavras cognatas ou famílias
  etimológicas:
• agrário, agricultor, agrícola
• atrofia, distrofia, hipertrofia
• acéfalo, bicéfalo, encéfalo
1.2. Radical primário e radical secundário
• RADICAL PRIMÁRIO (radical sem afixos)
  AM-ar
  AM-ável
  JAT-o


• RADICAL SECUNDÁRIO (radical com afixos, que formam
  outras palavras)
  APEDREJ-ou
  DESFOLH-ava
  REJEIT-amos
  REJEIT-asses
  ENTERR-assem
2. Desinências (“extremidade”)
São elementos mórficos que se apõem ao radical para
  assinalar as flexões de palavra (gênero, número, modo,
  tempo, pessoa). As desinências podem ser:
a) Nominal:
    menin a s                     (em oposição a menin-o-)

   desinência    desinência nominal
   nominal de    de numero
   gênero

b) verbal:
Cant á     va   mos

desinência      desinência
modo-temporal   número-pessoal
2.a) desinências nominais – casos particulares
       desinência nominal x vogal temática
Em palavras como mesa, cadeira, livro e
  caderno, as vogais a e o que aparecem no final
  dos vocábulos não são desinências, uma vez que
  não    estabelecem      oposição   de     gênero
  (mesa, cadeira, livro e caderno não se opõem a
  meso*, cadeiro*, livra* ou caderna*). Já em
  menino, aluno, amada e gata, as vogais a e o, que
  aparecem no final dos vocábulos, são
  desinências, já que estabelecem a oposição
  masculino/feminino              (menino/menina;
  aluno/aluna; amada/amado; gata/gato).
2.a) Outras formas de estabelecimento de
gênero nos nomes (substantivos)
Enquanto uma variedade de palavras na língua “conta”
  com as desinências para estabelecer as oposições de
  gênero, outra variedade de palavras “recorre” a outros
  processos de estabelecimento de gênero, tais como:
Os substantivos uniformes...
a) epicenos: a onça (macho/fêmea)
b) Comuns de dois gêneros: o/a colega; o/a chefe; o/a
    dentista
c) Sobrecomuns: a criança; o cônjuge; a criatura,
    (contexto, p. ex.: “o homem é uma criatura
    inteligente”)
O gênero e novas formações nos nomes
 O sufixo “ente” é acrescido a radical e forma o sentido de
   nome (substantivo, adjetivo) agente ou paciente, laços
   consaguíneos:
  presidente, atendente, parente, vidente, tenente,
   demente, escrevente...
 Essas palavras são definidas por gênero ao se colocar a
   sua frente um artigo masculino ou feminino (o/a
   presidente; o/a parente; o/a vidente), isto é, o
   estabelecimento de gênero é feito “fora” da estrutura da
   palavra;
 Contudo, existe a formação institucionalizada, quando há
   uma necessidade cultural e criativa de mudar o sufixo.
   Essa formação está ocorrendo com a palavra presidente,
   que agora designa o gênero feminino agente como
   presidenta.
2.a) desinências verbais
Indicam, nos verbos, o tempo e o modo (desinências
  modo-temporais), a pessoa e o número (desinências
  número-pessoais). Exemplos:
 Flexões de modo e tempo:
Eu cantei (indicativo, passado perfeito)
Se eu cantasse (subjuntivo, passado imperfeito)
Cante você (imperativo, presente, positivo)
 Flexões de número e pessoa:
Nós cantaremos (indicativo, 1º pessoa do plural, futuro
  do presente)
Se vós cantásseis (subjuntivo, 2º pessoa do plural,
  passado imperfeito)
2.a) desinências verbais
   Ex.: cantar = futuro do presente do indicativo

       verbo conjugado        radical     vt        mt   np

  1º   (eu) cantarei      cant            a              i
s 2º   (tu) cantarás      cant            a              s
  3º    (ele/a) cantará   cant            a              Ø
  1º   (nós) cantaremos cant              a              mos
p 2º    (vós) cantareis    cant           a              is
  3º   (eles/as) cantarão cant            a              o
Desinências nas formas verbais nominais
Nas formas nominais dos verbos, as desinências vão
  diferenciá-los em:
a) Forma infinitiva: cant-a-r

                          desinência
                          de infinitivo
b) Forma no gerúndio: cant-a-ndo

                                 desinência
                                 de gerúndio
c) Forma no particípio: cant-ado

                                desinência
                                de particípio
3. Vogal temática
    É a vogal que, em alguns casos, agrega-se
ao radical, preparando-o para receber as
desinências:
 part i sse                    (ex. vt verbal)



radical vogal    desinência modo-temporal
        temática
luz     e s                             (ex. vt nominal)

radical vogal     desinência de número
       temática
A vogal temática nos verbos
Nos verbos, a vogal temática indica a que conjugação
  pertence: cantar (1º conjugação); vender (2º conjugação);
  partir (3º conjugação).
DICA!
Para descobrir a vogal temática de um verbo conjugado em um
   período, escreva-o no infinitivo e descubra seu radical. O que
   vier após ele no verbo conjugado será a vogal temática (se for
   diferente do verbo conjugado será vogal temática alomórfica):
“Ele cantou aquela música” = infinitivo: cant-a-r
                                         Vogal   desinência
                                        temática verbal
cant-o-u

Vogal temática    desinência
  alomórfica     número-pessoal
A vogal temática e o tema
O radical já acrescido da vogal temática
  denomina-se tema. Podemos dizer, portanto,
  que o tema é o radical pronto para receber
  uma desinência ou um sufixo:
canta    -va             centra -l- -idade

tema       desinência                 tema   consoante sufixo
                                              de ligação
Isto é: radical+vogal temática=tema
Onde a vogal temática não aparece


Os nomes terminados em vogal tônica não
  apresentam vogal temática: maracujá, café,
  dominó, saci, bambu. Considera-se que essas
  vogais já fazem parte do radical e, por esse
  motivo, são chamados radicais atemáticos.

Obs.: Por outro lado, a vogal temática aparece,
 geralmente, em vogais finais átonas: porta,
 caderno e cadeira.
4. Os afixos
São elementos que se agregam ao radical a fim
   de formar palavras novas. Classificam-se em:
a) prefixos – quando vêm antes do radical:
    in feliz          des leal

prefixo radical    prefixo radical
b) sufixos – quando vêm depois do radical:
   feliz mente        leal dade

 radical   sufixo    radical   sufixo
Vogais e consoantes de ligação
Além dos elementos mórficos assinalados, em certas
  palavras podem aparecer vogais e consoantes de
  ligação (também chamados de
  infixos), que, desprovidas de significação (não
  sendo, pois, morfemas), intercalam-se no vocábulo
  tão-somente para facilitar a pronúncia (metafonia).

 gas ô      metro         pau    l   ada
 paris i    ense          café   t   eira

  vogal de ligação       consoante de ligação
Observações finais:
Quando os sufixos agregam-se ao radical,
  podem ocorrer as seguintes mudanças:
a) elisão: porta + eiro = porteiro
b) evitar a crase: porta + aria = portaria
c) alteração fônica: cantáVAmos / cantáVEis
d) Haplogia ou braquilogia (redução):
   saudade + oso = saudoso
   idade + oso = idoso
Referências bibliográficas
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática
  portuguesa. 37 ed. rev., ampl. e atual.
  conforme o novo acordo ortográfico. Rio de
  Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
TERRA, Ernani. Curso prático de gramática:
  Ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.

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Estrutura das palavras

  • 2. Observe: Ao analisarmos a maioria das palavras, percebemos que elas podem ser divididas em vários seguimentos: cachorr – o (animal canino masculino) cachorr – a (animal canino feminino) cachorr – inh – a (pequeno animal canino fêmea) cachorr – inh – o (pequeno animal canino macho)
  • 3. A cada um dos elementos significativos que formam a uma palavra dá-se o nome de elementos mórficos ou morfemas. Morfemas, são, portanto, unidades mínimas de caráter significativo. Chama-se análise mórfica o processo pelo qual se divide a palavra em seus elementos mórficos. Atenção: existem palavras que apresentam um único morfema e, portanto, não comportam divisão em unidades menores:: sol, mar, hoje, luz.
  • 4. Os morfemas 1. Radical 2. Desinência nominal verbal 3. Vogal temática 4. Afixos prefixo sufixo
  • 5. 1. Radical (também chamado de sentema) E o elemento mórfico que funciona como base do significado. Constitui o elemento comum a palavras da mesma família: • ferr o pedr a • ferr eiro pedr eiro • ferr agem pedr inha radical radical
  • 6. 1.1.Famílias etimológicas As palavras que provêm do mesmo radical são chamadas de palavras cognatas ou famílias etimológicas: • agrário, agricultor, agrícola • atrofia, distrofia, hipertrofia • acéfalo, bicéfalo, encéfalo
  • 7. 1.2. Radical primário e radical secundário • RADICAL PRIMÁRIO (radical sem afixos) AM-ar AM-ável JAT-o • RADICAL SECUNDÁRIO (radical com afixos, que formam outras palavras) APEDREJ-ou DESFOLH-ava REJEIT-amos REJEIT-asses ENTERR-assem
  • 8. 2. Desinências (“extremidade”) São elementos mórficos que se apõem ao radical para assinalar as flexões de palavra (gênero, número, modo, tempo, pessoa). As desinências podem ser: a) Nominal: menin a s (em oposição a menin-o-) desinência desinência nominal nominal de de numero gênero b) verbal: Cant á va mos desinência desinência modo-temporal número-pessoal
  • 9. 2.a) desinências nominais – casos particulares desinência nominal x vogal temática Em palavras como mesa, cadeira, livro e caderno, as vogais a e o que aparecem no final dos vocábulos não são desinências, uma vez que não estabelecem oposição de gênero (mesa, cadeira, livro e caderno não se opõem a meso*, cadeiro*, livra* ou caderna*). Já em menino, aluno, amada e gata, as vogais a e o, que aparecem no final dos vocábulos, são desinências, já que estabelecem a oposição masculino/feminino (menino/menina; aluno/aluna; amada/amado; gata/gato).
  • 10. 2.a) Outras formas de estabelecimento de gênero nos nomes (substantivos) Enquanto uma variedade de palavras na língua “conta” com as desinências para estabelecer as oposições de gênero, outra variedade de palavras “recorre” a outros processos de estabelecimento de gênero, tais como: Os substantivos uniformes... a) epicenos: a onça (macho/fêmea) b) Comuns de dois gêneros: o/a colega; o/a chefe; o/a dentista c) Sobrecomuns: a criança; o cônjuge; a criatura, (contexto, p. ex.: “o homem é uma criatura inteligente”)
  • 11. O gênero e novas formações nos nomes  O sufixo “ente” é acrescido a radical e forma o sentido de nome (substantivo, adjetivo) agente ou paciente, laços consaguíneos: presidente, atendente, parente, vidente, tenente, demente, escrevente...  Essas palavras são definidas por gênero ao se colocar a sua frente um artigo masculino ou feminino (o/a presidente; o/a parente; o/a vidente), isto é, o estabelecimento de gênero é feito “fora” da estrutura da palavra;  Contudo, existe a formação institucionalizada, quando há uma necessidade cultural e criativa de mudar o sufixo. Essa formação está ocorrendo com a palavra presidente, que agora designa o gênero feminino agente como presidenta.
  • 12. 2.a) desinências verbais Indicam, nos verbos, o tempo e o modo (desinências modo-temporais), a pessoa e o número (desinências número-pessoais). Exemplos:  Flexões de modo e tempo: Eu cantei (indicativo, passado perfeito) Se eu cantasse (subjuntivo, passado imperfeito) Cante você (imperativo, presente, positivo)  Flexões de número e pessoa: Nós cantaremos (indicativo, 1º pessoa do plural, futuro do presente) Se vós cantásseis (subjuntivo, 2º pessoa do plural, passado imperfeito)
  • 13. 2.a) desinências verbais Ex.: cantar = futuro do presente do indicativo verbo conjugado radical vt mt np 1º (eu) cantarei cant a i s 2º (tu) cantarás cant a s 3º (ele/a) cantará cant a Ø 1º (nós) cantaremos cant a mos p 2º (vós) cantareis cant a is 3º (eles/as) cantarão cant a o
  • 14. Desinências nas formas verbais nominais Nas formas nominais dos verbos, as desinências vão diferenciá-los em: a) Forma infinitiva: cant-a-r desinência de infinitivo b) Forma no gerúndio: cant-a-ndo desinência de gerúndio c) Forma no particípio: cant-ado desinência de particípio
  • 15. 3. Vogal temática É a vogal que, em alguns casos, agrega-se ao radical, preparando-o para receber as desinências:  part i sse (ex. vt verbal) radical vogal desinência modo-temporal temática luz e s (ex. vt nominal) radical vogal desinência de número temática
  • 16. A vogal temática nos verbos Nos verbos, a vogal temática indica a que conjugação pertence: cantar (1º conjugação); vender (2º conjugação); partir (3º conjugação). DICA! Para descobrir a vogal temática de um verbo conjugado em um período, escreva-o no infinitivo e descubra seu radical. O que vier após ele no verbo conjugado será a vogal temática (se for diferente do verbo conjugado será vogal temática alomórfica): “Ele cantou aquela música” = infinitivo: cant-a-r Vogal desinência temática verbal cant-o-u Vogal temática desinência alomórfica número-pessoal
  • 17. A vogal temática e o tema O radical já acrescido da vogal temática denomina-se tema. Podemos dizer, portanto, que o tema é o radical pronto para receber uma desinência ou um sufixo: canta -va centra -l- -idade tema desinência tema consoante sufixo de ligação Isto é: radical+vogal temática=tema
  • 18. Onde a vogal temática não aparece Os nomes terminados em vogal tônica não apresentam vogal temática: maracujá, café, dominó, saci, bambu. Considera-se que essas vogais já fazem parte do radical e, por esse motivo, são chamados radicais atemáticos. Obs.: Por outro lado, a vogal temática aparece, geralmente, em vogais finais átonas: porta, caderno e cadeira.
  • 19. 4. Os afixos São elementos que se agregam ao radical a fim de formar palavras novas. Classificam-se em: a) prefixos – quando vêm antes do radical: in feliz des leal prefixo radical prefixo radical b) sufixos – quando vêm depois do radical: feliz mente leal dade radical sufixo radical sufixo
  • 20. Vogais e consoantes de ligação Além dos elementos mórficos assinalados, em certas palavras podem aparecer vogais e consoantes de ligação (também chamados de infixos), que, desprovidas de significação (não sendo, pois, morfemas), intercalam-se no vocábulo tão-somente para facilitar a pronúncia (metafonia). gas ô metro pau l ada paris i ense café t eira vogal de ligação consoante de ligação
  • 21. Observações finais: Quando os sufixos agregam-se ao radical, podem ocorrer as seguintes mudanças: a) elisão: porta + eiro = porteiro b) evitar a crase: porta + aria = portaria c) alteração fônica: cantáVAmos / cantáVEis d) Haplogia ou braquilogia (redução): saudade + oso = saudoso idade + oso = idoso
  • 22. Referências bibliográficas BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37 ed. rev., ampl. e atual. conforme o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. TERRA, Ernani. Curso prático de gramática: Ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.